O documento resume:
1) A autora Beatriz Sarlo e seu livro "Cenas da vida pós-moderna" que discute a transformação das cidades, shoppings centers, juventude e videogames na Argentina pós-moderna.
2) O capítulo 1 "Abundância e pobreza" aborda a padronização das cidades, o papel dos shoppings como espaços sem história, a juventude e identidade através dos objetos de consumo e videogames.
3) Sarlo analisa de forma crítica como a cultura de massa e
O documento resume:
1) A autora Beatriz Sarlo e seu livro "Cenas da vida pós-moderna" que discute a transformação das cidades, shoppings centers, juventude e videogames na Argentina pós-moderna.
2) O capítulo 1 "Abundância e pobreza" aborda a padronização das cidades, o papel dos shoppings como espaços sem história, a juventude e identidade através dos objetos de consumo e videogames.
3) Sarlo analisa de forma crítica como a cultura de massa e
O documento resume:
1) A autora Beatriz Sarlo e seu livro "Cenas da vida pós-moderna" que discute a transformação das cidades, shoppings centers, juventude e videogames na Argentina pós-moderna.
2) O capítulo 1 "Abundância e pobreza" aborda a padronização das cidades, o papel dos shoppings como espaços sem história, a juventude e identidade através dos objetos de consumo e videogames.
3) Sarlo analisa de forma crítica como a cultura de massa e
intelectuais, artes e videocultura. 3ed. Rio de Janeiro: ditora !"RJ, #$$%. &.'3-() QUEM BEATRIZ SARLO: Beatriz Sarlo nasceu em Buenos Aires e professora de literatura argentina na Universidade de Buenos Aires, tendo j trabalhado sobre literatura popular, histria da imprensa, cinema, cultura de massas e o papel dos intelectuais. SOBRE O LIVRO: Sarlo em Cenas da vida ps-moderna: intelectuais, arte e videocultura na Argentina apresenta uma srie de tetos !ue discutem a transforma"#o da cidade, os shoppings centers, o lugar do mercado, a juventude atual, os videogames, alm da arte e do papel dos intelectuais neste come"o de sculo $$% na Amrica &atina. Sarlo prop'e um debate sobre o papel da cultura de massa e de consumo nos pa(ses latino) americanos mergulhados na lgica da globaliza"#o e funcionando sob forte influ*ncia das leis do mercado. Sua perspectiva de oposi"#o ao neoliberalismo fruto de uma anlise etremamente complea e atual. +la n#o tem medo de dizer o !ue pensa e tem uma profunda sensibilidade para o ,modus vivendi, urbano e ps moderno. Seu livro uma colet-nea de artigos, divididos em cinco cap(tulos intitulados. ,Abundncia e pobreza,, ,O sonho acordado,, ,Culturas populares, velhas e novas,, ,O lugar da arte, e ,Intelectuais,. +m cada um deles trata de assuntos distintos sempre a partir da eperi*ncia argentina. +ntretanto, suas refle'es servem para um mapa geogrfico bem mais amplo. CAPTULO I - "ABUNDNCIA E POBREZA" / cap(tulo est subdividido em 0 subt(tulos. cidade, mercado, jovens e videogames. No primeiro !"#$#!%o & Ci'('e ) discute a atual padroniza"#o das cidades sem ,centro,, distintas dos modelos clssicos europeus, onde o cora"#o da cidade era o espa"o geogrfico e simblico mais importante, local onde se encontravam os monumentos, a vida comercial, os cinemas, os restaurantes, alm de luzes, cores e ru(dos. 1oje isso mudou com a transfer*ncia para o shopping center deste papel de aglutinador de pessoas e servi"os dentro de um ambiente artificial e impregnado pela ,esttica do mercado,. p.23 4...os shoppings podem ser vistos como os monumentos de um novo civismo... nos shoppings os cidad#os desempenham papis diferentes. uns compram, outros simplesmente olham e admiram... 5em a atmosfera irreal de uma cidade em miniatura, por!ue foi constru(do muito rpido e n#o conheceu vacila"'es, marchas e contramarchas, corre"'es, destrui"#o, influ*ncias de projetos mais amplos. A histria est ausente, e !uando eiste ... usada para desempenhar um papel servil, convertendo)se em decora"#o banal.6 4... a histria tratada como souvenir...6 4...o shopping sofre de uma amnsia necessria ao bom andamento de seus negcios, por!ue se os tra"os da histria forem evidentes demais, superando a fun"#o decorativa, o shopping viveria um cho!ue de fun"'es e sentidos. p7 o shopping a 8nica m!uina semitica e a de seu prprio projeto.6 + para a autora, os shoppings se definem como espa"os 'e#errri#ori(%i)('o, espa"os de n#o pertencimento. 5odos os shopping centers se parecem e s#o lugares sem orienta"#o e onde o tempo suspenso. 9#o se distingue dia e noite e geralmente n#o h relgios : mostra. ;iferentemente do fl-neur !ue se perdia pelas ruas e galerias de <aris, como chama a aten"#o =alter Benjamin, o fre!>entador dos shoppings atuais encontra nele uma vertente da cidade !ue n#o v* l fora. limpa, segura, com servi"os e acesso a !ual!uer hora. ?as para Sarlo este n#o deve ser pensado como o espa"o p8blico, ao contrrio, ele representa ,o espelho de uma crise do espao pblico, @p.AAB. No e*!+'o !"#$#!%o & Mer,('o p. AC 4... + !uem sonha esses sonhosD A cultura sonha, somos sonhados por (cones da cultura. Somos sonhados por (cones da cultura. Somos livremente sonhados pelas capas de revistas, pelos cartazes, pela publicidade, pela moda... a instabilidade da sociedade moderna se compensa no lar dos sonhos, onde com os retalhos de todos os lados conseguimos operar a 4linguagem da nossa identidade social6. p.AE 4...As identidades, dizem, !uebraram. +m seu lugar n#o ficou o vazio, mas o mercado... Sonhamos com as coisas !ue est#o no mercado. ... / desejo do novo , por defini"#o, inetingu(vel. ... o novo se imp'e com seu moto)perptuo. Sujeito F colecionador :s avessas. +m vez de colecionar objetos, coleciona atos de a!uisi"#o de objetos. p.AG ... o colecionador :s avessas sabe !ue os objetos !ue ad!uire desvalorizam)se assim !ue ele os agarra. ... +le coleciona atos de compra)e)venda, momentos plenamente ardentes e gloriosos... p.A3 ...9o polo oposto ao colecionador :s avessas est#o os eclu(dos do mercado. desde os eclu(dos !ue, de !ual!uer mode, ainda podem sonhar consumos imaginrios, at a!ueles cuja pobreza os restringe ao curral das fantasias m(nimas. ... A identidade transitria afeta tanto os colecionadores :s avessas !uanto os menos favorecidos colecionadores imaginrios. ambos pensam !ue o objeto lhes d @ou dariaB algo de !ue precisam, n#o no n(vel da posse, mas no da identidade. /s objetos s#o os nossos (cones, !uando os outros (cones, !ue representavam alguma divindade, demonstram sua impot*ncia simblicaH s#o os nossos (cones por!ue podem criar uma comunidade imaginria @ a dos consumidores, cujo livro sagrado o advertising, e cujo ritual o shopping spree, e cujo templo o shopping, sendo a moda seu cdigo civilB. p.AI +ntretanto, os objetos escapam... A!uilo !ue os torna desejveis tambm faz com !ue sejam volteis. A instabilidade dos objetos se origina justamente em seu livro sagrado e nos saberes !ue a enciclopdia da moda codifica a cada temporada. S#o valiosos por!ue mudam constantemente, mas paradoal !ue pare"a, tambm perdem seu valor por!ue constantemente mudam... ...os objetos de projeto perfeito v#o parar nos museus e nas cole"'esH os objetos de projeto 4ordinrio6 @geralmente, os objetos marcados pela modaB s s#o preservados en!uanto n#o se puder substitu()los por outros mais novos e melhores. / tempo foi abolido para os objetos comuns do mercado. 9#o !ue eles sejam eternos, e sim por serem inteiramenrte transitrios. ;uram en!uanto n#o se gastar de todo seu valor simblico, por!ue, alm de mercadorias, s#o objetos hipersignificantes. p.JK 1oje, o mercado pode tanto !uanto a religi#o ou o poder. acrescenta aos objetos um 4algo mais6 simblico fugaz, porm t#o poderoso !uanto !ual!uer outro s(mbolo. ... /s objetos continuam escapando de ns. 5ornaram)se t#o valiosos para a constru"#o de uma identidade, s#o t#o centrais no discurso da fantasia, despejam tamanha inf-mia sobre !uem n#o os possui, !ue parecem feitos da matria resistente e inacess(vel dos sonhos. /s objetos s#o uma -ncora, porm uma -ncora paradoal, pois ela mesma deve mudar o tempo todo, oidar)se e destruir)se, entrar em obsolesc*ncia no prprio dia de sua estreia. Lom tais paradoos constri)se o poder dos objetos. a liberdade da!ueles !ue os consomem surge da frrea necessidade do mercado de converter)nos em consumidores permanentes. <.J2 / tempo dos objetos s pesa para !uem n#o pode substitu()los por outros mais novos. ... precisamos perguntar o !ue esta sociedade est buscando em tais avatares da engenharia corporal ou do design de mercado. No #er,eiro !"#$#!%o & -o.e+ Ainda neste cap(tulo, a intelectual reflete sobre a juventude e os videogames. Sempre lan"ando um olhar cr(tico e muitas vezes impiedoso, Sarlo afirma !ue ,a !uventude n"o uma idade e sim uma esttica da vida cotidiana, @p. JEB. p/01 ... +ssa garota pintou o rosto e distribuiu sobre o corpo uma srie de signos !ue j n#o significam o !ue outrora significaram... +la veste uma fantasia de discoteca na !ual o humor disputa o terreno com o erotismo. M uma moda !ue se prop'e a desnudar, opondo)se : sua fun"#o tradicional de oscilar entre o visto e o n#o visto A fantasia da discoteca F realiza !uase completamente o ideal de visibilidade total A garota est vestida em dois tempos. h um contraponto entre o corpo e sua fantasia. A roupa n#o foi escolhida para favorecer o corpo... p.J0 ;esde os anos EK, a cultura do rocN, por sua vez, fez do traje uma marca central de seu estilo. ...moveu)se desde o in(cio com o impulso de uma contracultura !ue se espalhou pela vida cotidiana. ... a cultura rocN definiu os limites de um territrio onde houve mobiliza"#o, resist*ncia e eperimenta"#o. p.JC ... a ideia do traje como diferencia"#o p.JE entre tribo culturais se desenvolve em todas as suas peripcias. ... <ura forma, sua fantasia se diferencia da forma da moda 4leg(tima6 por n#o aspirar : universalidade e sim a uma fra"#o particular. marca sua idade, sua condi"#o de jovem, e n#o sua condi"#o social ou seu dinheiro. A juventude n#o uma idade e sim uma esttica da vida cotidiana. p.J3 ...Ouando falaram de uma 4nova gera"#o6, esses termos foram usados como marca de diferen"a ideolgica !ue, para completar)se, dispensava !ual!uer recurso a uma reivindica"#o de juventude. p. JI As modelos de publicidade imitavam as atrizes ou a classe altaH hoje, imitam as modelos mais jovens. As atrizes !ue imitam as modelos. 1oje a juventude mais prestigiosa do !ue nunca... A categoria de 4jovem6, por sua vez, garante um outro set de ilus'es com a vantagem de poder trazer : cena a seualidade e, ao mesmo tempo, desvencilhar)se mais livremente de suas obriga"'es adultas, entre elas a de uma defini"#o taativa do seo. p.0K Se !uase impos(vel definir o permitido e o proibido, a moral deia de ser um territrio de conflitos significativos para converter)se num elenco de enunciados banais. a autoridade perdeu seu aspecto terr(vel e intimidatrio... e s autoridade !uando eerce a for"a repressiva... /nde antes se podia enfrentar a proibi"#o discursiva, hoje parece restar s a pol(cia. ... / mercado ganha relevo e corteja a juventude, depois de institu()la como protagonista da maioria de seus mitos. p.02 ...9unca as necessidades do mercado estiveram afinadas t#o precisamente ao imaginrio de seus consumidores. / impulso igualitrio !ue :s vezes se cr* encontrar na cultura dos jovens, tem seu limites nos preconceitos sociais e racistas, seuais e morais. No 2!(r#o !"#$#!%o & Vi'eo*(me + os videogames s#o um espa"o predominantemente jovem e masculino. Paz uma descri"#o sens(vel das casas de videogames e das rela"'es !ue se estabelecem no isolamento da!uele espa"o, um misto de discoteca e bar. /s olhares est#o voltados para a tela e dela n#o se desviam. As m!uinas s#o um conjunto de ,temporalidades diversas, no !ual as tecnologias de imagem e som se misturam em ritmo frentico e onde as performances s#o valorizadas. <erformances !ue se definem como boas pela maneira como o jogador lida com o tempo, ou melhor, dribla o tempo. + a!ui se pode apontar para uma das aus*ncias na anlise da pes!uisadora. Sua refle#o fruto de uma observa"#o sens(vel, com insights instigantes sobre este universo. +ntretanto, faz falta a voz do ,outro,, do ,jogador, de videogame, de seu sentimento e pensamento sobre a!uela atividade e a!uele espa"o. +ssa aus*ncia ofusca o brilho de suas percep"'es t#o ricas. p.0G efeito espelunca F tbm tem a ver com a presen"a minoritria de mulheres. CAPTULO II- "O SON3O ACORDADO" 9o cap(tulo dois ,O sonho acordado, ela ainda aborda a !uest#o da imagem desde o zapping, a televis#o interativa, os programas ,ao vivo, at a dimens#o politica presente no ve(culo. Sarlo n#o uma adorniana, mas sua cr(tica da televis#o feroz. A idia de uma televis#o de mercado est na base de sua anlise. 5elevis#o !ue possui uma lgica prpria na !ual a repeti"#o @em rela"#o ao comercialB e a velocidade constrem uma forma de ver o mundo. A autora afirma inclusive !ue o zapping um discurso televisivo !ue subentende a presen"a do telespectador, assim como os programas participativos e os realit# sho$s s#o a maior epress#o da chamada ,nova televis#o,. 9ela tambm os programas ao vivo proporcionam aos telespectadores, n#o a idia de verossimilhan"a, mas de !ue a vida est ali. + no dia a dia da vida moderna, as piadas, as frases, os personagens da televis#o asseguram a !uem os conhece um pertencimento. ?as Sarlo n#o se ilude com a idia de !ue a partilha de aparelhos de televis#o implica no estabelecimento de novos la"os entre os indiv(duos. <ara ela, esta imagem da fam(lia n#o tem veracidade, pois se sabe do enfra!uecimento das rela"'es familiares na atualidade. + isso n#o por acaso, por!ue, a seu ver, a televis#o precisa de uma sociedade com la"os fracos para !ue ocorra a mimese entre televis#o e p8blico. Assim neste conteto uma cr(tica mais profunda da televis#o banida ou acusada de, entre outras coisas, ultrapassada. +ntretanto, ela ressalta !ue s h um jeito de aprender a ver televi televis#o. vendo)a. + n#o se pode negar !ue esse aprendizado barato, antielitista e nivelador, enfatiza ela. / cap(tulo est subdividido em 0 subt(tulos. Qapping, Rrava"#o ao vivo, <ol(tica e Lita"#o. No primeiro !"#$#!%o & Z(ppi+* & p.CG / controle remoto uma m!uina sinttica, uma moviola caseira de resultados imprevis(veis e instant-neos, uma base de poder simblico !ue eercido segundo leis !ue a televis#o ensinou a seus espectadores. Primeir( %ei. produzir a maior acumula"#o poss(vel de imagens de alto impacto por unidade de tempo e baia !uantidade de informa"#o por unidade de tempo indiferenciada Se*!+'( %ei. etrair todas as conse!u*ncias do fato de !ue a retroleitura dos discursos visuais ou sonoros, !ue se sucedem no tempo, imposs(vel ... A velocidade do meio superior : nossa capacidade de reter seus conte8dos. p.C3 Ter,eir( %ei. a variada repeti"#o do mesmo Q!(r#( %ei. montagem ideal ... para evitar a mudan"a de canal. / sSitcher a arma dos diretores de c-mara. / controle remoto uma arma dos espectadores !ue apertam bot'es. p.CI / sSitcher ancora os diretores de c-mera nu certo ambiente. / controle remoto n#o ancora ningum em parte aluma. a sintae irreverente e irresponsvel do sonho produzido por um inconsciente ps)moderno !ue embaralha imagens planetrias. / zapping suscita uma srie de !uest'es interessantes. +ntre elas, evidentemente, a &iberdade do espectador... No e*!+'o !"#$#!%o & 4r(.(56o (o .i.o p.GK nova televis#o F ou televis#o interativa 2T. Rrava"#o ao vivo AT apresentar uma faia de vida JT est8dio de 5U parece mais seguro, mais acess(vel e : altura do protagonista do !ue as institui"'es 0T somo, potencialmente, objetos e sujeitos !ue podem entrar no ar. p.G0 ... ;e todas as institui"'es, a televis#o ao vivo foi a !ue lhe pareceu a mais digna de confian"a. ningum poder distorcer nem seus gestos nem suas afirma"'es e, mais ainda, nenhum policial poder for"a)lo a dizer mais do !ue deseja, nem dei)lo incomunicvel por horas. A televis#o se converteu em guarda de seu habeas corpus. / 1appening F modo de apresenta"#o !ue amplia e aperfei"oa o realismo p.GC %nvestida da autoridade !ue as igrejas, os partidos e as escolas perderam, a televis#o faz soar a voz de uma verdade !ue todo mundo pode compreender rapidamente. A epistemologia televisiva , neste sentido, t#o realista !uanto populista, e submeteu a uma demolidora cr(tica prtica todos os paradigmas de transmiss#o do saber conhecidos pela cultura letrada. p.GG cultura espelho televis#o como espa"o m(tico +ssa comunidade de sentidos refor"a um imaginrio igualitarista e, ao mesmo tempo, paternalista. / p8blico recorre : televis#o para alcan"ar a!uelas coisas !ue as institui"'es n#o garantem. justi"a, indeniza"'es, aten"#o. / cenrio televisivo vive do impulso, en!uanto o cenrio institucional cumpre ade!uadamente suas fun"'es, se processar comeficcia os impulsos coletivos. p.G3 A televis#o reconhece seu p8blico, entre outras coisas, por!ue necessita desse reconhecimento para !ue seu p8blico seja, efetivamente, seu. / t*rmo ,(!'i%7o, do espanhol VcaudilloV, refere)se : um lider pol(tico)militar no comando de uma for"a autoritria. +ste t*rmo est, normalmente, associado : Amrica &a) tina, do sculo $%$ e in(cio do sculo $$ , ou relacionado : poca Pran!uista, na +spanha. / caudilhismo susten) ta)se por causa do culto : personalidade. /s ,(!'i%7os s#o capazes de comandar grande n8mero de pessoas e prender a aten"#o de vastas multid'es entusiasmadas. %&emplos de personalidades consideradas caudilhos 'amo- sos : (eron) *ranco) +ru!illo) (ancho ,illa) etc- p.GI 1 !uem pense !ue um aparelho de 5U une com la"os a!ueles !ue est#o sentados diante do mesmo v(deo. Uideofam(lias, :s !uais o enfra!uecimento das rela"'es de autoridade, paternidade e filia"#o tradicionais teria lan"ado ao limite da dissolu"#o, voltariam a unir)se no calor da luz cromtica. p.3K se a televis#o fala como ns, ns tbm falamos como a televis#o.
p.3A a televis#o acess(vel F reflete seu p8blico e nele se reflete a televis#o laica e democrtica, mas n#o deia de ter fortes elementos de fundamento m(tico. p.3J ?imtica e ultra)realista, a televis#o constri seu p8blico a fim de poder refleti)lo, e o reflete para poder constru()lo. <ara produzir)se como televis#o, basta ler o livro do p8blicoH para produzir)se como p8blico, basta ler o livro da televis#o. No #er,eiro !"#$#!%o & Po%$#i,( p. 3J A televis#o faz circular tudo o !ue pode ser convertido em assunto. desde os costumes seuais at a pol(tica. + tbm reduz : poeira do es!uecimento os assuntos de !ue n#o trata. desde os costumes seuais at a pol(tica. p.30 1oje a pol(tica eiste, na medida em !ue eista televis#o. ... 5udo !ue se pode fazer a cr(tica mais radical da videopol(tica realmente eistente. p. 3G Se algumas !uest'es importantes para amplas maiorias se convertem em objeto eclusivamente miditico, o sentido da pol(tica e dos pol(ticos n#o parecer evidente para ningum. No 2!(r#o !"#$#!%o & Ci#(56o p/89 <orm, o !ue ainda mais ecitante !ue os espectadores se d#o conta do !ue est acontecendo, por!ue esse programa e muitos outros nos ensinaram n#o s sua comicidade mas tbm suas leis de produ"#o. A auto)refleividade F recurso !ue oferece uma garantia de transpar*ncia p. I2 5alvez esteja a( um dos milagres da retrica televisiva do 8ltimos anos. um 4realismo6 !ue assegura a presen"a da 4vida6 chegou at aliH e provid*ncias discursivas para !ue a 4vida6 seja atraente e n#o simplesmente srdida ou banal. A auto)refleividade, !ue na literatura uma marca de dist-ncia, opera na televis#o como uma marca de proimidade !ue torna poss(vel o jogo de cumplicidades entre a televis#o e o p8blico. ;e todos os discrsos !ue circulam na sociedade, o da televis#o produz o efeito de maior familiaridade. a aura televisiva n#o vive da dist-ncia e sim de mitos cotidianos. S eiste um jeito de aprender televis#o. vendo)a. + preciso convir !ue esse aprendizado barato, antielitista e nivelador.<or isso a 5U n#o enfrenta obstculos culturais para realizar suas opera"'es auto)refleivas. 5bm por isso, p.IA ( ,i#(56o @!ue na literatura ou na pintura sempre implica uma dificuldade de reconhecimentoB pode ser utilizada pela 5U sem problemas. todos os espectadores habituados : televis#o est#o, em teoria, aptos a reconhecer as cita"'es !ue ela apresenta. ... o saber dos espectadores indispensvel para completar o sentido... A culmin-ncia da cita"#o ( p(r:'i(, hj usada como recurso fundamental da comicidade televisiva. 9o outro etremo do arco est ( ,:pi(, !ue funciona como estratgia das emissoras invejosas do sucesso dos programas concorrentes. p.IJ A 5U vive da cit"#o mais por pregui"a intelectual do !ue por !ual!uer outra coisa. A hiperpardia um falta de imagina"#o para produzir outras formas de humor, stira, de estiliza"#o ou de grotesco, mais do !ue uma demonstra"#o de audcia criativa ou cr(tica. p. I0 A 5U !ue conhecemos trabalha com o n(vel mais baio de transforma"#o, para n#o impedir indevidamente o reconhecimento do discurso citado e, assim, arriscar o efeito cWmico ou cr(tico. ...descarta)se, geralmente, a estiliza"#o, a ironia, a homenagem. p.IC admitamos !ue a 5U fez justi"a ao folhetim, desprezado pelas elites intelectuais por preconceitos estticos e sociais. p.I3 Lomo o imperialismo branco no sculo passado, a televis#o n#o reconhece fronteiras. da( sua for"a.