Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Revista
aqvae flaviae Revista
aqvae flaviae
N.º41 DEZEMBRO 2009
GRUPO CULTURAL
AQVAE FLAVIAE GRUPO CULTURAL AQVAE FLAVIAE
Capa:
Castro de San Cibran de Lás - Ourense
n.º1 - esgotada n.º2 - esgotada n.º3 - esgotada n.º4 - 3€ n.º5 - esgotada n.º6 - 3€ n.º7 - 6€
n . º 22 - esgotada n . º 23 - esgotada n . º 24 - 8€ n . º 25 - 8€ n . º 26 - 8€ n . º 27 - 8€ n . º 28 - 8€
Publicação Semestral
Propriedade do grupo Cultural aqvae Flaviae
Sede e Redacção
sede do grupo Cultural aqvae Flaviae, Rua direita, 41 - 5400-220 Chaves
Director
Júlio Montalvão Machado
Comissão Redactorial
alípio Martins afonso, Firmino aires,
Isabel Viçoso, Júlio Montalvão Machado
Tiragem
1100 exemplares
Preço
15€
Tem sido a intenção dos responsáveis pela Revista Aquae Flaviae conti-
nuar a proporcionar aos leitores que desde sempre nos têm acompanhado, e a
quem devemos o apoio maior para o nosso trabalho, uma diversidade de temas,
que relacionados com a área da Região do Alto Tâmega, possam abranger
igualmente o interesse variável de qualquer um. Mais do que isso, transcen-
dendo esses limites, vamos alargando também o nosso interesse à velha Galiza,
solar das nossas raízes históricas e sentimentos iguais.
É essa a razão porque desta vez abrimos a revista à divulgação dos traba-
lhos que sob a égide do “Congresso Transfronteiriço de Arqueologia” se rea-
lizaram na capital do Barroso, durante os passados dias 3 a 5 de Outubro de
2008. A qualidade e o interesse que suscitaram entre o público de toda a região
e a natureza altamente meritória das intervenções, mereciam certamente a sua
publicação, apesar do volume dos trabalhos expostos terem vindo modificar e
ampliar largamente as características habituais dos números anteriores da re-
vista. Isso não poderia bastar, porém, para que deixássemos de reconhecer e
respeitar a publicação de toda a obra expendida durante o decorrer do Con-
gresso. Foi essa a nossa apreciação e com muito gosto a cumprimos.
Mas ainda, a Revista Aquae Flaviae gostaria de aproveitar este número
para demonstrar o seu reconhecimento à Câmara Municipal de Montalegre
pelo esforço que tem entregue a todas as iniciativas de carácter cultural que se
têm desenvolvido na região, e o apoio que tem prestado a essas manifestações.
Não seria igualmente justo se não deixássemos aqui expresso o favor igual que
temos merecido de todas as Câmaras da Região do Alto Tâmega, a quem cor-
respondemos, pelo nosso lado, com uma total disponibilidade, que queremos
continuar a dedicar a toda a sua actividade cultural. Só assim, e com a cons-
tância e dedicação que os leitores nos têm demonstrado, tem sido possível con-
tinuarmos esta caminhada e a realização do projecto, que há anos,
conjuntamente, temos obrigação de manter.
Esperamos que este volume contribua não só para a produção de conhecimento cien-
tífico no âmbito do Património Cultural, mas que cumpra também a “função social” para a
qual está igualmente orientado.
João Fonte
(Coordenador das actas)
PRáticAs FuneRáRiAs dA idAde do BRonze
de tRás-os-Montes e dA GAlizA oRientAl
BRONZE AGE FUNERARY PRACTICES OF TRÁS-OS-MONTES
AND EASTERN GALICIA
Ana M. S. Bettencourt
dePartameNtO de HiStória da uNiverSidade dO miNHO, CeNtrO de
iNveStiGaçãO traNSdiSCiPLiNar: CuLtura, eSPaçO e memória
(CitCem); aNabett@uaum.umiNHO.Pt
Resumo: Com esta comunicação pretendemos, em primeiro lugar, efectuar uma síntese
sobre os conhecimentos existentes relativos às práticas funerárias da Idade do Bronze da orla
mais oriental do Noroeste peninsular. Em segundo, e a partir das materialidades conhecidas, en-
saiar algumas interpretações sobre o papel social dos mortos, das oferendas e do funeral, nos
diferentes contextos cronológico-culturais e espaciais, discutindo, sempre que possível, algumas
premissas vulgarmente aceites. Em terceiro e último lugar preconizar o tipo de abordagem que
consideramos mais premente no contexto actual da investigação sobre a morte.
Concluímos que alguns mortos continuam agentes socialmente activos quer em termos
religiosos quer como referentes de memória e de identidade grupal, principalmente durante o
Bronze Inicial. A partir do Bronze Médio os cenários de promoção e negociação da identidade
parecem deslocar-se para a esfera dos vivos.
Palavras-chave: Noroeste Peninsular, Idade do Bronze, Práticas Funerárias, Importância
do funeral e do papel social dos mortos.
Abstract:In this paper we aim to, first, produce a synthesis of the existing body of knowl-
edge concerning Bronze Age funerary practices in the easternmost edge of the northwest Iberia.
Second, to propose, according to the materiality known, some interpretations on the social role
of the dead, the offerings and the funeral, in different cultural contexts, discussing, whenever
possible, some commonly accepted assumptions. Thirdly and lastly we will express some con-
siderations that we consider most significant in the context of the current investigation on death
in Prehistory.
We conclude that some deaths are still socially active agents or in religious terms or as
related to memory and group identity, especially during the Early Bronze Age. From the Middle
Bronze scenarios promotion and negotiation of identity seem to move to the realm of the living.
Keywords:North-west Iberia; Bronze Age; Funerary Practices; Importance of the funeral
and the social meaning of the corpse.
2. A base empírica
Em relação à base empírica podemos dizer que, apesar de não muito abun-
dante, ela é já algo significativa e diversificada, principalmente para contextos
do Bronze Inicial (entre o último quartel do III milénio AC até cerca do séc.
XVIII/XVII AC) e o Médio (entre séc. XVIII/XVII AC até finais do II milénio
AC) sendo, ainda, muito escassa para o Bronze Final1.
Para o Bronze Inicial conhecem-se reutilizações de monumentos megalí-
ticos, como se pode comprovar pelas datas do dólmen de Madorras 1, em Sa-
brosa, reocupado entre os finais do século XX e os inícios do XVII AC (Cruz
& Gonçalves 1994, 1995), prática que persiste no Bronze Médio, como se ve-
rifica na Madorra da Granxa, Lugo, reutilizado entre os séculos XVII e o XV
AC (Chao Alvarez & Álvarez Merayo 2000). A qualquer um destes dois pe-
ríodos genéricos poderão pertencer o púcaro de colo alto e o vaso troncocónico
depositados nos dólmenes de Carvalhas Alvas, em Vila Pouca de Aguiar (Leis-
ner 1958) e da Estante, em Alijó (Jorge 1982), respectivamente, assim como
os fragmentos de troncocónicos recolhidos na Mamoa de Outeiro de Cavaladre
1, Muíños, Ourense (Eguileta Franco 1999). Existem, no entanto, outros mo-
3. As interpretações
A esta escala de análise podemos afirmar que existem materialidades as-
sociadas à morte para todos os períodos da Idade do Bronze, à semelhança
do que ocorre na fachada mais litoral de todo o Noroeste Peninsular (Betten-
court, no prelo). Do mesmo modo podemos concluir que há diversidade de
contextos funerários, de soluções arquitectónicas, de ritos e de acções de âm-
bito mortuário, pelo menos durante o Bronze Inicial e Médio.
Atestam-se, igualmente, desde os primórdios da Idade do Bronze as práticas
da cremação a da inumação. A inumação comprova-se nalgumas Grutas dos Mon-
tes de Ferreiro e Geraldes e é deduzível através das dimensões de algumas cistas
(entre 1,80 a 1m), como em Lagares, Chedeiro, A Forxa, Biobra, Gorgolão e através
das dimensões das sepulturas planas, com as do Coto da Laborada (entre 2 a 1,5m).
A prática da cremação está documentada na Galiza desde o Calcolí-
tico Final, conforme data de radiocarbono efectuada recentemente para o
enterramento da cista pequena de Agro de Nogueira, na Corunha (Betten-
court & Meijide Camessele 2009). No Bronze Inicial ocorre numa das fos-
sas da Fraga do Zorro (indiciada pelas dimensões das ossadas e pela
Bibliografia
ARMBRUSTER, B. R, & R. Parreira (1993). Inventário do Museu Nacional de Arqueologia: Colecção de
Ourivesaria. Do Calcolítico à Idade do Bronze, Lisboa, Ed. IPM.
ALVES, F. M. (1975). Memórias, vol. 9, Bragança, Ed. Museu o Abade de Baçal.
BAPTISTA, J. D. (1999). As cistas de Vila da Ponte, Aquae Flaviae, 21, pp. 333-352.
BETTENCOURT, A. M. S. (1997). Expressões funerárias da Idade do Bronze no Noroeste peninsular. Actas
do IIº Congreso de Arqueología Peninsular, Fundación Rei Afonso Henriques, Zamora, pp. 621 - 632.
BETTENCOURT, A. M. S. (1999). A Paisagem e o Homem na bacia do Cávado durante o II e o I milénios
AC, 5 vols (Dissertação de Doutoramento apresentada à Universidade do Minho, na área de Pré-História e
História Antiga – policopiada).
BETTENCOURT, A. M. S. (2008). Life and death in the Bronze Age of the NW Iberian Peninsula, in Fredrik
Fahlander & Terje Oestigaard (eds.) The materiality of death – bodies, burials and beliefs, BAR International
Series, Ed. Archeopress, pp. 99-104.
BETTENCOURT, A. M. S. (no prelo). Estruturas e práticas funerárias do Bronze Inicial e Médio do Noroeste
Peninsular, in Javier Sanchez Palencia, Anthony Gilman & Primitiva Bueno (eds.) Livro de Homenaje a
Maria Dolores Fernández-Posse y de Arnáiz, Bibliotheca Praehistorica Hispana (BPH), Ed. CSIC, Ma-
drid.
BETTENCOURT, A. M. S. & G. Meijide Camessele (2009). Agro de Nogueira, Melide, A Coruña: novos
dados e novas problemáticas, Galaecia, nº 28, Santiago de Compostela, pp. 33-40.
BOUSA-BREY, F. (1936). Vaso tumular de Gendive, Boletín de la Academia Gallega, nº 31 (261), pp. 236
– 241.
BRADLEY, R. (2000). An archaeology of natural places, Londres/Nova Iorque, Ed. Routledge.
CAAMAÑO GESTO, J. M. (2007). O Calcolítico e a Idade do Bronce, in X. R. Barreiro Fernández & R.
Villares Paz (coord.) A Gran Historia de Galicia. Prehistoria de Galicia I, vol. 2, A Coruña, La Voz de Ga-
licia, pp. 8 – 223.
CARVALHO, H. A. A. S. (2005). Mamoa de Santo Ambrósia, Vale da Porca, Macedo de Cavaleiros, Bra-
gança: Resultados Preliminares, Cadernos “Terras Quentes”, 2, pp. 51 – 60.
CHãO ÁLVAREZ, F. J.& I. A. Álvarez Merayo (2000). A Madorra da Granxa: o túmulo máis grande de
Galicia? Brigantium, vol.12, pp. 41-63.
COMENDADOR REY, B. (1999). Los Inícios de la Metalurgia en el Noroeste de la Península Ibérica, Bri-
gantium, 11, A Coruña.
CRIADO BOADO, F., X. Amado Reino, M. C. Martínez López, I. Cobas Fernández & C. Parcero Oubiña
(2000). Programa de Corrección del Impacto Arqueológico de la Gasificación de Galicia. Un ejemplo de
gestión integral del património arqueológico, Complutum, 11, pp. 63 – 85.
CRUZ, C. S. (2000). Paisagem e Povoamento na Longa Duração: O Nordeste Transmontano – Terra
Quente, Braga, 3 vols (Dissertação de Mestrado apresentada ao Instituto de Ciências Sociais da Universidade
do Minho –Policopiada).
CRUZ, D. J.& H. B. Gonçalves (1994). Resultados dos trabalhos de escavação da Mamoa 1 de Madorras
(Sabrosa, Vila Real). Estudos Pré-históricos, 2, pp. 171 – 232.
CRUZ, D. J.& H. B. Gonçalves (1995). Mamoa 1 de Madorras (Sabrosa, Vila Real). Datações radiocarbó-
1
Os critérios que subjazem a esta cronologia genérica e naturalmente redutora, para todo o Noroeste, poderão
consultar-se em A.M. S. Bettencourt (no prelo).
2
Os restos que observámos eram muito pequenos ou pequenos. Alguns deles, um pouco maiores e com in-
dícios de fumigação na face interna, parecem pertencer a ossos mais longos. Existiam, também, restos de
crânio, na zona da sutura, dando a impressão de que se tratava de um esqueleto jovem. No entanto, só uma
análise antropológica poderá contribuir para uma melhor compreensão destes dados.
3
Tratava-se de um recipiente manual, de pasta arenosa, de cor acastanhada no interior e exterior, mas com
manchas, provavelmente devido à cozedura redutora. Esta parece ter sido deficiente dado o cerne conter
uma tonalidade distinta. A superfície exterior foi apenas alisada com excepção do início do bordo e do colo
interior que foi polido. Morfologicamente trata-se de um púcaro de colo alto, com bordo esvasado e lábio
arredondado e asa de fita de secção sub-rectangular e de preensão vertical. Tem 18,6cm de altura, 8cm de
diâmetro de boca e 5cm de diâmetro de base. Da observação que efectuámos não se notam manchas escuras
ou de fuligem, no interior ou exterior do vaso.
4
A estrutura arquitectónica, os restos de ossadas, o recipiente de cerâmica assim como amostras de sedi-
mentos encontram-se em depósito no Museu Arqueolóxico Pronvincial de Ourense. Agradecemos a Fran-
cisco Fariña Busto, director desta instituição, a possibilidade de estudar, com mais pormenor, estas
materialidades. Sobre o assunto ver o site: http://www.xunta.es/conselle/cultura/patrimonio/museos/ma-
pour/galego/pezasmes/pm24.htm
5
Segundo relatório manuscrito da intervenção arqueológica de Francisco Fariña Busto, datado de 21 de
Setembro de 1996.
6
Não excluímos, no entanto, a possibilidade desta forma perdurar até ao Bronze Médio, como poderia ser
o caso desta necrópole. Para tal, necessitamos de aumentar o número de contextos datados, como seria o
caso da cista da Praia da Rola.
7
Segundo informação do primeiro subscritor destes artigos, o que foi identificado como um provável dente
humano em J. C. Senna-Martinez et alii (2006) não foi comprovado por análise antropológica.
8
(www.xunta.es/conselle/cultura/patrimonio/museos/mapour/galego/pezasmes/pm24.htm).
9
De notar, igualmente, que a reocupação ou apropriação simbólica de alguns lugares do passado efectua-
se, durante o Bronze Inicial, não apenas, em termos dos monumentos megalíticos neolíticos, mas em termos
de alguns santuários de arte rupestre onde se gravam, agora, artefactos metálicos, como as alabardas e os
punhais (Bettencourt 2008).
Abstract: The named treasure of Urdiñeira, a set of two gold bracelets and a bronze
button or disk, was found by chance around 1921 near Parada da Serra (A Gudiña, Ourense).
As with other archaeological treasures, the story of their discovery is the story of a misunder-
standing between officer science and the people. These items were uprooted and taken from his
hiding place and put into a controlled vitrine, where they remain isolated and voiceless. Our
proposal is based on a multi-level project for this iconic set. The objective of this research is
not only focus on the prehistoric settlement of A Urdiñeira, but also on the historical context of
the contemporary world where it was recovered. Finally is designed as an intervention strategy
in terms of cultural heritage enhancement within a sustainable development model.
Keywords: Metalworking. Bronze Age. Cultural Heritage Enhancement.
Quadro 1 *
Contextualización etnográfica
P i±´ …ñ¿≈ê≈ ñ ö´ «ñ¿êì ì öó´
Contextualización arqueolóxica
P iê¿êì «ñ¿ö“êì öó´ ï ± ì ±´ ã»´ «±
P r±ì êù
P xñãö±´ êùñ ö´ «ñ¿¿ñãö±´ êù
* Quadro 1
1 Para a presentación deste traballo temos que agradecer a súa axuda a moitas persoas: David Henández,
de Arbotante S.A. fixo as recreacións virtuais do conxunto; Bárbara Armbruster (CNRS) ofreceunos
fotos e aclaracións sobre a tecnoloxía dos brazaletes; Jesús Méndez e José Benito Rodríguez axudáronnos
coa microscopia electrónica no CACTI da Universidade de Vigo; Emilia Martínez Nieves recibiunos na
súa casa de Riós e respondeu ás nosas preguntas, aínda que “non lle tomamos nada”; Ana María Veiga
Romero (Mara) do Museo Arqueolóxico de Ourense e o seu irmán Carlos foron o noso enlace en Parada
e ofrecéronos o seu entusiasta apoio, como tamén fixeron Rosa Brañas, Ladislao Castro, Israel Barandela,
Cristina Fernández e Víctor Vázquez. Tamén queremos agradecer a Joao Fonte o seu convite a participar
nas xornadas de Montalegre, unha experiencia a repetir. Por último, ao propio Museo Arqueolóxico de
Ourense, que nos ofreceu todas as facilidades. Este traballo vai dedicado a Xosefa Gago Fernández e ás
xentes da Urdiñeira.
3 “Ninguno de los que se conservan en el Museo Arqueológico Nacional y en las colecciones particulares
alcanzan mayor importancia histórica que éstos, pues todo en ellos hace suponer que se trata de joyas
ibéricas o preceltas, por analogía con las que Leite de Vasconcellos, Cartailhac, París y otros insignes ar-
queológos, calificaron indubitablemente de tales” Macías (1921: 336).
4 Cuevillas (1925: 104; 1926: fig. 101) e Cuevillas e Bouza Brey (1929) inclúeno no Bronce II; Blanco
Freijeiro (1957) supono de orixe hallstática; Monteagudo (1953: 302) considera a peza aberta coma unha
pulseira de tiras similar á de Cícere, erro que recolle Hernando (1983) quen, ao igual que Ruíz-Gálvez
(1984: 98), os considera dun momento tardío do Bronce Antigo.
5 Só o traballo publicado por Romero Cerdeiriña na revista NÓS en 1926, vai ter en conta o contexto
orixinario do achado. Pertencente ao grupo fundador do Seminario de Estudos Galegos, debemos ter en
conta a súa vinculación familiar coa zona, xa que era orixinario das Vendas da Barreira (Riós) .
6 A arqueoloxía ten reparado pouco sobre a propia idiosincrasia dos “tesouros”. O cualificativo “achado
illado” faise equivaler ao de recuperación “asistémica”. Nembargantes, salvo a utilización de detectores
de metais ou a pouco frecuente boa sorte, non se nos ocorre outro xeito de atopar estes elementos de cul-
tura material que non sexa casual, porque os seus criterios de deposición levan implícito un patrón de in-
visibilidade. Así pois, a arqueoloxía converteu o seu patrón de achado, o illamento, en algo que considera
resultado dunha mala práctica no mundo contemporáneo, negando deste xeito a integración desta infor-
mación, salvo escasas tentativas.
7 O achado dunha xerra de ouro cun detector de metais en Ringlemere (Inglaterra) motivou o desenvolve-
mento dun proxecto de investigación integral para o estudio deste achado e o seu contexto (Needham,
Parfitt e Varndell, 2006).
8 Sinalado o lugar de difícil acceso, podemos ofrecer unhas coordinadas aproximadas. X: 645.358.84, Y:
4653991.63 (Fuso 29) Lat. 42º 1’ 25.65’’ N; Lonx. 7º 14’ 39.51’’ W (http://sigpac.mapa.es/fega/visor/).
9 Algunhas destas lendas falan dun tesouro na Fraga dos Mouros, dunha Moura que se peitea ou que se
atopou un coitelo de ouro. É de destacar a de "un home que estaba arrancando torgos cerca da Cova das
10 "Alí hai un tesouro! (na Fraga das Choias). E sabes que alí no alto dunha fraga, cando nace o sol,
aquela fraga brilla! E se vai alí, estache unha colebra, unha culebra dibuxada! Se alguén vira eso xa o
tiñan ido a buscar, digo eu!" (Entrevista con Emilia Martínez Nieves, veciña de Riós).
11 Contan que o tesouro foi atopado pola pastora Xosefa Gago Fernández, que as pezas foron parar ao
párroco de San Lucas de Parada, pola súa relación coa irmá desta nena, e que as vendeu pola suma de 150
duros. A nena morreu pouco tempo despois e o seu pai (Silverio), dono da finca do achado, emigrou a
Arxentina. A familia só volveu para vender as súas propiedades.
12 Hai referencias á localización dun punzón de oso duns 5 cm. de longo con fiestra redonda na punta, e
de feitío pouco acabado na Cova das Choias (Romero, 1926). Segundo Rivas e Rodríguez (2002: 69) “na
ladeira, á beira do prado do Delfín, atopouse fai anos un antigo puñal e algunhas moedas; hoxe non se
sabe que foi delo”. Posibles mámoas en Valmedo, non lonxe de onde Taboada (1955: 335) fala dun cír-
culo lítico.
13 Por exemplo a Pedra da Vidueira, preto de Navallo (Taboada, 1955: 336; Barandela e Lourenzo,
2004).
18 Creemos que López Cuevillas comete un erro cando a describe como “recubierto por una espesa pátina
de carbonato, que no debió de dejar intacta ninguna porción de materia primitiva” (Cuevillas, 1958: 292),
xa que si conserva unha boa parte do seu núcleo metálico baixo os productos de corrosión propios destas
aliaxes de cobre.
20O de Chaves está serrado, ao xeito dos de Villena, para os que Perea (2008) propón unha mutilación rit-
ual.
21 Ruiz-Gálvez (984: 98) suxire que se trata do remate do pomo dun puñal.
23 ”...Pobre en documentos, pero muy bien estudiado por los historiadores del camino de Santiago, por
ser uno de los caminos secuandarios a Compostela, su trazado difiere muy poco de la actual carretera de
Villacastín a Vigo… El camino sigue la carretera hasta el alto de Fumaces, y se desvía por unos kilómet-
ros, hasta volver a entrar en ella, dejando a la izquierda los pueblos de Trasverea y Trasestrada. Sigue por
la ermita de San Amaro, Touzas, Navallo, la Gudiña, siempre por la carretera, hasta desviarse…”. (Fer-
reira, 1988: 181). Tamén en Vaz (2006: 46) e Rivas e Rodríguez (2002: 85).
25 Sobre este tema vid. González, F.J. Repensando el pasado: cambio social e iconografía guerrera en la
Edad del Hierro del Noroeste de la Península Ibérica, neste mesmo volume.
26 “Existen dos galerías que tienen las bocas derrumbadas. Se dice que los moros sacaron oro de ellas y
que lo cambiaron por leche, queso y trapos encarnados, a los que eran muy aficionados invitando al
trueque con la frase: “Cristiana dame tu pobreza que yo te daré mi riqueza”. Vid. tamén Rivas e Ro-
dríguez (2002: 93-96).
27 Na área de servicio de Erosa apréciase unha boa vista da serra da Urdiñeira. Podería constituír un
punto informativo que convide a posibles visitantes a coñecer a zona.
28 Foi o caso da reproducción do Tesouro das Silgadas para a Casa da Cultura de Caldas de Reis.
Abstract: Northern Portugal has been considered by many researchers as an area of con-
vergence of two Prehistoric rock-art traditions - Atlantic Art and Schematic Art- which echo
wider connections at an European scale. In North-western Iberia, their distribution seems to be
largely complementary. Atlantic Art and Schematic Art are general concepts, grounded upon a
1. introdução
De tal modo é estruturante o Atlântico na leitura da Geografia do território
português que convencional e intuitivamente o percorremos no sentido poente-
nascente. É, por isso, do senso comum conotar-se a expressão “Trás-os-
Montes” com as terras que se estendem para além da muralha montanhosa que
aparta a província “oceânica” litoral da extensão ocidental da peneplanície da
Meseta (Lautensach, 1995). Contudo, sendo certo que essa asserção pode ser
aplicada à zona da Serra do Marão, no seu limite Sul, a verdade é que, tomando
em consideração os limites administrativos actuais, o ocidente de Trás-os-
Montes coincide precisamente com a zona mediana dessa região geomorfoló-
gica, composta por montanhas geralmente graníticas e conhecida por sistema
“Galaico-Duriense». Este cordão montanhoso começa na fronteira das Astúrias
com a Galiza e Leão, ruma no sentido SSW e atravessa a fronteira portuguesa
(Lautensach, 1995: 13-14), inserindo-se em praticamente toda a sua extensão
até ao Douro, dentro das fronteiras administrativas de Trás-os-Montes. Assim
sendo, esta região não compreende apenas as terras para além dos Montes, mas
também os Montes propriamente ditos, absorvendo todas as propriedades deste
sistema montanhoso definidor de uma fronteira geográfica entre o Portugal
Atlântico e o Portugal Continental. Por isso, convencionou-se dividir geogra-
ficamente esta região em Trás-os-Montes Ocidental e Trás-os-Montes Oriental,
o que se consubstanciou na separação administrativa entre os distritos de Bra-
gança, a Leste, de planalto, e o de Vila Real, a Oeste, de montanha.
7. epílogo
Esta síntese traz à luz um acervo de sítios rupestres em Trás-os-Montes
Ocidental cujo alcance estará ainda longe da realidade. Como vimos, as fontes
para a sua constituição são muito diversas e com um grau de informação am-
plamente diferenciado. Na impossibilidade de revermos todas as referências
coligidas no âmbito deste trabalho, a análise fica inevitavelmente condicionada
pela disparidade nos critérios de inventariação, cuja uniformização só será pos-
sível com uma extensa reavaliação dos sítios no terreno. A realizar-se, estamos
seguros que trará novidades e informações adicionais sobre muitas ocorrências,
como tivemos amiúde ocasião de demonstrar na revisão que efectuamos.
Uma das ideias centrais que sobressai desta análise regional é a confir-
mação de que Trás-os-Montes Ocidental parece funcionar como «área de tran-
sição»/fronteira, a diversos níveis. Desde logo, o geográfico e climático, como
foi brilhantemente descrito por Orlando Ribeiro (1963). Na Pré-história Re-
cente, esta ‘fronteira’ parece manifestar-se, desde logo, nas diferentes formas
de marcação/construção do espaço por meio dos monumentos megalíticos e
na transição e interpenetração de tendências culturais diversas, revelada, por
exemplo, na convergência espacial de duas das grandes tradições artísticas pré-
históricas do Noroeste Peninsular, a Arte Atlântica, cuja distribuição mostra
uma maior incidência na região ocidental da área de estudo e a Arte Esquemá-
tica pintada em abrigos rochosos, que tende a ocorrer a oriente. Esta fronteira
parece manter-se (ou renovar-se?) na Idade do Ferro, visto que se vem consi-
derando a hipótese de que a separação entre os distritos de Bragança e Vila
Real coincidirá, grosso modo, com fronteiras étnicas e culturais e que parece
Bibliografia
ALMAGRO-BASH, Martin (1966). Las estelas decoradas del Suroeste peninsular. Biblioteca Praehistorica
Hispana, 8. Consejo Superior de Investigaciones Científicas, Madrid.
ALARCãO, Jorge (1986). A Arte do Bronze Final e da Idade do Ferro, História da Arte em Portugal, vol. I, Ed
Alfa: 57-65.
ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de (1983). Cultura Castreja. Evolução e Problemática. Arqueologia, 8, Porto,
pp. 70-74.
ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de (1986). Arte castreja. A sua lição para os fenómenos de assimilação e re-
sistência à romanidade. Arqueologia, nº 13: 161-172.
ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de; JORGE, Vítor Oliveira (1979). A Estátua-Menir de Faiões (Chaves). Tra-
balhos do Grupo de Estudos Arqueológicos do Porto, GEAP, 2, Porto.
ALVES, Francisco Manuel (1931). Chaves. Apontamentos arqueológicos. Câmara Municipal de Chaves, Chaves.
ALVES, Francisco Manuel (1934). Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança: arqueologia, et-
nografia e arte. Emp. Guedes, Tomo IX, Porto.
Alves, Lara Bacelar (2002). The Architecture of the Natural World – evidence from rock art in western Iberia, in C.
Scarre (ed.), Monuments and Landscape in Atlantic Europe, chapter 4, Routledge, London. New York, pp. 51-69.
1
Posteriormente, num manuscrito de 1721, Memórias de Anciães, da autoria de João Pinto de Morais e António
de Sousa Pinto, faz-se referência aos «caracteres» pintados numa fraga vertical e à existência de um «portal» pró-
ximo daquela rocha, através do qual se acede a uma «grande salla com assentos á roda». Este texto terá servido
de base à descrição publicada pelo Contador de Argote, segundo relata o Abade de Baçal (Alves, 1934: 635).
M. P. Prieto Martínez
LabOratOriO de PatrimONiO, PaLeOambieNte y PaiSaje. iNStitutO de
iNveStiGaCiONeS teCNOLóGiCaS, uNiverSidade de SaNtiaGO de COmPOSteLa
O. Lantes Suárez
uNidade de arQueOmetría, riaidt - ediFiCiO CaCtuS, uNiverSidade de
SaNtiaGO de COmPOSteLa
A. Martínez Cortizas
dePartameNtO de edaFOLOGía y QuímiCa aGríCOLa, uNiverSidade de SaNtiaGO
de COmPOSteLa
introducción
El objetivo de este trabajo es presentar dos enterramientos localizados en
la provincia de Ourense (fig. 1), la cista de A Forxa excavada en 1995 por F.
A Forxa (Fx)
A Forxa se localiza en Vilariño de Touzas (ayuntamiento de Riós), se situa
en la cuerda de una dorsal no muy alta (800 m.s.n.m.), de considerable anchura
y bastante llana, que se inscribe en un dominio de valle amplio jalonado por el
Río de Serranova. Se trata de una cista de forma rectangular, orientada E-W,
formada por cuatro losas de pizarra, y tapada con, al menos, dos lajas del
mismo material. Fue localizada por un vecino del lugar mientras realizaba la-
bores agrícolas en su finca, así que únicamente se pudo documentar lo que
quedaba de la cista, una vez dicho vecino avisó del hallazgo. Aún así, se cons-
tató que su estructura de cuatro losas de esquisto, de 1,50 m en el eje E-W,
0,90 m en el eje N-S y 0,60 m de profundidad, estaba construida sobre un foso
excavado directamente en el sustrato mineral (Méndez 1995).
En su interior se recogieron los fragmentos de cuatro cacharros de cerá-
mica que responden a un patrón formal muy homogéneo (fig. 2, izquierda).
Todos ellos son de perfil troncocónico y su tamaño oscila entre 0,9 y 1,2 litros.
Se aprecia la técnica de urdido en el modelado, junto con unas texturas com-
pactas medias, en las que predomina la mica como desgrasante más visible y
cameixa (cx)
Cameixa se localiza en Figueiroa (Boborás), próximo al conocido Castro
de Cameixa, al pie de los Montes do Testeiro -Terra do Carballiño-, en una
zona de valles interiores que vierte en el río Víñao, afluente del Miño. En con-
creto se emplaza en un pequeño rellano a 407 m.s.n.m. situado en la ruptura
Análisis físico-químicos
El análisis de XRD (fig. 3) desvela que el
mineral predominante del cacharro de Ca-
meixa es el cuarzo (50%), seguido del feldes-
pato potásico microclina (20%). Los otros tres
minerales detectados son plagioclasa, mica,
moscovita y haloisita con un 20, 11 y 10%, res-
pectivamente. Los porcentajes se establecen en
base a la fracción cristalina de la cerámica.
Esta composición encuadra la cerámica en una
mineralogía granítica de tipo alcalino.
Figura 3. XRD de
las tres piezas anali-
zadas
comentarios finales
Los recipientes de estas dos tumbas, al igual que los hallados en las fosas
y cistas gallegas del Bronce Inicial, parecen el resultado de una despreocupa-
ción por hacerlos funcionales en la vida cotidiana. De hecho, parecen fabrica-
dos específicamente para el enterramiento, ya que la apariencia final
relativamente cuidada del recipiente y el interés por tener una mezcla de arcillas
seleccionadas por su granulometría homogénea y angulosa no se corresponde
con la mala calidad técnica del modelado (churros irregulares y casi mal pe-
gados, sobre todo en Cameixa).
Así, el recipiente de Cameixa, cremación de finales el III milenio BC y
de procedencia local, mantiene una tradición regional en el tratamiento de la
pasta y en la decoración, pero en un nivel morfológico muestra influencias fo-
ráneas lejanas, de la zona costera de Bretaña hasta Bélgica. Ello es coherente
con algunos indicios encontrados en otras zonas de Europa. y en particular, en
el yacimiento de Forno dos Mouros (Toques, A Coruña), que hemos relacio-
nado también con Bretaña (Prieto et al. 2008). Se está demostrando que las
ideas se transmiten más fácilmente con el movimiento físico de algunas per-
sonas (Salanova 2000) siendo una hipótesis general que el intercambio de mu-
jeres puede ser una de las causas de esta transmisión (Vander Linden 2007).
Por otro lado, los recipientes de A Forxa, inhumación de mediados del II mi-
lenio BC y de procedencia no estrictamente local, mantiene, en cambio, una tra-
dición regional en el tratamiento de la pasta, como Cameixa, y sub-regional en su
morfología y tamaño. Expresa posiblemente el movimiento, los intercambios y
las relaciones entre diferentes comunidades ubicadas dentro de un territorio amplio
y relativamente alejado del lugar en el que los recipientes fueron depositados.
Reconocimientos
Este artículo está realizado en el marco del proyecto titulado “Aplicación
de técnicas arqueométricas ao estudo da cerámica antiga de Galicia” (código:
PGIDIT07PXIB236075PR) concedido por la Dirección Xeral de Investigación,
Desenvolvimento e Innovación (I+C+I), Xunta de Galicia dentro del Programa
de Promoción Xeral de Investigación do Plan Galego de Investigación, Des-
envolvemento e Innovación Tecnolóxica (INCITE) de 2007.
Bibliografía
Bettencourt A.-M.-S., Dinis A.-P., Silva A., Veiga A.-M., Ribeiro E., Cardoso H., Boas L.-V., Amorim
M.-J. 2004. A estaçâo arqueológica das Boucinhas, Regueira, Vitorino de Piâes, Ponte de Lima (Norte de
Portugal). Portugalia NS, XXV: 91-114. Porto.
Bettencourt A.-M.-S. 1982. A propósito de um vaso tronco-cónico do Museu de Aveiro. Arqueologia, 5: 40-
43. Porto.
Convertini F., Querré G. 1998. Apports des études céramologiques en laboratoire à la connaissance du Cam-
paniforme: résultats, bilan et perspectives. Bulletin de la Société Préhistorique Française, 95 (3): 333-341.
Paris.
Criado Boado F., Amado Reino X., Martínez López M. C., Cobas Fernández I., Parcero Oubiña C. 2000.
Programa de Corrección del Impacto Arqueológico de la Gasificación de Galicia. Un ejemplo de gestión
integral del patrimonio arqueológico. Complutum, 11: 63-85. Madrid.
Fokkens, H. 2005. Le début de l’Âge du Bronze aux Pays-Bas et l’Horizon Holversum ancien. Bourgeois,
J. et Talon M (eds.). L’Âge du Bronze du Nord de la France dans son contexte européen: 11-33. Paris: Édi-
tions du Comité des Travaux Historiques et Scientifiques.
González F., Iglesias M., Martínez J.-R. 1974. Mapa Geológico 1:50.000 y Memoria explicativa de la hoja
nº (187, 6-10, Ourense). Publicaciones del I.G.M.E.
Guerra Doce E. 2006. Sobre la función y el significado de la cerámica campaniforme a la luz de los análisis
de contenidos. Trabajos de Prehistoria, 63 (1): 69-84. Madrid.
Juan-Tresserras J. 1997. Preparación y procesado de productos vegetales. Aportaciones del estudio de fito-
Abstract: This paper presents preliminary results of the study of the ceramic of an ar-
chaeological site composed by several pits, Fraga do Zorro (Abedes, Verín, Ourense). Both, for-
mal and archaeometrical studies were performed on a completely inedit material, composed by
a set of 43 recipients. The assembly contains previously unknown forms in the ceramic record
of Galicia (NW Spain). The mineral and elemental compositions are quite diverse. Although the
introducción
El objetivo de este trabajo es presentar de manera preliminar la cerámica
del yacimiento fosas de Fraga do Zorro (Abedes, Verín, Ourense). El yaci-
miento fue descubierto en 1995 durante los trabajos de seguimiento y control
arqueológico del subtramo de la autovía Rías Baixas: Fumaces-Estivadas, tra-
bajo dirigido por M. González Méndez. Se recuperaron durante esta fase de
trabajo 622 fragmentos (sólo 8 decorados) (Prieto 1998 y 2001), la mayor parte
de los cuales podían asociarse a la Edad del Bronce, pero el 8,6% (54 piezas)
presentaban una adscripción medieval, moderna o indeterminada. Estos frag-
mentos aparecieron en varias concentraciones localizadas en la ruptura de pen-
diente cóncava de un escarpe y a los pies de un picacho rocoso, en una
superficie muy amplia tanto sobre el trazado de la autovía como en las áreas
de escombrera, con una extensión de unas 2,1 hectáreas.
El yacimiento fue excavado posteriormente por D. Gil Agra, una de las au-
toras de este trabajo. Está situado en una ladera de fuerte pendiente orientada al
norte y presenta, al menos, cuarenta estructuras arqueológicas, entre las que des-
tacan treinta fosas, una estructura de combustión, ocho agujeros de poste y una
zanja (fig. 1). El yacimiento se extiende probablemente más allá de los límites
impuestos por la obra. Estas estructuras se distribuyen en dos concentraciones
básicamente, una al NE y otra al SW. En el NE se concentran once de las estruc-
turas: la zanja, siete fosas y tres agujeros de poste. La zanja no era de mucha pro-
fundidad y tenía más de 9 m de longitud, con un trazado en S suave desde su
remate en el SW continuando hacia el NE, donde se documentaron tres agujeros
de poste insertados en la misma. En ese lado, se encuentraba interrumpida por el
perfil de delimitación de la excavación. Ésta podría haber funcionado como de-
limitación de espacios dentro del yacimiento o entre el yacimiento y su exterior.
La mayor parte de las estructuras, de tamaños muy variables, se agrupa-
ban en el SW: veintitrés fosas, una hoguera y cinco agujeros de poste. Los agu-
Figura 3. Variantes decorativas de la cerámica del yacimiento de Fraga do Zorro (fotografías realizadas
por Y. Porto Tenreiro)
Cabe destacar que hay una cierta variedad de mamelones, que se pueden
clasificar en tres tipos morfológicos: un grupo de mamelones de gran tamaño,
planta circular y perfil redondeado (CA1 y 32); otro grupo de mamelones de
Análisis arqueométricos
A partir de los rasgos formales de la cerámica y dada la variabilidad re-
gistrada, se seleccionaron 34 recipientes (el 84% de los recipientes del yaci-
miento). Además se incluyó una ficha de cerámica (n480), una pieza que podría
formar parte de un crisol (n432), y una muestra de argamasa extraída del re-
vestimiento de una de las fosas del yacimiento (h001). Todo el material selec-
cionado se ha recuperado en la excavación.
El análisis mineralógico permitió identificar un total de diez minerales. Cinco
de ellos son muy frecuentes (presentes en todas o casi todas las piezas): cuarzo,
feldespato potásico (microclina), plagioclasa, haloisita y mica; tres, anfíbol, cao-
linita y clorita son frecuentes (identificados en un 15 a un 25 % de las muestras),
y dos, hematita y talco, son ocasionales (<1% de presencia) (Tabla 1, parte supe-
rior izquierda). En relación a la abundancia, definida como la concentración media
de un mineral en las cerámicas en las que está presente, se observa como el cuarzo
y la plagioclasa son los minerales más abundantes (>25%), seguidos de la clorita,
los feldespatos potásicos y la haloisita (≈10-15%). La mica, el anfíbol, la hematita,
la kaolinita y el talco son poco abundantes (concentración media inferior al 10%).
Es de destacar el caso de dos minerales, la clorita que es muy poco frecuente pero
abundante, y la mica, que es muy frecuente pero su concentración en las pastas
es baja. El resto de los minerales siguen la tendencia de muy frecuentes y abun-
dantes a poco frecuentes y poco abundantes. Hay que destacar la elevada desvia-
ción típica de la abundancia mineral, lo que refleja una alta variabilidad
composicional de las cerámicas que oscilan entre términos félsicos y máficos.
La comparación de la composición
de las cerámicas con la distribución de
los materiales geológicos en el entorno
del yacimiento nos permite extraer in-
Figura 5. En la parte superior: Grupos Geoquí- formación acerca de la posible proce-
micogeoquímico-Mineralógicosmineralógicos. dencia (ver mapas I.G.M.E. nº 303:
En la parte inferior se muestran los dibujos de
los recipientes analizados agrupados según la
Nuño y López 1981). La litología es
geoquímica y la minreralogía bastante homogénea, siendo mayorita-
comentarios finales
Debemos resaltar la excepcionalidad de este yacimiento en la región. Es
un ejemplo único de necrópolis de fosas del Bronce Inicial en Galicia, exca-
vado recientemente y bien contextualizado. Posee una datación que lo ubicaría
perfectamente en el Bronce Inicial gallego de contextos campaniformes y es
coherente con las dataciones de algunos yacimientos tanto funerarios con do-
mésticos.
En lo que se refiere a los materiales, el yacimiento muestra asimismo no-
vedades interesantes para la región. Es la primera vez que se documentan fichas
cerámicas asociadas a un yacimiento de este tipo y de esta cronología tan an-
tigua en el NW de la Península Ibérica. La variabilidad cerámica es enorme,
documentándose nuevas formas desconocidas en yacimientos gallegos: las
morfologías y las decoraciones plásticas ofrecen una cierta variabilidad, su-
brayada por el predominio las formas que habitualmente son escasas en los
asentamientos del mismo periodo y por el desarrollo de decoraciones plásticas
que, nuevamente son escasas en los asentamientos y parecen tener un papel
más funcional que decorativo. La clasificación de la cerámica requiere esta-
blecer grupos o bien a partir de las morfologías o bien a partir de los rasgos
decorativos.
Se observan ciertos indicios formales y técnicos en los recipientes que
nos llevan a pensar que algunas de las fases de manufacturación responden a
una cierta despreocupación por la calidad de los recipientes, como si éstos fue-
sen fabricados con la intención de ser incorporados a las tumbas.
Las cerámicas se pueden clasificar, en base a su composición geoquímica
y mineralógica en cinco grupos: los dos primeros félsicos, es decir, ricos en
minerales característicos de granitos y esquistos y en sus elementos asociados.
Reconocimientos
Este artículo está realizado en el marco del proyecto titulado “Aplicación
de técnicas arqueométricas ao estudo da cerámica antiga de Galicia” (código:
PGIDIT07PXIB236075PR) concedido por la Dirección Xeral de Investigación,
Desenvolvimento e Innovación (I+C+I), Xunta de Galicia dentro del Programa
de Promoción Xeral de Investigación do Plan Galego de Investigación, Des-
envolvemento e Innovación Tecnolóxica (INCITE) de 2007.
Bibliografía
Aboal Fernández, R.; Ayán Vila, X.; Criado Boado, F.; Prieto Martínez, Mª P.; Tabarés Domínguez,
M. 2005. Yacimientos sin estratigrafía: DEV, ¿un sitio cultual de la Prehistoria Reciente y la Protohistoria
de Galicia?. Trabajos de Prehistoria, 62 (2): 165-180.
Curet, L. A.. 1997. Technological changes in prehistoric ceramicsfrom eastern Puerto Rico: an ex-
ploratory Study. journal of Archaeological Science, 24: 497-504.Academic Press Limited.
Gosselain, O. P. 1992. Bonfire of the Enquiries. Pottery Firing Temperaturas in Archaeology: What
For?. journal of Archaeological Science, 19: 243-259.
Martínez-Cortizas A., Prieto-Lamas B, Lantes-Suárez Ó, Prieto-Martínez Mª P. 2008 (en prensa).
Análisis elemental y cromático de cerámica Prehistórica del Área Ulla-Deza (NW de la Península Ibérica).
Actas del VII Congreso Ibérico de Arqueometría (Madrid 2007).
Martínez-Cortizas, A; Lantes-Suárez, O & Prieto-Martínez, P. 2009 (en prensa). Análisis Arqueomé-
trico de la Cerámica prehistórica del Área Ulla-Deza. En M. P. Prieto-Martínez, F. Criado-Boado y A. Ro-
dríguez Costas (Coords.): Autopista al pasado. Arqueología y paisaje en la ACEGA, entre Santiago y el
Alto de Santo Domingo. Traballos de Arqueoloxía e Patrimonio. Santiago de Compostela.
Nóvoa-Muñoz, J. C.; Queijeiro, J. M. G.; Blanco-Ward, D.; Álvarez-Olleros, C.; García-Rodeja; E.
& Martínez-Cortizas; A. 2007. Arsenic fractionation in agricultural acid soils from NW Spain using a se-
cuential extraction procedure. Science of the Total Environment, v. 378, p. 18-22. Elsevier.
Prieto-Martínez, Mª P. 1999a. Forma, estilo y contexto en la cultura material de la Edad del Bronce
gallega: cerámica campaniforme y cerámica no decorada. Tesis doctoral editada en CD-Rom (1999). San-
tiago de Compostela: Facultade de Xeografía e Historia, Departamento de Historia I, Universidade de San-
tiago de Compostela.
Prieto-Martínez M.-P. 1999b. Caracterización del estilo cerámico de la Edad del Bronce en Galicia:
Cerámica Campaniforme y cerámica no decorada, Complutum, 10: 71-90.
Prieto-Martínez, M.-P. 2001. La Cultura Material Cerámica en la Prehistoria Reciente de Galicia:
Yacimientos al Aire Libre. Trabajos en Arqueología del Paisaje, 20. LAFC. Santiago de Compostela.
Prieto Martínez M.-P., Lantes Suárez O., Martínez Cortizas A. 2008. O campaniforme cordado de
Resumen: El trabajo aquí presentado pretende, a través del análisis y estudio comparativo
de la denominada estela antropomorfa de Muíño de San Pedro (Oímbra, Ourense) y de su iden-
tificación como estatua-menhir equiparable a las piezas del mismo tipo del Norte de Portugal,
servir como ejercicio de reflexión sobre las formas de apropiación del pasado por parte de las
sociedades galaicas de la Edad del Hierro sometidas, ya, al influjo cultural romano. El objetivo
fundamental del trabajo consiste en presentar una hipótesis sobre cómo se produjo la negocia-
ción, dentro de las sociedades de Edad del Hierro del Noroeste peninsular, entre las formas cul-
turales indígenas, algunas de ellas muy antiguas y reutilizadas de etapas anteriores, y las nuevas
formas culturales romanas.
Palabras clave: Noroeste de la Península Ibérica, Edad del Bronce, Edad del Hierro, Es-
tatuas-menhir; epigrafía latina; hábito epigráfico; interacción cultural.
Abstract: This paper carries out the analysis and comparative study of the anthropomor-
phic stele from Muiño de San Pedro (Oímbra, Ourense, Spain) and proposes to identify it as
statue-menhir, similar to other items from Northern Portugal. Our work aims to present a model
of thinking on the ways Iron Age societies from Gallaecia, under roman cultural influence, as-
similated their own past. Our main purpose is to formulate a hypothesis on the cultural negoti-
ation between the old indigenous cultural traditions from this geographic area and the new
cultural ways introduced by the romans.
Keywords: NW Iberian Peninsula; Bronze Age; Iron Age; Statue-menhirs; Latin epigra-
phy; Epigraphic habit; Cultural interaction.
3. la reutilización de la pieza
en época romana: un nuevo signi-
ficado para una pieza antigua
La estatua-menhir de Muíño de
San Pedro, tallada en la Edad del
Bronce, conoció una reutilización, al
menos, con posterioridad a la con-
quista, por Roma, de los territorios del
NO peninsular. No descartamos, si-
guiendo, a este respecto a Betten-
court56, que, al igual que otras piezas
de este mismo grupo escultórico, la
Figura 5. Estelas antropomorfas peninsulares con
pieza de Muíño de San Pedro haya presencia de motivo subrectangular: A. Preixana
conocido otras reutilizaciones anterio- (fuente: Almagro Basch 1974: 25); B. Tremedal de
res, tal y como parece haber sucedido, Tormes (fuente: López Plaza et al. 1996: 299)
por ejemplo, con la estatua-menhir de
Chaves que, según Jorge y Almeida57, puede haber sido, en origen, un menhir
fálico al que, posteriormente, se le grabaron distintos atributos antropomorfos
y armas en dos momentos diferentes, hasta que, por último, fue, posiblemente,
Bibliografía
Abascal Palazón, J. M. 1994: Los nombres personales en las inscripciones latinas de Hispania. Mur-
cia.
Alarcaô, J. de 2003: “As estátuas de guerreiros galaicos como representaçôes de príncipes no contexto da
organizaçâo político-administrativa do noroeste pre-flaviano”. Madrider Mitteilungen, 44. 116-126.
Albertos Firmat, Mª L. 1966: La onomástica personal primitiva de Hispania. Tarraconense y Bética. Sala-
manca.
Albertos Firmat, Mª L. 1979: “La onomástica de la Celtiberia”. In: A. Tovar, M. Faust, F. Fischer, M. Koch
(eds.) Actas del II Coloquio sobre lenguas y culturas prerromanas de la Península Ibérica. Salamanca: 131-
167.
Albertos Firmat, Mª L. 1985: “La onomástica personal indígena del noroeste peninsular (astures y galaicos)”.
In: J. de Hoz (ed.), Actas del III Coloquio sobre lenguas y culturas paleohispánicas. Salamanca: 255-310.
Albertos Firmat, Mª L.: 1985-1986: “La onomástica personal indígena en la región septentrional”. In: J.
Gorrochategui, J. L. Melena, J. Santos (eds.), Studia Palaeohispanica. Actas del IV Coloquio sobre lenguas
y culturas paleohispánicas. Veleia 2-3: 155-194.
Almagro Basch, M. 1974: “Nuevas estelas decoradas de la Península Ibérica”. In: E. Ripoll (ed.). Miscelánea
arqueológica. XXV Aniversario de los Cursos Internacionales de Prehistoria y Arqueología en Ampurias
(1947-1971). Barcelona: 5-39.
Almagro-Gorbea, M.1993: “Les stèles anthropomorphes de la Péninsule Ibérique”. In. J. Briard, A. Duval
*
Este trabajo no habría sido posible sin el apoyo de João Ponte, Raimon Graells, Pedro López Barja, Leo-
nardo García Sanjuan, Beatriz Comendador, José Luis Méndez, Rosa Brañas, José Paulo Francisco, Orlando
Sousa y Anna Bettencourt. Todos ellos, de un modo u otro, me han ayudado, guiado y orientado, en las dis-
Resumo: Desde uma perspectiva histórica e antropológica, as regiões fronteiriças são lu-
gares especialmente interessantes pelas formas de cultura material híbrida que produzem. A área
de Trás-os-Montes ocidental e sul da província de Ourense é um bom exemplo de uma zona
entre zonas culturais no final da Pré-História, particularmente na Idade do Ferro. Neste trabalho
centrar-me-ei na cultura material distintiva desta região, propondo que esta peculiaridade pode
ser explicada como o resultado das muitas transacções culturais que tiveram lugar entre zonas
cultural e politicamente diferentes: a área do noroeste de Portugal, caracterizada na Segunda
Idade do ferro por grandes oppida, e a área de Trás-os-Montes oriental, ocupada por pequenos
castros e com fortes influências da Meseta.
Palavras-chave: Fronteira, hibridização, cultura material.
Abstract: From an historical and anthropological perspective, frontier regions are es-
pecially interesting places for the hybrid cultural forms to which they give rise. The area of
western Trás-os-Montes and southern Ourense province is a good example of buffer zone be-
tween cultural areas during the Late Prehistory, especially the Iron Age. In this paper, I look at
the distinctiveness of the material culture of the region and propose that its peculiarity may be
explained as a result of the manifold cultural transactions that took place between culturally
and politically different zones: the area of north-western Portugal, characterised in the Late
Iron Age by large oppida, and the area of Trás-os-Montes to the east, occupied by small hillforts
and with strong influences from the Spanish Meseta.
Keywords: Frontier, hybridisation, material culture.
Bibliografia
Álvarez-Sanchís, J. R. 2003. Límites y fronteras de la Edad del Hierro en la Meseta Occidental. Bo-
letín Auriense 33: 95-114
Freitas, A.M. 2001. Carta arqueológica. Valpaços: Câmara Municipal de Valpaços.
Gardner, A. 2007. Fluid frontiers: cultural interaction on the edge of Empire. Stanford journal of Archaeology
5: 43-60.
González García, F.J., Parcero Oubiña, C., Ayán Vila, X. no prelo. Iron Age societies against the state. An
account on the emergence of the Iron Age in the NW Iberian Peninsula. In T. Moore e L. Armada (eds.):
Western Europe in the First Millennium BC: Crossing the divide. Oxford University Press.
González Ruibal, A. 2005. El castro de Saceda y la jerarquización territorial de la Segunda Edad del Hierro
en el noroeste ibérico. Zephyrus 58: 267-284.
González Ruibal, A. 2006-2007. Galaicos. Poder y comunidad en el noroeste de la Península Ibérica (1200
a.C. – 50 d.C.). A Coruña: Museo de San Antón.
Kopytoff, I. 1987. The African frontier: The reproduction of traditional African societies. Bloomington: In-
diana University Press.
Ladra Fernandes, X.L. 2005. Análisis territorial de la distribución de hallazgos de torques áureos de la II
Edad del Hierro en el noroeste peninsular. Em Bronce Final y Edad del Hierro en la Península Ibérica (C.
Cancelo, A. Esparza e A. Blanco, eds.). Salamanca: Universidad de Salamanca, 94-110
Lemonnier, P. 1992. Elements for an anthropology of technology. Michigan, Ann Arbor, MI: Museum of
Anthropology, University of Michigan.
Lightfoot, K.G. e Martínez, A. 1995. Frontiers and boundaries in archaeological perspective. Annual Review
of Anthropology 24: 471-92.
Skibo, J. e Schiffer, M. 2007. People and things. A behavioral approach to material culture. New York:
Springer.
Abstract: In this article we develop a critical analysis of the Galician Archaeology using
as example the archaeological work of X. Taboada Chivite. We try to show the interaction be-
tween Politics and Archaeology not only in the nationalist Archaeology of the 30’s but also in
the Celticist and fascist Archaeology in 40’s and 50’s. In this sense, we deal with the development
of a strong relation along the XXth century between the Galician archaeology and northern
Portuguese Archaeology. This ideological and political framework explains the predominant
vision on Iron Age in this borderland of the Iberian Peninsula.
Keywords: Iron Age, Taboada Chivite, historiographical analysis, Galician Archaeology.
1. introdución
O presente congreso transfronteirizo que estamos a desfrutar na vila de
Pola súa vez, o autor de Verín reproduce a vertente esencialista na súa in-
vestigación etnográfica; para Risco e os etnógrafos do SEG resultaba funda-
mental a recolleita sistemática das manifestacións culturais do Volksgeit
galaico, evidencias materiais e espirituais da súa pervivencia ao longo do
tempo. Na liña de Murguía, defendíase un continuismo esencialista entre a Pro-
tohistoria e o folklore tradicional do campesiñado galego, facendo fincapié nas
pervivencias, fosilizadas no presente etnográfico (Calo 2004: 35-7). Taboada
vai explorar esa vía de estudo, xunguindo Etnografía e Arqueoloxía, remitindo
continuamente a supervencias de antigos ritos orixinarios no substratum étnico
galaico (1949: 25-6; 1975: 101), xa fose céltico ou anterior, oemstrímnico, se-
guindo a vella tese de Cuevillas e Bouza Brey (1929).
A coherencia e continuismo dos presupostos teóricos manexados polo
autor verinés ao longo de toda a súa obra constátase tamén na vertente meto-
Esta cita (con valor etnolóxico de seu) amosa ben ás claras a ollada et-
noarqueolóxica de Taboada Chivite, unha mirada que combina a estética da
Bibliografía
Acuña Castroviejo, F. 1992. A Obra arqueolóxica de Fermín Bouza-Brey. En Filgueira Valverde, X., García
Martínez, C., Acuña Castroviejo, F. e Enríquez, X. M.: Fermín Bouza Brey (1901-1973). Unha fotobiografía:
291-99. Vigo: Edicións Xerais de Galicia.
Acuña Castroviejo, F. 1998. As escavaciós galego-portuguesas no mundo castrexo no contexto dos intercam-
bios culturais e científicos neste século. Cadernos do Museo Muncipal de Penafiel 2. Homenagem a C. A.
Ferreira de Almeida: 29-36. Penafiel.
Arias Vilas, F. 1995. Chamoso Lamas e a Arqueoloxía lucense, unha revisión. En Lugo no obxectivo de
Chamoso Lamas: 39-60. Lugo: Museo Provincial, Deputación de Lugo.
Arias Vilas, F. 2007. Xesús Taboada Chivite e o galaico-romano: a lembranza dun home o e dunha intución
científica. Boletín Auriense, 37: 99-108.
Armada Pita, X. 1999. Unha revisión historiográfica do celtismo galego. En Os Celtas da Europa Atlántica.
Actas do 1º Congreso Galego sobre a Cultura Celta (Ferrol, agosto 1997): 229-72. Ferrol: Concello de Fer-
rol.
Armada Pita, X. 2004. Pericot e a Arqueoloxía galega. Ensaio de aproximación. Gallaecia, 23: 251-77. Sada:
Ediciós do Castro.
Ayán Vila, X. M. 2006. A citania de Montealegre e a xénese da arqueoloxía galeguista. En Aboal Fernández,
R. e Castro Hierro, V. (eds.): O castro de Montealegre (Moaña, Pontevedra): 19-53. Noia: Toxosoutos.
Ayán Vila, X. M. 2008. Neixón 1925: a prol da recuperación da memoria histórica da arqueoloxía galega. En
Ayán Vila, X. M. (coord.): Os castros de Neixón II: de espazo natural a paisaxe cultural: 17-56. Noia: Tox-
osoutos.
Bobillo, F. 1981. Nacionalismo Gallego. La Ideología de Vicente Risco. Akal Universitaria, 36. Madrid: Akal.
Calo Lourido, F. 2003. Evocación e encadramento cultural de don Xaquín. Boletín Auriense, 33: 9-35.
Ourense: Museo Aequeolóxico Provincial.
Calo Lourido, F. 2004. A formación teórica de D. Xaquín Lorenzo. Croa, Boletín da Asociación de Amigos
do Museo de Viladonga, 14: 27-39. Viladonga.
Castelo Ruano, R.; Cardito Rollán, L.; Panizo Arias, I. y Rodríguez Casanova, I. 1997. Julio Martínez Santa-
Olalla. Vinculación y contribución a los organismos e instituciones arqueológicas españolas de postguerra.
En G. Mora y M. Díaz-Andreu (Eds.): La cristalización del pasado: génesis y desarrollo del marco institu-
cional de la Arqueología en España: 573-80. Málaga: Universidad de Málaga, CSIC.
Dasairas Valsa, X. 2006. Xesús Taboada Chivite. Arqueólogo, historiador, etnógrafo e ensinante. Vigo: Ir
Indo.
De Juana, J. E Prado, J. (coords.). 2006. Lo que han hecho en Galicia. Violencia política, represión y exilio
(1936-1939). Barcelona: Crítica.
Díaz-Andreu, M. 1993. Theory and Ideology in Archaeology: Spanish Archaeology Under the Franco Regime.
Antiquity, 67: 74-82.
Díaz-Andreu, M. 1997. Nación e Internacionalización. La Arqueología en España en las Tres Primeras Dé-
cadas del siglo XX. En G. Mora y M. Díaz-Andreu (Eds.): La cristalización del pasado: génesis y desarrollo
1
Apenas se teñen máis dados da participación de Taboada Chivite na xeira arqueolóxica á terra de Deza, xa
que, segundo parece, eses materiais se perderon tralo desmantelamento do SEG (Taboada Cid 1979: 11;
García Martínez 2007: 52). No intre de redactar esta comunicación estamos investigando nos fondos aínda
non catalogados do SEG que se conservan no IEGPS, onde existe diverso material disperso e inédito do labor
arqueolóxico dos membros do Seminario (Ayán 2008: 44, fig. 19). Por outra banda, referencias ao labor de
catalogación de castros da zona de Deza e a Estrada atópanse esparexidas tanto na obra arqueolóxica de
Cuevillas como na de Taboada Chivite.
2
Membros do stablishment ben situados na política arqueolóxica nesta etapa fascistoide do Novo Estado até
o cambio que acontece entre 1954-5. No III Congreso Nacional de Arquelogía celebrado en Galicia en 1953
todos forman parte (agás Luengo) da Comisión Executiva do mesmo (VV.AA. 1955: 11). O Congreso era
presidido, coma sempre, polo Almirante Bastarreche, el hombre que salvó a Pontevedra (op. cit.: 26).
3
Para levar a cabo escavacións arqueolóxicas dentro do sistema do Plan Nacional, obsérvase unha obediencia
tácita cara ás consignas do novo centralismo que concede os permisos, se ben, por outra banda, vemos que
as relacións e contactos personais son fundamentais para captar exiguas subvencións ou o simple interés do
Comisario General de Excavaciones Martínez Santa-Olalla.
4
Neste contexto as escavacións no castro de Cameixa de Xaquín Lorenzo e López Cuevillas (1986) e as de
García Rollán (1971) en Castromao son totalmente ecepcionais polo seu rexistro estratigráfico.
5
Sirva de exemplo o propio comentario de Taboada Chivite louvando o quefacer arqueolóxico de X. Ferro
Couselo: Outra tarefa que precísase salientar é a realizada no ámeto da arqueoloxía prehistórica: Baixo a
súa dirección e da do seu querido amigo Xaquín Lorenzo realizáronse escavacións prehistoricas coa máis
estricta metodización en técnica no Castromao e noutros xacementos de Galicia (Taboada Chivite 1975: 13).
6
O voluntarismo transfronteirizo nun intre no que non existe a Arqueoloxía académica entre eruditos minhotos
e galegos exemplifícase moi ben na seguinte cita de Abel Viana (1959-60: 209): Os nove anos decorridos
entre 1922 e 1931, em que residi nas freguesias de Seixas e Lanhelas, na margen do rio Minho, tendo em
frente extenso panorama da Galiza, foram decisivos na delibraçao por mim tomada, quanto a dedicarme
particularmente aos estudos arqueológicos. O meu contacto com o reducidísimo e pouco comunicativo
número de arqueólogos portugueses era escasso. Entregue a un puro autodidatismo, só as minhas relativa-
mente frecuentes relaçoes epistolares e a troca de artigos impresos com Hugo Obermaier, o Conde de la
Vega del Sella, juan Cabré, jesús Carballo e, sobretudo, com investigadores galegos, juan Domínguez
Fontela, Fermín Bouza Brey, Manuel Fernández Costas, Federico Maciñeira Pardo de Lama, joaquín
Lorenzo-Fernández, Pérez de Barradas e Florentino Cuevillas, prestaram o indirecto apoio científico ás
febrís jornadas que entâo eu realizava por montes e vales do Alto Minho [...] Foi, por tanto a estes prestimosos
e notáveis obreiros da arqueologia española que devi, e durante longo tempo, as primeiras substanciosas
informaçoes sobre a arqueologia peninsular e tambén os primeiros incentivos sinceros, fraternos, úteis, ver-
dadeiramente operantes. En 1929, Cuevillas, ao oferecer-me un ejemplar de ‘Os Oemstrimnios, Os Saefes e
a Ofiolatría na Galiza’, con várias notas marginais, do seu punho, dirixiu-me calorosa exortaçâo para que
eu proseguisse em tal ramo de investigaçôes.
7
Na área minhota, en 1919, investigadores vencellados á Universidade de Porto fundan a revista Trabalhos
de Antropologia e Etnologia, introducindo por primeira vez nos seus estudios a representación cartográfica
Abstract: It is the aim of this study to characterize j R Santos júnior’s scientific pro-
gramme of research in the context of the so called ‘Cultura Castreja’ [‘castro-culture’, I mil-
lennium BC archaeology of the NW of Iberian Peninsula] along four structural levels of analysis:
i) the ‘place of the past’, or the empirical evidence of the archaeological remains; ii) ‘theoretical
regionalisation’, or the regional ordering of the previously stated ‘facts’; iii) ‘social topography’,
or the spatial ordering of the people and institutions with and within which the author relates
to; iv) finally, the ‘place of the past’, when we shall conclude of the role that the author’s views
of the Past relates to and resonates his own time and psychology of research.
Keywords: j R Santos júnior; Geohistoriography; Trás-os-Montes (region of Portugal);
Historical Geography; History of Archaeology.
Questões introdutórias
Pode parecer estranho (e sei que o é para muitos) ver um geógrafo a tratar
comentários conclusivos
Havíamos dito que na conclusão tentaríamos inserir a organização histó-
rico-geográfica do programa de investigação de Santos Júnior no contexto mais
vasto da época a que pertenceu, e a natureza específica dessa relação. Três ins-
tâncias são, creio eu, suficientes para a caracterizar, ainda que suspensas de
posteriores adições ou revisões que a análise crítica da obra do investigador,
ou da sua biografia, possam acessoriamente revelar. O Tempo é a essência das
ciências históricas e portanto também da Arqueologia. O modo como os in-
vestigadores têm acesso à sua problematização e o modo como a inserem na
sua produção teórica é pois fundamental para a compreensão dos seus progra-
mas de investigação. Na época e no lugar deste investigador em concreto, o
Tempo significa Evolução - será por isso ao redor desta equivalência, que que
iremos delinear as três instâncias referidas, especificamente ‘belicismo’, ‘la-
marckismo’, ‘totalitarismo’.
A ‘valentia’ é uma qualidade nunca suficientemente valorizada por um
certo tipo de mundividência de fundo naturalista e que conheceu desenvolvi-
mentos extremados com a ‘Leibeskultur’ alemã das décadas que antecederam
a Segunda Guerra Mundial, e que conheceu desenvolvimentos semelhantes em
Portugal pela mesma época. A possibilidade de estarmos em presença de uma
tradução mais ou menos directa do contexto belicista da propaganda de um re-
i
J. R. Santos Jr. (1969). ‘O Professor Mendes Correia, fundador e 2.º presidente da Sociedade Portuguesa
de Antropologia e Etnologia’.
ii
J. R. Santos Jr. (1971) Antropologia (amplitude e finalidade desta ciência).
iii
J. R. Santos Jr. (1971) Antropologia (amplitude e finalidade desta ciência).
Abstract: The settlement of San Cibrán de Lás is link to the phenomenon located in southern
Galicia and northern Portugal that generates a series of large hillforts defined as citanias. Morphology
1. introducción
El Castro de San Cibrán de Lás se sitúa al Sur de la provincia de Orense
y es un referente histórico para la etapa final de la cultura castreña en el Nor-
oeste peninsular. El poblado estuvo ocupado desde el siglo II a.C. hasta el I-II
d.C. En este contexto, en la zona meridional de Galicia y en el norte de Por-
tugal aparece un fenómeno excepcional: la concentración de la población en
grandes asentamientos o citanias como la de San Cibrán de Lás. Se trata de un
yacimiento arqueológico que ha sido objeto de investigaciones desde los años
20, y pese a ciertos intervalos de abandono, se han retomado los trabajos hasta
desembocar en las recientes intervenciones de principios del presente siglo.
Las investigaciones realizadas llevaron a cabo la exploración de los puntos
más significativos del poblado, lo que supuso el conocimiento de las dimensio-
nes y la morfología básica de la ciudad, como son la extensión y las caracterís-
ticas principales de los sistemas defensivos, puertas, murallas, accesos, etc.
Desde el año 2000, se han reanudado los trabajos en una nueva fase de
intervención promovida por la Consellería de Cultura de la Xunta de Galicia,
que pretende la recuperación de los restos del yacimiento para su visita, obje-
tivo que ha requerido la realización de nuevas excavaciones así como la con-
solidación y estabilización de estructuras y el acondicionamiento de espacios.
Bibliografia
ALMEIDA, C.A.F. de, Escavaçoes no Monte Mozinho II. Centro cultural Penafidelis, Peñafiel
ÁLVAREZ, Y., L.F. LÓPEZ, M.A. LÓPEZ & P. LÓPEZ BARJA, Dos inscripciones inéditas del Castro de
San Cibrán de Las (San Amaro-Punxín, Ourense), Palaeohispanica 4, 2004, 235-244-
ALVAREZ GONZÁLEZ, Y. Y LÓPEZ GONZÁLEZ, L.F.: “La secuencia cultural del asentamiento de Laias:
evolución espacial y funcional del poblado”. Actas del 3º Congreso de Arqueología Peninsular. Volumen V,
Protohistoria de la Península Ibérica. Porto ADECAP, 2000.
BERNARDO STEMPEL, PATRIZIA DE, y MARCO V. GARCíA QUINTELA, Población trilingüe y divi-
nidades del castro de Lansbriga (NO de España), Madrider Mitteilungen (Wiesbaden), 49, 2008, 254-290.
CHAMOSO LAMAS, M: “Excavaciones arqueológicas en la Citania de San Cibrán de Lás y en el poblado
y la explotación minera de oro de época romana de Barbantes (Orense)“. Noticiario Arqueológico Hispánico,
III-IV (1953-54). Madrid, 1956, 114-130.
FARIÑA BUSTO, F. y XUSTO RODRIGUEZ, M.: “Coto de San Trocado (San Amaro-Punxín, Ourense)”.
Arqueoloxía-Informes, 2. Campaña de 1988. Xunta de Galicia, Santiago 1991, 209-214.
FERNANDEZ-POSSE, M.D.; SANCHEZ-PALENCIA, F.-J.; FERNANDEZ MANZANO, J.; OREJAS,
A.,1994: Estructura social y territorio en la Cultura Castreña. Cuadernos de Antropología e Etnología XXXIV
3-4. Porto. 191-208.
FERNANDEZ-POSSE, M.D.; SANCHEZ-PALENCIA, 1998: Las comunidades campesinas en la cultura
castreña. Trabajos de Prehistoria 55.2, 127-150.
LOPEZ CUEVILLAS, F.: “A citania no monte A cibdade de San Cibrao das Lás”. Bol. de la Real Academia
Gallega, XIV, 1923-24, XV, 1925-26 y XVII, 1927-28.
LÓPEZ GONZÁLEZ. L.F, M.A. LÓPEZ MARCOS, Y. ÁLVAREZ GONZÁLEZ, Definición y recuperación
de estructuras en el Castro de San Cibrán de Las, CEG 51, 2004, 79-113.
OREJAS, A; SANCHEZ-PALENCIA RAMOS, F.J.: “Arqueología de la conquista del Noroerste de la Penín-
sula Ibérica. Actas del II Congreso de Arqueología Peninsular. Volumen IV, Arqueología romana y medieval.
Zamora 1996 Madrid 23-37.
PEREZ OUTEIRIÑO, B.: “Informe sobre las excavaciones arqueológicas de a Cidade de San Cibrán de Lás
(San Amaro-Punxín, Orense)”. Noticiario Arqueológico Hispánico, 22. Madrid, 1985, 211-259.
PEREZ OUTEIRIÑO, B: “A Cidade de San Cibrán de Lás. Objetivos e resultados das últimas instervencións
1
la superficie media de un asentamiento castreño no llega a 2 Ha.
2
Alvarez González, Y. y López González, L.F.: “La secuencia cultural del asentamiento de Laias: evolución
espacial y funcional del poblado”. Actas del 3º congreso de Arqueología Peninsular. Volumen V, Protohis-
toria de la Península Ibérica. Porto ADECAP, 2000.
3
Se documenta de forma clara en los castros leoneses occidentales, como el caso de San Juan de Paluezas en
Médulas (Fernandez-Posse, M.D.; sanchez-palencia, F.-J.; Fernandez Manzano, J.; Orejas, A.,1994: Estructura
social y territorio en la Cultura Castreña. Cuadernos de Antropología e Etnología XXXIV 3-4. Porto, 191-208).
4
Almeida, C.A.F. de, Escavaçoes no monte Mozinho II. Centro cultural Penafidelis, Peñafiel.
5
PÉREZ OUTEIRIÑO, B.: Informe sobre las excavaciones arqueológicas de A Cidade de San Cibrán de Läs
(San Amaro-Punxín. Ourense).Noticiario Arqueológico Hispánico, 22. Madrid, 1985 (211-259).
La excavación del acceso Este documentó en este sector ciertas peculiaridades excepcionales dentro del con-
junto del poblado: Los cuerpos de guardia se habían protegido con muros perpendiculares en los que se abrían
dos puertas y en el interior se documentaron materiales asociados a la ocupación residual de época romana
que aparece en este sector puntualmente, al igual que las construcciones adosadas en este punto a la muralla
de la croa, reflejo de una ocupación residual más tardía.
6
LÓPEZ CUEVILLAS, Fl.: A citania do monte A Cibdade en San Cibrao das Lás. Boletín de la Real Acade-
mia Gallega, XVII, 1927-28 (1-9 e 51-57).
7
Pérez Outeiriño, B.: Un singular resto arquitectónico en A Cidade de San Cibrán de Lás (San Amaro-Pun-
xín. Ourense), Portugalia. Nova Sèrie, VI/VII. Porto, 1985/86 (29-40).
8
Calo Lourido, F.: A plástica de la cultura castrexa galego-portuguesa, 2 vils. Fundación Pedro Barrie de la
Maza, Conde de FENOSA, A Coruña, 1994.
9
Luengo Martinez, J.M. (1955), Noticias sobre las excavaciones del castro de Elviña (La Coruña).NAH 3-4,
90-101.
10
Calo Lourido, F.: A plástica de la cultura castrexa galego-portuguesa, 2 vils. Fundación Pedro Barrie de la
Maza, Conde de FENOSA, A Coruña, 1994
11
López González, L.F.; Álvarez González, Y., López Marcos, M.A., Lopez Barja De Quiroga, P. (2004): Dos
inscripciones inéditas del Castro de San Cibrán de Lás (S. Amaro-Punxín, Ourense). Paleohispánica 4, 2004,
Zaragoza, pp. 235-244.
12
IRG vol. IV, provincia de Ourense, 1968, pieza nº89, pag. 92-93.
13
IRG. Vol. IV, provincia de Ourense, 1968, pieza nº 129, pag.131.
14
Patrizia de Bernardo Stempel,, Marco V. García Quintela, Población trilingüe y divinidades del castro de
Lansbriga (NO de España), Madrider Mitteilungen (Wiesbaden), 49, 2008, 254-290.
15
Sastre, I.: Los procesos de la complejidad social en el Noroeste peninsular: arqueología y fuentes literarias.
Trabajos de Prehistoria 61, nº2, 2004.
Abstract: Since 2005 archaeological works have been taking place in Crastoeiro under the
project “Estudo e Valorização do Património Arqueológico da Vertente Oeste do Monte da Senhora
da Graça, Mondim de Basto (Northern Portugal)”. This project, that was approved and is being
financed by IGESPAR and the local Municipality, has the main objective of writing the history of
the Hill of Nossa Senhora da Graça from Prehistoric to Contemporary Times.
With this paper we intend to present the results of the archaeological excavations carried
out in Crastoeiro, occupied from the Prehistory until the Romanization Period, with particular
emphasis on the Complexes of Rock Art and the Iron Age materiality found there. Our interpre-
tations will emphasize the problems that arise from the occupation and use of this archeological
site, as well as from its special relationship with the top of the Hill of Senhora da Graça, whose
configuration, altitude and view must certainly have had a big importance in the life of the com-
munities that existed here over time.
1. introdução
O Monte de Nossa Senhora da Graça, também designado por Monte Fa-
rinha localiza-se no distrito de Vila Real, no concelho de Mondim de Basto,
sendo partilhado pelas freguesias de Atei, Mondim de Basto e Vilar de Ferrei-
ros.
O nome por que popularmente é conhecido está relacionado com a exis-
tência, no seu cume, de um santuário mariano, dedicado a Nossa Senhora da
Graça, sendo um dos locais religiosos mais venerados na região.
De aspecto imponente pela altitude e pela configuração cónica, com pen-
dentes particularmente abruptas até à cota dos 500-450m, o Monte da Senhora
da Graça desfruta de um domínio visual de 360º devido à sua implantação no
remate de um maciço montanhoso, com orientação NE-SO e altitude média de
900 metros, que serve de separador entre os vales dos rios Tâmega e Cabril.
Pelas mesmas razões é visível de muitos quilómetros, constituindo-se como
um verdadeiro marcador da paisagem (Fig. 2).
Ocupado desde o Calcolítico Regional (finais do IV e grande parte do III
milénio AC) o monte alberga um número significativo de sítios arqueológicos,
representativos de uma ampla diacronia (DINIS, no prelo) destacando-se do
conjunto o Crastoeiro, tema desta comunicação, pelos complexos de arte ru-
pestre Galaico-Portuguesa que encerra e por ser a única estação alvo de traba-
lhos de escavação sistemática.
2. o crastoeiro
O Crastoeiro implanta-se num pe-
queno morro que se destaca na meia encosta
da vertente Sudoeste do Monte da Senhora
da Graça, sobranceiro ao vale da ribeira de
Campos, com excelente visibilidade para a
serra da Lameira e da Cabreira.
Administrativamente, integra a fre- Figura 1. Localização do Crastoeiro na Penín-
sula Ibérica
guesia de Mondim de Basto, concelho de
2.1. complexo i
O Complexo I ocupa uma área com profusão de blocos graníticos, delimi-
tada a Sul e a Oeste por escarpas rochosas e a Este pelo Monte da Sr.ª da Graça.
Para Norte, estende-se uma área aplanada, pontuada por caos de blocos, alguns
gravados apenas com covinhas e com degraus e patamares de acesso a penedos
de ampla visibilidade (Complexos III e IV), permitindo a comunicação com o
Complexo II. Aqui identificaram-se 20 rochas com gravuras efectuadas por pi-
cotagem e abrasão, 14 delas unicamente com covinhas. Nas restantes, conjugam-
se covinhas, círculos simples e concêntricos, sulcos, pontos, uma espiral, etc.
Neste conjunto evidenciamos um dos afloramentos, que pelo tamanho,
composição decorativa e posicionamento, parece constituir o epicentro deste
recinto. Trata-se da rocha 1, aplanada e com ligeira pendente para Oeste, cujas
gravuras se iluminam de forma intensa quando o sol nasce, no Verão, por detrás
do Monte, embora também sejam visíveis durante o ocaso (Fig. 4).
Pelos lados Este e Sudeste da rocha 1 e a cotas mais elevadas distribuem-
se 10 rochas gravadas, configurando uma espécie de anfiteatro, individuali-
zando-se uma delas pela protuberância cónica do suporte onde se gravaram
círculos concêntricos e covinha no centro.
O conjunto destas características topográficas, a complexidade e orienta-
ção dos motivos da rocha 1, delimitados a oeste por um sulco, aberto, como se
de uma porta de entrada se tratasse, assim como uma pia cavada num pequeno
afloramento que ladeava a Sul esta rocha, indiciam a sua importância hierár-
quica e uma cenografia de utilização de frente para as gravuras e para o monte
que lhes serve de “pano de fundo”.
O complexo II, com 10 penedos gravados, fica a cerca de 30m para Norte
do I, sendo delimitado a Oeste pela escarpa rochosa e a Sul e a Este por aflo-
ramentos de cota mais elevada. É também a Este que fica o cume do Monte.
Para Norte e Noroeste desenvolve-se uma área aplanada, que designámos por
complexo V, onde detectámos mais 4 rochas com motivos abstractos, duas
delas caracterizadas pela protuberância cónica dos suportes.
Neste recinto evidencia-se a rocha 1,
localizada a Este, com superfície boleada
onde se gravou a composição mais com-
plexa do conjunto, distribuída pelo topo e
pendente sudeste (Fig. 8). Esta caracterís-
tica e o facto das gravuras ficarem melhor
iluminadas no ocaso indicia que seriam
observadas de costas para o monte. Porém
a visualização total da composição apenas
pode ser efectuada de cima de um aflora-
mento, que se lhe adossa a Este, e onde
cabem apenas 3 ou 4 pessoas. De notar
aqui uma estratigrafia horizontal e vertical Figura 3. Localização do Crastoeiro na CMP,
de motivos. 1:25 000, fl. 87
Bibliografia
ALVES, L. B., 2003. The Movement of Signs. Post-glacial rock art in north-western Iberia. PhD
Thesis. Department of Archaeology. University of Reading, 2 vols. (policopiado).
BETTENCOURT, A. M. S., 2005. Gravados rupestres ao aire libre do denominado “Grupo Galaico” ou do
“Grupo I do Noroeste” (Norte de Portugal). In: Hidalgo Cuñarro, J. M. (coord.), Arte e Cultura de Galicia
e Norte de Portugal. Arqueoloxía, vol. 1, Nova Galicia Edicións, Vigo, pp. 161 – 165.
DINIS, A., 1986a. Castro do Crastoeiro - Mondim de Basto (Vila Real) 1984. Informação Arqueológica, 6,
IPPC, Lisboa, pp. 74 - 75.
DINIS, A., 1986b. (1986). Castro do Crastoeiro - Mondim de Basto (Vila Real) 1985. Informação Arqueo-
lógica, 7, IPPC, Lisboa, pp. 93 - 96.
DINIS, A., 1987. Castro do Crastoeiro - Mondim de Basto (Vila Real) 1986. Informação Arqueológica, 8,
IPPC, Lisboa, pp. 97 - 99.
DINIS, A., 1993/1994. Contribuição para o estudo da Idade do Ferro em Basto: o Crasto do Crastoeiro. Ca-
dernos de Arqueologia, 8/9, Braga, pp. 261 - 278.
DINIS, A., 1994. Castro do Crastoeiro - Mondim de Basto (Vila Real) 1987. Informação Arqueológica, 9,
IPPC, Lisboa, pp. 33 - 34.
DINIS, A., 2001. O povoado da Idade do Ferro do Crastoeiro (Mondim de Basto), Norte de Portugal. Ca-
dernos de Arqueologia – Monografias, 13, UAUM, Braga.
DINIS, A., 2005. A ocupação do Crastoeiro (Mondim de Basto, Norte de Portugal) no Ferro Inicial. Actas
do Colóquio “Castro um lugar para habitar”. Cadernos do Museu, 11, Penafiel, pp. 75 – 87.
DINIS, A., no prelo. O Monte da Senhora da Graça (Mondim de Basto, Norte de Portugal), como sítio de
memoria através dos tempos. Estudos Transmontanos e Durienses, 14, Arquivo Distrital de Vila Real, Vila
Real, 2008.
DINIS, A. & BETTENCOURT, A.M.S., no prelo. A Arte Atlântica do Crastoeiro (Norte de Portugal): Con-
Lois Ladra
LúNuLa - PatrimONiO CuLturaL e arQueOLOxía; LuNuLaPatrimONiO@GmaiL.COm
Abstract: An up-to-date overview about the goldwork dating from the Late Iron Age in
the portuguese region of Trás-os-Montes is offered here. We try to understand the material back-
ground of these productions, the local sources of gold and silver and the main trends that explain
gold and silver objects, specially torcs.
Keywords: Castro Culture, Iron Age, Trás-os-Montes, Goldwork, Torcs.
1. introducción
Dentro das manifestacións materiais que contan con maior tradición histo-
riográfica na investigación da Proto-história do Noroeste Hispánico, a denomi-
nada ourivesaria castreja amósase actualmente como un amplo campo de estudo,
cheo de puxanza e de aportacións específicas, nomeadamente nas duas últimas
décadas. Porén, relativamente á zona transmontana poucos son os traballos que
se teñen debruzado recentemente verbo desta cuestión particular. Con este pe-
queno contributo preténdese ofrecer unha primeira achega monográfica ao estudo
da ourivesaria transmontana da denominada Segunda Idade do Ferro, sempre
necesitada, como resulta óbvio, de periódicas e desexábeis revisións.
3. ourivesaria transmon-
tana anterior à segunda idade
do Ferro
Actualmente contamos con
diversas evidéncias arqueolóxicas
que nos permiten caracterizar
grosso modo as primeiras produ-
cións de ourivesaria pré-histórica
Figura 1. Ocorréncias de ouro e prata na rexión transmon- recuperadas a Norte do rio Douro.
tana
Os achados de elementos típicos
da ourivesaria calcolítica e da
Idade do Bronce na rexión de
Trás-os-Montes xa teñen sido estudados por diversos autores (ARMBRUSTER
e PARREIRA, 1993; COMENDADOR, 1998), co cal non serán agora obxecto
pormenorizado da nosa atención.
No que respecta ao traballo do ouro, convén lembrar que todo ao longo
do Calcolítico e da Idade do Bronce, a maior parte das manufacturas coñecidas
hoxe para o Noroeste peninsular permiten establecer a existéncia de paralelos
formais praticamente idénticos noutras rexións atlánticas, con producións tan
características destas zonas como poden ser os diademas, as láminas de tiras,
as lúnulas, os apliques discoidais, os espiraliformes, os brazais de arqueiro e
as doas bitroncocónicas.
O tesouro de Guiães (Cc. Vila Real, Ds. Vila Real) apareceu casual-
mente en circunstáncias pouco claras en 1908. Ao parecer, encontrouse unha
taza de prata que contiña no seu interior un bracelete e vários centos de moedas
arxénteas, entre as que se puideron identificar numerosos denários romanos de
época republicana, alguns deles de emisións datadas entre os anos 90 e 73 a.
C. O recipiente e a manilla foron adscritos ao Ferro Recente, mais concreta-
mente entre os séculos IV e I a. C.
(PARREIRA e PINTO, 1980: 6-7 e
16). somando un peso total de 308,8
gr. Actualmente, a taza, o bracelete e
algunhas das moedas consérvanse no
Museu Nacional de Arqueologia de
Lisboa.
O tesouro de Paradela do Rio
(Cc. Montalegre, Ds. Vila Real) foi
recuperado acidentalmente en 1958
durante a realización dun pronun-
Figura 3. Bracelete do denominado Tesouro de Le- ciado desmonte para as obras de aper-
bução
tura da estrada que une as freguesias
de Paradela e Outeiro, no concello de
Montalegre. Componse de tres torques de ouro en perfecto estado de conser-
vación que soman un peso total de aproximadamente 386,5 gr. (CARDOZO,
Bibliografía
ALMAGRO, M.ª J. (1962): “Dos nuevos torques de oro, de tipo gallego, ingresados en el Museo
Británico”, Ampurias, XXIV: 196-201.
ALMAGRO, M. (1969): “De orfebrería céltica: el depósito de Berzocana y un brazalete del Museo Arqueo-
lógico Nacional”, Trabajos de Prehistoria, XXVI: 275-287.
ALVES, L. C.; ARAÚJO, M.ª F. e SOARES, A. M. M. (2002): “Estudo de um torques proveniente do no-
roeste peninsular”, O Arqueólogo Português, Série IV, 20: 115-134.
ARMBRUSTER, B. (1998): “Quelques aspects technologiques de l’orfèvrerie du Bronze final au début de
l’âge du Fer, au Portugal et en Galice”, en G. Nicolini e N. Dieudonné-Glad, Les metaux antiques: travail
et restauration, pp. 53-58.
ARMBRUSTER, B. e PARREIRA, R. (1993): Inventário do Museu Nacional de Arqueologia. Colecção de
ourivesaria. 1º volume: do Calcolítico à Idade do Bronze. Lisboa, Ed. Instituto Português de Museus.
BALSEIRO, A. (1994): El oro prerromano en la provincia de Lugo. Lugo, Ed. DPL.
BANDERA, M.ª L. (1987-88): “Estudio crítico de los torques ibéricos”, Habis, 18-19: 531-563 + IX Est.
BLANCO FREIJEIRO, A. (1976): “El carnero de Ribadeo”, Rev. Bellas Artes, 53: 3-7.
CARDOZO, M. (1929-30): “Jóias arcaicas encontradas em Portugal”, Nós. Boletín Mensual da Cultura
Galega, 72: 207-218 e 75: 43-63.
CARDOZO, M. (1942): “Uma notável peça de joalharia primitiva”, Anais da Faculdade de Ciências do
Porto, XXVII: 89-100.
CARDOZO, M. (1943): “Antiguidades transmontanas”, Revista de Guimarães, LIII (1-2): 109-116.
CARDOZO, M. (1954): “A propósito da lavra do ouro na província de Trás-os-Montes durante a época ro-
mana”, Revista de Guimarães, LXIV (1-2): 113-141.
CARDOZO, M. (1957): “Das origens e técnica do trabalho do ouro e a sua relação com a joalharia arcaica
peninsular”, Revista de Guimarães, LXVII (1-2): 5-46 + XIX Est.
CARDOZO, M. (1959): “Um novo achado em Portugal de jóias de ouro proto-históricas”, Revista de Gui-
marães, LXIX (1-2): 127-138 + 11 Fig.
CAVALHEIRO, J. e SANCHES, M.ª J. (1995): “Um caso de metalurgia primitiva de ouro na 1.ª metade do
3.º milénio AC: o abrigo do Buraco da Pala – Mirandela”, Trabalhos de Antropologia e Etnologia, XXXV
(4): 167-182 + V Est.
COMENDADOR, B. (1998): Los inicios de la metalurgia en el Noroeste de la Península Ibérica. A Coruña,
Ed. Museu Arqueolóxico.
FORTES, J. (1905-08a): “O Tesouro de Lebução (Traz-os-Montes)”, Portugália, II (1): 1-14.
FORTES, J. (1905-08b): “Museu Municipal Azuága-Notícias”, Portugália, II (1): 117-119.
GONZÁLEZ RUIBAL, A. (2006-07): Galaicos. Poder y comunidad en el Noroeste de la Península Ibérica
Resumen: En este artículo se estudian los asentamientos tipo castro existentes en la Co-
marca de As Frieiras, en el sureste de la provincia de Orense, Galicia. A través de un sistema de
trabajo fundamentado en el análisis espacial se pretende un acercamiento a los patrones de si-
tuación de este tipo de asentamientos, utilizando para ello una herramienta SIG con la cual se
examinan distintas variables: tipología formal de los emplazamientos, altitud relativa, visibilidad,
accesibilidad, tipos de suelos del entorno y proximidad a rutas de tránsito probables. Por último
se realiza una valoración crítica de los resultados obtenidos como medio para avanzar en el es-
tudio de las pautas de relación de estos yacimientos con el entorno en el área de trabajo y en el
conocimiento de las realidades socioculturales que subyacen bajo esta relación.
Palabras-clave: asentamiento tipo castro, análisis espacial, SIG, patrones de situación,
As Frieiras (Orense).
Abstract: This paper studies the type settlements castro in the Region of Frieiras, in the
southeast of the province of Ourense, Galicia. Through a system of work based on the spatial
analysis an approach is expected to the patterns of situation of this type of settlements, using
for it a tool GIS with which different variables are examined: formal typology of the emplace-
ments, relative altitude, visibility, accessibility, types of soils of the environment and proximity
to probable routes of transit. Finally a critical evaluation of the results obtained is realized like
way to advance in the study of the rules of relation of these sites with the environment in the
work area and in the knowledge of the sociocultural realities that underlying under this rela-
tion.
Keywords: Settlement type castro, spatial analysis, GIS, patterns of situation, As Frieiras
(Ourense).
1. introducción
La Comarca de As Frieiras se localiza en el extremo suroriental de la pro-
3. Patrones de situación
El análisis espacial llevado a cabo permite un acercamiento a los patrones
de situación de los asentamientos tipo castro en la Comarca de As Frieiras.
Desde una perspectiva macroespacial, la relación de estos asentamientos con
el marco geográfico global en el que se circunscriben nos mostró una serie de
características interesantes:
Se observa en general que los poblados se ubican en zonas de altitudes
absolutas medias o medio-bajas, evidenciándose una tendencia a la reducción
del número de asentamientos según aumenta la altitud. Este carácter selectivo
del hábitat se muestra también en relación con las pendientes del terreno, des-
tacando el interés por ocupar zonas de pendientes medias y medio-altas, pues
estas son en principio las que ofrecen las mejores condiciones a nivel estraté-
gico, económico y ocupacional.
Se evidencia una relación clara entre los castros y la red de drenaje prin-
cipal, manifestada tanto a nivel espacial, es decir de distancia a esa red, como
temporal. En este sentido, tan sólo uno de los asentamientos presenta una re-
4. consideraciones Finales
Los patrones de situación observados sirven como soporte para proponer
un primer marco interpretativo del poblamiento castreño y galaico-romano en
la Comarca de As Frieiras, propuesta que surge fundamentalmente a raíz de la
comparación con los modelos observados en otras áreas.
Se puede plantear una primera hipótesis de trabajo articulada en torno a
un modelo de hábitat propio del Hierro I bien diferenciado de un segundo mo-
delo asociado al Hierro II y a la época de ocupación romana. Los patrones de
situación aquí observados presentan ciertas semejanzas con los detectados por
C. Parcero y P. Fábrega (2006) en diversas áreas de Galicia. Estos autores plan-
tean a partir de los patrones observados un doble modelo sobre las formas de
construcción del paisaje en la Edad de Hierro:
El paisaje de la producción en el Hierro I: localización de los asentamien-
Bibliografía
Agrafoxo Pérez, X. 1992. O hábitat castrexo no Val do Barcala, Amaía e Val do Dubra. Noia: Se-
menteira.
Baena Preysler, J.; Ríos Mendoza, P. 2006. Realidad y abstracción: límites de la integración de datos en los
SIG. En Grau Mira, I. (ed.). La aplicación de los SIG en la Arqueología del Paisaje. Anejo de Lucentum, 15:
15-27. Alicante: Publicaciones Universidad de Alicante.
Bermúdez Sánchez, J. 2006. El análisis de las redes viarias en la antigüedad a partir de las posibilidades que
ofrecen los SIG. Rutinas para el Cálculo Acumulado de vías óptimas con el Programa Idrisi. En Grau Mira,
I. (ed.). La aplicación de los SIG en la Arqueología del Paisaje. Anejo de Lucentum, 15: 91-7. Alicante: Pu-
blicaciones Universidad de Alicante.
Carballo Arceo, L. X. 2002. A Cultura Castrexa na Comarca de Deza. Colección Deza Básicos, nº 4. Lalín:
Seminario de Estudios do Deza.
Chapa Brunet, T.; Bermúdez Sánchez, J.; Mayoral Herrera, V.; Vicent García, J. M. 2004. Aplicación de los
Sistemas de Información Geográfica a la Investigación y Gestión del Patrimonio en el Bajo Jarama (Madrid).
En Martín de la Cruz, J. C.; Lucena Martín, A. Mª. (coords.). Actas del I Encuentro Internacional Informática
Aplicada a la Investigación y Gestión Arqueológicas: 151-68. Córdoba: Servicio de Publicaciones de la Uni-
versidad de Córdoba.
Díaz-Fierros Viqueira, F.; Gil Sotres, F. 1984. Capacidad productiva de los suelos de Galicia. Mapa 1:200000.
Universidad de Santiago de Compostela.
Diccionario Enciclopédico Galego Universal. 2003. Vigo: Ir Indo Edicións.
Espiago, J.; Baena, J. 1999. Los Sistemas de Información Geográfica como tecnología informática aplicada
a la arqueología y a la gestión del patrimonio. En Baena Preysler, J.; Blasco Bosqued, C.; Quesada Sanz, F.
(eds.). Los S.I.G. y el análisis espacial en arqueología: 7-66. Madrid: Ediciones de la Universidad Autónoma
de Madrid.
Fábrega Álvarez, P. 2004. Poblamiento y Territorio de la Cultura Castreña en la comarca de Ortegal. CAPA
(Cadernos de Arqueoloxía e Patrimonio), 19. Santiago de Compostela: Laboratorio de Patrimonio, Paleoam-
biente e Paisaxe.
Fernández Cacho, S. 2004. Nuevas Tecnologías en la Gestión de la Información de Patrimonio Arqueológico
en Andalucía. Problemas Detectados y Soluciones Adoptadas. En Martín de la Cruz, J. C.; Lucena Martín, A.
Mª. (coords.). Actas del I Encuentro Internacional Informática Aplicada a la Investigación y Gestión Ar-
queológicas: 169-86. Córdoba: Servicio de Publicaciones de la Universidad de Córdoba.
Fernández-Posse, Mª. D. 2002. Tiempos y espacios en la Cultura Castreña. En Blas Cortina, M. A. de; Villa
Valdés, A. (eds.). Los poblados fortificados del Noroeste de la Península Ibérica: formación y desarrollo de
la Cultura Castreña. Coloquios de Arqueología en la Cuenca del Navia. Homenaje al Prof. Dr. josé Manuel
González y Fernández-Valles: 81-95. Navia: Ayuntamiento.
García Sanjuán, L. 2004. La Prospección Arqueológica de Superficie y los SIG. En Martín de la Cruz, J. C.;
Lucena Martín, A. Mª. (coords.). Actas del I Encuentro Internacional Informática Aplicada a la Investigación
1
El trabajo lleva el título Introducción al poblamiento castreño y galaico-romano en la Tierra de As Frieiras
(Orense): análisis espacial de los asentamientos tipo «castro» y fue leído en la Universidad de Vigo en sep-
tiembre de 2007.
2
El software utilizado fue Idrisi32 de Clark Labs.
Los trabajos de referencia utilizados fueron: Agrafoxo (1992), Carballo (2002), Fábrega (2004), Parcero
(1995 y 2000), Parcero y Fábrega (2006) y Xusto (1993).
3
Problemática esta que ya ha sido señalada por algunos autores como uno de los elementos claves en la in-
tegración entre SIG y estudios arqueológicos (Baena y Ríos 2006: 17). De todas maneras en este trabajo se
entendió que este era un riesgo aceptable en función de los resultados perseguidos.
4
Distintos aspectos relacionados con la definición de la capa temática de yacimientos y posibles casos de
aplicación pueden verse en Baena y Ríos (2006), Chapa et al (2004), Espiago y Baena (1999), Fernández
Cacho (2004), García Sanjuán (2004).
5
Como parece advertirse en el trabajo de M. Xusto (1993) en la zona de Viana do Bolo. También en el área
portuguesa de Tras-os-Montes oriental F. S. Lemos (1993) observa esa ruptura entre lo castreño prerromano
y romano, caracterizando a este último como “directamente derivado de los castros”. Asimismo en una revi-
sión crítica del trabajo de A. Esparza sobre los castros zamoranos, Mª. D. Fernández-Posse (2002: 92) observa
la posibilidad de distinguir claramente entre castros prerromanos y romanos en función de los “materiales,
situación y estructura”.
Resumo: Alguns elementos arquitectónicos da Cultura Castreja apresentam motivos como trís-
celes, tetrásceles e outros afins, cujo estudo sistemático se torna difícil por diversas razões. Ao
longo dos escassos estudos aprofundados até agora realizados destacam-se principalmente duas
problemáticas: a cronologia destas peças, que na sua maioria têm aparecido fora do seu contexto
original, e a questão de se tratar de motivos simbólicos ou apenas decorativos.
Nesta comunicação o autor apresenta uma síntese de alguns anos de investigação sobre esta te-
mática, tentando contribuir para lançar mais alguma luz sobre as problemáticas referidas.
Palavras-chave: Trísceles, tetrásceles, Cultura Castreja, simbolismo.
Abstract: Some architectonic elements of the Hillfort’s Culture have motifs like triskeles
tetraskeles and others similar, whose systematic study becomes difficult due to several reasons.
After the few developed studies made until now two questions can be stressed: the chronology
of these artefacts, which in their majority have appeared outside their original context, and the
subject matter of being symbolic motifs or only decoration.
In this paper the author presents the synthesis of some years of research about this theme, trying
to contribute to spread some more light about the mentioned questions.
Keywords: triskeles, tetraskeles, Castro Culture, symbolism.
1. introdução
Os motivos que aqui abordamos são variantes de braços curvos do sím-
bolo denominado suástica, um signo milenar utilizado por inúmeras culturas
pelo menos desde o VII milénio a.C. Existem em grande número na Cultura
Castreja, surgindo em castros da Galiza (Províncias de Lugo, Pontevedra e
3. A problemática da cronologia
As dificuldades de datação dos elementos arqui-
tectónicos com suásticas de braços curvos assentam Figura 3. Suástica curva te-
traespiral (segundo TAMUXE,
no facto de a maioria ter aparecido fora de contexto, 1987a)
5. considerações finais
Durante a Idade do Ferro na Península Ibérica, trísceles, tetrásceles e mo-
tivos afins em elementos arquitectónicos são temas específicos da Cultura Cas-
treja, não existindo paralelos em outras regiões, à excepção de apenas três
casos: duas grandes “estelas” existentes no Museu de Prehistória e Arqueologia
de Santander, cada uma com um pentásceles, sendo ambas provenientes de
Lombera (Cantábria); uma pedra prismática com vários trísceles, que obser-
vámos em 2003 no Museu de São Telmo (Bilbau).
Fora do âmbito geográfico aqui estudado, as suásticas curvas surgem em
artefactos como pontas de lança, espadas, capacetes, escudos e placas de cin-
turão, datados da Idade do Ferro9, presença que faz pensar num valor de pro-
tecção durante a guerra, no seio de povos onde os guerreiros teriam um
destacado papel na sociedade.
Estes exemplos reforçam a ideia de carácter profiláctico dos motivos es-
tudados neste artigo, que seriam símbolos protectores das casas e dos seus ha-
bitantes. Para González-Ruibal, as casas provavelmente seriam vítimas de
“mau-olhado”, sendo desse modo necessário protegê-las com os mesmos ta-
lismãs que guardavam as pessoas (GONZÁLEZ-RUIBAL, 2006).
Os “mais civilizados” romanos também utilizavam amuletos para protec-
ção das suas habitações, acontecendo ainda o mesmo actualmente com as fer-
raduras penduradas atrás da porta de entrada de algumas casas como símbolo
propiciador de boa sorte e remédio contra o mau-olhado. De facto, como es-
creveu Ernst Cassirer (citado por RENFREW, 1994) o homem é um animal
symbolicum.
Todavia, a interpretação detalhada de símbolos em arqueologia necessita
de um método de abordagem cuja explanação não se torna possível nestas pá-
ginas. É por esta razão que não apresentamos nenhuma hipótese interpretativa
aprofundada sobre os motivos aqui estudados. Os interessados num maior de-
Bibliografia
ALMEIDA, C. A. F. de (1975) – Influências meridionais na Cultura Castreja. Actas do XIII Congreso
Nacional de Arqueologia, Zaragoza: 491-498.
ALMEIDA, C. A. F. de (1986) – Arte Castreja. A sua lição para os fenómenos de assimilação e resistência
à romanidade. Arqueologia, 13. GEAP, Porto: 161-172.
BELLO DIEGUEZ, J. M. e PEÑA SANTOS, A. de la (1995) – El Mundo Castrexo Galaico, in Historia de
Galicia, Tomo I. Via Láctea Ed. (versão on-line) www.elpater.com/cap8.html: 1-18.
CALO LOURIDO, F. (1993) – A Cultura Castrexa. Promoções Culturais Galegas, Vigo: 147-151.
CALO LOURIDO, F. (1994a) – A Plástica da Cultura Castrexa Galego-Portuguesa, vol. I e II. Fundación
Pedro Barrié de la Maza Conde de Fenosa, La Coruña: 63-498; 509-666.
CALO LOURIDO, F. (1994b) – Manifestacións da Plástica Castrexa na Província de Lugo. Croa, 4. Aso-
ciación de Amigos do Museo do Castro de Viladonga, Castro de Rei: 10-11.
CALO LOURIDO, F. (1998) – Peculiaridades plásticas do Monte Mozinho. Cadernos do Museu, 2. Museu
Municipal de Penafiel: 155-157; 183-184.
CARBALLO ARCEO, L. X. (1989) – Catálogo dos materiais arqueolóxicos do museu do Castro de Santa
Trega: Idade do Ferro. Diputación Provincial de Pontevedra: 108-111; 146-150.
CARBALLO ARCEO, L. X. (1996) – Notas en torno á cronoloxía do Castro da Forca e da plástica castrexa.
Minius, V. Revista do Departamento de História, Arte e Xeografía. Universidad de Vigo, Campus de Ourense:
65-75.
CARBALLO ARCEO, L. X. e GONZÁLEZ-RUIBAL, A. (2003) – A Cultura Castrexa do NW da Península
Ibérica en Galicia. Boletín Avriense, XXXIII. Museo Arqueolóxico Provincial, Ourense: 44-75.
CARDOZO, M. (1976) – Citânia de Briteiros e Castro de Sabroso: Notícia Descritiva (7ªedição). Sociedade
Martins Sarmento, Guimarães: 26-42; Est. XVI-XX.
CARDOZO, M. (1980) – Especímenes de Suásticas do Museu Arqueológico de “Martins Sarmento” em
Guimarães (Portugal). Companhia Editora do Minho. Barcelos: 3-24.
COIMBRA, F. A. (1999a) – A Swastika durante a Idade do Ferro na Faixa Ocidental Atlântica da Península
Ibérica: uma nova proposta de interpretação, in Actas do II Congresso de Arqueologia Peninsular. Univer-
sidade de Alcalá/Fundación Rey Afonso Henriques, Zamora: 365-373.
COIMBRA, F. A. (1999b) – Algumas considerações sobre a Arqueologia da Suástica, in Centenário da So-
ciedade Arqueológica da Figueira 1898-1910. Museu Municipal Dr. Santos Rocha, Figueira da Foz: 81-92.
COIMBRA, F. A. (1999c) – A Suástica do Castro de Guifões e alguns paralelos europeus. Matesinus, nº 3.
Gabinete de Arqueologia e História de Matosinhos: 107-112.
COIMBRA, F.A. (2007) – A suástica em Portugal e na Galiza, desde a Idade do Bronze ao fim do Período
Romano: problemática da origem e da interpretação (policopiado). Dissertação de Doutoramento apresentada
à Universidade de Salamanca e à Universidade Autónoma de Lisboa.
COIMBRA, F. A. (no prelo) – Lápides funerárias romanas com suástica em Portugal e na Galiza. Anuário
Brigantino, 30. Arquivo e Biblioteca Municipais de Betanzos (A Coruña).
1
Trísceles, do grego τρισχελής (triskeles), palavra derivada de tria skelia, que significa “três pernas”; tetrásceles,
também do grego τετρασχελής (tetraskeles) palavra derivada de tetra skelia, “quatro pernas”; pentásceles do
grego πέυτασχελής (pentaskeles) derivada de penta skelia, “cinco pernas” e assim sucessivamente.
2
Uma lista bibliográfica mais completa sobre este tema pode ser vista em COIMBRA, 2007.
3
Cinco deles encontrados em escavações realizadas entre 1997 e 2008 (comunicação pessoal de Luís Orero), es-
tando todos inéditos à excepção de um, publicado recentemente (ORERO GRANDAL, 2008).
4
As sondagens de A. C. F. da Silva em Sabroso indicam, segundo o autor, “um período final de ocupação que
não entra na fase IIIB” (SILVA, 1986a: 31), ou seja, que não entra no câmbio de era.
5
Informação pessoal de Luís Orero, arqueólogo responsável pelas escavações referidas.
6
Entre 1997 e 2008 encontraram-se em Castromao cinco trísceles vazados e outros dois com outra tipologia, es-
tando apenas um publicado (ver nota 3).
7
Mencionamos apenas alguns dos estudiosos da Cultura Castreja que abordaram as suásticas curvas com um
certo desenvolvimento e não aqueles que lhes fazem referências unicamente pontuais.
8
Um dos trísceles de Armea tem 76 cm de comprimento, ficando bastante saliente do paramento da parede.
9
Exemplos detalhados podem ser vistos em COIMBRA, 2007, p.584 e ss.
Carlos Batata
OzeCaruS – ServiçOS arQueOLóGiCOS, Lda.; OzeCaruS.GeraL@teLe2.Pt
Abstract: The Bronze Age and the Iron Age are the great-unknown ages of Vila Pouca de
Aguiar archaeology. In fact, the only reference of ancient hill forts in this council, of a scientific
character, is very scarce. Apart from a generic reference to six Iron Age hill forts in this council,
the Endovélico inventory, elaborated by IPA in 2001 and 2002, made reference to 12 Iron Age
hill forts. In the prospection undertaken for the archaeological guide to the Council of Vila
Pouca de Aguiar, the characterization of the settlements was done one by one, to permit a
1. introdução
Neste artigo vamos evidenciar as características que mais se destacam
dos povoados proto-históricos do concelho de Vila Pouca de Aguiar (Fig. 1).
As observações foram efectuadas quando procedíamos à prospecção para a
realização da Carta Arqueológica, apesar dos vários condicionalismos existen-
tes. Por um lado, a densa vegetação, não permitiu observar o solo em boas con-
dições e a recolha de cerâmicas foi escassa; por outro, a falta de bibliografia
sobre os castros aguiarenses e de escavações arqueológicas, também tornaram
bastante limitada a nossa per-
cepção das características des-
ses povoados. Uma descrição
mais completa poderá ser con-
sultada na Carta Arqueológica
de Vila Pouca de Aguiar, editada
em 2008 (BATATA et alli).
2. caracterização dos
Povoados
3. trabalho de campo
Os trabalhos de sondagem e escavação, inseridos no projecto “Caracte-
rização Arqueológica da Exploração Romana de Tresminas ” foram realizados
nos seguintes locais: Castro da Ribeirinha ou Castelo Redondo, em 2007 e Cas-
tro de Cidadelha de Jales (Castelo dos Mouros), em 2008.
4. Resultados
Apesar das sondagens
realizadas não foram escava-
das a totalidade das duas
casas. Na Casa I ficou por
identificar a parte oeste, ou
seja, o local onde se situará a
porta de entrada. Na Casa II,
ficou por definir o muro este.
As cerâmicas encon-
tradas, quer na Casa I quer Figura 2. Castro de Murada da Quintã, implantação
em monte-ilha
na II, têm as mesmas carac-
terísticas, ou seja, por um
lado são cerâmicas de escorrência, por outro são cerâmicas de torno, quartzí-
ticas, de tom amarelo e cinzento-claro.
A evidência e semelhança com cerâmicas encontradas em algumas pe-
quenas fossas (como as da Cova I) do povoado mineiro de Tresminas são no-
tórias. Não encontrámos, nestes primeiros trabalhos, potes de bordo com
orelhas perfuradas, como as encontradas no Povoado Romano de Tresminas,
mas a área escavada não foi grande.
Existe também afinidade entre um peso de tear de xisto, encontrado su-
perficialmente no castro e os pesos de xisto encontrados em Tresminas.
5. conclusões possíveis
6. contextualização regional
As características dos povoados fortificados do concelho de Vila Pouca
de Aguiar são comuns a outros povoados fortificados existentes nos concelhos
vizinhos. Apenas foram visitados alguns dos castros, e certamente existirão
muitos mais que poderão ter características semelhantes a estes. No concelho
de Boticas, o Castro de Carvalhelhos apresenta muralhas de pedra de tamanho
Bibliografia
BATATA, Carlos e BORGES, Nélson (2006), Relatório Final da Escavação Arqueológica de Re-
bordochão, Vila Pouca de Aguiar, IP 3 – Sub-lanço E1: Falperra – Pedras Salgadas, Relatório aprovado.
BATATA, Carlos; BORGES, Nelson; CORREIA, Heitor e SOUSA, Albertino, Carta Arqueológica do con-
celho de Vila Pouca de Aguiar, Vila Pouca de Aguiar, Abrantes, 2008.
CORTEZ, Fernando Russell (1947), Panóias. Cividade dos Lapiteas. Subsídios para o estudo dos cultos
orientais e da vida provincial romana na região do Douro, Anais do Instituto do Vinho do Porto. Porto.
ERVEDOSA, Carlos (1981), Campanha arqueológica no Castro de Sabrosa em Setembro de 1980. Traba-
lhos de Antropologia e Etnologia, 24. SPAE, Porto.
FABIãO, Carlos (1993), O Passado Proto-Histórico e Romano. História de Portugal, Antes de Portugal,
(Direcção de José Mattoso). Editorial Estampa.
JORGE, Susana Oliveira (1986), Povoados da Pré- História Recente (III.º - Inícios do II.º Milénios A. C.)
da Região de Chaves - V.ª P.ª de Aguiar (Trás-os-Montes Ocidental), Dissertação de doutoramento, 3 Vols.
Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto .
SANTOS JÚNIOR, J. R. dos (1981), 29ª Campanha de escavações no Castro de Carvalhelhos, 1980. Tra-
balhos de Antropologia e Etnologia, 24. SPAE, Porto
Abstract: We present a general analysis of the gold mining areas located in the current
province of Ourense and part of Lugo, with special emphasis on the case of Os Milagros do
Monte Medo (Baños de Molgas), both the relevance and visibility of the mining structures. This
analysis is part of a comprehensive study on the role of mining areas in the territorial structuring
both in Julio-Claudian and Flavian era.
Keywords: Roman gold mining, rivers Sil and Miño, territorial structuring, Landscape
Archeology.
Bibliografia
ALARCÂO, J. (1995-6): “As civitates do Norte de Portugal”, Cadernos de Arqueologia, II série, 12-13,
25-30.
BALBÍN, P. (2006): hospitalidad y patronato en la Península ibérica durante la Antigüedad, Valladolid.
DÍEZ SANJURJO, M. (1904-1908): “Los caminos antiguos y el itinerario nº 18 de Antonino en la provincia de
Orense”, Boletín de la Comisión Provincial de Monumentos de Orense 2 (1904), 221-228 y 269-275, 3 (1906),
49-53 y 65-75, 3 (1907), 107-111 y 152-156, 3 (1908), 202-208 y 236-240.
*
Este trabajo se inserta en el proyecto “Formación y disolución de la civitas en el Noroeste peninsular. Relaciones
sociales y territorio” (HAR 2008-06018-C03-01/ HIST) financiado por el Ministerio de Ciencia e Innovación
y desarrollado en el CCHS del CSIC (Madrid).
1
Ager est mensura conprehensus, cuius modus universus civitati est adsignatus, sicut in Lusitania Salmanti-
censibus aut hispania citeriore Palantinis et in conpluribus provinciis tributarium solum per universitatem po-
pulis est definitum (Frontino, Agr. Qual. Th. 1-2)
2
En relación con los susarri, Tabla de El Caurel (iRPLugo 55; Balbín 2006: 204, nº 50), CIL III 2016 de Dal-
macia.
3
Así mismo, otras civitates mencionadas por medio de origines durante el siglo I son –sin ánimo de ser exhaus-
tivos- los Lemavi (AE 1982: 575); los Celtici Supertamarci IRPL 104 y 109; los Limici (CILA 1, 24). Todos
estos ejemplos están datados por la presencia del signo É.
4
O bien la civitas Susarrorum pasa a convertirse en Bergidum Flavium, aunque esto no es más que una mera
conjetura.
Abstract: The study area embraces the municipalities of Chaves, Boticas and Montalegre;
we tried to make the inventory of the places of mining exploration at the Roman time.
The aim of this work, still in study, is to realise the correlation between the different mining
fronts and the proto-historical settlement in the north of Portugal, for which numerous works
of synthesis already exist, such as those of A.C. Silva (2007), F. Queiroga (1992), F.S. Lemos
(1993) and R. Teixeira (1996).
At the same time it is indispensable to compare the distribution of the new settlements
with Roman foundation (vici, villae, and others), and the mining exploration with other economic
resources.
Keywords: Mining, Roman time, tin, gold.
1. introdução
Na área correspondente aos concelhos de Chaves, Boticas e Montalegre
(Fig. 1), integrada no convento Bracarense, existe um grande número de ex-
3. considerações finais
No que diz respeito à área mineira de Chaves, existe um duplo sistema
Bibliografia
ALARCÃO (1988), J., Roman Portugal. vol II (1). England: Aris & Phillips Ltd.
COLMENERO, A.R.; SIERRA, S. F. e ASOREY R.D.A. (2004), Miliarios e outras inscricións viarias ro-
manas do noroeste hispânico. Lugo: Consello da Cultura Galega.
LEMOS, F.S.; MEIRELES, C.A.P. (2006), “Mineração aurífera no conventus de Bracara Augusta”. In 3º
Simpósio sobre mineração e metalurgia históricas no Sudoeste europeu. Porto: SEDPGYM e IPPAR. p.169-
183.
MARTINS (2005), C.M.B., A exploração mineira romana e a metalurgia do ouro em Portugal. Porto: Fa-
culdade de Letras da Universidade do Porto (dissertação de doutoramento policopiada).
MARTINS (2008), C.M.B., Dois exemplos de mineração aurífera no Convento Bracarense: Monte Furado,
Vila Nova de Cerveira, e área mineira de Boticas e Montalegre. In v Simposio internacional Minería y Me-
talurgia históricas en el Suroeste europeu. León: Sociedad Española para la Defesa del patrimonio Geoló-
gico y Minero / Universidad de Leon (comunicação apresentada).
PEREIRA (2006), E. (coord.), Carta geológica de Portugal na escala 1/200000. notícia explicativa da
folha 2. Lisboa: Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação.
QUEIROGA (1992), F.M.V.R., War and castros. Oxford: University of Oxford (dissertação de doutoramento
policopiada).
SILVA (2007), A.C.F., A cultura castreja. Paços de Ferreira: Câmara Municipal de Paços de Ferreira.
TEIXEIRA (1996), R.J.C.M.A., de Aquae Flaviae a Chaves. Povoamento e organização do território entre
a Antiguidade e a idade Média. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto (dissertação de mes-
trado policopiada).
Abstract: The place, known as Olgas, is located in Redondelo, Chaves, on the right edge
of the river Tâmega, having a privileged position on the involving landscape.
here, there is a Roman settlement, with a dispersion of materials in a corresponding area
of 2 ha; in prospection, it was detected with abundance construction material, common ceramics
and sigillatae.
in its proximity there are diverse mining works; the extracted ore was the cassiterite for
attainment of tin.
it is certain that most of the visible works are contemporaneous; the first concession dates
of 30/10/1918 for the extraction of wolfram, and the second one of 09/10/1954 for the extraction
of tin and wolfram.
1. introdução
Na freguesia de Redondelo, concelho de Chaves, foram detectados trabalhos
mineiros de época romana e contemporânea, no sítio denominado Olgas, associa-
dos a um povoado mineiro (fig. 1).
O local encontra-se situado numa zona de contacto entre xistos e granitos de
época Silúrica, onde se encontram filões quartzosos com uma orientação N-S ou
E-W, com espessuras que variam entre os 0,10 e 0,30 m (Teixeira et al., 1974: 30).
Estes filões contêm predominantemente estanho e volfrâmio, e também ouro. O mi-
nério principal explorado terá sido diferente consoante as épocas em questão; de-
signadamente, o ouro e cassiterite (para
obtenção de estanho) em época romana
e o volfrâmio em época contemporânea.
Toda a área em questão tem um
bom enquadramento hidrográfico, já
que se localiza a Noroeste do rio Tâ-
mega (margem direita) e entre peque-
nos afluentes do referido rio.
A exploração mineira mais visível
na paisagem está relacionada com a
época contemporânea. No entanto,
existem trabalhos que seguramente
foram efectuados em época romana e
que se encontram articulados com um
povoado mineiro contíguo aos mesmos.
O povoado mineiro apresenta
vestígios de materiais de construção
romanos, assim como cerâmicos: ce-
râmica comum romana e uma sigillata
Figura 1. Localização dos povoados e explora-
hispânica. ção mineira nas Olgas e no Mosteirão
4. considerações finais
A exploração mineira nas Olgas e Mosteirão (Redondelo) encontra-se in-
tegrada no conjunto mineiro que agrega as explorações do Vale do Terva.
A importância de toda esta área é atestada por uma intensa procura do
minério ouro, articulando-se a exploração dos recursos mineiros com os traça-
dos das vias romanas, já que por Redondelo passa uma variante da via XVII
que liga o Pindo (Montalegre) a Aquae Flaviae.
Aquae Flaviae será uma civitas de fundação mineira que dominará toda
esta região (Lemos e Martins, 2008).
Bibliografia
COLMENERO, A.R. (1997) – Aquae Flaviae 1. Fontes epigráficas da gallaecia Meridional inte-
rior. Chaves: Câmara Municipal de Chaves.
COLMENERO, A.R.; SIERRA, S. F.; ASOREY, R.D.A. (2004) – Callaeciae et Asturiae itinera romana.
Miliarios e outras inscricións viarias romanas do noroeste hispánico. Santiago de Compostela: Consello
da Cultura Galega.
FONTES, L.F. de; ANDRADE, F.J.S. de (2005) – Revisão do inventário arqueológico do concelho de Bo-
ticas. Braga: Universidade do Minho/Câmara Municipal de Boticas.
LEMOS, F.S.; MARTINS, C.M.B. (2008) – Civitates e exploração aurífera romana no noroeste da Penín-
sula ibérica. Comunicação apresentada no V Simposio Internacional Minería y Metalurgia Históricas en el
Suroeste Europeu (León).
LEMOS, F.S.; MEIRELES, C.A.P. (2006) – Mineração aurífera no conventus de Bracara Augusta. In 3º
Simpósio sobre mineração e metalurgia históricas no Sudoeste europeu. Porto: SEDPGYM e IPPAR, p.
Abstract: in the following study we try to address substantive issues relating to ethnic
groups that lived in ancient times in the southern plains close to Larouco, especially in regard
to the Caladuni civitas. At the same time, we also briefly addressed the important archaeological
and epigraphical remains adscribed to this same ethnic group, such as the dedications to
Larouco god and the shrines of Pena escrita and Remeseiros in vilar de Perdizes.
Keywords: Larouco, Caladuni, Calaici-Roman.
1. Los caladuni
El hecho de que el Itinerario de Antonino situe, al detallar la vía XVII, la
mansión de Caladunum a sólo 18 millas al oeste de Chaves, la Aquae Flaviae
Bibliografía
BLÁZQUEZ, J.M.,Religiones Primitivas de hispania.Salamanca, 1962.
CARNOY,A.J., Le latin d´espagne daprés les inscriptions.New York, 1972, 2ª edic.
COELHO FERREIRA DA SILVA,A.A cultura castreja no noiroeste de Portugal.Paços de Ferreira, 1986.
CONTADOR DE ARGOTE, FR. J.,Memórias para a história eclesiástica do arzebispado de Braga.Lisboa,
1732.
DÍAS BAPTISTA,, j.,”Vía prima, a vía imperial romana de Braga a Astorga”,Revista Aquae Flaviae, 3,
1990.
DÍAS BAPTISTA,J.,”Ubi Caladunum et Praesidium”, Revista Aquae Flaviae, 7, 1992..
DOPICO CAINZOS,D.-PEREIRA MENAUT,G., “ La gran inscripción de Remeseiros (CIL, II, 2476).Sobre
la forma jurídica de la tenencia de la tierra entre los indígenas bajo dominio romano”,Actas del segundo
congreso peninsular de historia antigua.Coimbra, 1994.
DOS SANTOS,L.-LEROUX, P.-TRANOY, A.inscriçoes romanas do museu Pío Xii em Braga.Braga, 1983.
DURO PEÑA, “Diferencias de límites entre las diócesis de Braga y Orense en el siglo XII”, Archivos Leo-
neses,1972.
GóMEZ MORENO, M.,Catálogo Monumental de españa. Provincia de León. Madrid, 1921.
GARCÍA, J.M., Religioes Antigas de Portugal.Lisboa, 1991.
GONZÁLEZ FERNÁNDEZ,J., Corpus de inscripciones latinas de Andalucía, vol. i.huelva.Sevilla, 1989.
1
itin. Ant.,42,-3-5.
2
II, 6,38:Kalándonon.
3
Rodríguez Colmenero, A.,Aquae Flaviae…, 28-29,; Lucus Augusti i…229 (mapa), rectificando varios años
más tarde, hacia el emplazamiento que le damos hoy día ( Rodríguez Colmenero- Ferrer Sierra-Álvarez
Asorey, Miliarios…,124-125).
4
Claramente expresiva resulta una inscripción de Chaves, hoy día perdida, que da a conocer por primera
vez Távora (noticias,109) y Contador de Argote (Memorias…,394), recogida posteriormente en CIL, II,
2477 y Rodríguez Colmenero, Aquae Flaviae…, 368, con el texto:
Laucia Maturi f(ilia) Caladuma > Saqua…, en donde se percibe nítidamente la mención de la civitas seguida
de la expresión de la unidad subordinada, en este caso precedida de la c invertida. Lo mismo en EE, VIII,
20; Tranoy, galice…,249:…..elica…/eltici…./adun(ensis)..Igual de nítido en L.Santos-P. Le Roux-A. Tranoy,
inscriçoes…,19:….Cundenae f(ilius) Caladu[n]us….; y definitivo en J. González, Corpus….,[M(arcus)
Anton[nius] M(arci) f(ilius) c[ala]dunus > Ca[ …]o annorum XX…., de nuevo con la expresión, mediante
c invertida, de la unidad subordinada.
5
Rodríguez Colmenero A.-Ferrer Sierra-Álvarez Asorey, R., Miliarios e outras inscriçoes…,113-114, adhi-
riéndose a la teoría anteriormente sustentada por Días Baptista, ubi Caldunum…69, y via Prima…,145.
Abstract: The settlement of the gallaecia interior in Roman times presents some unusual com-
pared with other areas of the former northwest that determine a well-defined entity. The north
of Ourense and south of Lugo have a similarity in the articulation of the territory that must be
explained by the amount of the peculiarities of communities pre-Romans and the specific interests
of Roman rule in that area.
The landscape is common in rural agricultural base in Rome that apply a different model of in-
tegration and assimilation by not being able to perform the classical model of Romanization
based in the city and slavery. explain why it was not possible to implement such a model, which
characterized the actions carried out by Rome to integrate their networks in administrative and
socio-political in this area and as this process affected the network of settlement and exploitation
of the territory, will be the issues that we’re going to try to elucidate. The results of the analysis
of the archaeological landscape together with the written sources will be our arguments.
Keywords: Landscape Archaeology, heritage, Ancient history, Romanization.
1
Muchas veces los pueblos de la gallaecia son equiparados al resto de comunidades de la cornisa cantábrica
(Astures y Cantabros) en sus orígenes, tradiciones o costumbres. Lo que ha dado como resultado incómodos
clichés y tópicos sobre estas comunidades norteñas.
2
Las fronteras actuales de la TDL, que han funcionado tradicionalmente como límites de este espacio, serían:
el cañon del Sil al sur, el valle del Miño al Oeste, la cuenca del Lor al este y las afloraciones montañosas
septentrionales que separan Lemos de Sarria.
3
Varios documentos altomedievales certifican la identificación de Lemos con el territorio de los lemavi (vid.
Grande Rodríguez 2008).
4
Este es un acontecimiento paradójico, porque el sector oriental de la TDL es la zona más rica en yacimientos
auríferos primarios y secundarios, al mismo tiempo que cuenta con otras emergencias metalíferas como el
estaño o el hierro, explotados a gran escala bajo autoridad romana.
5
Este proceso se observa desde el Hierro I hasta el Hierro II: se va perdiendo altitud, protección e intervi-
sibilidad, a cambio de ganar potencialidad agropecuaria, a través de la colonización de las laderas medias
en los valles fluviales y los sectores elevados de la cuenca sedimentaria. Esta tendencia será aprovechada
por Roma, fomentando en algunos casos la vocación agropecuaria de algunas aldeas.
6
Solo Lucus Augusti se diseña como una autentica ciudad, cúspide del ordenamiento político–administrativo
de su convento. Pese a ser poseer el máximo rango en la jerarquía de poblamiento, tal vez no articule de una
manera integral el espacio rural que tiene a su alrededor (Ferrer Sierra y González Fernández 1996: 330),
aunque aparezcan asentamientos relacionados con el comercio y provisión bidireccional entre la capital con-
ventual y dichos núcleos rurales de su entorno.
7
Estos quedaron supeditados al imperio mediante la deditio (rendición) que puso fin a la conquista, y supuso
la pérdida de la propiedad de sus hábitats y sus tierras, que le fueron devueltos en régimen de explotación a
cambio del pago de impuestos y contraprestaciones.
8
La causa de esa visión simplista es la identificación mecánica del hallazgo de tegulae y materiales de cons-
trucción romana con la existencia de una casa de campo residencial de la élite social galaicorromana, apli-
cando esquemas historiográficos que asumen el modelo clásico mediterráneo.
9
En el norte ourensano la Vía XVIII va a revolucionar los primeros pasos del poblamiento romano y dife-
renciará este sector del resto de la región interior debido a su importancia administrativa, económica y co-
mercial.
10
Para analizar dichas entidades tomaremos como referencia la terminología aportada por Pérez Losada
(1996) arraigada en sus amplios estudios sobre el poblamiento de la gallaecia y que entran en consonancia
con otros esquemas sobre el poblamiento rural romano del norte de hispania (Alarcâo 1996; Martins et Alii
2005).
11
Son sitios productivos de escaso desarrollo arquitectónico y tamaño –sobre 400 m2–, que en algún caso
son juzgados como alpendres, cabaña, hornos o molinos familiares que podrían formar la pars rustica de
una villa de mayores dimensiones (Alarcâo 1996: 175).
12
Algunos de estos posibles casales pueden ser S. Xulián de Tor en Pantón, Souto Chanteiro, Agro das Me-
dorras y As Pedras en Sober o Souto en Bóveda. Casos que presentan una problemática mayor son Santalla
de Licín en O Saviñao, donde hay un castro con presencia romana, estructuras destruidas de una posible
edificación romana de escasa entidad y un cancel marmóreo de un probable templo o mausoleo paleocris-
tiano; y As Eirexas, en Pantón, que se sitúa cerca de una mina romana próxima de escasa entidad.
13
Esta dinámica es curiosa, ya que es un tópico que las zonas mineras sufrieron una más rápida y profunda
Resumo: A região do Barroso congrega uma série de características naturais que constituiu
desde tempos remotos uma força de atracção para a fixação das mais variadas populações, em
diferentes conjunturas políticas, económicas e sociais. Foi escolhido o território em torno do rio
Rabagão e da sua bela ponte da Misarela, nomeadamente algumas freguesias dos concelhos de
Vieira do Minho e Montalegre (Ruivães, Campos; Ferral, Salto e Venda Nova) e sumariamente
analisado o seu povoamento castrejo e romano, de modo a compreender de que forma se alterou
a disposição do habitat.
Palavras-chave: Rabagão, povoamento, diacronia.
Abstract: The Barroso’s region together a set of natural features that attracted since long times
different settlements, related to various political, economical and social scenarios. it was chosen
the territory around the Rabagão river and it’s Misarela bridge to analyze the iron’s age and
roman settlements and understands which changes have occurred.
Keywords: Rabagão, settlement, diachronic.
3.1 castro do
outeiro do vale16
O povoado está
situado num monte
designado Outeiro do
5. conclusões
Á semelhança do que se passou em todo o Noroeste peninsular, também
neste território fronteiriço como a região do Barroso ocorreram transformações
fortíssimas no modus vivendi da população local com a romanização, nomea-
damente nas concepções do habitat, do território, da economia e da mobilidade.
A construção da via XVII terá sido um importante motor de desenvolvimento
de uma região que, apesar de já anteriormente rica, conheceu uma nova dinâ-
Websites
Levantamento do património arqueológico e arquitectónico de vieira do Minho, realizado pela Universidade
do Minho, disponível no website oficial da C.M. Vieira do Minho
Instituto Português de Meteorologia
1
BAPTISTA, José Dias, “Montalegre”, Município de Montalegre, 2006, pág. 18
2
COSTA, João Gonçalves da , “Montalegre e Terras de Barroso”, Montalegre, pág.52
3
BAPTISTA, José Dias, “Montalegre”, Município de Montalegre, 2006, pág. 19
4
DAVEAU, Suzanne, “Mapas climáticos de Portugal: nevoeiros e nebulosidade, contrastes térmicos”, Me-
mórias do Centro de Estudos Geográficos, Lisboa, nº7, 1985.
Informação do website do Instituto de Meteorologia (www.meteo.pt)
5
BAPTISTA, José Dias, “Montalegre”, Município de Montalegre, 2006, pág. 54
6
SILVA, Paula Carla Machado, “inventariação do Património geológico do concelho de vieira do Minho
e sua utilização com fins didácticos”, Mestrado em Património Geológico e Geoconservação, Universidade
do Minho - Escola das Ciências, 2007, pág.39-49
7
NORONHA, Fernando, “Cabreira- Serra granítica”, Geologia no Verão, Câmara Municipal de Vieira do
Minho, Setembro de 2003, pág. 22
8
ALARCÃO, Jorge, SANTOS, Álvaro Miranda, “Aculturação – aspectos gerais da interpenetração de cul-
turas”, Editorial L.I.A.M., Lisboa, 1961, pág.31-32
9
ALMEIDA, Carlos A. Brochado de, “Povoamento Romano do litoral Minhoto entre o Cávado e o Minho”;
Dissertação de Doutoramento em Pré-História e Arqueologia apresentado na Faculdade de Letras da Uni-
versidade do Porto, vol.VII, Porto, 1996, pág. 165
10
MARTINS, Manuela, “O povoamento proto – histórico e a romanização da bacia média do Cávado”,
Dissertação de Doutoramento apresentada à Universidade do Minho, Braga, 1990, pág. 216
11
ALMEIDA, Carlos A. Brochado de, “Povoamento Romano do litoral Minhoto entre o Cávado e o Minho”;
Dissertação de Doutoramento em Pré-História e Arqueologia apresentado na Faculdade de Letras da Uni-
versidade do Porto, vol. VII, Porto, 1996, pág.230-23
12
idem, ibidem, pág.279-307
13
LEMOS, Francisco Sande; “A via romana entre Bracara Augusta e Asturica Augusta”, Revista de Gui-
marães, vol. 110, Guimarães, 2000, pág.27
14
PÉREZ LOSADA, Fermín, “Sistema viario e núcleos agrupados romanos”, Revista de Guimarães, vol.
110, Guimarães, 2000, pág.130
15
ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira, “vias medievais do entre douro e Minho”, Faculdade de Letras da
Universidade do Porto, Porto, 1968, pág.16
16
Levantamento do património arqueológico e arquitectónico de vieira do Minho, realizado pela Universi-
dade do Minho, disponível no website oficial da C.M. Vieira do Minho
17
MARTINS, Manuela, “O povoamento proto- histórico e a romanização da bacia média do Cávado”, Dis-
sertação de Doutoramento apresentada à Universidade do Minho, Braga, 1990, pág. 212
24
ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira, “vias medievais do entre douro e Minho”, Faculdade de Letras da
Universidade do Porto, Porto, 1968
25
Idem, ibidem, pág.29
LEMOS, Francisco Sande; “A via romana entre Bracara Augusta e Asturica Augusta”, Revista de Guima-
rães, vol. 110, Guimarães, 2000, pág.23
26
Idem, ibidem, pág.29-30
27
LEMOS, Francisco Sande; “A via romana entre Bracara Augusta e Asturica Augusta”, Revista de Gui-
marães, vol. 110, Guimarães, 2000, pág.31
ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira, “vias medievais do entre douro e Minho”, Faculdade de Letras da
Universidade do Porto, Porto, 1968
MORENO GALLO, Isaac, “vias romanas de Astorga”, “Nuevos Elementos de Ingeniería Romana- III Con-
gresso de las obras públicas romanas”, Junta de Castilla e Léon, Astorga, 2006, pág. 26-28
28
LEMOS, Francisco Sande; “A via romana entre Bracara Augusta e Asturica Augusta”, Revista de Gui-
marães, vol. 110, Guimarães, 2000, pág.33
29
ALMEIDA, Carlos A. Brochado de, “Povoamento Romano do litoral Minhoto entre o Cávado e o Minho”,
Dissertação de Doutoramento em Pré-História e Arqueologia apresentado na Faculdade de Letras da Uni-
versidade do Porto, Porto, 1996, vol. VII, pág. 70
30
ALMEIDA, Carlos Alberto Brochado de, “Alterações no povoamento indígena no início da romanização.
Ponto da situação no conventus bracaraugustanus”; Separata del Tomo XXXIII del Boletín Avriense; Ou-
rense; 2003, pág.84
31
Levantamento do património arqueológico e arquitectónico de vieira do Minho, realizado pela Universi-
dade do Minho, disponível no website oficial da C.M. Vieira do Minho
32
ALMEIDA, Carlos A. Brochado de, “Povoamento Romano do litoral Minhoto entre o Cávado e o Minho”;
Dissertação de Doutoramento em Pré-História e Arqueologia apresentado na Faculdade de Letras da Uni-
versidade do Porto; Porto; 1996; vol. VII, pág.169
33
SILVA, Armando Coelho Ferreira da; “A Cultura Castreja no noroeste de Portugal”, Dissertação de Dou-
toramento em Pré-História e Arqueologia apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto,
Porto, 1986, Est.IV
34
idem, ibidem, Est. VIII
35
ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de; “A casa castreja ”, Memórias de História Antigua, Oviedo, 1984,
vol.VI, pág.35
36
AMARAL, Paulo, “O povoamento romano no vale superior do Tâmega. Permanências e mutações na
humanização de uma paisagem”, Dissertação de Mestrado em Arqueologia apresentado à Faculdade de Le-
tras da Universidade do Porto, Porto, 1993, pág.154
37
idem, ibidem, pág.171
Abstract: The open area excavation of a Square in the city centre of Chaves revealed the
presence of a late roman cemetery dug on a sterile layer that deposited over a 2nd. century A.d.
wall. The evidence presented allows us to infer an urban contraction during the 3rd. Century
A.d. The location of this site is analysed in conjunction with the other known roman burial sites
in the city.
Keywords: Roman Cemeteries, Late empire, urban contraction, 3rd. Century A.d., Sido-
nius Apollinarius.
introdução
A intervenção arqueológica no Largo General Silveira em Chaves, vul-
garmente conhecido como Largo das freiras, teve lugar entre Maio de 2000 e
Setembro de 2001, em sequência do projecto de construção de um parque de
estacionamento subterrâneo promovido pela autarquia.
Com o objectivo de minimizar o impacte sobre o património, foi elabo-
rado um plano de intervenção que consistia na abertura de sondagens prévias
para a avaliação estratigráfica do local, seguidas de escavação em área.
Na primeira das sondagens préviasplaneadas, detectámos a presença de uma
conclusões
Os dados apresentados permitem-nos inferir que, nesta área da cidade ro-
mana de Aquae Flauiae, ocupada no final do séc. I, inícios do II d.C. por uma
extensa construção, houve um período de abandono a que se seguiu a locali-
zação de uma necrópole, provavelmente em torno ao séc. IV.
Dado que os enterramentos no interior das cidades estavam proibidos
pelas XII tábuas, esta havia-se tornado uma área exterior à urbe romana.
Fica, assim, demonstrada uma contracção da cidade entre os séculos II e
IV d.C., repetindo a imagem que temos do pano de fundo do séc. III d.C., so-
bretudo nas províncias ocidentais do Império (Cf. CAMERON, 1993, p. 10 e
para a Hispânia: GóMEZ FERNÁNDEZ, 2006). Ao nível regional, podemos
citar o caso de Lucus Augusti (ARIAS VILAS, 1977), que vê construídas as
suas muralhas nesta altura, e consideravelmente reduzida a área urbana.
Bibliografia
ARGOTE, Jerónimo Contador de (1732), Memórias para a história ecclesiástica do Arcebispado
de Braga, Primaz das hespanhas, Lisboa
ARIAS VILAS, F. (1977), “Excavaciones arqueológicas en la ciudad de Lugo, agosto 1973” in noticiario
Arqueológico hispánico, V, pp. 47-53, Madrid.
BARKER, Philip (1993), Techniques of Archaeological excavation, 3ª ed., Londres.
BARROS, João de (1919) [Ms. Original de 1549], “Geographia d’Entre Douro e Minho e Trás-os-Montes”
in, Colecção de Manuscriptos inéditos Agora dados à estampa, Porto.
CAMERON, Averil (1993), The Later Roman empire, Harvard.
CARNEIRO, Sérgio (2005), “Sondagens no Interior da Cerca Medieval da Cidade de Chaves”, in Aquae
Flaviae, n.º 33, pp. 11 a 65.
2003, “Excavations in the County Gaol of Chaves”, in VILA, Xurxo M. Ayán, et aliae, Archaeotecture –
Archaeology of Architecture, BAR International Series 1175, Oxford.
DALTON, O. M. (ed. & trad.) (1915), The Letters of Sidonius, Oxford.
GóMEZ FERNÁNDEZ, Francisco José (2006), “La decadencia urbana bajoimperial en la diócesis Hispa-
niarum: la primacía del argumento del declive, sobre el de la metamorfosis ciudadana” hispania Antiqua,
Número 30.
HARRIS, Edward C. (1989), Principles of Archaeological Stratigraphy, 2ª ed., Londres.
KOEPP, Friedrich e Friedrich DREXEL (1924), germania Romana. ein Bilder-Atlas, 2ª ed., Bamberg.
LOBATO, Maria José (1995), “A Necrópole Romana de Gulpilhares (Vila Nova de Gaia)”, in Portugalia,
nova série, vol. XVI, Porto.
LOYEN, André (1970), Sidoine Apollinaire. Poémes et lettres, Paris
LUETJOHANN, Christianus (ed.) (1887), gai Sollii Apollinaris Sidonii epistulae et carmina, recensuit et
emendavit, Berlim.
1
BARKER (1993) HARRIS (1989).
2
O Código Teodosiano proscreve o suplício para este crime, MOMMSEN (1905, Vol. I, pt. ii, pp. 463 e
seg.; II, p. 114). Sidónio administra a justiça pelas próprias mãos justificando-se com uma figura legal das
XII tábuas: o iure Coesus (Si aliquis occidit, iiure coesus esto), citada frequentemente por autores latinos
como Tito Lívio, Tácito, Séneca, etc. Trata-se do direito de um cidadão a matar um ladrão que entre em sua
casa durante a noite e seja apanhado em flagrante delito.
3
pictelancea pictelanci filia a(nnorum) / xxxx h(ic) s(ita) e(st) emelus f(aciendum) c(urauit)ae / rar(io).
frater modestus / p(osuit). Leitura de RODRÍGUEZ COLMENERO (1997).
4
laucia maturi f(ilia) caladua / saqua a(nnorum) l h(ic) s(ita) e(st) f(rater) f(aciendum) c(urauit) ma / xumus
s(it) t(ibi) t(erra) l(evis). (id.).
5
d(iis) m(anibus) / visala reburri (filia) <> ambau(m) colen(ae) / filiae pientissimae et neopotibus / suis
d(e) s(uo) fec(it). (id.).
Rui Lopes
CâMArA MUnICIPAl de CHAveS, rUI.loPeS@CM-CHAveS.Pt
Resumo: A terra sigillata, objecto desta publicação, integra a totalidade dos fragmentos
de terra sigillata da escavação arqueológica realizada em 2000 pela Câmara municipal de Cha-
ves no Largo General Silveira, vulgarmente conhecido como Largo das Freiras, do centro his-
tórico da Cidade de Chaves, sob a direcção do Dr. Sérgio Carneiro. A maioria dos fragmentos
analisados provem de unidades estratigráficas preservadas, o que nos permite contextualizar
cronologicamente os vestígios exumados. Neste estudo é feita a análise pormenorizada de 778
fragmentos de terra sigillata, a identificação da forma e a descrição exaustiva de cada peça, o
que permite indicar as cronologias e a proveniência das importações.
Palavras-chave: Terra Sigillata; Formas; Cronologia; Aquae Flaviae.
Abstract : The object of this publication is the terra sigillata assemblage from the archeolog-
ical excavations carried through in 2000 by city council of Chaves at the General Silveira square,
commonly known as “Largo das Freiras”, under the supervision of Sérgio Carneiro. Most of the frag-
ments under study come from archaeological features found in situ. This study analyses the 778 frag-
ments in detail, identifying the form and thoroughly describing each one, allowing the chronological
contextualization of the features excavated and shedding light on the imports of Aquae Flaviae.
Keywords: Terra Sigillata; Forms; Chronology; Aquae Flaviae
1. Metodologia
1.1. Proveniência e composição da amostra
No presente trabalho foram inseridos a totalidade dos fragmentos prove-
nientes da intervenção arqueológica realizada em 2000 no Largo General Sil-
veirai do centro histórico de Chaves.
A necessidade do estudo destes materiais deve-se ao facto deste tipo de
material permitir em comparação com outros uma datação pormenorizada das
1.3. A ficha
Para facilitar o acesso à informação do inventário cerâmico e o manuseamento
da mesma elaborou-se uma ficha para cada peça. Esta funcionou como uma espécie
de “bilhete de identidade” da peça, que permitiu a criação de uma base de dados,
a qual contêm os elementos fundamentais para a caracterização de uma peça.
A ficha é composta por vários campos ordenados de acordo com o grau
de importância dos elementos de caracterização. No primeiro campo teve-se
em conta a identificação da peça, o sítio e o local de armazenamento, de acordo
com o registo do inventário geral do Gabinete de Arqueologia de Chaves. O
segundo campo destina-se à descrição da peça, onde consta o fabrico, a possí-
vel cronologia, o nº de fragmentos, a descrição da pasta e verniz, a classificação
tipológica, os elementos decorativos/grafitos, a oficina e por fim a descrição
morfológica da peça.
A forma Drag. 15/17 é uma das formas mais vulgares, está aqui represen-
tada por quatro fragmentos. Este prato apresenta o bordo e as paredes verticais
com uma intensa e repetida molduração exterior, no interior possui uma moldura
em quarto de círculo (meia cana) na ligação entre a parede e o fundo, deriva da
forma Consp. 21 itálica (VIEGAS, 2003: 110), situa-se cronologicamente entre
a década de 30 d.C. e o final do séc. I juntamente com a tigela Drag. 24/25 foi o
prato mais importante da primeira metade do séc. I, mas a partir da década de 60
foi diminuindo a sua produção (POLAK, 2000. 86).
2.1.1.1.3. drag. 27
Esta tigela de lábio e bordo semicircular de parede biconvexa, deriva da
3.1.1.5. drag. 27
A forma Drag. 27 é a mais comum das formas produzidas nas oficinas
hispânicas, fabricada inicialmente segundo o modelo sudgálico, mas à medida
que o tempo avança evolui, nas peças mais tardias os dois quartos de círculo
tendem a apresentar dimensões idênticas, com um diâmetro bastante largo, mas
sem lábio (MAYET, 1984: 85).
Cronologicamente é uma forma que perdurou num longo período (meados
do séc. I a IV), como se constata na estratigrafia de Pamplona (MESQUÍRIZ,
1985: 152). Mayet por falta de contextos estratigráficos fiáveis recua o final
da produção para os inícios do séc. III (MAYET, 1984: 72-73).
No Largo das Freiras em Chaves existem 33 fragmentosxiii, nestes são pre-
dominantes os bordos e os fragmentos do final do séc. I, no entanto situam-se
no geral, entre o 3º quartel e o final do séc. II. Os diâmetros são variáveis,
desde peças com diâmetros diminutos de 81mm até 170mm, mas na maioria
dos casos situam-se entre 100mm e 146mm. De salientar ainda que num fundo
se identificou um caixilho de marca de oleiro de leitura indefinível.
3.1.1.6. drag. 35
A taça Drag. 35 segue as linhas das peças produzidas nas oficinas do sul da
Gália. Muitas vezes é confundida com o prato Drag. 36, sobretudo quando são frag-
mentos muito diminutos, o que as distingue é o diâmetro e a altura das paredes.
Foi produzida nas oficinas hispânicas desde a segunda metade do séc. I
até meados/final do séc. II (MESQUÍRIZ, 1985: 154).
A taça Drag. 35 caracteriza-se pelo bordo extrovertido e pelas paredes arre-
dondadas, tendo na maioria dos casos decoração sob o bordo em forma de folha
de água em barbotina, como é o caso de três fragmentos dos quatro identificados
no Largo das Freiras. Destes apenas dois possibilitaram calcular o diâmetro
(126mm e 155mm).
3.1.1.7. drag. 36
Este prato caracteriza-se por ter um grande diâmetro com o bordo extro-
vertido em aba levemente descaído e as paredes abertas e oblíquas, na maioria
das vezes tem decoração em folha de água em barbotina sob o bordo.
Mezquíriz propõe para esta forma uma produção de longa duração, desde
a segunda metade do séc. I até ao séc. IV (MEZQUÍRIZ, 1985: 155), no entanto
alguns autores recuam o fim da produção para meados do séc. II.
3.1.1.8. drag. 46
A taça Drag. 46 é uma peça pouco homogénea quanto às suas dimensões
e caracteriza-se pelo bordo em aba inclinado com a parede oblíqua, ligeira-
mente rectilínea.
Sobre esta forma recaem muitas dúvidas quanto ao início da sua produ-
ção, no entanto alguns historiadores defendem que deve ter sido produzida
pelos oleiros hispânicos a partir do final do séc. I (LOPES, 1994:56).
3.1.1.9. hisp.5
A forma Hispânica 5 é uma taça com o bordo em aba horizontal ligeiramente
descaído, com ou sem decoração em guilhoché e com as paredes curvilíneas. Esta
tem como característica principal diâmetros mais pequenos que a forma Hispânica 4.
A cronologia apontada para a sua produção é de meados do séc. I a mea-
dos do séc. II (ROCA e FERNANDES, 1999). É também uma forma pouco
abundante nos vários locais de referência já mencionados.
3.1.2.2. drag. 30
O vaso Drag. 30 surge como a segunda forma decorada mais vezes iden-
tificada. Este vaso de bordo oblíquo de paredes quase verticais aparece repre-
sentado pelos estilos decorativos de imitação: linhas de óvulos duplas, arcos,
linguetas, festões, pontas de setas, rosetas com figuras humanas, vegetais, flo-
rais e animais isolados ou com cenas.
É uma forma que seguiu ligeiramente o modelo sudgálico, no entanto ad-
quiriu uma forma mais cilíndrica que a anterior, perdendo também o bordo
vertical para um oblíquo.
Esta forma terá sido fabricada nas oficinas hispânicas desde a segunda
metade do séc. I podendo ter chegado ao início do séc. IIxvii (DELGADO;
MAYET; ALARCÃO, 1975: 158). Os materiais aqui apresentados não che-
gam a ultrapassar o final do séc. I, um indicador disso é a ausência de mo-
tivos circulares típicos das peças do primeiro quartel do séc. II (MAYET,
1984: 83).
3.1.2.3. drag. 37
A forma Drag. 37 é uma taça hemisférica de bordo espessado vertical ou
encurvado com decoração na pança, que neste grupo das decoradas perde po-
sição em relação ao último estudo de sigillata de Aquae Flaviaexix (CARNEIRO
e LOPES, 2005:114).
Esta forma tem duas/três variantes, a Drag. 37A, de bordo espessado vertical
ou encurvado, com diâmetro de abertura menor, entre 110mm a 200mm, com uma
cronologia situada entre o final do séc. I e o séc. II (MEZQUÍRIZ, 1985: 169-170),
nesta variante podemos englobar a Drag. 37 de bordo simples, que é mais rara e
vistosaxx. A outra variante é a Drag. 37B, com diâmetros de maior abertura entre
250mm e 300mm, com o bordo de perfil amendoado, o período de produção desta
forma foi relativamente curto, situando-se no último quartel do séc. Ixxi.
i
Conhecido localmente por Largo das Freiras.
ii
Tal como aconteceu no último estudo das sigillatas, (CARNEIRO; LOPES, 2005).
iii
MUNSELL, Soil Color, (1975), Evanston, Soiltest.
iv
Este critério tem pouca importância na análise geral da peça, uma vez que este pode variar de acordo com
tipo de solo em que estão inseridas.
v
(VIEGAS, 2003: 104).
vi
(QUARESMA, 2002: fig.5).
vii
Como é o caso de algumas marcas de oficinas que se mantiveram em produção até ao ano 70 d.C., que
põem em causa a cronologia proposta para o fim desta forma.
viii
O mesmo acontece em Conímbriga (DELGADO; MAYET; ALARCÃO, 1975: 337).
ix
Camada IV que é composta por níveis de destruição.
x
Factor fundamental a ter em conta, pois o Vale do Ebro é ponto estratégico, quer a nível geográfico, quer
a nível de matérias-primas (argilas-calcárias e linhas de água), no entanto não se pode esquecer a rede viária
terrestre e fluvial que facilitou a circulação dos seus produtos.
xi
Onde o prato Drag. 15/17 é a forma lisa mais vezes identificada.
xii
O facto de possuírem no bordo guilhoché poderá estar relacionado com o início da produção, como sugere
Carlos Batata
ozeCArUS - ServIçoS ArqUeológICoS, ldA.; ozeCArUS.gerAl@tele2.Pt
2. trabalho de campo
Os trabalhos de son-
dagem e escavação foram
realizados nos seguintes
locais:
- Acampamento mi-
litar, anfiteatro ou hipó-
dromo (2007 e 2008);
- Necrópole da Vei-
ga da Samardã (Cemité-
rio dos Mouros) (2007 e
2008);
- Aqueduto (2008).
- Povoado da Veiga Figura 2. Planta de Jürgen Whal actualizada com os novos vestígios
da Samardã (2007 e e áreas de escavação
2008);
2.4.1 sondagem A
Depois de retirado o areão granítico e efectuada a limpeza do quadrado
verificámos que o quadrado havia sido escavado até ao afloramento geológico.
Neste existia um muro bastante destruído com orientação norte-sul e uma pe-
quena fossa escavada no xisto. Os trabalhos que realizámos para poder docu-
mentar a realidade arqueológica resumiu-se à fotografia, desenho do muro e
fossa e desenho do corte este.
2.4.2 sondagem B
Depois de retirado o areão granítico e efectuada a limpeza do quadrado
verificámos que o quadrado não havia sido escavado na totalidade até ao aflo-
ramento geológico. No canto sudeste havia sido deixado parte do pavimento
de barro esverdeado e do lado norte a camada de destruição composta por pe-
dras dos muros, tégulas e imbrices. Ao centro havia os restos muito destruídos
de um muro de sentido norte-sul. Os trabalhos que realizámos, para poder do-
cumentar a realidade arqueológica, para além da fotografia, desenho do plano
e corte este, consistiu no desmonte do derrube. Por baixo deste encontrava-se
os restos de uma lareira, embasada com tégulas, tendo nós definido o limite
norte. O restante da lareira havia já desaparecido com os trabalhos arqueoló-
gicos da década de 80 do séc. XX.
2.4.4 sondagem c
Depois de retirado o areão granítico e efectuada a limpeza do quadrado
verificámos que o quadrado não havia sido escavado na totalidade até ao aflo-
ramento geológico. Na parte sul encontrava-se a camada de destruição, bem
como do lado este. O resto do quadrado encontrava-se escavado até ao pavi-
mento. Para além da fotografia, desenho do plano e do corte este, removeu-se
a camada de destruição e escavou-se o pavimento de terra batida até ao aflora-
mento, tendo-se deixado um testemunho no canto sudeste. A escavação até ao
afloramento revelou, na parte norte, xisto muito polido. No centro do quadrado
encontrava-se uma mancha de terra cozida (lareira), ao nível do pavimento. No
resto da superfície do quadrado, o xisto estava rebaixado, apresentando 7 bura-
cos de poste. Pensamos que se trata de uma construção anterior, cujas dimensões
só será possível obter após a abertura dos quadrados QK5 e QJ5.
2.4.6 sondagem d
Depois de retirado o areão granítico e efectuada a limpeza do quadrado
verificámos que o quadrado havia sido escavado até ao afloramento geológico,
com excepção do lado norte, onde existia alguma aglomeração de pedras de
pequeno e médio tamanho, em cota abaixo do afloramento.
2.4.10 sondagem F
Depois de retirado o areão granítico e efectuada a limpeza do quadrado
verificámos que o quadrado havia sido escavado até ao afloramento geológico,
apenas na parte sul do quadrado e uma estreita faixa do lado oeste. Do lado
este apresentava uma fossa que não se encontrava escavada até ao fundo (Fossa
I). Sobre parte desta fossa encontra-se os restos de um muro de sentido este-
oeste que fazia canto com um de sentido norte-sul. Os trabalhos que realizámos
para poder documentar a realidade arqueológica para além da fotografia, de-
senho do plano e do corte este, incidiu na escavação da profundidade total da
fossa, na metade visível no quadrado, já que ela se prolonga para o quadrado
2.4.12 sondagem g
Depois de retirado o areão granítico e efectuada a limpeza do quadrado
verificámos que o quadrado havia sido escavado apenas até ao pavimento de
terra batida (Compartimento III). Do lado norte e este, apresentava dois muros
fazendo ângulo entre si. Assim, para além dos trabalhos de fotografia, desenho
do plano e do corte este, apenas pusemos à vista as pedras que se revelaram
como sendo um muro formando canto, de uma fase anterior à deste comparti-
mento, pois encontrava-se coberto com o pavimento. Este compartimento
(Compartimento II) encontra-se quase completo, faltando apenas a parede oeste
que se encontra nos quadrados QF7 e QE7, a escavar em anos próximos.
Em 2008, foi removido o pavimento de barro esverdeado, tendo sido dei-
xado um testemunho a norte. Por baixo surgiu uma grande fossa que parece
ser a continuação da Fossa II, existente na Sondagem H. Foi apenas parcial-
mente escavada, tendo revelado nos entulhos iniciais, fragmentos de um pe-
queno pote negro, com paredes exteriores espatuladas, com semelhanças
evidentes com o pote achado na necrópole romana. Deverá datar do séc. I d.C..
Ao lado foi escavado o QE5 que revelou a existência de mais uma fossa
escavada no xisto (Fossa IV). As camadas superficiais de entulho revelaram
uma moeda de prata de Tibério, que nos data o entulhamento das fossas no seu
reinado ou, quanto muito, no reinado de Cláudio.
Os quadrados G5, F5 e E5, revelaram ainda um arruamento romano entre
as casas, com uma canalização escavada no xisto e coberta com lajes de xisto
e mós gastas. O pavimento difere dos das casas, pois é constituído por diversas
camadas de estéril da mina, composto por quartzo leitoso fragmentado em pe-
quenos pedaços.
2.4.16 sondagem i
Depois de retirado o areão granítico e efectuada a limpeza do quadrado
verificámos que o quadrado havia sido escavado até ao afloramento, na parte
sudeste, incluindo uma fossa de grandes dimensões (Fossa III). Do lado oeste
e norte, a escavação de Jürgen Whal foi apenas feita até ao pavimento do com-
partimento oeste, tendo sido ainda realizada uma sondagem de 1 x 1 m até ao
afloramento, verificando-se existir camadas arqueológicas por baixo do pavi-
mento. Este pavimento difere de todos os outros já que apresenta uma cor aver-
melhada e é composto por quartzo leitoso partido em pedaços muito pequenos
e que parece ser um aproveitamento de materiais provenientes da mina. Os tra-
balhos que realizámos, para poder documentar a realidade arqueológica, resu-
miu-se à fotografia, desenho do plano e cortes este e oeste. O desenho do corte
oeste, para além de documentar várias fases de ocupação deste compartimento,
2.4.18 Qc7
Foi o único quadrado escavado integralmente durante a 1ª Campanha Ar-
queológica (2007). Permitiu obter a quase totalidade do compartimento oeste
da Sondagem I. Todo o quadrado estava repleto com a camada de destruição
composta por pedras de xisto, tégulas, imbrices e algumas peças arqueológicas,
entre as quais se destaca uma lucerna. Abaixo, encontrava-se o pavimento
quartzítico que não foi desmanchado nesta campanha. No centro apresentava
uma depressão sem pavimento que pode corresponder ao embasamento de uma
trave, dado termos encontrado sobre o pavimento um bloco de granito partido
em dois com uma cavidade ao centro. O muro oeste do compartimento apre-
senta, no canto noroeste apenas o embasamento do muro, enquanto o restante
apresenta uma altura de 40 cm, e que corresponde a uma porta.
Em 2008 foram integralmente escavados os QC7 e QB7, tendo o QD7
sido escavado apenas até aos pavimentos de barro do corredor e do comparti-
mento do QD7.
A escavação destes 3 quadrados permitiu obter uma leitura da complexa
organização estratigráfica deste espaço, com sucessivas remodelações para fins
distintos. Começando pela última ocupação do espaço (talvez do séc. II d. C.)
verificámos que o pavimento de quartzo leitoso correspondia ao pavimento de
um átrio parcialmente coberto: a existência de um buraco de fixação de um
barrote encimado por uma pedra de granito a fazer de capitel, na metade norte
do átrio, sugere que aí havia uma cobertura. O átrio dava para 5 compartimen-
tos diferentes e para um corredor. Nesta fase, todos os compartimentos adja-
centes e o corredor apresentavam as paredes rebocadas com argila avermelhada
com alguma cal como agregante.
Depois de removido este pavimento, surgiu uma camada de terra esver-
3. Materiais Arqueológicos
Os materiais arqueológicos recolhidos confirmam em parte as conclusões
a que Jürgen Wahl chegou, ou seja, que as moedas mais antigas datam o po-
voado (e consequentemente o início da exploração mineira), da época de Cláu-
dio, embora se admita que a exploração possa ter começado com Augusto.
Entre os materiais encontram-se os materiais clássicos recolhidos em todas as
escavações de período romano como seja lucernas, sigilatas, moedas, pesos de
tear. Como aspecto inovador, refira-se o prolongamento da baliza cronológica
estabelecida por Jürgen que datava o fim da exploração no final do séc. II d.C..
O aparecimento de uma moeda forrada a prata, datando de meados do séc. III
Bibliografia
ALARCÃO, A. Moutinho e PONTE, Salete da (1984), Colecções do Museu Monográfico de Co-
nimbriga. Coimbra: Gráfica de Coimbra;
ALARCÃO, Jorge de (1975), La Ceràmique Commune Locale e Régionale. Fouilles de Conimbriga, 5.
Paris: Diffusion E. de Boccard;
ALARCÃO, Jorge de, DELGADO, Manuela, MAYET, Françoise, ALARCÃO, Adília Moutinho e PONTE,
Salete da (1976), Céramiques diverses et verres. Fouilles de Conimbriga, 6. Paris: Diffusion E. de Boccard;
DELGADO, Manuela, MAYET, Françoise e ALARCÃO, Adília Moutinho (1975), Les Sigillés. Fouilles de
Conimbriga, 4. Paris: Diffusion E. de Boccard;
GOBERNA, Fernando Javier Costas e CUÑARRO, José Manuel Hidalgo (1997), Los juegos de tablero en
galicia, Aproximación a los juegos sobre tableros en piedra desde la Antigüedad Clásica al Medievo. Vigo;
SEPÚLVERDRA, Eurico de e SOUSA, Vítor R. Cordeiro de (2001), Cerâmicas finas romanas do Museu
Municipal de Torres vedras: as Lucernas. Conimbriga, 40. Coimbra: instituto de Arqueologia da FLuC;
SILVA, Armando Coelho Ferreira da (1986), A Cultura Castreja no noroeste de Portugal. Paços de Ferreira:
Museu Arqueológico da Citânia de Sanfins e Câmara Municipal de Paços de Ferreira;
RUIBAL, Alfredo González (2006-07), Galaicos, Poder y comunidad en el Noroeste de La Península Ibérica
(1200 a.C. - 50 d.C.). Brigantium, 19, Boletín do Museo Arqueolóxico e Histórico da Coruña;
WAHL, Jurgen (1986), Resultados das pesquisas arqueológicas, efectuadas de 4/8 a 10/11/86, na zona das
minas de ouro romanas de Três Minas (conc. vila Pouca de Aguiar, distr. vila Real). Vila Pouca de Aguiar.
p. 28.
WAHL, Jurgen (1986a), Minas Romanas de Tresminas (1986), Escavação, Trabalhos Anteriores ao IPA.
WAHL, Jurgen (1998), Aspectos tecnológicos da indústria mineira e metalúrgica romana de Três Minas e
Campo de Jales (Concelho de vila Pouca de Aguiar), Actas do Seminário “Museologia e Arqueologia Mi-
neiras” (Outubro 1998). Lisboa: Museu do Instituto Geológico e Mineiro, p. 57-68.
WAHL, Jurgen (1988a), Três Minas. vorbericht uber die archaologischen untersuchungen im bereich des
romischen goldbergwerks 1986/87), Madrider Mitteilungen. Madrid. 29.
WAHL, Jurgen (1988b), Minas Romans de Tresminas (1988), Relatório Aprovado.
WAHL, Jurgen (1993), Três Minas. vorbericht uber die archaologischen Ausgrabungen im Bereich des
romischen goldbergwerks 1986/87, Montanarchaologie in europa. Montanarchaologie in Europa. Berichte
zum Internationalen Kolloquium “Fruhe Erzgewinnung und Verhuttung in Europa” in Freiburg im Breisgau,
vom 4, bis.7, Oktober 1990, p. 123-152.
Abstract: in this work we intend to reflect briefly on the origins and characteristics of
the first christian buildings in the rural world of medieval galicia, with particular regard to
their spatial organization and their relationship with elements of the previous territorial struc-
ture. This is a complex and scarcely studied issue, but crucial to understand not only peasants
communities and landscape in Late Antiquity and Middle Age but also the territorial structure
of the traditional rural world in galicia that still survives nowadays. To do this we will focus on
the region of Terra de Celanova, in Orense, where by means of the union of archaeological,
documentaries and geographical data, we can see the strong relationship between the first rural
churches, territorial articulation of roman period and previous sacred spaces of local commu-
nities. Alike, this perspective will help us to study the progressive and vital role of settlement
articulation that these first churches take between v and X centuries.
Keywords: churches, necropolis, territory, early middle age.
5. conclusiones
Como señalábamos al inicio, la cuestión del origen y características de
las primeras iglesias rurales precisa aun de muchos estudios de base, especial-
Bibliografía
ANDRADE CERNADAS, J. M. (1995). O Tombo de Celanova: estudio introductorio, edición e índices
(ss. iX-Xii). Santiago de Compostela.
ARMADA PITA, X. L. (2003). “El culto a Santa Eulalia y la cristianización de gallaecia: algunos testimonios ar-
queológicos”. habis. N. 34. Sevilla. pp. 365-388.
BALIÑAS PÉREZ, C. (1992). do mito á realidade: a definición social e territorial de galicia na Alta idade Media
(seculos viii e iX). Santiago de Compostela.
BOUHIER, A. (2001). galicia. ensaio xeográfico de análisis e interpretación de un vello complexo agrario. San-
tiago de Compostela.
BOUZA BREY, F. (1948). “El ara romana de Santa María del Condado (Orense) y otra del Museo de Lugo”.
Boletín de la Comisión provincial de Monumentos históricos y Artísticos de Lugo. T. III. Lugo. pp. 113-115.
DAVID, P. (1947). Études historiques sur la galice et le Portugal du vie au Xiie siècle. Coimbra-Paris.
DÍAZ MARTÍNEZ, P. C. (1994). “El Parrochiale suevum: organización eclesiástica, poder político y poblamiento
en la Gallaecia tardoantigua”. homenaje a José María Blázquez. Madrid. pp. 35-47.
DÍAZ Y DÍAZ, M. C.; PARDO GóMEZ, M. V.; VILARIÑO PINTOS, D. (1990). Ordoño de Celanova: vida y
milagros de San Rosendo. A Coruña.
ESCALONA MONGE, J. P. (1994). “Problemas metodológicos en el estudio de los centros de culto como elemento
estructural del poblamiento”. Burgos en la Plena edad Media. iii Jornadas burgalesas de historia. Burgos. pp.
573-598.
GARCÍA ÁLVAREZ, M.R. (1955). “Notas al episcopologio auriense del siglo IX”. Boletín de la Comisión pro-
vincial de Monumentos históricos y Artísticos de Orense. Tomo XVIII. pp. 117-144. Orense. pp. 117-144.
1
Para una presentación y descripción detallada de este territorio y los datos de su evolución histórica entre los
siglos I y XIII vease Sánchez Pardo (2008).
2
Un claro ejemplo es la asociación entre la difusión del cristianismo y el trazado viario romano en Galicia (Armada
Pita 2003, p. 387-388; López Quiroga 2005, p. 204). Aun sin querer caer en asociaciones simples o superficiales,
no parece casualidad que en los principales nudos viarios de época galaicorromana se emplacen, tiempo después,
algunas de los centros eclesiásticos más importantes de la Galicia altomedieval. Podríamos incluso pensar que sea
precisamente el grado de conectividad y centralidad de la iglesia en esa red viaria el que decida su jerarquía e im-
portancia en la organización eclesiástica, lo que a su vez nos indica la pervivencia del uso e importancia de estas
vías en los siglos altomedievales. Los ejemplos podrían ser muchos: Santa Comba de Bande, el monasterio de Ce-
lanova (Sánchez Pardo 2008, p. 512-513), el monasterio de Sobrado, el monasterio de Samos, la propia iglesia de
Santiago de Compostela, y las primeras sedes episcopales gallegas, que se emplazarán en los principales aglome-
rados de época romana, que constituían los epicentros de la red viaria: Lugo, Tuy, Iria y Orense.
3
El caso más cercano a nuestro ámbito de estudio de una iglesia que podría datarse materialmente en época visigoda
es el de San Martiño de Pazó (Allariz), fuera ya de la comarca de Terra de Celanova, pero muy cerca de sus límites.
En esta iglesia y en la aldea de igual nombre fueron encontrados, según Rivas Fernández (1976), restos de un asen-
tamiento tardorromano (que él interpreta como un palatio) y de un anterior templo de época visigoda que en el
siglo X estaría en ruinas y sería totalmente reedificado en estilo mozárabe.
4
Las menciones documentales se refieren a una “Ecclesiola”, sin ofrecer más datos directos sobre su localización;
si bien, según el contexto de las diferentes referencias consideramos que podría tratarse de esta capilla en la parroquia
de Penosiños.
Rebeca Blanco-Rotea
lAPA-CSIC; rebeCA.blAnCo-roteA@IegPS.CSIC
Abstract: during the 17th century a fortification phenomenon along the border between
Spain and Portugal takes place on the occasion of the Portuguese War of Restoration (1640-
1668), with the construction of a series of architectures that follow the lines of the bastioned
fortifications. This phenomenon is studied in the area located between verín-Monterrei in galicia
and Chaves in Portugal. The analysis, made from the theoretical-methodological approach of
the archaeology of the architecture and the archaeology of the landscape, starts in the works
carried out in a plot of land in villa de verín first, and then it spread to the built-up area and to
the land surrounding it. As we will see, urban changing processes in the city of verín are directly
related to the fortification of border after 1640.
Keywords: Landscapes Archaeology, Archaeology of Architecture; Architectural
Prospecting; Photointerpretation; Fortification of Border; urban Landscape; Fortified Archi-
tecture with bastioned fortifications; Modern Age; Se of galicia; ne of Portugal; Portuguese
War of Restoration.
Antecedentes
La intervención arqueológica se orientaba al estudio de los posibles restos
de un baluarte localizado en un solar de la Villa de Verín, en el que se había
planteado la demolición de las estructuras que en él se conservaban. Los obje-
tivos de esta intervención eran documentar y registrar estas estructuras arqui-
tectónicas; analizar su técnica constructiva, secuencia constructiva y
funcionalidad; datar las estructuras; e intentar delimitar el conjunto fortificado
en su entorno inmediato.
Con anterioridad a este trabajo Taboada Chivite, en los años 40 del s. XX,
había realizado un estudio en el que apuntaba que estos muros correspondían
a un baluarte que formaría parte de la fortificación de la villa. Además, Taboada
el Baluarte de elle
Antes de proceder a definir los elementos que se conservan de este pe-
riodo en el solar analizado, creemos que es importante hacer una caracteriza-
ción del tipo de fortificación al que corresponde el Baluarte de elle, a fin de
comprender, por una lado, la transformación que debió suponer para la villa
esta construcción y, por otro, la relevancia de este elemento dentro del conjunto
de la misma.
Como consecuencia de los progresos en el uso de la pólvora y las armas
mecánicas, el tipo de defensa característica de época medieval (que se compone
fundamentalmente por torres y murallas) es superada por la potencia ofensiva
y deben mejorarse los recintos amurallados anteriores, para lo cual se adosan
al recinto torres cuadradas y posteriormente circulares y se completa la defensa
exterior con un foso que dificulta la aproximación del enemigo al recinto. El
siguiente avance será la sustitución de las torres circulares, ya que permiten al
enemigo ocultarse, por un nuevo elemento, el bastión, en forma de flecha que
elimina los puntos muertos de este tipo de torres.
Ya en época moderna, como consecuencia de la introducción de la pólvora
La primera bodega
La fase iii (1851) se corresponde con la construcción en el interior del
baluarte de una bodega con antebodega hacia el N en el año 1851 siendo pro-
Reformas en el baluarte
En la fase iv, fechada en torno al año 1885, se reforma el flanco W y la
cortina que se unía a éste.
Figura 4. Fotografías aéreas de Verín con la localización de la toponimia y estructuras documentadas y re-
construcción hipotética del entramado urbano medieval y moderno y la delimitación de la fortificación mo-
derna
conclusiones
Bibliografía
BARREIRO MARTÍNEZ D., 2001, Sistemas de Prospección Arqueológica, En Amado Reino, X. (coord.)
2001. inventario y Catalogación del Patrimonio Cultural. Curso de especialización en gestión arqueológica
del Patrimonio Cultural. Módulo 3, Pp. 57-61, Santiago de Compostela: Laboratorio de Arqueoloxía e For-
mas Culturais, IIT, USC.
BLANCO ROTEA R., GARCÍA RODRÍGUEZ S., 2005, Paisaje arquitecturado y arquitectura en el paisaje: la fortificación
del territorio en Época Moderna en el Baixo Miño, Revista electrónica ArqueoWeb, 7 (2) (Sept. / Dic. 2005),
1
El artículo se escribe en colaboración con Sonia García Rodríguez (LaPa, CSIC) sonia.garcia-
rodriguez@iegps.csic.es
2
Ficha Técnica: Título Proyecto: Actuación arqueológica en el solar nº 14 de la Calle de elle, verín (Ourense).
Periodo de realización: mayo de 2005 a marzo de 2007. Código de expediente: CJ 102A 2005/260-0. Promotor:
Xunta de Galicia, Consellería de Cultura, Comunicación e Turismo, Dirección Xeral de Patrimonio Cultural. Di-
rectora: Rebeca Blanco Rotea. Ayudante de dirección: Sonia García Rodríguez. Equipo técnico: Noemí Calvo
Valcarce, Cristina Cancela Cereijo. Fotografía: Sonia García, Rebeca Blanco. Topografía: Miguel Grueiro Méndez.
Vaciado documental y fotointerpretación: Sonia García. Delineación y dibujo: Anxo Rodríguez Paz, Sonia García,
Rebeca Blanco. Tratamiento de la Información: Matilde Millán Lence. Estudio y procesado de la Cultura Material:
Cristina Cancela. Estudio de la litología de la muralla: Manuela Costa Casais.
3
Queremos mostrar nuestro agradecimiento a aquellos vecinos de la villa de Verín que amablemente nos ayudaron,
nos proporcionaron información o nos permitieron consultar sus archivos particulares durante el transcurso de
estos trabajos, sobre todo a D. Alberto Vega y muy especialmente a D. Eduardo Castro.
4
1851-1855, documentación del proceso de litigio: demanda del Licenciado don Ramon Santa Mariña vecino
de verin contra doña estrella noboa sobre construcción de nueva obra en el sitio titulado elle, del Juzgado del
Abstract: in 2007 the Cultural heritage Management general Office asked architect
Manuel Seoane to carry out an architectonic project in the Basilica of the Ascension and in Os
Fornos (Allariz, Ourense). The purpose of this project was the consolidation of this monumental
set and the adaptation of its surroundings. Before the development of this project, LaPa-CSiC
was asked to study the set. Two types of interventions were made: the topographical survey with
Scan Laser and the stratigraphic reading of walls. Once this study was carried out it was pos-
sible to establish new hypotheses on the set and to confirm some of the already existing hypoth-
esis about the origin, the functionality and the constructive moments of the basilica as well as
of the Forno.
Keywords: Se of galicia; Archaeology of Architecture; Stratigraphic Reading of Walls;
iron Age Architecture; Medieval Architecture; Santa Mariña.
introducción
El presente artículo es el resultado de los trabajos arqueológicos realiza-
etapa iva
A esta etapa correspondería, dentro de esta fase, la construcción de la basílica.
Para ello, se amplía el espacio de las estructuras compuestas por el horno y la es-
tancia que lo antecede, creando una cripta sobre la que se construye propiamente la
basílica. La planta soterrada se amplía hacia el E con una estancia dividida en tres
tramos, cubiertos por bóvedas de cañón apuntado que incluyen dos escaleras de ba-
jada a la cripta. En la planta superior se construye un edificio absidiado, de cabecera
recta y una sola nave, ambas con columnas acodilladas. A través de la ventana del
ábside se puede observar cómo la fábrica es unitaria en las dos alturas, aspecto del
que también dejan constancia las marcas de cantero, la decoración o el aparejo. La
fábrica está
inconclusa,
tanto en la
zona W como
en la cubri-
ción, ya que
se construyó
únicamente
hasta la altura
de los capite-
les.
Figura 5. Fases I a
IV de la cripta, in-
dicadas sobre la
planta y la ortoima-
gen del alzado N
Bibliografía
ALMAGRO GORBEA, M., MOLTó, L. 1992. Saunas en la Hispania prerromana, espacio, tiempo
y forma, Serie II, 5, Madrid.
BANDE RODRÍGUEZ, E. Y ARMADA BANDE, O. 2002. evolución do conxunto histórico-artístico de
Santa Mariña de Augas Santas. Ourense.
BLANCO-ROTEA, R. 2008 Levantamiento volumétrico y lectura de alzados del conjunto formado por la
Basílica da Ascensión y O Forno da Santa (Allariz, Ourense), LaPa-CSIC. Informe Inédito.
CHAMOSO LAMAS, M. 1955. Santa Marina de Augas Santas. Cuadernos de estudios gallegos X-20, pp.
41-88. Santiago de Compostela.
CALVO, F. 1913. Recuerdos de Augas Santas. Boletín de la Comisión Provincial de Monumentos históricos
y artísticos de Orense, Tomo IV, núm. 91. pp. 321-389. Orense.
CONDE-VALVÍS FERNÁNDEZ, F. 1955. Las termas romanas de la “Cibdá” de Armea en Santa Mariña
de Augas Santas, actas del III Congreso Nacional de Arqueología(1953), Institución Fernando el Católico,
CSIC, pp.432-447. Zaragoza.
CONDE-VALVÍS FERNÁNDEZ, F. 1959. Dos villas romanas de la Cibdá de Armea, en Santa Mariña de
Augas Santas. Revista de guimarâes 69, pp. 472-500.
FARIÑA BUSTO, F. 2002. Santa Mariña de Augas Santas. guías do Patrimonio Cultural, 7. Santiago de
Compostela.
LORENZO FERNÁNDEZ, J. 1948. El monumento protohistórico de Augas Santas y los ritos funerarios de
los Castros. Cuadernos de estudios gallegos III-10, pp. 157-211. Santiago de Compostela.
RÍOS GONZÁLEZ, S. 2000. Consideraciones funcionales y tipológicas en torno a los baños castreños del
1
También denominado Os Fornos.
2
Entre el castro y la basílica distan 108 m.
Ficha Técnica:
Promotor: Xunta de Galicia, Consellería de Cultura e Deporte, Dirección Xeral de Patrimonio Cultural
Arquitecto: Manuel Seoane
Directora Intervención Arqueológica: Rebeca Blanco Rotea
Ayudante de dirección: Sonia García Rodríguez
Equipo técnico: Patricia Mañana-Borrazás, Cristina Mato-Fresán, Alberto Rodríguez -Costas
Fotografía: Rebeca Blanco, Alberto Rodríguez Costas
Topografía: Patricia Mañana Borrazás
Delineación y dibujo: Patricia Mañana Borrazás, Anxo Rodríguez Paz
Tratamiento de la Información: Alberto Rodríguez Costas
3
Este caño ha sido restaurado con posterioridad a la segunda mitad del s. XX, ya que en una fotografía de
esta época la boca del caño estaba rota (Lorenzo Fernández 1948: Lámina III) y actualmente está en perfecto
estado de conservación. Además, se aprecian unos cortes en las losas, practicados para introducir la nueva
pieza.
4
La zona ampliada en la cripta en la etapa IVa.
Abstract: The Monastery of San Pedro de Rocas is outstanding by the special construction
of the chapels of its church, worked on the rock. That fact could respond to an establishment
hermit whose evolution in the time would give rise to the foundation of a monastery. This first
architecture determines the reconstructions that the building has undergone. On the other hand
the own enclave in which is the monastery set determined the reusability of the lot, eliminating
therefore the tracks in height of each phase. The archaeological record and the critical reading
of the sources take to determine the material emptiness and, with them, the diverse forms to us
to approach the building as much to know it as for their putting in value.
Keywords: galicia, Architectonic Restoration, Archaeology of Architecture, Stratigraphic
Analysis,historical Analysis, Monastic Architecture, Rock Architecture.
Antecedentes
La necesidad de realizar una intervención en las cubiertas del Monasterio
de San Pedro de Rocas para la reposición de las techumbres, planteó a la Di-
rección Xeral de Patrimonio Cultural de la Consellería de Cultura e Deporte de
trabajos realizados
Los trabajos planificados para el registro de la Iglesia estaban encamina-
dos a la realización de una planimetría de detalle y la obtención de las fases
constructivas. Para ello se llevaron a cabo los protocolos de trabajo habituales
de la metodología arqueológica: registro fotográfico y exhaustiva topografía
del edificio para recuperar su volumetría y posibilitar la representación gráfica
de los datos obtenidos en los diferentes análisis. Con ello se realizaron los fo-
tomontajes y planimetrías 3D.
En un segundo paso se llevó a cabo la doc-
umentación y registro de las estructuras que for-
man el monasterio actualmente: se dividió del
edificio en sectores para facilitar la descripción
e interpretación de resultados, se hizo la lectura
estratigráfica y se elaboró un registro de las
unidades estratigráficas que componen cada
construcción. Una vez revisada esta informa-
ción, se realizaron los diagramas con
cronologías relativas y secuencias constructivas.
Problemáticas
Las necesidades surgidas en el año 2006 condujeron a la realización de
los trabajos presentados, pero las especiales características del inmueble y las
condiciones en las que se encontraba generaron una serie de problemáticas que
imposibilitan la consecución de dataciones absolutas e interpretaciones cer-
radas sobre el cenobio. Se plantearon una serie de circunstancias desfavorables
para poder llevar a cabo un análisis íntegro, algunas de ellas comunes a los es-
tudios e intervenciones que sobre el Patrimonio Construido se realizan desde
los planteamientos arqueológicos e históricos.
En este caso, aunque se trata de un conjunto monástico, la intervención
y análisis no contem-
plaba la Casa Prioral,
que quedó fuera de la
misma al estar gestion-
ados ambos edificios
por diferentes organis-
mos gubernamentales.
Por otro lado, debido a
la urgencia de la inter-
vención en los tejados Figura 4. Exteriores del Monasterio: iglesia, rectoral, estancia en el se-
y la especificidad del gundo piso, cementerio y acceso al campanario
Resultados
Lo que hoy día se conoce de este monasterio se centra principalmente en
los edificios que permanecen en pie, pero, como se ha apuntado, sería necesario
el estudio del entorno inmediato y de un territorio más amplio con el fin de lo-
calizar y conocer la envergadura real del conjunto monástico.
Centrándonos en lo estudiado hasta
el momento podemos apuntar que el área
que hoy ocupa la nave transversal de la
iglesia fue utilizada, probablemente, para
la prolongación en dirección este-oeste de
las capillas de cabecera. Es significativa la
aparición de unos escalones de acceso al
espacio en que se sitúa la capilla norte,
oblicuos a la misma, que marcan una con-
figuración del espacio muy diferente a la
actual y que podrían estar en relación con
los primeros momentos del edificio.
Figura 6. Secciones de la iglesia: este-oeste
Debido a la reutilización de material atravesando la capilla central y la estancia del
decorativo, la datación estilística de las ar- segundo piso, y sección norte-sur de la nave
querías de acceso a las capillas pétreas, transversal en la que se observa la totalidad
del panel pétreo de acceso a las capillas
Bibliografía
Benito de la Cueva. 1997. Historia de los Monasterios y Prioratos Anejos a Celanova. Granada: Uni-
versidad de Granada.
Boletín de la Comisión Provincial de Monumentos Históricos y Artísticos de Ourense.1898-1960. Xunta
de Galicia-Grupo Marcelo Macias.
Duro Peña, E. 1972. El Monasterio de San Pedro de Rocas y su Colección Documental. Ourense: Instituto
de Estudios Orensanos Padre Feijoo.
Malingre Rodríguez, A. M. 2001. Monasterio de San Pedro de Rocas. León: Edilesa.
Sá Bravo, H. 1982. el Monasterio de Celanova. León, Editorial Everest.
Sáez, E. y Sáez, C. 1996. Colección diplomática del monasterio de Celanova). Alcalá de Henares; Univer-
sidad de Alcalá de Henares.
1
El Grupo Evangélico Ciudad de los Muchachos ocupa desde 1965 estos edificios en los que han realizados
diversas limpiezas y reparaciones.
Abstract: The Pazo Prioral of the Colegiata of Santa Maria de Xunqueira de Ambía has
been undergoing a restoration project during the last few years aimed at recovering the building
and giving it a cultural use. Within the second phase of the restoration, the execution of an in-
tegral study with the purpose of determining its constructive sequence and of contributing to
the elaboration of the restoration project was considered. Through the data obtained, it has
been possible to recover the evolution of the Pazo Prioral, to reinterpret its functionality and to
open new ways of study on the interpretation of its space and functional evolution.
Keywords: Se of galicia; Architectonic Restoration; Archaeology of Architecture; Strati-
graphic Analysis; historical Analysis; Archaeological Control; Monastic Architecture.
introducción
Desde el año 1995 el Pazo Prioral de la Colegiata de Santa María de Xun-
queira de Ambía (Ourense) ha sido objeto de diferentes proyectos de restaura-
Problemática
Uno de los aspectos que nos gustaría
resaltar antes de proceder a presentar los
resultados de esta investigación, es la pro-
pia problemática del edificio, ya que resulta
de gran ayuda para entender tanto algunos
aspectos que se plantearán más adelante,
como la imposibilidad de ratificar algunas
Figura 1. Planta de la Colegiata de Santa
hipótesis sin ampliar los trabajos arqueoló- María de Xunqueira de Ambía
gicos realizados hasta el momento.
Figura 6. Reconstruc-
ción hipotética del
Pazo Prioral en la fase
III realizada por A.
Rodríguez Paz. Para
esa fase no se han do-
cumentado huellas de
escaleras interiores,
por lo tanto, la comu-
nicación entre ambos
pisos debía hacerse
desde el exterior.
Hemos dispuesto las
escaleras en aquella
zona donde no se han
documentado mechi-
Entre 1902 y 1906 tiene lugar la construcción del Pa- nales relacionados con
el pórtico y balcón que
lacio Episcopal y se cierra la esquina SW para construir un recorrería la fachada.
garaje que da servicio al Palacio. Del mismo modo, no
En el interior se acorta el altillo y se hacen muros con hemos terminado esta
estructura en el edifi-
materiales perecederos en toda la planta alta. Además, se cio llamado “Torre” ya
asegura la fachada E del edificio con la construcción de que los mechinales
también se documen-
unos muros en talud entre dos de los contrafuertes. El balcón tan en otras fachadas
ubicado sobre los contrafuertes se refuerza con hormigón y de este patio, conti-
nuando por ellas la es-
se construye un muro de mampostería que recoge las aguas tructura porticada
sucias de la letrina.
La última fase representa el estado actual del Pazo Prioral, una vez reali-
zadas las intervenciones de los años 2003-2004, 2005 y 2007.
Bibliografía
AMADO ROLÁN, N., informe histórico-Arqueolóxico sobre o Pazo Prioral da Colexiata de Sta. Mª A
Real de Xunqueira de Ambía, informe inédito 2005.
AMADO ROLÁN, N., BLANCO-ROTEA, R., GARCÍA RODRÍGUEZ, S. 2008. La Colegiata de Santa María
la Real de Xunqueira de Ambía: la recuperación de su Pazo Prioral. Cuadernos de estudios gallegos, Lv, Nº
121, pp. 139-172. Madrid.
BARROS GUEDE, J., historia y Arte de Xunqueira de Ambía, A Coruña 2004.
BLANCO ROTEA, R. – GARCÍA RODRÍGUEZ, S., Lectura de alzados del Pazo Prioral de la Colegiata de
Santa María de Xunqueira de Ambía (Ourense), Laboratorio de Patrimonio, Paleoambiente e Paisaxe (IIT, USC),
informe inédito 2006.
CRESPO POZO, J. S., “El priorato de Santa María la Real de Junquera de Ambía”, Revista estudios, (1964-1967).
1
Ficha técnica:
Promotor: Xunta de Galicia, Consellería de Cultura e Deporte, Dirección Xeral de Patrimonio Cultural
Arquitectos: Recuna y Mendizábal S.C.
Directora intervención arqueológica 2ª Fase: Nieves Amado Rolán
Directora lectura de alzados 2ª Fase: Rebeca Blanco Rotea
Equipo técnico lectura de alzados: Nieves Amado Rolán, Sonia García Rodríguez
Fotografía: Nieves Amado, Rebeca Blanco, Sonia García, Anxo Rodríguez
Delineación y dibujo: Rebeca Blanco, Sonia García, Anxo Rodríguez
Reconstrucciones: Anxo Rodríguez Paz
Tratamiento de la información: Matilde Millán Lence
Director intervención arqueológica 3ª Fase: M. Anxo López-Felpeto Gómez
2
La Casa o Residencia Episcopal fue mandada construir por el obispo Pascual Carrascosa entre 1902 y 1906
(Amado Rolán 2005; Amado Rolán, Blanco-Rotea, García Rodríguez 2008: 147 y 149).
3
Amado Rolán 2005.
4
Véase la diferencia entre las plantas de fase correspondientes a las fases II y III que presentábamos en Amado
Rolán, Blanco-Rotea, García Rodríguez (2008: 153, figura 8) y las que se recogen en este texto.
5
Amado Rolán, Blanco-Rotea, García Rodríguez 2008.
6
Op. Cit. 5.
7
Se trata del aparejo más cuidado de todos los documentados en el Pazo Prioral.
8
Ejemplos similares los encontramos en el Monasterio de San Clodio o de Santa María de Melón. Para este
último caso ver la interpretación de Blanco Rotea y Fernández González, sobre la función de las estancias de los
distintos espacios claustrales presentado en Los efectos del Terremoto de Lisboa en el Monasterio de Santa María
de Melón (Melón, Ourense), Tercera Reunión de la Red Temática de Patrimonio histórico y Cultural del CSC
“Técnicas de Conservación del Patrimonio” (Madrid 19-20 de junio de 2003), organizada por el Instituto de Ge-
ología Económica (CSIC-UCM).
9
Amado Rolán, Blanco-Rotea, García Rodríguez 2008: 161-2, figura 16.
10
Ya comentamos anteriormente que el edificio de la fase II continuaba hacia el N. Por otra parte, durante el
control arqueológico de una zanja abierta en este patio realizado por Amado en el 2005, se documentaron unas
piezas decoradas próximas a la actual fachada E del Pazo Prioral que podrían estar formando parte de una estruc-
tura mayor (Amado Rolán, Blanco-Rotea, García Rodríguez 2008: 151-2, figura 6).
Resumo: Conhecer, valorizar, proteger e divulgar as Silhas de Mondim de Basto são ob-
jectivos de um projecto em desenvolvimento no concelho, integrado numa lógica assumida pela
autarquia que visa a recuperação e promoção do património construído, disperso pelo território,
de modo a incrementar a sua fruição numa perspectiva pedagógica e multidisciplinar.
Iniciado em 2007, no âmbito da actualização de dados para a revisão do PDM, neste pro-
jecto já se identificaram e cartografaram 11 silhas e recolheram-se informações orais e toponí-
micas que fazem acreditar na existência de mais alguns exemplares.
Como nota significativa, é de referir que a distribuição geográfica deste património se
confina à área montanhosa, de origem xistosa, próxima às serras do Alvão e Marão, dispersando-
se por diversos lugares de Ermelo, Pardelhas e Campanhó, freguesias que integraram o antigo
concelho de Ermelo.
Palavras chave: Serra do Alvão; Mondim de Basto; Ermelo; Silhas.
Abstract: The aims of this current project are to identify, protect and make more widely-
known the “silhas”1 within the municipality of Mondim de Basto. This is part of the local
council’s programme to restore various heritage sites throughout its area and to increase the
use made of them for cross-curricular educational purposes.
Since 2007, when the project started for the purpose of up-dating the records of the PdM,
11 “silhas” have been identified and mapped. Based on oral evidence collected and the study
of place names, there is reason to believe there are several other examples in existence.
it is significant to note that the geographical distribution of the “silhas” is restricted to
the schist mountainous region near the Alvão and Marão ranges, and that they are dispersed
throughout the parishes of ermelo, Pardelhos and Campanhó, which historically formed the
old municipality of ermelo.
Keywords: Serra do Alvão; Mondim de Basto; ermelo; “Silhas”.
2. As silhas
As silhas, também chamadas muros de abelhas, colmeais e apiários, são
estruturas primitivas, construídas em alvenaria de granito ou xisto, implantadas
em zonas de forte declive ou sobre morros de difícil acesso, destinadas a al-
bergar os enxames de abelhas, protegendo-os dos ataques de predadores, par-
ticularmente do texugo (Meles meles) e do urso pardo (ursus arctus)4.
De planta subcircular ou ovalada, com perímetro e altura variáveis, po-
dendo esta atingir os 4m e aquela mais de 80m, são providas de um estreito
vão de acesso e estruturam no seu interior várias plataformas horizontalizadas,
pavimentadas com lajes de xisto (que os habitantes denominam “estradoilas”),
servindo de suporte aos cortiços das abelhas.
Desconhecendo-se a sua introdução na paisagem rural portuguesa, mas
admitindo-se que seriam já abundantes na Época Medieval, as silhas deverão
3. catálogo
No território considerado, cartografámos, até ao momento, onze exem-
plares de silhas, todas inéditas, a maior parte delas já abandonadas e em pro-
cesso de ruína, distribuídas pelas freguesias de Campanhó (silhas de
Longarinho, com 2 exemplares), de Ermelo (silhas de Fontão, Arjuiz e Rio de
Sião) e de Pardelhas (silhas de Toutiço, Pinchadouro e Requeixo, com 4 exem-
plares).
Para facilitar a leitura do catálogo que segue, uniformizámos a informação
apresentada associando a cada exemplar um número de ordem (que ajudará à
localização na cartografia anexa), a identificação pelo nome mais comum ou
pelo topónimo do lugar e os dados relativos à localização (com referência à
freguesia, indicação da altitude absoluta e das coordenadas geográficas - sem-
pre em relação ao meridiano internacional - tomadas das cartas dos S.C.E., na
escala 1.25.000) e às vias de comunicação de acesso. Um segundo bloco de
dados alude à implantação (relevando a topografia do local), meio físico e eco-
lógico circundante, descrição do monumento (em particular a planta e estrutu-
ras visíveis), estado de conservação e uso.
3.1.1 - silha 1
Lat. 41° 20’ 37’’ N
Long. 07° 56’ 30’’ W
Alt. 450m (CMP, fl. 100)
Construção de planta subcircular, construída com muros em alvenaria de
xisto, apresentando-se arruinados em grande extensão.
3.1.2 - silha 2
Lat. 41° 20’ 37’’ N
Long. 07° 56’ 30’’ W
Alt. 430m (CMP, fl. 100)
Semelhante à Silha 1, da qual dista poucos metros, em melhor estado de
conservação e albergando, ainda, algumas colmeias.
3.7.1 - silha 1
Lat. 41° 20’ 19’’ N
Long. 07° 52’ 58’’ W
Alt. 530m (CMP, fl. 101)
Construção de planta tendencialmente circular, sendo a mais pequena e a
melhor conservada do conjunto. Os muros de Norte ainda mantêm uma altura
considerável e possuem capeamento no topo, constituído por lajes colocadas
obliquamente. O interior organizado em vários patamares revela, ainda, alguns
lajeados com “estradoilas” onde assentam três cortiços e duas caixas com abe-
lhas. O lado voltado ao regato apenas tem o muro de contenção da plataforma,
criado para vencer o desnível existente.
3.7.3 - silha 3
Lat. 41° 20’ 16’’ N
Long. 07° 53’ 05’’ W
Alt. 460m (CMP, fl. 101)
Construção de planta, sub-quadrangular, com cantos arredondados, de pe-
quenas dimensões, integrando, do lado Sul, grande penedia que torna mais di-
fícil o acesso. Possui muros em alvenaria de xisto, com altura ainda
considerável e capeamento bem conservado, o que lhe confere o aspecto de
“fortaleza”. No interior, distribuídos por vários patamares, assentam cortiços,
cobertos com lousas. No lado junto ao regato o muro é relativamente baixo,
assumindo-se como sapata de contenção do talude.
3.7.4 - silha 4
Lat. 41° 20’ 15’’ N
Long. 07° 53’ 00’’ W
Alt. 500m (CMP, fl. 101)
Construção de planta semi-circular, implantada sobre um morro com es-
carpa impressionante, que cerra parcialmente o cercado. É a mais pequena e a
mais degrada das quatro silhas do conjunto. Possui muros em alvenaria de
xisto, com pedras dispostas a seco.
Bibliografia
CAETANO, Paulo & FERREIRA, Joaquim Pedro (2003). ibéria Selvagem, Ed. Má-Criação, s/l.
CAPELA, José Viriato (2003). As freguesias do distrito de Braga nas Memórias paroquiais de 1758. A
construção do imaginário minhoto setecentista, Braga.
1 “Silhas” are stone enclosures which protect beehives from wind and predators.
2 Em Abril de 1196, D. Sancho I doou Carta de Aforamento aos povoadores de Ermelo e Bilhó. Em Março
de 1218, D. Afonso II confirmou aquele documento.
3 Em 31 de Dezembro de 1853 o concelho de Ermelo foi extinto e anexado ao de Mondim de Basto.
4 Em 1758, Custódio José Leite, abade da igreja paroquial de S. João do Campo do Gerês (concelho de
Terras do Bouro), em resposta a um inquérito que lhe foi solicitado, diz que “O mesmo padre [Joseph de
Mattos Ferreira] me deu noticia que em hum lugar da serra [do Gerês] no anno de mil e seiscentos e cin-
coenta, em hum sitio chamado a Quelha da urça se matara huma destas feras ao que dou credito em rezao
de eu ocularmente ter visto alguns ou varios rapados de altura de mais de quinze palmos e outros por cima
de penedos por causa desta fera destruir os cortiços das abelhas os coais levando-os ao rio nos braços e
afogados lhes comiam o mel” (CAPELA 2003, 416).
5 Embora se considere, oficialmente, que o último urso existente no nosso território tenha sido morto na
serra do Gerês, em 1650, tal facto é contestado por alguns investigadores que admitem que este predador se
tenha mantido entre nós por mais algumas gerações após aquela data. Documentação histórica e relatos de
avistamentos dão conta da presença esporádica de ursos, nas regiões fronteiriças de Portugal, durante os sé-
culos XIX e XX. Há mesmo a referência à morte de um exemplar, no planalto de Castro Laboreiro, em 1946
(CAETANO & FERREIRA 2003, 29 - 31).
6 Não obstante o sugestivo topónimo Cilha, o sábio vimaranense dizia na circunstância que “o outeiro
não podia ser uma fortificação [mas] atinar com a sua serventia, não era coisa fácil”.
7 O topónimo assinala a existência neste local do maior predador das colmeias, razão que terá levado as po-
pulações a construir a silha implantada no sopé da encosta.
3 4 5
6 7