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As Três Interpretações Da Dependência
As Três Interpretações Da Dependência
nacional.
Nacionalismo.
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Sendo um organismo da ONU, a CEPAL no utiliza o termo imperialismo, mas recorre aos termos
centro e periferia.
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Vargas foi um populista poltico na medida em que conseguiu estabelecer uma relao direta com as
massas sem a intermediao de partidos polticos ideolgicos (que na verdade no existiam no Brasil);
mas ele no foi um populista econmico, isto , um poltico que gasta mais do que permitem as receitas
do Estado.
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Nesse livro, Fernando Henrique Cardoso (1964) faz uma primeira crtica das idias do ISEB. Essa
crtica foi mais tarde radicalizada por dois representantes da Escola de Sociologia de So Paulo, a saber,
Caio Navarro de Toledo (1977) e Maria Sylvia de Carvalho Franco (1978), enquanto Francisco de Oliveira
(1972) criticava o conceito estruturalista e dualista do subdesenvolvimento de Celso Furtado e da CEPAL.
Alzira Alves Abreu (1975) precisou de independncia intelectual para escrever em Paris uma competente
tese de doutorado sobre o ISEB nos anos 1970. Segundo seu depoimento pessoal, o tema era visto por seus
amigos paulistas como imprprio, a no ser que o objetivo fosse criticar radicalmente o ISEB. Dividido
desde 1958, extinto e perseguido pelo regime militar por ser de esquerda em 1964, os intelectuais do ISEB
foram tambm vtimas de uma crtica equivocada e ressentida da esquerda intelectual brasileira.
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Este trabalho no um estudo da interpretao da dependncia. Sobre o assunto, ver Chilcote (1981).
A teoria do imperialismo foi inicialmente desenvolvida por Hobson, que no era marxista.
Posteriormente foi adotada por Lenin. Por outro lado, a interpretao da dependncia, tanto em sua verso
da super-explorao como na da dependncia associada, tem clara origem marxista.
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Nesse levantamento abrangente da dependncia, Gabriel Palma tambm identifica trs verses e,
acertadamente, situa dois fundadores da teoria estruturalista do desenvolvimento da CEPAL Celso
Furtado e Osvaldo Sunkel na terceira verso.
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Concluso
Em sntese, as trs verses da interpretao da dependncia,
alm de se diferenciarem em relao possibilidade de as elites
nacionais superarem sua alienao nacional, tambm diferem
em termos das duas divises ideolgicas fundamentais que
caracterizaram o mundo moderno: esquerda versus direita e
nacionalismo versus cosmopolitismo. A interpretao da superexplorao era radicalmente de esquerda; embora negasse
a possibilidade da construo de uma nao na periferia do
capitalismo, era crtica do imperialismo, rejeitando claramente
qualquer associao a ele. Por sua vez, a interpretao da
dependncia associada era moderadamente de esquerda e
cosmopolita. Finalmente, a interpretao nacional-dependente
era moderadamente de esquerda, mas claramente nacionalista:
Perspectivas, So Paulo, v. 38, p. 17-48, jul./dez. 2010
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