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Diversidade e pluralismo
A diversificação nas estruturas sociais de cada país latinoamericano promove
a criação de, também diversas, classes, grupos sociais (mais superestruturais, mas
não menos existentes) e inclusive, graças à crise do imperialismo, diversos grupos
sociais adotam posições revolucionárias. Dessa forma, a construção e disputa da
vanguarda desse processo cria diversas possibilidades de organização - o PC da
Nicarágua, por exemplo, não estava à vanguarda da revolução nacional.
A já mencionada diversidade de presença nacional também se reflete na
diversidade de posicionamentos políticos - não se pode, portanto, falar dos PCs
latinoamericanos de forma uniforme.
E isto nos leva ao último ponto, que tem a ver com o pluralismo ideológico:
na atualidade, a fronteira que separa as posições revolucionárias das não
revolucionárias não corresponde obrigatoriamente à que divide marxistas e
não marxistas. Entre os eurocomunistas que profetizam sua oposição ao
socialismo real e ostenta sua “distância crítica” frente a todas as revoluções
deste mundo, e os cristãos comprometidos com a revolução (como tantos
agora existem na América Latina) me parece evidente que a posição da
esquerda está representada pelos segundos.
Em seguida, Cueva discorre sobre a confluência entre a teologia e as ciências
sociais - fundamentada grande parte em categorias marxistas. A questão não é
mera "infiltração" mas, como o marxismo está fortemente presente nas bases de
visão de mundo e formação cultural latinoamericanas, o pensamento
materialista-dialético se faz presente. Isso, junto do debate anterior, reafirma que
não existem instituições absolutamente revolucionárias ou anti-revolucionárias. Sem
abstração de “tudo é possível”, mas PCs eurocomunistas podem ser reformistas e a
cristãos revolucionários, basta disputa - a América Latina é a prova viva disso.