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MARINHA DO BRASIL

CENTRO DE ADESTRAMENTO ALMIRANTE MARQUES DE LEÃO


CBINC – D-001
8a Edição – 2000
MARINHA DO BRASIL CENTRO DE ADESTRAMENTO ALMIRANTE M ARQUES DE LEÃO
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBINC – D-001
8a Edição – 2000
Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão. C387m Manual de Combate a Incê
ndio / Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão. - 8. ed. - Rio de Janei
ro : O Centro, 2000. [ 102 ]p. :il.
CBINC-D-001
1. Navios - Incêndios e prevenção de incêndios a bordo. 2. Combate a incêndio a
bordo. I. Título.
CDD 20. ed. 623.865
É VEDADA A REPRODUÇÃO COMERCIAL. PUBLICAÇÃO REGISTRADA
TOTAL
OU PARCIAL DESTE
MANUAL COM
FIM
NO
ESCRITÓRIO
DE
DIREITOS AUTORAIS DO
MINISTÉRIO DA CULTURA SOB O NÚMERO 143.968 - LIVRO 233 – FOLHA 23.
Manual de Combate a Incêndio
SUMÁRIO PÁGINAS
CAPÍTULO 1 - A COMBUSTÃO, FENÔMENOS SECUNDÁRIOS E MÉTODOS DE TRANSMISSÃO DE CALO
R 1.1 - Natureza do Fogo........................................................
................... 1-1
1.2 - O Combustível ............................................................
................... 1-1 1.3 - O Comburente......................................
.......................................... 1.4 - A Temperatura..................
............................................................. 1.5 - Extinção por
Quebra da Reação em Cadeia................................... 1.6 - Métodos de
Transmissão de Calor................................................. 1-2 1-2 1-
3 1-4
1.7 - Intensidade da Combustão..................................................
............ 1-6 1.8 - Explosão.................................................
....................................... 1.9 - Combustão Espontânea..............
................................................... 1.10 - Eletricidade Estática
..................................................................... 1.11 - A D
inâmica do Incêndio a Bordo................................................. 1-6
1-6 1-7 1-7
CAPÍTULO 2 - CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS E DOS AGENTES EXTINTORES 2.1- Classific
ação dos Incêndios.............................................................
2.2 - Agentes Extintores........................................................
................. 2.3 - Cuidados com os Agentes Extintores......................
....................... 2.4 - Medidas Preventivas...............................
....................................... 2.5 - Principais Causas de Incêndio a Bo
rdo........................................... 2-1 2-1 2-5 2-7 2-9
2.6 - Perigos Adicionais com o Navio em Período de Reparos............... 2-9 2.
7 - Perigos Adicionais quando em Combate........................................
. 2-10
CAPÍTULO 3 - EQUIPAMENTOS QUE UTILIZAM ÁGUA COMO AGENTE EXTINTOR 3.1 - Rede de I
ncêndio.........................................................................
.... 3.2 - Tomadas de Incêndio..................................................
.................... 3.3 - Válvulas.............................................
............................................. 3-1 3-1 3-2
8 a edição
Sumário - 1
Manual de Combate a Incêndio
3.4 - Mangueiras de Incêndio....................................................
........... 3.5 - Esguicho Universal e Aplicadores..............................
.................. 3.6 - Esguichos Variáveis....................................
..................................
3-2 3-6 3-8
3.7 - Esguichos de Cortina de Água (“waterwall”) e de Ataque (“Firefighter”)....
................................................................................
.......... 3.8 - Sistema de Borrifo.............................................
............................ 3-10 3-11
3.9 -Canhão de Água.............................................................
................ 3-13
CAPÍTULO 4 - EQUIPAMENTOS QUE UTILIZAM ESPUMA COMO AGENTE EXTINTOR 4.1 - A Espum
a como Agente Extintor.................................................. 4.2 - E
quipamentos para Produção de Espuma...................................... 4.3 -
Estações Geradoras de Espuma....................................................
. 4.4 - Misturador Entrelinhas..................................................
................ 4.5 - Esguicho NPU.............................................
................................. 4.6 - Esguicho FB 5X e FB 10X.................
.......................................... 4.7 - Misturador Tipo “FW”...........
...................................................... 4.8 - Esguicho Universal
para Neblina de Alta e com Aplicador para Neblina de Baixa Velocidade...........
.............................................. 4-8 4-1 4-2 4-3 4-4 4-5 4-6 4-7
CAPÍTULO 5 - OUTROS EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES 5.1 - Equipamentos que Utilizam o
CO2 como Agente Extintor............. 5-1 5.2 - Equipamentos que Utilizam o Hal
on como Agente Extintor........... 5-2 5.3 - Dispositivo de Duplo Agente........
.................................................. 5.4 - Equipamentos que Utiliz
am Gases Inertes..................................... 5.5 - Sistemas de Detecção
de Incêndio.................................................. 5.6 - Sistema Fix
o de Pó Químico......................................................... 5-5 5-6
5-6 5-7
CAPÍTULO 6 - EXTINTORES PORTÁTEIS 6.1 - Generalidades...........................
.................................................... 6.2 - Extintores a Água....
..................................................................... 6.3 - Exti
ntores a Espuma.................................................................
.... 6.4 - Extintores a Bióxido de Carbono (CO2)................................
........ 6-1 6-1 6-3 6-4
8 a edição
Sumário - 2
Manual de Combate a Incêndio
6.5 - Extintores a Pó Químico...................................................
............ 6.6 - Extintores a Halon...........................................
.............................. 6.7 - Extintores a Pó Seco (para Metais Combustív
eis)........................ 6.8 - Outros Recursos..............................
............................................. 6.9 - Identificação dos Extintores
Portáteis.......................................... CAPÍTULO 7 - EQUIPAMENTOS D
E PROTEÇÃO E SEGURANÇA 7.1 - Generalidades......................................
......................................... 7.2 - Roupas de Proteção..............
........................................................ 7.3 - Máscaras contra G
ases Irritantes e Tóxicos.................................. 7.4 - Máscaras com T
ambor-Gerador de Oxigênio................................ 7.5 - Máscaras com Amp
olas de Ar Comprimido................................. 7.6 - Máscara para Escape
de Emergência.............................................
6-5 6-6 6-7 6-7 6-8
7-1 7-1 7-3 7-4 7-5 7-6
7.7 - Câmera de Imagem Térmica (TIC - Thermal Image Camera).....................
...... 7-7 7.8 - Capacete de Proteção (STH - Slim Tank Helmet)..................
....... 7-7
7.9 - Oxímetro (Medidor de Taxa de Oxigênio)....................................
. 7-7 7.10 - Explosímetro.......................................................
........................... 7.11 - Lâmpada de Segurança.........................
......................................... 7-8 7-8
CAPÍTULO 8 - ORGANIZAÇÃO E FAINA DE COMBATE A INCÊNDIO 8.1 - Requisitos Básicos.
........................................................................ 8.2 - O
rganização do Controle de Avarias..............................................
8.3 - Grupos de Reparos.........................................................
............... 8.4 - Alarme de Incêndio........................................
................................ 8.5 - Turma de Ataque Rápido no Mar (TAR)......
................................. CAPÍTULO 9 - TÁTICAS E TÉCNICAS DE COMBATE A I
NCÊNDIO 9.1 - Técnicas de Combate a Incêndios Classe “A”........................
........ 9.2 - Tipos de Ataque..................................................
............................ 9.3 - Descompressão e Entrada Forçada ou Compulsóri
a....................... 9.4 - Técnicas no Ataque Indireto......................
..................................... 9.5 - Técnicas de Combate a Incêndios Clas
se “B”................................ 9.6 - Técnicas de Combate a Incêndios Cla
sse “C”................................ 9.7 - Preparação para a Entrada em um Co
mpartimento........................ 9-1 9-1 9-4 9-5 9-6 9-8 9-8 8-1 8-2 8-2 8-10
8-12
8 a edição
Sumário - 3
Manual de Combate a Incêndio
9.8 - Processo de Abertura do Acesso e Entrada em um Compartimento..............
..... 9-9 9.9 - Observações e Recomendações.....................................
................... 9-13 9.10 - Adestramento....................................
............................................. 9-14
CAPÍTULO 10 - DOUTRINA DE COMBATE A INCÊNDIO EM PRAÇAS DE MÁQUINAS 10.1 - Introd
ução............................................................................
..... 10.2 - Definições.........................................................
......................... 10.3 - Grande Vazamento de Óleo.......................
................................. 10.4 - Ações em um Grande Vazamento de Óleo co
m Incêndio.......... 10.5 - Controle da Fumaça..................................
.................................... 10.6 - Isolamento do Compartimento.........
........................................... 10.7 - Reentrada no Compartimento...
.................................................. 10.8 - Esgoto do Compartiment
o......................................................... 10.9 - Remoção da Fum
aça e Teste de Atmosfera................................ 10-1 10-1 10-3 10-4 10-
9 10-10 10-13 10-16 10-16
CAPÍTULO 11 - INSTALAÇÕES DE TERRA 11.1 - Introdução............................
..................................................... 11.2 - O “Efeito de Chamin
é”............................................................... 11.3 - O Prédi
o e suas Principais Deficiências..................................... 11.4 - Pro
teção contra Incêndio...........................................................
. 11.5 - Treinamento e Supervisão...............................................
........... 11-1 11-1 11-2 11-2 11-3
8 a edição
Sumário - 4
Manual de Combate a Incêndio
PREFÁCIO
A Política Básica da Marinha (PBM), preconiza a capacitação do pessoal para a ab
sorção adequada da constante evolução tecnológica, entre um dos seus objetivos p
rincipais com vista ao preparo do Poder Naval. Os sofisticados meios navais e o
progresso da tecnologia exigem que, para a segurança operativa e eficácia de com
bate, as tripulações dos navios se mantenham atualizadas suas técnicas e process
os referentes ao emprego dos meios. Consciente dessa realidade, o Centro de Ades
tramento “Almirante Marques de Leão” (CAAML) elaborou o Manual de Combate a Incê
ndio, com base nas técnicas de extinção das várias classes de incêndio, adequand
o o seu conteúdo incorporação de novas Unidades Navais e aos processos da modern
ização dos meios da Marinha do Brasil à utilização de modernos equipamentos. Est
a publicação se divide em onze capítulos, dispostos na ordem das aulas do Projet
o Específico do Curso de Combate a Incêndio deste Centro. Adicionalmente, foram
inseridos assuntos complementares relacionados ao Curso Expedito de Combate a In
cêndio Avançado para a Marinha Mercante.
ANTONIO ALBERTO MARINHO NIGRO Capitão-de-Mar-e-Guerra Comandante
8 a edição
Capítulo 1
A COMBUSTÃO, FENÔMENOS SECUNDÁRIOS E MÉTODOS DE TRANSMISSÃO DE CALOR
1.1 - NATUREZA DO FOGO
Há fogo quando há Combustão. Combustão - é uma reação química que ocorre com a p
resença do combustível, do comburente, da temperatura de ignição, com desprendim
ento de luz e calor. Combustível - é todo material capaz de entrar em combustão:
madeira, papel, pano, estopa, tinta, alguns metais etc. Comburente - é todo ele
mento que, associando-se quimicamente ao combustível, é capaz de fazê-lo entrar
em combustão. O oxigênio é o comburente mais facilmente encontrado na natureza.
Temperatura de Ignição - é a temperatura necessária para que a reação química oc
orra entre o combustível e o comburente, produzindo gases capazes de entrarem em
combustão. Para facilitar a compreensão, costuma-se representar os elementos bá
sicos da combustão por um triângulo equilátero, conhecido por “triângulo do fogo
” (Fig. 1.1).
Fig.1.1 - Triângulo do Fogo
1.2 - O COMBUSTÍVEL Dentre as diversas classificações que podemos atribuir aos c
ombustíveis, interessam ao nosso estudo as seguintes: - Quanto ao estado físico.
Sólidos (carvão, madeira, pólvora, etc.); Líquidos (gasolina, álcool, éter, óle
o de linhaça, etc.) e Gasosos (metano, etano, etileno, butano, etc.). - Quanto à
volatividade.
8a edição 1-1
Voláteis - são os combustíveis que, nas condições normais de temperatura e press
ão, desprendem vapores capazes de se inflamarem (álcool, éter, benzina, etc.) e
Não-voláteis - são os combustíveis que desprendem vapores inflamáveis após aquec
imento acima da temperatura ambiente (óleo combustível, óleos lubrificantes, óle
o de linhaça, etc.), considerando as condições normais de pressão. - Quanto à pr
esença do comburente. Com comburente (pólvoras, cloratos, nitratos, celulóide e
metais combustíveis, tais como: lítio, zircônio, titânio, etc.) e Sem comburente
(madeira, papel, tecidos, etc.). 1.3 - O COMBURENTE Comburente é o elemento quí
mico que se combina com o combustível, possibilitando a combustão. Na grande mai
oria dos casos, o comburente é o oxigênio. O oxigênio existe no ar atmosférico e
m uma quantidade aproximada de 21%. Normalmente, não ocorre chama quando a conce
ntração de oxigênio no ar é inferior a 16%. Por isso, o primeiro método básico d
e extinção de incêndios é o abafamento, que consiste em reduzir a quantidade de
oxigênio para abaixo do limite de 16% (Fig 1.2).
Fig.1.2 - Extinção por abafamento pela retirada do comburente
1.4 - A TEMPERATURA Os vapores emanados de um combustível inflamam-se na presenç
a do comburente, a partir de determinada temperatura. Ponto de Fulgor: é a tempe
ratura mínima na qual um combustível desprende gases suficientes para serem infl
amados por uma fonte externa de calor, mas não em quantidade suficiente para man
ter a combustão. A chama aparece, porém logo se extingue, não mantendo a combust
ão (Fig. 1.3). Ponto de Combustão: é a temperatura do combustível, acima da qual
, ele desprende gases em quantidade suficiente para serem inflamados por uma fon
te externa de calor e continuarem queimando, mesmo quando retirada esta fonte. P
onto de Ignição: é a temperatura necessária para inflamar os gases que estejam s
e desprendendo de um combustível, só com a presença do comburente.
8a edição 1-2
Fig.1.3 - Determinação do ponto de fulgor
Retirando-se a temperatura, não teremos fogo. Assim, o segundo método básico de
extinção de incêndios é o resfriamento. É o método mais antigo de se apagar incê
ndios, sendo seu agente universal a água. O resfriamento consiste em reduzirmos
a temperatura de um combustível abaixo da temperatura de ignição, ou da região o
nde seus gases estão concentrados, extinguindo o fogo. Raciocinando com o triâng
ulo do fogo, isto consiste em afastar o lado referente à temperatura de ignição.
Com apenas dois lados (combustível e comburente), não há fogo (Fig. 1.4).
Fig. 1.4 - Extinção por resfriamento pela retirada da temperatura
Cabe ressaltar que somente por resfriamento podem ser extintos os incêndios de c
ombustíveis que tenham comburente em sua estrutura íntima (pólvora, celulóide, m
etais combustíveis, etc.). Esses incêndios não podem ser extintos por abafamento
.
1.5 - EXTINÇÃO POR QUEBRA DA REAÇÃO EM CADEIA
Atualmente vem sendo considerado um novo processo de extinção de incêndios, em q
ue determinadas substâncias são introduzidas na reação química da combustão com
o propósito de inibi-la. Neste caso não há abafamento ou resfriamento. Apenas é
criada uma condição especial (por um agente que atua em nível molecular) em que
o combustível e o comburente perdem, ou têm em muito reduzida, a capacidade de m
anter a cadeia da reação. A reação só permanece interrompida enquanto houver a e
fetiva presença do agente extintor. Assim, requer que ele seja ali mantido até o
natural resfriamento da área, ou que se proceda o resfriamento por um dos meios
conhecidos.
8a edição
1-3
Considerada a afinidade química entre o combustível e o comburente como mais uma
condição para a existência do fenômeno da combustão, o triângulo do fogo evolui
para o quadrilátero do fogo (Figs. 1.5 e 1.6).
Fig.1.5 - O quadrilátero do fogo
Fig.1.6 - Triângulo do fogo e a interação entre seus lados
Para os efeitos práticos deste manual, vamos considerar que o quarto lado (“Reaç
ão em Cadeia”) do quadrilátero do fogo seja a interação entre os três lados do n
osso triângulo. 1.6 - MÉTODOS DE TRANSMISSÃO DE CALOR Há três métodos de transmi
ssão de calor: Irradiação, Condução e Convecção. O estudo desses métodos permite
a visualização de vários fenômenos peculiares aos incêndios, principalmente no
que diz respeito a sua propagação. Irradiação - é a transmissão de calor que se
processa sem a necessidade de continuidade molecular entre a fonte calorífica e
o corpo que recebe calor. É a transmissão de calor que acompanha geralmente a em
issão de luz (Fig. 1.7). O caso típico de calor radiante é o calor do Sol.
Fig.1.7 - Transmissão de calor por irradiação
Condução - é a transmissão de calor que se faz de molécula para molécula, atravé
s de um movimento vibratório que as anima e permite a comunicação de uma pra out
ra (Fig. 1.8).
8a edição
1-4
Fig.1.8 - Transmissão de calor por condução através da antepara comum entre dois
compartimentos
As anteparas e pisos que limitam os compartimentos incendiados atingem temperatu
ras que ultrapassam a de ignição da maioria dos materiais encontrados a bordo. É
por isto que, quando ocorre um incêndio em um compartimento, devem ser inspecio
nados imediatamente os compartimentos adjacentes, principalmente os que ficam ac
ima. Todo material existente nesses compartimentos deve ser retirado ou afastado
das anteparas, ao mesmo tempo em que estas devem ser resfriadas, visto que a pr
ópria tinta que as reveste se inflama com facilidade. Convecção - é o método de
transmissão de calor característico dos líquidos e gases. Consiste na formação d
e correntes ascendentes no seio da massa fluida, devido ao fenômeno da dilatação
e conseqüente perda de densidade da porção de fluido mais próximo da fonte calo
rífica (Fig. 1.9).
Fig.1.9 - A convecção transportando o ar aquecido, gases e fumaça através do nav
io
Porções mais frias ocupam o lugar próximo à fonte calorífica, antes ocupado pela
s porções que subiram, formando-se assim o regime contínuo das correntes de conv
ecção. Quanto ao aspecto da propagação de incêndios, a convecção pode ser respon
sável pelo alastramento de incêndios a compartimentos bastante distantes do loca
l de origem do fogo. Em edifícios, este fenômeno se dá através dos poços dos ele
vadores ou vãos de escadas,
8a edição 1-5
atingindo muitos andares acima de onde está ocorrendo o incêndio, especialmente
onde houver portas ou janelas abertas que permitam a passagem da coluna ascenden
te de gases aquecidos. A legislação que rege a construção civil determina que as
escadas internas, de acesso aos pavimentos de um prédio, sejam isoladas por por
tas à prova de fogo, de forma a evitar tais efeitos. Nos navios, essas correntes
de convecção ocorrem através dos dutos de ventilação que, por esse motivo, deve
m ter suas válvulas de interceptação fechadas nas seções que atravessam a área i
ncendiada. Muitas vezes, devido a falta dessa providência, incêndios aparentemen
te inexplicáveis, longe do foco principal, poderão se formar e inutilizar todo o
trabalho de extinção realizado no compartimento no qual o fogo se originou. 1.7
- INTENSIDADE DA COMBUSTÃO É conhecido por intensidade da combustão o volume de
chamas que se desprende de um incêndio. Naturalmente, um palito de fósforo apre
sentará uma intensidade de combustão muito menor do que uma pilha de lenha, devi
do à menor quantidade de combustível. Além da quantidade de combustível, devemos
, também, considerar a área superficial do combustível, porque a concentração da
mistura combustível e ar (oxigênio) produzirá uma intensidade de combustão maio
r ou menor em função dessa mistura. Assim, quanto maior a área superficial, maio
r será a concentração da mistura ar/combustível e, em conseqüência, maior será a
intensidade da combustão. A concentração do comburente é outro fator que devemo
s considerar. É o que se observa quando um incêndio está ocorrendo com pequena i
ntensidade num ambiente confinado (onde a concentração de oxigênio já atingiu ní
veis reduzidos) e uma porta é bruscamente aberta. Subitamente, sob o impacto do
aumento da concentração de oxigênio ambiente, o fogo se reanima e aumenta de int
ensidade. 1.8 - EXPLOSÃO Há combustíveis que, por sua altíssima velocidade de qu
eima e enorme produção de gases, quando inflamados dentro de um espaço confinado
, produzem o fenômeno da explosão. Os explosivos, tais como o TNT, a nitroglicer
ina e outros mais, apresentam enorme perigo quando ameaçados por um incêndio. A
providência imediata a tomar será sempre afastálos das proximidades do fogo ou a
lagar com água os paióis onde se encontram armazenados. 1.9 - COMBUSTÃO ESPONTÂN
EA Certos materiais orgânicos, em determinadas circunstâncias, podem, por si só,
entrar em combustão. Entre as substâncias mais suscetíveis de combustão espontâ
nea destacam-se a alfafa, o carvão, o óleo de peixe, o óleo de linhaça, os tecid
os impregnados de óleo, os
8a edição 1-6
vernizes, o óleo de milho, o óleo de semente de algodão, certos fertilizantes or
gânicos e inorgânicos, as misturas contendo nitratos e material orgânico, o feno
, os pós metálicos, o óleo de pinho, a juta, o sisal, o cânhamo, a madeira e a s
erragem. Os materiais fibrosos tornam-se particularmente perigosos quando impreg
nados com óleos animais ou vegetais. Embora seja um fenômeno pouco falado, a com
bustão espontânea é mais comum do que se poderia pensar. Ela ocorre freqüentemen
te durante o verão, quando há longos períodos sem chuva, nos terrenos cobertos p
elo capim nos morros do Rio de Janeiro. 1.10 - ELETRICIDADE ESTÁTICA Eletricidad
e estática é o acúmulo de potencial elétrico de um corpo em relação a outro, ger
almente em relação à terra. Forma-se, na grande maioria dos casos, por atrito, s
endo praticamente impossível de ser eliminada. A providência que pode ser tomada
é impedir o seu acúmulo antes que atinja potenciais perigosos (capazes de fazer
produzir uma faísca), aterrando-se o equipamento a ela sujeito; isto é, ligando
-se a carcaça do equipamento à terra, por meio de um condutor. Quase todos os eq
uipamentos estão sujeitos a atrito e, portanto, a formação de eletricidade estát
ica. A faísca da descarga elétrica, em si, nada de mau apresenta. Apenas, havend
o combustíveis ou misturas explosivas nas proximidades, é que se pode temer um s
inistro. Por isso mesmo, no transporte e manuseio de líquidos voláteis é que dev
erão ser tomados maiores cuidados. Antigamente, os caminhões-tanque transportado
res desses líquidos levavam correntes na parte traseira que, ao se arrastarem pe
lo chão, descarregavam a eletricidade estática formada. Modernamente, não se usa
m mais tais correntes. Antes de ser iniciada a faina de carga ou descarga do líq
uido, o chassis do caminhão é ligado à terra por um fio metálico. As mangueiras,
que descarregam líquidos e gases combustíveis, devem ser dotadas de bocal metál
ico que, por sua vez, deve ser conectado eletricamente ao tanque receptor antes
de ser iniciada a descarga. Evita-se, assim, que a eletricidade estática gerada
pelo atrito do fluido com a mangueira possa originar uma centelha entre o bocal
e o tanque. 1.11- A DINÂMICA DO INCÊNDIO A BORDO Os incêndios a bordo podem ser
separados em quatro diferentes estágios: Fase inicial; Fase de desenvolvimento;
Incêndio desenvolvido e Fase de queda de intensidade. - Fase Inicial A temperatu
ra média do compartimento ainda não está muito elevada, e o fogo está localizado
próximo ao foco do incêndio. As altas temperaturas concentram-se próximas ao fo
co do incêndio, e a fumaça proveniente da combustão forma uma camada quente apen
as na parte superior do compartimento. Caso não ocorra a
8a edição 1-7
extinção do incêndio poderá ocorrer o “ROOLOVER”, que é o fenômeno no qual os ga
ses da combustão não queimados no incêndio misturam-se ao ar e se inflamam na pa
rte superior do compartimento devido à alta temperatura naquela área. - Fase de
Desenvolvimento É a fase de transição entre a fase inicial e a do incêndio total
mente desenvolvido. Ocorre em um período relativamente curto de tempo e pode ser
considerado um evento do incêndio. Trata-se do momento no qual a temperatura da
camada superior de fumaça atinge 600 C . A característica principal desta fase
é o repentino espalhamento das chamas a todo o material combustível existente no
compartimento. Este fenômeno é conhecido pelo nome de "flashover". A sobrevivên
cia do pessoal que esteja no local é improvável. - Incêndio Desenvolvido Todo o
material do compartimento está em combustão, sendo a taxa de queima limitada pel
a quantidade de oxigênio remanescente. Chamas podem sair por qualquer abertura,
e os gases combustíveis na fumaça se queimam assim que encontram ar fresco. O ac
esso a esse incêndio é praticamente impossível, sendo necessário um ataque indir
eto ao mesmo. Incêndios em praças de máquinas ou provocados pelo impacto de arma
mento inimigo atingem este estágio rapidamente. - Fase de Queda de Intensidade Q
uase todo o material combustível já foi consumido e o incêndio começa a se extin
guir. Após a extinção do incêndio, em casos específicos, pode ocorrer o fenômeno
do reaparecimento. Em um incêndio que tenha se extinguido por ausência de oxigê
nio, como por exemplo, em um compartimento estanque que tenha sido complemente i
solado, vapores combustíveis podem estar presentes. Quando ar fresco é admitido
nessa atmosfera rica em vapores combustíveis / gases explosivos e com temperatur
a próxima à de ignição, os três elementos do triângulo do fogo estarão novamente
presentes e pode ocorrer uma explosão.
8a edição
1-8
Manual de Combate a Incêndio
Capítulo 2
CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS E DOS AGENTES EXTINTORES
2.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS Com a finalidade de • facilitar a seleção dos
melhores métodos de combate a um
incêndio, optou-se por dividi-los em quatro classes principais, a saber: Classe
“A” são os que se verificam em materiais fibrosos ou sólidos, que formam brasas
e deixam resíduos. São os incêndios em madeira, papel, tecidos, borracha e na ma
ioria dos plásticos. • • • Classe “B” são os que se verificam em líquidos inflam
áveis (óleo, querosene, gasolina, tintas, álcool etc.) e também em graxas e gase
s inflamáveis. Classe “C” são os que se verificam em equipamentos e instalações
elétricas, enquanto a energia estiver alimentada. Classe “D” são os que se verif
icam em metais (magnésio, titânio e lítio).
2.2 - AGENTES EXTINTORES Agente extintor é qualquer material empregado para abaf
ar ou resfriar as chamas, oriundas de uma combustão, proporcionando sua extinção
. Os agentes extintores de uso mais difundidos a bordo são: Água; Espuma; CO2 ;
Vapor; Pó Químico; Halon e Solução Aquosa de Carbonato de Potásio (APC). • ÁGUA
– É o agente extintor de uso mais comum, sendo utilizado sob três formas básicas
: Jato Sólido, Neblina de Alta Velocidade e Neblina de Baixa Velocidade. O Jato
Sólido consiste em um jorro de água, lançado à alta pressão, por meio de um esgu
icho com orifício circular de descarga. Sob esta forma, a água atinge o material
incendiado com violência e penetra fundo em seu interior. É o meio por excelênc
ia para a extinção de incêndios classe “A”, onde o material tem de ser bem encha
rcado de água para garantir a extinção total do fogo e impedir seu ressurgimento
(Fig. 2.1).
Fig. 2.1 – Jato Sólido
Em alguns casos, como incêndios em colchões e travesseiros, é conveniente que o
material seja mergulhado na água garantindo-se, assim, que não permaneçam brasas
no seu interior.

8 edição
2-1
Manual de Combate a Incêndio
As neblinas, tanto de alta como de baixa velocidade, consistem no borrifamento d
a água por meio de pulverizadores especiais. A água, assim aplicada sob a forma
de gotículas, tem aumentada, em muito, sua superfície de contacto com o material
incendiado, propiciando um rápido decréscimo da temperatura no ambiente em que
ocorre o fogo (extinção por resfriamento). As neblinas podem ser utilizadas para
auxiliar a extinção de incêndios classe “A”, reduzindo as chamas superficiais e
permitindo que as equipes se aproximem mais do foco do incêndio, o que facilita
rá sua extinção definitiva com jato sólido. As neblinas, na ausência de espuma,
são altamente eficientes na extinção de incêndios classe “B”, onde o jato sólido
não tem a menor ação extintora; pelo contrário, aumenta o vulto dos incêndios p
elo turbilhonamento que provoca no seio do líquido inflamado (Fig. 2.2 e 2.3).
Fig. 2.2 – Neblina de alta velocidade
Fig. 2.3 – Neblina de baixa velocidade
A água, especialmente a água salgada, é boa condutora de eletricidade e não deve
, portanto, ser utilizada na extinção de incêndios classe “C”. No entanto, na to
tal ausência de agentes extintores adequados, ela poderá ser usada, sob a forma
de neblina de alta velocidade, devendo-se manter uma distância de pelo menos doi
s metros dos equipamentos elétricos. Desta forma, são menores os riscos de choqu
e elétrico para o pessoal envolvido na faina. A água, sob qualquer das três form
as em que é empregada, extingue incêndios por resfriamento, isto é, diminuindo a
temperatura das substâncias abaixo de sua temperatura de ignição. No entanto, q
uando se joga água sobre uma substância em combustão, parte desta água se transf
orma em vapor. O vapor, como veremos adiante, tem uma ação de abafamento. Dizemo
s, então, que a água extingue incêndios principalmente por resfriamento e, secun
dariamente, por abafamento. • ESPUMA – É um agente extintor específico para incê
ndios para classe “B”. Na MB (Marinha do Brasil) há dois tipos de espuma: Químic
a e Mecânica. Ambos os tipos de

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Manual de Combate a Incêndio
espuma atuam da mesma forma, flutuando sobre a superfície do líquido inflamado e
isolando-o da atmosfera (Fig. 2.4). Espuma Química – Normalmente é encontrada e
m extintores portáteis. Espuma Mecânica – Empregada para produção de grandes vol
umes de espuma por meio de equipamentos que misturam proporcionalmente o líquido
gerador com ar e água. A água entra com aproximadamente 85% (em peso) na compos
ição da espuma, tendo um efeito secundário na extinção do incêndio. Concluímos e
ntão que a espuma extingue o incêndio principalmente por abafamento e, secundari
amente , por resfriamento.
Fig. 2.4 – Espuma
CO2 – Por ser o CO2 um gás inerte, isto é, um gás que não alimenta a combustão,
ele é empregado como agente extintor por abafamento, criando, ao redor do corpo
em chamas, uma atmosfera rica em CO2 e, por conseguinte, pobre em oxigênio. O CO
2 é também um gás mau condutor de eletricidade e, por isso, é especialmente indi
cado para incêndios classe “C”. Na Marinha, atualmente, o CO2 é o agente extinto
r por excelência para extintores portáteis, sendo empregado em incêndios das cla
sses “B” e “C”. • VAPOR – O vapor de água pode ser utilizado como agente extinto
r, por abafamento. Evidentemente, por sua temperatura normalmente elevada, não t
em nenhuma ação de resfriamento. Usa-se o vapor para extinguir incêndios classe
“B”, principalmente em porões de praças de caldeiras e praças de máquinas de nav
ios a vapor, quando esses incêndios se mostram insensíveis a outros métodos. O u
so de vapor obriga ao isolamento do compartimento, que fica inoperante.

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Manual de Combate a Incêndio

PÓ QUÍMICO SECO – Na MB os três tipos mais utilizados são : Pó Químico Seco (PQS
), Bicarbonato de Potássio (PKP) e Pó Seco (MET – L – X). Pó Químico Seco (PQS)
– É empregado para combate a incêndios em líquidos inflamáveis, (classe “B”) pod
endo ser utilizado também em incêndios de equipamentos elétricos energizados (cl
asse “C”). (PKP) – É um agente extintor à base de bicarbonato de potássio, muito
eficiente na extinção de incêndios em líquidos inflamáveis em forma pulverizada
e em gases inflamáveis, atacando a reação em cadeia necessária para sustentar a
combustão. Pode ser utilizado para combater incêndios classe “C”. Em incêndios
classe “C”, deixará resíduos de difícil remoção. O PKP pode ser empregado para o
combate a incêndio em copas, cozinhas, dutos, fritadeiras e chapas quentes. Pó
Seco – (MET-L-X) – É empregado exclusivamente no combate a incêndios em metais c
ombustíveis (classe “D”).

HALON – O halon pode ser encontrado em extintores portáteis e sistemas fixos. Qu
ando liberado, o halon forma uma nuvem de gás, com aspecto incolor, inodoro e co
m densidade cinco vezes maior que a do ar. Ele extingue o fogo através do método
da quebra da reação em cadeia. Existem dois tipos: o halon 1211 e o 1301. O BCF
(Halon 1211) é o agente ideal para a extinção de incêndios em módulos de motore
s e turbinas. O BCF é mais tóxico que o Halon 1301, não podendo ser usado em um
compartimento ainda guarnecido.

SOLUÇÃO AQUOSA DE CARBONATO DE POTÁSSIO – O Aqueous Potassium Carbonate (APC) é
usado a bordo de alguns navios para extinguir incêndios em óleos comestíveis e g
orduras em geral, nas fritadeiras, ventilações da cozinha e dutos de extração. A
técnica freqüentemente usada no combate a fogo de gorduras líquidas, envolvendo
óleos e banhas não-saturadas de origem animal ou vegetal, é a aplicação de solu
ção alcalina como o APC, que em contato com a superfície em chamas, gera uma esp
uma parecida com a do sabão, impedindo o contato do ar com a superfície em chama
s. A espuma leve de sabão contém vapor e causa bolhas de CO2 e glicerina que flu
tuam na superfície do óleo em chamas.

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Manual de Combate a Incêndio
2.3 - CUIDADOS COM OS AGENTES EXTINTORES Todos os agentes extintores apresentam
efeitos secundários sobre o material ou sobre o pessoal, requerendo cuidados adi
cionais para sua seleção e emprego, de forma que sejam evitados acidentes, ou qu
e o material venha sofrer danos maiores do que aqueles que já possam haver sofri
do pela ação do fogo. – ÁGUA • Requer providências efetivas quanto ao esgoto. Fa
inas prolongadas podem causar a redução da reserva de flutuabilidade por excesso
de peso da água embarcada, bem como dar origem à formação de superfície livre,
banda permanente ou redução de estabilidade por acréscimo de peso alto. • • • •
Quando utilizada em jato sólido, pode avariar equipamentos frágeis, tais como eq
uipamentos eletrônicos. Reduz a resistência de isolamento de equipamentos e circ
uitos, principalmente em se tratando de água salgada. Pode originar acidentes se
, sob a forma de jato sólido, for dirigida sobre o pessoal à curta distância, pr
incipalmente se atingir o rosto. Se dirigida sobre equipamentos elétricos energi
zados, pode causar choque elétrico ao pessoal que guarnece a mangueira. – ESPUMA
• • • • Sendo condutora de eletricidade, pode causar acidentes se utilizada con
tra equipamentos elétricos energizados. Reduz a resistência de isolamento de equ
ipamentos e circuitos elétricos e eletrônicos. Alguns tipos possuem propriedades
corrosivas sobre diversos materiais. Produz irritação na pele e, principalmente
, nos olhos.
– CO2 • • • Pode causar acidentes por asfixia quando utilizado em ambientes fech
ados e sem ventilação. Pode causar queimaduras na pele e principalmente nos olho
s, em face de sua baixa temperatura, se dirigido à curta distância sobre o pesso
al. A descarga das ampolas de CO2 pode dar origem a formação de cargas de eletri
cidade estática. Não é indicada, portanto, a utilização das ampolas de CO2 para

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Manual de Combate a Incêndio
saturação de ambientes onde existam misturas inflamáveis, mas apenas para combat
e a incêndios já em evolução. – AGENTES EM PÓ • Os produtos empregados na sua co
mposição são não-tóxicos. Entretanto a descarga de grandes quantidades pode caus
ar uma dificuldade temporária de respiração, durante e imediatamente após a desc
arga, podendo também interferir seriamente com a visibilidade. • Podem dar orige
m a maus contatos e baixas de isolamento em equipamentos elétricos e eletrônicos
. – VAPOR • • Requer a retirada de todo o pessoal do compartimento. Submete todo
s os equipamentos contidos no compartimento a uma temperatura elevada. – HALON •
• Os agentes halogenados apresentam baixa toxidez quando armazenados em condiçõ
es normais, ditadas pelos fabricantes. O Halon 1301, numa concentração entre 5 e
7%, não causará efeito danoso caso a exposição seja de até cinco minutos. Em um
a concentração entre 7 e 10 % por um período de um minuto, alguns sintomas se fa
zem notar, como perda da coordenação motora e redução da acuidade mental sem, co
ntudo, incapacitar a pessoa. Para concentração acima de 10%, durante um minuto d
e exposição, a pessoa ficará totalmente incapacitada. Se o período for maior que
um minuto, ocorrerá o desmaio e possivelmente a morte. • Para o Halon 1211, em
uma concentração de até 4%, é aceitável a permanência no ambiente por cinco minu
tos, no máximo. Em concentração de 4 a 5%, o máximo aceitável é um minuto de per
manência. Acima de 5%, é recomendável evitar qualquer contacto ou exposição ao a
gente. Se alguma pessoa sofre os efeitos de ter respirado o Halon, deve ser remo
vida para um local de ar fresco até que uma pessoa qualificada dê o devido socor
ro médico. • Quando um incêndio é extinto por um agente qualquer derivado de hid
rocarbonetos halogenados, alguns cuidados devem ser tomados, pois, além dos subp
rodutos comuns oriundos da combustão, o Halon se decompõe a 5000 C (9000 F), for
mando diversos elementos tóxicos entre os quais ácido clorídrico, ácido fluorídr
ico e ácido

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Manual de Combate a Incêndio
bromídrico. Esses subprodutos são altamente nocivos à vida humana, podendo causa
r a morte quase instantaneamente. Portanto, sabendo-se que o halon foi utilizado
para extinguir incêndio em um compartimento, para se efetuar a reentrada, será
obrigatoriamente necessário o uso de um equipamento autônomo de respiração, obse
rvando-se um tempo mínimo de quinze minutos após ter sido comprovada a extinção
do incêndio pela redução da temperatura no compartimento. 2.4 - MEDIDAS PREVENTI
VAS Considerando-se que, na prática, a eclosão de um incêndio a bordo não pode s
er definitivamente impedida, especialmente em situações de guerra, é necessário
que se adotem providências não só de prevenção de incêndios, mas também aquelas
que venham a atenuá-lo, quando ele for inevitável. Algumas dessas providências f
azem parte das próprias normas de construção naval, enquanto outras se fazem int
imamente ligadas à doutrina do Controle de Avarias – CAV, cabendo ao pessoal de
bordo zelar pelo seu cumprimento. É de responsabilidade do Encarregado do CAV, d
os Encarregados de Divisão, dos Fiéis de CAV de Divisão e do pessoal de serviço
– fiéis de CAV e patrulhas – a detecção e correção de irregularidades observadas
que venham a apresentar risco de incêndio a bordo. Uma adequada prevenção de in
cêndio deve incluir, conforme já visto, a limitação da presença de materiais com
bustíveis a bordo, bem como o controle daqueles que podem ser introduzidos para
o atendimento de determinadas conveniências ou exigências do serviço, observadas
ainda as situações de guerra e de paz. As providências de prevenção e limitação
de incêndios a bordo, no que diz respeito ao material inflamável, abordadas nas
diversas publicações de Controle de Avarias, podem, então, ser resumidas em cin
co aspectos básicos: – Eliminação do material desnecessário à operação do navio
O navio deve ter conhecimento dos riscos decorrentes da existência desse materia
l e de material estranho a bordo, sua localização e das medidas especiais a sere
m tomadas caso ocorra alguma avaria, confeccionando, para tal, uma lista de infl
amáveis. Todo material introduzido a bordo deve ser relacionado e a sua localiza
ção informada ao Encarregado do Controle de Avarias – ENCCAV. A faina de prepara
r o navio para o combate deve prever a utilização dessa lista de inflamáveis, pa
ra que estes sejam removidos de bordo, ou sejam reduzidas as suas quantidades.

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– Especificação do material de bordo O projeto das unidades navais deve prever a
mínima utilização de equipamentos e acessórios compostos por materiais combustí
veis. – Limitação da quantidade de materiais inflamáveis ao mínimo necessário à
operação em vista Essa limitação será mais fácil de ser planejada em tempo de pa
z, quando a duração de cada comissão pode ser estimada com rigor. – Armazenament
o e proteção do material combustível Não armazenar, se possível, material combus
tível acima da linha d’água, inclusive no convés principal. Quando não puder ser
evitado o armazenamento de material combustível no convés principal ou superest
rutura, o mesmo deverá ser acondicionado e posicionado de forma que possa ser la
nçado facilmente ao mar. Deverá, também, ficar localizado o mais a ré possível,
a fim de que a fumaça e as chamas, no caso de incêndio, não venham a interferir
com a manobra do navio. É essencial que não seja deixado nenhum combustível volá
til nas proximidades das aspirações dos compartimentos de máquinas. Os locais ad
equados para armazenar material combustível são os compartimentos localizados ab
aixo da linha d’água. Para aumentar a proteção devem ser usados compartimentos l
ocalizados junto ao casco e o material deverá ser armazenado afastado das antepa
ras, para evitar o perigo de calor irradiado no caso de incêndio no compartiment
o adjacente. Todos os combustíveis líquidos, particularmente aqueles que despren
dem vapores altamente inflamáveis ou explosivos, devem ser guardados em recipien
tes próprios com tampa hermética. A armazenagem de líquidos inflamáveis tais com
o tintas, vernizes, óleos e graxas deve ser feita em compartimento apropriado, c
om ventilação forçada. A armazenagem de materiais nos dutos de descarga de gases
de Praças de Máquinas deve ser proibida. Deve-se ter especial atenção ao materi
al dos invólucros de sobressalentes, geralmente feitos de material combustível.
Logo que possível esses sobressalentes devem ser desempacotados para serem armaz
enados e os invólucros jogados fora. – Manutenção do navio nas suas melhores con
dições
 de resistência ao fogo Pode ser alcançado através:
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Manual de Combate a Incêndio
• •
da realização de freqüentes inspeções, de modo a manter os riscos de incêndio re
duzidos ao mínimo e do contínuo endoutrinamento da tripulação quanto à necessida
de de manter o navio seguro, o que é alcançado através do adestramento individua
l, por equipes e para os quartos de serviço e de notas em Plano de Dia.
2.5 - PRINCIPAIS CAUSAS DE INCÊNDIO A BORDO Podemos afirmar, com segurança, que
o mais eficiente método de combater incêndios é evitar que eles tenham início. E
xcetuados, evidentemente, os incêndios originados por danos em combate, a grande
maioria de ocorrências de fogo a bordo é derivada de falhas humanas, pela nãoob
servância dos cuidados na utilização do material, pela manutenção deficiente dos
equipamentos e pelo desconhecimento das precauções de segurança. As principais
causas de incêndios a bordo de navios, segundo dados estatísticos de fontes ofic
iais, são as seguintes: • • • • • • • • • • • • • • cigarros e fósforos atirados
em locais impróprios; trapos e estopas embebidos em óleo ou graxa; acúmulo de g
ordura nas telas e dutos de extração da cozinha; serviços com equipamento de sol
da elétrica ou oxi-acetileno; porão com acúmulo de óleo ou lixo; vasilhames dest
ampados contendo combustíveis voláteis; uso desnecessário de materiais combustív
eis; instalações e equipamentos elétricos deficientes; materiais inflamáveis ou
combustível de bordo, tais como óleos, graxas, tintas, solventes etc., armazenad
os indevidamente; presença de vazaments em sistemas de óleo combustível e lubrif
icante; partes aquecidas de máquinas próximas a redes de óleo; uso de ferramenta
s manuais ou elétricas em tanques não devidamente
desgaseificados, ou nos compartimentos adjacentes a esses tanques; fritadores el
étricos superaquecidos e descuido com lâmpadas desprotegidas.

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Manual de Combate a Incêndio
2.6 - PERIGOS ADICIONAIS COM O NAVIO EM PERÍODO DE REPARO Os principais perigos
adicionais com o navio em período de reparo são os seguintes: • • • grande quant
idade de fainas de corte e solda simultâneas e falta de controle e supervisão du
rante esse tipo de serviço; numerosos painéis energizados e cabos elétricos com
muitas emendas; existência de grande quantidade de acessórios de CAV retirados,
afetando a estanqueidade do navio, prejudicando o estabelecimento da condição de
fechamento do material; • • • guarnição reduzida a bordo e interrupção de comun
icações interiores, com conseqüente demora na disseminação do alarme; realização
de obras e serviços em compartimentos, prejudicando o trânsito de homens e o ac
esso a acessórios e sistemas de CAV e rede de incêndio, sistemas de esgoto, coma
ndos à distância, sistemas fixos de extinção de incêndios, etc. em reparo, ou op
erando com restrições. 2.7 - PERIGOS ADICIONAIS QUANDO EM COMBATE Os principais
perigos adicionais quando em combate são os seguintes: • • • • • • • ondas de ca
lor e deslocamento de ar devido às explosões externas e internas; estilhaços aqu
ecidos; alagamentos progressivos, com grande quantidade de óleo combustível, ent
rando em contato com as superfícies aquecidas; centelhas de equipamentos elétric
os avariados, superaquecimento e ignição de isolamento térmico e elétrico; rompi
mento de trechos de redes de sistemas vitais; baixas de pessoal e interrupção mo
mentânea ou permanente de energia elétrica ou comunicações, em parte ou em todo
o navio.

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Manual de Combate a Incêndio
Capítulo 3
EQUIPAMENTOS QUE UTILIZAM ÁGUA COMO AGENTE EXTINTOR
3.1 - REDE DE INCÊNDIO A rede de incêndio consiste em um sistema de canalizações
que alimenta tomadas de incêndio e sistemas de borrifo. Em um navio, costuma, t
ambém, alimentar a rede sanitária e a de resfriamento das máquinas auxiliares. A
fim de assegurar a máxima proteção à rede de incêndio contra avarias de combate
, sempre que possível, as suas canalizações e bombas ficam localizadas na parte
mais protegida do navio. No convés principal, procura-se reduzir ao mínimo o núm
ero de canalizações horizontais. A pressão da rede de incêndio é da ordem de 150
libras/pol. 2, sendo que é necessária uma pressão mínima de 70 libras/pol. 2 no
terminal das mangueiras para a operação de quase todos os equipamentos produtor
es de espuma. 3.2 - TOMADAS DE INCÊNDIO As tomadas de incêndio a bordo são insta
ladas nas canalizações horizontais da rede de incêndio ou nas extremidades das d
erivações verticais. Nos contratorpedeiros ou navios maiores essas tomadas são d
e 2½" de diâmetro reduzidas, quando necessário, para 1½". Nesses navios, as toma
das poderão ser duplas. Nos navios menores, salvo algumas exceções, todas as tom
adas são de 1½". A localização das tomadas de incêndio obedece aos seguintes cri
térios: nos contratorpedeiros ou navios maiores são posicionadas de modo que qua
lquer ponto do navio possa ser alcançado com duas mangueiras de 15,25 m (50 pés)
. Nos navios menores, são dispostas de modo que se possa alcançar qualquer ponto
do navio com uma mangueira de 15,25 m (50 pés) de comprimento. As tomadas do co
nvés principal ficam elevadas de 0,30 m do piso e dispostas horizontalmente. Em
alguns navios, as tomadas de incêndio podem ter um ralo especial que permite sua
limpeza automática (Fig. 3.1). Tais ralos têm a descarga com diâmetro igual ao
da tomada onde são instalados. As vantagens do emprego desses ralos são de fácil
compreensão. A rede de incêndio está sujeita a incrustações diversas e, com a t
repidação do navio e os choques provocados pelas explosões e disparos da artilha
ria, esses corpos soltam-se da rede e vão obstruir os esguichos e pulverizadores
, caso não sejam retirados pelo ralo. Recomenda-se abrir e fechar

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Manual de Combate a Incêndio
periodicamente os ralos, com a máxima pressão na rede, de modo a descarregar as
incrustações que estejam em início de formação. Havendo oportunidade, as seções
da rede de incêndio devem ser retiradas para inspeção e limpeza.
Fig. 3.1 - Ralo auto-limpável
3.3 - VÁLVULAS As válvulas normalmente instaladas na rede de incêndio são as de
interceptação, redutora e de segurança. As válvulas de interceptação são encontr
adas na própria rede e nas suas derivações verticais ou horizontais. Têm por fin
alidade permitir a segregação da rede em partes independentes e, o isolamento de
seções avariadas, visando o reparo e o contorno. Algumas dessas válvulas podem
ser manobradas à distância. Em qualquer ocasião, a rede deve estar na condição d
e fechamento estabelecida, e isto deverá ser do perfeito conhecimento do pessoal
do CAV. Esse pessoal deve também ter exato conhecimento das manobras a executar
para prontamente isolar ou restabelecer a alimentação de qualquer parte da rede
. Quando necessário, as bombas portáteis são utilizadas para alimentar partes se
gregadas da rede de incêndio. As válvulas redutoras são instaladas nas derivaçõe
s da rede de incêndio que alimentam a rede sanitária. A pressão normal da rede s
anitária é de 35 lb/pol. 2, sendo as válvulas redutoras ajustadas para esse valo
r. As válvulas de segurança instaladas na rede sanitária, em geral, disparam com
uma pressão 10% acima da prevista. 3.4 - MANGUEIRAS DE INCÊNDIO As mangueiras a
dotadas na Marinha são as de borracha e lona dupla nos diâmetros de 1½", 2", 2½"
e 3½" . As seções são de 15,25 m (50 pés) de comprimento, com união macho em um
a extremidade e fêmea na outra. Ao ser feita referência a uma seção de mangueira
, fica estabelecido que se trata desse comprimento padrão de 15,25 m.

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O revestimento interno de borracha é liso, para reduzir ao mínimo as perdas por
atrito. As figuras 3.2 e 3.3 mostram uma tomada de 2½" situada no convés princip
al e em uma das cobertas do navio. No segundo caso, torna-se sempre necessário o
emprego da redução especial Y, onde ficarão permanentemente ligadas uma ou duas
seções de 1½". Mesmo em convés aberto, a manipulação das mangueiras de 2½" sob
pressão é bastante difícil. Elas são mais utilizadas para dar maior extensão a l
inhas de mangueiras, alimentando duas outras de 1½" com emprego de uma redução e
m Y. Navios dotados com estações de alta capacidade para geração de espuma utili
zam também mangueiras de 3½". As mangueiras devem ser colhidas como mostram as f
iguras 3.2 e 3.3. Quando ao lado da tomada há dois suportes para mangueiras, cad
a uma com duas seções, em geral, somente uma das mangueiras fica ligada, como na
figura 3.3.
Fig. 3.2 – Tomada de incêndio no convés
Fig. 3.3 - Tomada de incêndio cobertas abaixo
As mangueiras só devem ser pressurizadas, após levadas o mais próximo possível d
o local de início do ataque, pois é mais fácil seu manuseio enquanto sem pressão
.

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As mangueiras, após terminada a preparação, são pressurizadas e o equipamento é
testado. Quando houver a necessidade de se estender longas linhas de mangueiras,
devido às rupturas da rede de incêndio ou existência de grande quantidade de fu
maça, deve-se estender linhas de mangueiras de 2½". Apenas próximo à área sinist
rada são colocadas reduções em “Y” para adaptar linhas de mangueira de 1½". Quan
do as mangueiras forem aduchadas em cabides especiais ou nos paióis, o seguinte
procedimento deverá ser obedecido: estende-se a mangueira no convés, dobra-se as
mesmas, até que a união macho, vindo por cima, chegue a cerca de 1,20 m da extr
emidade fêmea. Colhe-se então a mangueira, enrolando-a a partir da extremidade d
o seio. Ao terminar a aducha, a união fêmea estará por fora e, no fim da segunda
volta, a união macho estará com a rosca devidamente protegida (Fig. 3.4).
Fig. 3.4 - Como aduchar a mangueira
A figura 3.5 mostra a forma de transportar a mangueira e a figura 3.6, a forma c
orreta de fazer seu lançamento.
Fig. 3.6 - Lançando a mangueira Fig. 3.5 - Transporte da mangueira
As mangueiras deverão ser conservadas limpas, não sendo, porém, indicado lavá-la
s, a não ser no caso de ficarem sujas de óleo ou graxa (estes produtos atacam a
borracha).

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Nesses casos, deverão ser lavadas com água doce, escova macia e sabão ou deterge
nte neutro. Não utilizar escova de arame ou qualquer produto abrasivo. Após a la
vagem, as mangueiras deverão ser bem enxaguadas e postas a secar estendidas, pre
ferencialmente ao sol. Todas as mangueiras deverão ser inspecionadas semanalment
e, a fim de se verificar a presença de umidade. Devem ser retiradas dos seus sup
ortes, pelo menos uma vez por mês e novamente colhidas, de modo que as dobras nã
o fiquem no mesmo ponto em que se encontravam. A parte inferior da mangueira, qu
ando no cabide, deve ficar pelo menos a 15 cm do piso. A união dupla fêmea é uti
lizada especialmente para unir duas mangueiras ligadas à tomada de incêndio (que
têm rosca macho), para efeito de contorno da rede. A redução em “Y” é empregada
para o desdobramento de uma mangueira de 2½" em duas de 1½"; ou para permitir q
ue duas mangueiras de 1½" sejam conectadas a uma tomada de 2½" (Fig. 3.7).
Fig. 3.7 - Reduções e uniões
As uniões são confeccionadas em bronze, o que as torna naturalmente dotadas de c
erta resistência à corrosão. Isso porém não dispensa a limpeza e proteção, por u
m lubrificante adequado. As uniões não devem sofrer choques que possam deforma-l
as ou causarem mossas aos seus fios de rosca. As uniões macho são mais sujeitas
à avaria nos fios de rosca, já a união fêmea tende ao emperramento do seu anel d
eslizante. A limpeza das uniões não visa o aspecto estético e, portanto, não dev
em ser utilizados materiais abrasivos para limpeza, no propósito de “polir os am
arelos”. As roscas devem ser protegidas por uma leve camada de graxa macia (do t
ipo utilizado para rolamentos), com o cuidado de evitar que o lubrificante atinj
a as partes de lona e borracha. A graxa deve ser substituída sempre que se verif
ique indícios de ressecamento ou aderência de poeira.

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As uniões fêmeas possuem em seu interior um anel de borracha que é responsável p
ela perfeita vedação. É importante que essa junta seja mantida no alojamento e q
ue esteja sempre em bom estado, sem sinais de ressecamento. Ao ser efetuada a li
mpeza e a lubrificação dos fios de rosca, retire a junta para exame e recoloque-
a no lugar antes de aplicar o novo lubrificante. A graxa não deve atingir a junt
a de borracha. 3.5 - ESGUICHO UNIVERSAL E APLICADORES Um dos tipos de esguicho a
dotado na Marinha é o universal. O esguicho universal, fornecido nas dimensões d
e 1½" e 2½", possui uma válvula de três posições, comandada por uma alavanca, e
dois orifícios de descarga. Mediante manobra da alavanca, o esguicho poderá prod
uzir um jato sólido pelo orifício superior, ou uma cortina de neblina pelo orifí
cio inferior, onde se adapta um bico pulverizador (Fig. 3.8).
Fig. 3.8 - Esguicho universal - posições da alavanca
Os jatos de água produzidos pelo esguicho universal devem obedecer a determinada
s características. Estas são padronizadas, quanto à forma, consistência e alcanc
e. Quando tal não acontecer, deve-se verificar se existe alguma coca, dobra ou a
massamento na mangueira ou obstrução no orifício de descarga. Se não for constat
ada nenhuma dessas irregularidades, é possível que a pressão na tomada esteja ba
ixa. Isso pode ser conseqüência de obstrução no ralo. Se a limpeza do ralo não m
elhorar a situação, devese passar imediatamente as mangueiras para outra tomada.
Outro ponto a ser considerado é a queda de pressão causada pela excessiva exten
são da linha de mangueira, ou pelo grande número de mangueiras derivando de uma
só tomada. As tomadas de incêndio são, a bordo, posicionadas de modo que tais fa
tos não ocorram. Porém, caso julgado necessário esses arranjos podem ser utiliza
dos, porém devem ser pesadas suas vantagens e desvantagens, tendo em vista que a
baixo de determinados limites de pressão, os equipamentos têm o seu rendimento m
uito reduzido, ou mesmo tornam-se inoperantes. Com a alavanca na posição avançad
a, o esguicho estará fechado e, na posição oposta, para trás, produzirá o jato s
ólido. Com a alavanca na posição intermediária, vertical, a

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descarga será pelo orifício inferior, em forma de neblina de alta ou baixa veloc
idade, conforme o pulverizador adotado. Para a produção de neblina de alta veloc
idade é utilizado um pulverizador de alta velocidade, que fica normalmente preso
ao esguicho por um pequeno fiel de corrente. Para obtenção de neblina de baixa
velocidade, retira-se o pulverizador de alta velocidade, colocando-se em seu lug
ar um aplicador, onde existe um pulverizador de baixa velocidade (Fig.3.9). Qual
quer desses acessórios se adapta rapidamente ao esguicho por acoplamento tipo ba
ioneta.
Fig. 3.9 – Aplicadores
A neblina, em qualquer dos casos, é produzida por pequenos orifícios abertos em
direção convergente que, subdividindo o jato, provocam o entrechoque das partícu
las de água. A pressão necessária para produzir neblina em qualquer dos tipos de
pulverizador é a mesma, 70 lb/pol.2. Para se obter melhores resultados, porém,
a pressão d’água no esguicho deverá ser próxima de 100 lb/pol. 2. A neblina de b
aixa velocidade é produzida por orifícios menores e de tal maneira dispostos que
a água fica dividida em partículas muito pequenas e com alcance reduzido. O pul
verizador de baixa velocidade não é conectado diretamente ao esguicho, mas ao tu
bo aplicador. Existem três tipos de aplicadores: • • • 1" de diâmetro, 1,2 m (4
pés) de comprimento e ponta recurvada de 60°. 1" de diâmetro, 3,0 m (10 pés) de
comprimento e ponta recurvada de 90°. 1½" de diâmetro, 3,6 m (12 pés) de comprim
ento e ponta recurvada de 90°.
Os dois primeiros são utilizados com esguicho de 1½", e o terceiro com o esguich
o de 2½". Comparando-se a neblina de alta velocidade com a de baixa, verifica-se
que a de baixa possui menor alcance e maior difusão das partículas de água. Ass
im, a neblina de baixa, pela maior difusão, apresenta mais facilidade de absorçã
o de calor. Em ambos os tipos de neblina, porém, seus efeitos são, em maior ou m
enor
 grau, os de resfriamento e
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Manual de Combate a Incêndio
abafamento. O efeito de abafamento é obtido quando as partículas de água, ao abs
orverem o calor, transformam-se em vapor. Este, por sua vez, atua como agente ab
afador. Ambos os tipos de neblina podem ser empregados no combate ao fogo. Os ap
licadores de neblina de baixa velocidade, deixaram de ser usados na proteção das
Turmas de Incêndio, após a entrada em serviço do esguicho variável que é, també
m capaz de produzir neblina para a linha de proteção. Os aplicadores ainda são ú
teis para aplicação de neblina por cima de obstáculos que eventualmente impeçam
a passagem do pessoal para combater as chamas a menor distância. Podem, também,
ser introduzidos em compartimentos incendiados, através de furos abertos nos pis
os e anteparas, quando não houver possibilidade de penetração do pessoal no comp
artimento para combate às chamas. 3.6 – ESGUICHOS VARIÁVEIS Os esguichos variáve
is, denominação derivada do inglês “VARI – NOZZZLES” são equipamentos empregados
para a proteção do pessoal e no combate a incêndio. Os primeiros modelos desse
tipo apresentam um anel de controle de vazão que pode ser regulado em 60, 95 ou
125 galões por minuto (gpm). Esses esguichos não produzem jato sólido, apenas ne
blinas de espuma em diversos formatos e débitos. Devido a seu uso ser específico
para a produção de espuma, cujo agente é a ESPUMA FORMADORA DE PELÍCULA AQUOSA
– AFFF (“AQUEOUS FILM FORMING FOAM”), esses esguichos receberam o nome de “esgui
cho AFFF”. Por apresentar o recurso de controle do débito de espuma (60, 95 ou 1
25 gpm), os “esguichos AFFF” passaram a ser conhecidos, também, como “esguichos
de vazão variável” (Fig. 3.10).
Fig. 3.10 - Esguicho de Vazão Variável
Com o aprimoramento das técnicas e o surgimento de novas necessidades, os “esgui
chos AFFF” receberam duas alterações:

8 edição
3- 8
Manual de Combate a Incêndio
• •
possibilidade de produzir jato sólido; e vazão constante, pré-designada de 95 ou
125 gpm.
Os esguichos com anel regulador foram alterados e passaram a ser fornecidos apen
as com 95 gpm ou 125 gpm, ambos de 1½". O esguicho de 2½" é fornecido somente em
250 gpm. Os esguichos de 95 gpm deverão ser utilizados nas praças de máquinas,
em mangueiras simples com misturador entrelinha ou estação geradora, ou nos disp
ositivos de “duplo agente”. Os esguichos de 125 gpm deverão ser utilizados nos c
onvôos e hangares. Com essas alterações introduzidas nos esguichos, eles perdera
m a propriedade de controlar o débito. Passaremos a chamá-los, então, de “esguic
ho variável” para distingui-lo dos demais esguichos em uso na MB (Fig. 3.11 e 3.
12).
Fig. 3.11 - Esguicho AFFF com punho e gatilho
Fig. 3.12- Esguicho Variável com Neblina e Jato Sólido
As principais diferenças entre os modelos existentes dizem respeito à existência
ou não de punho e quanto à sua confecção em latão ou plástico, ou seja, não afe
tam seu funcionamento. Todos apresentam o mesmo princípio. O difusor dispõe de u
m movimento de aproximação e afastamento do corpo do esguicho pela rotação de um
a luva roscada na extremidade de saída. Esse movimento permite uma variação da f
orma dada à neblina, desde um leque de 110° até jato sólido (alguns ainda não tê
m jato sólido, apenas uma neblina com um leque menor). O fechamento, em sua maio
ria, é feito por uma alavanca, porém, em alguns desses esguichos, pode-se fechar
a água pela luva roscada do difusor. O esguicho variável (de 1½" ou 2½") foi in
troduzido na Marinha com o recebimento de novos navios provenientes da Marinha N
orte-Americana. Esse esguicho praticamente substituiu o esguicho universal naque
la Marinha e, como conseqüência, eliminou o uso do aplicador de neblina. Uma gra
nde
 vantagem é possibilitar a produção de espuma,
8 edição 3- 9
Manual de Combate a Incêndio
quando usando um esguicho variável de 1½" a 95 gpm associado a um misturador ent
relinha (de 1½"). O esguicho variável produz padrões desde jato sólido até nebli
na larga (cone de 90 a 110 , dependendo do fabricante), passando por neblina es
treita (cone de 30 ) e neblina média (cone de 60 ), semelhante à neblina de alta
velocidade. CARACTERÍSTICAS DO ESGUICHO VARIÁVEL
DIMENSÃO PRESSÃO VAZÃO (GPM) ALCANCE (FT)
VAZÃO (GPM) ALCANCE (FT) DIÂMETRO DA BASE DO CONE, NO MÁXIMO ALCANCE (FT) VAZÃO
(GPM) ALCANCE (FT) DIÂMETRO DA BASE DO CONE, NO MÁXIMO ALCANCE (FT)
1 ½” 50 JATO SÓLIDO
1 ½” 60
1 ½” 70
77 70 77 28 5
65 70 58 68 NEBLINA ESTREITA 64 70 25 25 5 5
NEBLINA LARGA 64 11 17 70 11 16 77 11 15
GPM - Galões por minuto FT - Pés TABELA 3.1 3.7 - ESGUICHOS DE CORTINA DE ÁGUA (
“WATERWALL”) E DE ATAQUE (“FIREFIGHTER”) Os esguichos de cortina de água e de at
aque são semelhantes ao esguicho variável. O de cortina de água é empregado para
a proteção do pessoal envolvido na faina e possui uma vazão de cerca de 45 ton/
h (Fig. 3.13).
Fig. 3.13 - Esguichos de ataque (“Firefighter”) e de cortina de água (“Waterwall
”)

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3-10
Manual de Combate a Incêndio
3.8 - SISTEMA DE BORRIFO São de diversos tipos os sistemas de borrifo existentes
. Serão descritos a seguir, em linhas gerais, os comumente empregados nos navios
da MB e outros de emprego geral. Destinam-se, genericamente, a proteger áreas c
ontra o fogo e, quando operando automaticamente, possuem a vantagem de atuar log
o no início do incêndio, impedindo assim que o fogo alcance maiores proporções.
A bordo, o tipo mais antigo de sistema fixo de borrifo consiste em uma derivação
da rede de incêndio e se destina à proteção dos paióis de munição, praças de mu
niciamento, etc. Entre a rede de incêndio e os compartimentos protegidos existe
uma válvula de interceptação, normalmente aberta e travada por um cadeado. A seg
uir, há uma válvula com comando à distância, pela qual se faz a operação do sist
ema. Logo após essa válvula, há um dispositivo que permite o teste de operação d
a rede. A rede de borrifo pode ser constituída por simples tubulações perfuradas
em espaços regulares, ou dispor de pulverizadores especiais. Em alguns navios m
ais modernos, a rede de borrifo pode ser operada automaticamente, sendo a válvul
a de controle atuada por um sistema de servo-comando, sensível ao aumento de tem
peratura. Sistemas semelhantes, de operação manual, dotados de controle local e
comando à distância, são instalados nos hangares dos navios aeródromos ou outros
locais onde o manuseio de gasolina ou outros inflamáveis torne a área potencial
mente perigosa. Podem ser dotados de pulverizadores destinados a formação de neb
lina de baixa velocidade, ou de pulverizadores do tipo “chuveiro”, destinados a
formar uma cortina de água. No caso dos hangares, as redes de borrifo são dispos
tas transversalmente, de forma a facilitar a limitação da área incendiada. Um si
stema muito utilizado, tanto a bordo como em instalações de terra, é o que utili
za os chuveiros automáticos. A rede de borrifo, nesse caso, é mantida sob pressã
o no compartimento a proteger. Os chuveiros entram em ação independentemente, qu
ando sensibilizados pelo calor. Assim, somente entram em operação aqueles pulver
izadores próximos ao fogo. No instante em que qualquer chuveiro é acionado, o fl
uxo da água na rede faz soar o alarme do sistema. Tal sistema tem como vantagem,
além da pronta ação de combate ao fogo, logo em seu início, o fato de somente s
erem utilizados os pulverizadores necessários, o que evita prejuízos adicionais
gerados pelo alagamento generalizado do compartimento. A ação do alarme, na maio
r parte das vezes, é informar

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3-11
Manual de Combate a Incêndio
da necessidade de ser fechada a água, visto que o incêndio propriamente dito já
deve ter sido debelado. As Fragatas Classe “NITERÓI”, por exemplo, empregam esse
sistema em paióis de munição, praças de carregamento e outros paióis de armamen
to. A rede de borrifo é mantida carregada com água doce através de uma mangueira
flexível, procedente da rede de aguada, no propósito de reduzir os problemas de
corrosão. As Fragatas possuem, ainda, sistemas manuais de borrifo no paiol de t
intas e de outros inflamáveis. Os chuveiros automáticos são conhecidos como "SPR
INKLERS". Basicamente, consiste em uma válvula que é mantida na posição de fecha
da através de um elemento sensível ao calor. O rompimento desse elemento permite
a abertura da válvula, cuja descarga se faz sob forma de borrifo. O tipo mais c
onhecido possui como elemento sensível uma ampola de vidro. A ampola contém um l
íquido cuja expansão faz com que ela se rompa ao ser atingida a temperatura nomi
nal de funcionamento (Fig. 3.14).
Fig. 3.14 - Chuveiro automático com elemento sensível tipo ampola de vidro
Outros tipos de chuveiros podem utilizar ligas metálicas de baixo ponto de fusão
como elemento sensível (fusível). O rompimento dessa peça por ocasião do aument
o de temperatura faz operar o sistema (Fig. 3.15).
Fig. 3.15 - Chuveiro automático com elemento sensível, tipo fusível

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3-12
Manual de Combate a Incêndio
3.9 - CANHÃO DE ÁGUA Os navios de socorro e rebocadores são dotados de canhões d
e água, que servem para prestar auxílio a navios sinistrados.

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Manual de Combate a Incêndio
Capítulo 4
EQUIPAMENTOS QUE UTILIZAM ESPUMA COMO AGENTE EXTINTOR.
4.1 - A ESPUMA COMO AGENTE EXTINTOR
A espuma é o agente indicado para extinção de incêndios classe “B”, em especial
os de grande vulto. Como já visto, a espuma extingue incêndios por abafamento. O
jato de espuma deve ser dirigido para uma antepara, de onde ela escorrerá para
a superfície do líquido inflamado. Nunca deve-se dirigir o jato diretamente sobr
e as chamas. Quando o incêndio for em líquidos derramados, como pode ocorrer no
convés de um navio, torna-se mais eficiente represar o líquido com a própria esp
uma, empurrando-a aos poucos sobre o líquido inflamado. Há, também, a possibilid
ade de se empregar a neblina de espuma, altamente eficiente nesses tipos de incê
ndio. A produção de espuma pode se processar de dois modos: Químico (resultante
da reação química de dois elementos em contato com o ar) e Mecânico (obtido pela
mistura forçada de água e líquido gerador). A espuma química é mais consistente
que a espuma mecânica; seu emprego é mais eficaz nos combustíveis leves (gasoli
na, por exemplo). Por outro lado, a espuma mecânica, sendo mais fluida, contorna
obstáculos com maior facilidade, sendo, mais indicada para incêndios em praças
de caldeiras e de máquinas, ou onde a superfície do líquido em chamas for interr
ompida por muitos obstáculos. Pode-se empregar os dois tipos de espuma simultane
amente para combater um incêndio. O líquido gerador da espuma mecânica, quando m
isturado com água, provê três vantagens na extinção de fogo: • • • uma película
é formada na superfície do combustível impedindo que este desprenda vapores de h
idrocarbonetos; a camada de espuma efetivamente isola o oxigênio da superfície d
o combustível; e a água contida na espuma permite contornar obstáculos, dando ma
is flexibilidade ao combate ao incêndio. A principal finalidade do uso de espuma
em CBINC é a extinção de incêndios em combustíveis ou na maioria dos líquidos i
nflamáveis, tendo excelentes características de penetração além de ser superior
à água na extinção de incêndios da classe "B", por sua característica de resfria
mento e abafamento.
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4-1
Manual de Combate a Incêndio
A espuma pode ser obtida de várias formas, dependendo do material existente nas
diversas classes de navios. Borrifo de porões, borrifo de teto ou lançamento de
espuma usando FB 5X/NPU, como adequado, também são outras formas de utilizar a e
spuma, fazendo a selagem dos vapores combustíveis e prevenindo o ressurgimento d
o incêndio. Pelo menos uma das linhas de mangueira para combate a incêndio class
e “B” deve ser com espuma, a menos que a mesma tenha se esgotado, quando então d
eve ser utilizada água em neblina de alta velocidade, tomando o devido cuidado p
ara não romper a película de espuma produzida anteriormente. Os esguichos FB 5X
e NPU não conferem proteção ao homem, devendo ser utilizada, conforme a situação
, outra linha de mangueira com neblina de alta ou baixa velocidade. Os esguichos
do tipo variável produzem espuma e dão proteção ao mesmo tempo. A espuma mecâni
ca, de uso mais comum na MB, é obtida pela simples mistura do agente espumante (
líquido gerador) com água, a qual é agitada em presença do ar. Para produção de
espuma mecânica, na MB, são empregados basicamente dois tipos de líquido gerador
: o mais antigo e difundido é aquele tradicionalmente conhecido como “Aerofoam”,
o outro, de uso mais recente, e que apresenta algumas vantagens quanto ao desem
penho, é o AFFF, também conhecido como água leve. A espuma, de um modo geral, é
constituída, em peso, de cerca de 85% de água e cerca de 90% em volume de ar ou
CO2. Há dois tipos básicos de líquido gerador para espuma mecânica de acordo com
a percentagem em que os mesmos devem ser utilizados: os a 3% e os a 6%. Na MB,
de um modo geral, é utilizado o segundo tipo.
4.2 - EQUIPAMENTOS PARA PRODUÇÃO DE ESPUMA
Para produção de espuma há um grande número de equipamentos práticos e eficiente
s. Os de uso mais comum na Marinha são os seguintes: - Para espuma química • • •
• • extintores portáteis.
- Para espuma mecânica esguicho variável; esguichos de cortina d’água e de ataqu
e; esguicho NPU (Navy Pick-Up Unity) com tubo de aspiração; esguicho FB 5X e FB
10X;
• esguicho universal para neblina de alta e com aplicador para neblina de baixa
velocidade;
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4-2
Manual de Combate a Incêndio
• • •
misturador tipo “FW”; estações geradoras de espuma e misturador Entrelinhas.
4.3 - ESTAÇÕES GERADORAS DE ESPUMA
Locais de grande risco de incêndios classe “B”, tais como os existentes a bordo
de navios aeródromos, exigem recursos de maior vulto para geração de espuma. Est
ações centrais, de alta capacidade, produzem a mistura água-líquido gerador, que
é canalizada para os canhões e as tomadas de incêndio especiais localizadas em
diversos pontos de bordo, especialmente no hangar, convôo e praças de máquinas (
Fig. 4.1). As características básicas de uma das estações existentes na MB são a
s seguintes: • • • • • um tanque com capacidade para armazenagem e pronta utiliz
ação do líquido gerador de espuma;. um filtro instalado entre a rede de incêndio
e a estação;. uma válvula de tipo especial, instalada entre o filtro e o mistur
ador. Ela pode ser aberta por uma válvula piloto acionada por solenóide; um mist
urador e uma bomba de recalque de água que eleva a pressão da rede de incêndio.
Fig. 4.1 - Estação Geradora de Espuma
- Operação da Estação Quando o equipamento produtor de espuma de alta capacidade
é posto a funcionar, todas as bombas de incêndio deverão ser utilizadas, para a
ssegurar o máximo suprimento de água. A pressão na entrada do misturador deverá
ser mantida entre 100 e 150 lb/pol. 2. Uma pressão mínima de 70 lb/pol.2 é neces
sária nos esguichos de espuma para que se produza espuma com a consistência dese
jada para o combate a incêndios. As
8 edição 4-3
Manual de Combate a Incêndio
estações de espuma são projetadas para suprir quatro esguichos de 2½" ou dois de
3½", operando simultaneamente. Os esguichos são do tipo variável ou NPU. Podem
existir recursos para acionamento remoto do sistema junto das tomadas de espuma.
As mangueiras devem estar conectadas às válvulas, para pronta utilização. As es
tações fixas produtoras de espuma devem ser sempre guarnecidas em postos de comb
ate e de vôo, por no mínimo três homens. Tão logo a estação entre em funcionamen
to será iniciada a alimentação do tanque com líquido gerador e isto deverá ser m
antido de forma contínua. Caso o seu funcionamento se prolongue por muito tempo
deverá der providenciado reforço de pessoal. É necessário que se mantenha consta
nte vigilância sobre o indicador de nível do tanque, para mantê-lo convenienteme
nte abastecido. Se for considerado que todas as bombonas de reserva de líquido g
erador possam vir a ser consumidas antes da extinção do incêndio, o encarregado
do CAV deverá ser avisado, para que ordene um novo suprimento. A utilização das
mangueiras de espuma é, de modo geral, idêntica à das mangueiras de incêndio. Pa
ra maior facilidade de manuseio, as mangueiras deverão ser primeiramente estendi
das no convés e só depois disso é que deverão ser submetidas à pressão.
4.4 - MISTURADOR ENTRELINHAS
Este tipo de misturador apresenta grande vantagem de poder ser instalado fora do
limite primário de fumaça, o que facilita o abastecimento contínuo de líquido g
erador, sem que os homens tenham a necessidade de usar equipamento de proteção (
Fig. 4.2).
Fig. 4.2 - Misturador Entrelinhas
Se o conjunto for de 1½", podem ser utilizadas no máximo três seções de mangueir
a nessa linha, podendo ser empregada com a elevação máxima de um convés. Se a li
nha estiver em convés inferior ao do misturador, podem ser utilizadas até cinco
seções de mangueira.
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Manual de Combate a Incêndio
O misturador entrelinhas foi projetado para ser utilizado com esguicho de mesmo
débito e perde eficiência caso a mangueira a qual estiver conectado possua reduç
ões ou cocas. Devem trabalhar com pressão de 100 psi na sua entrada . O conjunto
americano, utilizado com mangueiras de 1½", possui seu misturador entrelinhas (
Inline AFFF Eductor – 95 gpm) e esguicho variável (Vary-Nozzles – 95 gpm) compat
íveis. Sua operação contínua requer cerca de cinco galões de AFFF concentrado po
r minuto. O conjunto inglês, utilizado com mangueiras de 2½", nas Fragatas Class
e “GREENHALGH”, usa misturador (Portable Inline Inductor - FBU 5X - 50 gpm) – Fi
g. 4.3 – e o esguicho FB 5X (50 gpm) também compatíveis entre si. O misturador d
eve ainda trabalhar em linhas de mangueira de mesma dimensão, ou seja, um mistur
ador de 2½", não podendo ser utilizado em uma linha de mangueira de 1½", pois as
pressões envolvidas na redução não permitem o funcionamento (arrastamento do lí
quido gerador) do mesmo.
Fig. 4.3 - Misturador Entrelinhas FBU 5X
4.5 - ESGUICHO NPU
O esguicho do tipo NPU é um aparelho simples e de grande eficiência. Destina-se
a introduzir ar na mistura água-líquido gerador, para formar espuma mecânica. Po
de ser usado, para este fim, com qualquer tipo de misturador entrelinhas instala
do antes dele. Pode, também, fazer o duplo papel de misturador e introdutor de a
r, utilizando-se um tubo de aspiração a ele conectado. Neste caso, não se usa o
misturador entrelinhas. A produção de espuma é praticamente contínua, pois, esgo
tada uma lata de líquido gerador, rapidamente pode ser retirado o tubo de aspira
ção e substituída a lata. Cada recipiente com capacidade de 5 galões tem a duraç
ão de um minuto e meio e produz cerca de 3.000 litros de espuma (pressão da água
100 lb/pol.2) (Fig. 4.4).
4-5
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Manual de Combate a Incêndio
Fig. 4.4 - Esguicho NPU
4.6 - ESGUICHO FB 5X E FB 10X
Esses equipamentos operam com água da rede de incêndio e são usados para mistura
r água e AFFF na correta proporção, bem como provocar a reação da mistura para p
roduzir espuma mecânica. O AFFF, que não é tóxico nem corrosivo, é fornecido em
recipientes de 20 litros. - FB 5X O FB 5X (Fig. 4.5) é um esguicho leve que prod
uz, aproximadamente, 50 galões (225 litros) de espuma por minuto, com a pressão
de 80 lb/pol. 2 da rede de incêndio. Para aspiração de AFFF dos recipientes de 2
0 litros, acopla-se o tubo de aspiração dotado de engate rápido. O fornecimento
contínuo de espuma com a pressão de 80 lb/pol. 2 consome 12 litros do agente por
minuto, de modo que recipientes sobressalentes deverão sempre estar posicionado
s para pronto uso nas imediações do incêndio. O FB 5X pode ser usado em conjunto
com sistemas fixos de espuma nas praças de máquinas para conduzir a espuma de c
onveses superiores para locais onde possa se espalhar sobre a superfície do óleo
em chamas nos porões. É importante mencionar que as tomadas desses sistemas dev
erão estar sempre fechadas quando este não estiver em uso. O FB 5X pode ser oper
ado através de misturador entrelinhas, pelo fechamento do tubo de aspiração. - F
B 10X O esguicho FB 10X (Fig. 4.6), é aplicado nos locais onde se necessita alta
produção de espuma. Este equipamento produz cerca de 450 litros (100 galões) de
espuma por minuto. Cada tomada de incêndio prevista para seu uso deve portar um
edutor (tipo entrelinhas) afixado antes do acoplamento da mangueira. O disposit
ivo de aspiração do AFFF é preso ao corpo do edutor e possui uma válvula de cort
e rápido. O edutor aspira e passa a mistura de AFFF e água através de mangueiras
para o FB 10X onde recebe o ar antes de ser lançado pelo esguicho. Para produzi
r uma
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Manual de Combate a Incêndio
espuma de qualidade aceitável, a pressão mínima na rede de incêndio deverá ser d
e 70 lb/pol. 2. Quando em uso contínuo, esse equipamento consome
aproximadamente 25 litros de AFFF por minuto, de modo que é prudente manter-se s
uplemento disponível nas proximidades. Uma alavanca na extremidade de saída do e
sguicho opera um conjunto de defletores, com os quais é possível optar, dependen
do da situação, por um jato de espuma de maior alcance ou por um lançamento em l
eque, de menor alcance. Os recipientes de AFFF deverão ser estocados em armários
nas proximidades de cada tomada de incêndio designada para o uso do FB 10X.
Fig. 4.5 - Esguicho FB 5X
4.6 – Esguicho FB 10X
4.7 - MISTURADOR TIPO “FW”
É um misturador destinado a operar em série com a linha de mangueira, aspirando
o líquido gerador por arrastamento, à semelhança de outros equipamentos já visto
s. Destina-se à produção de espuma mecânica e possui uma válvula para graduação
da percentagem do líquido aspirado (Fig. 4.7). Esta válvula é graduada de 1% a 6
% e deve ser ajustada de acordo com a tabela abaixo: CLASSE
DE I NCÊNDIO
AGENTE EXTINTOR
GRADUAÇÃO
DA VÁLVULA
A B B B
Água (jato sólido) Água (neblina) Espuma a 3% Espuma a 6%
1 2 3, 4 ou 5 5 ou 6
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4-7
Manual de Combate a Incêndio
Fig. 4.7 - Misturador tipo "FW"
Observa-se que o misturador não introduz o ar. Este é acrescentado na mistura ág
ualíquido em outra parte da linha, depois do misturador (em um esguicho NPU, por
exemplo).
4.8 - ESGUICHO UNIVERSAL PARA NEBLINA DE ALTA E COM APLICADOR PARA
NEBLINA DE BAIXA VELOCIDADE Quando é utilizado qualquer misturador entrelinhas,
há necessidade de introdução suplementar do ar para a produção de espuma mecânic
a, o que, como já visto, pode ser feito pelo esguicho NPU. No entanto, se utiliz
ado um esguicho universal com aplicador e pulverizador de baixa velocidade, é po
ssível obter uma neblina de espuma capaz de extinguir incêndios classe "B" de pe
queno vulto. Essa espuma não é uma espuma perfeita, pois a introdução do ar se f
az apenas na descarga do pulverizador de baixa velocidade. É, no entanto, um pro
cesso de fortuna, do qual é possível lançar mão na falta do equipamento adequado
.
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4-8
Manual de Combate a Incêndio
Capítulo 5
OUTROS EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES
5.1- EQUIPAMENTOS QUE UTILIZAM O CO2 COMO AGENTE EXTINTOR - Sistemas fixos de CO
2 Os sistemas fixos de CO2 são instalados a bordo com a finalidade de saturar, c
om esse gás, a atmosfera no interior dos compartimentos que, normalmente, aprese
ntam maior risco de incêndio. Exceto no que se refere às manobras para descarga
do gás e às suas dimensões, as ampolas de CO2, empregadas nos sistemas fixos, sã
o semelhantes às ampolas dos extintores portáteis. As instalações fixas de CO2 p
odem ser de dois tipos: o de mangueira em sarilho e o de descarga direta à distâ
ncia. • Mangueira em sarilho O tipo de mangueira em sarilho (Fig. 5.1), consiste
em duas ampolas ligadas a uma seção de mangueira especial para CO2, colhida em
um sarilho e com um difusor na extremidade. Próximo ao difusor há uma válvula qu
e controla a descarga do gás.
Fig. 5.1 - Instalação fixa de CO 2, tipo mangueira em sarilho

Descarga direta O tipo de descarga direta (Fig. 5.2) consiste em duas ou mais am
polas que descarregam para uma canalização que leva o CO2 aos compartimentos pro
tegidos pelo equipamento. Um cabo de arame vai do mecanismo de disparo das válvu
las das ampolas até uma caixa para partida à distância, com tampa de
8 edição
5-1
Manual de Combate a Incêndio
vidro, localizada fora do compartimento onde se encontram as ampolas. Para desca
rregar o CO2 é necessário quebrar o vidro e puxar a alavanca. Em algumas instala
ções, existem alavancas para descarga de CO2 em cada ampola; em outras, apenas d
uas ampolas são comandadas pelo cabo de arame, e as demais são abertas por válvu
las automáticas de pressão. De um modo geral, as diferenças encontradas de um fa
bricante para outro são pequenas. Antes de empregar o CO2 como agente abafador d
eve ser verificado se todas as aberturas do compartimento estão fechadas e se as
ventilações estão paradas (ou se pararão automaticamente ao se abrir o CO2). Um
a vez iniciada a descarga das ampolas, esta não mais poderá ser interrompida. No
tipo de mangueira em sarilho, a válvula próxima do difusor, como no caso dos ex
tintores portáteis, permite uma interrupção temporária, mas a vedação não será p
erfeita e só será conseguida após a substituição do selo da ampola.
Fig. 5.2 - Sistema de Descarga Direta
5.2- EQUIPAMENTOS QUE UTILIZAM O HALON COMO AGENTE EXTINTOR Em condições normais
, o gás halon é incolor, possui alta densidade (cinco vezes a do ar), é inodoro,
possui baixo ponto de ebulição e baixa viscosidade, não deixa resíduos quando u
sado e não é corrosivo. Por estas características, o halon é recomendado para pr
oteção a Centros de Processamento de Dados (CPD), painéis de controle automatiza
dos e todas as fontes de incêndio classe “C” que requeiram um agente “limpo” par
a extinção de incêndio. O halon é um composto químico formado basicamente de clo
ro, flúor e carbono. Existem diversos tipos para aplicações distintas e específi
cas como por exemplo: o Halon 1211, e o Halon 1301.
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Manual de Combate a Incêndio
Esses agentes extinguem o fogo pela inibição química da combustão, pois esses ga
ses têm a propriedade de suprir ou isolar os elementos químicos envolvidos nas r
eações, rompendo assim a cadeia do fogo. - Emprego do Halon Na Marinha do Brasil
, o agente normalmente utilizado é o Halon 1301. O Halon 1211, conhecido como BC
F, é usado apenas em extintores portáteis ou, em casos especiais, como dispositi
vos simples para proteção de invólucros de equipamentos e cabines com equipament
os eletrônicos. Por sua vez, o Halon 1301 tem aplicação bem mais abrangente, pod
endo ser empregado de duas maneiras: inundação total e aplicação local. Inundaçã
o total é o sistema instalado para proteção de grandes áreas como, por exemplo,
praças de máquinas, compartimentos de líquidos inflamáveis, hangares e paióis de
tinta. O sistema de extinção por inundação total pode ser disposto a bordo de d
uas maneiras: • • estação central de halon bancada local A instalação de um ou d
e outro sistema depende do espaço disponível, quantidade e volume dos compartime
ntos a serem protegidos e da distância entre estes compartimentos. A estação cen
tral de halon é composta de um compartimento onde estão instaladas todas as ampo
las com redes que se encaminham para os diversos compartimentos a serem protegid
os (Fig. 5.3).
Fig. 5.3 - Sistema de Estação Central de Halon
O sistema de aplicação local é utilizado para proteção de equipamentos como por
exemplo: geradores, turbinas, painéis e também computadores. Este modo de instal
ação, também conhecido como modular, é diferenciado dos demais pelo uso de um di
fusor para cada ampola.
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- Vantagens do Halon • • para instalações em estação central, requer menor espaç
o ocupado pelas ampolas, em comparação com o CO2 apresenta baixo nível de toxide
z. É classificado como o menos tóxico dos agentes halogenados. Em caso de um dis
paro acidental num compartimento onde não exista fogo, o pessoal pode ser expost
o a uma concentração de 5 a 7%, por até dez minutos, contudo o compartimento dev
erá ser, obrigatoriamente, evacuado. • • • • • • • descarrega normalmente entre
dez e vinte segundos, resultando na rápida extinção do incêndio se comparado com
os dois minutos de descarga do CO2; baixa percentagem por volume necessário do
agente extintor quando comparado com o CO2; quando aplicado em inundação total é
extremamente dispersivo e é capaz de penetrar eficazmente em locais onde outros
agentes não atuam satisfatoriamente; por ser um agente “limpo”, não requer limp
eza após seu uso. não é condutor elétrico; não é corrosivo; e não afeta a estabi
lidade de navios quando aplicado, em comparação com a utilização de água. - Desv
antagens do Halon • • • • • • não apresenta efeito de resfriamento; alto custo;
as facilidades para recarga ainda são limitadas, comparativamente com o CO2; ine
ficaz em incêndios de classe “D”; não é utilizado em incêndios classe “A”, pois,
apesar de extinguir as chamas, não resfria o material, mantendo o potencial par
a reativação do incêndio e é necessária a parada, antes da descarga, de todos os
motores de combustão interna que aspiram diretamente do compartimento protegido
. Essa aspiração pelos motores pode reduzir significativamente a quantidade do a
gente descarregado no ambiente, reduzindo ou anulando o efeito extintor. Por out
ro lado, foi constatado que o Halon “excita” os motores de combustão interna, ao
contrário do CO2, que provoca a parada dos motores por falta de oxigênio. • O e
mprego do Halon encontra-se em desuso, porém ainda é utilizado em algumas Organi
zações da Marinha.
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Manual de Combate a Incêndio
5.3 - DISPOSITIVO DE DUPLO AGENTE O dispositivo de duplo agente é união de um es
guicho AFFF com um esguicho de pó químico (PKP) presos por uma barra de ferro, q
ue os mantém afastados 8" um do outro. A única diferença entre as duas configura
ções de agentes duplos mostrado na figura 5.4 é em relação ao formato, pois oper
am da mesma maneira.
Fig. 5.4 - Dispositivo de Duplo Agente
Este equipamento é utilizado para combate a incêndio em praças de máquinas. A va
ntagem dessa união é a extinção das chamas pelo PKP e a manutenção do abafamento
da fonte pelo AFFF. A figura 5.5 mostra uma seção reta dos esguichos de pó quím
ico (PKP) e espuma mecânica (AFFF) com os quais é feito o dispositivo de manguei
ra de duplo agente.
Fig. 5.5 - Corte lateral dos Esguichos de Duplo Agente
O esguicho de pó químico controla a descarga do agente PKP. O agente entra pela
parte traseira do corpo do esguicho e é conduzido para uma cavidade na parte cen
tral do mesmo. O fluxo de pó químico é parado nessa posição pela válvula de fech
amento, quando o esguicho estiver na posição “fechado”. Quando o gatilho de disp
aro é acionado, a mola é comprimida e o cilindro da válvula libera a sede. Esse
movimento abre a cavidade, e o pó químico é liberado para fluir através da extre
midade cônica, formando a nuvem de PKP. O gatilho deve ser
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Manual de Combate a Incêndio
totalmente comprimido para assegurar-se de que o fluxo de agente extintor seja a
proximadamente 1 kg por segundo. Quando o gatilho é liberado, a mola atua no cil
indro, empurrando-o contra a sede, interrompendo o fluxo de pó químico através d
o esguicho. O esguicho AFFF também possui um gatilho para lançamento de espuma.
O esguicho deverá ser de 1½" com vazão de 95 gpm. A mistura do líquido gerador A
FFF com água do mar é feita no misturador da estação geradora. A geração da espu
ma é feita na própria saída do esguicho AFFF. A ação química do PKP não interfer
e na qualidade do lençol de espuma formado pelo AFFF. A figura 5.6 mostra um esq
uema simplificado do dispositivo de duplo agente instalado nas praças de máquina
s de alguns navios da MB.
Fig. 5.6 - Esquema da instalação do Duplo Agente
5.4 - EQUIPAMENTOS QUE UTILIZAM GASES INERTES Recebem o título de gases inertes
todos aqueles que não sejam combustíveis ou comburentes, ou seja, não participam
de qualquer forma do fenômeno da combustão. Entre eles destacam-se o bióxido de
carbono e o nitrogênio. Os navios-aeródromos são normalmente dotados de instala
ções específicas para o armazenamento de nitrogênio. Esse gás é utilizado a bord
o, preventivamente, para tornar inerte o sistema de combustível de aviação. 5.5
- SISTEMAS DE DETECÇÃO DE INCÊNDIO Permitem que princípios de incêndios sejam, c
om presteza, informados por intermédio de um sinal de alarme. Não acionam qualqu
er sistema automático de extinção de incêndio, mas apenas indicam a existência e
o local, ou área, do fogo.
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O sistema MINERVA, por exemplo, instalado nas Fragatas Classe “NITERÓI”, consist
e basicamente em detectores instalados em vários compartimentos (exceto hangar e
sanitários), que se ligam ao “Console do Controle de Avarias” situado no Centro
de Controle da Máquina. Qualquer dos detectores, quando atuado, faz soar no pai
nel um alarme sonoro, acompanhado de um alarme visual. Os detectores instalados
a bordo são de dois tipos: o sensível à fumaça e a gases de combustão em geral,
e o sensível ao calor. O primeiro é instalado em praticamente todos os compartim
entos, enquanto que o segundo é encontrado nas cozinhas. 5.6 - SISTEMA FIXO DE P
Ó QUÍMICO O pó químico é um grande agente extintor. Quando submetido a altas tem
peraturas libera CO2, extinguindo o incêndio por abafamento. Encontramos nos nav
ios unidades de pó químico distribuídas no convés em pequenos reservatórios, uti
lizando como propelente o nitrogênio. Essas unidades dispõem de mangueiras espec
iais e pistolas para lançar o pó químico sobre as chamas. Nos navios transportad
ores de gás liqüefeito, existe um sistema com dimensões maiores que fornecem pó
para os canhões localizados em plataformas no convés. O sistema é composto de um
reservatório com pó químico, normalmente o bicarbonato de sódio ou o bicarbonat
o de potássio, sendo o último mais eficaz. O propelente utilizado é o nitrogênio
acondicionado em garrafas que são acionadas no momento em que o sistema for pos
to em funcionamento.
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Manual de Combate a Incêndio
Capítulo 6
EXTINTORES PORTÁTEIS
6.1 - GENERALIDADES Extintores portáteis são equipamentos destinados a combater
princípios de incêndios. O grau de proteção que oferecem não equivale ao das ins
talações fixas e automáticas, mas, se empregados adequadamente, são eficientes e
m extinguir o fogo em seus momentos iniciais. O emprego de extintores portáteis
para debelar princípios de incêndios nunca deve protelar o guarnecimento de recu
rsos de maior vulto, uma vez que, caso o combate com equipamento portátil fracas
se, já estarão em andamento providências para fazer chegar ao local recursos de
maior porte, permitindo o combate ao incêndio antes que ele atinja grandes propo
rções. São muitos os tipos de extintores portáteis. As variações que apresentam
entre si prendemse, principalmente, às diferenças entre os agentes extintores e
ao propelente utilizado. Os agentes extintores, logicamente, são determinados em
função da classe de incêndio a que se destina o equipamento. O propelente diz m
ais respeito ao aspecto prático de sua utilização. Em navios, os extintores port
áteis de uso mais geral são os que empregam o CO2 como agente extintor. Outros t
ipos podem ser encontrados, principalmente em instalações de terra ou, em casos
especiais, a bordo de navios que operam com aeronaves. Os agentes extintores mai
s utilizados nos extintores portáteis são: • • • • • água; espuma; bióxido de ca
rbono (CO2); bicarbonato de sódio e halon.
6.2 - EXTINTORES A ÁGUA - Tipo “Pressão no Próprio Cilindro" O propelente (ar co
mprimido) e o agente extintor são armazenados no cilindro e a descarga é control
ada por meio da válvula de fechamento. Emprego - exclusivamente em incêndios da
classe "A".

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Uso - remover o extintor do suporte, suspendendo-o pela alça inferior. Retirar a
seguir o pino de segurança e pressionar o gatilho, dirigindo o jato para a base
das chamas. Após extinto o fogo, dirigir o jato sobre o material ainda incandes
cente até encharcá-lo.
Fig. 6.1 - Extintor a água com pressão no próprio cilindro
- Tipo “Ampola de CO2” No interior do cilindro, abaixo da tampa, existe uma ampo
la de bióxido de carbono (CO2) sob alta pressão. Para permitir o rompimento da a
mpola e a descarga do bióxido de carbono, que é o propelente, o operador deve in
verter o extintor e, segurando-o pelo fundo, batê-lo contra o piso ou uma superf
ície resistente. Emprego - exclusivamente em incêndios classe “A”. Uso - retirar
do suporte e transportá-lo na posição vertical segurando o mangote de descarga
na altura do esguicho. Para colocá-lo em operação, invertê-lo e aplicar uma leve
pancada de encontro ao solo ou contra qualquer objeto resistente. Dirigir o jat
o para a base das chamas. Após extinto o fogo, manter o jato sobre o material ai
nda incandescente.
Fig. 6.2 - Extintor a água com ampola de CO 2

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6.3 - EXTINTORES A ESPUMA -Espuma Química O cilindro contém uma solução de água
com bicarbonato de sódio e agente estabilizador. Uma solução de sulfato de alumí
nio é colocada em um recipiente interno de plástico; invertendo-se o extintor, c
oloca-se em contato as duas soluções. A reação que se processa desprende gás car
bônico (CO2). O CO2 gerado atua como propelente, e a espuma formada tem efeito d
e abafamento e resfriamento. Emprego - estes extintores podem ser usados em incê
ndios das classes “A” e “B”. O agente extintor extingue por abafamento. Uso - no
s incêndios da classe “A”, o jato deve ser dirigido para a base das chamas. Num
incêndio da classe “B”, em líquidos derramados, o operador deverá fazer com que
o jato de espuma seja curvo, de maneira que a espuma lançada não espalhe o fogo.
Em incêndios da classe “B”, em recipientes abertos, o jato deve ser lançado de
encontro às paredes do recipiente, permitindo que a espuma escorra e cubra a sup
erfície inflamada.
Fig. 6.5 - Uso do extintor a espuma química Fig. 6.4 – Extintor a espuma química
nos incêndios classe "B" em recipientes
- Espuma Mecânica Trata-se de um cilindro com uma mistura de AFFF e água, que us
a ar comprimido como propelente. Emprego - esses extintores podem ser usados em
incêndios das classes “A” e “B”. São encontrados nas Fragatas Classe “GREENHALGH
”. Uso - são operados à semelhança dos extintores de água pressurizada. Podem se
r recarregados a bordo. Por exemplo:

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Manual de Combate a Incêndio
O extintor de nove litros deve receber 8,6 litros de água e 0,4 litros de AFFF,
devendo ser pressurizado até que seu manômetro indique a pressão de 10 Bar.
Fig. 6.6 - Extintor a espuma mecânica
6.4 - EXTINTORES A BIÓXIDO DE CARBONO (CO2) O extintor consiste de um cilindro d
e aço sem costura, no qual é comprimido o CO2 a uma pressão de 850 lb/pol. 2 . O
uso da alavanca de disparo permite uma operação intermitente do extintor. Empre
go - são recomendados para incêndios das classes “B” e “C”, não podendo ser usad
os em incêndios da classe “D”. São eficientes contra pequenos incêndios da class
e “A”, controlando-os até a chegada de agente indicado para esse tipo de incêndi
o. Os extintores de bióxido de carbono, com difusor de metal, não devem ser empr
egados em incêndios da classe “C”, por apresentarem o risco de choque elétrico.
Quando empregados em ambientes confinados, o operador deverá fazê-lo com cuidado
, a fim de não sofrer os efeitos decorrentes da baixa percentagem de oxigênio qu
e restará para a respiração. Uso - retirar o pino de segurança. Em seguida, pres
sionar a alavanca que comandará a válvula de descarga. Em quase todos os tipos d
e incêndio, a descarga deve ser dirigida para a base das chamas e, após sua exti
nção, deve ser mantido o jato para permitir um maior resfriamento e prevenir o p
ossível reavivamento do fogo.

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Fig. 6.7 - Extintor a Bióxido de Carbono (CO2)
6.5 - EXTINTORES A PÓ QUÍMICO Os extintores a bicarbonato de sódio foram origina
lmente conhecidos como “pó químico”, sendo esta denominação mantida para todos o
s extintores com agente extintor em pó, exceto aqueles para incêndios classe “D”
. - Com "Pressão no Próprio Cilindro" Como propelente, emprega o CO2, nitrogênio
ou ar comprimido, isentos de umidade, a fim de não granular o pó. Emprego - é r
ecomendado para o uso em incêndios da classe “B”. Os extintores a pó químico não
são efetivos em incêndio classe “D” e podem, inclusive, causar reações químicas
violentas. Uso - o jato deve ser dirigido para a base das chamas, movimentando-
se o esguicho rapidamente de um lado para outro. Alguns extintores têm alta velo
cidade na saída do esguicho e, por isto quando usados em líquidos inflamáveis em
camada espessa, deve ser aplicado a uma distância de 2 a 2,5 m.
Fig. 6.8 – Extintor a pó químico, com pressão no próprio cilindro
Fig.6.9 - Carreta a pó químico, com ampola de CO2

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- Com "Ampola de CO2 " O cilindro contém o pó químico, e o propelente (CO2 ) é a
rmazenado numa pequena ampola localizada na parte externa do extintor. A descarg
a é controlada por uma válvula externa ao extintor. Emprego – as considerações p
ara o seu emprego são as mesmas dos extintores a pó químico, com pressão no próp
rio cilindro. Uso - para se colocar o extintor em funcionamento, pressiona-se o
mecanismo de perfuração da ampola de CO2 . A descarga é controlada pela válvula
existente na extremidade da mangueira. O jato deve ser dirigido para a base das
chamas, movimentando-se o esguicho de um lado para outro. 6.6 - EXTINTORES A HAL
ON Os extintores a halon utilizam basicamente dois tipos de agentes extintores:
• • halon 1211. halon 1301.
Emprego - são recomendados para incêndios das classes “B” e “C”. São particularm
ente empregados em incêndios de equipamentos eletrônicos, por não deixarem resíd
uos.
Encontra-se em desuso, porém ainda é utilizado em algumas Organizações da Marinh
a.
Uso - são operados de modo semelhante aos extintores a CO2 . O jato deve ser dir
igido para a base das chamas. Em incêndios de líquidos inflamáveis, em recipient
es, o jato deve ser orientado contra a parede oposta, sobre as chamas. Logo que
possível, o operador deve direcionar o jato em torno do fogo, a fim de cobrir a
maior área possível durante o período de descarga do extintor.
encontra-se em desuso, porém ainda é utilizado em algumas Organizações da Marinh
a.
Fig. 6.10 - Extintor a Halon

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Manual de Combate a Incêndio
6.7 - EXTINTORES A PÓ SECO (PARA METAIS COMBUSTÍVEIS) Esses extintores são norma
lmente conhecidos como extintores a “pó seco”. O pó mais comumente empregado é o
MET-L-X (cloreto de sódio com fosfato tricálcio, aditivo termoplástico e metal
estearato). O pó não é tóxico, não é combustível, não é abrasivo e não conduz el
etricidade. Geralmente o propelente é o bióxido de carbono. O pó forma uma camad
a sólida, impedindo o contacto do oxigênio com as chamas, extinguindoas. É impor
tante que a camada sólida não seja partida, o que iria permitir entrada de oxigê
nio e conseqüente intensificação das chamas. O pó tem a característica de aderir
em superfícies quentes, envolvendo perfis irregulares e fundidos. Os extintores
que contêm o MET-L-X são indicados para incêndios que envolvem sódio, potássio,
ligas de sódiopotássio e magnésio. Emprego - utilizados em incêndios da classe
“D”. Uso - quando da aproximação a um incêndio, abrir totalmente o esguicho e la
nçar o pó sobre o metal incendiado. À medida que as chamas diminuírem de intensi
dade, reduzir a pressão no esguicho e manter o jato sobre a área incendiada. Par
tículas de metais combustíveis misturadas com lubrificantes de máquinas queimam
rápida e violentamente. Devido à grande quantidade de calor desprendida neste ca
so, nem sempre é possível a aproximação ao local do incêndio para aplicar corret
amente o agente extintor.
Fig. 6.11 - Extintor a pó seco para incêndios classe "D"
6.8 - OUTROS RECURSOS Agentes extintores tais como água e areia, lançados a bald
e, constituem um recurso de razoável eficiência para controle de princípios de i
ncêndios. É um recurso simples e econômico indicado como alternativa para locais
isolados, onde os riscos de incêndio sejam pequenos, e o espaço e a estética nã
o constituam problema. Observações Gerais:

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Manual de Combate a Incêndio

Os extintores que utilizam substâncias químicas
sob pressão devem ser testados
hidrostaticamente em intervalos regulares e quando o extintor apresentar ação da
corrosão ou avarias mecânicas. Extintores que apresentam sinais de corrosão, de
formações no cilindro, ou que tenham sido reforçados por meio de solda ou outro
processo mecânico, devem ser substituídos por novos extintores já testados hidro
staticamente. • Os extintores portáteis, que utilizam agentes em estado gasoso o
u em pó, podem ser ineficazes se empregados ao ar livre sob condições de vento f
orte. 6.9 - IDENTIFICAÇÃO DOS EXTINTORES PORTÁTEIS O local onde ficam instalados
os extintores deve ser marcado com um sinal, indicando a classe de incêndio par
a o qual aquele extintor é adequado.
Extintores utilizados em incêndios classe “A” são identificados por meio de um t
riângulo verde contendo a letra A.
Extintores utilizados em incêndios classe “B” são identificados por meio de um q
uadrado vermelho contendo a letra B.
Extintores utilizados em incêndios classe “C” são identificados por meio de um c
írculo azul contendo a letra C.
Extintores utilizados em incêndios classe “D” são identificados por meio de uma
estrela amarela de cinco pontas contendo a letra D.

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Manual de Combate a Incêndio
Capítulo 7
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA
7.1 - GENERALIDADES Todo o material que tem como propósito básico proteger o hom
em que combate um incêndio, contra quaisquer fatores que coloquem em risco sua i
ntegridade física, é conhecido como equipamento de proteção. Assim, dentro desse
conceito, incluem-se desde o simples capacete de fibra até complexas máscaras e
roupas de penetração (aluminizadas) ou roupas de aproximação. No presente capít
ulo, serão comentados apenas os aspectos referentes às roupas e às máscaras, pri
ncipalmente estas últimas, pelo maior cuidado que requerem para sua utilização a
dequada. 7.2 - ROUPAS DE PROTEÇÃO Quem engaja em fainas de combate a incêndio ne
cessita de proteção contra o calor. Certas formas de aplicação da água (neblina
de alta e baixa velocidades) e mesmo de espuma (neblina de espuma) oferecem boa
proteção contra o calor radiante, porém a proteção básica individual está direta
mente ligada à vestimenta. - Proteção Básica Na ausência de roupas especiais, o
uso de vestimentas à base de algodão oferece proteção significativa contra o cal
or irradiante de um incêndio. Por esse motivo, adotou-se o macacão como vestimen
ta padrão a bordo dos navios em viagem. O uso de roupas de baixo (cuecas, meias
e camisetas) de algodão também é recomendável, na medida em que tecidos sintétic
os poderão queimar e grudar na pele quando submetidos ao calor. Como complemento
, para proteção das mãos e cabeça, utilizam-se as luvas e capuzes antiexposição
(anti-flash), confeccionados em algodão cru. - Roupas de Aproximação Os componen
tes dos reparos devem estar vestidos com uniforme de combate completo, inclusive
capacetes com lanterna, capuz e luva antiexposição ou luvas para trabalhos pesa
dos, com exceção dos homens da turma de incêndio, que devem estar vestidos com r
oupas de aproximação (Fig. 7.1). As altas temperaturas existentes nos incêndios
e a grande quantidade de vapor produzida quando a água entra em contato com o ma
terial em combustão, ou
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anteparas e pisos quentes, são uma ameaça aos homens na faina de combate a incên
dio. O vapor penetra nas luvas e capuz, provocando queimaduras. O uso da roupa d
e aproximação protege os homens, permitindo um ataque eficaz, por um tempo maior
. As botas de borracha com proteção de aço e cano alto são de elevada necessidad
e. - Roupas de Penetração As roupas de penetração são usadas nas fainas de comba
te a incêndio, onde o homem poderá ficar em contato direto com as chamas ou alta
s temperaturas. As roupas aluminizadas devem ser vestidas sobre o macacão. Const
am de calças, paletó, botas, luvas e capuz com visor. São confeccionadas de modo
a permitir a utilização nas fainas de incêndio. Modernamente, roupas de lã de v
idro e aluminizadas estão substituindo as roupas de amianto. A superfície alumin
izada reduz a absorção do calor radiante (Fig. 7.2).
Fig. 7.1 - Roupa de Aproximação Tipo “Fearnought”
Fig. 7.2 – Roupa de Penetração
- Observações sobre a colocação das roupas de proteção e sobre o uso dos equipam
entos de proteção:
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Manual de Combate a Incêndio
• •
as roupas devem ser sempre usadas sobre o macacão, provendo assim maior proteção
ao homem; as roupas devem ter sua parte superior fechada apenas na hora em que
o homem for empregado na faina, de modo a mantê-lo o maior tempo possível “refre
scado”;
• •
as roupas devem ter as golas viradas para cima, os velcros passados e zíperes fe
chados; as luvas a serem utilizadas devem ser apropriadas para CBINC. As luvas d
e raspa de couro, por exemplo, podem dificultar o manuseio de esguichos quando m
olhadas;

as luvas devem ser colocadas por cima das mangas das roupas, se possível, e sere
m de tamanho ligeiramente maior, a fim de permitir ao homem movimentar os dedos
dentro da luva, evitando queimaduras por vapor;

o capuz anti-flash deve ser colocado sobre a peça facial da máscara, cobrindo to
das as partes expostas da pele do homem e a parte superior da máscara, e por den
tro da roupa de proteção;
• •
as máscaras de combate a incêndio devem ter todas as cintas passadas e corretame
nte ajustadas ao corpo do homem e a utilização de capacete é obrigatória (deve s
er colocado bem preso à cabeça através da jugular).
7.3 - MÁSCARAS CONTRA GASES IRRITANTES E TÓXICOS Em todo incêndio é normal a for
mação de gases irritantes ao olhos e às vias respiratórias. Dependendo do materi
al em combustão, é possível também a formação de gases tóxicos. Determinados tip
os de máscaras dotadas de filtros (normalmente de carvão) permitem a respiração
em atmosferas assim contaminadas, desde que essa atmosfera disponha ainda de um
percentual adequado de oxigênio. Quando o incêndio ocorre em ambientes confinado
s, é praticamente certo o acúmulo desses gases, enquanto que paralelamente se ve
rifica a redução do percentual de oxigênio. Nesses casos, é necessário que sejam
utilizadas máscaras que possam prover uma atmosfera restrita respirável em seu
interior. Diz-se restrita por não ser dependente do ar exterior, comunicando-se
com o ambiente externo, quando o fazem, apenas para a exalação.
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As máscaras que dispõem apenas de filtros são impróprias para as fainas de comba
te a incêndio a bordo e não serão consideradas neste manual. As máscaras que pod
em prover atmosfera restrita são: • • máscaras com tambor-gerador de oxigênio; m
áscaras com ampola de ar comprimido;
7.4 - MÁSCARAS COM TAMBOR-GERADOR DE OXIGÊNIO Atualmente está em desuso na Marin
ha, pela dependência logística em se manter o suprimento de tambores-geradores.
As máscaras com tambor-gerador de oxigênio operam em circuito fechado, sem qualq
uer comunicação com o ambiente exterior. O tambor-gerador é o elemento responsáv
el pela revitalização da atmosfera no interior do equipamento. Funciona por ação
química, produzindo oxigênio e retendo o CO2 e o vapor d’água exalados pela res
piração. Para indicar o tempo que o tambor-gerador está ativado, a máscara possu
i um marcador de tempo com campainha de alarme. Ele indica, por meio de um toque
da campainha, o fim de um intervalo de tempo pré-fixado, que pode ir até sessen
ta minutos. Há dois tipos de tambor-gerador: o de uso normal e o de partida rápi
da. Ambos operam sob o mesmo princípio, diferindo apenas quanto ao modo e ao tem
po necessário para serem ativados. O tempo de utilização de um tambor-gerador de
pende do tipo de serviço que está sendo executado pelo usuário. Normalmente, em
trabalho intermitente, durarão cerca de uma hora. Se o trabalho é contínuo e pes
ado, o tempo de duração será menor, podendo ser reduzido em até 30 minutos. O fi
m da vida útil do tambor-gerador será notado pelo usuário por uma resistência à
expiração e pelo embaçamento dos visores durante a inspiração, o que deve ser co
nsiderado pelo usuário como uma advertência para que abandone com urgência o com
partimento onde está trabalhando ou que coloque um novo tambor-gerador para subs
tituir o que está em uso. Para remover o tambor usado deve-se abrir bem as perna
s, inclinar-se ligeiramente para frente, levar o parafuso de aperto até a posiçã
o externa inferior, comprimir o retém do tambor e com um rápido movimento do est
ribo para frente, deixar o tambor cair no chão. Nunca tocar no tambor com as mão
s desprotegidas pois ele estará bastante quente após o uso. Não deixar o tambor
cair sobre óleo, graxa, ou gasolina, pois poderá explodir.
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Os materiais químicos existentes dentro do tambor-gerador são cáusticos e altame
nte prejudiciais à pele. Tambores usados devem ser furados com ferramentas limpa
s de óleo ou graxa e atirados pela borda. Se sobre o mar existir alguma película
de óleo, os tambores só devem ser jogados fora pela popa e com o navio em movim
ento.
Fig. 7.3 - Máscara tipo MSA com tambor gerador de oxigênio
7.5 - MÁSCARAS COM AMPOLAS DE AR COMPRIMIDO Estas máscaras funcionam debitando a
utomaticamente a quantidade de ar necessária para cada inalação. Existem vários
fabricantes, porém todas as máscaras operam dentro de um mesmo princípio de func
ionamento. São compostas de um conjunto de máscara facial contra gases, suporte
básico e de formato anatômico, cilindro de ar comprimido, válvula de demanda aut
omática, sinal acústico de alarme e manômetro. - Drager Lubeca PA 54 O cilindro
trabalha com a pressão de 200 bar, que é reduzida para a pressão média e constan
te de 5 bar. O seu volume é de 7 litros de ar (a 200 Bar) que equivalem a 1400 l
itros de ar na pressão atmosférica normal. Quando o cilindro atinge 50 bar, soa
um alarme. É possível se adaptar um dispositivo de comutação para respiração atr
avés de mangueira de ar comprimido, abastecendo por longo tempo o usuário da más
cara.
Fig. 7.4 - Máscara Drager Lubeca PA 54
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Manual de Combate a Incêndio
- BASCCA (Breathing Apparatus, Self Contained, Compressed Air) O cilindro trabal
ha com a pressão de 207 bar e possui a capacidade de 1400 litros de ar no modelo
padrão e 1210 litros de ar para a versão não-magnética. Quando o cilindro está
totalmente carregado, no modelo padrão, dá uma autonomia de 27 minutos até o dis
paro do apito-alarme, ou de 25 minutos na versão não-magnética. Após o alarme ai
nda permanecem sete minutos de ar para a utilização. - Máscaras autônomas MSA mo
d. 401 O cilindro trabalha com a pressão de 150 bar e possui capacidade de 1270
litros de ar. Quando totalmente carregada dá uma autonomia de trinta minutos. 7.
6 - MÁSCARA PARA ESCAPE DE EMERGÊNCIA Os navios devem ter a bordo máscaras de es
cape de emergência. Entre as máscara existentes podemos mencionar: ELSA (Emergen
cy Life Support Apparatus) e EEBD (Emergency Escape Breathing Device). Essas más
caras foram concebidas apenas para o escape de pessoal de locais tomados por fum
aça espessa, e por isto, não podem ser empregadas em fainas de combate a incêndi
o ou nas fainas de CAV. As máscaras ELSA são recarregáveis. As máscaras EEBD são
descartáveis, tendo uma vida útil de quinze anos após sua fabricação.
FIG. 7.8 - Máscara ELSA
7.7 - CÂMERA DE IMAGEM TÉRMICA (TIC-Thermal Image Camera) Esta câmera é um equip
amento que capta a diferença da radiação infravermelha de objetos com diferença
de temperatura de pelo menos 4 F, permitindo detectar diferentes perfis de tempe
ratura em um ambiente. Pode detectar pontos mais quentes ou mais frios em um loc
al, diferenciando-os pelo tipo de apresentação. Pode ser usada para localizar fo
cos de incêndio através da fumaça, neblina de água ou espuma, localizar homens e
m ações de salvamento em locais tomados por fumaça, localizar vazamentos de vapo
r, verificar a qualidade de isolamentos térmicos etc. (Fig. 7.9).
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Manual de Combate a Incêndio
Fig. 7.9 - Câmera de Imagem Térmica
A TIC é utilizada pelo líder da turma de incêndio. A turma de ataque também pode
rá utilizar a TIC, desde que guarnecida previamente. 7.8 - CAPACETE DE PROTEÇÃO
(STH - Slim Tank Helmet) O Capacete de Proteção é equipado com um microfone, doi
s alto falantes, uma chave de operação e um rádio transceptor (a prova de choque
s e água, e que é fixado na roupa de aproximação por meio de alças). 7.9 - OXÍME
TRO (Medidor de Taxa de Oxigênio) Procede de diversos fabricantes no mercado. O
sistema mais usado é o de detecção, por uma célula eletrolítica. Nele a corrente
elétrica, produzida pela célula, é proporcional a percentagem de oxigênio que p
assa por uma solução salina. Através de um amperímetro, a percentagem de oxigêni
o no ar, ou de uma mistura gasosa, pode ser imediatamente determinada.
Fig. 7.10 – Oxímetro
7.10 - EXPLOSÍMETRO Os “indicadores de vapores” de hidrocarbonetos usados a bord
o dos navios são conhecidos como explosímetros. Atualmente existem três tipos di
ferentes desses indicadores que empregam filamentos de platina, associados com u
ma resistência ou circuito elétrico. Os indicadores são capazes de segura, rápid
a e acuradamente detectar gases combustíveis, hidrogênio com acetileno ou mistur
as desses produtos com o ar ou oxigênio (Fig. 7.11).
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Manual de Combate a Incêndio
Fig. 7.11 – Explosímetros
7.11 - LÂMPADA DE SEGURANÇA A lâmpada de segurança permite avaliar a atmosfera d
e um compartimento onde a percentagem de oxigênio é baixa, ou onde exista presen
ça de gases inflamáveis (Fig. 7.12). O combustível adequado para a lâmpada de se
gurança é a nafta (Fluido de Esqueiro) porém, pode ser utilizada, também, a gaso
lina pura. Interpretação das indicações da lâmpada de segurança: • • • • a chama
apaga - deficiência de oxigênio (menos de 16%); a chama apaga com estalo - baix
a concentração de gases inflamáveis; a chama resplandece brilhantemente - média
concentração de gases inflamáveis e a chama resplandece brilhantemente e apaga -
alta concentração de gases inflamáveis.
Fig. 7.12 - Lâmpada de Segurança
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Manual de Combate a Incêndio
Capítulo 8
ORGANIZAÇÃO E FAINA DE COMBATE A INCÊNDIO
8.1 - REQUISITOS BÁSICOS As estatísticas mostram que aproximadamente 90% dos inc
êndios em navios de guerra são extintos nos primeiros dois minutos, 5% nos prime
iros dez minutos e os 5% restantes após um período de tempo que varia entre cinc
o e dez horas. O combate a incêndio é uma faina de equipe, cujo desenvolvimento
se faz sob tensões físicas e emocionais. Qualquer trabalho assim executado neces
sita, para ser bem-sucedido, que determinados requisitos básicos sejam satisfeit
os. A saber: • • • • organização; instrução; adestramento e manutenção do Materi
al;
- Organização - é determinar a um grupo de CAV a distribuição das funções necess
árias para a execução das tarefas a que ele se destina. As condições necessárias
são: • • • cada componente de um grupo de CAV deve saber, com segurança, quais
são seus deveres e as suas atividades; todos devem saber o que cabe a cada compo
nente do grupo; e as ordens e informações devem circular, sem interferência, atr
avés dos canais adequados e entre o componente que chefia o grupo e os executore
s das tarefas. Podem haver outros níveis de chefia. - Instrução - é o conhecimen
to técnico da função para a qual está designado o componente do grupo, pela orga
nização. - Adestramento - tem por objetivo o preparo dos componentes para a real
ização de suas funções dentro de um grupo de CAV. O grupo pode estar organizado,
os homens treinados mas, se não contarem com material adequado e em boas condiç
ões de utilização não terão meios para o adequado desempenho de suas tarefas. O
material de controle de avarias, em geral, e o de combate a incêndio, em

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Manual de Combate a Incêndio
particular, são de manutenção relativamente simples. A não observância de pequen
os detalhes de manutenção poderá ser a causa da falha de todo um conjunto comple
xo. As situações de emergência não admitem falhas sem cobrar um alto preço. 8.2
- ORGANIZAÇÃO DO CONTROLE DE AVARIAS O controle de avarias a bordo é regido por
duas organizações distintas: Organização de Combate e Organização Administrativa
. Na Organização de combate, o controle de avarias é um dos controles do navio e
está subordinado diretamente ao Comandante. Na Organização Administrativa fica
subordinado ao Chefe do Departamento de Máquinas. 8.3 - GRUPOS DE REPAROS Os ser
viços de controle de avarias são efetuados por grupos de reparos. Os navios são
divididos em áreas, e cada uma ficará diretamente sob a responsabilidade de um g
rupo de reparos. A cada grupo caberá a execução de todos os serviços de controle
de avarias dentro de sua área de responsabilidade. O número de grupos de reparo
s e sua localização depende do tipo e tamanho do navio. O serviço dos vários gru
pos de reparos é coordenado e dirigido pela estação central de controle de avari
as (ECCAV). Essa estação é guarnecida pelo oficial encarregado do controle de av
arias e seus ajudantes. Um g rupo de reparos (ou simplesmente “reparo” ) é a uni
dade de serviço do controle de avarias. A doutrina determina dividir o reparo em
turmas e distribui-las pela área de
responsabilidade deste, evitando que todo o grupo venha ser destruído por um úni
co impacto inimigo. Esse procedimento tem como vantagem propiciar a detecção mai
s rápida das avarias que possam estar ocorrendo na área do reparo. As turmas pre
vistas e sua composição são as seguintes (não-incluídas a de monitoragem e desco
ntaminação): • • • • • • encarregado do reparo; telefonista da estação do reparo
; mensageiro; líder do reparo (líder da cena de ação); investigador (1 ou 2); pa
trulhas (2 ou 3);

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Manual de Combate a Incêndio
• • • • • • • • • •
turma de ataque (líder do reparo, um eletricista e mais dois homens); turma de i
ncêndio (turma de suporte “A” e “B”, com respectivos líderes); turma de máscaras
(3 homens); turma de bombas (2 homens); turma de contenção (um investigador e s
eis homens); turma de prevenção e de remoção de escombros (2 homens); turma de s
ondagem (2 homens); turma de eletricista (3 homens); turma de primeiros socorros
(3 homens) e turma de serviços gerais;
– Encarregado do Reparo (EncRep) É função exercida por um Oficial, Suboficial ou
Sargento, que supervisiona a atuação do reparo, sendo o responsável por todo o
pessoal e pelo material designado para a área do seu reparo e o existente no arm
ário de CAV. Deve estar capacitado a assumir, com o seu reparo, as funções da ce
ntral de CAV, em caso de necessidade. Quando soar “guarnecer postos de combate”,
ele reportará o guarnecimento do reparo e estabelecerá as linhas de comunicaçõe
s necessárias. Deverá estar totalmente familiarizado com a área de responsabilid
ade do reparo, com os recursos disponíveis para controlar uma avaria e com as li
mitações existentes para exercer, com eficácia, o controle de qualquer faina. O
encarregado deverá ainda: • certificar-se de que os limites de incêndio e fumaça
(primários e secundários) estão estabelecidos e mantidos, com particular atençã
o ao potencial de propagação vertical do fogo; • • • • certificar-se de que os i
solamentos, mecânico e elétrico, estão estabelecidos; prover apoio logístico (pe
ssoal e material) para a cena de ação, se necessário, com coordenação através da
ECCAV; certificar-se de que o pessoal da turma de incêndio está com a roupa de
proteção; certificar-se de que os controladores de máscaras estão cumprindo corr
etamente suas funções (não colocando em risco a vida dos homens com máscaras);

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Manual de Combate a Incêndio
• •
certificar-se da manutenção de uma plotagem acurada no quadro de avarias, presta
ndo à ECCAV todas as informações necessárias; e ter um papel ativo no adestramen
to do pessoal, bem como conhecer profundamente as deficiências logísticas (pesso
al e material), na área de responsabilidade do seu reparo.
- Telefonista e Mensageiro do Reparo Os telefonistas deverão: • • • • estabelece
r comunicações entre os reparos e a central pelos circuitos do CAV (2JZ, 4JZ, 5J
Z, 7JZ, etc.), circuitos de emergência ou telefone automático; transmitir as men
sagens por esses circuitos de comunicações e fazer a plotagem das avarias no qua
dro de avarias do reparo.
Os mensageiros deverão: estabelecer a troca de informações entre o líder na cena
de ação e o encarregado do reparo, movimentando-se entre os locais, podendo gua
rnecer qualquer circuito que esteja livre ou sem utilização (telefone automático
, ou um transceptor VHF), de forma que as mensagens sejam enviadas o mais rápido
possível ao reparo, e • utilizar um bloco de mensagens para manter as comunicaç
ões requeridas, quando necessário. - Líder da Cena de Ação O líder da cena de aç
ão é o líder do reparo, responsável pelas ações na área do sinistro. Quando é so
ado o alarme de incêndio, o líder da cena de ação vai para o local, a fim de ava
liar a situação e reportá-la ao reparo, ou se dirige para as proximidades, se já
houver muita fumaça. No caso do incêndio não ser extinto rapidamente, ele não d
eve se manter no local e sim recuar para uma posição de controle afastada da fum
aça, de preferência fora dos limites primários de fumaça, informando ao EncRep e
ssa nova posição. Ele receberá as mensagens da turma de ataque quando esta aband
onar o compartimento, ou for rendida pela turma de incêndio, e receberá as infor
mações dos investigadores em relação às contenções. Dará as devidas determinaçõe
s, correções e alterações necessárias, a fim de melhor controlar a avaria, repor
tando ao EncRep constantemente todas as ações em andamento. O líder da cena de a
ção deverá, também:

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• •
determinar qual o agente extintor recomendado, o método e a direção do ataque ao
fogo, no local do incêndio; posicionar-se no melhor local, considerando: a pres
ença da fumaça, a facilidade de acesso do pessoal do reparo a este ponto e a exi
stência de comunicações com o reparo;
• • • • • •
estabelecer imediatamente os limites de incêndio e determinar a realização de co
ntenções, em conjunto com o EncRep; determinar os limites de fumaça e estabelecê
-los; estar vestido com uniforme de combate completo; ter pronta para uso uma má
scara autônoma (equipada com amplificador de voz, se disponível); direcionar o a
poio logístico e portar um transceptor VHF para obter informações atualizadas do
líder da turma de Incêndio sobre a situação.
- Investigador (líder secundário) O investigador guarnece equipamento autônomo d
e respiração (equipado com amplificador de voz, se disponível) e uniforme de com
bate completo, cabendo a ele: • • • • coordenar as atividades dos homens das con
tenções, controlando a situação nos compartimentos adjacentes ao avariado; super
visionar o cumprimento do fechamento do material; estabelecer um elo de ligação
entre o EncRep e o líder da cena de ação, se necessário, para melhor coordenação
das fainas; e fazer relatos sobre o andamento das ações para o encarregado do r
eparo e líder da cena de ação, de modo apropriado, usando os melhores meios de c
omunicação, ou pessoalmente; - Patrulhas Esses homens guarnecem máscaras, percor
rendo sistematicamente a área de responsabilidade do reparo, à procura de anorma
lidades. Ao detectarem uma avaria, passam automaticamente a compor a turma de at
aque. - Turma de Ataque A turma de ataque é composta do líder do reparo, um elet
ricista
 e mais duas praças.
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Manual de Combate a Incêndio
É a primeira turma a chegar na área da avaria, rendendo o(s) descobridor(es), te
ndo a responsabilidade de investigar a origem e a natureza da mesma. Deverá toma
r as ações corretivas imediatas e necessárias como: limitar alagamentos, aliment
ar edutores, isolar compartimentos ou dar o primeiro combate a um incêndio. Os h
omens da turma de ataque instalam as linhas de mangueiras e iniciam o combate ao
incêndio com água ou espuma. O eletricista, em caso de incêndio, é o encarregad
o de providenciar o isolamento dos circuitos elétricos (440V inicialmente) e a p
arada dos sistemas de ventilação da área. Em caso de alagamento, deverá providen
ciar o isolamento dos demais circuitos. Devem ser homens altamente treinados em
controle de avarias, pois a ação inicial eficaz é fundamental, buscando eliminar
ou limitar os problemas existentes. Caso o navio já esteja em postos de combate
, a turma de ataque deixa de existir e, sua tarefa é realizada pelos patrulhas,
que realizam investigação sistemática em toda a área de responsabilidade do repa
ro. Após um ataque, ou impacto de qualquer armamento, correm a área procurando d
eterminar a extensão das avarias. O pessoal deve estar trajando uniforme de comb
ate completo, botas, luvas, capacete, lanterna e, caso disponível, um transcepto
r de VHF. Após a ação inicial nas avarias encontradas, são rendidos pela turma a
propriada e, se dispensados pelo líder, dirigem-se ao reparo, compondo geralment
e a turma de serviços gerais. - Turma de Incêndio - Turmas de Suporte “A” e “B”
A Turma de Incêndio é a turma que, efetivamente dá combate ao incêndio. Nos navi
os, torna-se necessária a existência das turmas de suporte “A” e “B” para permit
ir o ataque contínuo ao incêndio a partir da sua detecção. Assim, a diferença en
tre elas é que a turma de suporte “A” é composta por pelo menos três homens, ves
tidos apenas com macacão, capuz e luvas anti-flash e máscara de combate a incênd
io. A turma de suporte “B” é composta por pelo menos quatro homens, com roupa de
aproximação para combate a incêndio, botas, capuz anti-flash, luvas para CBINC,
capacete, lanterna de combate e máscara de combate a incêndio. Na situação em q
ue o navio já esteja em Condição I, não há a necessidade da turma de suporte “A”
, pois a turma de incêndio completa já deverá estar pronta para a ação, vestida

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Manual de Combate a Incêndio
com roupa de aproximação para combate a incêndio, dirigindo-se imediatamente ao
local do incêndio e, rendendo o descobridor que, normalmente, será um patrulha.
Na seqüência normal das ações, evoluindo para Condição I, a turma de suporte “A”
rende a turma de ataque no local do incêndio, tendo de dois a três minutos para
tal. Nessa situação, é possível manter um ataque contínuo, mesmo na presença de
fumaça excessiva, pois esses homens já estarão utilizando máscara, enquanto os
homens da suporte “B” estão se preparando. A turma de ataque pode se retirar da
área e se apresentar ao líder da cena de ação. Os primeiros três homens prontos
da turma de suporte “B” dirigem-se para o local, apresentam-se ao líder da cena
de ação e rendem a turma de suporte “A” que, por estar sem roupa de proteção ade
quada, terá menor tempo de permanência na área. Uma vez rendidos, os homens da t
urma de suporte “A”, podem permanecer na cena de ação, desde que o calor esteja
suportável. A turma de suporte “B” deve se apresentar ao líder, logo que esteja
pronta, num tempo máximo de oito minutos. A determinação da quantidade de homens
, para compor as turmas de incêndio, vai depender da quantidade de homens necess
ários para o guarnecimento dos esguichos. A existência de curvas e escadas, dent
re outros obstáculos, tornará necessária a utilização de mais homens. O homem co
m o esguicho é quem terá um trabalho mais intenso, e o revezamento com os demais
homens vai estender o tempo de permanência da equipe na cena de ação. - Líder d
a Turma de Incêndio O líder da turma de incêndio, aqui citado, não deve ser conf
undido com o líder da cena de ação (líder do reparo). É o homem encarregado da o
peração da câmera de imagem térmica. O líder da turma de incêndio será um dos in
tegrantes da turma de incêndio. Ele deve orientar as ações da turma de incêndio
no local, dirigindo o emprego do agente extintor sobre o fogo ou nos pontos quen
tes, através da utilização da câmera de imagem térmica. É fundamental que este h
omem possua um transceptor VHF, de modo a passar informações atualizadas para o
líder da cena de ação.
- Turma de Máscaras

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Manual de Combate a Incêndio
É constituída por pelo menos três homens, o controlador de máscaras e mais dois
ajudantes. O primeiro controla o tempo de uso das máscaras de seu reparo, com a
limitação de controlar no máximo oito homens, para a segurança dos utilizadores.
Ele não pode ter nenhuma outra função. Os outros dois homens trazem para um loc
al de concentração as máscaras do reparo que não esta sendo utilizadas, as ampol
as e os tambores-geradores adicionais, providenciam máscaras adicionais de outro
s reparos e verificam junto com o controlador o uso correto das máscaras pelos u
tilizadores. No caso de um incêndio em Condição III, o controlador lança a hora
do início da faina (hora do alarme de incêndio), como a hora do início da utiliz
ação das máscaras pelos homens da turma de suporte “A”. Caso sejam utilizadas as
máscaras de ar comprimido, para essa turma, considerar como pressão inicial 90%
da normalmente utilizada
(precaução de segurança). Para os demais homens, lançar a hora de início de uso
da mesma e a pressão real da máscara de ar comprimido. As máscaras dispõem de um
alarme que indicam que o ar está no final e que o homem deve iniciar o abandono
da área. Para evitar a perda da continuidade da faina, os homens devem ser rend
idos até o momento do alarme. No caso de necessidade de apoio de outro reparo, e
nviando homens com máscaras, o respectivo controlador acompanha esses homens, ap
resenta-os ao encarregado do reparo e, logo que determinado, os envia ao líder d
a cena de ação. - Turma de Bombas A turma de bombas deve estar pronta para insta
lar e empregar a(s) bomba(s) portátil(teis), os equipamentos de esgoto, ou os si
stemas de esgoto, quando determinado. - Turma de Contenção A turma de contenção
deverá: • • • • controlar a situação dos compartimentos adjacentes ao avariado,
sob as ordens do investigador, estabelecendo os limites de incêndio conforme ord
enado; resfriar os limites primários do incêndio; proteger equipamentos elétrico
s e eletrônicos (desalimentando, retirando cartões, cobrindo com plástico para p
roteger da água da contenção, etc.) e remover/reposicionar os inflamáveis como r
equerido.

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Manual de Combate a Incêndio
- Turma de Prevenção e Remoção de Escombros A turma de remoção de escombros come
çará a ser empregada após o incêndio ser extinto, e a turma de prevenção deverá
estar estabelecida, fazendo o “rescaldo” da área e, preferencialmente com o auxí
lio de machado de CAV, deverá ser verificada a presença de pontos quentes, brasa
s e focos de incêndio, completando totalmente a faina de extinção. Esses homens
devem: • • • usar equipamentos autônomos de respiração equipados com amplificado
r de voz, se disponível e, roupas de proteção adequadas; trabalhar junto com o(s
) elemento(s) de vigilância designado(s) para resfriar pontos quentes; e resfria
r os pontos de ignição em potencial.
- Turma de Sondagem Esta turma deverá ser, preferencialmente, constituída por ho
mens que fazem o serviço de fiel do óleo ou fiel da aguada. Esses homens devem:
• • • efetuar a sondagem de tanques e compartimentos; efetuar transferência de c
arga líquida, quando determinado e efetuar as manobras dos sistemas de esgoto e
lastro, quando determinado.
- Turma de Eletricista Os eletricistas fazem o isolamento elétrico dos compartim
entos, quando determinado, caso ainda não tenha sido realizado pelo EL da Turma
de Ataque. Usam equipamento autônomo de respiração. Se necessário devem trabalha
r dentro dos limites primários de fumaça. No caso de ser necessário utilizar bom
bas ou sirocos elétricos, a presença do EL é recomendável. As fainas de controle
de fumaça, que incluem a limitação do espalhamento da fumaça e sua remoção, são
de responsabilidade dos eletricistas, sob coordenação da central de CAV-EL. O f
echamento de tampas de ventilações e flapes de extrações, a parada de motores de
sistemas de ventilação ou de ar condicionado, assim como o restabelecimento des
ses

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sistemas, quando fora dos limites primários de fumaça, são procedimentos de cont
role de fumaça referentes à faina de limitar a fumaça. A remoção de fumaça é fei
ta por eletricistas escalados, que deverão manobrar com os sistemas de ventilaçã
o conforme já previsto no navio, dependendo da área tomada pela fumaça. - Turma
de Primeiros Socorros Todo o pessoal designado para os reparos deverá ser qualif
icado para aplicar os primeiros socorros no local do sinistro, de modo a prover
um tratamento de emergência até que os feridos possam ser transportados para a e
nfermaria. - Turma de Serviços Gerais É conveniente que cada reparo possua um de
terminado número de homens de reserva na turma de serviços gerais, para que poss
a atuar com flexibilidade no reforço de qualquer outra turma ou tarefa. Além dis
so a organização do reparo, seja ela qual for, não deverá ser considerada como u
ma limitação às atribuições de seus componentes. A idéia principal que norteia a
sua preparação é justamente a de que todos os homens devem ser, na medida do po
ssível, treinados para executar quaisquer das tarefas básicas atribuídas ao grup
o de reparo, sendo a organização flexível. O encarregado do reparo distribuirá o
pessoal, de acordo com as necessidades constatadas no local. Quando o reparo é
composto por um pequeno número de homens, alguns membros dessas turmas podem ser
englobados em uma outra, normalmente a de serviços gerais. Isso não quer dizer
que aquelas turmas não existam, mas que são criadas somente quando se fizerem ne
cessárias, podendo ter como componentes, por vezes, os mesmos homens. As seguint
es combinações são as mais comumente encontradas: • • a turma de bombas compreen
de a de sondagem; e a turma de socorros. 8.4 - ALARME DE INCÊNDIO A informação d
e qualquer suspeita de avaria ou de avaria conhecida é responsabilidade de toda
a tripulação de um navio. Qualquer pessoa a bordo, ao defrontar-se com uma avari
a (incêndio, fumaça, explosão) deverá informar imediatamente o fato ao passadiço
(portaló, se o navio estiver em regime de porto), pelo meio mais rápido ao seu
alcance, citando: prevenção de remoção de escombros compreende a de primeiros

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- o tipo de avaria (incêndio, fumaça, etc.); - a localização (nome mais conhecid
o do compartimento, caverna, convés, bordo etc.); - a extensão da avaria (se con
hecida) e - nome, posto ou graduação e número do telefone (se usado) do informan
te. A informação de uma avaria é a primeira providência a ser tomada. Há uma cer
ta tendência, errada, em relegar essa providência a um plano secundário (especia
lmente se a avaria for avaliada como de pequena monta) por um impulso natural de
sanar o problema pessoalmente. Em casos de incêndio, principalmente, tal proced
imento envolve acentuado risco. Qualquer pequeno erro de avaliação poderá transf
ormar um início de incêndio em um sinistro incontrolável. Aquele que decide, err
adamente, vencer o incêndio detectado, antes de disseminá-lo, tem contra si algu
mas hipóteses perigosas tais como: iniciar o combate ao que imagina ser início d
e incêndio, quando na verdade já poderá ser o foco secundário de um incêndio mai
or em outro compartimento, ou ferir-se e ficar sem condições de solicitar socorr
o. A segunda providência, tomada imediatamente após a informação, é dar o combat
e inicial à avaria. Caso outros militares estejam nas proximidades do sinistro,
o controle da avaria pode ser iniciado simultaneamente à disseminação da informa
ção inicial. O Oficial de Serviço, sabendo que ocorre a bordo, fará soar o alarm
e geral, avisando pelo fonoclama: – “Incêndio no compartimento nome e número tal
”. Podem ocorrer duas situações: o navio está com toda sua tripulação a bordo ou
está apenas com parte da tripulação a bordo. No primeiro caso, estando toda a t
ripulação a bordo, ao soar o alarme de incêndio, a tripulação guarnecerá os Post
os de Combate. Caso o navio esteja em regime de viagem, e possua a TAR estrutura
da, deverá ser observado o preconizado no item 8.5. Em Postos de Combate, todos
os reparos serão guarnecidos, os acessórios de fechamento do material estarão na
condição máxima de estanqueidade (impedindo a propagação do incêndio) e as máqu
inas inteiramente guarnecidas, para um melhor controle das bombas de incêndio e
mesmo para o caso de haver necessidade de o navio suspender em emergência. O rep
aro responsável pela área incendiada atacará o incêndio e providenciará a invest
igação dos
compartimentos vizinhos, fechamento de ventilações, etc. A ECCAV providenciará r
eforço

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para o reparo da área incendiada, se necessário, por pessoal de outros reparos o
u controles (de armamento, máquinas, etc.). Estando apenas parte da tripulação a
bordo, o grupo de controle de avarias de serviço guarnecerá, a princípio, o rep
aro de CAV responsável pela área incendiada. O restante da tripulação formará em
local preestabelecido, ficando disponível para quaisquer necessidades. Em ambos
os casos, a fim de ser assegurada uma imediata ação de combate ao incêndio, em
cada reparo de CAV e no grupo de CAV de serviço, existirão sempre quatro homens
experientes escalados para, ao ser tocado o alarme, dirigirem-se de pronto ao lo
cal indicado, iniciando o combate às chamas com os meios existentes no local, at
é que os demais recursos sejam mobilizados. Esses quatro homens constituem a tur
ma de ataque. Navios que estejam a contrabordo de um outro onde seja detectado u
m incêndio devem também guarnecer Postos de Combate. Com parte da guarnição lice
nciada, os navios deverão formar toda a guarnição no bordo oposto ao do navio in
cendiado. Em ambos os casos, correrão, independentemente, as providências afetas
ao socorro externo. Essa mobilização das unidades a contrabordo visa: • • prest
ar apoio direto à faina, se necessário e mobilizar meios de proteção ao próprio
navio, quanto a uma eventual propagação do
fogo. Como precaução, deverão ser estendidas mangueiras no convés e, se houver g
rande radiação térmica, estabeler uma cortina d’água entre os navios, inclusive
com o emprego do sistema de borrifo de descontaminação. 8.5 – TURMA DE ATAQUE RÁ
PIDO NO MAR (TAR) Na fase inicial de uma avaria, estando o navio em regime de vi
agem, o combate inicial deverá ser dado com uma “Turma de Ataque Rápido no Mar”,
enquanto não for julgado necessário, de acordo com a evolução da situação, o gu
arnecimento de Postos de Combate. Os Comandantes de Força/Esquadrão deverão dete
rminar nas suas classes de navio, a existência dessa TAR como organização perman
ente, detalhada em quartos de serviço ou como parte de um detalhe organizado par
a manobras especiais, tais como fainas de transferência de carga leve ou pesada,
fainas de transferência de óleo no mar, operações aéreas , manobras restritas o
u fainas de reboque. Possuir turmas fixas para o ataque inicial a qualquer avari
a, compostas por homens em serviço permanente ou em serviço por quartos, oferece
as seguintes vantagens:

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Manual de Combate a Incêndio
• • • • • • •
atender imediatamente a um alarme de incêndio ou alagamento quando os reparos nã
o estiverem guarnecidos; oferecer melhor qualidade na ação inicial (pois esses h
omens são constantemente
adestrados para todas as ações a realizar); não interromper outras operações do
navio devido a um princípio de incêndio ou alagamento; controlar incêndios ou al
agamentos enquanto estiverem sendo executadas manobras ou fainas críticas, até q
ue estas terminem e os postos de combate possam ser guarnecidos; não causar atra
sos no ataque inicial a uma avaria, devido às rendições de serviço e não causar
modificações na tabela mestra do navio, pois as funções na TAR poderão ser acumu
ladas com outras funções já desempenhadas por seus componentes e a maior rapidez
na chegada ao local do alarme, por não sofrerem atrasos devido ao estabelecimen
to da condição “Z” de fechamento por ocasião dos Postos de Combate. Caso a TAR s
eja organizada somente como parte de um detalhe para manobras especiais, como em
DEM por exemplo, por razões de insuficiência de pessoal para compô-la em serviç
o permanente ou em serviço por quartos, esta, quando formada, permanecerá no loc
al da avaria até ser rendida pelo pessoal do Grupo de Reparo, guarnecido em Cond
ição 1. Se for organizada em serviço permanente ou em serviço por quartos, respo
nderá por todas as avarias no mar quando o navio estiver numa condição diferente
da Condição I. Havendo a necessidade de se guarnecer Postos de Combate, devido
à gravidade da avaria, a TAR permanecerá combatendo a avaria até a chegada do gr
upo de reparo. O encarregado do CAV é o responsável pela organização da TAR e pe
la qualificação e adestramento do pessoal que a compõe. A TAR poderá ser incorpo
rada inteiramente na organização do CAV durante a Condição I, em um ou mais grup
os de reparo.
A TAR será composta pelo pessoal citado na tabela abaixo.

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Manual de Combate a Incêndio
No DE HOMENS 1
FUNÇÃO
MATERIAL
LÍDER NA CENA DE AÇÃO
MÁSCARA, MACACÃO, CAPUZ E LUVAS ANTI-FLASH, BOTAS E TRANSCEPTOR UHF/ VHF MÁSCARA
, MACACÃO, CAPUZ E LUVAS ANTI-FLASH, BOTAS E TRANSCEPTOR UHF/ VHF PRANCHETA, TAB
ELA DE CONTROLE DE TEMPO DAS MÁSCARAS, RELÓGIO, MACACÃO, E LUVAS E CAPUZ ANTI-FL
ASH MÁSCARA, CÂMERA DE IMAGEM TÉRMICA, MACACÃO, CAPUZ E LUVAS ANTI-FLASH, BOTAS
E TRANSCEPTOR UHF/ VHF
1
INVESTIGADOR
1
CONTROLADOR DE MÁSCARAS
1
LIDER DA TURMA DE ATAQUE (TEAM LEADER)
1
LINHA DE ATAQUE MÁSCARA, MACACÃO, CAPUZ E LUVAS ANTI-FLASH, E BOTAS LINHA DE PRO
TEÇÃO ELETRICISTA MÁSCARA, MACACÃO ,CAPUZ E LUVAS ANTI-FLASH, E BOTAS MÁSCARA, M
ACACÃO, CAPUZ ANTIFLASH, BOTAS E LUVAS DE BORRACHA, E KIT DE ELETRICIDADE MACACÃ
O, CAPUZ E LUVAS ANTIFLASH, E BOTAS
1
1
3
SERVIÇOS GERAIS

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Manual de Combate a Incêndio
Capítulo 9
TÉCNICAS DE COMBATE A INCÊNDIO
9.1 - TÉCNICAS DE COMBATE A INCÊNDIOS CLASSE “A” As fainas de combate a incêndio
a bordo de navios tem como fator essencial a rapidez da ação dos descobridores
e da turma de ataque. O tipo e a distribuição dos compartimentos de bordo podem
alterar o planejamento da faina. Em áreas de alojamentos ou camarotes, não se po
de planejar um combate a incêndio, considerando apenas um camarote como incendia
do. Qualquer demora que permita ao fogo ganhar vulto, e, em conseqüência, a fuma
ça se espalhar nas proximidades do sinistro, caso as ventilações não sejam rapid
amente paradas, vai mudar a característica de um incêndio em um compartimento, p
ara um incêndio em uma área. 9.2 - TIPOS DE ATAQUE As fainas de combate a incênd
io classe “A” podem enquadrar-se em duas situações distintas quanto ao o ataque:
- Ataque Direto Quando os homens conseguem entrar no compartimento e atacar o i
ncêndio, a técnica a ser utilizada é simplesmente atacar a base do fogo para sua
extinção, do seguinte modo (Fig. 9.1):
Figura 9.1 - Ataque direto a um incêndio classe “A”
• •
entrar no compartimento e aplicar diretamente água no foco do incêndio; manter-s
e abaixado e, se possível, seco;
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Manual de Combate a Incêndio
• • •
utilizar jato/neblina de forma intermitente, para minimizar a produção de vapor
e resfriar os gases quentes em combustão. Atingir a base do fogo; estabelecer as
contenções e resfriar, quando necessário e não aplicar água nas anteparas e tet
o desnecessariamente.
- Ataque Indireto Os homens podem ter acesso ao compartimento mas não alcançam a
base do fogo devido à presença de obstáculos, ou as condições do incêndio (fase
de desenvolvimento) não permitem aos homens a entrada no compartimento, impossi
bilitando o ataque direto ao fogo. A água em forma de neblina, ou jato sólido, é
lançada para o interior do compartimento através de qualquer acessório ou abert
ura. Após a melhora das condições, passa-se para o ataque direto.
Figura 9.2 - Ataque indireto a um incêndio classe “A”
A técnica deve ser utilizada da seguinte forma: • • • • • Forçar o ataque atravé
s da abertura de acessório, ou fazer aberturas no teto e anteparas; Aplicar água
de forma indireta para a redução da temperatura; Para resfriar o compartimento,
aplicar água em neblina através de um acessório ou fazer aberturas em anteparas
ou teto; Estabelecer as contenções – resfriar quando necessário e Após a melhor
a das condições, passar para o ataque direto.
- Ataque Indireto – “Fog Attack” – Ganhando o Controle do Incêndio Esse método é
americano e é conhecido como “FOG ATTACK”. Não é recomendável empregá-lo com es
guicho universal.
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Manual de Combate a Incêndio
É um tipo de ataque indireto empregado na situação em que é possível o acesso ao
compartimento, mas ainda não se consegue atacar o incêndio diretamente devido à
alta temperatura, ou devido à existência de algum obstáculo. O ataque visando o
controle do incêndio deve ser efetuado empregando o esguicho variável em cone d
e 600 (neblina de alta). Consiste na aplicação de água na camada de gases quente
s na fumaça situada sobre o incêndio e na parte superior do compartimento. Esse
método vai causar uma redução da temperatura do compartimento e redução do calor
irradiado, diminuindo gradualmente a quantidade de chamas, possibilitando ataca
r diretamente o fogo. Essa aplicação deve ser feita em jatos intermitentes, de c
erca de alguns segundos, para evitar a formação de vapor excessivo, que pode for
çar os homens a abandonarem o local. O jato de neblina (600 ) é orientado a 450
da horizontal em direção à camada de gases quentes, aplicado por cerca de 2 ou 3
segundos e feito uma pausa, a fim de se avaliar a situação e permitir que o vap
or produzido se dissipe. Ao empregar-se esse método de ataque (Fig. 9.3), deve-s
e:
CONTENÇÃO SUPERIOR NEBLINA DE ALTA
CONTENÇÃO LATERAL
CONTENÇÃO INFERIOR
Figura 9.3 – Ataque Indireto a um incêndio classe “A” – “Fog Attack”

manter-se abaixado e se possível seco;
• utilizar neblina de forma intermitente, direcionando-a para a camada de gases
quentes sobre o incêndio controlando, assim, o incêndio no compartimento;
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Manual de Combate a Incêndio
• realizar pausas para minimizar a produção de vapor e para reavaliar a situação
do incêndio; • avançar para atingir a base do fogo. Ajustar o esguicho para jat
o sólido/neblina; e • estabelecer as contenções - resfriar quando necessário. 9.
3 - DESCOMPRESSÃO E ENTRADA FORÇADA OU COMPULSÓRIA As altas temperaturas e a gra
nde quantidade de fumaça presentes num incêndio, queimando por longo período dif
icultam, sobremaneira, o acesso das equipes para o efetivo combate. O aumento da
quantidade de calor e de fumaça geradas vão prosseguir durante a fase de incênd
io desenvolvido, só diminuindo na fase de queda de
intensidade. Nessa situação, pode ser necessário descomprimir um compartimento,
para permitir que as elevadas temperaturas baixem para níveis menores e que se r
eduzam as quantidades de fumaça e gases, permitindo à equipe avançar para promov
er a aplicação direta ou indireta do agente extintor. A faina de descompressão c
ompreende a abertura de algum acessório ou o corte da chapa na parte superior do
compartimento sinistrado, permitindo a liberação desses gases quentes para a at
mosfera. Se for necessário fazer um furo, cortando-se a chapa, deve-se ter em me
nte que quanto maior o furo mais rapidamente a redução da temperatura ocorrerá.
O pessoal deverá estar vestido com roupa de aproximação para combate a incêndio,
pois ao ser feita essa abertura, fogo fumaça e vapor vão sair pela mesma. - Ata
que Direto a um Incêndio Classe “A” Com Descompressão para a Atmosfera
Figura 9.4 - Ataque direto a um incêndio classe “A” com descompressão para a atm
osfera
deve-se (Fig. 9.4): • • • •
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abrir um acessório ou fazer uma abertura na parte superior do compartimento; des
comprimir para a atmosfera, a fim de reduzir a temperatura; aplicar diretamente
a água sobre a base do fogo, após a redução da temperatura; não direcionar a águ
a da contenção superior para a abertura;
9- 4
Manual de Combate a Incêndio
• •
após a redução da temperatura, empregar um dos métodos anteriores e estabelecer
as contenções – resfriar quando necessário.
- Ataque indireto a um incêndio classe “A” com descompressão para a atmosfera
Figura 9.5 - Ataque indireto a um incêndio classe “A” com descompressão para a a
tmosfera
Deve-se (Fig. 9.5): • abrir um acessório ou fazer uma abertura na parte superior
do compartimento; • • • • • • • descomprimir para a atmosfera para reduzir a te
mperatura; forçar o ataque através da abertura do acessório, ou fazendo abertura
s no teto e nas anteparas; aplicar água indiretamente para a redução da temperat
ura; não direcionar a água da contenção superior para a abertura; aplicar água e
m neblina por meio de um acessório ou fazer aberturas no teto e nas anteparas, p
ara resfriar o compartimento; empregar um dos métodos anteriores, após a redução
da temperatura e estabelecer as contenções – resfriar quando necessário.
9.4 - TÉCNICAS NO ATAQUE INDIRETO Para o ataque indireto, deve-se: • • • • • •
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aplicar água continuamente por cerca de cinco a dez minutos no início do ataque;
abrir o acessório apenas o suficiente para a passagem do esguicho ou do jato de
água; cortar apenas o suficiente para a passagem do esguicho ou aplicador (caso
haja necessidade de se fazer uma abertura / furo); utilizar uma cortina ou cobe
rtor de fumaça, se necessário, para reduzir a quantidade de vapor que sai do com
partimento; posicionar os homens de maneira a que se protejam do calor irradiado
e da exposição ao vapor; iniciar, assim que possível, o ataque subseqüente.;
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Manual de Combate a Incêndio

isolar o compartimento, manter as contenções e voltar a realizar o ataque entre
dois e três minutos depois. Repetir tal procedimento enquanto necessário, caso n
ão seja possível manter o ataque e

O aplicador de neblina de baixa, pode ser usado. Preferencialmente empregar esgu
icho variável em neblina, pois isto vai permitir o ataque, logo que possível, co
m o mesmo esguicho.
9.5 – TÉCNICAS DE COMBATE A INCÊNDIOS CLASSE “B” O combate a incêndios desta cla
sse envolve o problema da grande produção de fumaça negra e altas temperaturas p
roduzidas, principalmente em se tratando de fogo em óleo pulverizado ou espalhad
o numa grande área. Incêndios em paióis de tintas produzem grande quantidade de
gases altamente tóxicos. Os agentes extintores a serem utilizados são a espuma A
FFF, o Pó Químico e o APC. Na ausência desses agentes, deve ser previsto um perí
odo maior de combate ao incêndio, um maior desgaste do pessoal e um maior número
de homens e de ampolas/tambores geradores de oxigênio. Devido ao grande risco q
ue representam, a maioria dos compartimentos onde existe grande quantidade de co
mbustíveis, tintas, graxas etc., é servida por sistemas fixos de extinção de inc
êndio dos tipos borrifo de espuma ou borrifo de água, ou alagamento por CO2 / ha
lon. - Incêndio em fritador de cozinha Esse tipo de incêndio geralmente é result
ante do sobreaquecimento do óleo utilizado e da falta de atenção dos homens que
lá trabalham. • As cozinhas e copas devem possuir, em local de fácil visualizaçã
o, instruções claras e objetivas, para a desalimentação dos equipamentos (isolam
ento elétrico) e parada de ventilações/fechamento de flapes (isolamento mecânico
). • Os fatores que contribuem para a intensidade do fogo e a sua propagação são
: demora na descoberta do incêndio; dutos e telas da extração sujos e cheios de
óleo; espalhamento das chamas para as proximidades por má utilização do agente e
xtintor (utilizar espuma lançando-a diretamente sobre o óleo). • O sinal de sobr
eaquecimento é a produção de fumaça branca sobre o óleo. Quando isso ocorrer dev
e-se desligar o fritador e colocar a tampa sobre o mesmo, abafando-o por pelo me
nos cinco minutos, aguardando o óleo resfriar. Se ocorrer o incêndio, deve ser d
ado imediatamente o alarme, desalimentado o equipamento
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Manual de Combate a Incêndio
e iniciado o ataque. Nos navios, que possuem sistema de APC, deve-se empregar a
mesma técnica. • No caso de não se possuir esse sistema empregar extintores de e
spuma AFFF ou de PKP lançado a partir de uma distância adequada, para evitar que
imaduras caso o óleo respingue. • • A espuma deve ser lançada sobre o óleo escor
rido, cobrindo-o e consequentemente, abafando as chamas. Caso o incêndio não sej
a extinto deve-se providenciar uma linha de mangueira com esguicho variável e en
trelinhas, ou NPU/FB 5X com proteção, e reiniciar o ataque ao incêndio. - Incênd
io em Praça de Máquinas As praças de máquinas são ambientes de alta temperatura,
onde existem grandes quantidades de combustiveis, lubrificantes e equipamentos
elétricos energizados. Nos navios, a ocorrência de vazamentos de óleos combustív
eis ou lubrificantes podem ocorrer por fadiga de material, falta de manutenção a
dequada ou má condução. As dificuldades inerentes a um incêndio em uma praça de
máquinas são: • • • grande quantidade de fumaça negra, dificultando a evacuação
da praça afetada e impossibilitando a localização dos focos do incêndio; dificul
dades de acesso, pois a descida vertical representa risco para o pessoal, e o fo
go e fumaça se concentram na parte superior da praça de máquinas e as altas temp
eraturas envolvidas num incêndio classe “B”.
Os navios devem possuir uma doutrina de combate a incêndio em praça de máquinas,
visando disseminar procedimentos a serem adotados, na ocorrência de um grande v
azamento de óleo combustível (ou lubrificante) ou de um incêndio classe “B” em s
uas praças de máquinas. Além disso, a utilização adequada de cada sistema e equi
pamentos de combate a incêndio, empregados nessa situação, deve ser do conhecime
nto de todos. Esta faina envolve ações complexas, com grande quantidade de pesso
al e material, requerendo organização, conhecimento da cena de ação, interação e
rigorosa coordenação do pessoal, sendo essencial o uso de listas de verificação
pelas diversas estações envolvidas.
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Manual de Combate a Incêndio
9.6 – TÉCNICAS DE COMBATE A INCÊNDIOS CLASSE “C” Os procedimentos para o combate
a incêndios da classe "C" visam à segurança do homem e a preservação da capacid
ade de combate do navio (ou de operação do equipamento). Incêndios em equipament
os energizados devem ser combatidos com CO2 ou halon, que são agentes extintores
limpos, ou com pó químico seco. Este último deixará resíduos que podem ser de d
ifícil remoção, ou podem até mesmo danificar relés ou contatos elétricos delicad
os. Fainas de combate a incêndio classe “C” são mantidas como desta classe, até
que seja impossível o seu controle e extinção, sem a utilização de grande quanti
dade de água. Para o combate a incêndios da classe “C”, deve-se: • • • desalimen
tar o equipamento; iniciar o combate ao fogo, verificando a necessidade de abrir
ou não portas de gabinetes ou painéis. É recomendável a utilização de luvas iso
lantes; empregar preferencialmente CO2. Se for necessário utilizar água, porém d
eve-se aguardar autorização do Comando, pois equipamentos vitais ou mesmo sistem
as podem ser avariados e colocar o navio numa situação difícil. Se for autorizad
o, utilizar água em neblina de alta velocidade a uma distância mínima de dois me
tros. Utilizar água doce, se disponível. Não utilizar jato sólido e • manter o d
ifusor fora do painel ou gabinete, tomando o cuidado de não ter nenhum contato f
ísico com partes possivelmente alimentadas, para prevenir choque elétrico. 9.7 -
PREPARAÇÃO PARA A ENTRADA EM UM COMPARTIMENTO Após uma tentativa inicial de com
bate a um incêndio em um compartimento ou em uma área, dependendo das proporções
do mesmo, pode ser necessário adotar os seguintes procedimentos: isolar o compa
rtimento, incrementar as contenções, realizar o isolamento mecânico e elétrico,
empregar algum tipo de sistema fixo, se disponível, e reiniciar o ataque ao incê
ndio com pessoal melhor protegido e melhor equipado. Se após o abandono do compa
rtimento for efetuado o lançamento do Halon ou CO2, através de sistema fixo, ser
ão necessários pelo menos quinze minutos ou três quedas de temperatura, sendo a
última inferior a 100 C, para essa reentrada (aguardando a reação química e exti
nção pelo halon ou a extinção total por abafamento pelo CO2). A preparação do pe
ssoal e do material para esse novo ataque deve ser a mais rápida possível.
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Manual de Combate a Incêndio
As mangueiras devem ser preparadas sob orientação do líder, ou investigador, que
verifica se as linhas não estão se cruzando ou formando cocas. O ideal é a prep
aração das linhas estendidas fazendo um “S” na extensão da área de acesso. Depen
dendo da classe do navio, pode ser necessária a preparação de três linhas de man
gueira. Uma delas será a “linha de proteção do navio”, que deve ser posicionada
no ponto de acesso ao compartimento, fazendo a proteção através da selagem, redu
zindo a saída de fogo, gases quentes e fumaça. Essa linha pode correr pelo alto,
fixada através de ganchos tipo “S”, para não interferir com as linhas de mangue
ira de combate ao incêndio. Em diversas situações, como em fainas de combate a i
ncêndio em praças de máquinas, ou em outros locais sensíveis, é recomendável que
os navios preparem o esquema do dispositivo de mangueiras a ser utilizado, incl
uindo as tomadas de incêndio que serão empregadas, a função de cada mangueira, i
nclusive para as contenções, lembrando que é grande a possibilidade da existênci
a de fumaça nas proximidades da área afetada. Será necessária a existência de um
esquema alternativo, utilizando extensões com mangueiras de 2½” ou passagens de
mangueiras por anteparas. As condições do compartimento afetado devem ser verif
icadas antecipadamente, monitorando-se a temperatura das anteparas próximas ao a
cesso que será utilizado. Além disso, é necessário confirmar se esse é o acesso
mais seguro. As condições poderão ser verificadas através do visor existente na
porta, se houver. 9.8 - PROCESSO DE ABERTURA DO ACESSO E ENTRADA EM UM COMPARTIM
ENTO - Portas A abertura de portas pode ser feita de duas maneiras: • se a porta
abrir para dentro, é recomendável passar um cabo de segurança para garantir uma
abertura gradual, sob a proteção de uma linha de mangueira em neblina de alta v
elocidade ou padrão semelhante; • se a abertura for para fora, um dos homens dev
e garantir uma abertura gradual, utilizando as mãos (com luvas) ou os pés (com b
otas), também sob a proteção de uma linha de mangueira em neblina de alta veloci
dade ou padrão semelhante. Na existência de uma linha de proteção do navio, esta
já deve estar posicionada para realizar a proteção quando da abertura do acessó
rio. O posicionamento dos homens (dos esguichos) vai depender da classe do incên
dio e do tipo de esguicho utilizado. Em um incêndio classe “B”, quando empregado
s
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Manual de Combate a Incêndio
esguichos tipo FB 5X ou NPU, essa linha de mangueira sempre precisa de uma linha
de proteção, pois o tipo de jato não provê proteção ao homem. A linha de proteç
ão se posiciona ligeiramente adiantada, sendo o jato de espuma utilizado através
da mesma. Uma distância suficiente deverá ser mantida entre as linhas de mangue
ira para permitir-lhes manobrabilidade. Quando, por problemas de dificuldade de
acesso, somente houver possibilidade de emprego de uma linha de mangueira com es
guicho variável ou universal, antes da mangueira de ataque penetrar no compartim
ento, uma segunda mangueira deve estar pronta e guarnecida de modo a prestar aux
ílio à primeira, como reserva. - Escotilhas O acesso vertical a um compartimento
é o mais difícil. Quando da sua abertura grande quantidade de fumaça, gases que
ntes e chamas vão se espalhar para a área de acesso. Os homens devem estar prote
gidos, e uma linha de proteção deve imediatamente ser posicionada para reduzir t
al efeito. Serão apresentados aqui métodos já testados a bordo de navios que ofe
recem boa proteção, mesmo na presença de chamas. O processo de descida a ser apr
esentado considera a existência de um acesso vertical, como uma escotilha, segui
do por uma escada vertical ou quase vertical. Para o ataque quase vertical, se a
escada permitir que o homem desça de frente, a posição ideal é trazer o esguich
o sobre o ombro. Se não for possível a descida de frente, a mangueira deve ser p
assada sobre o ombro e o esguicho preso sob sua axila, de modo que a neblina de
alta velocidade proteja suas costas. - Incêndio Classe “A” • Se possível, estabe
lecer uma linha de proteção do navio (neblina de água) no acesso a ser aberto. E
ssa linha permanece nessa posição durante toda a faina, prevenindo ou reduzindo
a passagem do calor e fumaça para a área da reentrada. • Com o dispositivo pront
o, equipamento testado e homens posicionados, faz-se o resfriamento da escotilha
de acesso. O líder da turma de incêndio determina a abertura e o travamento da
escotilha, enquanto o número um da linha de proteção e o homem da linha de prote
ção do navio mantêm a água aberta, resfriando o acesso. • A mangueira de ataque
é arriada aberta até cerca da metade da altura do compartimento e feito um movim
ento circular na mesma de modo que a água do esguicho cubra uma grande área próx
ima ao acesso, resfriando o compartimento.
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Manual de Combate a Incêndio
Quando conveniente, a mangueira é içada. O número um dessa linha posiciona seu e
sguicho no local do esguicho da linha de proteção, permitindo assim que o homem
da linha de proteção inicie a descida. • O número 1 da linha de proteção passa a
mangueira para o seu número 2 (ou líder da turma de incêndio - “team leader”, n
a falta deste), e se posiciona na parte superior da escada (sob proteção da linh
a de proteção do navio, se houver). Quando seus ombros estiverem na altura da go
la da escotilha, o número 1 recebe o esguicho aberto e o prende com seus braços,
de modo que a neblina seja direcionada para trás de seu corpo, protegendo-o. In
icia a descida. Ao chegar na parte inferior da escada, dá três chutes na mesma,
sinalizando que está em posição, se posiciona de frente e direciona seu esguicho
para o foco do incêndio. Afasta-se da escada, agacha-se e aguarda a chegada do
resto da turma. • O número 1 da linha de ataque passa a mangueira para o seu núm
ero 2 (ou líder da turma de incêndio, na falta deste), e se posiciona na parte s
uperior da escada. Quando seus ombros estiverem na altura da gola da escotilha,
o número 1 recebe o esguicho aberto e o prende com seus braços, de modo que a ne
blina seja direcionada para trás de seu corpo, protegendo-o. Inicia a descida. A
o chegar na parte inferior da escada, dá três chutes na mesma, sinalizando que e
stá em posição, se posiciona de frente e direciona seu esguicho para o foco do i
ncêndio. Afasta-se da escada, posicionando-se ao lado do número 1 da linha de pr
oteção, agacha-se e aguarda a chegada do líder da turma de incêndio. • O líder d
a turma de incêndio (o operador da câmara de imagem térmica) é o terceiro homem
a descer. Apenas após a sua chegada e seu posicionamento atrás dos números 1 das
linhas de proteção e ataque, a localização do foco do incêndio e a verificação
que todos estão protegidos, o ataque é iniciado. • Os demais homens coordenam a
descida das mangueiras, “pagando a mangueira” suavemente conforme necessário, e
se distribuem ao longo das linhas de mangueiras, descendo quando necessário.
- Incêndio Classe “B” • Estabelecer uma linha para proteção do navio (neblina de
água) no acesso a ser aberto. Essa linha permanece nessa posição durante toda a
faina, prevenindo ou reduzindo a passagem do calor e fumaça para a área da reen
trada.
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Manual de Combate a Incêndio

Com o dispositivo pronto, equipamento testado e homens posicionados, faz-se o re
sfriamento da escotilha de acesso. O líder da turma de incêndio determina a aber
tura e o travamento da escotilha, enquanto o número um da linha de proteção e o
número um da linha de proteção do navio, mantêm a água aberta, resfriando o aces
so.
• •
O número um da linha de ataque faz um breve lançamento de espuma na escada e na
área de acesso. O número um da linha de proteção passa a mangueira para o seu nú
mero dois e se posiciona na parte superior da escada, sob a proteção das duas li
nhas de mangueira. O número um, então, recebe o esguicho aberto e o prende com s
eus braços, de modo que a neblina seja direcionada para trás de seu corpo, prote
gendo-o e inicia a descida. Ao chegar à parte inferior da escada, dá três chutes
na mesma, sinalizando que está em posição. Afasta-se da escada e se posiciona d
e frente para o foco do incêndio, se visível, e aguarda a chegada da linha de at
aque.

o número um da linha de ataque passa a mangueira para o seu número dois ou para
o líder e, se posiciona na parte superior da escada, sob a proteção da linha de
proteção do navio. O número um, então, recebe o esguicho aberto e o prende com s
eus braços, de modo que a neblina / jato seja direcionada para trás de seu corpo
, protegendo-o e inicia a descida. Ao chegar na parte inferior da escada, dá trê
s chutes na mesma, sinalizando que está em posição. Afasta-se da escada e, se po
siciona ao lado da linha de proteção, iniciando o ataque, após a chegada do líde
r da turma de incêndio.
• •
o terceiro homem a descer é o líder da turma de incêndio, que portará a câmera d
e imagem térmica e o transceptor VHF. Os demais homens coordenam a descida das m
angueiras e se distribuem ao longo das mesmas, descendo quando necessário e se p
osicionando entre as linhas de mangueira.
9.9 - OBSERVAÇÕES E RECOMENDAÇÕES • O ataque ao incêndio deve ser feito, sempre
que possível, em um único sentido, coordenadamente, quer sejam empregados extint
ores ou mangueiras.
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Manual de Combate a Incêndio

O ataque conjunto, com dois extintores ou duas linhas de mangueira, é sempre mai
s eficaz que o ataque singelo, apesar de, às vezes, ser impossível colocar dois
homens na faina, devido à restrição de espaço.

Na impossibilidade do ataque ser feito com duas linhas de mangueira, pode ser ut
ilizada apenas uma linha, mantendo-se uma segunda linha pronta para entrar em aç
ão. A segunda linha deverá estar guarnecida e pressurizada antes da entrada da p
rimeira linha no compartimento.

O ataque conjunto não deve partir de direções opostas, pois pode colocar em risc
o a segurança do grupo menos agressivo. Se for necessário realizar o ataque indi
reto coordenado de diferentes direções, é essencial que exista um meio de comuni
cação eficiente entre as duas turmas de incêndio.
• •
Durante o ataque ao foco do incêndio com esguichos, a água ou espuma, deve ser d
irigida sobre o fogo, de baixo para cima, ou em um movimento do homem até o fogo
. No momento em que se ataca o fogo com espuma, ou água, deve ser esperado uma v
iolenta reação da combustão, deslocando os gases quentes e produzindo uma “bola
de fogo,” que poderá se deslocar na direção da turma de incêndio. O líder da tur
ma de incêndio deve certificar-se de que todos estão protegidos para só então in
iciar o ataque. No ataque inicial ao fogo esses homens devem se manter abaixados
, até que diminua esse tipo de reação.
• •
Os homens, combatendo o incêndio, devem sempre procurar se proteger do calor irr
adiado atrás de obstáculos. Deve ser levado em consideração que, na fase inicial
, o material que está queimando provavelmente está concentrado apenas na parte i
nferior do compartimento. Com um pouco mais de tempo, o material na parte superi
or (cabos elétricos, isolamento térmico, luminárias etc.) começa a se incendiar.
Após um período longo, quase todo o material na parte inferior já queimou, rest
ando algumas brasas, e a concentração de gases quentes e material incandescente
está na parte superior do compartimento. Essas considerações visam orientar a tu
rma de incêndio para que, na ausência de visibilidade e de Câmara de Imagem Térm
ica, seguindo seus sentidos (sensação de calor e audição) e essas observações, d
irija o jato do agente extintor sobre a localização provável dos focos do incênd
io.

Se possível a água não deve ser aplicada continuamente. Sua utilização intermite
nte reduz a formação de vapor, a quantidade de água embarcada e permite uma
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Manual de Combate a Incêndio
reavaliação constante da situação do incêndio. Deve ser sempre levada em conside
ração a quantidade de água embarcada. • A água deve ser dirigida para a área em
combustão e não cegamente dentro da fumaça. A prática de aplicar água continuame
nte e sem um padrão estabelecido com todos os esguichos durante o ataque deve se
r desencorajada. Esse procedimento provoca um distúrbio no balanço térmico do co
mpartimento, fazendo com que seja produzida uma grande quantidade de vapor, ante
s que os homens tenham a chance de avançar em direção ao fogo. • • A espuma é o
melhor agente extintor para incêndios classe “A” e “B”, apesar de existir em qua
ntidade limitada a bordo. O pessoal que já foi empregado na faina, após a rendiç
ão, deve ser levado para um lugar fresco e com ventilação adequada; ser umedecid
o na cabeça, face, braços, etc. e receber grande quantidade de água gelada (de 0
,5 a 1 litro) para repor o líquido perdido na faina. • • Em situações com grande
quantidade de fumaça, marcadores (Sealume) podem ser utilizados para marcar com
ponentes dos reparos, escadas, portas, saídas, etc. A bordo dos navios, a fumaça
e os gases quentes se concentram na parte superior de compartimentos e corredor
es. Esse fato deve ser considerado para o combate ao incêndio, para a realização
de contenções e para a limitação da fumaça. • Em grandes incêndios, o tempo de
permanência geralmente será limitado pela resistência dos homens e será menor qu
e o tempo de utilização das máscaras, sendo portanto, necessário prever a rendiç
ão dos mesmos com antecedência. 9.10 - ADESTRAMENTO A tripulação deverá estar in
struída com relação aos procedimentos de emergência e uso dos equipamentos de co
mbate a incêndio. Todos devem conhecer a localização dos equipamentos de CAV e o
emprego dos equipamentos fixos e portáteis, tais como: tomadas de incêndio, man
gueiras, esguichos, chuveiros automáticos, sistema de neblina de água, sistema d
e espuma, sistema de CO2, sistema de pó químico, sistema de halon, extintores po
rtáteis, roupas de proteção e máscaras existentes, conforme o tipo de navio. O a
destramento eficaz alerta cada tripulante de que ele faz parte de um sistema de
segurança e que, por esta razão, deve estar familiarizado com as instalações do
navio, bem como a localização e operação de equipamentos, como: intercomunicador
es, sistemas de alarme, sistemas fixos de detecção, telefones, extintores portát
eis e estações de incêndio.
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Manual de Combate a Incêndio
Como regra na Marinha, “se treina como se combate e se combate como se treinou”.
Assim, os exercícios de combate a incêndio devem ser conduzidos com realismo: u
tilizando equipamentos de proteção individual, partindo geradores de emergência,
colocando em funcionamento bombas portáteis, segregando redes, etc. Os exercíci
os devem ser programados diversificando-se as áreas afetadas, de modo que a trip
ulação se condicione às várias situações possíveis, identificando os recursos di
sponíveis e os perigos existentes em cada setor do navio. Deste modo, em caso de
incêndio, aumentamse as chances de se resolver o problema rapidamente.
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Manual de Combate a Incêndio
Capítulo 10
DOUTRINA DE COMBATE A INCÊNDIO EM PRAÇAS DE MÁQUINAS
10.1 - INTRODUÇÃO
As praças de máquinas caracterizam-se por serem ambientes de alta temperatura, p
ossuindo grandes quantidades de combustíveis, lubrificantes e equipamentos elétr
icos energizados. Os incêndios da classe “B” podem ter como origem vazamentos de
óleo combustível ou lubrificante, resultando em emissão de grande quantidade de
fumaça negra e gases tóxicos. A grande quantidade de fumaça negra produzida vai
causar a perda de visibilidade na área, dificultando a visualização dos focos d
e incêndio, impossibilitando a permanência no local sem máscara apropriada e, ta
mbém, dificultando o abandono da praça. As dificuldades de acesso para o combate
ao incêndio com descida vertical, fogo, fumaça na parte superior da praça e as
altas temperaturas envolvidas são outra parte do problema. A complexidade das aç
ões , com grande quantidade de pessoal e material, requer organização, rigorosa
coordenação e o uso de listas de verificação pelas diversas estações envolvidas.
Esta faina de controle de avarias requer adestramento, a prática constante de e
xercícios e uma correta e freqüente manutenção do material de CAV. Devem ser cri
adas, em cada navio, listas de verificação que incluam cada ação a ser tomada, d
esde a fase em que se busca sanar uma avaria operacional, enquanto for apenas um
vazamento, até a fase de combate a um incêndio na praça de máquinas, se as açõe
s citadas anteriormente não atingirem o efeito desejado. Estas listas especifica
m o que deve ser feito em cada estação e a seqüência em que as ações devem ser p
referencialmente tomadas, no mar ou no porto. As listas devem estar disponíveis
na estação central de CAV, centro / estação de controle da máquina, reparo das p
raças de máquinas, estação Secundária de CAV, e de posse do líder da cena de açã
o. 10.2 - DEFINIÇÕES - Grande Vazamento de Óleo É qualquer vazamento de óleo com
bustível ou lubrificante sob forma pulverizada, ou um vazamento visível e incont
rolável, com óleo se espalhando para fora do sistema em que opera. Um vazamento
sob forma pulverizada é o que apresenta maior risco, devido à maior facilidade d
e vir a se inflamar e, quando inflamado, produzir grande quantidade de calor e f
umaça.
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Manual de Combate a Incêndio
- Pequeno Vazamento de Óleo É um gotejamento ou merejamento visível de óleo comb
ustível ou lubrificante, oriundo de uma rede, flange, conexão, junta, etc. - Con
trole de Fumaça O controle de fumaça compreende o estabelecimento de procediment
os para os sistemas de ventilação do navio (principalmente das praças de máquina
s), e o estabelecimento dos limites de fumaça (primários, AV e AR, e secundários
, AV e AR), para limitar ou reduzir o espalhamento da fumaça produzida no incênd
io. - Parede D’Água e Cortina de Aproximação Esta parede é um dos padrões de jat
o ou neblina de água (ou espuma) produzidos por esguichos do tipo variável, que
se caracteriza pela formação de um cone de 110 a 180 , dependendo do modelo do
esguicho utilizado. Essa parede, ou cortina, oferece proteção ao homem do calor
irradiado pelo incêndio, ou pode ser utilizada para fazer a selagem de um acessó
rio aberto. - Linha de Proteção do Navio Linha de proteção do navio é a linha de
mangueira com esguicho utilizada para produção de neblina de baixa velocidade,
parede d’água ou cortina de aproximação, que deve ser posicionada no ponto de ac
esso ao compartimento. Ela fará a proteção através da selagem do acesso ao mesmo
, evitando, ou reduzindo, a saída de fogo, gases quentes ou fumaça. Essa linha d
eve correr pelo alto, fixada através de ganchos tipo “S”, para não interferir co
m as linhas de mangueira que descerão na Praça de Máquinas. - Cortinas e Coberto
res de Fumaça As cortinas de fumaça são peças de lona ou plástico reforçado, pod
endo ser compostas por duas partes que se transpassam, fechadas com a utilização
de velcro, para garantir melhor vedação. São fixadas às golas de passagem das p
ortas ou escotilhas através de grampos. Podem ser utilizadas cortinas, ou cobert
ores, de fumaça nos acessórios que devam ser freqüentemente abertos para permiti
r a passagem de pessoal e material para o combate ao incêndio, ou em acessórios
avariados, funcionando como um limite de fumaça. Porém, devem ser mantidas bem f
echadas e com um homem como vigia. A utilização de grampos tipo “C” permite sua
fixação nas golas de passagens ou de escotilhas.
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Manual de Combate a Incêndio
- Zona de Abafamento É a zona compreendida entre os limites primários e secundár
ios de fumaça. É criada para se estabelecer uma atmosfera parada, sem fluxo de a
r, para evitar a adição de ar fresco nessa zona e no incêndio, devido ao perigo
que representa a presença de gases quentes provenientes da queima incompleta de
combustíveis. O contato desses gases quentes com o ar fresco pode formar uma mis
tura explosiva, por “fecharem” o triângulo do fogo. 10.3 - GRANDE VAZAMENTO DE Ó
LEO Um grande vazamento de óleo deve ser considerado um risco à segurança do nav
io tão grande quanto um incêndio, devendo ser tratado como tal, e cujas ações co
rretivas devem ser pré-planejadas e tomadas imediatamente. Serão apresentadas a
seguir as principais providências a serem tomadas, na seqüência em que as mesmas
devem preferencialmente ocorrer. - Ações Imediatas • Informar o vazamento Após
o descobrimento de um grande vazamento, a disseminação de tal ocorrência deve se
r imediata, de modo que tal informação chegue ao chefe-de-quarto da máquina, e e
sse tome as providências necessárias, informando imediatamente ao oficial de qua
rto, ou de serviço, e sejam guarnecidos os postos de combate. • Isolar o vazamen
to Após a detecção de um vazamento de óleo, todo o esforço deverá ser feito para
defletir, reduzir o fluxo ou isolar o óleo, de modo a minimizar a possibilidade
do óleo atingir algum “ponto quente” da Praça de Máquinas, o que acarretaria na
sua ignição. O uso de trapos ou baldes podem, muitas vezes, evitar um grande in
cêndio. A atuação em local ou remoto, fechando válvulas de interceptação, parand
o bombas e equipamentos, permite o controle e o isolamento do vazamento. • Ativa
r e aplicar a espuma O pessoal na cena de ação ativa a espuma do dispositivo de
duplo agente, ou guarnece uma mangueira com esguicho FB 5X/ NPU, usando o AFFF p
ara remover o óleo acumulado nos estrados, equipamentos e anteparas, espalhando
o mesmo e jogando-o no porão, cobrindo-o posteriormente com a espuma. Na indispo
nibilidade de espuma, usar água salgada. Em alguns navios tal ação pode ocorrer
ao mesmo tempo em que é lançada espuma através das tomadas ou do
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borrifo de porão. Portando, a utilização de água não deve comprometer a camada d
e espuma em formação. O chefe-de-quarto da máquina deve providenciar que a estaç
ão geradora de espuma seja guarnecida para o eventual recompletamento do tanque,
ou que seja preparado e efetuado o lançamento de espuma no porão através das to
madas existentes. • Colocar ventilação negativa na Praça afetada O chefe-de-quar
to deve providenciar que as ventilações da praça afetada sejam paradas, mantendo
somente as extrações em funcionamento. 10.4 - AÇÕES EM UM GRANDE VAZAMENTO DE Ó
LEO COM INCÊNDIO Incêndio classe “B” em Praça de Máquinas Um incêndio pode irrom
per de um vazamento não-detectado, ou resultar do contato do óleo que está vazan
do com superfícies quentes. Algumas ações são tomadas ainda em condição III, com
o parte de procedimentos de avarias operacionais, enquanto ocorre o guarneciment
o da condição I. Os homens que estão tomando as ações iniciais só abandonam o lo
cal após rendidos pelo pessoal dos reparos, informando-lhes das ações já executa
das. Esses darão prosseguimento nas tarefas iniciadas pelo pessoal de serviço. -
Ações Imediatas • Informar o incêndio O incêndio deve ser disseminado rapidamen
te de modo que esta informação
chegue ao chefe de quarto da máquina, e então possa ser divulgada em fonoclama,
e sejam guarnecidos, rapidamente, os Postos de Combate. • Isolar a fonte / dar o
primeiro combate O descobridor deve tentar isolar a fonte do vazamento, que est
á alimentando o incêndio e iniciar o combate com extintor portátil. Se grande qu
antidade de fogo e fumaça estiverem presentes deve-se guarnecer máscaras de esca
pe de emergência, onde houver, e evacuar o compartimento. Não devem ser usadas m
áscaras de escape para combater o incêndio. Após deixar o local, informar ao líd
er e ao encarregado do reparo a situação do incêndio, localização, providências
tomadas, perigos nas proximidades, se há alguém na praça de máquinas, etc. • Efe
tuar o lançamento de espuma / guarnecer a estação geradora de espuma. Deve ser e
fetuado o lançamento de espuma no porão, através das tomadas existentes no convé
s, ou através do sistema de borrifo de porão, de modo a prover a selagem dos
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vapores combustíveis do óleo derramado no porão. Deve-se evitar o uso de espuma
proveniente da mesma estação geradora para o combate ao incêndio e para o borrif
o. Nos navios que possuem estação geradora de espuma, o chefe de quarto, ou o en
carregado do reparo, deve providenciar o imediato guarnecimento da mesma, para g
arantir o recompletamento de seu tanque, por um homem do quarto de serviço ou do
reparo de CAV. • Prevenir e controlar avarias Deve ser providenciado o isolamen
to do maquinário que estiver operando nas proximidades do vazamento para control
ar a avaria. Além disso, mantém-se ou não, o funcionamento os equipamentos local
izados em espaço não-afetados, como apropriado, a fim de manter a propulsão, a g
eração de energia e a pressão da rede de incêndio. • Alterar o sistema de ventil
ação para os compartimentos, providenciando que o sistema de ventilação seja col
ocado como a seguir: Na praça de máquinas afetada, colocar pressão negativa, ou
seja: parar a ventilação e colocar apenas um motor de extração ou colocar a extr
ação em alta e a ventilação em baixa. Na praça de máquina não-afetada, colocar p
ressão positiva. Isso visa prevenir que a fumaça existente nas proximidades do c
ompartimento afetado penetre nos compartimentos não afetados. A decisão de parar
o sistema de ventilações deverá ser tomada na cena de ação. No combate inicial
ao incêndio a extração da fumaça e a renovação de ar provêem maior tempo de perm
anência na área ao descobridor e/ou turma de ataque, que estarão sem as máscaras
de combate a incêndio, permitindo extinguir o incêndio ainda no seu princípio.
– Ações concorrentes Essas são as ações a serem tomadas se houver disponibilidad
e de tempo e pessoal, na fase de transição de condição III para condição I, pode
ndo ser tomadas já em condição I: • • providenciar o envio de extintores extras
à cena de ação e providenciar o isolamento mecânico e elétrico da praça de máqui
nas afetada; com exceção de equipamentos de combate a incêndio, iluminação e ven
tilação.

Ações de controle de avarias
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• •
estabelecer os limites de incêndio e fumaça em torno do compartimento afetado, a
fim de prevenir a propagação do incêndio e o espalhamento da fumaça; realizar a
s contenções, tendo especial atenção à propagação do incêndio nos seus limites v
erticais. Se necessário, deve ser providenciado o isolamento elétrico e mecânico
nesses limites;
• • • • • •
providenciar a rápida rendição da turma de ataque pela turma de suporte “A” ou t
urma de incêndio; providenciar a rendição dos homens da turma de suporte “A” pel
a turma de suporte “B”; providenciar, se necessário, a rendição dos homens da tu
rma de incêndio (turma de suporte “B”) antes do término do tempo de suas máscara
s; no caso de incêndio fora de controle, lançar halon / CO2 , quando disponível;
realizar, paralelamente ao combate ao incêndio, o esgoto do compartimento, se n
ecessário e providenciar, após a extinção do incêndio e o resfriamento da área,
a remoção da fumaça, o esgoto do compartimento e o teste da atmosfera do compart
imento.
Incêndio classe “B” fora de controle em praça de máquinas Um incêndio classe “B”
sendo alimentado por uma fonte de vazamento que não pode ser isolada, ou ocorre
ndo há muito tempo, pode se tornar um incêndio fora de controle. – Evacuação A d
ecisão de evacuação da Praça de Máquinas é uma das mais críticas a serem tomadas
. As seguintes condições devem ser levadas em consideração, para se avaliar o p
orte do incêndio e a possibilidade ou não de continuar o ataque: • • • A fonte d
o vazamento, se pressurizada, pode ser isolada? O incêndio ocupa uma área pequen
a? É possível controlar o incêndio?
Respostas afirmativas para as questões acima são uma boa indicação de que o comb
ate ao incêndio pode prosseguir, porém há outras questões: • • • Existe o perigo
de o pessoal ser cercado pelo fogo? A quantidade de fumaça no compartimento é g
rande e está se espalhando rapidamente? Existe alguma dúvida em relação a alguma
das questões acima?
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Manual de Combate a Incêndio
Respostas afirmativas para essas novas questões determinam a evacuação do compar
timento. Uma vez tomada essa decisão, todo o pessoal na praça deve abandona-la.
Os que evacuaram a praça devem se dirigir ao reparo que presta apoio preferencia
l à praça afetada e informar a situação do incêndio e os sistemas e equipamentos
que puderam ser isolados. Após a saída de todo o pessoal, que deverá ser verifi
cada pelo mais antigo e pelo líder, todos os acessórios estanques deverão ser fe
chados e isolados. Nos navios que dispõem de borrifo de teto, tal dispositivo po
de ser utilizado neste momento. Caso disponível, o sistema fixo de halon (ou CO2
), após cumpridos todos os requisitos para seu emprego, deverá ser utilizado. De
ve ser então realizada a remoção da fumaça da área de acesso, caso esta esteja c
ontaminada. Isto permitirá melhores condições para a preparação da reentrada. Um
a rigorosa contenção deve ser mantida em todos os limites primários do incêndio.
– Lançamento do CO2 / halon O cumprimento das seguintes ações deve ser verifica
do, pelo ECCAV e o reparo da área, antes da autorização para o lançamento: • • •
• se o sistema de ventilação da praça foi parado, e os flapes e tampas dos duto
s de extração e ventilação foram fechados; se foi realizado o completo isolament
o mecânico e elétrico da praça afetada, inclusive iluminação, fechar as tampas d
e tubos de lançamento de espuma, etc.; se foi verificado o posicionamento das vá
lvulas do sistema fixo e se todo o pessoal que estava no compartimento realmente
abandonou o local.
Antes do lançamento do CO2 ou halon, deve ser previsto um novo lançamento de AFF
F no porão através das tomadas ou do borrifo de espuma a fim de cobrir o porão.
Deve existir registrado na doutrina dos navios a quantidade de tambores-geradore
s de espuma por tomada a ser lançada, ou o tempo de borrifo de espuma, a fim de
cobrir todo o porão. O imediato guarnecimento dos tambores geradores de espuma p
ara lançamento nas tomadas, ou recompletamento da estação de espuma, será fundam
ental para combater o incêndio.
A Preparação para a reentrada
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Manual de Combate a Incêndio
Após a evacuação do compartimento, é efetuado o lançamento do halon/ CO2, se dis
ponível, sendo então necessário aguardar pelo menos quinze minutos para a reentr
ada. Devem ser mantidas as contenções e o monitoramento das temperaturas dos lim
ites do compartimento, verificando assim se o incêndio foi ou não controlado. En
quanto é realizada a preparação do dispositivo de mangueiras, os homens que farã
o a reentrada devem estar sendo preparados, com roupa de proteção completa e más
caras, sob supervisão do EncRep e controladores de máscaras. Após estarem pronto
s, recebem um “briefing”, que tem por finalidade mostrar os principais equipamen
tos e obstáculos, na praça de máquinas, que os homens devem encontrar. Deve ser
realizado por um homem com experiência na praça de máquinas sinistrada, com auxí
lio de um plano, ou croquis, que permita aos homens uma fácil visualização dessa
área. O “briefing” deve ser realizado na coberta de rancho, por exemplo, permit
indo que o pessoal da reentrada permaneça sentado descansando até o momento de s
er empregado. No momento da reentrada, todos os homens se dirigem juntos à área
de acesso. São colocadas as máscaras e é iniciada a respiração através das mesma
s, em pressão positiva, no mesmo momento, sob controle dos controladores de másc
aras. Mangueiras São apresentadas a seguir algumas variações possíveis, dependen
do dos equipamentos de cada navio, para a utilização das mangueiras para combate
a incêndio classe “B” com espuma, espuma e água ou apenas água. Esse dispositiv
o de mangueiras deve ser utilizado na reentrada ao incêndio, após o compartiment
o ter sido evacuado, pois considera-se que todo o material de combate a incêndio
da praça de máquinas estará perdido. Na fase de ataque inicial ou em um ataque
contínuo, o material usado será o existente nas praças de máquinas devendo també
m ser adotado um dispositivo semelhante ao citado abaixo. A utilização de linhas
de mangueiras de espuma é o método mais seguro e eficiente para se penetrar, ou
fazer a reentrada, em um compartimento. As diversas configurações vão variar po
r classe de navio, sendo apresentados aqui, na ordem de prioridade e eficácia, a
lguns exemplos: • uma linha de espuma de ataque com esguicho variável, provenien
te de Estação Geradora e outra linha de espuma de proteção com esguicho variável
, proveniente de uma tomada de incêndio com misturador entrelinhas apropriado. •
uma linha de espuma de ataque com esguicho variável ou esguicho NPU/ FB 5X, pro
veniente de uma tomada de incêndio com misturador entrelinhas apropriado, e outr
a
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linha de espuma de proteção com esguicho variável, de outra tomada com misturado
r entrelinhas apropriado; • uma linha de espuma de ataque com esguicho variável
ou esguicho NPU/ FB 5X, proveniente de uma tomada de incêndio com misturador ent
relinhas apropriado, e outra linha de proteção com esguicho variável (ou de cort
ina d’água) em neblina de água de 90 ou universal em neblina de água de alta ve
locidade, de outra tomada; • • duas linhas de água, com esguicho universal em ne
blina de alta velocidade ou variável de cortina dá água em neblina, provenientes
de tomadas de incêndio diferentes e uma linha de água com esguicho universal em
neblina de alta velocidade, proveniente de uma tomada de incêndio, e outra de á
gua com neblina de baixa velocidade, proveniente de outra tomada. Quando emprega
ndo esguichos tipo FB 5X ou NPU, essa linha de mangueira sempre precisa de uma l
inha de proteção, pois o tipo de jato não provê proteção ao homem. A linha de pr
oteção se posiciona ligeiramente adiantada, sendo o jato de espuma utilizado atr
avés da proteção. O processo de entrada pode ocorrer de forma lenta e gradual. O
s homens devem utilizar a água como proteção. A utilização de espuma AFFF só dev
e ser iniciada, se possível, após a localização do foco do incêndio, economizand
o líquido-gerador. As comunicações entre os homens das linhas de mangueira são f
undamentais para o sincronismo do avanço. O acionamento do tubo de aspiração pel
o pessoal do misturador, que estará distante, dependerá da chegada do pedido de
“espuma” pelos homens portando a mangueira e não será interrompido até a solicit
ação de “cortar espuma”. Qualquer método de sinalização sonora eficiente pode se
r usado para a comunicação entre esses homens. 10.5 - CONTROLE DA FUMAÇA A utili
zação das ventilações e extrações visam permitir maior tempo de permanência do p
essoal no combate ao incêndio, enquanto este ainda está sob controle, com melhor
visibilidade, possibilitando atacar o foco do incêndio e, ainda, evitar o espal
hamento da fumaça dentro dos limites já estabelecidos. A utilização de uma venti
lação negativa tem como único propósito permitir a extinção do incêndio pelo des
cobridor ou turma de ataque e deve ser imediatamente parada, se esses homens aba
ndonarem o compartimento antes da chegada da turma de suporte “A”.
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O uso de limites de fumaça para o espaço afetado visa reduzir o espalhamento da
fumaça, confinar de imediato a mesma, estabelecer uma zona de abafamento e permi
tir estabelecer o local de organização das equipes de combate ao incêndio. O obj
etivo é ser criada uma atmosfera parada, sem fluxo de ar, para evitar a adição d
e ar ao incêndio e o espalhamento de gases quentes e fumaça. Os limites primário
s de fumaça devem ser definidos rapidamente, usando anteparas, acessórios estanq
ues à fumaça, portas comuns e cortinas de fumaça imediatamente próximos ao incên
dio. Os limites secundários de fumaça deverão ser estabelecidos, em torno dos li
mites primários, para monitorar o seu espalhamento e permitir uma área sem fumaç
a para o pessoal sem máscara. Somente o pessoal equipado com máscara de combate
a incêndio poderá entrar nos limites primários de fumaça e, também, nos secundár
ios, se a fumaça estiver se espalhando. As máscaras, porém, só devem ser utiliza
das quando realmente houver fumaça, ou quando ordenado pelo líder da cena de açã
o. A experiência em incêndios mostra que, geralmente, a fumaça causa muito mais
baixas de pessoal que o fogo. É portanto, de grande importância o doutrinamento
de todo o pessoal para estabelecer e manter os limites de fumaça. Todos os navio
s devem possuir em sua doutrina uma lista dos limites de fumaça e acessórios a s
erem fechados para cada praça de máquinas e planos de controle de fumaça, indica
ndo esses limites, as rotas para a remoção da fumaça e os sistemas e equipamento
s utilizados. 10.6 - ISOLAMENTO DO COMPARTIMENTO O completo isolamento mecânico
e elétrico do compartimento, exceto a iluminação, é necessário para evitar o aum
ento do incêndio pela adição de inflamáveis e de oxigênio ou os perigos para as
instalações elétricas. O isolamento do compartimento também diz respeito ao isol
amento do incêndio nos limites do mesmo e a realização das contenções, evitando
a propagação do incêndio para os compartimentos adjacentes. Cada navio deve poss
uir em sua doutrina uma relação de válvulas, flapes e outros acessórios para iso
lamento mecânico das praças de máquinas, assim como uma relação com todas as cha
ves, disjuntores a serem desalimentados, para o isolamento elétrico. Essas relaç
ões devem possuir a localização, designação, função, equipamento / sistema servi
do, etc.
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Recomenda-se o emprego de um código de cores ou marcas adequado para a rápida lo
calização dos circuitos a serem desalimentado e válvulas a serem fechadas. – Iso
lamento Mecânico Todo o esforço deverá ser feito para isolar os sistemas e tanqu
es que tenham potencial de alimentar ou aumentar o fogo. Isso inclui, em ordem d
e prioridade, os seguintes sistemas: • sistema de óleo combustível, suas bombas
de recalque, de serviço, de transferência e purificadores centrífugos, tanques d
e armazenamento, serviço e gravidade; • • • • • • sistema de combustível de avia
ção (JP-5), seus tanques de armazenamento, de serviço, filtros coalescentes, bom
bas, etc.; sistema de óleo lubrificante, bombas de óleo lubrificante e purificad
ores, tanques de armazenamento e gravidade, bombas, etc.; sistemas hidráulicos;
sistemas de ar comprimido; sistemas de vapor e válvulas de interceptação da esta
ção de espuma “AFFF” do convés para as
estações de espuma da praça afetada (se o incêndio ficar fora de controle). Inic
iando a ação de parar e/ou isolar os equipamentos/sistemas descritos acima, os s
eguintes fatores deverão ser considerados: • nem todos os itens acima possuem is
olamento e/ou parada em remoto. Portanto, a parada no local deve ser executada i
mediatamente, juntamente com as atividades de combate ao incêndio. O isolamento
desses sistemas deve incluir, pelo menos, os tanques de combustíveis e lubrifica
ntes através do isolamento de suas válvulas e as das anteparas a elas adjacentes
. Todo o pessoal que faz serviço nas Praças de Máquinas deve conhecer as manobra
s de isolamento no próprio local dos itens descritos acima; • • onde existem com
andos à distância, os mesmos devem ser verificados e testados freqüentemente qua
nto a sua correta operação; não deve ser tentado nenhum tipo de transferência de
óleos combustíveis ou lubrificantes por ocasião de um incêndio. A única ação ne
cessária em relação aos tanques de óleos combustíveis, para evitar o aumento do
incêndio devido ao vazamento de seu conteúdo, é o completo isolamento dos mesmos
e
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Manual de Combate a Incêndio
• –
deve ser levado em consideração o “esvaziamento rápido em emergência” dos tanque
s que não puderam ser isolados ou que sofreram avaria estrutural. Isolamento elé
trico
O isolamento elétrico completo é muito difícil de se obter, em virtude do grande
número de cabos elétricos no interior de uma praça de máquinas. No que for poss
ível, todos os equipamentos elétricos, com exceção da iluminação, devem ser isol
ados nos centros de distribuição de energia ou quadros de distribuição. As chave
s, os disjuntores e os fusíveis necessários a essa tarefa devem ser claramente m
arcados, preferencialmente com código de cores, conforme já citado. Os circuitos
de iluminação só devem ser desalimentados se o compartimento for evacuado para
lançamento de CO2 / halon. – Limites do incêndio Os limites primários e secundár
ios do incêndio devem ser estabelecidos para confinar o fogo e prevenir a sua pr
opagação, permitir a monitoração da temperatura das anteparas desses limites pri
mários e a realização das contenções onde necessário. Esses limites devem ser, s
e possível, definidos por anteparas e conveses estanques imediatamente adjacente
s ao compartimento afetado, os quais mínimo, estanques à fumaça. Especial atençã
o deve ser dada aos limites superiores do incêndio, pois experiências mostram qu
e o fogo se espalha verticalmente muito mais rápido do que horizontalmente. Cada
navio deve possuir em sua doutrina uma lista com os respectivos limites de incê
ndio de cada praça de máquinas. – Contenções As contenções devem ser realizadas
em todos os limites primários de um incêndio. As contenções em incêndios em praç
as de máquinas devem incluir os dutos de aspiração de ventilações e descarga de
extrações, admissão para motores e turbinas e suas respectivas descargas de gase
s, em toda a sua extensão, por todos os conveses. Os dutos de descarga de Praça
de Máquinas, muitas vezes indevidamente utilizados como “paióis”, representam um
risco adicional para a propagação do incêndio. Os limites de um incêndio formad
os por estruturas de alumínio requerem atenção especial para a contenção. Esse m
etal perde sua resistência estrutural a cerca de 250° C e derrete a cerca de 650
° C. deverão ser, no
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Deve ser dada especial atenção às contenções nos compartimentos que possuam ampo
las de gases comprimidos, líquidos combustíveis, etc. Equipamentos elétricos ou
eletrônicos nos limites de incêndio, assim como compartimentos de distribuição d
e energia, devem ser desalimentados, na medida do possível, de acordo com as pri
oridades estabelecidas pelo Comando. A água deve ser usada para molhar esses lim
ites (com balde, lambaz ou panos). Se necessário, usar água de uma mangueira com
pouca pressão, formando apenas uma camada em “cortina” pela antepara, evitando
molhar e avariar desnecessariamente os equipamentos com água salgada. Os painéis
elétricos podem ser cobertos com plásticos. As contenções não devem ser realiza
das em anteparas ou pisos cuja temperatura esteja permitindo que sejam tocadas.
O pessoal envolvido na contenção vertical em grandes incêndios deve estar calçan
do botas de CBINC. A água proveniente das contenções deve ser permanentemente es
gotada. 10.7 - REENTRADA NO COMPARTIMENTO Não será aqui considerada a entrada da
turma de incêndio para rendição da turma de ataque/ suporte “A” em um ataque co
ntínuo, ou seja, dando prosseguimento ao combate na cena de ação com o conhecime
nto de que o incêndio não está fora de controle. A situação aqui tratada conside
ra as ações a serem tomadas após a evacuação do compartimento, em um incêndio fo
ra de controle, avaliado pela turma de incêndio no local. Reentrada é o reinício
do ataque ao incêndio, após um abandono do compartimento, seguido ou não do emp
rego de sistema fixo e lançamento de espuma, tendo sido o fogo extinto ou não co
m essas ações. – • Reentrada no caso do fogo não ter sido extinto. Uma rápida re
entrada no compartimento com a conseqüente extinção do fogo é a primeira meta a
atingir. Quanto mais o fogo queimar fora de controle mais difícil será sua extin
ção. • A reentrada na praça de máquinas afetada deve ser tentada imediatamente a
pós a turma de ataque ter evacuado, e o isolamento mecânico e elétrico, inclusiv
e a parada das ventilações e extrações, ter sido feito (se possível). • A reentr
ada deve ser feita por uma porta estanque, escotilha ou túnel de escape, desde q
ue não esteja obstruída pelo fogo. As condições do compartimento afetado devem s
er verificadas antes da reentrada: sentindo a temperatura das anteparas
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próximas ao acesso que será utilizado, se é realmente o acesso mais seguro e obs
ervando as condições através do visor existente na porta (se houver). • Deve-se
ter em mente que os gases quentes estão concentrados na parte superior da praça
de máquinas. Na possibilidade de realizar a reentrada pelo túnel de escape, apes
ar das dificuldades inerentes, tal acesso é o mais indicado, permitindo a chegad
a ao piso inferior da praça de máquinas, onde as temperaturas estão mais baixas,
para iniciar o ataque ao incêndio. • • • Deve ser efetuado novo lançamento de e
spuma antes da abertura do acesso, através de tomadas de espuma, borrifo de porã
o ou borrifo de teto. Várias tentativas podem ser necessárias até que se consiga
entrar no compartimento. Deve ser assumido que as mangueiras de incêndio e os s
arilhos de espuma no interior da praça de máquinas, onde houver, estão destruído
s, até que seja verificado o contrário. • Por ocasião da abertura do acesso ao c
ompartimento afetado, a área do limite primário de fumaça deve estar sem fluxo d
e ar, prevenindo o espalhamento de fumaça e gases tóxicos. • Uma vez dentro do c
ompartimento, localizar, extinguir e prevenir o fogo. Isolar e cobrir todos os i
nflamáveis com espuma “AFFF”. Para economizar “AFFF” deverá ser usada água salga
da para o resfriamento do compartimento após o fogo ser extinto, tendo-se o cuid
ado de não remover a camada de espuma já aplicada. Reentrada após possível fogo
extinto • Aguardar pelo menos quinze minutos para a atuação do agente extintor,
ou monitorar as temperaturas das anteparas. Devem existir três quedas bruscas de
temperatura, sendo a última queda abaixo de 100o C. Isso permite o resfriamento
parcial do local, prevenindo o recrudescimento do incêndio quando o oxigênio en
trar no compartimento. • • Efetuar lançamento de espuma nos porões por dois minu
tos ou de acordo com o estabelecido para a classe do navio, antes da reentrada n
o compartimento. As condições do compartimento afetado e da área de acesso devem
ser verificadas antes da reentrada: sentindo a temperatura das anteparas próxim
as ao acesso que será utilizado, se é realmente o acesso mais seguro, observando
as condições
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através do visor existente na porta (se houver). Considerar a reentrada pelo tún
el de escape. • Por ocasião da abertura do acesso ao compartimento afetado, a ár
ea do limite primário de fumaça deve estar sem fluxo de ar, prevenindo o espalha
mento de fumaça, gases quentes e gases tóxicos. • Uma vez dentro do compartiment
o, localizar e extinguir os possíveis focos de incêndio ainda existentes e preve
nir o seu recrudescimento. Certificar-se de que a fonte do vazamento de óleo est
á isolada, e que não há outros vazamentos. Isolar e cobrir todos os inflamáveis
com espuma “AFFF”. Para economizar “AFFF”, deverá ser usada água salgada para o
resfriamento do compartimento após o fogo ser extinto, tendo-se o cuidado de não
remover a camada de espuma já aplicada. – • • Processo de Descida processo de d
escida a ser apresentado aqui considera a existência de um acesso vertical, como
uma escotilha, seguida por uma escada quase vertical. Estabelecer uma linha par
a proteção do navio (neblina de água) no acesso a ser aberto. Essa linha permane
ce nessa posição durante toda a faina, prevenindo ou reduzindo a passagem do cal
or e fumaça para a área da reentrada. Essa linha corre pelo teto, fixada com gra
mpos tipo “S”. • Com o dispositivo pronto, zona de abafamento estabelecida, equi
pamento testado e homens posicionados, os dois últimos homens fazem o lançamento
de espuma nas tomadas ou pelo borrifo de teto. • A seguir, faz-se o resfriament
o da escotilha de acesso. O líder da turma de incêndio determina a abertura e o
travamento da escotilha, enquanto o número um da linha de proteção e o homem da
linha de proteção do navio mantêm a água aberta, resfriando o acesso. • • homem
da linha de ataque faz um breve lançamento de espuma na escada e na área de aces
so. O número um da linha de proteção passa a mangueira para o seu número dois, e
se posiciona na parte superior da escada, sob proteção das duas linhas de mangu
eira. O número um então recebe o esguicho aberto e o prende com seus braços, de
modo que a neblina seja direcionada para trás de seu corpo, protegendo-se, e ini
cia a descida. Ao chegar na parte inferior da escada, dá três chutes na mesma si
nalizando que está em posição, se afasta da escada, posiciona-se à frente do foc
o do incêndio e, se visível, aguarda a chegada da linha de ataque.
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O número um da linha de ataque passa a mangueira para o seu número dois, e se po
siciona na parte superior da escada, sob proteção da linha de proteção do navio.
O número um então recebe o esguicho aberto, prende-o com seus braços, de modo q
ue a neblina / jato seja direcionada para trás de seu corpo, protegendo-se, e in
icia a descida. Ao chegar na parte inferior da escada, dá três chutes na mesma,
sinalizando que está em posição. Afasta-se da escada e se posiciona ao lado da l
inha de proteção, iniciando o ataque.

Nos navios que possuem câmeras de imagem térmica, o operador da câmera – o líder
da turma de incêndio – é o terceiro homem a descer, e apenas após a sua chegada
, a localização do foco do incêndio e a verificação que todos estão protegidos (
inclusive o pessoal na escada), o ataque é iniciado.

Os demais homens coordenam a descida das mangueira, e se distribuem ao longo das
mesmas, descendo quando necessário e, se posicionando entre as linhas de mangue
ira.
10.8 - ESGOTO DO COMPARTIMENTO Em paralelo à faina de CBINC deve ser iniciado o
esgoto da praça afetada, para a remoção do líquido combustível derramado (porém
a camada de espuma não deve ser removida). O esgoto do compartimento já deve ter
sido completado antes de se terminar a faina de remoção da fumaça, pela possibi
lidade da existência de gases diluídos na água. 10.9 - REMOÇÃO DA FUMAÇA E TESTE
DE ATMOSFERA – Remoção de Fumaça Após o incêndio estar extinto, gases combustív
eis podem estar presentes. Para todas as classes de incêndio, o monóxido de carb
ono (CO) será o gás predominante. Apesar de inflamável, quantidades grandes de C
O devem ser produzidas para se atingir a concentração explosiva (de 12,5% a 75%)
. Grande concentração de CO que ainda não entrou em combustão está associada a i
ncêndios em locais confinados que queimaram por longos períodos. Em incêndios da
classe “A” ou “C”, a remoção de fumaça pode ter início assim que o fogo for ext
into, ou seja, assim que não for mais observada chama viva, facilitando a faina
de remoção de escombros. Nesse caso, o sistema de ventilação instalada do navio
pode ser utilizado, após verificação de sua integridade elétrica. Em incêndios c
lasse “A”, o material em brasa pode vir a entrar em ignição novamente quando ven
tilado, portanto é fundamental ter a garantia de que a turma de prevenção
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está estabelecida, que conhece sua função e que o local está resfriado para se i
niciar essa faina. Em incêndios classe “B”, a faina de remoção da fumaça deve se
r iniciada tão logo os gases e o compartimento tenham sido resfriados o suficien
te para não haver perigo de reignição. Fainas de remoção de fumaça de praças de
máquinas podem ser feitas usando ventilação positiva nas praças de máquinas adja
centes, criando uma sobrepressão nelas, na área de acesso e na praça sinistrada.
Esse canal de vento expulsa a fumaça pelos dutos de extração e ventilação da pr
aça afetada (cujas tampas e flapes já devem estar abertos). Fainas de remoção de
fumaça em geral podem ser feitas, usando sobrepressão em um convés, oriunda de
ventilações de praças de máquinas, expulsando a fumaça por um acessório aberto p
ara a atmosfera. Para incêndios classe “A” ou “C”, pode-se, invertendo a manobra
, usar a extração de uma praça de máquinas para criar uma depressão em determina
do convés, usando uma abertura para a atmosfera, uma ventilação funcionando, e a
rrastar para essa praça esses gases. Isso não deve ser feito após um incêndio cl
asse “B”, pois pode arrastar os gases explosivos para uma praça ainda guarnecida
e com equipamentos funcionando, com a presença de pontos quentes. No caso de na
vios com a praça guarnecida, a extração de fumaça, por esse último método pode c
olocar em risco a vida do pessoal no local ou mesmo impedir a operação dos equip
amentos devido à perda da visibilidade. As fainas de remoção de fumaça devem tro
car pelo menos 95% do ar contaminado. Isso vai ser obtido após a realização de q
uatro trocas desse ar contaminado por ar fresco, o que pode ser conseguido após
cerca de 15 minutos de ventilação forçada usando ventilação positiva. Os planos
dos sistemas de ventilação do navio devem ser consultados para o planejamento de
ssas fainas e o cálculo de tempo necessário para as mesmas. As fainas de remoção
de fumaça (e de remoção ativa de fumaça) devem levar em conta os seguintes aspe
ctos: • • o primeiro objetivo deve ser sempre a extinção do fogo; quando um incê
ndio classe “B” tiver sido extinto, gases combustíveis podem estar presentes. A
centelha produzida por interruptores, disjuntores e controladores pode facilment
e inflamar esses gases;
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• •
disjuntores que tiverem desarmado ou que foram desarmados devem ser mantidos nes
sa posição até que os sistemas em que atuam, possam ser verificados; os sistemas
de ventilação deverão ser inteiramente inspecionados para averiguação de sua in
tegridade mecânica e elétrica e para certificar-se de que estão livres de fogo,
ou material fundido, antes de serem reutilizados;
• • •
a remoção de fumaça deve ser efetuada com grande precaução devido à possibilidad
e da presença de gases explosivos; no caso do navio ter sofrido avarias por impa
cto acima da linha d’água, tais aberturas podem ser utilizadas para a remoção da
fumaça; os métodos de remoção de fumaça devem ser escolhidos levando-se em cons
ideração que é importante manter o controle da fumaça, ou seja, conhecer para on
de a mesma estará indo e os riscos impostos;
• • –
quando necessário, o rumo do navio deve ser alterado para melhorar o vento relat
ivo, a fim de favorecer a faina e ninguém deverá adentrar os limites da fumaça s
em proteção respiratória até que a área tenha sido liberada, após teste de atmos
fera. Teste de Atmosfera
A remoção de fumaça contaminada deve terminar antes do teste de atmosfera. O exp
losímetro não é confiável quando exposto à umidade excessiva ou grande quantidad
e de partículas em suspensão produzidas no incêndio e requer oxigênio suficiente
para funcionar corretamente. O oxímetro, aparelho de teste de O2, utiliza senso
res que são particularmente sensíveis à sujeira e à umidade. Se alguma tentativa
for feita, para determinar o percentual de oxigênio contido na fumaça de um com
partimento, o sensor se tornará permanentemente inoperante. Portanto, a remoção
de fumaça será feita sem o conhecimento da situação dos gases explosivos no comp
artimento. Quando o compartimento estiver ventilado, ou livre de fumaça, deve se
r parada a remoção da fumaça e conduzidos os testes de oxigênio, de gases combus
tíveis e de gases tóxicos, nesta seqüência. Os gases explosivos devem ter sua co
ncentração pelo menos 10% abaixo do seu limite mínimo para a explosão e todos os
gases tóxicos devem ter concentração abaixo dos valores máximos suportáveis, an
tes do compartimento ser declarado seguro para a entrada de pessoal sem máscaras
de combate a incêndio. No caso de utilização de lâmpada de segurança, o teste d
e gases explosivos deve ser realizado antes do teste de O2.
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A bordo, o pessoal componente dos Reparos de CAV deve ter conhecimento sobre a c
ondução desses testes, mas o pessoal obrigatoriamente qualificado deve ser o seg
uinte: • • • • encarregado do CAV; fiel de CAV do navio ou de serviço; líderes d
os reparos e investigadores.
Esse pessoal deve ser adestrado constantemente, assim como o respectivo material
deve ser corretamente mantido, em virtude dos riscos à vida humana envolvidos.
Após um incêndio, devem ser realizados testes com o Detetor de Gases Tóxicos Dra
ger ou similar para os seguintes gases: • • • • • • • no piso. TABELA DOS VALORE
S MÁXIMOS ADMISSÍVEIS PARA GASES GÁS VALOR MÁXIMO ADMISSÍVEL MONÓXIDO DE CARBONO
DIÓXIDO DE CARBONO HIDROCARBONETOS GÁS CLORÍDRICO GÁS CIANÍDRICO GÁS FLUORÍDRIC
O GÁS SULFÍDRICO 50 ppm 0,5 % vol. 100 ppm 5 ppm 8 ppm 25 ppm 10 ppm monóxido de
carbono; dióxido (ou bióxido) de carbono; hidrocarbonetos; gás clorídrico (gera
lmente subproduto da queima de isolamento de cabos elétricos); gás cianídrico (g
eralmente subproduto da queima de isolamentos térmicos); gás fluorídrico (result
ante da decomposição do Halon em contato com o calor) e gás sulfídrico.
Os testes devem ser conduzidos no centro e nos quatro cantos do compartimento, n
o alto e
Na impossibilidade de realização deste teste, ou quando alguns tipos de gases nã
o puderem ser testados, deve ser mantida a ventilação do compartimento por mais
quinze minutos. O Comando deverá ser informado dessa limitação e dos riscos da e
xistência de gases tóxicos no compartimento sinistrado.
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Após as etapas de remoção da fumaça e esgoto terem terminado o compartimento dev
e ter sua atmosfera testada, ou seja, os testes de oxigênio, gases explosivos e
gases tóxicos devem ser realizados. Se o resultado for positivo quanto ao oxigên
io e negativo quanto aos gases, o compartimento pode ser considerado ventilado.
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Capítulo 11
INSTALAÇÕES DE TERRA
11.1 - INTRODUÇÃO Uma construção com segurança contra incêndio começa no projeto
, onde devem ser analisadas as alturas dos prédios, áreas sem subdivisões, saída
s, tipos de materiais de construção e das partes estruturais. Um prédio apresent
a sérios riscos para o combate a incêndio, quando a sua altura excede a máxima a
tingida pelas escadas mecânicas do Corpo de Bombeiros, ou seja, acima do 14o ou
15o andares. Também por não se poder prever qualquer uso excessivo de material c
ombustível no seu interior. As regras existentes para a construção civil estabel
ecem normas para cada tipo de edificação, que deve atender a requisitos em funçã
o de sua atividade. Por exemplo, instalações destinadas à guarda de material exp
losivo, como um paiol de munição, terão regras rígidas que reduzam a probabilida
de de que ocorram acidentes (iluminação, material e espessura das paredes, exigê
ncia de que a edificação seja total ou parcialmente enterrada, distância de outr
as edificações, etc.). Prevêem, até mesmo, que, na ocorrência de um incêndio ou
explosão, os gases e chamas são direcionados para o alto, preservando as constru
ções vizinhas. 11.2 - O “EFEITO DE CHAMINÉ” Poços de elevadores, vãos de escadas
e dutos de ar condicionado, constituem os maiores riscos de alastramento ou pro
pagação de incêndio por convecção, formando assim o chamado “efeito de chaminé”.
No projeto de construção do prédio, o “efeito de chaminé” deve ser evitado das
seguintes formas: • as escadas devem ser embutidas em verdadeiras caixas de conc
reto e isoladas das demais partes do prédio por portas corta-fogo, as quais deve
m ser mantidas fechadas por meio de fortes molas; • • os elevadores devem ser si
tuados em vãos próprios de alvenaria ou concreto armado, cujas portas sejam cons
truídas de material resistente ao fogo e os dutos de ar condicionado devem ser p
rovidos de comportas metálicas, acionadas por um fusível, em caso de aumento de
temperatura.

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11.3 - O PRÉDIO E SUAS PRINCIPAIS DEFICIÊNCIAS - Paredes Externas Um incêndio pr
ogride em menos de uma hora, de um piso para outro, devido aos inúmeros materiai
s combustíveis encontrados. Os prédios dotados de paredes externas de alvenaria
apresentam características bem melhores para evitar a propagação de incêndios. -
Eletricidade Existem vários elementos causadores de sobrecarga em circuitos elé
tricos, que aquecem cabos e condutores, resultando em perigos diretos de incêndi
o. O mais comum é a sobrecarga causada pela ligação em série de várias unidades
individuais de ar condicionados. Essas ligações, na maioria das vezes, são efetu
adas sem nenhum controle e por pessoal inabilitado. - Lixeira A lixeira é um foc
o de princípio de incêndio, por se tratar de uma área onde existe possibilidade
de ignição de papel por pontas de cigarro ou fósforos mal apagados. Em um edifíc
io, o duto da lixeira pode permitir o "efeito chaminé".
11.4 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO
- Chuveiros Automáticos São os mecanismos mais eficientes de proteção nas áreas
de grande risco de incêndio, em prédios com concentração humana. - Hidrantes Um
sistema de hidrantes de 1½” deve ser instalado em todos os pavimentos do prédio,
completando o sistema de chuveiros automáticos. - Extintores Constituem o meio
mais eficiente de se dominar um incêndio logo no seu princípio. A sua distribuiç
ão deverá ser feita em função do fácil acesso, em caso de necessidade. - Detecto
res de Fumaça Permitem a detecção do incêndio, logo em seu princípio, quando a t
emperatura ainda não é elevada. Mesmo a pouca fumaça de um princípio de combustã
o pode acionar o equipamento.

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11.5 - TREINAMENTO E SUPERVISÃO Todos os dispositivos e equipamentos de proteção
contra incêndio de nada adiantarão se não houver um perfeito sistema de supervi
são acompanhado de um programa de treinamento. Nas grandes edificações, o ideal
é que haja ao menos dois líderes de incêndio, pessoas capacitadas a orientar a e
vacuação, por andar. Recomenda-se, ainda, a realização de exercícios de evacuaçã
o de edifícios a cada seis meses.

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