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Ecologia e Cosmologia147
Ecologia e Cosmologia147
Edna Castro
Florence Pnton
(organizadoras)
Par
So Paulo
UFPA/NAEA 1997
ECOLOGIA E COSMOLOGIA
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quanto os dos Makuna. A forma visvel dos animais nada mais , com
efeito, do que um disfarce. Quando retomam s suas casas, para se
despojar de sua aparncia, revestir-se com adornos de plumas e
ornamentos cerimoniais e voltar a ser, de maneira ostensiva, as 'pessoas'
que no tinham deixado de ser quando flutuavam nos rios ou revolviam a
floresta.
Cosmologias anlogas foram descritas em grande nmero para as
regies florestais das terras baixas da Amrica do Sul. Apesar das
diferenas que manifestam em sua organizao intema, todas estas
cosmologias tm como caracterstica comum o fato de no fazerem
distines ontolgicas absolutas entre os humanos, de um lado, e um
grande nmero de espcies animais e vegetais, de outro. As entidades que
povoam o mundo, em sua maior parte, so ligadas umas s outras em um
vasto pomimmm animado por pHnelpios unitrios e governado por um
dntieo regime de soeiabildade, Alm disso, m caracteHitleaa atribudas
a estas entidades dependem menos de uma definio prvia de sua essncia
do que de posies relativas que ocupam umas em relao s outras, em
funo das exigncias de seu metabolismo e, sobretudo, de seu regime
alimentar. A identidade dos humanos, vivos e mortos, das plantas, dos
animais e dos espritos completamente relacional e, portanto, sujeita a
mutaes ou a metamorfoses de acordo com o ponto de vista adotado,
posto que cada espcie deve perceber as outras espcies de acordo com
seus critrios e necessidades prprias. Este hiper-relativismo perceptivo d
s cosmologias amaznicas um carter decididamente antropocntrico, na
medida em que a viso da humanidade sobre o mundo no a de uma
espcie dominante, que subordina todas as outras sua prpria
reproduo, mas antes a que poderia ser prpria de uma espcie de
ecossistema transcendental, que teria conscincia da totalidade das
interaes em seu interior.
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'^Ver Lfl pense sauvage. Paris, Plon, 1962 e sobretudo Le totmisme aujourd'hui.
Paris, Presses Universitaires de France, 1962.
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