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Publicado em http://www.cultura.gov.

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lei-de-direitos-autorais/

17 de agosto de 2010

Direito Autoral
Universidade de Brasília realiza seminário e debate a revisão da lei brasileira

O III Seminário DDP de Pesquisa e Inovação (P&I), promovido pela


Universidade de Brasília (UnB), debateu na manhã desta terça-feira, 17 de
agosto, questões relacionadas à Propriedade Intelectual e Direitos Autorais
na era da Internet. Rafael Pereira Oliveira, representante da Diretoria de
Direitos Intelectuais da Secretaria de Políticas Culturais do Ministério da
Cultura, apresentou o anteprojeto de lei que propõe revisão ao Direito
Autoral brasileiro.

“O direito autoral não é um direito absoluto, ele está sujeito a certas


limitações”, afirmou Rafael ao explicar que essas retrições acontecem pelo
fato de o direito privado não poder impedir ou criar dificuldades para que a
população tenha acesso à cultura, à educação, à informação e ao
conhecimento.

Nesse sentido, a modernização da Lei 9610/98 propõe o equilíbrio entre


criadores, investidores e usuários de obras protegidas. Para Rafael “a lei deve
estabelecer mecanismos que permitam que esses direitos não se tornem
impeditivos do acesso à cultura e ao livre fluxo de ideias na sociedade.”

De 34 países, a lei brasileira ocupa o 27º colocação no ranking de nações que


facilitam o acesso ao conhecimento. No âmbito das limitações impede, por
exemplo, que bibliotecas, arquivos e museus possam fazer cópias de
segurança de obras que estejam se deteriorando, assim como não permite a
cópia integral para uso privado sem intuito de lucro.
Além da proposta de harmonização entre os direitos dos vários atores
envolvidos no Direito Autoral, o anteprojeto prevê o preenchimento de
lacunas juridiscionais no que diz respeito as tecnologias digitais e Internet.
Rafael Oliveira afirmou que o marco civil da Internet já está em discussão no
governo brasileiro. A intenção é criar regras de responsabilidade civil para
provedores e usuários e estabelecer medidas para preservar a liberdade de
expressão, privacidade e garantir o bom funcionamento da rede.

O professor Philippe Gaudrat, da Universidade de Ciências Jurídicas e Sociais


de Poitiers da França, falou sobre o sistema francês de proteção intelectual e
explanou sobre os direitos autorais na era da Internet. O professor se declarou
“contra o monopólio dos investidores” e defendeu a proteção de conteúdo e
suporte de arquivos de informações. Gaudrat acredita que discussão sobre
direito autorais é complexa e não se limita a olhar apenas a digitalização de
informações, mas sim na globalização mediada nos últimos anos pelo
constante avanço tecnológico.

Luís Afonso Bermúdez, diretor do Centro de Apoio e Desenvolvimento


Tecnológico da UnB falou da política de propriedade intelectual desenvolvida
na universidade e o papel do CDT.

O anteprojeto de lei que propõe a revisão no Direito Autoral continua em


consulta pública até 31 de agosto. Para sugestões e contribuições acesse:
www.cultura.gov.br/consultadireitoautoral.

(Sheila Rezende, Comunicação Social/MinC)

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