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Sob mediação da Prof. Dra. Patrícia de Oliveira Areas, o painel iniciou-se com
a Prof. Dra. Maria Victória Rocha numa fala a respeito da prospecção de texto e
dados na diretiva sobre o direito de autor e os direitos conexos no mercado digital.
Essa prospecção é fundamental para o desenvolvimento da inteligência artificial,
contudo durante esse processo de extração de dados nem todo material usado é de
acesso livre, pois podem haver materiais protegidos por direitos de autor ou
conexos, sendo então necessário implementar uma limitação para que a prospecção
seja lícita. Ressalta que as exceções e limitações existentes no cenário atual,
sobretudo na União Europeia e nos Estados Unidos, são taxativos e insuficientes.
Urge a garantia do equilibro entre titulares de direitos e o interesse geral de livre
acesso à cultura e à educação.
A Prof.ª também mencionou a “Regra dos Três Passos”: três requisitos para
que a criação intelectual seja protegida pelo direito autoral - a utilização desta regra
apenas em casos especiais, sem prejuízo a exploração comercial da obra e sem
ferir os interesses do autor-, visando assim a manutenção do referido equilíbrio entre
os diferentes interesses públicos e privados. A Prof.ª concluiu destacando a
necessidade da Diretiva ir mais longe, pois ainda deixa inúmeras questões em
aberto.
O Prof. Dr. Marcos Wachowicz deu sequência à mesa com o tema “direito
autoral e usos livres”, com enfoque no usuário e nas situações em que ele pode ou
não utilizar livremente uma obra protegida pelo direito autoral. Ressaltou a
importância do equilíbrio que busca trazer os limites e exceções, mas que este
equilibro foi descompensado com as novas tecnologias. No Brasil não há a regra
dos 3 passos, temos duas correntes que interpretam de formas distintas o art. 46 da
Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98, fazendo com que o país tenha uma das
legislações mais restritivas de acesso do mundo no que tange ao tema.