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A segunda corrente indicada por George é a corrente utilitária que segundo o autor
procura reunir elementos de conhecimento do mundo para facilitar diferentes operações,
derivando daí as chamadas: geografia econômica, geografia militar e a geopolítica, que
serviram amplamente à expansão européia aplicando-se a geografia colonial.
Assim o autor sustenta a afirmação que desde o inicio da geografia há uma dualidade
entre a geografia científica, produzida com o mero intuito explicativo que se defende do
compromisso utilitário e uma geografia prática posta a serviço da posse do território.
O primeiro ponto que Pierre George indica como elementar para a prática do geógrafo é
o fato do geógrafo ter que se isentar do trabalho com as disciplinas de análise, já que a
síntese é atividade do geógrafo que deve ser capaz de revelar uma concepção global,
sintética dos problemas e, portanto aqueles que caminham para uma grande
especialização perdem sua identidade de geógrafo, passando por uma mutação
profissional.
Os demais elementos indicados pelo autor pretendendo definir as competências do
geógrafo ativo demarcam as preocupações inerentes ao mundo a partir da segunda
metade do século XX, onde o geógrafo tem como papel principal no trabalho de
planejamento do espaço urbano, buscando em conjunto com a economia as demais
ciências sociais elaborar o diagnóstico sobre as grandes questões que se imprimem na
dinâmica do espaço geográfico.
Assim vemos nesta primeira parte da obra de Pierre George marcas profundas que o
caracterizam em um processo de transição entre a dita Geografia Tradicional e a
Geografia Crítica, pois se verifica o objetivo declarado de romper com a Geografia
Tradicional mas ao mesmo tempo nota-se ainda a presença de elementos desta como a
tradição francesa do estudo regional, de maneira que ao definir a geografia como ciência
de síntese aponta que a síntese da geografia é o método regional.
Em seu esforço por definir o trabalho especifico do geógrafo indica várias vezes a sua
função de ser homem de síntese, onde este cuida do todo e os outros cuidam das partes,
provocando uma cisão entre síntese e análise, onde o todo está na soma das partes,
contribuindo para uma visão fragmentada da geografia, desdobrando-se na estrutura N-
H-E (natureza – homem – economia).