Você está na página 1de 11

O TRABALHO DE CAMPO NA GEOGRAFIA: O SISTEMA DE OBJETOS E

SISTEMA DE AÇÕES NA COMPREENSÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

Leandro Paiva do Monte Rodrigues


PPGe-UFRN/ Prof. de Geografia da UEPB/CH
AGB-João Pessoa
paivagba@hotmail.com

INTRODUÇÃO: O TRABALHO DE CAMPO NA GEOGRAFIA, PERCURSOS DA


JORNADA.

O trabalho de campo na Geografia tem historicamente sido considerado uma


ferramenta fundamental para o desenvolvimento desta ciência, por muito tempo foi
elemento primordial do método Geográfico, passando a ser o próprio método, como
demonstra Alentejano; Rocha Leão (2006) quando a Geografia enviesa por um caminho
apoiado no empirismo, neste momento a realidade (aparente) é a principal forma de
explicação geográfica, este período a Geografia assume a ideia de ciência de síntese,
como demonstra George (1978).
Nessa perspectiva de Ciência de síntese o Geógrafo tinha que ter um
conhecimento enciclopédico, ou seja, conhecer diversas ciências e suas metodologias
para fazer a síntese geográfica apoiada na observação das paisagens, o período que
compreende a chamada geografia clássica, os estudos regionais eram os principais
resultados das pesquisas em Geografia, não podia ser diferente, visto que o principal
elemento do método era a empiria.
Com o advento da chamada Geografia Quantitativa (segunda metade do século
XX) o espaço torna-se um conceito-chave, os conceito de paisagem e região já não eram
mais evidenciados como antes na geografia clássica. O entendimento do espaço é
baseado sob duas formas, de planície isotrópica e a matricial, baseados num método
racionalista hipotético-dedutivo, neste momento há uma clara determinação por parte de
muitos geógrafos de tornar “científica” a Geografia, afastando do caráter empírico,
baseados na observação da paisagem, para isso, houve uma valorização de elementos
matemáticos. Desta forma o trabalho de campo foi secundarizado das pesquisas
científicas dos geógrafos quantitativos (ALENTEJANO; ROCHA LEÃO, 2006), tendo
só importância no ensino de Geografia, na formação como demonstra Cavalcanti
(2011).
O movimento crítico que surge contra a Geografia quantitativa apoiados em
teorias Marxistas, no materialismo-histórico, que denunciavam a falta de engajamento
político por parte de muitos geógrafos, tornando a ciência num prolongamento do
Estado, logo sendo débil na interpretação da realidade. Esse movimento crítico,
secundariza a importância do trabalho de campo, houve uma negação dos métodos e dos
conhecimentos produzidos na Geografia Clássica-Tradicional e na Geografia
Quantitativa, tendo maior relevância a interpretação da realidade a partir das teorias de
crítica ao capitalismo.
Ainda como crítica a Geografia Quantitativa surgiu o movimento da Geografia
Humanística, apoiados no método fenomenológicos, que buscavam de descrever a
experiência humana do espaço, considerando o mundo vivido como o substrato latente
da experiência (SANTOS, 2011). Na Geografia humanística há um retorno aos
geógrafos clássicos regionais, em seus estudos sobre o gênero de vida, tentando os
humanistas explicar os homens em sua região cultural. Nesta corrente de pensamento
houve a valorização do trabalho de campo, uma vez que era necessário conhecer a
população de uma determinada região, compreender sua percepção da paisagem, o
comportamento da pessoa em relação ao meio ambiente (SANTOS 2011).
Deste modo, pode-se observar que no percorrer da história do desenvolvimento
da Ciência Geográfica, a questão do trabalho de campo tem momentos de valorização.
Na atualidade o trabalho de campo volta a ser uma ferramenta importante para a análise,
mesmo com a inserção das tecnologias do Sistema de Informação Geográfica. O
trabalho de campo é uma ferramenta que integra os aportes metodológicos das mais
diversas áreas de pesquisa na geografia.
Um elemento fundamental para o desenvolvimento da Geografia, por
conseguinte semelhança em importância para o trabalho de campo não é tão debatido,
ou seja, o objeto de estudo da Geografia, em nossa concepção o espaço geográfico. Esta
comunicação objetiva compreender a importância do trabalho de campo a partir da
propositura de Milton Santos (2009[1996]) na compreensão dos sistemas de objetos e
sistemas de ações enquanto conjunto que formam o espaço, valorizando a materialidade
dos objetos geográficos, bem como as ações/intenções dispostos nesses.
Quanto os procedimentos metodológicos, o trabalho tem um caráter de pesquisa
bibliográfica, partimos das leituras de algumas obras de Milton Santos (1978, 1985,
1996) na compreensão dos elementos do espaço, das categorias analíticas do espaço
geográfico, a valorização das formas para o estudo na Geografia e a sua compreensão de
sistema de objetos e sistema de ações.
Esse esforço de análise sobre o trabalho de campo vem do entendimento deste
procedimento metodológico como ferramenta constituinte da ciência geográfico, vem da
necessidade de estabelecimento de marcos analítico (teóricos-conceituais) que possam
ajudar os estudantes, principalmente os alunos da graduação a desenvolverem um “olhar
geográfico” para os objetos que estão dispostos no espaço geográfico e como estão
disposto conforme assinala Gomes (2013).
O desenvolvimento deste trabalho é parte de um esforço maior que estamos
desenvolvendo junto ao Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, assim pode-se afirmar que as ideias aqui
dispostas estão num amadurecimento teórico-metodológico.

O TRABALHO DE CAMPO EM GEOGRAFIA: ENTRE OBJETOS E AÇÕES

O trabalho de campo enquanto um procedimento metodológico, não encerra suas


possibilidades apenas na Geografia, diversas ciências tem como elemento estruturante
na pesquisa o trabalho de campo, a exemplo do demonstrado por Marconi; Lakatos
(2010) quando tratam do método etnográfico, as autoras vão ressaltar a importância das
técnicas de observações para a construção do trabalho científico, para eles a observação
“é uma técnica de coleta de dados, para conseguir informações e utiliza os sentidos na
obtenção de determinadas aspectos da realidade” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p.
173), essa obtenção da realidade se dá através do trabalho de campo.
As autoras não restringem as diversas técnicas que podem ser utilizadas na
pesquisa no momento do trabalho de campo, questionários, entrevistas dentre outros
elementos são técnicas possíveis através do trabalho de campo, assim, observa-se que o
trabalho de campo é o momento em que o pesquisador buscar entender o problema de
uma dada realidade, para tanto é necessário que o pesquisador visite ao local. Para
Silveira; Córdova (2009) a pesquisa de campo possibilita a coleta de dados a parti de
diferentes tipos de pesquisa, tais como, a pesquisa ex-post-facto, pesquisa-ação,
pesquisa participante.
Evidencia-se assim, que o trabalho de campo é um instrumento valioso para
pesquisa nas diferentes áreas da ciência, mas qual a importância do trabalho de campo
para a Geografia? O que se deve apreender na pesquisa de campo em Geografia? Para
buscar as soluções das perguntas faz-se necessário ter a clareza do o objeto de estudo da
geografia, pois só assim o pesquisador poderá trilhar um caminho metodológico
coerente, e de fato tornar importante o trabalho de campo para a composição de sua
pesquisa.
Para Santos (2008 [1978]; 2009 [1996]) o objeto de estudo da geografia é o
espaço, o espaço geográfico, considerado por ele como “como um conjunto
indissociável, solidário e também contraditório, de um sistema de objetos e sistemas de
ações” (SANTOS, 2009 [1996], p. 61), essa definição de espaço possibilita um
entendimento sobre a proposta do autor em seus estudos epistemológicos/ ontológicos
em Geografia, na busca de entender o objeto da ciência, não a ciência em si como era
feito.
Quando trata de sistema de objetos, Santos (2009 [1996], p.73) refere-se sobre
tudo “que existe na superfície da terra, toda herança da história natural e todo resultado
da ação humana que se objetivou”, assim chama a atenção para as materialidades
presentes no espaço, considerando que estas são elementos importantes para a
compreensão do espaço geográfico, logo, para compreender uma determinada sociedade
é imprescindível à análise das materialidades, o físico-natural e humanizado, não como
dois elementos distintos, mas como uma totalidade, ou melhor, uma totalização em
curso.
Mas, para o entendimento dos objetos faz-se necessário se ater a algumas
considerações feitas por Moles (1971 apud SANTOS, 2009 [1996]) a respeito da
complexidade do objeto, que segundo este autor aparece em dois níveis, a complexidade
funcional e a complexidade estrutural, compreendendo que os objetos devem ser
considerados como sistemas e não apenas como elemento único.
Quando trata da complexidade funcional, um objeto está relacionado com um
conjunto de funções que podem ser combinada no seu uso, já quando trata da
complexidade estrutural é o modo como o objeto se relaciona com a diversidade dos
seus elementos que o formam, não há diferença entre a complexidade estrutural e
informação, sobre isso, explica Santos (2009 [1996], p. 69):

A capacidade estrutural de um objeto é sua informação porque é a


forma como pode comunicar-se com outro objeto, ou servir a uma
pessoa ou empresa ou instituição tanto aquela que trabalha
diretamente sobre ele, quanto, igualmente, a que, mesmo longe, tem
comando sobre operações econômicas e sociais locais. Quanto mais
estruturalmente complexo é um objeto, mais eficaz e rapidamente
oferece uma resposta adequada. No meio geográfico é também assim.

Deste modo, para melhor compreensão, exemplifiquemos com entendimento da


cidade e campo enquanto forma, e estas formas sendo objetos, contendo uma gama de
complexidade funcional, que no caso do campo podem ser diversas, desde uma simples
plantação de milho (produção agrícola) a elaboração experimental de novas sementes
modificadas geneticamente (desenvolvimento da ciência). Já quando observamos a sua
complexidade estrutural, o campo já está mais retido, uma vez que este não tem a
capacidade (sejam por fatores naturais ou técnicos) de comunicar-se com outros objetos,
em virtude de sua complexidade estrutural ainda não ser tão densa, principalmente
quando se pensa sobre a ótica da agricultura familiar tradicional, com a característica de
baixa densidade técnica, um baixo sistema de infraestrutura (característica muito
presente na agricultura familiar brasileira).
Para pensar a complexidade dos objetos faz-se necessário pensar os objetos em
sistemas, a compreensão da utilidade no passado, no presente ou futuro, vem
propriamente do entendimento do seu uso combinado pelas gerações dos grupos
humanos que a herdaram e o modificam, desta maneira o objeto poderá ser simbólico
conforme demonstra Corrêa (2007, p. 8-9) quando trata de formas simbólicos “tornam-
se formas simbólicas espaciais quando constituídas por fixos e fluxos, isto é, por
localizações e itinerários, apresentando, portanto, os atributos primeiros da
espacialidade”
As formas tem seu caráter simbólico, mas em geral também é funcional, assim,
para Santos (2009 [1996], p. 72) “a partir do reconhecimento dos objetos na paisagem, e
no espaço, somos alertados para as relações que existem entre os lugares”, desta forma
caberia aos pesquisadores quando em trabalho de campo se atentar a constituição dos
objetos, das formas que determinado sociedade construiu.
Numa análise geográfica deve-se considerar os objetos que estão presentes no
espaço, com uma atenção para suas funções e estrutura, observando qual é a sua ação, o
seu propósito. Outro elemento do par indissociável que compõe o espaço é o sistema de
ações, que é constituída por propósitos, que são resultados de necessidades, naturais ou
criadas, para Santos (2009 [1996], p.82):

Essas necessidades: materiais, imateriais, econômicas, sociais,


culturais, morais, efetivas, é que conduzem os homens agir e levam a
funções. Essas funções, de uma forma ou de outra, vão desembocar
nos objetos. Realizada através de formas sociais, elas próprias
conduzem à criação e ao uso de objetos, formas geográficas.

Pode-se então afirmar que há uma relação dialética entre sistema de objetos e
sistema de ações, por isso que é uma relação indissociável, deste modo, as ações podem
mudar os objetos, seja no aspecto da forma ou da função, bem como os objetos
modificam, ou alteraram o sentido da ação (não que vá mudar o propósito).
Um exemplo dessa relação é o campo, de maneira geral, para alguns tem uma
forma julgada como atrasada, sem rodovias asfaltadas de acesso, um espaço meramente
de produção agrícola, por exemplo, mas uma ação direcionada a esse espaço faz com
que sua função se altere, não só mais é considerada a produção agrícola, novas ações
tornam-na um espaço de veraneio, de turistificação, de um novo modo de viver
diferente das populações tradicionais como demonstra Locatel (2013) e essa ação traz
inevitavelmente a mudanças nos objetos que já estavam presente e a constituição de
novos, pois as ações os exigem.
O espaço geográfico como conjuntos de sistemas de objetos indissociáveis de
conjuntos de sistemas de ações, contém dois elementos com estofo epistemológico: a
técnica e a norma. É possível, a partir deste dois conceitos estabelecer práticas
metodológicas para uma melhor análise do espaço, bem como balizar os recortes
teóricos para uma proposta de análise (SANTOS, 2009 [1996]; ANTAS JR, 2003).
Segundo Santos (2009 [1996]), os objetos são artificiais ou humanizados, são
constituídos pela técnica ou apropriados por ela. A norma também está nos objetos
técnicos. As ações são inequivocamente humanas, supõe a existência de um ou mais
agentes imbuídos de finalidade. As ações só se realizam por meio da técnica e da
norma, sobretudo atualmente, quando as “ações se tornaram sobremaneira complexas e
estão divididas em uma grande quantidade de etapas realizadas por objetos técnicos
e definidas igualmente por um detalhado ordenamento de normas” (ANTAS JR.
2003, p. 80)
Milton Santos chama atenção para a compreensão que não se pode falar em uma
técnica isolada e que funcione isoladamente, pois a noção de sistemas é inseparável da
ideia de técnica. Assim quando se refere que a vida da técnica é sistêmica e a sua
evolução também, Santos (2009 [1996], p.176) afirma que os “conjuntos técnicos
aparecem em um dado momento, mantêm-se como hegemônicos durante um certo
período, constituindo a base material da vida da sociedade, até que outro sistema técnico
tome o lugar”.
O momento de mudanças no território pode ser interpretado com a noção de
evento, que possibilita o entendimento espaço-temporal, que para Santos (2009, p. 95) é
“o resultado de um feixe de vetores, conduzidos por um processo, levando uma nova
função ao meio preexistente. Mas o evento só é identificável quando ele é percebido,
isto é, quando se perfaz e se completa”. Desta forma os acontecimentos que de fato se
materializaram que modificam o espaço, pode-se considerar como um evento. E quando
trata-se de trabalho de campo, essa conceito torna-se importante, uma vez que imputa
no pesquisador a necessidade do conhecimento histórico dos processos que ocorreram
no lugar de estudo como já demonstra Alentejano; Rocha Leão (2006)
Os eventos podem também ocorrer dentro de um mesmo período técnico,
proporcionando mudanças no território, sem de fato alterar a técnica predominante, um
exemplo pode-se citar a mudança na lei nº 12.651/ 2012, o Código Florestal Brasileiro,
através de uma norma proporciona uma séries de mudanças espaciais, mas o sistema
técnico predominante não é tão alterado.
Assim falar de evento na geografia, perfaz em período de mudanças no
território, essas mudanças estão estritamente ligadas à técnica e as normas. Quando
falamos de técnica não estamos restringindo a técnica – máquina, ou algo materializado
(sólido), mas no entendimento de Ellul (1968, p. 2):
a técnica assume hoje em dia a totalidade das atividades do homem, e
não apenas sua atividade produtora. De outro ponto de vista, porém, a
máquina continua a ser extremamente sintomática, porque fornece o
tipo ideal da aplicação técnica.

O estudo do espaço na Geografia considera os sistemas de objetos e sistemas de


ações, para Santos (2009 [1996], p .53) o estudo do tempo na geografia tem que ser
unificado ao espaço, assim para o autor “se queremos unificar tempo e espaço, se
pretendemos que possam ser mutuamente includentes, o tempo deve ser também
empiricizado”. Para o autor essa empiricização pode ser realizada pela técnica.

As técnicas são datadas e incluem tempo, qualitativamente e


quantitativamente. As técnicas são medida do tempo: o tempo do
processo direto de trabalho, o tempo da circulação, o tempo da divisão
territorial do trabalho e o tempo de cooperação. (SANTOS, 2009, p.
54).

A ideia de empiricização do tempo pela técnica desenvolvida na obra por Santos


(2009 [1996]) possibilita discutir o espaço (as materialidades no espaço) a parti de um
período histórico, não considerando só o tempo cronológico (as sucessões), mas
também o tempo das coexistências, assim afirma Santos (2009 [1996], p.57):
A materialidade artificial pode ser datada, exatamente, por intermédio
das técnicas: técnicas da produção, do transporte, da comunicação, do
dinheiro, do controle, da política e, também técnicas da sociabilidade
e da subjetividade. As técnicas são um fenômeno histórico. Por isso, é
possível identificar o momento da sua origem. [...] Há uma idade
científica das técnicas, a data em que, um laboratório elas são
concebida. Mas isso pode ter apenas importância para a história da
ciência. E, ao lado dessa idade científica, há uma idade propriamente
histórica, a data em que, na história concreta, essa técnica se incorpora
à vida de uma sociedade. [...] Esta somente existe quando utilizada.

Cabe assim ao geógrafo o estudo do espaço de uma maneira que tente


compreender a totalização em curso, ou seja, apreender todos os processos que estão
presentes nos fenômenos estudados, não compreendendo de maneira particionada, mas
de forma integralizada, pondo por fim as dicotomias construídas no desenvolvimento
da geografia.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

O presente trabalho tentou enveredar a importância do trabalho de campo a


partir do objeto de estudo da Geografia, o espaço geográfico, a partir da consideração de
Milton Santos, compreendendo como um indissociável sistema de objetos e sistema de
ações, desta feita, percorremos esse caminho por entender que para o desenvolvimento
da ciência cabe as pesquisadores, e aos estudantes principalmente a plena certeza do
objeto da ciência, pois assim poderão estudar os mais diversos temas sem perder a
consistência científica.
Outro fato que nos levou a enveredar a este caminho é que a abordagem sobre o
trabalho de campo em geografia na maior parte das vezes foi tratada a parti da
importância da pesquisa de campo para a geografia, não desconsideramos esta
abordagem, mas notamos que muitos não têm uma segurança de afirmar o que de fato
estuda a geografia, assim, o trabalho de campo quando não se tem este conhecimento
(do objeto) acaba por virar uma viagem de campo, uma vez que “tudo vira geografia”,
sem a devida articulação entre teorias-conceitos com a realidade (alguns entendem
prática).
Por fim cabe de fato aos pesquisadores, estudantes e a todos que enveredam nos
percursos da Geografia ter o entendimento do objeto de pesquisa da ciência, o que
proporcionará uma melhor visão e entendimento dos processos observados e estudados
em campo.

REFERÊNCIAS

ALENTEJANO, Paulo R. R.;ROCHA-LEÃO, Otávio M. Trabalho de campo: uma


ferramenta essencial para os geógrafos ou um instrumento banalizado? Boletim Paulista
De Geografia, São Paulo, nº 84, pp. 51-67, 2006.

ANTAS JR, Ricardo Mendes. A norma e a técnica como elementos constitutivos do


espaço geográfico: considerações sobre o ressurgimento do pluralismo jurídico. In:
SOUZA, M. A. de (Org.). Território Brasileiro: usos e abusos. Campinas, Edições
Territorial. 2003, cap. 4,pp. 77 – 92.

CAVALCANTI, Agostinho P. B. Fundamentos históricos metodológicos da pesquisa de


campo em Geografia. Geosul. Florianópolis, v. 26, n. 51, p 39-58, jan./jun. 2011.

CORRÊA, Roberto L. Formas simbólicas e espaço algumas considerações.


GEOgraphia. Rio de Janeiro, Ano IX, nº 17, pp. 7-18, 2007.

ELLUL, Jacques. A técnica e o desafio do século. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968.

GEORGE, Pierre. Os Métodos da Geografia. Rio de Janeiro: DIFEL, 1978.

GOMES, P. C. C. O Lugar do olhar - Elementos para uma geografia da visibilidade. Rio


de Janeiro: Bertrand Brasil: 2013.

LOCATEL, Celso D. Densidade e rarefação da urbanização no Rio Grande do Norte -


Brasil: o rural e o urbano como conteúdo do espaço In: ENCONTRO DE
GEÓGRAFOS LATINO AMERICANO, XIII, 2013. Lima/Peru. Anais.... Lima: s/d,
2013.

MARCONI, Marina de A.; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia


Científica. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
SANTOS, Clélio. Geografia e Fenomenologia: Algumas aproximações a partir da
Geografia Humanista e da Geografia das Representações. Revista Diálogos– Revista de
Estudos Culturais e da Contemporaneidade – UPE/Faceteg. Garanhuns/PE – nº 5, pp.
72-83, 2011.

SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4.ed. São Paulo:
Edusp, 2009 [1996], 384p.

SANTOS, Milton. A totalidade do diabo: como as formas geométricas difundem o


capital e mudam as estruturas sociais (1977). In.: _____ Economia espacial. 2ª Ed.
São Paulo: EDUSP, p. 187-204, 2003.

SANTOS, Milton. Por uma geografia nova: Da crítica da Geografia a uma Geografia
Crítica. São Paulo: EDUSP, 2008 [1978].

SILVEIRA, Denise T.; CÓRDOVA, Fernanda P. A pesquisa Científica. In:


GERHARDT, Tatiana E.; SILVEIRA, Denise T.(org). Métodos de pesquisa. Porto
Alegre: Editora da UFRGS, 2009, cap. 2, pp. 31-43.

Você também pode gostar