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ESTUDO DIRIGIDO

GEOGRAFIA PRAGMÁTICA

PROF. BENHUR PINÓS DA COSTA

NOME DO ALUNO(A): Laone Roberto dos Santos

1) Qual o contexto histórico de transição entre a Geografia tradicional e a nova Geografia ou


Geografia pragmática? Quais as alterações do modo de produção e do papel do Estado neste
contexto?
As mudanças começaram a ocorrer no período entre as guerras mundiais e tomaram forma
antes da década de 1960, inicialmente nos EUA e, pouco tempo depois, na Grã-Bretanha.
Surgiu uma nova linha de pensamento junto a necessidade de expansão do capital
monopolista, gerando uma transformação da base filosófica, onde se sobrepunha o
positivismo lógico, neopositivismo ao positivismo empírico. Também se alterou a forma
metodológica dos estudos tratados pelos geógrafos quando houve a substituição do método
indutivo pelo método dedutivo e utilização de instrumentos de análises e inferências
proporcionados pelo uso da matemática e estatística nos estudos geográficos, garantindo
assim a resolução e tratamento de processos importantes com um rigor científico e
metodológico muito maior.
Esse período de desenvolvimento do capitalismo, da industrialização e da modernização
nos processos agrícolas contribuiu ainda mais para mudar os paradigmas da Geografia,
levando o Estado a cumprir um papel de ordenador e regulamentador da vida econômica
através de planejamentos territoriais. Definiu espaços e, nesse planejamento, os traços
físicos regionais delimitavam as possibilidades de atividades econômicas.

2) Em termos de transição entre a Geografia tradicional e a Geografia pragmática, como


poderemos entender a transição entre o entendimento do “espaço como absoluto” e o
“espaço como relativo”?
Na Geografia tradicional, com sua concepção própria de localização, o espaço era tratado
como espaço absoluto porque sua posição era dada através de coordenadas geográficas que
não variam com o tempo. A partir das inovações tecnológicas, houve mudança na percepção
de espaço, que passaria a tratar da posição em relação a outras localidades e com outros
parâmetros. Este seria o espaço relativo, com localizações que variam com o espaço-tempo,
e que pode se definir através de noções como acessibilidade, condições de transporte,
distância, velocidade e outras relações informacionais no espaço geográfico.

3) A nova Geografia ou pragmática é determinada pela emergência do método indutivo ou


dedutivo? Quais seriam os atributos principais deste método e como ele se diferencia do
método estabelecido no período anterior da Geografia tradicional?
Emerge o método dedutivo na nova Geografia. Este método busca, através da observação
de fatos, chegar a uma conclusão partindo de uma análise geral para outra específica,
enquanto o método estabelecido na Geografia tradicional seria o método indutivo, que busca
uma conclusão através de um caso específico, generalizando-se até o caso geral. A
conclusão do indutivo pode ser ou não verdadeira, mas no dedutivo, a conclusão é tirada das
premissas na análise.

4) Por que na nova Geografia não é importante entender a região, mas sim o processo de
regionalização? Qual a diferença entre região e regionalização?
Porque, com as mudanças metodológicas e filosóficas ocorridas, o interesse no estudo
geográfico passou a ser um padrão espacial que os fenômenos apresentam sistematicamente,
e não mais por fatos isolados. Essa visão sistêmica permite compreender um processo, um
conjunto de diversas variáveis que se articulam organizando diferentes organizações
espaciais.
A diferença consiste em que a região corresponde a um espaço idealizado, uma área
observável com alguma característica geral essencial, enquanto que a regionalização
corresponde a divisão de um espaço geográfico através de critérios estabelecidos
previamente, estes sendo capazes de as delimitar.

5) Por que o pensamento científico da nova Geografia é entendido como “neopositivista” ou


“positivista lógico” e não “positivista”, como era na Geografia tradicional?
Esse pensamento aderiu a denominação de Positivismo Lógico ou Neopositivismo por
possuir uma forte atitude antimetafísica, anti-idealista. Foi adotada uma linguagem de forma
lógica que buscasse a clareza das propostas e resoluções, e incluíram-se também os métodos
matemáticos e estatísticos nas investigações, de forma a se alcançar um maior rigor
científico.

6) Qual o papel do projeto para as pesquisas em Geografia pragmática? Como ele se organiza?
No projeto escolhem-se critérios e escalas de análises, há uma coleta de dados e
informações sobre elementos de uma organização espacial e sua estrutura. Através dele,
pode-se compreender a fundo as relações de sistemas complexos de conjuntos como os da
organização espacial. O projeto se organiza de forma a verificar teorias através de um
método de forma quantitativa, gerando comprovações, resultados claros e lógicos
propiciados pela linguagem matemática.

7) Como é estabelecido o trabalho de campo na Geografia pragmática, diferente da Geografia


tradicional?
Diferentemente da Geografia tradicional, o trabalho de campo na nova Geografia passa a
representar um processo complementar, não mais o principal, como considerado naquela. O
objetivo é entender a realidade, então o principal ponto passa a ser formulações de teorias e
proposições rigorosas para explicar os fenômenos e, a partir disso, buscar a comprovação
através do trabalho empírico, da observação.
8) Qual a diferença entre os termos “quantitativo”, “teorético” e “pragmático” que qualificam e
adjetivam também este novo paradigma da Geografia?
O termo “quantitativo” surge no período inicial de constituição da nova Geografia e é
referente a uma ideia de renovação ocorrida quando técnicas da Matemática e Estatística
foram intensamente aplicadas nos estudos geográficos.
O termo “teorético” reflete aspectos que são indispensáveis em uma análise quantitativa
geográfica, a teoria e metodologia.
Por fim, o termo “pragmático” pode se relacionar a preocupação com uma resolução
concreta, efetiva, dos problemas, dos paradigmas de estudo na nova Geografia.

9) Como poderíamos explicar teoricamente (de forma sintética) “sistema”?


Um sistema compreende um conjunto de elementos, atributos, mais um conjunto de
relações entre esses elementos e outro conjunto de ligações entre o sistema e seu ambiente e,
portanto, podemos classificá-lo como sistema aberto ou fechado, dependendo de ocorrer ou
não ocorrer troca de energia entre o sistema e o ambiente.

10) Como se explica sinteticamente a teoria dos lugares centrais?

Nessa teoria, o objetivo central consiste na explicação das áreas geográficas de influência e
da organização espacial dos povos que sofrem dessa influência, em particular suas
dimensões e também a localização relativa.

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