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Bandejamento
Bandejamento
Como estratégia de cabeamento deve-se selecionar os tipos de cabos a serem usados para os
circuitos de alimentação, ramais, comunicação, etc. Alguns cabos satisfazem todos os
requisitos para vários tipos de circuitos e, portanto, obtém-se ganhos econômicos ao se
minimizar o número de diferentes tipos de cabos de um projeto.
Aterramento
A NBR e o NEC apresentam algumas diferenças ao tratar a questão do aterramento de um
sistema de bandejamento. Embora ambas as normas consideram um cabo metálico ao longo
do sistema de bandejamento servindo como condutor de proteção, o NEC permite que, sob
certas condições, o próprio material metálico do bandejamento pode ser usado como
condutor de proteção. Essa permissão é válida para estabelecimentos comerciais e
industriais onde as condições de manutenção são feitas por pessoal qualificado para o
serviço. Outra condição é que o bandejamento (de aço ou alumínio) utilizado como
condutor de proteção seja identificado com esse propósito e a área de sua seção transversal
seja superior à indicada na tabela 1.
Entre as seções do bandejamento deverá haver uma ligação que garanta a continuidade
elétrica entre as partes. Nos pontos de contato devem ser removidos os materiais não
condutivos como a pintura ou outro tipo de cobertura. A área da seção reta dessa ligação
deve ser condizente com a área da seção transversal do bandejamento.
Outro cuidado que se deve ter ao utilizar o bandejamento como condutor de proteção é que
deve-se garantir a continuidade elétrica entre o bandejamento e os eletrodutos ou condutos
metálicos de saída para os equipamentos.
Para os sistemas eletrônicos (comunicação de dados e sinais) cuidado especial deve-se ter
no aterramento, pois as bandejas, eletrocalhas, eletrodutos e outros modos de suportação
dos cabos podem atuar como blindagem contra os surtos de tensão e corrente, sejam estes
devido a perturbações na instalação ou sejam induzidos por descargas atmosféricas. Não
iremos tratar o aterramento considerando esses efeitos, porem indicamos o artigo publicado
na revista Eletricidade Moderna No 280 de julho/1997 pg 138 “A blindagem proporcionada
por estruturas de sustentação de cabos” como uma fonte de referência para uma introdução
ao assunto.
TABELA1
Área do metal do conduto (bandeja, leito, etc) quando usado como condutor de proteção
Mínima área metálica da seção transversal
Mínimos valores em Amperes dos Fusíveis, do bandejamento, em mm2
trip dos disjuntores e reles de terra para Bandejamento de Bandejamento de
qualquer circuito do sistema de bandejamento aço alumínio
60 129.03 129.03
100 258.06 129.03
200 451.61 129.03
400 641.16 258.06
600 967.74 258.06
1000 ------- 387.10
1200 ------- 645.16
1600 ------- 967.74
2000 ------- 1290.32
Nota: a seguir são indicados alguns dos requisitos exigidos pelo NEC para se usar o sistema
de bandejamento como condutor de proteção. Consulte o NEC para mais informações:
• A marcação da área da seção transversal do bandejamento deve ser durável e
legível em todas as peças do sistema;
• a área da seção transversal do bandejamento deve se conforme a tabela 1.
Materiais de construção
O material de construção do sistema de sustentação dos cabos devem ser compatíveis com
o ambiente da instalação e são encontrados no mercado vários tipos de materiais e
acabamento.
Embora pouco utilizado, o alumínio por ser mais leve reduz o custo da instalação e devido
sua baixa resistência elétrica (comparado ao aço) é usado como condutor de proteção dos
equipamentos segundo o NEC. Para se aumentar a resistência recomenda-se a anodização.
Os materiais não metálicos como os de fibra de vidro reforçados com resinas podem ser
atacados por solventes e sua aplicação é restrita àqueles ambientes onde não se recomenda
o uso de materiais metálicos como é o caso da sala de baterias, ambientes com presença de
soda cáustica e locais sujeitos à ação da maresia. É importante listar os elementos químicos
presentes no ambiente para se especificar adequadamente qual o tipo de resina e tipo de
fibra de vidro a ser utilizado.
O aço carbono com tratamento galvanizado eletrolítico é adequado para ambientes pouco
corrosivos devido à reduzida espessura da proteção além desta não ser na dobras internas.
O aço carbono com tratamento de zincagem a fogo é adequado para ambientes de potencial
corrosivo médio ou instalações ao tempo. Dependendo do ambiente, quando o zinco não for
suficiente para proteger o aço base contra alguns tipos de ácidos, base, sais e gases
corrosivos, recomenda-se tratamento superficial através de pintura à base de resinas epóxi
ou poliéster. O aço galvanizado a fogo é amplamente utilizado em áreas externas e os de
aço ou alumínio com cobertura de epóxi ou PVC tem seus usos apropriados.
Bandejamentos em aço carbono fabricado com chapa pré-zincada à fogo apresentam boa
resistência à corrosão normalmente encontrados em ambientes industriais. Como a
zincagem da chapa é efetuada durante o processo de fabricação na usina siderúrgica,
apresentam boa uniformidade da camada de zinco, resiste bem aos dobramentos, furos e
cortes sem apresentar destaque de zinco das camadas adjacentes.
Diferentemente do NEC a NBR 5410 não define critérios para seleção das dimensões
(largura, altura) da bandeja bem como a taxa de ocupação a ser adotada. As únicas
recomendações são aquelas já citadas anteriormente onde apenas cabos unipolares e
multipolares devem ser utilizados e os cabos devem ser dispostos “preferencialmente”
numa única camada.
Ao se utilizar bandejamentos com cobertura deve-se considerar a ação dos ventos que
poderão arrancar as tampas se estas não estiverem apropriadamente fixadas, podendo
provocar acidentes pessoais, materiais ou operacionais.
2 x CC ( Kgf )
CDE =
distância entre apoios (m)
A prática recomenda que os extremos de cada peça reta das bandejas, leitos e perfilados
caiam sobre os apoios e que as juntas de expansão fiquem no máximo 0,5 metros de
distância dos apoios.
Expansão e contração
Os trechos retos e longos sujeitos a diferenciais de temperatura devem ser providos de
meios para compensar a expansão e contração do metal usando-se para isso juntas de
expansão de trechos em trechos.
As bandejas não devem ser fixadas firmemente em cada suporte para que se deformem
devido à dilatação. A ancoragem deve ser feita no meio ou em uma de suas extremidades.
Os demais pontos de apoio devem permitir o deslizamento de alguns milímetros (6< 25
mm). Como os coeficientes de dilatação linear dos metais da bandeja e do condutor são
diferentes, os cabos devem ser instalados com folga suficiente para que não sejam afetados
pela variação da temperatura.
Referência:
[1] Roger L. Sandstedt, P.E. – “Engineering Cable Tray Systems – Part 1”
Revista ElectricalConstruction & Maintenance – pg 47 May, 1990
Part 2 – pg 49 June, 1990