Você está na página 1de 2

A Calnia de Apeles.

O julgamento de Apeles como muitos outros que conhecemos.

O rei e juiz est acompanhado pela Ignorncia e pela Suspeita, suas conselheiras. Estas murmuram-lhe constantemente ao ouvido palavras venenosas, razo pela qual ele tem orelhas de burro.. De olhos virados para o cho, ele nem v o que se passa.

A Inveja vem perante ele, acusadora, e estende um brao muito comprido para o alcanar. Traz a Calnia pela mo.

A Calnia tem uma tocha acesa na mo como se viesse mostrar a luz. A Malcia e a Fraude so as suas companheiras e no param de a adornar com flores, os atributos da pureza, que entranam nos cabelos da sua senhora, procurando disfar-la.

Apeles vem, na figura de um homem inocente, arrastado pela Calnia que o agarra pelos cabelos, acusadora. Ele est despido e de mos juntas, apelando a uma justia divina, superior quela terrvel fantochada.

Atrs deles, a horrvel figura do Remorso olha sorrateiramente, por cima do ombro, para a Verdade.

A Verdade aponta para cima, remetendo o inocente justia divina, e aparece nua, sem nada para esconder, tal como o Apeles.

Todos os outros ocultam a sua verdadeira natureza com muita roupa,

alguns

at

evocando

pureza.

Quem j foi caluniado assim, no o esquece certamente. A mim o que me arrepia mais a luz que a Calnia traz e o olhar horrendo do Remorso...

Você também pode gostar