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COMENTÁRIO AOS ARTIGOS 94 E SEGUINTES DA LEI 11.

101/05
AUTORA: WELRIKA BEATRIZ SILVA MOREIRA

O artigo 94 e seguintes da lei 11.101/2005 “nova lei de falências”,


trata do procedimento para a decretação da falência. Os casos que podem decretar
a falência do devedor, segundo o artigo 94, incisos I e II, são quando sem relevante
razão de direito, não são pagas as dívidas em seu vencimento, obrigações munidas
de títulos ou títulos executivos protestados e quando o executado, não paga, não
deposita e nem nomeia bens passíveis de penhora no prazo legal.

Quando o devedor não fizer parte de recuperação judicial, sua


falência poderá ser decretada caso, praticar atos como fraude contra credores;
liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento
para realizar pagamentos; alienar seus bens e realizar negócios com credor ou não
com intenção de retardar pagamentos e fraudar credores; simular a transferência de
seu principal estabelecimento com intuito de burlar a legislação ou a fiscalização ou
para prejudicar credores; dar garantia a credor sem ficar com bens livres e
suficientes para saldar seu passivo; ocultar-se em seu domicilio, ausentar-se ou
abandonar o estabelecimento sem deixar representante com recursos para pagar os
credores; deixar de cumprir obrigação assumida no prazo estabelecido no plano de
recuperação judicial.

O valor mínimo da dívida para que seja pedida a falência de um


devedor insolvente é de 40 (quarenta) salários mínimos, podendo ser a soma das
dívidas de todos os credores, segundo artigo 94, § 1°:

“Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o


limite mínimo para o pedido de falência com base no inciso I no
caput deste artigo.”

O devedor, mesmo insolvente, poderá se eximir da declaração de


falência se provar falsidade do título, prescrição, nulidade de obrigação ou de título,
pagamento da dívida, qualquer fato que extinga ou suspenda a obrigação ou não
legitime a cobrança do título, vício em protesto ou em seu instrumento, apresentação
de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação, cessação das atividades
empresariais por mais de dois anos antes do pedido de falência.
Decretada a falência o devedor poderá se defender, e dentro do
prazo da contestação poderá pedir sua recuperação judicial.

O credor poderá pedir a falência do devedor após mover ação de


execução em face do mesmo, que não pagou, não depositou e não nomeou bens a
penhora para a liquidação da dívida.

Quanto à falência, e conforme artigo 94, inciso I e § 3°, os


documentos que instruirão o pedido são títulos executivos devidamente protestados;
no caso do inciso II, § 4°, será certidão expedida pelo juízo em que se processa a
execução; e inciso III, § 5°, o pedido descreverá os fatos que a caracterizam,
juntando-se as provas que houver e especificando as que serão produzidas.

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