Disciplina:
Contabilidade Financeira - II
(aulas teóricas)
Época: 2009/10
Apontamentos
Módulo:
As Operações de Fim de Exercício
(principais aspectos contabilísticos e de prestação de contas de acordo com o novo
normativo contabilístico - SNC)
Operações de fim de exercício Página 1
RESUMO:
1 – Introdução
II – Prestação de Contas
4 – O Relatório de Gestão
5 – Acta
Operações de fim de exercício Página 2
1 – Introdução:
Operações de fim de exercício Página 3
OPERAÇÕES DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Balancete de verificação
Em 31/12/N
Balancete Rectificado
31/13/N
Demonstração dos Resultados
Operações de fim de exercício Página 4
Iremos debruçar-nos agora sobre as operações de regularização mais comuns, que
dão origem a lançamentos contabilísticos de rectificação e que visam, a partir do
balancete de verificação, a obtenção do balancete rectificado, reportado a 31/12/N.
A metodologia apresentada, aborda os aspectos mais comuns que devem ser tidos
em conta ao nível da mensuração dos diversos activos e passivos do SNC, tendo
em vista a elaboração das Demonstrações Financeiras e a Prestação de Contas de
fim de exercício.
a) Enquadramento
Esta classe destina-se a registar os meios financeiros líquidos que incluem, quer
o dinheiro e depósitos bancários quer todos os activos ou passivos financeiros
mensurados pelo Justo Valor cujas alterações sejam reconhecidas na
demonstração dos resultados.
No SNC é a seguinte, a seriação das contas de razão desta classe:
Classe 1 – Meios Financeiros Líquidos
11 Caixa
12 Depósitos a ordem
13 Outros depósitos bancários
14 Outros Instrumentos financeiros
b) Mensuração
Os meios financeiros líquidos em moeda estrangeira são expressos no balanço
do final do exercício ao câmbio em vigor nessa data.
As diferenças de câmbio apuradas são contabilizadas nas contas 688x “-
Diferenças de câmbio desfavoráveis” ou 788x “Diferenças de câmbio
favoráveis”.
Operações de fim de exercício Página 5
Relativamente aos Instrumentos Financeiros, devem ser mensurados pelo J.V.
Assim, as diferenças entre o valor assentado e a respectiva cotação à data de
fecho de exercício, deverá ser reconhecida em resultados. Se perda, na conta
661 – Perdas por reduções de J.V. – em instrumentos financeiros, se ganho,
na conta 771 – Ganhos por aumentos de J.V. – em instrumentos financeiros.
Débito 661
Crédito 14x
Débito 14x
Crédito 771
c) Outros aspectos
Caixa - O saldo de caixa em 31/12/N na contabilidade, deve conferir, como é
lógico, com a existência física em “cofre”.
Deve tal existência física ser decomposta conforme a sua natureza, afim de
permitir um controlo posterior.
O “Caixa” deve funcionar em sistema de fundo fixo.
Deverão ser excluídos da conta de caixa, as seguintes situações:
– cheques pré-datados (devem ser registados em conta de “clientes conta
cheques pré-datados”, por exemplo numa sub-conta de clientes: c/ 217 –
Clientes ch. Pré-datados)
– cheques devolvidos (devem ser debitados aos respectivos clientes)
– vales de caixa (devem ser lançados em “outros devedores” em conta
específica para o efeito – subconta da c/ 278...)
– selos do correio (devem ser relevados em “gastos a reconhecer”, através
do desdobramento da conta 281 pelos diversos gastos diferidos em 31/12)
– documentos de despesas (devem ser lançados nas contas de gastos
respectivas)
Depósitos à ordem - Os extractos da contabilidade devem ser conferidos com os
extractos enviados pelo banco e as diferenças devem ser reconciliadas. Para o
efeito deverá ser utilizado o mapa de reconciliação de que já falamos nas lições
da disciplina de Contabilidade Financeira - I
Os juros das contas de depósitos são creditados na conta 79.1.1 - Juros
Obtidos, pela sua totalidade, sendo debitadas as contas de depósitos respectiva
Operações de fim de exercício Página 6
e pela retenção efectuada, a conta 2412 - Estado e Outros Entes Públicos -
imposto s/ o rendimento - retenção na fonte.
As contas de depósitos á ordem com saldos credores devem ser apresentadas no
passivo como “Financiamentos Obtidos”, ou seja, não deve haver compensação
de saldos. Do mesmo modo, não devem ser efectuados quaisquer lançamentos
de transferência para a conta 25-Financiamentos obtidos.
I - Enquadramento
Os créditos e débitos podem ser classificados de curto prazo (se vencíveis dentro
de um ano) e de médio/longo prazo (se vencíveis depois de um ano).
Podem resultar de transacções correntes, como será o caso de:
CRÉDITOS
– Clientes c/c
– Clientes c/ títulos a receber
– Clientes de cobrança duvidosa
DÉBITOS
– Fornecedores c/c
– Fornecedores c/ títulos a pagar
e também de transacções não correntes, como sejam operações realizadas no
âmbito das contas 25 - Financiamentos obtidos, 24 - Estado e outros entes
públicos, 26 - Accionistas (sócios), 27 - Outras contas a receber e a pagar.
É importante referir que as Bases de Apresentação das Demonstrações
Financeiras (BADF) previstas no SNC, refere que “os elementos do activo e do
passivo devem ser valorizados separadamente”.
A este “princípio” contabilístico, chama-se geralmente, princípio da não
compensação de saldos.
Deste princípio contabilístico da não compensação de saldos, ressalta que:
– Os saldos credores das contas que têm natureza predominantemente
devedora (ex: saldos credores de clientes e depósitos à ordem) devem ser
apresentados no passivo. Por outro lado, os saldos devedores das contas que
têm natureza predominantemente credora (ex: saldos devedores de
fornecedores) devem ser apresentados no activo.
Operações de fim de exercício Página 7
II - Mensuração
1 - Dívidas expressas em moeda estrangeira (NCRF 23)
– Quando o câmbio da transacção não for fixado previamente, a dívida deverá
ser actualizada à data do balanço e as diferenças de câmbio daí resultantes,
registadas nas contas “688x - Diferenças de Câmbio Desfavoráveis” ou “788x -
Diferenças de Câmbio Favoráveis”.
As taxas a utilizar são:1
– Dívidas activas - câmbio da compra dos bancos
– Dívidas passivas - câmbio de venda dos bancos
25 Financiamentos obtidos
Segundo o SNC:
“Registam-se nesta conta os empréstimos obtidos, com excepção dos
incluídos em 26 «Accionistas (sócios)».
Nos empréstimos deve-se atender à sua natureza (correntes ou de financiamento).
Relativamente ao prazo do empréstimo, deve subdividir a conta 25 em:
Æ Curto prazo; < 12 meses
Æ Médio/longo prazo, > 12 meses
devendo efectuar-se a apresentação no balanço de acordo com esta
classificação. Passivos correntes e Passivos não correntes,
respectivamente
Todos os empréstimos obtidos são registados nesta conta com excepção dos de
sócios, que deverão ser classificados na conta 26.
Operações de fim de exercício Página 8
Deve ter-se em atenção o pressuposto do acréscimo no que toca á especialização
dos juros imputáveis ao exercício.
Operações de fim de exercício Página 9
2413 - IRC estimado
2414 - IRC liquidado
2415 - IRC apuramento
2416 - IRC a pagar
2417 - IRC a recuperar
Contas estas que são utilizadas pelas diferenças entre a estimativa feita em 31 de
Dezembro e o IRC e derrama liquidados (IRC liquidado que consta do quadro 10
de apuramento da Mod 22 e a derrama consta também do mesmo quadro).
Débito 2413
Débito 6885
Crédito 2414
Operações de fim de exercício Página 10
Se estimativa de IRC superior ao valor apurado, far-se-á:
Débito 2413
Crédito 2414
Crédito 7882
Débito 2413
Crédito 2414
2) No caso de não ter sido efectuada a estimativa para IRC, procedimento este que
consideramos incorrecto, ou esta se mostrar insuficiente o lançamento deverá ser:
Débito de 6885 - Insuficiência de estimativa para impostos
Crédito de 2414 - IRC liquidado
8) Ficam assim com saldo as contas, 2416, ou 2417, as quais serão saldadas pelo
pagamento, autoliquidação (2416), pelo reembolso (2417).
Operações de fim de exercício Página 11
III) - Outros aspectos
24.3 - IVA
O saldo em 31/12/N, deve respeitar, no caso de IVA a pagar, aos meses de
Novembro e Dezembro, ou no caso de regime trimestral, ao saldo do último
trimestre. Devem ser devidamente conferidas todas as subcontas relacionadas
com IVA.
24.2 - RETENÇÃO DE IMPOSTOS S/ RENDIMENTO
O saldo das respectivas subcontas deverá corresponder às retenções efectuadas
em Dezembro/N e a pagar até 20 de Janeiro/N+1.
Operações de fim de exercício Página 12
as correspondentes produções de bens e serviços (rendimentos),
independentemente da sua aquisição/venda e ou do pagamento/recebimento,
respectivamente.
Vejamos então:
É o caso de:
Acréscimos de rendimentos
Juros a receber.
........ ...........................................................................
Outros acréscimos de proveitos (Bónus, Rappels a receber, etc).
Mensuração:
Débito 2721
Crédito 7xxx
........
...........................................................................
281x Descontos de emissão de obrigações.
281x Descontos de emissão de títulos de participação.
281x Outros gastos a reconhecer (nomeadamente, rendas adiantadas,
prémios de seguros antecipados, juros antecipados, conservação e reparação,
etc). É aconselhável desdobrar a conta 281, em subcontas, de acordo com os
respectivos gastos por natureza diferidos para N+1.
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Mensuração:
Débito 281
Crédito 11/12/22/27/6xx
É o caso de:
2722 Credores por Acréscimos de gastos:
27221 Seguros a liquidar.
27222 Remunerações a liquidar.
27223 Juros a liquidar.
........ ...........................................................................
27229 Outros acréscimos de gastos, nomeadamente, consumos de
água, energia, telefone imposto municipal sobre imóveis, cuja
documentação só aparece no ano seguinte. Do mesmo modo, a conta
27229 deverá ser subdividida de acordo com os diversos acréscimos de
custos a reconhecer no exercício N.
Convém referir que a conta “Remunerações a liquidar”, compreende, entre outras,
as remunerações (e respectivos encargos) devidas por motivo de férias e subsídio
de férias cujo processamento e pagamento ocorra no ano seguinte.
Mensuração
Débito 6xxx
Crédito 272x
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Mensuração
Débito 11/12/21/27
Crédito 282
Imparidades e Provisões:
– Os Ajustamentos inventários;
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• Perdas por imparidade em dívidas a receber
São aqueles em que o risco de incobrabilidade se considera devidamente justificado,
o que se verifica quando:
Aspecto fiscal:
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De conformidade com a NCRF a perda por imparidade deve ser reconhecida e
mensurada no momento em que ocorre e não de acordo com as regras fiscais.
Contas €
651 €
219 €
Contas €
219 €
762 €
Contas €
651 €
21xx €
e simultaneamente:
Contas €
219 €
762 €
Provisões do período
As provisões do período servirão para fazer face a gastos potenciais que possam
vir a ocorrer no futuro. São obrigações presentes que decorrem de
acontecimentos passados, podendo ser estimadas com fiabilidade, e sendo
fortemente provável a saída de recursos que incorporem benefícios económicos
para liquidação dessas obrigações.
Operações de fim de exercício Página 17
O SNC contempla as seguintes subcontas de provisões:
291 – Impostos
292 – Garantias a clientes
293 - Processos Judiciais em Curso
294 – Acidentes de trabalho e doenças profissionais
295 – Matérias ambientais
296 – Contratos onerosos
297 – Reestruturação
298 – Outras provisões
Mensuração:
Constituição/reforço
Débito 67xx
Crédito 29xx
Reversão
Débito 29x
Crédito 763
Aspectos contabilisticos
I – Enquadramento
De acordo com a norma internacional de contabilidade (do IASC) nº. 2, a classe dos
inventários engloba a classe dos artigos tangíveis que:
Operações de fim de exercício Página 18
No SNC a seriação das contas de razão desta classe é:
31 – Compras
32 – Mercadorias
33 – Matérias - primas
34 – Produtos acabados e intermédios
35 – Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
36 – Produtos e trabalhos em curso
37 – Activos biológicos
38 – Reclassificação e regularização de inventários e activos biológicos
39 – Adiantamentos por conta de compras
b) O inventário permanente.
Ao longo do exercício, de forma rotativa, de modo que cada bem seja contado, pelo
menos, uma vez em cada exercício; (Aditado pelo Decreto-Lei n.º 44/99, de 12 de
Fevereiro)
Operações de fim de exercício Página 19
c) Os inventários físicos respeitantes às existências devem identificar os bens, em
termos da sua natureza, quantidade e custo unitário. O sistema usado para o
inventário permanente deve permitir a verificação da correspondência entre as
contagens e os registos contabilísticos. (Redacção dada pelo Decreto-Lei n.º
79/2003, de 23 de Abril)
A nota explicativa a conta 31 – Compras, refere-se na sua parte final que, “esta
conta saldará, em todas as circunstâncias, por débito das contas de existências”.
1 Pelas Compras
111 Caixa
a 711 Vendas de mercadorias 13.000 u.m.
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3 Gastos diversos a dinheiro:
6x Custos diversos
a 111 Caixa 2.000 u.m.
4 Apuramento do custo das mercadorias vendidas:
CMV = Ei + C – Ef
32 Mercadorias
a 312 Compra de mercadoria 10.000 u.m.
612 CMV
a 32 Mercadorias 9.500 u.m.
81 Resultados do período
a 612 CMV 9.500 u.m.
Operações de fim de exercício Página 21
7 Transferência de “Outros Gastos” para Resultados do Período:
81 Resultados do período
a 6x Gastos diversos 2.000 u.m.
Contabilização:
32 Mercadorias
DÉBITO: CRÉDITO:
Exist .inicial 1.000 De CMV 9.500
A Compras 10.000
61 CMV
DÉBITO: CRÉDITO:
A Mercadorias 9.500 De Resultados do período 9.500
Assim:
1 Pelas Compras
Operações de fim de exercício Página 22
2 Pela transferência da conta 31 para a conta de Inventário Permanente 32-
Mercadorias:
321 – Mercadorias
a 319 Compras de mercadorias 10.000 u.m
3 Pelas Vendas:
111 Caixa
a 711 Vendas de mercadorias 13.000 u.m.
612 - CMV-Mercadorias
a 321 – Mercadorias 9.500 u.m.
Operações de fim de exercício Página 23
7 Transferência dos saldos das contas de gastos:
II) Mensuração
– Custos de compra
24
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
- Custos de conversão
A mensuração dos custos de inventários pode ser realizada com recurso ao método
do custo padrão ou ao método do retalho, quando houver conveniência e
convicção de os mesmos se aproximarem do custo real, e sem esquecer a
necessidade de regularmente se proceder a uma revisão dos pressupostos de base
para os métodos.
Se o custo dos inventários exceder o seu valor realizável líquido, então funciona o
princípio da prudência (isto é, os inventários são mensurados pelo valor mais baixo
dos dois, sendo a diferença entre eles expressa pelo ajustamento de inventários).
• Ajustamentos em Inventários
Um inventário estará em imparidade quando os custos de inventário se situarem
acima do seu Valor Realizável Líquido. Nestas circunstâncias, os inventários
devem ser reduzidos para o seu Valor Realizável Líquido, item a item.
Mensuração do ajustamento:
Contas €
652 €
3xxx €
Reversão:
Contas €
3xx €
7622 €
25
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
Métodos de Custeio de Saídas dos inventários
– Actividades Plurienais
2.4 - Investimentos
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As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
Assim, iremos abordar o tratamento contabilístico no que se refere às seguintes
situações específicas que ocorrem após o reconhecimento inicial daqueles activos:
Revalorização
Gastos de depreciação e amortização
Imparidades
- Modelo de custo- um item do activo fixo tangível será escriturado pelo seu
custo, deduzido das depreciações acumuladas e de eventuais perdas por
imparidade;
Revalorização:
As revalorizações devem ser efectuadas numa base regular. A sua frequência
dependerá das alterações nos justos valores dos bens, devendo ser anuladas se
necessário. Após a adopção do modelo de revalorização o valor dos bens não
poderá diferir significativamente do justo valor.
A quantia escriturada do activo deverá ser actualizada por forma a que o valor
líquido contabilístico seja igual ao justo valor.
Exemplo 1
Uma entidade adquiriu um equipamento em Jan de N-3, por 65.000€, com um
período estimado de vida útil de 15 anos. Em Jan/N foi determinado o custo de
reposição do equipamento de 85.000€
27
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
Registos da revalorização:
D/C Conta €
Débito 433 20.000 (85.000 – 65.000)
Crédito 438 4.000 17.000(85.000/15x3) – 13.000(65.000/15x3)
Crédito 589 16.000 Excedente de revalorização
Exemplo 2
Uma empresa tinha adquirido um armazém em N-8 por 120.000€. O período de vida
útil estimado foi de 30 anos. As depreciações acumuladas em N ascendiam a
32.000€. No exercício N, o JV do imóvel, era de 200.000€.
Registos da revalorização:
D/C Conta €
Débito 432 80.000 (200.000 – 120.000)
Débito 438 32.000 Anulação das dep.acumuladas até N
Crédito 589 112.000 200.000 – (120.000 – 32.000)
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As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
Exemplo
Admita um terreno que foi adquirido em N-4 por 100.000€. Em N-2 o Justo valor do
terreno foi estimado em 75.000€. Em N o JV do terreno subiu para 130.000€
Registos:
Depreciações
A depreciação de um Activo Fixo Tangível será a quantia do desgaste verificado no
activo devido à passagem do tempo e à sua utilização.
O período de depreciação será: no início, quando o activo fica disponível para uso,
no fim quando o activo for classificado como detido para venda ou seja retirado de
uso.
Débito 642
Crédito 438
29
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
Não esquecer que relativamente aos imóveis – Edifícios, cujo valor do terreno não
seja conhecido, deverá ser-lhe atribuído 25% do valor do edifício para efeito de
depreciação, já que os terrenos afectos aos edifícios não são depreciáveis.
Um activo fixo tangível diz-se que está em perda de imparidade quando o excedente
da sua quantia escriturada excede a sua quantia recuperável, sendo que:
Quantia recuperável será o valor mais alto entre o preço de venda líquido de um
activo e o seu valor de uso.
Mensuração:
Contas €
655 €
439 €
Reversão:
Contas €
439 €
7625 €
Elementos de mensuração
Exemplo.
Um equipamento foi adquirido em Janeiro de N-2 por 200.000€. A vida útil estimada
foi de 5 anos. Considerou-se que o bem não tem valor residual, tendo-se optado o
método de linha recta na depreciação do equipamento. Em Janeiro de N, o
equipamento apresenta um valor escriturado de 120.000€ e o valor recuperável foi
determinado em 60.000€
Verifica-se que a partir do ano em que se detectou a imparidade, o AFT passa a ser
depreciado pela quantia restante até ao fim do seu período de vida útil.
Contas €
656 €
449 €
31
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
Contabilização dos apoios do Governo (NCRF 22)
Artigo 22.º
(redacção do D.L. n.º 251-A/91 de 16/7)
Subsídios ou subvenções não destinados à exploração
“1 - A inclusão no lucro tributável dos subsídios ou subvenções não destinadas a
exploração, designadamente dos subsídios ou subvenções de equipamento,
obedecerá as seguintes regras:
a) Se os subsídios ou subvenções dizem respeito a elementos do activo
imobilizado reintegráveis ou amortizáveis, deve ser incluído no lucro tributável
uma parte do subsídio na mesma proporção da reintegração ou amortização
calculada sobre o custo de aquisição ou de produção, sem prejuízo do disposto
no n.º 2.
b) Se os subsídios ou subvenções não respeitam a elementos do activo
imobilizado referidos na alínea anterior, devem ser incluídos no lucro tributável,
em fracções iguais, durante os exercícios em que os elementos a que
respeitam são inalienáveis nos termos da lei ou contrato ao abrigo dos quais os
mesmos foram concedidos ou, nos restantes casos, durante dez anos, sendo o
primeiro o do recebimento do subsídio.
2 -Nos casos em que a inclusão no lucro tributável dos subsídios ou subvenções não
destinados à exploração se efectue, nos termos da alínea a) do número anterior,
em proporção da reintegração ou amortização calculada sobre o valor de
aquisição, terá como limite mínimo a que proporcionalmente corresponder a quota
mínima de reintegração ou amortização nos termos do n.º 6 do art.º 28º.”
32
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
I) Subsídio recebido em ano posterior ao da entrada em funcionamento
dos bens.
Contas €
642 20.000
438 20.000
Contas €
593 10.000
7883 10.000
Lançamento:
Débito 593
Crédito 7883 20.000€
33
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
II) Investimentos efectuados e subsídios recebidos em anos diferentes.2
– Investimento efectuado no ano N 100.000 €
– Investimento efectuado no ano N+1 = 150.000 €
– Taxa de depreciação dos bens = 20%
– Subsídio recebido no ano N a título de adiantamento = 75.000 €.
– Estimativa do subsídio a receber - 40% do investimento.
– Subsídio recebido no ano N+1 a titulo de acerto = 25.000 €
– Os bens entraram em funcionamento nos anos em que se efectuou o
investimento.
Trata-se de situação, para a qual desconhecemos a existência de instruções por
parte do Fisco, mas que ocorre frequentemente na prática.
No caso do adiantamento do subsídio ser desproporcionado em relação ao
investimento efectuado no exercício, é aconselhável estimar a percentagem do
subsídio total em relação ao investimento total (através do projecto de
investimento). Aplicar-se-ia esta percentagem estimada ao montante das
amortizações relacionadas com o investimento efectuado.
Depreciações praticadas no ano N = 20.000 € (100.000x20%)
Depreciações praticadas no ano N+1 = 50.000 €.(100.000+150.000)x20%
Regularizações a efectuar:
No ano N: 20.000 x 40 % = 8.000 €
No ano N+1
1) Acerto do ano N.
Caso a percentagem do subsídio em relação ao investimento seja diferente
da inicialmente estimada, deve fazer-se regularização de acerto.
34
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
No caso de subsídios com componente associada á criação de postos de trabalho,
foi alterado, a partir do ano de 2001, inclusive, o seu tratamento fiscal, passando a
ter o mesmo regime do subsidio á criação de postos de trabalho, isto é, o montante
deve ser objecto de deferimento pelo período estabelecido no contrato para a
manutenção dos postos de trabalho criados (Circ. 6/2001 de 10/5 da DGI).
2.5 – Gastos
Custos com pessoal – Encargos com férias
Exemplo
Vejamos qual o procedimento a seguir no ano seguinte, aquando do processamento
das férias e respectivos encargos, ilustrando a exposição com os seguintes dados:
– Estimativa efectuada no final do ano e creditada na conta 2722 (incluindo a
estimativa dos encargos com remuneração do período de férias, o subsídio de
35
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
férias, os encargos com segurança social de conta da empresa e o custo com os
seguros de acidentes de trabalho correspondentes) - 5.000 €.
– Encargos efectivamente processados:
– valores ilíquidos de férias e sub. de férias - 5.000 €,
– encargos com segurança social da parte da empresa - 1225 €,
– descontos para a segurança social (parte do pessoal) - 550 €,
– retenção na fonte de IRS - 200 €,
– seguro de acidentes de trabalho correspondente - 100 €.
e no final do ano,
2722x - 5.000 €
a 63 - 5.000 €
e no final do ano,
63x - 1325 €
a 2722 - 1325 €
36
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
II - Prestação de Contas
1 – Características qualitativas das Demonstrações Financeiras
o Representação fidedigna
o Substancia sobre a forma
o Neutralidade
o Prudência
o Plenitude;
• Activos
• Passivos
• Capital Próprio
• Rendimentos (ganhos e réditos)
• Gastos (custos e perdas)
• Outras alterações no Capital Próprio
• Fluxos de Caixa
37
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
3 – Conjunto completo de Demonstrações Financeiras
• Balanço
• Demonstração dos Resultados
• Demonstração das alterações no capital próprio
• Demonstração dos fluxos de caixa
• Anexo
3.1 – Balanço
Elementos do balanço
38
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
O nível de resultados é apresentado muitas vezes como indicador de desempenho
da entidade, da sua capacidade de gerar fundos e da eficácia de gestão.
Uma vez que a Demonstração dos Resultados por Naturezas já foi objecto de
estudo na disciplina de Contabilidade Financeira – I, iremos debruçar-nos neste
módulo, no estudo da Demonstração de Resultados por Funções, que apesar de ser
de elaboração facultativa no normativo SNC, a informação que presta é importante e
nessa medida, consideramos oportuno abordar o seu conteúdo neste módulo.
39
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
Um exemplo:
A partir duma DRN apresenta-se um quadro de repartição dos gastos por naturezas pela
respectiva função na entidade.
40
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
3.3 – Demonstração das alterações no C.P.
Esta demonstração financeira tem como objectivo evidenciar a variação ocorrida nas
diversas componentes do capital próprio a partir do início e fim do período de dois
exercícios consecutivos, tendo em consideração a análise comparativa que se
pretende.
Objectivos:
o Determinar a capacidade da empresa para gerar dinheiro (e
equivalentes)
o Actividades Operacionais;
o Actividades de investimento;
o Actividades de financiamento.
41
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
Alguns conceitos (IAS-7)
o Directo
Extraído directamente dos registos contabilísticos da
empresa, mediante a utilização de um plano com rubricas
apropriadas que relevem os movimentos dos fluxos de
caixa.(ver exº)
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As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
N.B - Apresenta-se de seguida um exemplo de um plano para os fluxos de
caixa a extrair directamente dos registos contabilísticos, bem como uma
explicação para a sua elaboração a partir das Demonstrações Financeiras
(dois Balanços comparativos e uma Demonstração dos Resultados do
exercício em análise)
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As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
TIPOS DE INFLUXOS E EXFLUXOS DE CAIXA ORIGEM DOS FLUXOS
Actividades operacionais:
Influxos de caixa
• Vendas e prestações de serviços
• Juros de empréstimos concedidos, ou
dividendos de partic. de capital
• Outros rendimentos/ganhos
Actividades de Investimento
Influxos de caixa
• Alienação de investimentos
• Alienação de partes de capital
• Amortização financ.conc. a terceiros ACTIVOS DE MLP
Exfluxos de caixa
• Aquisições de investimentos
• Aquisição de partes de capital
• Financiamentos concedidos a terceiros
Actividades de Financiamento
Influxos de Caixa
• Realização de capital e outros instrum. capital
• Emissão de Títulos e obrigações PASSIVOS DE MLP
• Financiamentos obtidos
CAPITAL PRÓPRIO
Exfluxos de Caixa
• Dividendos
• Amortização de financiamentos Obtidos
• Reduções de capital e outros instrum. capital
• Juros e custos similares
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As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
Metodologia para obtenção dos valores a inserir na DFC
(Utilização de 2 balanços comparativos N e N-1 e da Dem.Res. de N)
Método directo
Actividades operacionais
Rúbricas +- Contas a considerar
+ Saldo inicial de clientes c/21
Recebimentos de + Vendas c/71, Prest. Serv. c/72 e outros ganhos c/78
clientes - Saldo final de clientes
+ Saldo final de adiant.c/ vendas c/276
- Saldo inicial de adiant.c/vendas c/276
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As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
Actividades de Investimento
Actividades de Financiamento
Financiamentos obtidos
Recebimentos + Realizações capital outros instrumentos de C.P
Subsídios e doações
Outras operações de financiamento
Cobertura de prejuízos
Apresenta-se a seguir um mapa da DFC (método directo) com notas explicativas que
resumem o que se apresentou anteriormente, de forma simplificada.
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As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
D F C (Método Directo)
1 -ACTIVIDADES OPERACIONAIS Notas explicativas
Recebimentos de clientes Si + (Vendas + PS ) + IVA - Sf
Pagamentos a fornecedores Si + (Compras + FSE) + IVA - Sf
c/63 + Si – Sf (Enc. c/ Férias) + Si – Sf
Pagamentos ao pessoal (IRS e TSU)+ Si – Sf c/23
Fluxo gerado pelas operações Soma
Pagamento/Recebimento do Imposto s/rendimento Si C/241 + C/812 – Sf C/241+c/6885-7882
Outros recebimentos e pagamentos Outros Rec/Pag act.Op não incl.atrás
Fluxo gerado pelas activ.operacionais Soma
2 - ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO
Recebimentos provenientes de:
Activos fixos tangíveis Alienação A F T
Activos intangíveis Alienação activos intangiveis
Investimentos financeiros Alienação inv. financeiros
Outros activos
Subsídios investimento Recebimentos de Subs. ao Inv
Juros e rendimentos similares Juros de op. de investimento
Dividendos Dividendos recebidos de Partes de Capital.
Pagamentos respeitantes a:
Activos fixos tangíveis Compra de A F T
Activos intangiveis Compra activos intangiveis
Investimentos financeiros Compra de Inv. Financeiros
Fluxos das actividades de investimento Soma - 2
3 - ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO
Recebimentos provenientes de:
Financiamentos obtidos Empréstimos obtidos no período
Realizações de capital outros instrumentos de CP Real Capital e P.S.Entradas em numerário
Subsídios e doações Subsídios recebidos contabilizados no C.P.
Outras operações de financiamento Operações de leasing
Cobertura de prejuízos Entradas p/ cobertura de prejuízos
Pagamentos respeitantes a:
Financiamentos obtidos Amortização de empréstimos obtidos
Juros e custos similares Juros pagos relativos a financiamentos
Dividendos Pag. de dividendos a sócios ou accionistas
Reduções de capital outros instrumentos de CP Reembolsos de P. S e Acções próprias
Outras operações de financiamento Pagamentos de op. leasing
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As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
ANEXO À DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
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As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
3.4 – O anexo
O anexo será a D.F. onde será efectuado o relato financeiro em conformidade com a
divulgação que cada NCRF refere. Ou seja, no anexo serão desenvolvidos a grande
maioria dos elementos das D.F. apresentadas no Balanço, Demonstração dos
resultados e Demonstração dos Fluxos de Caixa. Não iremos neste trabalho, fazer
qualquer alusão, no entanto ao longo do estudo da disciplina serão referidos os
aspectos de divulgação exigidos em cada uma das NCRF.
4 – O Relatório de Gestão
O artº 66º do Código das Sociedades Comerciais, refere os requisitos a que devem
obedecer os relatórios de gestão:
• O Relatório de Gestão deve conter, pelo menos, uma exposição fiel e clara
sobre a evolução dos negócios e a situação da sociedade.
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As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
Para além dos elementos referidos no artº 66º do CSC, os responsáveis pela
elaboração dos Relatórios de Gestão, devem ainda, para além
daqueles, referir os aspectos que achem relevantes para um melhor
esclarecimento da prestação de contas aos utentes da informação.
As actas são relatos escritos que provam o conteúdo das deliberações dos
sócios.
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As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas
b) O nome e domicílio de cada um dos accionistas representados e
dos seus representantes;
c) O número, a categoria e o valor nominal das acções pertencentes a
cada accionista presente ou representado.
Assim o Revisor, para além da Certificação Legal de Contas que faz parte da
Prestação de Contas, apresentará ao órgão de gestão das empresas, o
Relatório e Parecer do Fiscal único.
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As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas