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INSTITUTO POLITÉCNICO DE VISEU dGest

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE VISEU

Curso de Contabilidade e Administração

Disciplina:
Contabilidade Financeira - II
(aulas teóricas)
Época: 2009/10

Apontamentos

Módulo:
As Operações de Fim de Exercício
(principais aspectos contabilísticos e de prestação de contas de acordo com o novo
normativo contabilístico - SNC)

Docente: José Manuel Oliveira

Operações de fim de exercício  Página 1 
RESUMO:

I – Operações específicas de fim de exercício

1 – Introdução

2 – Operações específicas nas seguintes classes de contas


2.1 – Meios financeiros líquidos
2.2 – Contas a receber e a pagar
2.3 – Inventários
2.4 – Investimentos
2.5 – Gastos

II – Prestação de Contas

1 – Características da Informação Financeira

2 – Elementos das D.F

3 – Conjunto das Demonstrações Financeiras


3.1 – O balanço
3.2 – A Demonstração dos Resultados por Natureza
3.2 – A demonstração dos Resultados por Funções
3.3 – A Demonstração das alterações no C.P
3.4 – A Demonstração dos Fluxos de Caixa.
3.5 – O Anexo

4 – O Relatório de Gestão

5 – Acta

6 – Certificação Legal de Contas.

7 – A Prestação de Contas à Administração Fiscal

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1 – Introdução:

Os apontamentos que se apresentam no presente módulo tratam dos aspectos


contabilísticos mais específicos, relacionados com o trabalho de encerramento do
exercício económico das empresas.

No entanto, e sempre que se justifique, apresentam-se alguns aspectos de natureza


fiscal e o seu impacto no tratamento contabilístico de algumas operações.

2 – Processo de encerramento de exercício

O trabalho contabilístico de fim de exercício é realizado a partir do BALANCETE de


VERIFICAÇÃO, que contém as operações realizadas durante os doze meses do
exercício e que portanto, na generalidade das empresas será reportado à data de 31
de Dezembro.

A partir daquele balancete, e com o objectivo de preparar as Demonstrações


Financeiras, deverão ser realizados um conjunto de procedimentos, alguns dos
quais, traduzidos em lançamentos contabilísticos de regularização, que darão
origem ao BALANCETE FINAL RECTIFICADO, a partir do qual, são preparadas e
elaboradas as diversas Demonstrações Financeiras para a prestação de contas.

Seguidamente, vamos apresentar com mais detalhe, o conjunto de procedimentos


que darão origem aos lançamentos de rectificação mais comuns, antes do
apuramento dos resultados, operados nas diversas classes de contas.

O quadro seguinte evidencia, de forma esquemática, o processo de encerramento


de exercício.

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OPERAÇÕES DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Operações regulares do exercício

Balancete de verificação
Em 31/12/N

Elaboração do inventário geral


Reconciliação de contas
Diferimentos
Imparidades, depreciações e provisões
Lançamentos de regularização

Balancete Rectificado
31/13/N
Demonstração dos Resultados

Apuramento dos resultados


Estimativa de imposto corrente Balanço

Demonstração das alterações no


Balancete após apuram. de Resultados Capital Próprio
31/14/N

Lançamentos de encerramento do Demonstração dos Fluxos de


exercício Caixa

Balancete de fecho Anexo


31/15/N

Operações de fim de exercício  Página 4 
Iremos debruçar-nos agora sobre as operações de regularização mais comuns, que
dão origem a lançamentos contabilísticos de rectificação e que visam, a partir do
balancete de verificação, a obtenção do balancete rectificado, reportado a 31/12/N.

Para isso, apresentamos um conjunto de procedimentos prévios que deverão ser


observados e que poderão ou não, dar origem a assentos contabilísticos.

A metodologia apresentada, aborda os aspectos mais comuns que devem ser tidos
em conta ao nível da mensuração dos diversos activos e passivos do SNC, tendo
em vista a elaboração das Demonstrações Financeiras e a Prestação de Contas de
fim de exercício.

De seguida iremos analisar, para cada classe de contas, os aspectos mais


relevantes a ter em atenção, na preparação do fecho de contas.

2.1 – Meios Financeiros Líquidos

a) Enquadramento
Esta classe destina-se a registar os meios financeiros líquidos que incluem, quer
o dinheiro e depósitos bancários quer todos os activos ou passivos financeiros
mensurados pelo Justo Valor cujas alterações sejam reconhecidas na
demonstração dos resultados.
No SNC é a seguinte, a seriação das contas de razão desta classe:
Classe 1 – Meios Financeiros Líquidos
11 Caixa
12 Depósitos a ordem
13 Outros depósitos bancários
14 Outros Instrumentos financeiros

b) Mensuração
Os meios financeiros líquidos em moeda estrangeira são expressos no balanço
do final do exercício ao câmbio em vigor nessa data.
As diferenças de câmbio apuradas são contabilizadas nas contas 688x “-
Diferenças de câmbio desfavoráveis” ou 788x “Diferenças de câmbio
favoráveis”.

Operações de fim de exercício  Página 5 
Relativamente aos Instrumentos Financeiros, devem ser mensurados pelo J.V.
Assim, as diferenças entre o valor assentado e a respectiva cotação à data de
fecho de exercício, deverá ser reconhecida em resultados. Se perda, na conta
661 – Perdas por reduções de J.V. – em instrumentos financeiros, se ganho,
na conta 771 – Ganhos por aumentos de J.V. – em instrumentos financeiros.

Débito 661
Crédito 14x

Débito 14x
Crédito 771

Deverá ser utilizado o câmbio de compra da moeda ou cheque, já que é este o


valor realizável para a empresa. Deve ser anexado ao documento de lançamento
a tabela de câmbios utilizados.

c) Outros aspectos
Caixa - O saldo de caixa em 31/12/N na contabilidade, deve conferir, como é
lógico, com a existência física em “cofre”.
Deve tal existência física ser decomposta conforme a sua natureza, afim de
permitir um controlo posterior.
O “Caixa” deve funcionar em sistema de fundo fixo.
Deverão ser excluídos da conta de caixa, as seguintes situações:
– cheques pré-datados (devem ser registados em conta de “clientes conta
cheques pré-datados”, por exemplo numa sub-conta de clientes: c/ 217 –
Clientes ch. Pré-datados)
– cheques devolvidos (devem ser debitados aos respectivos clientes)
– vales de caixa (devem ser lançados em “outros devedores” em conta
específica para o efeito – subconta da c/ 278...)
– selos do correio (devem ser relevados em “gastos a reconhecer”, através
do desdobramento da conta 281 pelos diversos gastos diferidos em 31/12)
– documentos de despesas (devem ser lançados nas contas de gastos
respectivas)
Depósitos à ordem - Os extractos da contabilidade devem ser conferidos com os
extractos enviados pelo banco e as diferenças devem ser reconciliadas. Para o
efeito deverá ser utilizado o mapa de reconciliação de que já falamos nas lições
da disciplina de Contabilidade Financeira - I
Os juros das contas de depósitos são creditados na conta 79.1.1 - Juros
Obtidos, pela sua totalidade, sendo debitadas as contas de depósitos respectiva

Operações de fim de exercício  Página 6 
e pela retenção efectuada, a conta 2412 - Estado e Outros Entes Públicos -
imposto s/ o rendimento - retenção na fonte.
As contas de depósitos á ordem com saldos credores devem ser apresentadas no
passivo como “Financiamentos Obtidos”, ou seja, não deve haver compensação
de saldos. Do mesmo modo, não devem ser efectuados quaisquer lançamentos
de transferência para a conta 25-Financiamentos obtidos.

2.2 - Contas a receber e a pagar

I - Enquadramento
Os créditos e débitos podem ser classificados de curto prazo (se vencíveis dentro
de um ano) e de médio/longo prazo (se vencíveis depois de um ano).
Podem resultar de transacções correntes, como será o caso de:
CRÉDITOS
– Clientes c/c
– Clientes c/ títulos a receber
– Clientes de cobrança duvidosa
DÉBITOS
– Fornecedores c/c
– Fornecedores c/ títulos a pagar
e também de transacções não correntes, como sejam operações realizadas no
âmbito das contas 25 - Financiamentos obtidos, 24 - Estado e outros entes
públicos, 26 - Accionistas (sócios), 27 - Outras contas a receber e a pagar.
É importante referir que as Bases de Apresentação das Demonstrações
Financeiras (BADF) previstas no SNC, refere que “os elementos do activo e do
passivo devem ser valorizados separadamente”.
A este “princípio” contabilístico, chama-se geralmente, princípio da não
compensação de saldos.
Deste princípio contabilístico da não compensação de saldos, ressalta que:
– Os saldos credores das contas que têm natureza predominantemente
devedora (ex: saldos credores de clientes e depósitos à ordem) devem ser
apresentados no passivo. Por outro lado, os saldos devedores das contas que
têm natureza predominantemente credora (ex: saldos devedores de
fornecedores) devem ser apresentados no activo.

Operações de fim de exercício  Página 7 
II - Mensuração
1 - Dívidas expressas em moeda estrangeira (NCRF 23)
– Quando o câmbio da transacção não for fixado previamente, a dívida deverá
ser actualizada à data do balanço e as diferenças de câmbio daí resultantes,
registadas nas contas “688x - Diferenças de Câmbio Desfavoráveis” ou “788x -
Diferenças de Câmbio Favoráveis”.
As taxas a utilizar são:1
– Dívidas activas - câmbio da compra dos bancos
– Dívidas passivas - câmbio de venda dos bancos

III - Outros aspectos


Não cabe no presente trabalho a descrição dos procedimentos de auditoria mais
utilizados em relação às contas relacionadas com as “contas a receber e a
pagar”.

No entanto, são fundamentais os seguintes:

21 - Clientes - devem pedir-se extractos aos clientes mais significativos a fim de


se conferirem as contas.
-deve ser elaborado mapa de antiguidade de saldos.

22 - Fornecedores – Devem ser conferidas as respectivas contas correntes em


confrontação com os extractos que devem ser solicitados aos fornecedores.

25 Financiamentos obtidos
Segundo o SNC:
“Registam-se nesta conta os empréstimos obtidos, com excepção dos
incluídos em 26 «Accionistas (sócios)».
Nos empréstimos deve-se atender à sua natureza (correntes ou de financiamento).
Relativamente ao prazo do empréstimo, deve subdividir a conta 25 em:
Æ Curto prazo; < 12 meses
Æ Médio/longo prazo, > 12 meses
devendo efectuar-se a apresentação no balanço de acordo com esta
classificação. Passivos correntes e Passivos não correntes,
respectivamente
Todos os empréstimos obtidos são registados nesta conta com excepção dos de
sócios, que deverão ser classificados na conta 26.

Operações de fim de exercício  Página 8 
Deve ter-se em atenção o pressuposto do acréscimo no que toca á especialização
dos juros imputáveis ao exercício.

Estado e Entes Públicos:


I - A contabilização do IRC

No presente trabalho, iremos tratar apenas do método de contabilização dos


impostos sobre lucros, o chamado método do imposto a pagar. Até porque, o
método dos Impostos diferidos, será tratado no módulo específico dedicado aos
Impostos Diferidos, quando for estudada a NCRF-25, mais adiante.

Assim sendo, a seguir, continuaremos a abordar a questão, na óptica do método


do imposto a pagar.

241 - Imposto sobre o rendimento

“Esta conta é debitada pelos pagamentos efectuados (PPC e PEC) e pelas


retenções na fonte a que alguns dos rendimentos da empresa estiverem sujeitos.
No fim do exercício será calculada, com base na matéria colectável estimada
(lucro tributável), a quantia do respectivo imposto, a qual se registará a crédito
desta conta por débito de 8121 “Imposto estimado do período”.( 8121 / 241...)
No caso de empresários em nome individual, o valor do imposto a considerar será
apenas o respeitante à actividade desenvolvida.
Quando se entender conveniente, a conta 241 poderá ser subdividida, tendo em
vista as situações remanescentes do regime fiscal anterior e a separação das
operações por exercícios”.
Em termos de subdivisão da subconta 241 - Imposto sobre o rendimento, é
aconselhável o seguinte desenvolvimento:

241 - Impostos s/ o rendimento


241 -Imposto corrente
2411 - Pagamentos por conta
24111 - Pagamento por conta
24112 - Pagamento especial por conta
2412 - Ret. na fonte (efectuadas por terceiros)
24121 - S/ rendimentos de capitais
24122 - S/ rendimentos prediais
24123 - S/ rem. órgãos estatutários
24129 - S/ outros rendimentos

Operações de fim de exercício  Página 9 
2413 - IRC estimado
2414 - IRC liquidado
2415 - IRC apuramento
2416 - IRC a pagar
2417 - IRC a recuperar

Para colmatar a insuficiência ou o excesso da estimativa do IRC, existem no SNC


as contas:
6885 - Insuficiência da estimativa para impostos
7882 - Excesso da estimativa para impostos,

Contas estas que são utilizadas pelas diferenças entre a estimativa feita em 31 de
Dezembro e o IRC e derrama liquidados (IRC liquidado que consta do quadro 10
de apuramento da Mod 22 e a derrama consta também do mesmo quadro).

Esta forma de contabilizar o imposto sobre os lucros, em que o gasto por


imposto é o imposto corrente (o imposto apurado de acordo com as normas
fiscais), é chamada de “Método do imposto a pagar”.

Vejamos então a proposta de contabilização do IRC (de acordo com método


do imposto a pagar):
I) Em 31 de Dezembro a empresa contabiliza a estimativa p/ IRC e derrama, e
faz o seguinte lançamento:

Débito de 8121 - Imposto estimado para o período


Crédito de 2413 - IRC estimado

N.B. As tributações autónomas afectam o “imposto estimado”.


II) No mês de apresentação da declaração Mod 22 do IRC (actualmente em Maio do
ano seguinte)
1)Transferir o imposto estimado para IRC liquidado (conta 2414) contabilizando a
diferença em 6885 ou 7882, ou seja:

Se estimativa de IRC inferior ao valor apurado, far-se-á:

Débito 2413
Débito 6885
Crédito 2414

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Se estimativa de IRC superior ao valor apurado, far-se-á:

Débito 2413
Crédito 2414
Crédito 7882

Se a estimativa coincide com a liquidação, então:

Débito 2413
Crédito 2414

2) No caso de não ter sido efectuada a estimativa para IRC, procedimento este que
consideramos incorrecto, ou esta se mostrar insuficiente o lançamento deverá ser:
Débito de 6885 - Insuficiência de estimativa para impostos
Crédito de 2414 - IRC liquidado

3) Transferência do saldo de IRC liquidado p/ IRC apuramento:


Débito de 2414 - IRC liquidado
Crédito de 2415 - IRC apuramento
4) Transferência do saldo dos pagamentos por conta para IRC apuramento:
Débito de 2415 - IRC apuramento
Crédito de 2411 - IRC pagamentos por conta e PEC
5) Transferência dos saldos de Retenções na fonte para IRC apuramento:
Débito de 2415 - IRC apuramento
Crédito de subcontas de 2412

6) Se o saldo de apuramento deu IRC a pagar:


Débito de 2415 - IRC apuramento
Crédito de 2416 - IRC a pagar
7) Se o saldo do apuramento deu IRC a recuperar:
Débito de 2417 - IRC a recuperar
Crédito de 2415 - IRC apuramento

8) Ficam assim com saldo as contas, 2416, ou 2417, as quais serão saldadas pelo
pagamento, autoliquidação (2416), pelo reembolso (2417).

Operações de fim de exercício  Página 11 
III) - Outros aspectos
24.3 - IVA
O saldo em 31/12/N, deve respeitar, no caso de IVA a pagar, aos meses de
Novembro e Dezembro, ou no caso de regime trimestral, ao saldo do último
trimestre. Devem ser devidamente conferidas todas as subcontas relacionadas
com IVA.
24.2 - RETENÇÃO DE IMPOSTOS S/ RENDIMENTO
O saldo das respectivas subcontas deverá corresponder às retenções efectuadas
em Dezembro/N e a pagar até 20 de Janeiro/N+1.

24.5 - CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURANÇA SOCIAL


O saldo deve corresponder aos descontos (parte pessoal e patronal), efectuados
em relação aos ordenados, salários e subsídios pagos ou postos à disposição em
Dezembro/N.
Note-se que é importante também, a obtenção de certidões que comprovem a
situação da empresa perante o Fisco e a Segurança Social.

Acréscimos (contas 2721 e 2722 e diferimentos (contas 281 e 282)


“Estas contas destinam-se a permitir o registo dos gastos e dos ganhos nos
exercícios a que respeitam”
O uso destas contas, tem a ver fundamentalmente, com o pressuposto do
acréscimo, que nos diz que: “os efeitos das transacções e de outros
acontecimentos são reconhecidos quando eles ocorram e não quando o caixa ou
equivalentes de caixa sejam recebidos ou pagos, sendo relatados nas D.F. dos
períodos a que respeitam. - SNC
Para análise das subcontas da conta 28 Diferimentos, convém-nos relembrar que:

DESPESAS - São obrigações de carácter financeiro (aquisições de bens e


serviços independentemente do seu pagamento ou consumo);
CUSTOS/GASTOS - São consumos e utilizações de bens e serviços,
independentemente da sua aquisição;
RECEITAS - São direitos de carácter financeiro (vendas de bens e prestação de
serviços independentemente do seu recebimento ou da sua formação);
PROVEITOS/GANHOS - Correspondem a produção de bens ou serviços,
independentemente da sua venda.
Ora a conta 28 - “Diferimentos” servir-nos-á para atribuir a cada exercício
económico os respectivos consumos e utilizações de bens e serviços (gastos) e

Operações de fim de exercício  Página 12 
as correspondentes produções de bens e serviços (rendimentos),
independentemente da sua aquisição/venda e ou do pagamento/recebimento,
respectivamente.
Vejamos então:

2721 – Devedores por acréscimos de rendimentos


Esta conta, serve de contrapartida aos proveitos a reconhecer no próprio
exercício, ainda que não tenham documentação vinculativa, cuja receita só venha
a obter-se em exercício ou exercícios posteriores.

É o caso de:
Acréscimos de rendimentos
Juros a receber.
........ ...........................................................................
Outros acréscimos de proveitos (Bónus, Rappels a receber, etc).

Assim, estas contas serão debitadas no fim do exercício, por crédito


de contas de rendimentos (classe VII do SNC), respeitantes ao exercício
N, embora o seu recebimento venha a ocorrer em N+1.

Mensuração:
Débito 2721
Crédito 7xxx

281- Gastos a reconhecer


Compreende os gastos que devam ser reconhecidos nos exercícios seguintes.
A quota-parte dos diferimentos incluídos nesta conta que for atribuída a cada
exercício irá afectar directamente a respectiva conta de gastos.
É o caso de:

........
...........................................................................
281x Descontos de emissão de obrigações.
281x Descontos de emissão de títulos de participação.
281x Outros gastos a reconhecer (nomeadamente, rendas adiantadas,
prémios de seguros antecipados, juros antecipados, conservação e reparação,
etc). É aconselhável desdobrar a conta 281, em subcontas, de acordo com os
respectivos gastos por natureza diferidos para N+1.

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Mensuração:
Débito 281
Crédito 11/12/22/27/6xx

2722 – Credores por Acréscimos de Gastos


Esta conta serve de contrapartida aos gastos a reconhecer no próprio exercício,
ainda que não tenham documentação vinculativa, cuja despesa só venha a
incorrer-se em exercício ou exercícios seguintes:

É o caso de:
2722 Credores por Acréscimos de gastos:
27221 Seguros a liquidar.
27222 Remunerações a liquidar.
27223 Juros a liquidar.
........ ...........................................................................
27229 Outros acréscimos de gastos, nomeadamente, consumos de
água, energia, telefone imposto municipal sobre imóveis, cuja
documentação só aparece no ano seguinte. Do mesmo modo, a conta
27229 deverá ser subdividida de acordo com os diversos acréscimos de
custos a reconhecer no exercício N.
Convém referir que a conta “Remunerações a liquidar”, compreende, entre outras,
as remunerações (e respectivos encargos) devidas por motivo de férias e subsídio
de férias cujo processamento e pagamento ocorra no ano seguinte.

Mensuração
Débito 6xxx
Crédito 272x

282 – Rendimentos a reconhecer


Compreende os rendimentos que devam ser reconhecidos nos exercícios
seguintes, como sejam:
........

Prémios de emissão de obrigações


Prémios de emissão de títulos de participação
Outros proveitos diferidos, como sejam, entre outras, as rendas recebidas
antecipadamente.

Operações de fim de exercício  Página 14 
Mensuração
Débito 11/12/21/27
Crédito 282

Imparidades e Provisões:

Aspectos fiscais ligados às Imparidades e provisões.


(Ver art.os . 34º, 35º, 36º, 37º, 38º e 39º do Código do IRC)

• IMPARIDADES FISCALMENTE DEDUTÍVEIS


São consideradas para efeitos fiscais:

– As imparidades que tiverem por fim a cobertura de créditos resultantes da


actividade normal, que no fim do exercício possam ser considerados de cobrança
duvidosa e sejam evidenciados como tal na contabilidade;

– Os Ajustamentos inventários;

– Provisões relacionadas com encargos derivados de processos judiciais em curso;

– as provisões que de harmonia com a disciplina imposta pelo Banco de Portugal,


tiverem sido constituídas pelas empresas sujeitas à s/ supervisão e pelas
sucursais em Portugal de Instituições de Crédito e de outras instituições
financeiras com sede em outro Estado membro da Comunidade Europeia, com
excepção da provisão para riscos gerais de crédito, bem como as que tiverem
sido constituídas de harmonia c/ a disciplina imposta pelo Instituto de Seguros em
Portugal às empresas submetidas à s/ fiscalização, incluindo as provisões
técnicas que as empresas seguradoras se encontrem legalmente obrigadas a
constituir;

– As provisões (?) (Reservas)constituídas por empresas que exercem a indústria


extractiva do petróleo mas se destinem a reconstituição de jazigos;

– provisões para recuperação paisagística de terrenos (ver DL n.º 21/97 de 21/1,


que entrou em vigor no dia subsequente ao da respectiva publicação).

Operações de fim de exercício  Página 15 
• Perdas por imparidade em dívidas a receber
São aqueles em que o risco de incobrabilidade se considera devidamente justificado,
o que se verifica quando:

Aspecto fiscal:

– o devedor tenha pendente processo especial de recuperação de empresa e


protecção de credores ou processo de execução, falência ou insolvência;

– os créditos tenham sido reclamados judicialmente;

– os créditos estejam em mora há mais de 6 meses e existam provas de terem sido


efectuadas diligências para o seu recebimento (v.g. carta registada com aviso de
recepção ou fax’s expedidos em princípio antes do encerramento das contas).são
aceites para efeitos fiscais dentro dos seguintes limites:
O montante anual acumulado da imparidade não poderá ser superior a:
– 25% para créditos em mora há mais de 6 meses e até 12 meses;
– 50% para créditos em mora há mais de 12 meses e até 18 meses;
– 75% para créditos em mora há mais de 18 meses e até 24 meses;
– 100% para créditos em mora há mais de 24 meses.
É fundamental elaborar mapa de antiguidade de saldos.

Não serão considerados:


– os créditos sobre o Estado, regiões autónomas e autarquias locais ou aqueles
em que estas entidades tenham prestado aval;

– créditos cobertos pelo seguro;


– créditos sobre pessoas singulares ou colectivas que detenham mais de 10% do
capital da empresa ou sobre membros dos seus órgãos sociais;

- os créditos sobre empresas participadas em mais de 10% do capital, a não ser


que exista processo judicial ou reclamação judicial de créditos.

– Imparidades em dividas a receber (NCRF 12)


“Esta conta destina-se a fazer face aos riscos da cobrança das dívidas de terceiros”.
A imparidade será reconhecida nas dívidas a receber quando a quantia recuperável
desses activos for menor que a sua quantia escriturada, Logo a quantia escriturada
do activo deve ser reduzida para a sua quantia recuperável. Esta redução é uma
perda por imparidade. As dívidas que se encontrarem com perda de imparidade
deverão ser autonomizadas numa subconta da 21x – Clientes de cobrança
duvidosa.

Operações de fim de exercício  Página 16 
De conformidade com a NCRF a perda por imparidade deve ser reconhecida e
mensurada no momento em que ocorre e não de acordo com as regras fiscais.

– Mensuração da perda por imparidade:

Contas €
651 €
219 €

- Mensuração da reversão da perda por imparidade:

Contas €
219 €
762 €

– No caso de utilização da perda por imparidade acumulada, decorrente de


incobrabilidade verificada, pode fazer-se o seguinte lançamento:

Contas €
651 €
21xx €

e simultaneamente:

Contas €
219 €
762 €

Pela anulação das perdas por imparidade acumuladas da dívida extinta

Provisões do período
As provisões do período servirão para fazer face a gastos potenciais que possam
vir a ocorrer no futuro. São obrigações presentes que decorrem de
acontecimentos passados, podendo ser estimadas com fiabilidade, e sendo
fortemente provável a saída de recursos que incorporem benefícios económicos
para liquidação dessas obrigações.

Operações de fim de exercício  Página 17 
O SNC contempla as seguintes subcontas de provisões:
291 – Impostos
292 – Garantias a clientes
293 - Processos Judiciais em Curso
294 – Acidentes de trabalho e doenças profissionais
295 – Matérias ambientais
296 – Contratos onerosos
297 – Reestruturação
298 – Outras provisões

Mensuração:

Constituição/reforço
Débito 67xx
Crédito 29xx

Reversão
Débito 29x
Crédito 763

2.3 – Inventários (NCRF 18)

Aspectos contabilisticos

I – Enquadramento

De acordo com a norma internacional de contabilidade (do IASC) nº. 2, a classe dos
inventários engloba a classe dos artigos tangíveis que:

a) sejam detidos para venda no decurso regular das operações empresariais.


b) Estejam no processo de produção para venda.
c) Se destinarem a ser consumidos na produção de bens e serviços para
venda.

Operações de fim de exercício  Página 18 
No SNC a seriação das contas de razão desta classe é:

31 – Compras
32 – Mercadorias
33 – Matérias - primas
34 – Produtos acabados e intermédios
35 – Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
36 – Produtos e trabalhos em curso
37 – Activos biológicos
38 – Reclassificação e regularização de inventários e activos biológicos
39 – Adiantamentos por conta de compras

Esta classe serve para registar, consoante a organização existente na empresa:

a) As compras e os inventários inicial e final;

b) O inventário permanente.

Na elaboração dos inventários das existências devem ser observados os seguintes


procedimentos: (Aditado pelo Decreto-Lei n.º 44/99, de 12 de Fevereiro)

a) Quando se utilize o sistema de inventário intermitente, as contagens físicas


devem ser efectuadas com referência ao final do exercício (Aditado pelo Decreto-Lei
n.º 44/99, de 12 de Fevereiro)

b) Quando se utiliza o sistema de inventário permanente, as contagens fisicas


devem ser efectuadas: (Aditado pelo Decreto-Lei n.º 44/99, de 12 de Fevereiro)

Com referência ao final do exercício; ou (Aditado pelo Decreto-Lei n.º 44/99, de 12


de Fevereiro)

Ao longo do exercício, de forma rotativa, de modo que cada bem seja contado, pelo
menos, uma vez em cada exercício; (Aditado pelo Decreto-Lei n.º 44/99, de 12 de
Fevereiro)
Operações de fim de exercício  Página 19 
c) Os inventários físicos respeitantes às existências devem identificar os bens, em
termos da sua natureza, quantidade e custo unitário. O sistema usado para o
inventário permanente deve permitir a verificação da correspondência entre as
contagens e os registos contabilísticos. (Redacção dada pelo Decreto-Lei n.º
79/2003, de 23 de Abril)

A nota explicativa a conta 31 – Compras, refere-se na sua parte final que, “esta
conta saldará, em todas as circunstâncias, por débito das contas de existências”.

Vejamos, através de pequenos exemplos, como funcionam os sistemas de


Inventário Permanente e Intermitente, numa empresa comercial:

A empresa X, Lda., que se dedica ao comércio grossista efectuou durante o ano de


200N, as seguintes transacções:

1) Compra a dinheiro de mercadorias 10.000 u.m.


2) Vendas a dinheiro 13.000 u.m.
3) Custos diversos pagos a dinheiro (operacionais) 2.000 u.m.
4) A existência inicial do exercício era de 1.000 u.m.
5) A existência final do exercício era de 1.500 u.m.
O custo das mercadorias vendidas foi de 9.500 u.m.

Pretende-se que se apure o Resultado do período

Ö Em Sistema de Inventário Intermitente

1 Pelas Compras

312 Compras de mercadorias


a 111 Caixa 10.000 u.m.
2 Pelas vendas:

111 Caixa
a 711 Vendas de mercadorias 13.000 u.m.

Operações de fim de exercício  Página 20 
3 Gastos diversos a dinheiro:

6x Custos diversos
a 111 Caixa 2.000 u.m.
4 Apuramento do custo das mercadorias vendidas:

CMV = Ei + C – Ef

A conta de Mercadorias tinha a débito o saldo correspondente à existência inicial no


montante de 1.000 u.m..

Assim os lançamentos a fazer seriam:

I) Transferência do saldo da conta 312 por débito da conta de existências


conforme parte final da nota explicativa.

32 Mercadorias
a 312 Compra de mercadoria 10.000 u.m.

II) Regularização do saldo da conta de existências por forma a que


corresponda às existências finais apuradas por inventariação directa: o
débito da conta 61 expressa o custo das matérias vendidas (e/ou
consumidas) relativo ao período em questão:

612 CMV
a 32 Mercadorias 9.500 u.m.

5 Transferência das vendas para resultados do período:

711 Vendas de mercadorias


a 81 Resultados do período 13.000 u.m
.
6 Transferência do CMV para resultados do período:

81 Resultados do período
a 612 CMV 9.500 u.m.

Operações de fim de exercício  Página 21 
7 Transferência de “Outros Gastos” para Resultados do Período:

81 Resultados do período
a 6x Gastos diversos 2.000 u.m.

Vejamos então em termos esquemáticos:

Contabilização:

32 Mercadorias
DÉBITO: CRÉDITO:
Exist .inicial 1.000 De CMV 9.500
A Compras 10.000

61 CMV
DÉBITO: CRÉDITO:
A Mercadorias 9.500 De Resultados do período 9.500

Em sistema de Inventário Permanente.

Vamos assumir que a empresa optou por registar o inventário permanente na


contabilidade geral.

Assim:

1 Pelas Compras

312 Compras de mercadorias


a 111 Caixa 10.000 u.m.

Operações de fim de exercício  Página 22 
2 Pela transferência da conta 31 para a conta de Inventário Permanente 32-
Mercadorias:

321 – Mercadorias
a 319 Compras de mercadorias 10.000 u.m

3 Pelas Vendas:

111 Caixa
a 711 Vendas de mercadorias 13.000 u.m.

e simultaneamente, ou ao fim do período de registo (exemplo mês), a empresa


regista a saída das mercadorias de armazém, ao custo da venda.

4 Registo da saída por venda ao custo das mercadorias vendidas:

612 - CMV-Mercadorias
a 321 – Mercadorias 9.500 u.m.

5 Registo dos restantes gastos

6xx – Outros Gastos


a 111 – Caixa 2.000 u.m

No final do exercício os lançamentos para resultados seriam:

6 Transferência do saldo da conta “Vendas”

711 – Venda de mercadorias


a 81. – Resultados do período 13.000 u.m.

Operações de fim de exercício  Página 23 
7 Transferência dos saldos das contas de gastos:

81 – Resultados do período 11.500 u.m.


a Diversos
a 612 – CMV-Mercadorias 9.500 u.m.
a 6xx – outros gastos 2.000 u.m.

No sistema de Inventário Permanente, a conta 32–Mercadorias apresenta


permanentemente o saldo das mercadorias em existência, já que é debitado pelas
entradas e creditada pela saída de mercadorias.

Não há assim (neste caso) necessidade de efectuar, no final do exercício, qualquer


lançamento relacionado com as existências, com excepção de eventualmente,
regularizar diferenças entre as quantidades constantes dos registos e as
quantidades que na realidade existem.

II) Mensuração

Os princípios contabilísticos ligados à mensuração dos inventários são:

- Princípio da Prudência (daí a criação do ajustamento)

- Princípio da Uniformidade ou Consistência

- Princípio do Custo Histórico

O reconhecimento e a mensuração é matéria tratada na NCRF 18 do SNC..

No que respeita à mensuração, os inventários devem ser mensurados pelo


custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o mais baixo.

– Custos de compra

Os custos de compra dos inventários incluem o preço de compra, direitos de


importação e outros impostos não recuperáveis, deduzidos dos descontos
comerciais e outros abatimentos em compras.

24
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
- Custos de conversão

Incluem os custos directos com a transformação e ainda a MOD. Incorporam


também os Gastos Gerais de Produção fixos, independentemente do volume de
produção – imputados de forma sistemática.

A mensuração dos custos de inventários pode ser realizada com recurso ao método
do custo padrão ou ao método do retalho, quando houver conveniência e
convicção de os mesmos se aproximarem do custo real, e sem esquecer a
necessidade de regularmente se proceder a uma revisão dos pressupostos de base
para os métodos.

NOTA: Aconselha-se a leitura da NCRF 18, nomeadamente os parágrafos 9 a


33, relacionados com a mensuração dos diversos tipos de inventários.

Se o custo dos inventários exceder o seu valor realizável líquido, então funciona o
princípio da prudência (isto é, os inventários são mensurados pelo valor mais baixo
dos dois, sendo a diferença entre eles expressa pelo ajustamento de inventários).

• Ajustamentos em Inventários
Um inventário estará em imparidade quando os custos de inventário se situarem
acima do seu Valor Realizável Líquido. Nestas circunstâncias, os inventários
devem ser reduzidos para o seu Valor Realizável Líquido, item a item.
Mensuração do ajustamento:

Contas €
652 €
3xxx €

Pela diferença entre o custo dos inventários e o seu VRL

Reversão:

Contas €
3xx €
7622 €

25
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
Métodos de Custeio de Saídas dos inventários

Com o método de custeio de saídas o SNC através da NCRF 18 adopta os


seguintes:
9 Custo específico
9 Custo médio ponderado
9 FIFO
Os custos pré-determinados são custos que, terminada a produção, se vão
comparar com os custos históricos (reais) para apurar desvios entre as previsões
efectuadas e a realidade verificada.

– Actividades Plurienais

Nas actividades de carácter plurienal (construção de edifícios, pontes, estradas,


barragens, etc.), os produtos e trabalhos em curso podem ser avaliados pelos
seguintes métodos:

Método da percentagem de acabamento.

O desenvolvimento da problemática contabilística dos contratos de construção


consta da NCRF 19,

Este assunto será tratado em módulo próprio, destinado exclusivamente aos


Contratos de Construção ( NCRF 19)

2.4 - Investimentos

Neste capítulo, iremos apresentar os aspectos mais específicos que normalmente


são tratadas no final dos exercícios relacionados com os seguintes tipos de activos
da classe dos investimentos:
Propriedades de investimento
Activos fixos tangíveis
Activos intangíveis

26
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
Assim, iremos abordar o tratamento contabilístico no que se refere às seguintes
situações específicas que ocorrem após o reconhecimento inicial daqueles activos:
Revalorização
Gastos de depreciação e amortização
Imparidades

Mensuração após reconhecimento


Uma entidade deve, para cada classe inteira de activos fixos tangíveis, adoptar
como política contabilística um dos seguintes modelos:

- Modelo de custo- um item do activo fixo tangível será escriturado pelo seu
custo, deduzido das depreciações acumuladas e de eventuais perdas por
imparidade;

- Modelo de revalorização – um item do activo fixo tangível será escriturado pelo


seu justo valor à data da revalorização, deduzido das depreciações acumuladas e de
eventuais perdas por imparidade subsequentes;

Revalorização:
As revalorizações devem ser efectuadas numa base regular. A sua frequência
dependerá das alterações nos justos valores dos bens, devendo ser anuladas se
necessário. Após a adopção do modelo de revalorização o valor dos bens não
poderá diferir significativamente do justo valor.
A quantia escriturada do activo deverá ser actualizada por forma a que o valor
líquido contabilístico seja igual ao justo valor.

Relativamente à depreciação acumulada esta poderá ser:


- Reexpressa proporcionalmente à alteração na quantia bruta escriturada; ou
- Eliminada conjuntamente com a quantia bruta escriturada

Exemplo 1
Uma entidade adquiriu um equipamento em Jan de N-3, por 65.000€, com um
período estimado de vida útil de 15 anos. Em Jan/N foi determinado o custo de
reposição do equipamento de 85.000€

27
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
Registos da revalorização:

D/C Conta €
Débito 433 20.000 (85.000 – 65.000)
Crédito 438 4.000 17.000(85.000/15x3) – 13.000(65.000/15x3)
Crédito 589 16.000 Excedente de revalorização

Exemplo 2
Uma empresa tinha adquirido um armazém em N-8 por 120.000€. O período de vida
útil estimado foi de 30 anos. As depreciações acumuladas em N ascendiam a
32.000€. No exercício N, o JV do imóvel, era de 200.000€.

Registos da revalorização:

D/C Conta €
Débito 432 80.000 (200.000 – 120.000)
Débito 438 32.000 Anulação das dep.acumuladas até N
Crédito 589 112.000 200.000 – (120.000 – 32.000)

O SNC contempla igualmente as revalorizações efectuadas ao abrigo de diplomas


legais, onde para o efeito, serão tidos em conta, coeficientes de correcção
monetária, que servirão de base à actualização dos activos e das respectivas
depreciações acumuladas.

Aumentos e diminuições do activo por revalorizações

Se aumento – deve ser levado aos capitais próprios (c/58 excedentes de


ravalorização)
No entanto se houve reconhecimento de perdas em resultados anteriores deve
reconhecer-se o proveito até ao montante das perdas verificadas e só o excedente
vai para o capital próprio c/58

Se diminuição – deve ser levada aos capitais próprios (c/58 excedentes de


revalorização) até ao montante das Reservas de revalorização caso existam. O
excedente, ou em caso de inexistência de RR, deverá ser reconhecisa como um
gasto do período na D.R.

28
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
Exemplo
Admita um terreno que foi adquirido em N-4 por 100.000€. Em N-2 o Justo valor do
terreno foi estimado em 75.000€. Em N o JV do terreno subiu para 130.000€

Registos:

ANO Débito Crédito


N-4 431 121 100.000€ Pela aquisição em N-4

N-2 655 439 25.000€ Perda de imparidade

N 431 55.000€ (130.000 – 75.000)

7625 25.000€ Reversão da perda imp em N-2

589 30.000€ Excedente revaloriz (130.000- 100.000)

Depreciações
A depreciação de um Activo Fixo Tangível será a quantia do desgaste verificado no
activo devido à passagem do tempo e à sua utilização.

O custo de depreciação será reconhecido nos resultados.


A quantia depreciável de um activo será a sua quantia escriturada deduzida do seu
valor residual.

O período de depreciação será: no início, quando o activo fica disponível para uso,
no fim quando o activo for classificado como detido para venda ou seja retirado de
uso.

Métodos de depreciação contemplados no SNC:


- Linha recta – débito constante ao longo da sua vida útil do bem;
- Saldo decrescente – débito decrescente durante a sua vida útil;
- Unidades de produção – débito baseado no uso ou produção esperados.

Os três métodos de depreciação já foram estudados na abordagem da NCRF 7.


Assim, apresentaremos apenas o lançamento esquemático da contabilização da
depreciação dos activos fixos tangíveis.

Débito 642
Crédito 438

29
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
Não esquecer que relativamente aos imóveis – Edifícios, cujo valor do terreno não
seja conhecido, deverá ser-lhe atribuído 25% do valor do edifício para efeito de
depreciação, já que os terrenos afectos aos edifícios não são depreciáveis.

- Imparidades em Activos Fixos Tangíveis

Um activo fixo tangível diz-se que está em perda de imparidade quando o excedente
da sua quantia escriturada excede a sua quantia recuperável, sendo que:

Quantia recuperável será o valor mais alto entre o preço de venda líquido de um
activo e o seu valor de uso.

Assim, as entidades deverão em cada fecho de período indagar se existe alguma


indicação de que alguns dos seus activos se encontram sobreavaliados. Em caso
afirmativo deverá ser elaborada uma estimativa sobre o potencial valor recuperável,
devendo reconhecer-se a imparidade.

Mensuração:

Contas €
655 €
439 €

Reversão:
Contas €
439 €
7625 €

O teste de imparidade deverá ser realizado através de:

- Fontes externas de informação: valor de mercado, alterações


tecnológicas, aspectos legais, ambiente, etc

- Fontes internas de informação: evidencia de obsolescência, pioria do


desempenho económico (relatórios internos) alterações de actividade que
alterem a forma de utilização do activo, etc.

Elementos de mensuração

- Pela quantia recuperável – máximo entre:

- Justo valor menos os custos de vender, sendo este o único


critério a utilizar para os seguintes activos

a) activos não correntes detidos para venda


b) activos financeiros disponíveis para venda
30
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
- Valor de uso, sendo este o único critério a utilizar para os
seguintes activos:
a) Activos financeiros escriturados pelo custo amortizado
b) Activos financeiros escriturados pelo custo

Ocorrência de imparidade num AFT durante o período de vida útil de


depreciação

Exemplo.

Um equipamento foi adquirido em Janeiro de N-2 por 200.000€. A vida útil estimada
foi de 5 anos. Considerou-se que o bem não tem valor residual, tendo-se optado o
método de linha recta na depreciação do equipamento. Em Janeiro de N, o
equipamento apresenta um valor escriturado de 120.000€ e o valor recuperável foi
determinado em 60.000€

Pedido . Determinar o encrgo anual com a depreciação do equipamento nos 5 anos


de vida útil:

Ano Cálculo Depreciação Débito Crédito


Imparidade
N-2 200.000/5 40.000 642 438
N-1 200.000/5 40.000 642 438
N Imparidade (120.000 – 60.000) 655 439
N Depreciação 60.000/3 = 20.000 642 438
N+1 Depreciação 60.000 / 3 = 20.000 642 438
N+1 Depreciação 60.000 / 3 = 20.000 642 438

Verifica-se que a partir do ano em que se detectou a imparidade, o AFT passa a ser
depreciado pela quantia restante até ao fim do seu período de vida útil.

As perdas por imparidade nos activos intangíveis e a respectiva reversão terão a


seguinte mensuração:

Pela perda por imparidade:

Contas €
656 €
449 €

Pela reversão da perda por imparidade:


Contas €
449 €
7626 €

31
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
Contabilização dos apoios do Governo (NCRF 22)

Analisemos em particular os subsídios não reembolsáveis relacionados


com os Activos Fixos Tangíveis.
Este tipo de subsídios de acordo com a NCRF 22, devem ser apresentados no
balanço como componente do Capital Próprio, sendo imputados sistematicamente
como rendimento do exercício durante o período de vida útil do A.F.T.
Lançamento pelo recebimento do subsídio:
Débito 121
Crédito 593 100.000€
O regime fiscal dos subsídios de equipamento é referido no art.º 22.º do Código
IRC que se transcreve:

Artigo 22.º
(redacção do D.L. n.º 251-A/91 de 16/7)
Subsídios ou subvenções não destinados à exploração
“1 - A inclusão no lucro tributável dos subsídios ou subvenções não destinadas a
exploração, designadamente dos subsídios ou subvenções de equipamento,
obedecerá as seguintes regras:
a) Se os subsídios ou subvenções dizem respeito a elementos do activo
imobilizado reintegráveis ou amortizáveis, deve ser incluído no lucro tributável
uma parte do subsídio na mesma proporção da reintegração ou amortização
calculada sobre o custo de aquisição ou de produção, sem prejuízo do disposto
no n.º 2.
b) Se os subsídios ou subvenções não respeitam a elementos do activo
imobilizado referidos na alínea anterior, devem ser incluídos no lucro tributável,
em fracções iguais, durante os exercícios em que os elementos a que
respeitam são inalienáveis nos termos da lei ou contrato ao abrigo dos quais os
mesmos foram concedidos ou, nos restantes casos, durante dez anos, sendo o
primeiro o do recebimento do subsídio.
2 -Nos casos em que a inclusão no lucro tributável dos subsídios ou subvenções não
destinados à exploração se efectue, nos termos da alínea a) do número anterior,
em proporção da reintegração ou amortização calculada sobre o valor de
aquisição, terá como limite mínimo a que proporcionalmente corresponder a quota
mínima de reintegração ou amortização nos termos do n.º 6 do art.º 28º.”

Os subsídios concedidos pelo Estado ao abrigo dos sistemas de incentivo SIBR,


SINPEDIP, SIR, POE, QREN etc., que se destinam a ser aplicados em activo fixo
corpóreo ou incorpóreo devem ter o tratamento fiscal previsto no n.º 1 do Art.º 22º
do Código do IRC (Proc. 272/89, despacho de 13/03/89).
Importa aqui realçar alguns aspectos particulares relacionados com os subsídios
de investimentos:

32
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
I) Subsídio recebido em ano posterior ao da entrada em funcionamento
dos bens.

Ex. - Investimento efectuado no ano N, no montante de 100.000 €, tendo os bens


entrado em funcionamento nesse mesmo ano.

– Somente no ano N+1 foi atribuído o subsídio no montante de 50%.


– A taxa de depreciação dos bens é de 20%.
Em nossa opinião deve proceder-se do seguinte modo:
Depreciações do ano N = 20.000 € (100.000€x20%)
Depreciações do ano N+1 = 20.000 € (100.000€x20%)
Etc……

Contabilização das depreciações anuais

Contas €
642 20.000
438 20.000

Montantes a regularizar anualmente numa base sistemática (50% da depreciação)

respeitantes ao ano N = 10.000 € (50.000€x20%)


respeitantes ao ano N+1 = 10.000 € (50.000€ x 20)
etc……

Contabilização da reposição sistemática do subsídio:

Contas €
593 10.000
7883 10.000

Caso o contrato de concessão de incentivos celebrado com o IAPMEI, não fosse


assinado no ano N, então a regularização contabilistica do subsidio só se
efectuaria no ano N+1, no montante de 20.000 €. (10.000 + 10.000)

Lançamento:
Débito 593
Crédito 7883 20.000€

33
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
II) Investimentos efectuados e subsídios recebidos em anos diferentes.2
– Investimento efectuado no ano N 100.000 €
– Investimento efectuado no ano N+1 = 150.000 €
– Taxa de depreciação dos bens = 20%
– Subsídio recebido no ano N a título de adiantamento = 75.000 €.
– Estimativa do subsídio a receber - 40% do investimento.
– Subsídio recebido no ano N+1 a titulo de acerto = 25.000 €
– Os bens entraram em funcionamento nos anos em que se efectuou o
investimento.
Trata-se de situação, para a qual desconhecemos a existência de instruções por
parte do Fisco, mas que ocorre frequentemente na prática.
No caso do adiantamento do subsídio ser desproporcionado em relação ao
investimento efectuado no exercício, é aconselhável estimar a percentagem do
subsídio total em relação ao investimento total (através do projecto de
investimento). Aplicar-se-ia esta percentagem estimada ao montante das
amortizações relacionadas com o investimento efectuado.
Depreciações praticadas no ano N = 20.000 € (100.000x20%)
Depreciações praticadas no ano N+1 = 50.000 €.(100.000+150.000)x20%
Regularizações a efectuar:
No ano N: 20.000 x 40 % = 8.000 €
No ano N+1
1) Acerto do ano N.
Caso a percentagem do subsídio em relação ao investimento seja diferente
da inicialmente estimada, deve fazer-se regularização de acerto.

2) Regularização do próprio exercício.


50.000 x 40% = 20.000 €

III) Abate ou alienação de bens subsidiados


Verificando-se o abate ou alienação de um bem subsidiado, cuja regularização
contabilística do subsídio não se encontra efectuada, é lógico que o saldo
respectivo da conta 593 – subsídios, deve ser levado totalmente a ganhos do
exercício, conta 7883.

SUBSÍDIO DE APOIO À CRIAÇÃO DE POSTOS DE TRABALHO


Em relação aos subsídios de apoio à criação de postos de trabalho, estes devem ser
considerados como Rendimentos a reconhecer e repartidos como ganhos por
quatro anos, conforme entendimento do Fisco. Note-se que no caso dos subsídios
atribuídos ao abrigo do Dec. Lei n.º 89/95 de 6/5, estes devem, em nossa opinião,
ser repartidos por um período de três anos em virtude a empresa ser obrigada a
repor o subsídio se não conseguir durante 36 meses manter o posto de trabalho
respectivo.

34
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
No caso de subsídios com componente associada á criação de postos de trabalho,
foi alterado, a partir do ano de 2001, inclusive, o seu tratamento fiscal, passando a
ter o mesmo regime do subsidio á criação de postos de trabalho, isto é, o montante
deve ser objecto de deferimento pelo período estabelecido no contrato para a
manutenção dos postos de trabalho criados (Circ. 6/2001 de 10/5 da DGI).

TRATAMENTO CONTABILISTICO DOS SUBSIDIOS


- Os subsídios atribuídos com a finalidade de reduzir gastos ou aumentar
rendimentos, são subsídios á exploração e são contabilizados na conta 75-
Subsidios á exploração, afectando o resultado do exercício respectivo.
-Os subsídios relacionados com activos fixos tangíveis, são contabilizados na
conta 593-Subsidios. Á medida que forem contabilizadas as depreciações dos bens
respectivos, deverão efectuar-se transferências para a conta 7883-Imputação de
subsídios para investimentos -. ( 593 / 7883 )
-Os subsídios que não se destinem a bens amortizáveis, nem á exploração, são
contabilizados directamente em conta de capital próprio 595-Outros Subsidios.

2.5 – Gastos
Custos com pessoal – Encargos com férias

As despesas com férias, subsídios de férias e respectivos encargos são custos do


exercício a que se reportam os direitos respectivos.
Assim em 31 de Dezembro de N, vence-se o direito dos trabalhadores às férias e
subsídio de férias, que vão ser pagas em N+1, sendo tal direito uma obrigação da
empresa em 31/12/N.
Para dar cumprimento ao pressuposto do acréscimo, ao direito às férias e subsídio
de férias e respectivos encargos vencidos em 31 de Dezembro, deve ser dado o
adequado tratamento contabilístico.

O lançamento a efectuar será:


Contas €
63xx €
2722x €
Pelo valor correspondente a dois meses, férias e SF mais os respectivos os encargos
patronais para a Segurança Social.

Exemplo
Vejamos qual o procedimento a seguir no ano seguinte, aquando do processamento
das férias e respectivos encargos, ilustrando a exposição com os seguintes dados:
– Estimativa efectuada no final do ano e creditada na conta 2722 (incluindo a
estimativa dos encargos com remuneração do período de férias, o subsídio de

35
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
férias, os encargos com segurança social de conta da empresa e o custo com os
seguros de acidentes de trabalho correspondentes) - 5.000 €.
– Encargos efectivamente processados:
– valores ilíquidos de férias e sub. de férias - 5.000 €,
– encargos com segurança social da parte da empresa - 1225 €,
– descontos para a segurança social (parte do pessoal) - 550 €,
– retenção na fonte de IRS - 200 €,
– seguro de acidentes de trabalho correspondente - 100 €.

1.ª Hipótese de contabilização


– quando do processamento
63xx - 6.325 €
a “diversos” - 6325 €

e no final do ano,
2722x - 5.000 €
a 63 - 5.000 €

2.ª Hipótese de contabilização


– quando do processamento
2722 - 6325 €
a “diversos” - 6325 €

e no final do ano,
63x - 1325 €
a 2722 - 1325 €

3.ª Hipótese de contabilização


Somente quando do processamento,
débito de:
2722 - 5.000 €
63x - 1.325 €
crédito de:
“diversos” - 6.325 €

Nesta última hipótese, o acerto é efectuado aquando do processamento.

36
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
II - Prestação de Contas
1 – Características qualitativas das Demonstrações Financeiras

O SNC na sua estrutura conceptual as características qualitativas das


Demonstrações Financeiras, como atributos que tornam a informação útil para os
utentes da informação.

• Compreensibilidade: A informação deve ser rapidamente aprrendida


pelos utentes, implica uma aproximação aos utentes;

• Relevância: A informação deve ser pertinente e relevante, está


dependente da materialidade, isto é , se da omissão ou inexxatidão dessa
informação resultam distorções ou erros de análise para os utentes.

• Fiabilidade: As D.F devem ser dignas de confiança. Isto é, estarem


isentas de erros, lacunas, imprecisões, preconceitos que afectem a
correcta informação aos utentes

o Representação fidedigna
o Substancia sobre a forma
o Neutralidade
o Prudência
o Plenitude;

• Comparabilidade: As D.F. devem permitir o estabelecimento de


tendências de evolução ou de comportamento, no tempo e no espaço,
para a mesma empresa ou várias empresas.

Estas características, em conjunto com os pressupostos, princípios e normas


contabilísticas adequadas, fazem que presumivelmente sejam produzidas
Demonstrações Financeiras geralmente descritas como apresentando uma imagem
verdadeira e apropriada da posição financeira e do resultado das operações das
entidades.

2 – Elementos das Demonstrações Financeiras

• Activos
• Passivos
• Capital Próprio
• Rendimentos (ganhos e réditos)
• Gastos (custos e perdas)
• Outras alterações no Capital Próprio
• Fluxos de Caixa

37
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
3 – Conjunto completo de Demonstrações Financeiras

• Balanço
• Demonstração dos Resultados
• Demonstração das alterações no capital próprio
• Demonstração dos fluxos de caixa
• Anexo

3.1 – Balanço

Elementos do balanço

o Activo – Recursos controlados pela empresa como resultado de


acontecimentos passados; e do qual se esperam fluam para a
entidade benefícios económicos futuros
o Passivo – Obrigações presentes da empresa proveniente de
acontecimentos passados; e cuja liquidação se espera que resulte
num exfluxo de recursos da empresa que incorporem benefícios
económicos.
o Capital próprio - Valor residual dos activos da entidade após
dedução dos seus passivos.

O Balanço dá-nos uma informação sobre a posição financeira das empresas


Dispensamo-nos de apresentar aqui o modelo de Balanço constante da Portaria
986/2009, que o aprovou as Demonstrações Financeiras onde se inclui o Balanço

3.2 – Elementos da Demonstração dos Resultados

• Rendimentos – Aumentos nos benefícios económicos durante o período


contabilístico, na forma de influxos ou aumentos de activos ou diminuições
de passivos, que resultem em aumentos de capital próprio, que não sejam
relacionados com as contribuições dos participantes no capital social
• Gastos - Diminuições nos benefícios económicos durante o período
contabilístico, na forma de exfluxos ou deperecimentos de activos ou na
incorrência de passivos, que resultem em diminuições do capital próprio,
que não sejam os relacionados com distribuições aos participantes no C.P.

As duas demonstrações de Resultados contempladas no SNC evidenciam uma


informação sobre o desempenho das empresas:

- Demonstração dos Resultados por Naturezas (obrigatória)


- Demonstração dos Resultados por Funções (facultativa)

38
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
O nível de resultados é apresentado muitas vezes como indicador de desempenho
da entidade, da sua capacidade de gerar fundos e da eficácia de gestão.

Uma vez que a Demonstração dos Resultados por Naturezas já foi objecto de
estudo na disciplina de Contabilidade Financeira – I, iremos debruçar-nos neste
módulo, no estudo da Demonstração de Resultados por Funções, que apesar de ser
de elaboração facultativa no normativo SNC, a informação que presta é importante e
nessa medida, consideramos oportuno abordar o seu conteúdo neste módulo.

A Demonstração dos Resultados por Funções apresenta-nos a afectação


funcional dos diversos gastos e rendimentos da entidade.

Os resultados são apurados, discriminando os seus componentes positivos e


negativos por origem ou afectação e, em particular, de acordo com as funções
empresariais (produção, comercial, administrativa, financeira).
Proporciona aos utentes das DF’s uma informação mais relevante, uma vez que
divulga de forma específica os diversos componentes do resultado, que sejam
significativos para a avaliação do desempenho da actividade.
Recolha da informação:

„ É indispensável ter por base sistemas de informação analíticos, seja


através de uma lista de contas adequada, seja através da criação de
centros de custo.
„ É importante a adopção do Sistema de Inventário Permanente.
„ Pode ser elaborada com base em mapas auxiliares que permitam
estabelecer uma ligação adequada entre os registos contabilísticos. Implica
que se determine uma chave de repartição adequada.
„ Atende à necessidade desta demonstração financeira contemplar a
classificação por actividades operacionais, de financiamento e de
investimento.
„ Conduz à determinação dos resultados pelos diferentes níveis:
„ Resultado bruto
„ Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos)
„ Resultados antes de impostos
„ Resultados líquidos do período

No presente trabalho e a título meramente académico, apresenta-se um exemplo


prático para a elaboração da DRF, a partir da Demonstração de Resultados por
Natureza, utilizando uma chave de repartição previamente definida.

39
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
Um exemplo:
A partir duma DRN apresenta-se um quadro de repartição dos gastos por naturezas pela
respectiva função na entidade.

D.R Vendas C.V. Outros Custos Custos Outros Gastos


Naturezas + e Rendim Distrib Adm. Gastos Financ.
S.P. S.P. (liq)
Vendas e serv.prest. 610.000 610.000
Subs exploração 25.000 -25.000
Var. Inv.da produção - 20.000 20.000
Trab propria entidade 12.000 -12.000
CMVMC 350.000 350.000
Forn serv externos 90.000 36.000 22.500 31.500
Custos c/ pessoal 102.000 51.000 30.600 20.400
Imparidade de invent. 0
Imparidade Div. a rec 0
Outros rendim/ganhos 8.000 8.000
Outros gastos e perdas 20.000 3.000 1.000 16.000
RES ANTES DEPREC. 73.000
Gastos de dep/amort 42.000 21.000 12.600 8.400
RES.OP.(Antes GF) 31.000
Juros e rend.similares obt 7.500 7.500
Juros e gastos sim sup 12.500 -12.500
RAI 26.000
ISR (20%) (-) 5.200
Result. Liq. Período 20.800
Totais 610.000 441.000 8.000 68.700 61.300 16.000 -5.000

RECLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS E PROVEITOS POR NATUREZA

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR FUNÇÕES

Vendas e serviços prestados 610.000


Custo das vendas e dos serviços prestados -441.000
Resultados brutos 169.000
Outros rendimentos 8.000
Custos de distribuição - 68.700
Custos administrativos - 61.300
Outros gastos - 16.000
Resultado operacional antes gastos financ. e Impostos 31.000
Custo líquido do financiamento - 5.000

Resultados correntes 26.000


Imposto sobre rendimento do período (20%) - 5.200
Resultado Líquido do Período 20.800

40
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
3.3 – Demonstração das alterações no C.P.

Esta demonstração financeira tem como objectivo evidenciar a variação ocorrida nas
diversas componentes do capital próprio a partir do início e fim do período de dois
exercícios consecutivos, tendo em consideração a análise comparativa que se
pretende.

Aconselha-se a consulta da Portaria 986/2009, que aprovou o modelo desta


demonstração financeira.

Tratando-se duma demonstração financeira cuja elaboração não oferece grandes


dificuldades, exceptuando o período de transição do POC para o SNC, neste
módulo, não iremos elaborar qualquer trabalho para a sua elaboração, que se
remete para as aulas práticas.

3.4 - Demonstração de fluxos de caixa

Esta demonstração financeira encontra-se regulada na NCRF nº 2 e visa


fundamentalmente cumprir os seguintes,

Objectivos:
o Determinar a capacidade da empresa para gerar dinheiro (e
equivalentes)

o Determinar as necessidades da empresa de utilizar esses fluxos de


caixa

o Determinar a tempestividade e certeza da sua geração.

Apresentação (classificação por actividades)

o Actividades Operacionais;

o Actividades de investimento;

o Actividades de financiamento.

41
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
Alguns conceitos (IAS-7)

o Caixa – Compreende o numerário e os depósitos bancários


imediatamente mobilizáveis;

o Equivalentes a caixa – são investimentos de C.Prazo, cuja


conversão em numerário possa efectuar-se sem grandes riscos
de alterações de valor no prazo médio de 3 meses a contar da
data da sua constituição ou aquisição .

o Actividades Operacionais – são actividades geradoras de


receitas relacionadas com o objecto social da empresa e outras
actividades que não sejam de considerar como actividades de
investimento ou de financiamento.

o Actividades de investimento – são as actividades de


aquisição ou de alienação de activos de longo prazo e de
outros investimentos não considerados como equivalentes de
caixa.

o Actividades de Financiamento – são as actividades que


resultam de alterações do valor e da composição dos Capitais
Próprios ou dos empréstimos obtidos.

Método de apresentação do mapa de DFC ( O SNC contempla apenas o


método directo para elaboração desta D.F.

o Directo
ƒ Extraído directamente dos registos contabilísticos da
empresa, mediante a utilização de um plano com rubricas
apropriadas que relevem os movimentos dos fluxos de
caixa.(ver exº)

ƒ Retirado do ajustamento das vendas, custo das vendas e


outras rubricas da D.R. que respeitem a:

• Variações ocorridas, durante o período, nas


existências e nas dívidas operacionais de e a
terceiros.

• Outras rubricas não relacionadas com caixa

• Outras rubricas cujos efeitos de caixa respeitem a


fluxos de caixa de investimento e ou de financiamento

42
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
N.B - Apresenta-se de seguida um exemplo de um plano para os fluxos de
caixa a extrair directamente dos registos contabilísticos, bem como uma
explicação para a sua elaboração a partir das Demonstrações Financeiras
(dois Balanços comparativos e uma Demonstração dos Resultados do
exercício em análise)

PROPOSTA DE PLANO PARA REGISTO DOS FLUXOS DE CAIXA


1 – FLUXO DE CAIXA DAS ACTIVIDADES OPERACIONAIS
11 Fluxos gerados pelas operações
1121 Recebimentos de clientes
1122 Pagamentos a fornecedores
1164 Pagamentos ao pessoal
12 Fluxos antes das rubricas extraordinárias
1286 Pagamento/Recebimento do Imposto s/rendimento
1299 Outros recebimentos e pagamentos
2 – FLUXO DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO
21 Pagamentos respeitantes a:
2143 Activos fixos tangíveis
2144 Activos intangíveis
2141 Investimentos financeiros
2122 Outros activos
22 Recebimentos provenientes de:
2243 Activos fixos tangíveis
2244 Activos intangíveis
2241 Investimentos financeiros
2242 Outros activos
224x Subsídios ao investimento
224x Juros e rendimentos similares
224x Dividendos
3 – FLUXO DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO
31 Recebimentos provenientes de:
3123 Financiamentos obtidos
3151 Realizações de capital e de outros instrumentos de C.P
3156 Cobertura de prejuízos
3152 Doações
3159 Outras operações de financiamento
32 Pagamentos respeitantes a:
3223 Financiamentos obtidos
3268 Juros e custos similares
3225 Dividendos
3251 Reduções de capital e outros instrumentos de C.P
3252 Outras operações de financiamento

43
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
TIPOS DE INFLUXOS E EXFLUXOS DE CAIXA ORIGEM DOS FLUXOS

Actividades operacionais:

Influxos de caixa
• Vendas e prestações de serviços
• Juros de empréstimos concedidos, ou
dividendos de partic. de capital
• Outros rendimentos/ganhos

Exfluxos de caixa: DEMONSTRAÇÃO DOS


RESULTADOS
• Compras de inventários e de FSE
• Pessoal
• Impostos
• Juros funcionamento
• Outros gastos/perdas

Actividades de Investimento

Influxos de caixa
• Alienação de investimentos
• Alienação de partes de capital
• Amortização financ.conc. a terceiros ACTIVOS DE MLP

Exfluxos de caixa
• Aquisições de investimentos
• Aquisição de partes de capital
• Financiamentos concedidos a terceiros
Actividades de Financiamento

Influxos de Caixa
• Realização de capital e outros instrum. capital
• Emissão de Títulos e obrigações PASSIVOS DE MLP
• Financiamentos obtidos
CAPITAL PRÓPRIO
Exfluxos de Caixa
• Dividendos
• Amortização de financiamentos Obtidos
• Reduções de capital e outros instrum. capital
• Juros e custos similares

44
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
Metodologia para obtenção dos valores a inserir na DFC
(Utilização de 2 balanços comparativos N e N-1 e da Dem.Res. de N)

Método directo

Actividades operacionais
Rúbricas +- Contas a considerar
+ Saldo inicial de clientes c/21
Recebimentos de + Vendas c/71, Prest. Serv. c/72 e outros ganhos c/78
clientes - Saldo final de clientes
+ Saldo final de adiant.c/ vendas c/276
- Saldo inicial de adiant.c/vendas c/276

+ Saldo inicial de fornecedores c/22


Pagamentos a + Compras c/31, Forn.serv.ext c/62
fornecedores - Saldo final de fornecedores c/22
+ Saldo final c/ adiantamentos compras c/39
- Saldo inicial c/ adiantamento compras c/39

+ Custos com o pessoal c/63


Pagamentos ao + Saldo inicial das contas (23+2421+245)
pessoal - Saldo final das contas (23+2421+245)
+ Saldo inicial da conta 27223 (enc c/férias)
- Saldo final da conta 27223 (enc c/férias)

+ Saldo da conta 812


Pagam/receb. do + Saldo inicial conta 241 (IRC)
imposto sobre o - Saldo final da conta 241 (IRC)
rendimento + Saldo da conta 6885
- Saldo da conta 7882
Nesta rubrica deverão ser incluídas todos os
restantes recebimentos e pagamentos da actividade
operacional não incluídos nos itens anteriores,
nomeadamente:
- Valores recebidos relevados nas contas 75 e 78
- Valores pagos registados nas c/ 68
Outros - Pagamentos do IVA (2433-2432+24342-24341)
recebimentos e - Saldo inicial IVA conta 2436
pagamentos - Saldo final IVA conta 2436
- Saldo inicial c/2422-2423-2424-244-246
- Saldo final c/2422-2423-2424-244-246
- Saldo inicial outros credores c/2782
- Saldo final de outros credores c/2782
- Saldo inicial outros devedores c/2781
- Saldo final de outros devedores c/2781

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As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
Actividades de Investimento

Rúbricas +- Contas a considerar


-Investimentos financeiros (desinvestimentos)
- Activos fixos tangíveis (alienações) “
Recebimentos + - Activos intangíveis “
- Investimentos financeiros (desinvestimentos)
- Subsídios ao investimento
- Juros e rendimentos similares
- Dividendos

- Investimentos Financeiros ( aquisição )


Pagamentos - - Activos fixos tangíveis “
- Activos intangíveis “
- Outros activos fixos

Actividades de Financiamento

Rúbricas +- Contas a considerar

Financiamentos obtidos
Recebimentos + Realizações capital outros instrumentos de C.P
Subsídios e doações
Outras operações de financiamento
Cobertura de prejuízos

Financiamentos obtidos (amortizações)


- Amortizações de contratos locação financeira
Pagamentos Juros e gastos similares
Dividendos
Reduções de capital e outros instrumentos de C.P.
Outras operações de financiamento

Apresenta-se a seguir um mapa da DFC (método directo) com notas explicativas que
resumem o que se apresentou anteriormente, de forma simplificada.

46
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
D F C (Método Directo)
1 -ACTIVIDADES OPERACIONAIS Notas explicativas
Recebimentos de clientes Si + (Vendas + PS ) + IVA - Sf
Pagamentos a fornecedores Si + (Compras + FSE) + IVA - Sf
c/63 + Si – Sf (Enc. c/ Férias) + Si – Sf
Pagamentos ao pessoal (IRS e TSU)+ Si – Sf c/23
Fluxo gerado pelas operações Soma
Pagamento/Recebimento do Imposto s/rendimento Si C/241 + C/812 – Sf C/241+c/6885-7882
Outros recebimentos e pagamentos Outros Rec/Pag act.Op não incl.atrás
Fluxo gerado pelas activ.operacionais Soma
2 - ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO
Recebimentos provenientes de:
Activos fixos tangíveis Alienação A F T
Activos intangíveis Alienação activos intangiveis
Investimentos financeiros Alienação inv. financeiros
Outros activos
Subsídios investimento Recebimentos de Subs. ao Inv
Juros e rendimentos similares Juros de op. de investimento
Dividendos Dividendos recebidos de Partes de Capital.
Pagamentos respeitantes a:
Activos fixos tangíveis Compra de A F T
Activos intangiveis Compra activos intangiveis
Investimentos financeiros Compra de Inv. Financeiros
Fluxos das actividades de investimento Soma - 2

3 - ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO
Recebimentos provenientes de:
Financiamentos obtidos Empréstimos obtidos no período
Realizações de capital outros instrumentos de CP Real Capital e P.S.Entradas em numerário
Subsídios e doações Subsídios recebidos contabilizados no C.P.
Outras operações de financiamento Operações de leasing
Cobertura de prejuízos Entradas p/ cobertura de prejuízos
Pagamentos respeitantes a:
Financiamentos obtidos Amortização de empréstimos obtidos
Juros e custos similares Juros pagos relativos a financiamentos
Dividendos Pag. de dividendos a sócios ou accionistas
Reduções de capital outros instrumentos de CP Reembolsos de P. S e Acções próprias
Outras operações de financiamento Pagamentos de op. leasing

Fluxos das actividades de financiamento Soma - 3

VARIAÇÃO DE CAIXA E EQUIVALENTES


EFEITO DIF. CÂMBIO
CAIXA E EQUIVALENTES INÍCIO PERÍODO

CAIXA E EQUIVALENTES FIM PERÍODO

47
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
ANEXO À DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

Em anexo à DFC devem ser feitas algumas divulgações, tais como:

• Relativamente à aquisição ou alienação de filiais e outras actividades


empresariais, quando se tratar de operações materialmente relevantes,
como sejam:
o Preço da aquisição ou alienação
o Parcela do preço que foi pago ou recebido por meio de caixa e seus
equivalentes;
o A quantia de caixa e equivalentes a caixa existente na filial ou na
actividade empresarial adquirida ou alienada;
o As quantias de outros activos e passivos adquiridos ou alienados
classificados por trespasse, imobilizações, dívidas a receber e a
pagar.

• Discriminação dos componentes de caixa e seus equivalentes,


reconciliando os montantes evidenciados na DFC com as rúbricas do
balanço
• Divulgação de informações respeitantes a actividades financeiras não
monetárias, designadamente, as relativas a:
o Montante dos créditos bancários concedidos e não sacados que
possa ser utilizado para futuras actividades operacionais e para
satisfazer compromissos financeiros, indicando quaisquer
restrições na utilização destas facilidades;
o Compra de uma empresa através da emissão de acções
o Conversão de dívidas em capital

• Repartição do fluxo de caixa por ramos de actividade e zonas geográficas,


caso tenha sido adoptada a mesma divisão segmentada nas demais peças
das D.F.
• Outras informações úteis necessárias à compreensão da DFC.

Em módulo separado, apresenta-se um exemplo prático para elaboração da


DFC, a partir de dois balanços (anos N e N-1) e ainda de uma Demonstração
dos Resultados por Naturezas e ainda algumas informações adicionais

48
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
3.4 – O anexo

O anexo será a D.F. onde será efectuado o relato financeiro em conformidade com a
divulgação que cada NCRF refere. Ou seja, no anexo serão desenvolvidos a grande
maioria dos elementos das D.F. apresentadas no Balanço, Demonstração dos
resultados e Demonstração dos Fluxos de Caixa. Não iremos neste trabalho, fazer
qualquer alusão, no entanto ao longo do estudo da disciplina serão referidos os
aspectos de divulgação exigidos em cada uma das NCRF.

4 – O Relatório de Gestão

O Relatório de Gestão é um documento de elaboração obrigatória, sendo da


responsabilidade do órgão de gestão (gerência na sociedades por quotas e
administração nas sociedades anónimas e direcção noutros organismos.

O artº 66º do Código das Sociedades Comerciais, refere os requisitos a que devem
obedecer os relatórios de gestão:

• O Relatório de Gestão deve conter, pelo menos, uma exposição fiel e clara
sobre a evolução dos negócios e a situação da sociedade.

• O relatório deve indicar, em especial:


o A evolução da gestão nos diferentes sectores em que a sociedade
exerceu actividade, designadamente no que respeita a condições
do mercado, investimentos, custos, proveitos e actividades de
investigação e desenvolvimento;

o Os factos relevantes ocorridos após o termo do exercício;

o A evolução previsível da sociedade;

o O número e o valor nominal das quotas ou acções próprias


adquiridas ou alienadas durante o exercício, os motivos desses
actos e o respectivo preço, bem como o número e valor nominal de
todas as quotas e acções próprias detidas no fim do exercício;

o As autorizações concedidas a negócios entre a sociedade e os seus


administradores, nos termos do artº 397º;

o Uma proposta de aplicação de resultados devidamente


fundamentada.

49
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
Para além dos elementos referidos no artº 66º do CSC, os responsáveis pela
elaboração dos Relatórios de Gestão, devem ainda, para além
daqueles, referir os aspectos que achem relevantes para um melhor
esclarecimento da prestação de contas aos utentes da informação.

5 - Actas das Assembleias Gerais

As actas são relatos escritos que provam o conteúdo das deliberações dos
sócios.

Podem ser lavradas em livro ou folhas soltas. No caso de deliberação que


conste de escritura pública, deve o órgão de administração inscrever no livro ou
folhas, a menção de existência dessa deliberação.

A acta deve ser assinada por todos os sócios que participaram na


assembleia. Caso algum sócio se recuse a fazê-lo, deve a sociedade notificá-lo
judicialmente, para no prazo de 8 dias proceder a tal assinatura. Caso o sócio faltoso
não assine a acta, esta tem força probatória se for assinada pela maioria dos sócios.
Pode no entanto, um sócio que não assine a acta invocar em juízo a sua falsidade.

Nenhum sócio é obrigado a assinar actas que não estejam inscritas no


respectivo livro ou nas folhas soltas, devidamente numeradas e rubricadas.

A acta deve conter, no mínimo (n.º 2 do art.º 63º do CSC):

a) A identificação de sociedade, o lugar, o dia e a hora da assembleia;


b) O nome do presidente e dos secretários, se os houver;
c) Os nomes dos sócios presentes ou representados e o valor nominal
das partes sociais, quotas ou acções de cada um, ou a menção da
existência de respectiva lista de presenças, que deve ser anexada á
acta;
d) A ordem do dia constante da convocatória, salvo quando esta seja
anexada á acta, ou a ordem do dia acordada unanimemente, no
caso de assembleia geral expontânea;
e) Referências aos documentos e relatórios submetidos á apreciação
da assembleia;
f) O teor das votações tomadas;
g) O resultado das votações;
h) O sentido das declarações dos sócios se estes o solicitarem.

Nas assembleias das sociedades anónimas, o presidente de mesa da


assembleia geral, deve mandar organizar a lista dos accionistas que estiveram
presentes e representados no início da reunião, lista essa que deve ser rubricada
pelos presentes, e que deve ficar arquivada na sociedade.

A lista de presenças deve indicar: ( art.º 382 n.º 2 do CSC)

a) O nome e domicílio de cada um dos accionistas presentes;

50
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 
b) O nome e domicílio de cada um dos accionistas representados e
dos seus representantes;
c) O número, a categoria e o valor nominal das acções pertencentes a
cada accionista presente ou representado.

Nas sociedades anónimas, o Presidente da mesa da assembleia geral e o


respectivo secretário assinam as actas, sendo o garante da verdade das
deliberações dos sócios.

6 – A Certificação Legal de Contas

Algumas empresas, nomeadamente as sociedade anónimas e as sociedades


por quotas que satisfação os parâmetros referidos no artº 262º do Código das
Sociedades Comerciais, são obrigadas a apresentar a certificação legal das
contas.

A responsabilidade pelo exercício da revisão legal de contas pertence aos


Revisores Oficiais de Contas ou a Sociedade de Revisores.

A certificação legal de contas consiste no exame prévio das contas da


empresa, abrangendo determinadas áreas com incidência patrimonial efectiva
ou contingente, desenvolvido de forma regular em conformidade com normas
técnicas específicas.

Assim o Revisor, para além da Certificação Legal de Contas que faz parte da
Prestação de Contas, apresentará ao órgão de gestão das empresas, o
Relatório e Parecer do Fiscal único.

Como se trata de documentos específicos da responsabilidade dos ROC ou


SROC, não iremos dispensar mais detalhes sobre este tema.

7 – Prestação de contas à Administração Fiscal.

As empresas deverão no final de cada exercício económico apresentar as suas


contas à Administração Fiscal através da entrega duma Declaração de Rendimentos
onde se vai apurar o montante de imposto a pagar pela entidade. Por outro lado, as
empresas deverão anda apresentar a declaração anual, mais vulgarmente
conhecida pela IES, devendo ainda organizar o respectivo “Dossier Fiscal”

No entanto, como este tema será desenvolvido na disciplina de fiscalidade,


deixamos para essa disciplina o desenvolvimento desta obrigação de natureza
fiscal..

51
As operações específicas de fim de exercício e a Prestação de Contas 

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