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Histria: Questes & Debates, Curitiba, n. 54, p. 283-286, jan./jun. 2011. Editora UFPR
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ONFRAY, Michel. A razo gulosa: filosofia do gosto. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. p. 12.
Op. cit., p. 13.
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escolhia. Assava, grelhava, cozinhava. Com o pequeno oramento que dispunha, preparava com frequncia omeletes, s
vezes, no incio do ms, carne e peixe: assados que estalavam
no forno; aos domingos, frangos com peles crocantes, fatias
de vitela com toicinho e queijo, cozidos, bacalhau com creme,
lngua com molho picante, presunto ao molho madeira, diplomatas de frutas, charlotes de chocolate4.
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Esse extrato pode levar a mil novos pensamentos e hipteses. Algumas, exponho aqui. A lembrana gastronmica, o que se chamou anteriormente de memria gustativa, est intimamente ligada s circunstncias em
torno do alimento. Nota-se, que, para o autor, no era apenas um morango,
mas o morango da terra em que seu pai trabalhava, o morango que seu pai
lhe convidou a comer. O morango que trazia toda a infncia, a formao
do seu gosto alimentar.
E a pergunta somos o que comemos, ou comemos o que somos?
mais uma vez vem tona. No momento do consumo, morango e criana se
transformaram. O elemento se transformou em alimento atravs do prazer
do menino. O alimento se tornou parte da cultura.
Recebido em agosto de 2010.
Aprovado em agosto de 2010.
Histria: Questes & Debates, Curitiba, n. 54, p. 283-286, jan./jun. 2011. Editora UFPR