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Silvio Da-Rin Egpelho Partido ‘Tradicio ¢ Transformacio do Documentirio axongue editorial 2008 cept © 2S De cok etal Segotain eve iin SerjoCaheSWo Den one ‘a Soe, gare ao es Cra Maso St dd go ata sea yao Lines Dae Duin Sih po Pus, Sh tn depen: ce tl 2 ‘90 sev s04| 1.2 he Dc Tas oie, COD THLASS THLE age abi wrcagcme refi, por Jodo Morcea Salles 7 [Nota € Agradesimentos 13 Intodugso. 15 Do Cinemardgrafo 20 Cinema 28 (© Protéipo de um Nowo Genero. 45 ‘Ao neon de urna Finalidade Social 55 ‘A Estédca do Documentirio Clissco 7 [Nowe Técnicas, Novos Métodos 95 [A Tnvengho de uma Bscritrs Documental 109 Uma Testemnhs Diserets 133 Verde e maginagio 149 Antiusionismo ¢ Auto Refleividade 169 ‘A Representago Problema 187 Consideragées Finis 22 Bibiogratia 225 Crécios das Imagens 235 indice 237, Preficio Joao Moreiea Salles “Todo documencaristaenfrenta dois grandes problemas, os inicos 4 de fata comtam na profile. O primeira dix respeito & maneira como cle tata seus personagens 0 segundo, 20 mov corn apreseata ‘tama para. 0 especador O primeio deses problemas & de naturera ‘tie; 0 segundo ¢ uma questi epstemoigica. © documntaista pode flmar © editar seu filme sem tomar consciéncia da ética e da cpistemologia. uma inconsciacia perigosa, pois 0 filme contert ecewariamente as dussdimensies © sera medido, em grinde parts, peas soluges espcitias que adoue (© peso daca seals anes de tudo pelo ito 0 simples quan evident de que pesoas fads para um documenticio coatimario a ‘iver stm ida depois qu o filme fcar pronto ~ ¢ainguém devera se dhe ao aan de equecer ss, A dinero epistemolgica ¢ igualmente vital: © documentirio & uma representacio do mondo ¢ toda repreentaco preci usta seus fandamentos De forma apres, tlguém podria resumir essas duss preacupagdes dizendo que o Alocamentaita deve ser decentee et honsto, Amb fazcm parte do horizon de Sivio Dz-Ri, as em Fao Pate épincpamente do aspect epistemoligco que cle + ocupa, sea, da honestidade da representa. Quem ler atentamente 0 iveo percent entetnto que © termo & impriprio, Nao se trata tanto de honestidade quanta do shandono de cera ingenundade, da crenca no cinema no fcional com vinci iereftivel do munde, A lish mais preciosa de Eel Pas parece sera de ns csinar 1 desconfiar do documentiso, ov pelo menos, como o autor talver disses, dcsconfiar do document que no revels seus mistxios Com grande sigor, Da-Rin nos apresenta 2 historia da eradicio documenta ¢ no revela de que maneira boa parte dla fai moldada, desde o ini, por uma espécie de FE nos podees de sincerdade da miquina de flmar, O método de Lamigre € decinado: “Escolher 0 ‘melhor enquadeamento posvel paa captuar um instante da elidade « filni-o em nenbums preacupago nem de canteoar nem de ceneat asco! americana divi palavras quate igus Sestenta anos depois os inflseates dierores do cinema dieto ‘Se pudéssemos extender um fi entre esses das momenta, sobre le estaviam precariamente equilbrados todos os documentarstas ositivos par os quai o mundo ist, perechido,éo mundo verdana (© documentisia seria como uma duplicaio do mundo, uma imagem ‘no esp, Mesmo que o cinema dreto nos tenha devovido o praver de obsertar — e tena forgado documentarisas enfastiados a pratcar ‘0 exetccio sempre saudivel de pres atengio no mundo -, a ingensidade trea de seus principals pracantes (as wo de eds) scabou impregnando grande parte da produgio (mas no toda) de wm ‘ariterisionista Silvio Da-Rin desmonea a iusto. ‘Um dos prazeres de seu livzo é nos fazer acompanhar esse nascent: O are, povoado por celebridades a polite, dos exports «dos espetculos esteve sempre em busca de melhores condigoes téenieas pars dotar de vor 25 personalidades que focalizava. A reconstituicho de acontecimentos verdicos em estidio sonorizad, ‘mesmo quando haa imagens dretas dsponives, ra em parte justia pel dfcaldade de ober em campo im regio sonata sncrnico € Ade boa qualidade Estes problemas forse potencalizados com 0 adveato da tevish, Nio se trata mi de produir uma ou das edges de alguns minutos por semana, mas viriss emissdes jomalisicas por dia, envolvendo politics, sports, varedades, entreistas ¢ reportagens dos mais diversos géneros. Era urgente encontrar uma solisio, Pura 2 eaptaci de imagens em exteriors, «ica tecnologia de que a televisio dspunha, nos seus primeitos anos, ers a “atlharis pesnda do cinems. O teljornalismo fomentou & pesquisa de outro tipo de equipament: cimers eves e silenciosas, eapazes de serem libeeadas de seus suportestradicionsis ¢ operadas no. ombto do cinegrafista, peliculas sensiveis a condigbes de luz mais baivas, sravadores magnéticos portiteis sincrdnicos © acessGrios que pudessem ser manipulados por equipes menos mumerosas © mais ‘geis. Fim 1960 todas estas condigdes se encontavam Finalmente satisfeitas ¢ reunidas no que Mario Ruspoli denominow “grupo rinerinico cinematogrifico lev” Esta evolug tecnokigia estar itimamente relacionaa com & desenvolvimento de novos mitodos de flmagem, que trim reflesos de longo aleance no dominio do documentirio,Relexos, desde logo juno pata, que comerava a se habiruar& imagem do teljoenalismes € do cingjoralismo. Uma imagem tremida, mal suminada, pouco efinia, edtada com cortes bruscos um som impr, tudo cantendo sums marea de “sutemtcidade” que contradzia © formalismo © 4 cstlizagio caactersicos do documentiso clissieo. Os egipamentos levese sincrnicos possbltaram uma agidade init s Glimagens, cstimulando métodos de tabalho bascados na improvisagio « ni espontaneidade, Ao mesmo tempo, fomentou uma concepelo tecnicsta que atebuia is novas maguins o poder redentor de “capt 1 realidad” sedis ries alanis rags erlugio das tenes ones do dito se emit merglhar com 4 sa cima no crag do el om uma profane st endo Sona. Fle pode pasca oremente a vida como um pie m gu. ehh mp ees re on. sigan scr men cic on sci par de 9S [sta ieaiasio dos poderes do novo instrumental tenio foi pera de roxque de uma “esdien do ta cas manifestagies mas ccaltadssexpressavarn um objetvismo debrante eum crenga na verdade {que se desprenderia dos eventos rejstados com imagem « som em sincronisma © som dit!” rorava-se ento uma eoadicio essen, tem cettos casos a clemento detersinant, 0 proprio vetor da fimagem ‘ima expresso sintétca desta provaéncia do som foi canada pelos orteamcricanon bat fr saad. Na Europa, Mario Rusplitomow se ‘um ardoroso defensor deste mécode: (On, od dig irgem, ee non peck Ho mais video gaa iagiaros as imagen etumds a tie era sgn ge ie etic decade de mot, isapeesen umn itrese paramente sal, que eontatiea pobreza verbal: Ao ‘comms, na tontagem pracirtemos conserva todo ceo ume imagem, ands qe pobre, mas que extra da oes do homem um moment” revlon onde a cosa it inert bem espa pelo séeico de som" © cespaso sonoro era como que descoberto pelo cinema, ‘consierado parte indiesoivel daguele “real a ser apreendido, Rudo, ‘murmiios © frases inesperadas cram garimpados como preiosidades| Jnana. A palava dos atorescaptada na espontaidade das sings flmadas,ganhava wma int prima (Oras pains mle doen sonore, lo sang deus iso pre-fabricads, eri, logo, ettca das coisas, mas de um as Tenia New Mn 195 engin congo do reac vas de sconce, Pats otha, com para o documenta clisin, até mesmo part o diet que ‘eal com go tener como ta os mands se abrem pelo scveno dest som neni intra aa” principio do assincronismo foi substituide pelo seu exato ‘oposto, principio do sincronimo, O som diet er techido como 0 prccnchimento de uma lacuna que teria desde sempre impedido 0 trabalho expoatinco dos documentaries (Quan cna iinet qunlguer pesos inlet quo vse la princi ve, dns “ARI Agora ns pderos capa vid do ‘mado como el realmente € Ts por exemplo, em 1907 dase: “gas pkmos cape a vida rasa como ea zesente € No temos mais neesade nears dive ist”. O problema € gu de fa, les lo poi, pong ina mania de da com os ‘ers hamanos grvaroman como eles comic ito nda, Alem dso oesipment to insimode que aca toda se orton un eld, Imagine abordar wr doa de asa para com mera nz epee apace de rag digs enti acl em se comport, ft, sot rear E dep pesca par seal (0 que raiment 4 pets pata ene tipo de filme er de atores competent Ent, o documento paren deo Se existis Nada podia set feito até 2 iavengio do transistor, quando 0 som € @ upamento sicrinio tora poses” . contsbuiram para transformar profuadamente 0 panorama do 0 que © som ditcto as inovagies tdenicas cortelatas 106 apt Pate documento. Nem por ito Leacock tem rao quand suger, aca, uma telagia de simples casalidade ene ténica © express, Tanto assim, que 0 sl tecolgico daguele periodo no e aun erm um Tico mode de filmagem Malipls tendéncias formas e estas se cstabeleceram na etapa de apropriago adaptagio do instrumental emergent. Basta vr os diversos mosimentos ue surgzam, ere 1958 «1960, batizados conforme suas purcularidades locas: no Canad, sand para grupo anglono do National Fin Boar inne sotané «nie paca © grupo Fancsfono: ing camee para os jonas pnorte-amercaos gue sreuniram na Drew Associates iinet para ‘os aneopalogos frances Independentemeate das profundas difernas nasa eoncepeio do cin, que examinaremosadiante, todos estes movimentos pareciam imbuios de um certo sensimentorevluconitio, da sensagio de starem produsindo libenade”. ste sentimento de uprats ating todos of campos do tclosio de um cinema novo, de um cinema em nina, mas era partcularmentenotivel no domiaio do documento, {que pouco evoira formalmente no péx-Gucrac via sendo exis tira, Louis Macorelles resume a siuaglo ao eoferese& recusa de slguns cincastas em considera se documentarisas “Tate avalments document) sea ni um eo que pega sine fore Mihares de optics ransemarama pala rua oct mort ¢ tinea de cinema, bem do pa que merece uma sociedad de consume allel = te de falar mito es ur Hime © MARSOLAI 1742.0 pip he es Aman Cie Di ma om um cme de fora pats i der ada ae mona rk Agora rio basta as ue igs sr uncom fine pei porn, mas io como ex cooler * Pacaelamente ao rompimento com as “formas rotineis", 0 cinema feito com som dieto proporcionou wma recuperacio de tendéndas que haviam sido aparenterente superadas ou marginals pelo documentinio clssca. As atalidades do primeio cinema, que ‘Grierso consierou"inferines vera sun deride ealoiada. (Outro sinal deste mosimento, 20 mesmo tempo de rupsuea e de comtinidade com os antcecdentes do document, est na adogio do term cnimoin— esltado da ado para 0 francés de hprand, ccnhado pelo sovitieo DzigaVertox Em dezembro de 1959, juntamente ‘com Jean Rouch, Edgar Morin partcipou do jel do 1 Festival Invcenacional do Fie Etogrific de Florenga. Ao reornara Pais, ‘poblcow uma resenha manifestndo sun impressio de que “um novo “ence verdad’ er poste” Ref me 0 fle din document endo a0 Sime romanesco, Clara, pel vis do cinema romaneso gue © Gena aang e continas lean sis vendades ms profandas: vedas ds elas eee ‘aman, patente, amigos, verdes dos sentimentos eds pes ‘ead dav ets aes cdo pct Masi uma erage «ct romaneco ao peep equ 2 aed do da Giles Marsolnis ntende que, a propor "um noo cinema-vera 16, Edgar Morin estan evdentemente prestando uma homenagem SER C ma, 1 e oR so cneasta ruse, sas considera que a énfaseestara na pala no, to sentido de diferencarse do cinema de Vertoc* O prope Morin dew a seguinteinerpretagos “significa que nis qusemos elimina Seg © nos aproximar da wid, Sigiies que nds qusemns nos stuar cm uma linha dominada por Faery ¢ Dziga V. Jean Rouch também vii a assume a homenagen: "Eu sempre digo «qe tenho dois ancssteais toremico’, Drgs Vertox,o terico visions, «Robert Faber, artesio poeta | emergéncia do cinema com som direto proporcionow uma ‘efoemuaio adil a cea de valores do documentaries, Enguanto| sesttca rersonian recebia atagues de todos os lado, Faherty eVertov ram varias como pioncitos vsoniios. O prin pelo wso de sores nfo-proisionais e por ses metodo fandado aa inicio © a ‘bserago da realidad Por outro lad, em seu reort muito particular, ‘0s idedlogos deste cinema espontineo desconsidersram aspectos essencias da obra de Faherty, como o carter exremamenteconstraido de seus panos, a interferncia no estilo de vida das comusidades que shordava 3 continuidad baseada ao modo de repesenaciointnido ‘caificado pel cinema de ca, JéasrclgBesenze Verto eo nema «dco, mais porinetes snd mais complesas, merecem ser examinadas em separada ee i Fn ROH MORN 8 6 A Invengao de uma Escritura Documental Dificilmente agum outro eincasta teri assumido a defesa do documentitio de forma mais inransigene que Drign Verto! A parce de 1919 ano om que Linin deeetoua maconalizagio do cinema rss0 ~ Vertov fez tbula asa de tudo © quc © accede, pronenciando a “sentenga de mote (.) contra todos os filmes sem excecao™? Para ee, mais de vine anos apis a iavengia do cinema, sua potencadades cexpressvas permaneciam incxploradas, desperdgadas e subjugadas a ‘stratus iteriras¢ tetris. Aos “eine deamas burgueses” Vertov ‘punta as “auéncas atualdades Ain” com dnica via de cago de ‘uma lnguagem propriaieme eincmaogrific ‘No defer a evacuagio dos esiins ex desida das cimeras 3s as para flat" vida de improv” ~ temas que quarenta os depois Seritn 8 caros 20s apdstolos do cinema direto = Verto ao estava ‘ropondo wm cinena eabita, mas a raglo de uma nova visio da read, que 56 cinema poderia proporcionar. Se, como veremos 2 seguir, muitos dos conceitos de Vertow foram superficialmente imerpretados aproprias de modo preciptad, 0s seus pontos de ‘conata mas evidentes com o cinema directo dos anos 1960 foram as pesquists poncias no send da obtengio de um exipamento port, ‘apa de esr sneroniesmete imagens e sons en loeagis. Td obra de Vertv comegou peo som Es como ee reer eines parcular pel“ posildad de gr sons documents” ao ouvisuspios, Sino, cs, motores e chiaos casnhndo em 1918 pls ras de Monon Caminhando eo pens: prec concer un apt no queen, anus queinacrevs, frre, exes sons, Deouto moda seme ‘nuns, mottos les eget, com ota, Una cmen ae? leserveraglo gues), Onanivar um unser no proprime sodvel mas sel. Seva Slug? (.) Neste moment neon Mihai Kolo gue me prose fier cincma! Antes de chepae 20 cinema, Vertow desenvolveu sus wocagio avsticawaballundo com paaeras sons. Escreveu pocmasetomances (oo pubiados), 20 mesmo tempo em gue aprendes piano ¢viling ‘50 Conseratsio de Misia de Bshtok. Fi 1916, dedicouse a0 esto «& perepeio humana no Intro Psiconeurogieo de Petrograd, Na mesma époes, desenvolven experéncas de gravaglo © ontagem de vores uidos mecinicos e natura, ulizanda um velho Fonda 0 que denominon “Maboratirio do ouvide”? Georges Salou apoatainsma cago entre exis expriéncis as idias Farris, expecinlmente o masifesto “A Ante dos Ruidos”, ivulgado em 1913, em gue o pitor Ligh Russo defenia o aprove: ‘tamento musical da “vaiedade suepreendemte de ruldon” & dxposigio de quem araessasse ums capil moderna com os vidos mas tet {que 0s hos",* For assim, com os ouvidos stents, imaginando 0 SE mmm tipamento cincmatogeiio como umn dispositno apo a reir e eta imagensesons do mundo, que Vertox na primavera de 1918, fot ‘wabutar no Come de Cinema de Moscou, para logo se torn redator e lereits ¢ montador dos cinjorais semanas Koma (Os anos que se segeiram 4 Revolugio de outubro de 1917 roporcionarans aos artistas svigticos condiges excep de trabalho. O entasasmo pela construgio do socio sinha dota de novos conteidos eobjevos a arte uss, que na dada anterior havi se afimalo coma um dos ramos mais atvos ds vanguard etétca rp. A misica, as artes lists, a poesiaeoteato cram perpassados por diversos movimentos ¢ propostasrenovadors, soba gpde do farursmo € do construe? Aida de montagem co predominio dose" na be artistic, cm detsimento da cneenagiofguavam com desta entrees precios os construtistas Um de seus pota-vones aa revita LEF, que fia es pretensos ectores! Quando voeés eas aazaas Wo paar dese preocupar com a defo radical de uma “arte consragio dt vida ‘0 objetos deena? Cader da organiza da vida rel"? Veros gue renner ct lee SLI pete ep oln p Y var ocho magn Vest longe de esta sono er sa def do document, inser cm uma tendéacin que dsputava, ao campo ideoldyico e estén, ‘emonin do cinema wins Mas de ama Ye, em Ses esr, Vert ‘ou as paves de Lin: “A prodgo de aovosfllmes ipegnados das idiascomunisas que rete a renidade sovitica deve comesar pels alias.” Assim legtimaea sua proposta de que a sas de cinema Fassemccupadss sed una "propor eniisa=05 "dramas aris” ream dit aio mais do que 25% do tempo det" Esta oposiio flegio 1 aio-fiegio, que polatizow o cinema sovitico ao longo de tod a Aga de 1920," no era debi como rrera questo de gosto pessoal, A fongio social do cinema, tema que uns anos depois gitsnismo ransfoerata no objetivo sane desks ingesa, aa Rissa soiics ea una remiss inquestonivel. O que «avs em discuss er. dfinio dos mitodos mais adequados i partpasio do cnet constr do “homsem novo ede uma soca indstrit ce soil. No opts pls adds — “segunda via, a via da nverco” ingrand et cus fies teatos! eas eins 0s prnipos do Furursmo rasa, Verto asumia como tarela essence programa “rindaread pst cm partial 0 poletaado em gear sande spo de ver carumente os enmeno sts gus os era” nao dc eit Non pm sp galery» Sete cnonccennen nemo eramermSoinpors MOBS, mcm el ce sepa ne pons Ni stn ‘san ah en ni ‘Se Det teem angen span A ae ae nierathitann “Temos aqui umn primeira presposto de Verto: é preciso edcat as massas E, para expat“ wd tacoma el para inerpretar “ox fenémenos vivos& nossa volts, no bastavam of tibutos hsmanos [Bis um segundo presuposto: + percepgio do homem é Lita, As “efoemagies pricokgies” © uma mobildade resi 0 impeam de sprcender a esrutura dos processos natura seis Dai“ aspiacio legis de Ubertar a cimera,reduida a uma iste esraido submetida 4s imperfeigio © & miopin do olbo hurnanc™ Mas a eaiguina possui aides queo ser human no tem, Este tecetopresuposto de Vertov foi por vezes impregnado de excesos Futurists, em que a miquina, iolarad,torava se um suctinen do owner ota gear deura espe de se ibid umano-ckerico mecinico: “ads ie, ph poxsia da gins, do dado desea a0 homer déuico perso" A regio ‘complement homem-migns uma din central no métdo roan (0 principal ew esenial eine sensaco do sunda. Nos asumimos to, como pono de pari oso ds cimera engunta cine lho io mas pertegado que oot hanno pars explora cos dos fendmeoos vss que preeacher espace O ene vie x move nntempe enn copaca rine eis as impresses de uma mance Aiferene do lho humano, A posgio de noso corpo durante a bservag, x quanta deespectn que npcbeton em on gal femimeno visual, mo condicionam a cern gus, une mais esteem e melhor pers.” Por fim, um quarto prssupostor 0 cinema como revelador do mundo, Nao uma reveagio espculae, mas anaica da qual o ato da ik Rei po 3 Reha Oe fmagem € apenas uma capa, O objetivo & uma perecpdo nasa do mundo”, percepeio expecfcamentecinemaogritca, organizagio do tempo edo espago ue ool humano desirado io tem condigies de realizar. Para isto, Vertov propunta o uso de “eados os meios cinematogeificos, todas as invengBes cinematagrfieas, todos 08 procodimentos © métodos, tudo © que podia servis para descobrir ‘ose a verdad” Entec estes secursosestavam of movimentos de mers escala dos planos desde 0 mais aprosimado a0 sais dita 1s varagdes de Yelociade de mage: a imagem fsa as sobreposgtes «fides as animagies,sbredo, os “ntrvaos, pasagens de ‘movimento a ousro”, set, a montage. 1a interpreta cine topritca dos endmenos vives ca cncarad como um “estado Gentio experimental” do mundo vise eaudivel, logo iedutvel A percepeso ‘humana. Ao conti, watra-se de “tornarvsvel ove” expictar pelos mos prpriosenicos do cinema a estruuta da socedade Fst pric pelagic ceatifea dna 0 “cinemaolho" como métedo eo “cinema verdad coma principio estat: (© cir oto" juno dhe das araadscnematngiis, ‘com nobjenvo de combstrmos pel decifagiocomunist do mundo tetativa de mostrar verdad tla pelo Cinema Verda © teem “cinema verdad” (inp), que vrs motive tants contronérias nos anos 1960, nha pelo menos dois sigificados. Foi 0 silo da série de 23 cinejorais que o grupo dos kivksreaizon, entre 1922 ¢ 1925, crtamente como alusio a0 jornal Prd, fondado por [Lnin em 1912. Fo tmbém a frmula snes que Verto encomtrou ana representro objetivo estetégico de todo o seu tabalho, Cinema verdide era "a verdad expressa por todo 0 le das posibidades sams i Gr. OO nematogrifca™ Por vis vczes Verto insist m gu “cinema lho” tt o mig o cbjeiva er a verdad” © bindmio “cinema-olho" (Lie gl) aparcee nos esritos de ‘Veroy com divers acepgies complementates, Fo um dos nomes do ‘movimento crado em 1919 para utr pelo predominio das atuaidades” ~ mai da abreiagio kimk Foi o lo do fe realizado em 1924, como pio de uma sie (que nunca secompletu)dessnada a expitae (0s prinepios te6rios defendidos por seu autor. Cinems-lho fok também, o concito-chave do metodo vertviane Sua base rao “cine registro dos fos", Verwy emenda que, durante a fiayers, a cimners so deve inert no caso normal dos aconteimentos Pats most “ava como ca "er neces um registro abwohtirenteespontinen, ala expresio “wid de improv” ~ ais, bine do ise Kis Gl Notase 0 esforga de Vertov pata evitr qualquer forma de “dramatieagho", Nem atores profissionis, acm “stores natives” “ineepretgio cénia” considera uma iremedhivel fkifeagio do ‘mundo. Fate as “palavas de ordcm eementares” do movimento dos Iinoks inclu “abaixo encenario da vida cotdians flne-nos de Jimprovso tal qual somo Como rgea gerd, a cimera devia ser Jnuisvel para as pessoas Smads, de modo a cumpric sua veradira vocagio: “a exploragio dos fatosvivos™ ‘Uma factalidade gue no ea sndnimo de objtissma. Os Kino ‘oxganizavam seus files 8 base de cine documentos rei, mas 830 amour put Mase Vn Op: 17 de on de 7, or eee ti ge yu tn ction i ge pa OEILII en ben whe pene ite aS suponbam que as imagens deslassem verdades por si sé, Em soa io cla encenagioedefes das aude revindicando uma auenicidade lano-seqiéncs™ — Vertor encarava © cinema como “rnentager ininterrupin”, peocesto permanente de interpretgio € ompanizario dos fatos Tod 6 tte de Verio oe orga cn armo deta comrnpao dialévica enue facraidade € montagem: ou sea, arteaaeio ene 0 dd uma nov eran vsil capa lade no ra encaada cor cavok ia a suctsvasetapas do peoces les dq incr cam que se esolheoasuntoatéa cia final, os est durante todo 0 procé de fabricaco do filme” Esta montagem permanente compreendia, como primeira etapa, telago com o tena Prottegui a nontaghen da 18 pet Para rmontagem. Apos a flmagesn€ 4 reunio de materias complementares, Iniciava-se a etapa Gnak montagem eeateal dos “eine objets”, até a ‘obtengio de uma espéce de “equago visual, de fremula visual”, Para Verto, um ime era constru sobre “intervals”, ow ea, sobre ma correla visual enteimagens na verdad, soma de diferentes corr {es tis como a eseala cde plans, o diferentes ingulos de flmager, 0 movimento no interior do plano, aesala de tons de cna ea varagio de selocdades de eimera™ ‘Georges Sudo obser que a “teoria dos imeralo” de Vertow parte de nn conecito musical,” pois se a palara interval signifi tlstincia, no tempo eno espaga,tamblim siitia“dferenga de aura entre dois sons”, tadarindo-se graficamente na dstncia entre das linha da puta. Ese arnontagem cra um tempo eum esparo espe e certo modo cl o fir através de corracdes toma, Como vimos, ps estodar misc, a pimcinasexperéias eraias de Verto se dleram na montage de pales e sons. im sepia, le ngressou no ‘nema montando plans fimados por cinegrafitas annimos. ‘Ao transformar estes “cne-objeos” em pecas doradas de wm novo sentido, Vertov esta deseavolrndo uma experincia inédita de ‘montagem. Experi simulnc de Kulesho® mas com seo pos to, Ena este ~ que fo ses anecessor na seg de documentaros 2 pn ns eo (om ne Rc 72183 ‘inva aun Cn neni en do Narkompros ~ dedicava sea ext efits dramitcos da juno de imagens neenads Vero orienou-se para evagio de uma “Tingasgem documenta, inguger dos fos Fxados sobre peice”. A nga se “interval” aparece ao manifesto "NES, escto ern 1919 mas 36 publicdo em 1922. No sno seguinte, “Kino Revolsic" épublicndo rho n? 3 da revista LEF, justamente com 0 artigo “Montagem de ‘Aragdes", de Eisenstein.” Enrne 1918 € 1922 a montagem ji rt am procedimento universal, mas no dominio das atualdades Vertov a cxceiava empiscamente, como wma rinvengao, € 4 teoiava como um pioneieo, Acxperéncitaneior com amisicsecoma grvaghoemontagem “documentos sonoeos se ete claramente ma concepio vero é4 montagem. Jf no manifesto “Kinoks-Revolugio”, montagem sonora « montagem visual partiipavam jgalmente da anteisio de uma nov forma de expresio © sdi-owvido € 4 montage do “Ea creat" O cinema 4 montagem do “Ei so" Cio, ct gu hes ore em am primero moment, em har da mines, da pint, otto, do ‘nematode onto cscouments etic” Aiante, esta rela & reiterada, para enfativar © cariter documenta dos restos visu € sonoros Arena paguens demas Entrem mt vid Eau alan rested vii onganizadons do vse, armas do cinema, presents em soda pare © guido ¢ preci que taba os mente da palives dos sont on vituons da montagem de vide avail Vimos que Thomas Enon coneebeu o quinetoscpio como um pporsivel complemento ao fondgrafo, de modo a poder imitar usionisdcamente avi No cao de Verto, a antevisio do dispositive sudiovouletava fundada no projero de geavar reproduair imagens € sons para “organiza a vida vsele adve!”, de modo a “etabelecer tama igapo de cate visual eauditiva enue 6 poled de wodas a rages de todos os pas sob a platforms da decir comunista do mundo”, ‘Toda a obra tedrca ¢ filmica de Vertov trar a mares do soxinatraamo, Em pelo menos és de seus Slmes esta earacterisica se exacerba,tansfoemando-se em wna pedagogiaantilsionsta deta Kime Gla (Cinema Ol), Chl 1 Kipper (0 Hae da Cir) Enna —Sinfonile Donars (Enna), Ete, que fo seu primero filme sonoro, permit x Vertow colocar em priiea ex 1930 ideas _gestadas desde os tempos do “laboratrio do owida”. Nee podemos Confiemar que a tora do cinema-olho aplics-te igualmente imagens Do mesmo modo como a nogio de “vids de improsiso” ato inmplicava, para imagem, uma reproduco expecularoacesso aos mis téenicos do cinema sonore nfo vai ensear em Vertor um stamento documenta naturalist do som, © uso criativo do som fz de Eating ‘uma snfonia de ids, como bem define o subi: Smid Dons.” Alguns rus so dssoiados de suas fontes ¢dotados de sigiicados reafrcos sons slo contrasts os cortadosabrupeament; rides e ei de Ca upc 112.14 i r se Imisica sio meticulosamente sobrepostos, oiginando em certos ‘momentos una eolagem sonorssintica tons antcipam as imagens ‘comrespondentese vice vers, altenanda assincronsm e xinronismo ‘onforme as necesidades do argumnento, Os dscutos sinerénicos dos trabalhadores dio uma dimensio até entio desconhecida a0 ocumentiro svitco, Comentando a coacepso sonora deste flme, Vero [Ns lo os stirrer sipetmente cinco com 0 tom ¢ mis suns iaha que, 1 aos sng, era als da etn ims ala das rer coc nr degen Ennio primeio fime sonore raso de longa metre o-cncenad; Vert estasa por cert, tespondendo hipese naa ern 1928 por Excnti, Padorkin ¢ Aerandey, na Dechraeio Sobre 0 Fru do Cinema Sonor, que comentaos no capitulo anenor Gras de som mame de di pues is prone gue seo acne ogo a nb maori 20 longo da link ca sitio da spe erode” Grande parte dos cineatas soviticos, fzendo coro com est hipotee, encarou com ceo @advento do sonora, por considera que ‘cine, como forma de cxpressio visual haseads na montage, esta sabaeas, Verto. a0 conti, empenhays se frmemente na congas dds mis téenicos do cinema sonoro « julawea que os “documentos sonoros seram valioss peas de montagem. No mesmo ano em qe realizoa Engi, Verto se poscionos publeamente, considerindo {also 0 principio do asinconismo e ecalocando suas premiss: Ac decarags sore a necessidade de uma nfo cnncondingn das sper vines mudi, como aguas & necessdade de finer sonente fines com aio fl fdon, nade dso tem a enor Importing. No nema sono, emo no ena do, sings penis dos tpos de fi os documento com eg, raidos srnticos te) ems encenaos (com dllogs, aes aries Ser a Sp de VERIO 172156 “apecimene fitricado pars Sagem, ce). A wernt 0 we dine sive do avo & de mode algo obra nom par. dacumcoiri nem par os Himes eneznadon As imagens Sonoran como as sagens us, ho montads segundo princiios ‘eos sua montage pode fax on concur a. Os ain, strat em divers associais neces. F preciso tam escartar do cntet confi espa que conse rms ‘0s files em falas com ros sono” © ppioncrismo de Vertor em propor um cinema documental soot intcirament tealzado em exteriors enfrenava difcldades recnoligicas™ ¢ ideoldgieas. Nio se erativa de combater apenas 0 principio do assiczonismo, mas também a descrenga mis posibildades «ha gevagio fort dos esis, Em 1929, engenbeto de som Ippalt Sokoloe publcara wm argo a qual afemava que os eu do mundo ram “no-fonogénicos" Log, a evagio de sons de improwso” seria jvivel, “porque ruidos analigicos ale rig e desorganizados ‘nansformams em uma verdadeira caofonia de sons teralmente um concerto felino”* Verto milaea na linha opost. Ein 1926, esando sas ferengas no plo tenico entre o Gnema encenado ¢ um cinema ‘baseido cm “tos vis", esr espontineo de documentos mas ras ‘enasfibrcas cle i avi firma que, a conti de estos cen, dlneoresgrnonoe” catizes“sensacionai" as necessidades urgemtes dos kinks er ers se Qt Fe NERTON, 192 19150 in ae. i ng at orn me a ra 1) cos de anspor ips, 2) pelo dea sense, 5) cimens porti peguenas lens, 4 spares de ming tab eves, 5) uma equip de dine eprereuke-rps, 6 um exec de Kinks bservadones® ‘Se iso fagrantes a afnidades entre as prordaes tenis dos ins eaquelasestbelecidastrinta anos depois pelos sypostosponeios Ao cinema det, muito mais seam as texes de um atigo de outubeo de 1936, no qual Vrtow props a instinigto de um “Laborato de CCringio”, com o fim de concent, sclera ¢racionlz as peas de equipsmentos méveisesincrnicos pa eliza de documentos tonoros em exteriotes Eis algumas das condigdes tenis a serem sae A filagem deve Ser insatines, quer der, fers somo menor sso no mesmo itn om qe a pessoa brad age A imagem deve er slecion, paramo dra pss lad eo prods ui na gag ‘mage deve ser tzrcamente psi em ust ap A aparlhagem de snctonzago deve ser pouco vom, eh bates 1 queatapalhrm eno deve se esto que eit cotent ition aloes, “Tod posbiade de pane deve er ec, po tos das pesons fads no podem ser essades (xaos indo com pessoas 4 lo este repent). (gests do operador edo Keni de sm deve sr coon 20 mixin, funds em am 6, sco mle soln pane tees Pv ax Ces Cn a 172 iso & reno, em um apartho snc, do grag sonora ¢ visa set ds psa” Ete trecho de Verio bem podria pasar por umn resumo das canctersicas ténicase metodoégieas do nema deo, na forma como foi deendido nos anos 1960. A comecar pla instantaneidade da filmagem de improvise Em seu panorama do cinema dict, Gilles Marland que “por procura apreender um acontecimenta tis de 5 suede, 0 dine & wen cinema fandado essencalmente sobre a ae imprsicao"* Como coroliio, 0s paristas do neo formariam uma “ea da a interveneio". O método de eabalho que melhor he corresponde foi desenvolvdo por Mario Ruspol, em sus “teora do rmimetieno”, que leva a paronino as preocupagées de Vertov: © camramay, comm occ de som, deve ere sce sparth com 2 dacrigio que hibit do mimesis pode zt, Dever stber Insinnamente se dive mun, ana fice gests rascos par chamrastenco ds compantcios deep, puca gett Fae ‘minim pose! eaancs sobre mage — em resume, aS Fase enh movment que prc isto. E precio aren se dep ‘ci, erm a0 mesmo tempo smpcos € ane, em wa pb sia a a are Aoreferie se inrepetbildade, Vertox propuaavaatomada iia, 10 conteirio do método convcacinal de mage, cm que een pi ‘Sr pation Lee es in VERTON, 72 86 Que RUSOPOH, 8 0 Gi doa. conceit ~eseria no rteitoeenssada pelos ates & relmada até 2 oltengio de uma tomada consderada satisfairia, Por seu lado, comentando os files realizado no final dos anos 1950 por Lion Rogosin, Marsolas firma que © método de filmas uma inca tomada de cada stuagio “sera regra de ouro dos cincastas do dcto™® A condicdo apontada por Vero de flmaronde quer quese ga necesita, social hastonomis, vente porabildad do equipamento, conan: se com a base técnica sobre a qual se asenta a propia definigo de cinema diteto strbaids por Marsolss: “um cinema que capts cm lero Cem campo’, fora do esto) a palaveae 0 pesto aravés de tum material (cimera e gravador) sincrbnico, levee facilmente rmanipalavel”” ‘Se Verto antecipou em wis décadas a condigies neste & ‘ager em diet, snd a stsizera maior pate das, nem por isso sex cinema pode ser identical coma “esttea do ral” defend por certos nesta dos anos 1960, Pata estes, a no-intervengio durante & ‘ilmager sepresentava um reapeito quse sagrdo aa “rea”, rado de ‘uma postursneuta do cneasa,“observando aquele mistésio supremo, a eeadade"™" Para Verto vida de improviso” nance sigificow um renincia em manipularlvremente a5 imagens. Ao contito, ee as sobrepuns e sbdividi, invertia sex movimento operava com iversas ‘velocidades de cimer, enim, wabalhava com 05 “eine-objews” como ‘Sgnos de uma lve escrisra audios rane uinze anos eo apenas. Eu aprenaate de fecreer ao com a cnet, mas com ua cera fale den slfbeo cinematogriio me peurtav. Eo tne er est alabeto Ea me pei ma “eineescss deft, Ea me enfoeelpors A venin de un cue Dsl 127 re tomar um eine-scrtoedasaaades Eu aren ste oe dh sve de una mesa de monger Enguanto Flaberty bascou-se nas rogas de continuidade da rmontagem naraiva, constriado com as imagens um espagotempo lusoriamente unitsio, Veto segsit © ciminho opost, baeando se ra descontinuidade, Em seus filme, 6 eventualmente dois patos ‘contguosfornecem 20 expectar uma unidadeespago-tomporal. Por eves, esta desorientagh imagtica © sonora parece deliberadamente ‘sur uma partcpasio mental atin do espectador, A cantinuidade procurada € do argamento, tas de wma “eine eseritra dos Fao Decerto modo, um “tratamentocrinvo da realidad”, mas radicalmente dlistnwo dagucle que os inglesesformlaram com base no modo de Fibers, Vero descrtou eadcamene a drumatzacio, opine por ‘um “cinema ntleensal™ que nio quer apenas mostrar, "mas orgninat as imagens como um pensamenta, de fale graga a elas Hager inematogriiea, uma liguagem wniversalmente comprecndiga por todos, posuindo uma considerivlfonga de express”. [A concepeio vertoiann da flmagem tem evidenes pontos de conato com o modelo Lumidse. A mesma cimera discret, is vees ‘cals; mesma atu “entife ante dos ftos, Um dos precursores desta linhagem foi ofisilogista Marey, que persepuia andlise do ‘movimento en sa sntese como Forma derepresenasio isons dha Vda. Por sto mesme, mio ovientou sass petgias no sentide de uma projeso de “otografasanimadas”. Sua demonstacio mas bem suceia fo a cronoforogratin em placa fina, qe sbrepunha na mesma imagem, através de exposigdes sucessivas,diversos estgios do Dei ane or movimento, De nid the ineresava um dispostivo capa de regitear ‘emostaragpil que o oho humane va: “o auténin eater de um trdiono cient rai em supra irsueincin de ossos seis em cong seus ero, afemou, conchindo que "6 a mers ent 00 sclera eminteress co pont de vstada snes cent“ Domes Tro, Venov veo a consider ue a emer sio devia se comportar ‘como una mera exes do oho amano, mas cori suas imps At hoje viet mers forgandoa copia aba de ons ole Quanto melhor tipi mss no sasaziamos com 2 rragem. A parr de ago nd beramos a cimera 2 firms func tat mum deco oposite dante dag epi” Mareydesearton comm ehundant simples efpia do que 0 alho por faa de interes cine, J Verto 0 fz por das razdes: st ‘oncepsio Farris da miguina como modelo para © homem € sua rliineia antilsionisa, irontalmente contra a0 “cine-drama burgués”. No decirarse um “eine escritor das atualidades”, Vertov cstvaretomando a nha que ligasa Marey a Lume €contoraando 0 modo de representagio narrative, Ateavés dt montagem de “cine dlacumentos", areditava estar fundando a “werdadeira linguagem inematogriticn” entre os diversos agrupamentos de artistas sovitiens que

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