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Ministério da Educação - MEC

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC)


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará

CURSO TÉCNICO EM TELECOMUNICAÇÕES


SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES
Prof. Manoel Henrique Bezerra Junior
PRONATEC
CRÉDITOS

Presidente
Dilma Vana Rousseff

Ministro da Educação
Aloizio Mercadante Oliva

Secretaria de Educação Profissional e


Tecnológica
Marco Antônio de Oliveira

Reitor do IFCE
Virgílio Augusto Sales Araripe

Pró-Reitor de Extensão
Zandra Maria Ribeiro Mendes Dumaresq

Pró-Reitor de Ensino
Reuber Saraiva Santiago

Pró-Reitor de Administração
Tassio Francisco Lofti Matos

Coordenador Geral
Jose Wally Mendonça Menezes

Coordenador Adjunto
Armênia Chaves Fernandes

Elaboração do conteúdo
Luiz Fernando Teixeira Pinto
Romulo Oliveira Albuquerque

Equipe Técnica
Carlos Henrique da Silva Sousa
David Moraes de Andrade

Coordenador Adjunto Campus


Juliana Silva Liberato

Supervisor(es) Curso(s)
Odilon Monteiro da Silva Neto

Orientador(es) Curso(s)
Renata Maria Paiva

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O QUE É O PRONATEC?

Criado no dia 26 de Outubro de 2011 com a sanção da Lei nº 12.513/2011 pela


Presidenta Dilma Rousseff, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec) tem como objetivo principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de
cursos de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira. Para
tanto, prevê uma série de subprogramas, projetos e ações de assistência técnica e
financeira que juntos oferecerão oito milhões de vagas a brasileiros de diferentes perfis
nos próximos quatro anos. Os destaques do Pronatec são:
• Criação da Bolsa-Formação;
• Criação do FIES Técnico;
• Consolidação da Rede e-Tec Brasil;
• Fomento às redes estaduais de EPT por intermédio do Brasil
Profissionalizado;
• Expansão da Rede Federal de Educação Profissional Tecnológica (EPT).

A principal novidade do Pronatec é a criação da Bolsa-Formação, que permitirá a oferta


de vagas em cursos técnicos e de Formação Inicial e Continuada (FIC), também
conhecidos como cursos de qualificação. Oferecidos gratuitamente a trabalhadores,
estudantes e pessoas em vulnerabilidade social, esses cursos presenciais serão realizados
pela Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, por escolas
estaduais de EPT e por unidades de serviços nacionais de aprendizagem como o SENAC e
o SENAI.

Objetivos

• Expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educação


Profissional Técnica de nível médio e de cursos e programas de formação inicial e
continuada de trabalhadores;
• Fomentar e apoiar a expansão da rede física de atendimento da Educação
Profissional e Tecnológica;
• Contribuir para a melhoria da qualidade do Ensino Médio Público, por meio
da Educação Profissional;
• Ampliar as oportunidades educacionais dos trabalhadores por meio do
incremento da formação profissional.

Ações
• Ampliação de vagas e expansão da Rede Federal de Educação Profissional e
Tecnológica;
• Fomento à ampliação de vagas e à expansão das redes estaduais de Educação
Profissional;
• Incentivo à ampliação de vagas e à expansão da rede física de atendimento
dos Serviços Nacionais de Aprendizagem;
• Oferta de Bolsa-Formação, nas modalidades:
• Bolsa-Formação Estudante;
• Bolsa-Formação Trabalhador.
• Atendimento a beneficiários do Seguro-Desemprego;
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[SUMÁRIO]

Apresentação da Disciplina ........................................................................ 05

Aula 01 – Introdução às Telecomunicações................................................. 06

Aula 02 – Sistemas de Telecomunicações.................................................... 11

Aula 03 – Conceitos Importantes de Telecomunicações ............................. 14

Aula 04 – Conceitos de Redes de Telecomunicações................................... 17

Aula 05 – Serviços em Telecomunicações I ................................................. 21

Aula 06 – Serviços em Telecomunicações II................................................. 26

Aula 07 – Serviços em Telecomunicações III................................................ 30

Aula 08 – Serviços em Telecomunicações IV ............................................... 34

Aula 09 – Serviços em Telecomunicações V ................................................ 40

Aula 10 – Meios de Transmissão I............................................................... 44

Aula 11 – Meios de Transmissão II.............................................................. 49

Aula 12 – Meios de Transmissão III............................................................. 52

Aula 13 – Meios de Transmissão IV............................................................. 58

Aula 14 – Conceitos de Multiplexação........................................................ 61

Aula 15 – Conceitos de Modulação............................................................. 67

Glossário Técnico ...................................................................................... 72

Referências Bibliográficas .......................................................................... 86

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

As telecomunicações constituem o ramo da engenharia elétrica que trata do


projeto, da implantação e da manutenção dos sistemas de comunicação e tem por
objetivo principal atender à necessidade do ser inteligente de se comunicar a distância. É
comum omitir o prefixo tele e utilizar somente comunicações.

Através dos sistemas de comunicações os assinantes, usuários ou


correspondentes trocam informações operando equipamentos terminais, elétricos ou
eletrônicos, tecnicamente compatíveis com o sistema. As informações fluem pelos canais
de comunicações fio, rádio ou fibra óptica, na forma de sinais elétricos ou
eletromagnéticos.

Em princípio, as informações, quando recebidas pelos respectivos destinatários,


são interpretadas e geram respostas ou, pelo menos, a confirmação do recebimento. Por
este motivo sempre é utilizado o termo telecomunicações no plural.

Esta apostila visa aprimorar e fortalecer os conceitos, técnicas e estruturas básicas


das telecomunicações, que sustentam o grande desenvolvimento mundial. Desta forma,
o bom uso desta apostila proporcionará um melhor desenvolvimento do aluno durante o
restante de todo o curso, já que ela contem grande parte dos conteúdos que embasarão
todo o percurso deste curso.

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AULA 1 – Introdução às telecomunicações

Objetivos

• Proporcionar uma visão inicial das Telecomunicações


• Apresentar a Evolução Histórica das Telecomunicações
• Abordar a estrutura básica da regulamentação em Telecomunicações

TÓPICO 1 – Evolução das Telecomunicações

Objetivos do tópico:

• Abordar a evolução histórica das comunicações.


• Apresentar as principais descobertas da área.
• Citar os principais nomes relacionados a essas descobertas.

A rede de telecomunicações que nos dias de hoje cobre o globo terrestre é sem
dúvida a mais complexa, extensa e cara de todas as criações tecnológicas, e porventura a
mais útil de todas, na medida em que constitui o sistema nervoso essencial para o
desenvolvimento social e econômico da civilização.
As telecomunicações são uma ciência exata cujo desenvolvimento dependeu
fortemente das descobertas científicas e dos avanços na matemática que tiverem lugar na
Europa durante o século XIX. Foram as descobertas na área do eletromagnetismo, que
criaram as condições para o aparecimento do primeiro sistema de telecomunicações
baseado na eletricidade: o telégrafo.
O telégrafo foi patenteado no Reino Unido por Cooke e Wheatstone, em 1837. No
entanto, o sistema por eles desenvolvido requeria cinco condutores metálicos, não sendo
por isso muito prática a sua implementação.
Foi a criação, por Morse, do código que tem o seu nome, que veio dar o grande
impulso à expansão do telégrafo. O primeiro sistema experimental orientado por Morse
teve lugar nos Estados Unidos em 1844. Este sistema era claramente um sistema de
transmissão digital, na medida em que a informação era transmitida usando pulsos de
corrente. Tinham-se dois tipos de pulsos, um estreito (ponto) e outro mais longo (traço) e as
diferentes letras eram codificadas através de combinações desses pulsos.
O sucesso do telégrafo foi tal que logo em 1866 foi instalado um cabo submarino
transatlântico ligando o Reino Unido aos Estados Unidos. Em 1875, Portugal e o Brasil
também ficaram ligados através de um outro cabo. Em 1875, a rede de cabos de telégrafo
já cobria todo o globo incluindo o Extremo Oriente e a Austrália.
Outro ponto singular na grande caminhada das telecomunicações foi a invenção do
telefone. Embora a história da invenção do telefone seja um tanto nebulosa, com vários
inventores a requererem para si os louros dessa invenção, a primeira demonstração com
sucesso de transmissão eletrônica de voz inteligível foi realizada por Alexander Graham
Bell em 1876, consagrada no histórico apelo de Bell para o seu assistente: "Mr. Watson,
come here, I want to see you". Interessantes são também as palavras proféticas por ele

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proferidas nessa altura: "This is a great day with me and I feel I have at last struck the
solution of a great problem-and the day is coming when telephone wires will be laid on
the houses, just like water or gas, and friends converse without leaving home".

Inventado o telefone tratava-se de resolver o problema da ligação entre os


interlocutores envolvidos numa ligação telefônica. A primeira solução consistiu na
utilização de centrais telefônicas manuais. No entanto, com o aumento do número de
linhas a utilização deste tipo de centrais tornou-se impraticável. Além disso, tinha-se o
problema da falta de privacidade: as operadoras podiam ouvir facilmente as conversas
entre os interlocutores.
Foi exatamente a falta de privacidade das centrais manuais que levou Strowger a
inventar a primeira central telefônica de comutação automática, com patente concedida
em 1891. Essa invenção compreendia dois elementos básicos:
1) Um dispositivo (disco) para ser usado pelo assinante que gerava sequências de
pulsos de corrente correspondentes aos dígitos de 0 a 9;
2) Um comutador localizado na central telefônica, no qual um braço rotativo se
movimentava passo-a-passo num arco semi-circular com dez contatos, cada um ligado
a uma linha de assinante, sendo o movimento controlado pelos pulsos de corrente
enviados pelo assinante.
As centrais automáticas Strowger tiveram uma grande expansão em todo o mundo e
aplicação generalizada até aos anos 70. Embora a primeira central de comutação
automática tivesse sido inaugurada em Lisboa (Central Telefônica da Trindade) em 1925, e
a digitalização da comutação se tivesse iniciado em 1987, em 1994, ainda existiam, na
rede telefônica nacional cerca de 160 000 linhas servidas por centrais Strowger. No
campo da comutação automática será também de referir o papel dos CTT, que
desenvolveu tecnologia própria, a qual foi introduzida na sua rede em 1956 (estações tipo
ATU 52 e ATU 54) e continuou a usar até ao início da digitalização na década de oitenta.
Outro marco importante na história das telecomunicações foi a demonstração por
Marconi em 1894 da telegrafia/telefonia sem fios. Até 1910, as ondas rádio foram usadas
essencialmente para transmitir sinais telegráficos. Porém, com a invenção em 1907 por
De Forest da válvula termo-iônica, tornou-se possível a geração e modulação de
portadoras elétricas e a radiotelefonia começou a dar os primeiros passos. Progressos
tecnológicos nesta área permitiram estabelecer em 1914 um serviço transatlântico de
telegrafia sem fios, e realizar em 1926 a primeira ligação telefônica (1 canal de voz) entre
os Estados Unidos e a Inglaterra. Inaugurava-se, assim, a competição entre os serviços de
telecomunicações sem fios e os serviços baseados numa transmissão guiada, que tem sido
uma constante até aos dias de hoje.
Muitas outras inovações vieram contribuir para que as telecomunicações se
tornassem, neste início de século, uma das mais poderosas indústrias. No entanto, existe
outra invenção que não pode deixar de ser referida: a invenção do PCM (Pulse Code
Modulation). Esta foi feita por Alec Reeves em França em 1936. Como, porém, a
transmissão de um sinal de voz digitalizado requeria uma largura de banda mínima de 32
kHz, muito superior aos 3 kHz requeridos pelo correspondente sinal analógico, a
implementação dos primeiros sistemas experimentais teve de esperar até que nos anos
sessenta a tecnologia do estado sólido a permitisse concretizar.
Outros dois fatos importantes que contribuíram para modelar as telecomunicações dos
dias de hoje foram: a proposta para usar as fibras de vidro (fibras ópticas) como meio de
transmissão da informação, feita em 1966 por K. Kao e G. Hockman e o conceito de
comutação de pacotes apresentado em meados da década de sessenta por P. Baran. A
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evolução da tecnologia de transmissão óptica permitiu que, por exemplo, nas últimas duas
décadas, a capacidade dos sistemas de transmissão aumentasse mais de 10 000 vezes,
atingindo hoje em dias taxas superiores a 1 Tbit/s, e a comutação de pacotes foi
responsável pela enorme expansão das redes de dados e pelo consequente êxito da Internet.

Não se poderia deixar também de referir a expansão das comunicações móveis que
ocorreu particularmente na última década e que foi fortemente impulsionada pela
normalização do GSM e também pela contribuição da engenharia de telecomunicações
com a concepção e implementação do pré-pago. Toda a infraestrutura de rede inteligente
que suporta o plano de controle responsável por esse conceito, que hoje é usado por mais
de mais de 80% dos celulares de todo o mundo, foi desenvolvido nos laboratórios da PT
Inovação.
Depois deste breve percurso por alguns dos fatos mais marcantes da evolução das
telecomunicações, será pertinente colocar a questão: o que são as telecomunicações?
Para começar, o prefixo tele é derivado do grego e significa "à distância". Poder-se-á,
assim, dizer que as telecomunicações compreendem o conjunto dos meios técnicos
necessários para transportar e encaminhar tão fielmente quanto possível a
informação à distância. Esta definição deverá, no entanto, ser complementada com os
seguintes comentários:

• Os principais meios técnicos são de natureza eletromagnética;

• A informação a transmitir pode tomar diversas formas, nomeadamente, voz, música,


imagem, vídeo, texto, dados, etc.;

• Os sistemas de telecomunicações devem garantir um elevado grau de fidelidade,


garantindo que a informação seja transmitida sem perdas nem alterações;

• A confiabilidade é outra exigência primordial, já que o usuário espera das


telecomunicações um serviço permanente e sem falhas;

• O transporte da informação à distância é um problema da transmissão, que é um ramo


importante das telecomunicações;

• Outro ramo importante é a comutação, que tem como objetivo o encaminhamento da


informação;

• As redes de telecomunicações de hoje são máquinas de grande complexidade e, por


isso, a sua gestão e controle são tarefas de grande importância e claramente
individualizadas das funções anteriores. A gestão de rede é responsável,
nomeadamente, por garantir elevados graus de confiabilidade (resposta rápida a falhas)
e flexibilidade (configuração rápida dos elementos de rede). O controle da rede é
realizado através da sinalização e é responsável pela dinâmica da rede e pela sua
capacidade de resposta aos pedidos dos usuários.

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TÓPICO 2 – Regulamentação de Telecomunicações
Objetivos do tópico:

• Descrever os principais mecanismos de regulamentação das


telecomunicações.
• Definir as principais estruturas relacionadas a essas regulamentações.

Devido ao caráter internacional das telecomunicações é fundamental a


regulamentação, acima de tudo, em certos aspectos mais relevantes tais como:

• Aspectos técnicos: definição da qualidade de serviço e dos parâmetros que a


influenciam; especificação das interfaces, nomeadamente, dos sinais usados na
transmissão e sinalização, etc.
• Planificação geral da rede: estrutura da rede internacional, plano de transmissão,
distribuição dos números telefônicos, etc.
• Problemas de exploração e gestão: definição dos preços das chamadas
internacionais, análise do tráfego, etc.

No plano das redes nacionais a regulamentação também é importante de modo a:

• Garantir a compatibilidade dos sistemas provenientes de fabricantes diferentes;


• Assegurar a mesma qualidade de serviço mínima a todos os usuários;
• Respeitar as convenções internacionais.
O principal organismo de regulamentação na área das telecomunicações é a International
Telecommunication Union (ITU). Este organismo é uma agência da ONU e atua
fundamentalmente através dos seguintes orgãos:

• ITU Telecommunication Sector (ITU-T), que corresponde ao antigo "Comité


Consultatif International Télégraphique et Téléphonique" (CCITT). As suas funções
incluem o estudo de questões técnicas, métodos de operação e tarifas para as
comunicações telefônicas e de dados.
• ITU Radiocommunications Sector (ITU-R), que corresponde ao antigo "Comité
Consultatif International des Radiocommunications" (CCIR). Estuda todas as questões
técnicas e operacionais relacionadas com radiocomunicações, incluindo ligações
ponto-a-ponto, serviços móveis e radiodifusão. Associado ao ITU-R está o
International Frequency Registration Board (IFRB), que regula a atribuição das
bandas de frequências aos diferentes serviços.

Tanto a ITU-T como a ITU-R são compostos de delegados dos governos, operadores
de telecomunicações e organizações industriais. Ambos têm um elevado número de
grupos de estudo. Os seus trabalhos tomam a forma de recomendações, que são
ratificadas por assembleias plenárias, que ocorrem de quatro em quatro anos. Os
resultados dessas sessões plenárias são publicados numa série de volumes, que
proporcionam recomendações e informação atualizada para todos os interessados na
área das telecomunicações.
Além da ITU, existe um conjunto de outros organismos também com atividade na área
das telecomunicações. Refira-se, por exemplo, a International Standards Organization
(ISO). Este organismo tem índole mundial e atividade de regulamentação em diferentes
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áreas, incluindo as tecnologias de informação. Recorde-se que, o modelo OSI (Open
Systems Interconnect), o conhecido protocolo de sete camadas que regula as
comunicações entre computadores, foi definido por esta organização. O ANSI (American
National Standards Institute) que é o corpo americano da ISO também tem produzido
inúmeras contribuições de relevo. Foi esta agência a responsável pela norma ASCII
(American Standard Code for Information Interchange), usada por muitos computadores
para armazenar informação.

Outro organismo digno de realce é o ETSI (European Telecommunication Standards


Institute), o qual foi criado em 1988 para desenvolver as normas necessárias à criação de
uma rede de telecomunicações européia. Esta instituição tem tido um papel importante
no desenvolvimento das normas para as redes móveis e em particular da norma GSM
(Global Systems for Mobile Communications). O IEEE (Institute of Electrical and
Electronic Engineers) é uma associação profissional do tipo da Ordem dos Engenheiros,
que também tem contribuído com inúmeras normas para o progresso das
telecomunicações. Por exemplo, as normas que delinearem a Ethernet (IEEE 802.3) e as
normas que têm projetado o seu desenvolvimento foram concebidas por esta associação.
Atualmente, também existem inúmeros consórcios de fabricantes e operadores
dirigidos a determinadas áreas específicas, com o objetivo de desenvolverem normas de
equipamentos ou serviços em curtos espaços de tempo. Veja, por exemplo, o Fórum DSL
(www. dslforum.org) ou o Fórum ATM (www. ATMforum.org).

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AULA 2 – Sistemas de Telecomunicações

Objetivos

• Apresentar o conceito de sistemas de Telecomunicações


• Descrever os principais elementos desses sistemas.
• Analisar as principais contaminações sofridas por esses sistemas.

TÓPICO 1 – Elementos de Sistemas Telecomunicações


Objetivos do tópico:

 Introduzir o conceito de telecomunicações.


 Descrever o funcionamento de cada elemento de um sistema de
telecomunicações

Derivada de um radical grego "tele" que significa distância e uma terminação


latina "communicatio" que significa comunicação, assim nós podemos conceituar
sistemas de telecomunicações como aquele sistema que permite efetuar a comunicação
à distância. É interessante acrescentar ainda que a palavra "comunicação" deriva do
radical latino "communis" cujo significado é comum. Logo a comunicação será o processo
através do qual transferimos a informação de um ponto a outro, de modo a partilhá-las
entre ambos.
Segundo a LGT - Lei Geral de Telecomunicações temos: Telecomunicação é a
transmissão, emissão ou recepção, por fio, radioeletricidade, meios ópticos ou qualquer
outro processo eletromagnético, de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons
ou informações de qualquer natureza.
Então o sistema que nos interessa pode ser visto de forma simplificada conforme
a figura que se segue:

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A Figura acima mostra os elementos funcionais de um sistema de comunicação
completo. Por conveniência, foi dividido em subsistemas distintos, embora em sistemas reais a
separação não seja tão óbvia. Indicamos também alguns dos fatores indesejáveis que
inevitavelmente entram no conjunto.

Elementos Funcionais

Com exceção dos transdutores, há três partes essenciais em um sistema de comunicação


elétrica, a saber: o transmissor, o canal de transmissão e o receptor. Cada um desempenha uma
função característica.

Transmissor. O transmissor acopla a mensagem ao canal na forma de um sinal


transmitido. Para fins de transmissão efetiva e eficiente, algumas operações de processamento
de sinal devem ser desempenhadas. A mais comum e importante destas operações é a
modulação, processo projetado para combinar o sinal transmitido com as propriedades do canal,
através do uso de uma onda portadora. Mais adiante será descrito com detalhes esse processo, o
que consumirá quatro capítulos.

Canal de Transmissão. O meio ou canal de transmissão é a ligação elétrica entre o


transmissor e o receptor, cobrindo a distância desde a fonte até o destino. Pode corresponder a
um par de fios, um cabo coaxial, uma onda de rádio ou até mesmo um feixe de laser. Porém,
independente do tipo, todos os meios de transmissão elétrica são caracterizados pela atenuação,
decréscimo progressivo da potência do sinal com o aumento da distância. A quantidade de
atenuação pode ser muito grande ou pequena. Normalmente é grande e, portanto, um fator a ser
considerado.

Receptor. A função do receptor é extrair o sinal desejado do canal e fornecê-lo ao


transdutor de saída. Visto que os sinais recebidos são quase sempre muito débeis como resultado
da atenuação da transmissão, o receptor deve possuir vários estágios de amplificação. Entretanto,
a operação principal desempenhada pelo receptor é a demodulação (ou detecção), o inverso do
processo de modulação do transmissor, o que restaura a forma original do sinal.

TÓPICO 2 – Contaminações em Telecomunicações

Objetivos do tópico:

• Indicar as principais contaminações que atingem às telecomunicações.


• Descrever a forma de atuação de cada uma delas.
• Apresentar formas de combate à ação dessas contaminações.

Contaminações. Ao longo da transmissão de um sinal ocorrem alguns efeitos


indesejáveis. Um deles é a atenuação, que reduz a intensidade do sinal; mais sérios,
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entretanto, são a distorção, a interferência e o ruído, que aparecem como alterações da
forma do sinal. Embora estas combinações sejam introduzidas através de todo o sistema,
é prática comum e conveniente considerá-las entrando apenas no canal, tratando o
transmissor e o receptor como ideais.

Grosseiramente falando, qualquer perturbação indesejável do sinal pode ser


classificada como um ruído, sendo muitas vezes difícil distinguir as várias causas em um
sinal contaminado. Entretanto, há boas razões e base adequada para separar os três
efeitos seguintes.

Distorção. A distorção é uma alteração do sinal devida a uma resposta imperfeita


do sistema ao próprio sinal. Diferentemente do ruído e da interferência, a distorção
desaparece quando o sinal é anulado. Projetos de sistemas convenientes ou redes de
compensação podem reduzir a distorção. Teoricamente, é possível sua compensação
perfeita. Praticamente, deve ser aceita alguma distorção, embora seu valor possa ser
mantido dentro de limites toleráveis em todos os casos, salvo raríssimas exceções.

Interferência. A interferência é a contaminação por sinais estranhos, normalmente


feitos pelo homem, de forma similar ao sinal desejado. O problema é muito comum em
transmissões comerciais, onde dois ou mais sinais podem ser captados ao mesmo
tempo pelo receptor. A solução para o problema de interferência é óbvia: eliminar, de
um modo ou outro, o sinal interferente ou sua fonte. Novamente, a solução perfeita é
possível na teoria, mas não o é sempre na prática.

Ruído. Finalmente, deixando o pior caso para o fim, consideraremos o ruído. Por
ruído interpretamos os sinais elétricos aleatórios ou imprevisíveis provenientes de causas
naturais, tanto externos como internos ao sistema. Quando estas variações aleatórias são
adicionadas a um sinal que contém informação, esta informação pode ser parcialmente
mascarada ou totalmente eliminada. É claro que o mesmo pode ser dito em relação à
interferência e à distorção; o que distingue o ruído é que ele nunca pode ser
completamente eliminado, mesmo na teoria. Como veremos, um ruído não eliminável
constitui um dos problemas básicos de comunicação elétrica.

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AULA 3 – Conceitos Importantes de Telecomunicações

Objetivos

• Introduzir conceitos importantes para as telecomunicações e os seus


significados
• Apresentar alguns modelos de classificação de circuitos.

TÓPICO 1 – Tipos de Circuitos

Objetivos do tópico:

• Classificar os circuitos de acordo com os vários parâmetros utilizados.

Quanto à utilização podemos encontrar circuitos de uso privado e de uso público. Os


primeiros são definidos como todo aquele que serve exclusivamente a um determinado número
de terminais de característica essencialmente particular. Por exemplo circuitos que ligam a Bolsa
de Valores com as diversas Corretoras. Os de uso público são os destinados aos usuários que
utilizam terminais pertencentes a uma concessionária de serviços públicos de telecomunicações.
Por exemplo, circuitos da rede nacional de telefonia.

2. Circuitos quanto a Topologia.


Do ponto e vista de topologia, o circuito mais simples é o que liga diretamente dois nós
terminais, sendo referido como circuito ponto - a - ponto.

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Vamos analisar agora a necessidade de um terminal se comunicar comdois outros terminais.
Por exemplo, observe que ao utilizar linhas físicas na figura 6 e na figura 7 será preciso um nó
intermediário, sendo então passível de ocorrer duas possibilidades: distribuição e comutação.

Observemos as duas figuras e embora pareçam iguais, é possível de se ter duas lógicas
operando. Assim, enquanto B opera como um nó intermediário de distribuição o sinal de A alcança
C e D, ambos simultaneamente; F por sua vez ao funcionar como um nó intermediário de
comutação, o sinal chegará a G ou H, mas não em ambos simultaneamente . Em geral neste
segundo caso pode ser denominado centro de comutação ou central de comutação.
No primeiro caso, a fonte A pode enviar o sinal simultaneamente para os terminais C e para D,
logo o nó intermediário estará distribuindo (alguns usam o termo derivando) o sinal. O circuito
referido denomina-se circuito multiponto.
Agora se no nó intermediário se toma uma decisão, de modo que o sinal vindo de E possa
ser enviado ou para o terminal B ou para o terminal C, o nó intermediário estará operando como
um nó de comutação. Neste caso a ligação se efetua, naquele momento, apenas entre dois nós
terminais e, por isso, é referido como circuito ponto - a - ponto comutado, ou simplesmente como,
circuito comutado.
O circuito multiponto pode ser montado com o uso de rádio, o exemplo típico sendo os
esquemas de rádiodifusão. Como a energia irradiada afeta todo o espaço, temos um esquema de
distribuição.
É possível ainda especificar um pouco mais definindo Multiponto Série, quando um único
circuito interliga permanentemente, diversos terminais e Multiponto Paralelo, quando vários circuitos
interligam permanentemente entre si, diversos terminais. Conforme figuras que se seguem:

Multipontos:

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3. Circuitos quanto à Transmissão: Aqui teremos as seguintes possibilidades; quando um circuito
transmite exclusivamente para um outro terminal, será denominado como circuito de
transmissão direta. Quando um terminal transmitir simultaneamente para diversos terminais
teremos a transmissão por difusão (Neste caso o terminal transmissor é chamado de centro
emissor).

Aqui podemos encontrar ainda a difusão centralizada, tipo estação de TV; a difusão
descentralizada como a que acontece na rádio comunicação; a transmissão por concentração,
como a telefonia rural e a transmissão por comando, quando existe uma disciplina para
transmissão dos terminais.

3. Circuitos quanto ao modo de Operação:


Quando ao modo de operação o circuito pode ser visto como Simplex (1), quando a
informação é transmitida em um único sentido; Duplex (2), quando se transmite nos dois
sentidos, simultaneamente e Half- duplex (Semiduplex) (3) quando se transmite nos dois sentidos
não simultaneamente.

4. Circuitos quanto à Abrangência Geográfica:


Neste podemos enquadrá-los quando a interligação ocorrer dentro de uma mesma área
como circuitos urbanos; entre diferentes áreas, circuitos interurbanos e por fim denominá-los
interestaduais e internacionais conforme o alcance.

5. Quanto ao tipo de transmissão:


Quando o sinal transmitido é submetido a uma base de tempo (clock) de referência na
origem e recuperado no destino, a partir da base de tempo de referência do mesmo, que
trabalha sincronizadamente com a sua origem, ele é denominado circuito síncrono. A outra
possibilidade, circuito assíncrono, corresponde a não existência desse sincronismo, sendo
aplicados sinais delimitadores de início e fim de informação nas porções transmitidas.
Por fim vamos enfatizar visualizando na figura abaixo a união dos conceitos de
canal e circuito:

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AULA 4 – Conceitos de Redes de Telecomunicações

Na prática encontramos vários terminais que querem conversar entre si. Em


telecomunicações precisamos ainda conceituar Rede. Uma Rede corresponde ao
conjunto de facilidades que permite a vários terminais se comunicarem entre si, ou seja:
Rede de telecomunicações, segundo a LGT, é o conjunto operacional contínuo de
circuitos e equipamentos, incluindo funções de transmissão, comutação, multiplexação
ou quaisquer outras indispensáveis à operação de serviço de telecomunicações.
A implantação e o funcionamento das redes de telecomunicação objetiva o suporte
à prestação de serviços de interesse coletivo, no regime público ou privado. A
classificação de uma rede de comunicações pode ser feita de diversas formas. Uma Rede
pode ser vista quanto :

1. Ao objetivo do Serviço: Rede Telefônica, Rede Telegráfica, Rede Telex, Rede de


Comunicação de Dados, etc.
2. Forma da Rede, topologia: Rede em estrela, Rede em Malha, Rede Mista, Rede
Hierárquica.
3. Ao Destino; Rede Pública, Rede Privada.
4. Sistema de Comutação: Rede de Comutação de circuitos, Rede de Comutação
Armazenada, Rede de Comutação de Pacotes, Rede de Comutação de Mensagens, etc.
5. Tipo de Sinais Utilizados: Rede Analógica, Rede Digital.

Objetivos

• Definir os principais conceitos relacionados às redes de telecomunicação.


• Apresentar os principais tipos de topologias destas redes
• Explicar os seus modos de operação.

TÓPICO 1 – Topologia de Redes

Objetivos do tópico:

• Introduzir o conceito de topologia de rede.


• Apresentar as principais categorias de topologia de rede

A especificação de como a Rede é tem a ver com os pontos servidos e com a


capacidade destes pontos se interligarem entre si. Observe que a capacidade de
interligação tem a ver com a possibilidade de transporte de sinais de um ponto a outro.
Para melhor visualizar a estrutura de uma rede nós precisaremos do conceito de
topologia.

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A Topologia da Rede nos dá uma descrição geométrica (ou geográfica) simplificada
de sua composição, onde o que interessa é explicitar as possibilidades de transporte de
sinal de um ponto a outro, abstraindo-se a especificação física de seus componentes.
Podemos encontrar redes em Estrela, em Malha, em Árvore ou Hierárquica ou ainda
Mista.
Os elementos básicos da topologia de uma rede são os nós e os enlaces (alguns
autores usam arco). Um nó é um ponto onde o sinal entra na rede, sai da rede (nó
terminal) ou é direcionado na rede (nó intermediário). O nó misto oferece ambas as
possibilidades. O enlace é o caminho que o sinal segue entre dois nós consecutivos.

Na figura 1, observamos nós e enlaces de uma Rede de Telecomunicações, numa


topologia em Malha. Em seguida observamos na fig.13 a topologia em Árvore ou Hierárquica e na
fig. 14 topologia em Estrela:

TÓPICO 2 – Otimização de Rotas

Objetivos do tópico:

• Introduzir o conceito de rota em redes de telecomunicações.


• Apresentar técnicas de otimização dessas rotas.

Para enviarmos o sinal de um ponto a outro, da fonte ao destinatário, naturalmente


buscamos estabelecer enlaces que sigam sempre que possível trechos comuns de caminho de
forma a compartilhar a mesma infra- estrutura de recursos , tais como o mesmo duto, prédios de
estação, torre, fontes de energia, etc.
No entanto, ainda é preciso otimizar o emprego dos meios de transmissão. Existem
aqui dois procedimentos clássicos para este desiderato: a multiplexação e a concentração. O
primeiro deles, a multiplexação2, permite que um mesmo meio possa ser compartilhado por
vários canais.
18
Já a concentração é um outro recurso, aplicável apenas para o caso em que a
fonte fica ativa durante curtos intervalos de tempo . Por exemplo, em média, um
assinante da rede telefônica só usa o telefone alguns minutos por dia, sendo então
possível, alocar um canal de uso comum para a fonte apenas quanto ela está ativa,
economizando em número de canais.

O feixe de canais de uso comum pode ser bem menor que o feixe de canais
entrantes.
Apenas quando um certo canal fica ativo é preciso efetuar a sua conexão com um
dos canais comuns.
Podíamos incluir aqui o conceito de Estação de Telecomunicações que, segundo a
LGT, consiste no conjunto de equipamentos ou aparelhos, dispositivos e demais meios
necessários à realização de telecomunicação, seus acessórios e periféricos e, quando
necessário, as instalações que os obrigam e complementam, inclusive terminais portáteis.

19
TÓPICO 3 – Operação da Rede

Objetivos do tópico:

• Esclarecer os princípios de operação de uma rede de telecomunicações.

Com relação à operação existe uma enorme variedade, não apenas de serviço
para serviço, como ainda, dentro de um mesmo serviço pode apresentar várias
modalidades. Contudo podemos reconhecer a existência de dois aspectos essenciais:
a- o estabelecimento das condições de acesso na rede, de um ponto a outro, na
comunicação desejada;
b- o controle de fluxo de sinais pela rede, de modo a garantir que os sinais possam ser
escoados e não sejam perdidos nem superpostos com outros.

No que se refere ao estabelecimento das condições de acesso, é evidente que o


acesso só será possível se a topologia garantir conectividade, isto é, se for possível achar
um caminho que saindo de um nó terminal chegue até o outro nó terminal, passando por
enlaces e nós disponíveis na rede. Entretanto, mesmo que exista um caminho factível na
topologia, a conexão só será possível se a ligação for permitida na rede.
Há ainda outros dois pontos que devemos considerar. Primeiro, uma vez que a
rede terá vários terminais ligados a ela, ou seja é preciso haver uma identificação precisa
para individualizar os pontos de origem e destino da comunicação. O esquema
usualmente adotado neste sentido é o de adoção de um código numérico ou
alfanumérico de identificação.
E segundo, é que pode haver mais de um caminho possível na rede e é preciso
selecionar um deles para efetuar a conexão. Geralmente se adota um algoritmo de
economicidade, buscando, por exemplo, o caminho mais curto disponível. Este
procedimento de seleção é referido como encaminhamento ou roteamento pela rede.
Supondo o possível acesso, é preciso estar atento para quando existe apenas uma
fonte emissora de sinais, ou quando cada fonte possui um canal específico (conseguido
por
separação no espaço, separação em frequência ou separação no tempo) nestes casos a
questão é trivial, porque estas fontes podem enviar seu sinal quando desejarem.
Mas um problema surge quando um mesmo canal for compartilhado por mais de
uma fonte. Neste caso é necessário estabelecer uma disciplina operacional para que
apenas uma fonte use, de cada vez, o canal de uso comum. Há então duas filosofias gerais
a serem adotadas neste caso.

20
AULA 5 – Serviços em Telecomunicações I

Objetivos

• Apresentar os principais tipos de serviços em telecomunicações.


• Indicar os principais elementos constituintes destes serviços.
• Descrever o princípio de funcionamento de cada um deles.

TÓPICO 1 – Rede Telefônica Pública Comutada

Objetivos do tópico:

• Apresentar a estrutura básica da rede telefônica.


• Descrever o seu processo de funcionamento.

Numa rede telefônica convencional o equipamento terminal é essencialmente o


telefone. As vias de transmissão incluem o meio de transmissão (cabos de pares
trançados, fibra óptica, ondas hertzianas, etc.) e os repetidores. O equipamento de
comutação é constituído pelos comutadores digitais localizados nas centrais de
comutação telefônica.

Estrutura geral

A estrutura mais simples que é possível conceber para uma rede telefônica
comutada está representada na Figura acima e consiste numa central de comutação
telefônica diretamente ligada ao equipamento terminal dos usuários através de uma linha
telefônica (central local) de acordo com uma topologia física em estrela.

Quando a área coberta pela rede em estrela e o número de usuários por ela
servidos cresce, o preço da linha telefônica aumenta. Então, torna-se mais econômico
dividir essa rede em várias redes de pequenas dimensões, cada uma delas servida pela sua
própria central de comutação telefônica. Nesse caso, o comprimento médio da linha de
21
assinante decresce, diminuindo o seu custo total, mas em contrapartida o custo associado
à comutação aumenta.

Numa área servida por diferentes centrais locais, os usuários de uma central terão
certamente necessidade de comunicar com os usuários de outras centrais. É, assim,
necessário estabelecer ligações, ou junções, entre as diferentes centrais, formando-se a
rede de junção. Se as junções são estabelecidas entre todas as centrais locais, tem-se uma
rede de junção com conexão total baseada numa topologia física em malha. Porém, uma
rede em malha neste nível da rede pode não ser econômica, sendo preferível em muitos
casos ligar as centrais entre si através de um centro de comutação central, designado por
central tandem (Figura 1.13). Note-se que, a presença desta central introduz uma
estrutura hierárquica na rede.
Na prática, junções diretas entre centrais são economicamente justificáveis,
quando se tem um grande fluxo de tráfego, ou quando as distâncias são curtas.
Inversamente, quando o tráfego é reduzido e as distâncias são grandes é preferível o
encaminhamento indireto através de uma central tandem.

Os usuários da rede, para além das ligações locais, necessitam de comunicar com
outros usuários localizados em diferentes áreas de um país. As diferentes áreas estão
ligadas entre si por circuitos de longa distância, que constituem a rede de núcleo,
também designada na gíria telefônica por rede de troncos ou de longa distância. Tal,
como não é econômico as centrais locais estarem todas ligadas entre si, também não é
muitas vezes econômico ter as centrais de longa distância totalmente interligadas. Assim,
surgem os centros de trânsito, para encaminhar o tráfego entre as diferentes áreas,
fazendo com que uma rede telefônica nacional apresente uma estrutura hierárquica,
como se exemplifica na Figura 1.14. Em termos de topologia, essa rede apresenta uma
topologia em árvore não pura, já que, quando se sobe na hierarquia aumenta, o número
de ligações entre centrais do mesmo nível hierárquico. Um centro de trânsito primário
constitui a interface entre a rede de junção e a rede de núcleo. Cada central local está
ligada a um centro primário, seja diretamente, seja através de uma central de junção
tandem.
Um centro primário constitui a primeira camada da rede de núcleo, sendo o
número de camadas adicionais dependente da dimensão do país. A Figura 1.14 mostra
uma rede de núcleo constituída por duas camadas. Neste caso, a camada mais elevada é a
22
segunda, sendo caracterizada por uma topologia em malha, com cada centro de
comutação telefônica ligado diretamente à central internacional do país.
Em síntese, uma rede telefônica nacional é baseada numa estrutura hierárquica
constituída pela interligação das seguintes redes:

1) Rede privada de usuário. Consiste numa rede dentro das instalações do


usuário e pode ser, por exemplo, constituída por várias linhas telefônicas, ligando
equipamento terminal a uma central PPCA.
2) Rede de acesso ou local, que é responsável por ligar os telefones ou PPCAs dos
assinantes à central local. Embora não representados na Figura 1.14 a rede de acesso
pode também incluir concentradores, como se irá ver posteriormente.
3) Rede de junção, que interliga um grupo de centrais locais e ligando-as por sua vez
ao centro de trânsito primário.
4) Rede de núcleo ou rede de troncos, que interliga os centros de trânsito 8 através do
país.

Note-se que, segundo a terminologia da ITU-T a rede local é constituída pelo


conjunto da rede de acesso e rede de junção. Na generalidade dos casos, usa-se no
âmbito desta disciplina a definição de rede local apresentada no ponto 2.
O acesso às redes telefônicas é constituída pela infraestrutura de cobre que liga o
telefone dos usuários às centrais locais, fazendo com que a rede telefônica seja
conhecida, particularmente nos meios jornalísticos, pela designação algo imprópria de
rede de cobre. A infraestrutura de cobre é implementada recorrendo a fios de cobre
isolados e entrelaçados designados por pares trançados. As enormes limitações dos
pares trançados, nomeadamente a sua largura de banda muito reduzida e a enorme
susceptibilidade às interferências, têm levado os engenheiros de telecomunicações a
explorar outras soluções, sobretudo quando está em causa o acesso de banda larga. A
solução mais sólida é sem dúvida a que faz uso da fibra óptica, sendo de referir entre
outras as seguintes alternativas: ligação em fibra óptica entre a central local e um armário
exterior, ligando em seguida o armário às instalações do usuário através da par trançado
23
(fibra até ao quarteirão); ligar a fibra diretamente até às instalações do usuário (fibra até
casa). Ainda que a primeira solução seja uma alternativa mais apropriada para
implementação a curto prazo, faz-se notar que vários países a apostar na última solução
que é sem dúvida a mais arrojada.
Uma outra singularidade das redes de acesso reside no fato de usar transmissão a
dois fios, ou seja nas comunicações aí estabelecidas o sinal telefônico transmitido e o
recebido partilharem a mesma linha telefônica. Na transmissão de dados (por exemplo

em ADSL) tal situação coloca problemas graves, sendo necessário usar técnicas de
duplexagem para separar os dois sentidos de transmissão. Outro problema prende-se com
a amplificação e regeneração dos sinais. Os amplificadores e regeneradores bidirecionais
não são soluções práticas. Assim, nos casos em que é necessário processar o sinal durante
a transmissão é necessário separar fisicamente os dois sentidos de comunicação -
transmissão a quatro-fios. É esse o caso da transmissão nas componentes de metro, de
núcleo e internacionais das redes de telecomunicações. Será ainda de referir que os
comutadores digitais das centrais de comutação também exigem uma transmissão a
quatro fios. A conversão de uma transmissão de dois para quatro fios ou vice-versa é
feita usando um dispositivo designado por híbrido.

TÓPICO 1 – Rede Digital Integrada

Objetivos do tópico:

• Apresentar a estrutura básica da rede digital integrada.


• Descrever o seu processo de funcionamento.

Uma Rede Digital Integrada (RDI) é definida como sendo uma rede na qual todas
as centrais de comutação são digitais e o tráfego nas junções e nos troncos é transportado
em sistemas de transmissão digital. Além disso, a sinalização entre as centrais, que como
se viu é da responsabilidade do plano de controle, é assumida como sendo do tipo
canal-comum, como é o caso do Sistema de Sinalização nº7.
Dentro da RDI todos os canais de tráfego são em formato digital (PCM), sendo,
por conseguinte, a conversão analógico-digital requerida somente nas suas fronteiras,
que geralmente se situam na entrada das centrais locais (ver Figura 1.16). O passo seguinte
de evolução consiste em proporcionar transmissão digital até ao usuário e neste caso,
somos levados às Redes Digitais com Integração de Serviços (RDIS), que serão
analisadas posteriormente. Outro aspecto, digno de realce nestas redes é que a
comutação digital é sempre feita a quatro fios, de modo que, todos os circuitos dentro da
RDI são circuitos a quatro fios. A qualidade de transmissão de uma RDI apresenta os
seguintes
atributos:

• As perdas de transmissão são independentes do número de troços e centrais presentes


numa ligação;
• As ligações apresentam um nível mais baixo de ruído do que as analógicas

24
correspondentes;
• As ligações são mais estáveis do que nas redes analógicas a dois fios.

O primeiro atributo é particularmente importante para um operador de


telecomunicações, pois garante que as perdas de transmissão nas fronteiras da RDI se
mantêm constantes para todos os tipos de ligações, ou seja, é possível garantir
uniformidade no desempenho, o que era difícil de satisfazer no caso analógico. As
perdas de transmissão são agora escolhidas de modo a garantir um equivalente de
referência apropriado e simultaneamente satisfazer os requisitos impostos pela
estabilidade e ecos. Um valor típico para essas perdas é, por exemplo, 6 dB.

25
AULA 6 – Serviços em Telecomunicações II

Objetivos

• Apresentar os principais tipos de serviços em telecomunicações.


• Indicar os principais elementos constituintes destes serviços.
• Descrever o princípio de funcionamento de cada um deles.

TÓPICO 1 – Rede Digital com Integração de Serviços

Objetivos do tópico:

• Apresentar a estrutura básica da rede digital com integração de serviços.


• Descrever o seu processo de funcionamento.

A Rede Digital com Integração de Serviços (RDIS)10 resulta da evolução natural da


rede telefônica. A rede telefônica foi projetada simplesmente para tráfego de voz sobre
linhas analógicas, mas na década de cinquenta foi introduzido o modem para transportar
dados sobre essa infraestrutura.
Contudo, devido às limitações das velocidades de transmissão e qualidade dos
modems, os operadores de telecomunicações criaram uma rede digital alternativa à rede
de voz, para suportar a transmissão de dados com maior velocidade e melhor qualidade, a
rede pública de dados.
A RDIS surge como tentativa de integrar todas as redes públicas (telefônica,
dados, etc.) numa única rede, com um acesso único ao assinante. Assim, o usuário pode
através de uma única linha de assinante ter acesso a uma grande diversidade de serviços,
como voz, dados, imagem, texto, etc., com uma característica fundamental, que é a de
todos serem digitais.
A evolução para a RDIS só é possível com a digitalização da linha de assinante (ou
enlace de assinante), o que permitiu eliminar o fosso analógico existente nas redes RDI.
Na linha digital de assinante continua-se a usar a linha telefônica a 2 fios (pares
trançados), requerendo, contudo, um grande esforço de processamento de sinal, para
garantir nessas linhas uma transmissão digital com qualidade.
Uma rede RDIS tem possibilidade de oferecer dois tipos de acessos: acesso básico
e acesso primário. O primeiro tipo coloca à disposição do usuário dois canais para
transmissão de voz a 64 kb/s e um canal para dados a 16 kb/s, totalizando um débito de
144 kb/s. O acesso básico por sua vez disponibiliza 30 canais de voz com o mesmo débito e
um canal de dados a 64 kb/s perfazendo cerca de 2 Mb/s.
Como os débitos oferecidos pelo RDIS são relativamente modestos a ITU-T avançou
com o conceito de RDIS de banda larga e publicou uma série de normas no sentido de
dar substância a esse conceito. Com esta evolução a RDIS passaria a ter também
capacidade para suportar serviços de vídeo e de transmissão de dados a alta velocidade,
para além dos serviços RDIS tradicionais e o acesso do usuário à rede seria efetivado a
débitos de várias dezenas de Mb/s. A implementação do RDIS de banda larga implicava a
26
implementação de um novo paradigma de transferência de informação, designado por
ATM (Asynchronous Transfer Mode). Fundamentalmente, o ATM é um protocolo de
comutação rápida, que foi concebido no sentido do mesmo comutador ter capacidade para
comutar todos os tipos de serviço oferecidos pela rede. Esta capacidade de integrar a
comutação de todos os serviços num único elemento de rede representou um salto
muito significativo relativamente à filosofia de comutação subjacente ao RDIS tradicional,
onde é necessário ter um comutador digital de circuitos para os sinais de voz e um
comutador de pacotes para o tráfego de dados. Devido aos elevados custos, o RDIS de
banda larga nunca viu a luz do dia, mas ficou a tecnologia ATM, que foi adoptada pela
indústria de telecomunicações como uma boa solução para a comutação de dados a
muito alta velocidade.

TÓPICO 2 – Rede de Dados pública

Objetivos do tópico:

• Apresentar a estrutura básica da rede de dados pública.


• Descrever o seu processo de funcionamento.

Uma rede de dados é uma rede que permite a troca de informação digital entre
computadores, terminais e outros dispositivos processadores de informação, usando
diferentes ligações e nós. Como já foi referido, a rede de dados pode-se segmentar em
três grupos: LAN que é uma rede localizada numa área geográfica limitada (edifício ou
campus) e geralmente pertencente a uma única organização; MAN é uma rede cujos
pontos de acesso se localizam numa área metropolitana; WAN pode estender-se por
várias cidades e mesmo países.
A rede telefônica, cujos traços gerais já foram analisados, não é apropriada para a
transmissão interativa de dados, pois esta é projetada para fornecer serviços com maior
duração e com frequências de pedidos de acesso à rede menor. Nem os elementos de
controle nos comutadores, nem a capacidade dos canais são capazes de acomodar pedidos
com muita frequência para mensagens muito curtas.
Surgiu, assim, a necessidade de projetar uma rede com uma filosofia de operação
claramente distinta da das redes telefônicas. A tecnologia de encaminhamento base
escolhida para essas redes foi a comutação de pacotes.
A Figura 1.17 ilustra o funcionamento de uma rede baseada na comutação de
pacotes. Cada mensagem na fonte é dividida em pequenas unidades designadas por
pacotes, para transmissão através da rede. Esses pacotes, também designados por
datagramas, para além da informação propriamente dita incluem um cabeçalho, com
informação do endereço do destinatário, da fonte, o número do próprio datagrama e
outra informação de controle.

27
Os datagramas pertencentes a uma determinada mensagem são enviados pela
rede independentemente, podendo seguir percursos diferentes até ao seu destino, onde
são agregados de modo a originar a mensagem inicial. Neste tipo de comunicação não é
necessário estabelecer uma ligação prévia com o destinatário, pois o cabeçalho contém o
endereço do destino final e cada nó, através da leitura desse cabeçalho, está em condições
de definir o trajeto a seguir. Este tipo de ligação designa-se por connectionless. Este tipo
de rede permite garantir um nível de segurança bastante elevado, na medida em que
qualquer intruso na rede somente consegue obter fragmentos da mensagem transmitida.
Além disso, nesta rede não existe um ponto de falha único, porque se um nó, ou uma
ligação falham, ou são sabotados, existem sempre ligações e nós alternativos. Além disso,
o controle deste tipo de rede é distribuído por vários nós, não havendo uma estrutura
hierárquica como nas redes telefônicas. Foram estas vantagens que levaram à
implementação em 1967 nos Estados Unidos de uma rede de dados baseada nestes
princípios, designada por ARPANET (Advanced Research Projects Agency NETwork), a qual
evoluiu para uma rede à escala mundial, ou seja a Internet. O protocolo IP (Internet
Protocol) é baseado nessa filosofia de interligação fazendo com que as redes IP não
estejam em condições de garantir um serviço com uma qualidade pré-definida em termos
de atraso, erros ou débito. Esses serviços designam-se por isso serviços ao melhor esforço
(best-effort), indicando que a rede tentará fazer o melhor que pode.
As redes de dados públicas como foram concebidas no início usavam, contudo,
um conceito um pouco diferente daquele que foi exposto. Nestas redes, antes de se
iniciar a transmissão da mensagem, tinha-se uma fase inicial para estabelecer uma
ligação lógica com o destinatário. Assim, o primeiro pacote que é enviado é responsável
por estabelecer uma ligação lógica através da rede, designada por circuito virtual e todos
os pacotes correspondentes à mensagem seguem por essa ligação 12. Este processo tem
algumas semelhanças com aquilo que acontece com a comutação de circuitos nas redes
telefônicas, mas há uma diferença fundamental: No caso do circuito virtual a ligação não
é dedicada, ou seja diferentes circuitos virtuais podem partilhar a mesma ligação. Para
que isso seja possível os pacotes recebidos estão sujeitos a um processo de
armazenamento/expedição em cada nó.
Neste caso, o cabeçalho do pacote necessita de conter a identificação do circuito
virtual e em cada nó não é necessário tomar decisões sobre o encaminhamento da
informação, como acontecia nas ligações com datagramas. Esta simplificação permite às
redes com circuitos virtuais escoar tráfego com débitos mais elevados e com maior
28
rapidez do que as redes com datagramas. Perde-se, no entanto, a segurança, flexibilidade
e confiabilidade associadas à tecnologia dos datagramas.
Em síntese, pode dizer-se que a comutação baseada em circuitos virtuais é mais
adequada para transmissões longas e com débitos elevados, enquanto a comutação com
datagramas é preferível para transmissão de dados de curta duração.
O paradigma de comutação ATM também é baseado em circuitos virtuais. A
diferença essencial é que, na comutação de pacotes, os pacotes têm dimensão variável,
enquanto no ATM têm valor fixo e uma dimensão muito inferior. Para vincar essa
diferença, nas redes ATM usa-se a designação de célula em vez de pacote. Uma célula é
constituída por 53 bytes, sendo 5 usados para cabeçalho e os restantes para informação.
A importância cada vez maior do protocolo IP associada à massificação da Internet
e a necessidade de usar este protocolo para suportar serviços diferentes do serviço de
dados, como, por exemplo, a voz e o vídeo levou ao desenvolvimento de estratégias
apropriadas para também ser possível garantir qualidades de serviço pré-determinadas
nas redes IP.
O protocolo MPLS (Multiprotocol Label Switching) vem exatamente nesse sentido.
A base deste protocolo consiste em canalizar todos os pacotes com o mesmo destino
através de uma espécie de túnel virtual associando-lhe uma etiqueta (label). O
encaminhamemto nas redes MPLS é feito unicamente através da identificação da
etiqueta, permitindo aumentar significativamente a rapidez de comutação e
consequentemente reduzir o atraso do pacote na rede.

29
AULA 7 – Serviços em Telecomunicações III

Objetivos

• Apresentar os principais tipos de serviços em telecomunicações.


• Indicar os principais elementos constituintes destes serviços.
• Descrever o princípio de funcionamento de cada um deles.

TÓPICO 1 – Redes Híbridas fibra-coaxial

Objetivos do tópico:

• Apresentar a estrutura básica das redes híbridas fibra-coaxial.


• Descrever o seu processo de funcionamento.

As redes de distribuição de televisão por cabo ou CATV (CAble TV) são


caracterizadas por usarem uma infraestrutura em fibra óptica para servir núcleos (células)
de algumas centenas de usuários (200 a 1000), seguida de uma rede em cabo coaxial até
às instalações do usuário (ver Figura 1.19). Por essa razão são designadas por redes
híbridas fibra-coaxial, embora muitas vezes apareçam referidas na imprensa não
especializada simplesmente pela designação de redes de cabo. Estas redes foram,
inicialmente, projetadas para oferecer serviços distributivos analógicos (televisão), tendo
evoluído posteriormente de modo a oferecerem também serviços distributivos digitais e
serviços interativos como é o caso do acesso à Internet. Na sua componente distributiva o
servidor situado na cabeça da rede distribui através da rede vários canais de televisão
usando multiplexagem por divisão na frequência. Cada usuário tem por essa razão acesso
a todos os canais e escolhe o canal desejado através da simples sintonização do
televisor.13 No caso da televisão analógica cada canal da televisão vai modular uma
portadora de radiofrequência usando modulação AM-VSB e no caso da vertente digital usa-
se modulação PSK ou QAM.
A atribuição espectral típica dos diferentes serviços numa rede híbrida fibra-coaxial
está representada na Figura 1.18. Os canais de televisão fazem uso da chamada banda
direta situada entre os 111 e 750 MHz, embora essa banda nas redes mais modernas possa
ir até 1 GHz. A parte superior da banda (entre os 550 e 750 MHz) é reservada para os canais
de televisão digitais, ou como canal descendente, entre a cabeça da rede e o usuário, para
os serviços interativos. A banda de radiofrequência típica reservada para cada canal
analógico é de 8 MHz, sendo que a largura de banda de vídeo nominal é de 5 MHz. A via de
retorno, situada entre os 5 e 65 MHz, funciona como canal ascendente para comunicação
entre os clientes e a cabeça da rede e desempenha um papel importante na implementação
dos serviços interativos.

30
A existência de uma banda de retorno com uma gama deveras limitada (60 MHz) é
uma das principais limitações das redes híbridas e irá ser um condicionante importante na
utilização dessas redes como plataformas de acesso de banda larga no futuro. Como o
meio é partilhado, o número de usuários ativos em cada célula vai influenciar diretamente
o débito que cada um deles pode usufruir. Para conseguir aumentos significativos nesses
débitos será necessário reduzir o número de assinantes por célula, o que implica
aproximar a fibra óptica do usuário. Essa estratégia irá conduzir à eliminação de toda a
componente de amplificação de rádio-frequência14 dessas redes e à transformação da rede
coaxial numa rede totalmente passiva.
Para analisar com mais detalhe a estrutura de uma rede híbrida concentremo-nos
na Figura 1.19. Nessa figura a ligação entre a cabeça de rede e o nó de acesso é realizada por
uma simples fibra óptica. Numa rede real essa ligação é muito mais complexa e pode
conter vários níveis hierárquicos, sendo realizada pela rede da camada de transporte. A
parte coaxial (rede coaxial) corresponde à componente de acesso da rede híbrida. Essa
componente inicia-se no nó de acesso óptico onde tem lugar a conversão do sinal do
domínio óptico para o domínio elétrico e no caso das redes com capacidade para suportar
serviços interativos (bidirecionais) também do domínio elétrico para o óptico.

31
A rede coaxial tem uma topologia física em árvore. A repartição dos sinais de
radiofrequência pode ser feita através dos amplificadores de tronco ou a partir de
repartidores passivos. Para além desses amplificadores, tem-se ainda os amplificadores de
linha que são usados para compensar a atenuação do cabo coaxial e dos repartidores
passivos. Será de notar que ambos os tipos de amplificadores terão de ser bidirecionais,
para assegurar serviços interativos nessas redes.

TÓPICO 2 – Redes Celulares

Objetivos do tópico:

• Apresentar a estrutura básica das redes celulares.


• Descrever o seu processo de funcionamento.

O conceito básico subjacente às comunicações celulares consiste em dividir as


regiões densamente povoadas em várias regiões de pequena dimensão, designadas por
células. Cada célula tem uma estação base que proporciona uma cobertura via rádio a
toda a célula. Como se mostra na Figura 1.20 cada estação base está ligada a uma central
de comutação de móveis, designada por MSC (Mobile Switching Centre).
Os componentes básicos da rede são, assim, os telefones móveis, as estações de
base e os MSC. Cada MSC controla todas as chamadas móveis entre as células de uma
determinada área e a central local.
A estação de base está equipada para transmitir, receber e encaminhar as
chamadas para, ou de, qualquer unidade móvel dentro da célula para o MSC. A célula
compreende uma área reduzida (geralmente poucos quilômetros quadrados), o que
permite reduzir a potência emitida pela estação de base até um nível em que a
interferência nas células vizinhas é negligenciável. Tal permite que a mesma
radiofrequência seja usada para diferentes conversações em diferentes células, sem existir
o perigo de interferência mútua.

32
OPERAÇÃO

Cada célula tem disponíveís vários rádiocanais para tráfego de voz e um, ou mais,
para sinalização de controle. Quando o telefone móvel é ligado, o seu microprocessador
analisa o nível de sinal dos diferentes canais de controle pertencentes a uma mesma MSC, e
sintoniza o seu receptor para o canal com o nível mais elevado. Esta operação designa- se
por auto-localização, e permite estabelecer um enlace entre a unidade móvel e a estação
de base, que será mantido enquanto o telefone estiver ligado. Periodicamente, o nível de
sinal dos diferentes canais de controle continua a ser analisado, garantindo-se, assim, o
estabelecimento de enlaces com outras estações base, na eventualidade da unidade
móvel se deslocar para outras células. Outra operação associada ao estabelecimento de
uma ligação é o registo de presença. No início da ligação e posteriormente, em intervalos
regulares, o telefone móvel envia informação da sua presença para a MSC mais próxima.
Essa informação é armazenada numa base de dados e permite à MSC ter uma ideia
aproximada da localização do móvel.
Quando a unidade móvel pretende realizar uma chamada, transmite o número do
destinatário para a estação base, usando o canal de controle. A estação base envia então
essa informação para o MSC, juntamente com seu número de identificação.
Imediatamente, o MSC atribui um radiocanal de voz bidirecional para o estabelecimento da
ligação entre o telefone móvel e a estação base. Depois de receber esta informação, o
microprocessador do telefone móvel ajusta o sintetizador de frequência para emitir e
receber nas frequências atribuídas. Logo que o MSC detecta a presença da portadora da
unidade móvel no canal desejado, a chamada ou é processada pelo próprio MSC, ou é
enviada para a central local para aí ser processada.
Uma função importante da MSC consiste em localizar o destinatário, no caso em que
este é um móvel. A função de localização está associada ao paging. Depois de localizado, o
sinal de chamada pode em seguida ser ouvido no telefone móvel do destinatário.
Quando a estação base de uma determinada célula detecta que a potência do sinal
emitido por uma determinada unidade móvel desce abaixo de um determinado nível,
sugere à MSC para atribuir o comando dessa unidade a outra estação base. A MSC, para
localizar o móvel, pede às celulas vizinhas informação sobre a potência do sinal por ele
emitido, sendo atribuído o comando do móvel à estação base que reportar um nível de
sinal mais elevado. Um novo canal de voz é atribuído a essa unidade móvel pelo MSC,
sendo a chamada transferida automaticamente para esse novo canal. Este processo
designa-se por handoff e dura cerca de 200 ms, o que não é suficiente para afetar uma
comunicação de voz.

33
AULA 8 – Serviços em Telecomunicações IV

Objetivos

• Apresentar os principais tipos de serviços em telecomunicações.


• Indicar os principais elementos constituintes destes serviços.
• Descrever o princípio de funcionamento de cada um deles.

TÓPICO 1 – Sistemas de Transmissão via Rádio

Objetivos do tópico:

• Apresentar a estrutura básica das redes de transmissão via rádio.


• Descrever o seu processo de funcionamento.

A Fig. 09 apresenta a configuração básica da ligação entre duas localidades feita por
meio de um sistema rádio, onde está indicada como é realizada a conexão entre a Estação
Multiplex e a Estação Rádio.

A Estação Rádio é composta basicamente por um transmissor e um receptor,


chamado transceptor, por um modulador e um demodulador, chamado MODEM, e pelas
antenas de transmissão e recepção.
Um transmissor de rádio pode ser encarado como um elemento que provoca
continuamente, através de uma antena; uma perturbação eletromagnética, de forma
localizada, que se propaga no espaço, em todas as direções, atenuando-se com a distância.
Uma antena receptora pode sentir estas perturbações e, se estiver ligada a um
equipamento conveniente (receptor), haverá recepção dos sinais daquele transmissor.

34
Vejamos como o sinal multiplex, que neste caso é a informação que desejamos
enviar, é processado pelo rádio.
Inicialmente, quando o transmissor é colocado em funcionamento, envia para o
espaço ondas eletromagnéticas de frequência fixa, fazendo com que um receptor
sintonizado nesta frequência, apenas saiba que o transmissor está no ar. No entanto, se
variarmos uma característica da onda gerada pelo transmissor, na recepção é possível
detectar estas variações impressas na onda original.
Esta onda original é chamada de portadora ou rádio-frequência e serve apenas
para estabelecer o contato, através do espaço, entre o transmissor e o receptor.
O sinal que representa a informação e que variará uma característica da onda
portadora, se chama onda moduladora, que será o nosso sinal mux.
Ao processo de variação de uma característica da onda portadora de acordo com o
sinal elétrico da informação, chamamos de modulação.
A variação da amplitude da onda portadora constitui o método denominado
modulação em amplitude (AM) e, para a variação da frequência da onda portadora,
teremos a modulação em frequência (FM).
Do lado da transmissão, o equipamento que produz a modulação chama-se
modulador e normalmente está junto ao transmissor.
Do lado da recepção, o equipamento que sente as variações da portadora e
recupera a informação chama-se demodulador, estando normalmente junto do receptor.
Deste modo, na localidade A, ao enviarmos o sinal multiplex para a Estação Rádio,
esta informação é processada pelo modulador-transmissor, fazendo com que tenhamos
uma onda portadora modulada na antena transmissora. Esta onda é captada pela antena
receptora da Estação de Rádio da localidade B, sendo processada pelo receptor-
demodulador, regenerando-se a informação original da localidade de A, que é então
entregue ao multiplex de B.
A rádiofrequência (onda portadora) utilizada para a transmissão de informação da
localidade A para B, chamamos de canal de RF (canal de rádiofrequência). Como este
processo é unidirecional, para transmitirmos na direção inversa, isto é, a informação de B
para A, será necessário um outro canal de RF.
As estações Rádio de A e B são chamadas de estações terminais.
Quando existem obstáculos físicos que atrapalham a propagação das ondas no
espaço, ou quando este sinal está demasiadamente enfraquecido devido às características
de programação, utilizam-se estações intermediárias ao longo das rotas de rádio,
chamadas estações receptoras, a fim de regenerar ou retransmitir as ondas.
Ao conjunto de estações repetidoras, chamamos de tronco de rádio.
É importante observar que num tronco de rádio podemos ter mais de um canal de
RF em cada direção. Geralmente, nos sistemas de alta confiabilidade, temos um canal de
RF para transmitir as informações, chamado principal, e um outro em paralelo para
substituir o principal em caso de falhas chamado de proteção.
As ondas eletromagnéticas propagam-se de maneiras diferentes, dependendo da
frequência emitida pelo transmissor. Devido a isto, os sistemas rádio são classificados
internacionalmente de acordo com as faixas de frequências utilizadas e que estão
apresentadas na tabela a seguir, onde são indicados alguns serviços que empregam estes
sistemas.
Como os sistemas de telecomunicações utilizam principalmente frequências a partir
de HF, há interesse no estudo dessas propagações. Vamos então analisar de forma bem

35
simples, os princípios básicos de propagações dos sistemas rádio empregados pelo
multiplex.

E.L.F. - Extremely Low Frequency


V.L.F. - Very Low Frequency
L.F. - Low Freequency
M.F. - Medium Frequency
H.C. - High Frequency
V.H.F. - Very High Frequency U.H.F.-
Ultra High Frequency
S.H.F - Super High Frequency
E.H.F. - Extremely High Frequency

TÓPICO 2 – Sistemas de Rádio HF

Objetivos do tópico:

• Apresentar a estrutura básica das redes rádio HF.


• Descrever o seu processo de funcionamento.

36
A Fig.10 apresenta uma antena de rádio HF emitindo ondas esféricas e
concêntricas. As partes inferiores das ondas se propagam junto à superfície da Terra (onda
terrestre), acompanhando a curvatura desta e perdendo energia rapidamente com a
distância, por absorção no terreno. As partes superiores da onda se expandem para o
espaço e, numa altura de 80 a 150 km, encontram uma das principais camadas da
atmosfera terrestre, chamada ionosfera. Nestas alturas, a atmosfera é tão rarefeita, que as
moléculas dos gases estão bem mais afastadas umas das outras do que nas menores alturas.
A energia solar, principalmente na forma de raios ultravioletas, incidindo sobre essas
moléculas, arrastam seus elétrons, transformando em íons positivos. Desta maneira, nestas
alturas formam-se camadas de íons e de elétrons livres, determinando o nome de ionosfera.
Dependendo da concentração dos elétrons formados, a ionosfera apresenta índices
de refração diferentes das camadas mais baixas, encurvando e mudando de direção as
ondas de rádio que nela penetram de baixo para cima. Esta mudança de direção é tal que
faz as ondas retornarem para a Terra como se "refletissem" na ionosfera. O fenômeno, na
realidade, e de refração ionosférica (por mudança de índice de refração) mas comumente
se diz "reflexão ionosférica", quando se refere apenas ao efeito do retorno da onda.
Esta onda que retorna é chamada onda celeste; pode se refletir novamente na
superfície terrestre, repetindo o fenômeno da refração ionosférica e, através de vários
"pulos", atingir grandes distâncias.

Este mecanismo de propagação não é confiável nem de boa qualidade porque, sendo
a energia solar incidente na alta atmosfera de intensidade variável, os índices de refração
na ionosfera são instáveis, fazendo com que a onda celeste tenha também intensidade
variável.
Quando ocorrem grandes perturbações solares, estas provocam tempestades
magnéticas que, atingindo a ionosfera, modificam os índices de refração de tal maneira,

37
fazendo com que as ondas não sejam mais refratadas de volta para a Terra. Nesta situação
interrompem-se as comunicações.
Os sistemas rádio HF utilizadas pelo multiplex possuem uma capacidade máxima de 8
canais telefônicos, sendo empregados para as ligações internacionais de longa distância,
sem estações repetidoras.

TÓPICO 3 – Sistemas de Rádio VHF/UHF

Objetivos do tópico:

• Apresentar a estrutura básica das redes rádio VHF/UHF.


• Descrever o seu processo de funcionamento.

Passando-se a transmissão para frequências mais elevadas, nas faixas de VHF (30
MHz a 300 MHz) e UHF baixa (300 MHz a 900 MHz), a experiência mostra que a ionosfera é
transparente a essas frequências, não as refratando mais de volta para a Terra. Além disso,
nessas frequências, as ondas de rádio começam a se comportar como ondas de luz, isto é,
propagam-se em linha reta, refletem-se em obstáculos, podem ser focalizados por antenas
convenientes.
Na Fig. 11 está exemplificado o que falamos: a parte das ondas que vai para cima
atravessa a ionosfera e se perde no espaço. A parte da onda que se irradia junto a
superfície terrestre é útil até o horizonte, ou seja, até uma distância de mais ou menos 80 a
100 do ponto de transmissão. Daí em diante a onda se afasta da Terra, perdendo-se no
espaço exterior.

Podemos imaginar que a antena transmissora ilumina diretamente a antena


receptora que, por sua vez deve estar quase ao alcance visual. Por isso este mecanismo de
propagação também se chama em linha de visão ou visada direta.

38
Este tipo de transmissão é utilizada em serviço que exige alta confiabilidade a
distância menores que em HF, podendo alcançar até 200 km se forem empregadas duas a
quatro estações repetidoras. Para distância maiores, a qualidade se deteriora rapidamente.
Os sistemas rádio VHF/UHF utilizados pelo multiplex são empregados nas comunicações
interurbanas estaduais, tendo média capacidade (12, 24 ou 60 canais).

39
AULA 9 – Serviços em Telecomunicações V

Objetivos

• Apresentar os principais tipos de serviços em telecomunicações.


• Indicar os principais elementos constituintes destes serviços.
• Descrever o princípio de funcionamento de cada um deles.

TÓPICO 1 – Sistemas de Microondas em visibilidade

Objetivos do tópico:

• Apresentar a estrutura básica das redes de microondas em visibilidade.


• Descrever o seu processo de funcionamento.

Subindo mais ainda a frequência, chegamos na região de microondas (900 MHz a


30000 MHz). Nestas frequências as ondas de rádio se comportam praticamente como
ondas de luz, podem ser focalizadas como em grandes lanternas e se propagam em linha
reta, como mostra a Fig. 12. O rádio transmissor está ligado a antena por um condutor
especial, chamado guia de onda, estando fixada, juntamente com o refletor, numa torre.
A antena se comporta como a lâmpada de uma lanterna e o refletor focaliza as ondas de
rádio para a sua frente.
Devido a sua forma o refletor chama-se refletor parabólico ou parábola.
As microondas focalizadas pela parábola transmissora incidem diretamente sobre a
parábola receptora que, por sua vez, focaliza as ondas no seu ponto central, onde está a
antena receptora. Dessa antena as ondas são levadas por um guia de onda até o rádio
receptor. Cada antena de microondas com sua respectiva parábola, geralmente, serve para
transmitir e/ou receber mais um canal de RF.

40
Vemos, portanto, que nenhum obstáculo pode interceptar o feixe de microondas
entre duas antenas. Por isso as torres são normalmente colocadas em pontos elevados
(morros, edifícios) e estão distanciadas no máximo de 50 a 60 km, ao longo da rota de
transmissão, a fim de regenerar o sinal de radiofrequência enfraquecido devido as perdas
na propagação. Esta propagação também se denomina visada direta ou radiovisibilidade.

Assim, através de repetições sucessivas, o sinal de microondas sai da estação


terminal da localidade de destino, conforme mostra a Fig. 13.
A este tronco de rádio chamamos, comumente, de tronco de microondas.
Os sistemas de rádio-microondas em visibilidade são de alta qualidade e
confiabilidade, sendo utilizados pelo multiplex para ligações interurbanas a longa
distância, possuindo capacidades típicas de 120, 300, 600, 960, 1800 e 2700 canais
telefônicos.

TÓPICO 2 – Sistemas de Rádio-tropodifusão

Objetivos do tópico:

• Apresentar a estrutura básica das redes rádio-tropodifusão.


• Descrever o seu processo de funcionamento.

Para estender os sistemas de telecomunicação às regiões inóspitas, sem vias de fácil


acesso, o que tornaria muito difícil a manutenção das estações repetidoras, utiliza-se um
outro sistema de propagação chamado tropodifusão. É também um sistema de microondas
mas que não utiliza a visada direta, empregando propriedades da troposfera de difundir as
ondas de rádio de alta frequência.
A troposfera é uma camada da atmosfera que se situa entre 3 e 12 km de
altitude,apresentando não homogeneidades de índices de refração, como se fossem
nuvens invisíveis, que fazem um espalhamento em todas as direções de uma onda de rádio
incidente nessas frequências. Este espalhamento se dá a uma altura de aproximadamente
10 km.

41
Nas alturas próximas a 10 km, a atmosfera já é algo rarefeita e estável, pois não há
mais as influências climáticas da baixa atmosfera. Assim, estas "bolhas" de índices de
refração diferentes permanecem estáveis e não dependem da energia solar para a sua
formação, pois não se tratam de "bolhas ionizadas". Desta forma, o espalhamento
troposférico das ondas de rádio é um fenômeno estável, o que possibilita comunicação
com boa confiabilidade.
O sistema consta, basicamente, de um transmissor na faixa de 1 a 2 GHz de
potência elevada, entre 1 e 2 kW, e uma antena parabólica, que pode ser de grades
dimensões, apontada para o horizonte na direção em que se deseja a transmissão. O feixe de
microondas tangenciando a Terra incide na troposfera, onde é difundido. Uma outra
antena receptora de iguais dimensões, situada cerca de 300 km de distâncias, capta este
sinal difundido que chega muito fraco ao destino (Fig. 14).
O processo é semelhante ao espelhamento da luz de holofotes anti-aéreos que incide
nas nuvens, sendo percebida na superfície terrestre.

Como o sinal difundido na troposfera chega ao receptor com muito baixa


intensidade; esta deficiência limitará a capacidade de canalização desses sistemas, que
normalmente é de 120 e no máximo de 300 canais telefônicos.
Os sistemas de tropodifusão cobrem grandes distâncias sem necessidade de estações
repetidoras (300 a 400 km), sendo empregados principalmente em ligações interurbanas em
regiões inóspitas, tal como a Amazônia no Brasil.

42
TÓPICO 3 – Sistemas de satélite

Objetivos do tópico:

• Apresentar a estrutura básica das redes de satélite.


• Descrever o seu processo de funcionamento.

Para as comunicações transoceânicas de alta confiabilidade e qualidade, são


empregados os sistemas de rádio-satélite que são mais econômicos que os cabos
submarinos.
Estes sistemas utilizam como repetidora um satélite artificial em órbita
geoestacionária, isto é, que tem um movimento de translação ao redor da Terra de modo a
ter a mesma velocidade angular que o planeta, permanecendo estacionário a 36000 km de
altura. Isto ocorre porque nesta órbita do satélite e gravidade é equilibrada pela força
centrípeta. Neste caso o satélite denomina-se síncrono.
Neste satélites são instalados pequenos receptores e transmissores que,
basicamente, recebem, ampliam e reenviam os sinais para a Terra, cobrindo
praticamente um hemisfério. Como três satélites síncronos, colocados a 120° em relação ao
centro da Terra, pode-se cobrir todo o planeta.
Os países que se comunicam por este Processo dispõem de estações terminais,
chamadas de estações terrenas, que operam em microondas, na faixa de 4 a 6 GHz. Os
transmissores são de potência elevada e os receptores são de alta qualidade, possuindo
amplificadores especiais (amplificadores paramétricos). As antenas que focalizam as ondas
de rádio em feixes muito fino, para concentrar toda a potência devido a distância,
normalmente são de grandes dimensões, permanecendo apontadas para os satélites por
processos automáticos.
Ao receber o sinal de uma das estações terrenas, o satélite amplifica e devolve para a
Terra, incidindo em todas as estações terrenas que focalizam este satélite, porém somente
o país para o qual se destina a comunicação poderá utilizá-la.
Assim, o satélite é uma repetidora de alta qualidade com acesso múltiplo por vários
países.

TÓPICO 4 – Sistemas de Rádio em EHF


Objetivos do tópico:

• Apresentar a estrutura básica das redes rádio em EHF.


• Descrever o seu processo de funcionamento.

Como nessa faixa de frequência a onda de rádio sofre grandes perturbações


devidas, principalmente à condições atmosféricas no espaço livre, estes sistemas rádios
utilizam como meio de propagação guias de ondas. São condutores especiais e ocos, de
diversos tipos de seção reta (circular, elíptica, etc.), que guiam internamente as ondas de
rádio.
Estes sistemas são de altíssima capacidade (500000 canais telefônicos) e estão em
fase de desenvolvimento.

43
AULA 10 – Meios de Transmissão I

Objetivos

• Citar os principais meios de transmissão utilizados nas comunicações.


• Descrever os princípios de transmissão de sinais.
• Apresentar os modos de operação destes meios de transmissão.

TÓPICO 1 – Pares Trançados

Objetivos do tópico:

• Descrever os sinais que são transmitidos em pares trançados.


• Introduzir a estrutura básicas desse meio.
• Apresentar o funcionamento desse meio.

O cabo de par trançado consiste em dois fios de cobre isolados trançados entre si em
forma helicoidal. Por ser trançado, o campo magnético gerado por um fio é anulado pelo
outro (efeito de cancelamento) reduzindo os ruídos que podem facilmente alterar as propriedades
do sinal.

A capacidade de transmissão de dados digitais do cabo de par trançado é


expressivamente grande, apesar do fato de esse tipo de cabo ter sido inicialmente desenvolvido
para tráfego telefônico, que é analógico.
Esses cabos podem estender a quilômetros sem amplificação podendo ou não ter repetidores de
acordo com a necessidade transmitindo dados tanto de forma analógica como digital. As
taxas de transmissão podem variar muito, pois as mesmas dependem do comprimento e da
qualidade do cabo utilizado, assim como a tecnologia de transmissão adotada. Essas taxas
diminuem à medida que o comprimento aumenta, pois desta forma, ocorre perda de energia por
radiação ou calor. Porém, um par trançado consegue transmitir dados na ordem dos Megabits
por segundo mesmo em cabos com algumas dezenas de metros de comprimento.
São classificados de acordo com a blindagem:
• STP - Shielded Twisted Pair: com blindagem interna envolvendo cada par trançado e
uma global minimizando interferências externas. Devido à blindagem ocorre perda de sinal. Pode
alcançar uma largura de banda de 300 MHz em 100 metros de cabo. Possui a vantagem de
transportar dados utilizando uma sinalização muito rápida com poucas chances de distorção;

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• UTP - Unshielded Twisted Pair: sem blindagem. Tem como vantagem ser flexível e
reduzida espessura. Transportam dados a 100 Mbit/s. Pode-se utilizar com três principais
arquiteturas de rede (ARCnet, Ethernet e token-ring).

Par trançado sem blindagem (UTP)

É composto por pares de fios sendo que cada par é isolado um do outro e todos são
trançados juntos dentro de uma cobertura externa. Não havendo blindagem física interna,
sua proteção é encontrada através do "efeito de cancelamento", onde mutuamente
reduz a interferência eletromagnética de radiofrequência.

Uma grande vantagem é a flexibilidade e espessura dos cabos. O UTP não preenche
os dutos de fiação com tanta rapidez como os outros cabos. Isso aumenta o número de conexões
possíveis sem diminuir seriamente o espaço útil.
Os cabos UTP's são divididos em categorias, levando em conta o nível de segurança e a bitola
do fio, onde os números maiores indicam fios com diâmetros menores

Categorias dos cabos de par trançado

Das categorias citadas, duas se destacaram em redes de computadores:

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•CAT-3 - Os pares trançados da categoria 3 consistem em dois fios encapados
cuidadosamente trançados. Em geral, quatro pares desse tipo são agrupados dentro de uma capa
plástica protetora, onde são mantidos oito fios. Até 1988, a maioria dos prédios tenha um cabo da
categoria 3 ligando cada um dos escritórios a um gabinete de fiação em cada andar. Esse esquema
permitia que até quatro telefones normais ou dois telefones multilinha de cada escritório
fossem conectados ao equipamento da companhia telefônica instalado no gabinete de fiação.
•CAT-5- Em 1988 forma lançados os pares trançados da categoria 5. Esses cabos eram
similares aos cabos da categoria 3, mas tinham mais nós por centímetro e o material isolante era de
Teflon, o que resultou em menos linhas cruzadas e em um sinal de melhor qualidade nas
transmissões de longa distância; isso os tornou ideais para a comunicação de computadores de alta
velocidade.

Vantagens:

1. Tecnologias e padrões estão estáveis para comunicações de voz;


2. Sistema telefônico, que usa transmissão por par trançado, estão presentes na maioria
das construções, e normalmente pares estão disponíveis para conexões em rede;
3. Diâmetro reduzido;
4. Baixo custo de instalação e manutenção;
5. Fácil manuseio.

Desvantagens:

1. Baixa imunidade à ruídos, principalmente para cabos desprotegidos;


2. Limitação quanto à distância máxima empregada;
3. Necessita usar hubs (concentradores).

Par trançado blindado (STP)

Possui uma blindagem interna envolvendo cada par trançado que compõe o cabo, cujo
objetivo é reduzir a diafonia. Um cabo STP geralmente possui 2 pares trançados blindados, uma
impedância característica de 150 Ohms e pode alcançar uma largura de banda de 300 MHz em 100
metros de cabo.

Utiliza uma classificação definida pela IBM, baseada em diferentes características de


alguns parâmetros, como diâmetro do condutor e material utilizado na blindagem, sendo ela: 1, 1A,
2, 2A, 6, 6A, 9, 9A.

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Vantagens:

•Alta taxa de sinalização;


•Pouca distorção do sinal.

Desvantagens:

•A blindagem causa uma perda de sinal que torna necessário um espaçamento maior
entre os pares de fio e a blindagem; isso ocasiona um maior volume de blindagem e
isolamento, aumentando consideravelmente o tamanho, o peso e o custo do cabo.

Aplicações dos cabos de par trançado

A utilização mais comum do cabo de par trançado é o sistema telefônico e


atualmente as redes de computadores. O sinal pode ser transmitido através do cabo de par
trançado por vários quilômetros sem amplificação, mas para distâncias mais longas, repetidores
são necessários.
Quando muitos cabos de par trançado são colocados em paralelo por uma substancial
distância, tais como os fios que chegam a um apartamento vindos da companhia telefônica, eles são
reunidos em forma de cabo e protegidos por uma capa normalmente plástica. Os pares
dentro deste cabo interfeririam uns nos outros se não estivessem trançados

Diversos fatores interferem na qualidade dessas linhas de transmissão quer seja para a
transmissão de voz ou dados.
A qualidade da linha de transmissão depende:
1. Da qualidade dos condutores (resistência, reatância, impedância);
2. Bitola ou espessura dos fios;

47
3. Técnicas utilizadas;
4. Proteção dos componentes para evitar a indução dos condutores;
5. Radiação;
6. Dissipação.

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AULA 11 – Meios de Transmissão II

Objetivos

• Citar os principais meios de transmissão utilizados nas comunicações.


• Descrever os princípios de transmissão de sinais.
• Apresentar os modos de operação destes meios de transmissão.

TÓPICO 1 – Cabo Coaxial

Objetivos do tópico:

• Descrever os sinais que são transmitidos em cabo coaxial.


• Introduzir a estrutura básicas desse meio.
• Apresentar o funcionamento desse meio.

Consiste num fio de cobre rígido que forma o núcleo, envolto por um material isolante
que, por sua vez, é envolto em um condutor cilíndrico, freqüentemente na forma de uma malha
entrelaçada. O condutor externo é coberto por uma capa plástica protetora, que o protege
contra o fenômeno da indução, causada por interferências elétricas ou magnéticas.

Além de sua utilização em redes locais, é muito usado para sinais de televisão, como
por exemplo, transmissão de TV a cabo. Muitas empresas também o usam na construção de
sistemas de segurança, sistemas de circuitos fechados de TV e outros.
O cabo coaxial é mais protegido do que o cabo de par trançado e por isso pode transmitir a
maiores distâncias e a velocidades maiores. Dois tipos de cabos coaxiais são utilizados. Um cabo de 50
ohms, é frequentemente usado para transmissão digital. O outro cabo de 75 ohms, é mais usado
para transmissão analógica.
A construção e proteção do cabo coaxial dão uma boa combinação de largura de banda
e excelente imunidade ao ruído. Para distâncias de até um 1 km são permitidas velocidades de
até 2 Gbps. Eram muito usados para área de telefonia, porem vem sendo substituídos por fibras
óticas.
Atualmente são muitos usados na área de TV a cabo.

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Os cabos de 50 ohms foram muito usados em redes nos anos 80 e início dos 90, eles
eram basicamente de dois tipos o coaxial fino e o grosso.
• Coaxial Grosso - usavam conectores do tipo vampiro, também eram chamados de yellow
cable;
• Coaxial Fino - usam os conectores T que são mais comuns e mais baratos, estes tipos de
cabos ainda são encontrados em algumas instalações de redes locais.

• Cabocoaxialgrosso

Também conhecido como CABO COAXIAL BANDA LARGA ou 10BASE5, é utilizado


para transmissão analógica. Possui uma blindagem geralmente de cor amarela. A especificação
10BASE5 refere-se à transmissão de sinais Ethernet utilizando esse tipo de cabo. O 5 informa o
tamanho máximo aproximado do cabo como sendo de 500 metros.
Esse cabo tem uma cobertura plástica protetora extra que ajuda manter a umidade longe
do centro condutor. Isso torna o cabo coaxial grosso uma boa escolha quando se utiliza
grandes comprimentos numa rede de barramento linear. Durante a instalação, o cabo não necessita
ser cortado pois o conector (vampire tap) o perfura.
A impedância utilizada nesta modalidade de transmissão é de 75 Ohms. Seu diâmetro externo
é de aproximadamente 0,4 polegadas ou 9,8 mm.
O cabo coaxial de 75 ohms é usado para transmissão analógica em sistemas de TV a cabo. Ele
é chamado de broadband (banda larga). Embora o termo "broadband" venha do mundo da
telefonia, onde se refere a algo maior do que 4 kHz, no mundo da rede de computadores
"broadband cable" significa algum cabo de rede usado para transmissão analógica.
Desde o uso do broadband para redes, os cabos são usados para transmissões de sinal
analógico com largura de banda de 300 a 450 MHz a distâncias de até 100 km, que é muito menos
crítico que a transmissão de sinais digitais. Para transmitir sinais digitais em uma rede analógica,
cada interface deve conter dispositivos eletrônicos para converter o conjunto de bits de saída para
um sinal analógico, e o sinal analógico de entrada no conjunto de bits.

Vantagens:

• Comprimento maior que o coaxial fino;


• É muito utilizado para transmissão de imagens e voz.

Desvantagens:

• Difícil instalação
• Custo elevado em relação ao cabo coaxial fino.

• Cabo Coaxial de Banda Base

Também conhecido como CABO COAXIAL BANDA BASE ou 10BASE2, é utilizado


para transmissão digital, já foi o meio mais largamente empregado em redes locais. O sinal é
injetado diretamente no cabo. A topologia mais usual é a topologia em barra. A construção e
blindagem do cabo coaxial proporcionam a ele uma boa combinação de alta largura de banda e
excelente imunidade a ruído. A largura de banda depende do tamanho do cabo.

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A especificação 10BASE2 refere-se à transmissão de sinais Ethernet utilizando esse tipo
de cabo. O 2 informa o tamanho máximo aproximado do cabo como sendo de 200 metros. Na
verdade, o comprimento máximo é 185 metros.
A impedância utilizada nesta modalidade de transmissão é de 50 Ohms. As taxas variam de
10 a 50 Mbps e o tempo de trânsito de 4 a 8 ns/m.

Vantagens:

• É maleável;
• Fácil de instalar;
• Sofre menos reflexões do que o cabo coaxial grosso, possuindo maior imunidade a
ruídos eletromagnéticos de baixa frequência.

Cuidados na instalação do cabo coaxial

É necessário verificar a qualidade dos elementos que constituem o cabeamento:


cabos, conectores e terminadores. Esses devem ser de boa qualidade para evitar folgas nos
encaixes, o que poderia causar mau funcionamento a toda rede.
Os cabos não podem ser tracionados, torcidos, amassados ou dobrados em excesso pois
isso pode alterar suas características físicas.
Quanto à conectorização, o tipo mais comum de conector usado por cabos coaxiais é o
BNC (Bayone-Neill-Concelman). Diferentes tipos de adaptadores estão disponíveis para
conectores BNC incluindo conectores T, conectores barril e terminadores. Os conectores são os
pontos mais fracos em qualquer rede.

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AULA 12 – Meios de Transmissão III

Objetivos

• Citar os principais meios de transmissão utilizados nas comunicações.


• Descrever os princípios de transmissão de sinais.
• Apresentar os modos de operação destes meios de transmissão.

TÓPICO 1 – Fibra Óptica

Objetivos do tópico:

• Descrever os sinais que são transmitidos em fibra óptica.


• Introduzir a estrutura básicas desse meio.
• Apresentar o funcionamento desse meio.

Uma fibra ótica é constituída de material dielétrico, em geral, sílica ou plástico, em


forma cilíndrica, transparente e flexível, de dimensões microscópicas comparáveis às de um fio de
cabelo.
Esta forma cilíndrica é composta por um núcleo envolto por uma camada de material
também dielétrico, chamada casca. Cada um desses elementos possui índices de refração
diferentes, fazendo com que a luz percorra o núcleo refletindo na fronteira com a casca.

A fibra ótica possui duas camadas com índices de refração diferentes o que faz com que
a luz sofra reflexão total quando tenta passar do núcleo para a casca, quando isso acontece, ela é
refletida de volta para o núcleo e assim percorre toda a extensão da fibra.

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A fibra ótica utiliza sinais de luz codificados para transmitir os dados, mas como todos
os sistemas atuais de computação funcionam a base de elétrons (eletrônica) e não a base de
fótons (fotônica) é necessário a conversão do sinal elétrico em luminoso antes da transmissão através
da fibra. Isso é feito através de um conversor de sinais elétricos para sinais óticos, um transmissor, um
receptor e um conversor de sinais óticos para sinais elétricos.
A atenuação das transmissões por fibra óptica não depende da frequência utilizada,
portanto a taxa de transmissão é muito mais alta. É totalmente imune a interferências
eletromagnéticas, não precisa de aterramento e mantém os pontos que ligam eletricamente
isolados um do outro. Entretanto, pode ocorrer dispersão modal se a fibra for multimodo.
A transmissão ótica está também sujeita à dispersão espectral ou cromática. A luz que passa
na fibra é composta de diferentes frequências e comprimentos de onda. O índice de refração difere
para cada comprimento de onda e permite às ondas viajarem a diferentes velocidades. Os LED's,
que possuem um grande espalhamento de comprimento de onda, estão sujeitos a uma dispersão de
espectro considerável. Os lasers exibem uma luz quase monocromática (número limitado de
comprimentos de onda) e não sofre qualquer dispersão cromática significativa.
O padrão 10BaseF refere-se à especificação do uso de fibras óticas para sinais Ethernet.
O conector mais usado com fibras óticas é o conector ST, similar ao conector BNC. No entanto, um
novo tipo está ficando mais conhecido, o conector SC. Ele é quadrado e é mais fácil de usar em
espaços pequenos.

Vantagens:

• Perdas de transmissão baixa e banda passante grande: mais dados podem ser
enviados sobre distâncias mais longas, desse modo se diminui o número de fios e se reduz o
número de repetidores necessários nesta extensão, reduzindo o custo do sistema e complexidade.
• Pequeno tamanho e peso: vem resolver os problemas de espaço e congestionamento de
dutos no subsolo das grandes cidades e em grandes edifícios comerciais. É o meio de transmissão
ideal em aviões, navios, satélites, etc.
• Imunidade a interferências: não sofrem interferências eletromagnéticas, pois são compostas
de material dielétrico, e asseguram imunidade a pulsos eletromagnéticos.
• Isolação elétrica: não há necessidade de se preocupar com aterramento e problemas de
interface de equipamento, uma vez que é constituída de vidro ou plástico, que são isolantes elétricos.
• Segurança do sinal: possui um alto grau de segurança, pois não irradiam significativamente
a luz propagada.
• Matéria-prima abundante: é constituída por sílica, material abundante e não muito caro.
Sua despesa aumenta no processo requerido para fazer vidros ultrapuros desse material.

Desvantagens:

• Fragilidade das fibras óticas sem encapsulamento: deve-se tomar cuidado ao se


lidar com as fibras, pois elas quebram com facilidade.
• Dificuldade de conexões das fibras óticas: por ser de pequeníssima dimensão,
exigem procedimentos e dispositivos de alta precisão na realização de conexões e junções.
• Acopladores tipo T com perdas muito grandes: essas perdas dificultam a utilização da
fibra ótica em sistemas multiponto.

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• Impossibilidade de alimentação remota de repetidores: requer alimentação
elétrica independente para cada repetidor, não sendo possível a alimentação remota através do
próprio meio de transmissão.
• Falta de padronização dos componentes ópticos: o contínuo avanço tecnológico e a
relativa imaturidade não têm facilitado e estabelecimento de padrões.
• Alto custo de instalação e manutenção.

Aplicações de Fibras Ópticas:

• Sistemas de comunicação;
• Rede Telefônica: serviços de tronco de telefonia, interligando centrais de tráfego
interurbano e interligação de centrais telefônicas urbanas;
• Rede Digital de Serviços Integrados (RDSI): rede local de assinantes, isto é, a rede física
interligando os assinantes à central telefônica local.
• Cabos Submarinos: sistemas de transmissão em cabos submarinos.
• Televisão por Cabo (CATV): transmissão de sinais de vídeo através de fibras ópticas.
• Sistema de Energia e Transporte: distribuição de energia elétrica e sistema de
transmissão ferroviário.
• Redes Locais de Computadores: aplicações em sistemas de longa distância e locais. Na
busca de padrões a fim de facilitar a conectividade e minimizar os custos de aquisição e
implantação com fibras ópticas, foi desenvolvido o FDDI.
• Sistemas sensores
• Aplicações industriais: sistemas de telemetria e supervisão em controle de processos.
• Aplicações médicas: sistemas de monitoração interna ao corpo humano e
instrumentação cirúrgica.
• Automóveis: monitoração do funcionamento do motor e acessórios.
• Aplicações militares

Como funciona a transmissão óptica


O sinal luminoso é transmitido para a fibra ótica sob a forma de pulso '0'/'1'
representando uma sequência de símbolos binários. As ondas passam através do núcleo da fibra,
que é coberto por uma camada chamada cladding. A refração do sinal é controlada pelo desenho
do cabo, os receptores e os transmissores. O sinal luminoso não pode escapar do cabo óptico

54
porque o índice de refração no núcleo é superior ao índice de refração do cladding. Deste
modo, a luz viaja através do cabo num caminho todo espelhado.

A fonte emissora da luz é usualmente um laser ou um LED. Os lasers proporcionam


para uma grande largura de banda um rendimento da capacidade que é significativamente maior
do que outros métodos. Por exemplo, um cabo de dois fios tem um parâmetro de distância
de largura de banda de 1Mhz/Km, um cabo coaxial tem 20Mhz/Km, e a fibra ótica tem
400Mhz/Km.
Há vários métodos para transmitir os raios luminosos através da fibra: multimodo com
índice degrau, multimodo com índice gradual e monomodo.
Existem dois tipos de fibras óticas são elas: Monomodo e Multimodo.

• Fibras Óticas Multimodo

As fibras multimodo foram as primeiras a surgirem, e são classificadas quanto a


relação entre os níveis de refração entre a casca e o núcleo. Elas são de dois tipos:
1. Multimodo com índice degrau: Esta fibra possui o núcleo feito por apenas um material, ou
seja, com índice de refração constante. A principal consequência disso é uma menor capacidade de
transmissão devido ao fenômeno de dispersão que causa vários "modos". Sua largura de banda
é de até 35 Mhz/km.
2. Multimodo com índice gradual: Esta fibra possui o núcleo composto por vários
elementos com índices de refração diferentes, isto tenta diminuir a diferença de tempo de
propagação diminuindo assim a dispersão dos vários "modos". Sua largura de banda é de até 500
Mhz/km.

• Fibra Ótica Multimodo com Índice Degrau

Foi o primeiro tipo a surgir e é também o mais simples. Na fibra multimodo com índice
degrau, o núcleo e o cladding estão claramente definidos. O núcleo é constituído de um único tipo
de material (plástico, vidro), ou seja, tem índice de refração constante, e tem diâmetro variável, entre
50 e 400mm. Os raios de luz refletem no cladding em vários ângulos, resultando em
comprimentos de caminhos diferentes para o sinal. Isto causa o espalhamento do sinal ao longo da
fibra e limita a largura de banda do cabo para aproximadamente 35 Mhz.km. Este fenômeno é
chamado dispersão modal. A atenuação é elevada (maior que 5 dB/km), fazendo com que essas fibras
sejam utilizadas em transmissão de dados em curtas distâncias e iluminação.

55
Fibra Ótica Multimodo com Índice Gradual

Na fibra óptica multimodo com índice gradual, a interface núcleo/cladding é alterada


para proporcionar índices de refração diferentes dentro do núcleo e do cladding. Os raios de luz
viajam no eixo do cabo encontrando uma grande refração, tornando baixa sua velocidade de
transmissão. Os raios que viajam na direção do cabo tem um índice de refração menor e são
propagados mais rapidamente. O objetivo é ter todos os modos do sinal à mesma velocidade no
cabo, de maneira a reduzir a dispersão modal. Essa fibra pode ter larguras de banda de até 500
Mhz.km. O núcleo tem, tipicamente, entre 125 e 50 mm e a atenuação é baixa (3 dB/km), sendo por
esse motivo empregada em telecomunicações.

• Fibras Óticas Monomodo

Nas fibras monomodo a luz percorre a fibra em apenas "um modo" o que diminui a
dispersão do sinal e evita o problema que possuem a fibras multimodo. Sua principal característica
é a pequena dimensão do núcleo e, por possuir uma menor dispersão, atinge larguras de banda de até
1Ghz/km.
O tamanho do núcleo, 8 micrometros (µm) de diâmetro, e o índice núcleo/cladding
permite que apenas um modo seja propagado através da fibra, consequentemente
diminuindo a dispersão do pulso luminoso. A emissão de sinais em fibras ópticas monomodo é
possível com LED's ou laser, podendo atingir taxas de transmissão na ordem de 100 GHz.km, com
atenuação entre 0,2 dB/km e 0,7 dB/km. Contudo, o equipamento como um todo é mais caro que o
dos sistemas multimodo. Essa fibra possui grande expressão em sistemas telefônicos e interligação de
redes em localidades distantes.
.

56
57
AULA 13 – Meios de Transmissão IV

Objetivos

• Citar os principais meios de transmissão utilizados nas comunicações.


• Descrever os princípios de transmissão de sinais.
• Apresentar os modos de operação destes meios de transmissão.

TÓPICO 1 – Transmissão sem Fio

Objetivos do tópico:

• Descrever os sinais que são transmitidos em transmissão sem fio.


• Introduzir a estrutura básicas desse meio.
• Apresentar o funcionamento desse meio.

A transmissão sem fio pode ser feita por raios infravermelhos, lasers, microondas
(radiação eletromagnética de comprimento de onda um pouco superior ao infravermelho)
e rádio, não requerendo um meio físico.
A comunicação a laser ou infravermelho é totalmente digital e altamente direcional
tornando-a praticamente imune a grampos ou interferências. Porém, dependendo da onda
escolhida, chuva e neblina podem fazer com que haja interferência.
Para comunicação distante, a transmissão por radiofrequência ou microondas é uma
boa alternativa. Antenas parabólicas podem transmitir para outras antenas a dezenas de
quilômetros. Quanto mais alta a antena, maior o alcance. Os sinais transmitidos podem se dividir
e propagar por caminhos ligeiramente diferentes. Quando esses sinais se recombinam, surgem
as interferências reduzindo a potência do sinal. A propagação pode ser prejudicada devido a
tempestades ou outros fatores atmosféricos.
Neste tipo de transmissão (radiofrequência), os pacotes de informações são enviados pelo
ar utilizando-se de canais de frequência de rádio (que variam de Kilohertz até Gigahertz) ou por
sinais infravermelhos (frequência na casa dos Terahertz). O ar funciona como um meio para
os sinais eletromagnéticos se propagarem. Podem transmitir tanto sinais analógicos como digitais.

Com o grande avanço na utilização de Laptops, Palmtops, etc. existe uma tendência dos
meios de comunicação de se concentrarem em fibras ópticas e wireless.
As transmissões sem fio são baseadas na propagação de ondas eletromagnéticas no espaço.
Ela só necessita de meios físicos nas estações transmissora e receptora e em estações
repetidoras intermediarias.
Os sistemas são divididos de acordo com a porção do espectro que utilizam, que
também determina sua banda. A distribuição geral do espectro eletromagnético entre distintos
serviços para exploração é determinada por entidades governamentais de cada país.
Quando os elétrons se movem eles criam ondas eletromagnéticas que podem se
propagar através do espaço e mesmo no vácuo. Estas ondas foram previstas pelo alemão
Heinrich Hertz em 1887.
O número de oscilações por segundo de uma onda eletromagnética é chamado de sua
frequência e medido em Hz (em homenagem ao alemão Hertz).

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Rádio

As propriedades das ondas de rádio dependem de sua frequência. Com frequências baixas,
as ondas de rádio podem passar bem por obstáculos. Em altas frequências as ondas tendem a viajar
em linhas finas (feixes pequenos), porém tendem a contornar obstáculos.
As ondas de rádio são muito usadas na comunicação porque são fáceis de gerar, propagam-
se em todos os sentidos, transmitem sobre largas áreas geográficas e penetram em vários
tipos de materiais. Os seus problemas principais estão na dependência da frequência utilizada. Se
for baixa, as ondas de rádio seguem a curvatura da Terra, podendo não chegar ao seu destino
devido à perda de potência com a distância percorrida. Se for alta, as ondas de rádio viajam em
linha reta em direção à ionosfera, onde são refletidas para a Terra, o que permite a comunicação
entre dois pontos ainda mais afastados por causa de uma perda de potência mais lenta, porém sujeitas
à interferência.
No entanto, as ondas de rádio não são um meio confiável de transmissão, pois são
bastante susceptíveis a interferências elétricas e magnéticas, bem como a interferências causadas por
objetos ou fenômenos naturais (ex: chuva).
A radiodifusão é bastante útil para interconexão entre redes locais distantes entre si e
que mantém níveis elevados de tráfego, já que este meio de transmissão é capaz de oferecer
largura de banda maior, suprindo assim as necessidades que não poderiam ser consolidadas
por circuitos telefônicos.

• Raios Infravermelhos

O mais comum exemplo da utilização dos raios infravermelhos está nas nossas casas, através
dos controles remotos de televisão, vídeo, etc. Têm como vantagens principais o baixo custo
e facilidade de construção, mas pecam por não poderem atravessar grande parte dos materiais.
No entanto, essa desvantagem também pode ser tornada útil, através do seu uso em, por exemplo,
redes locais dentro do mesmo espaço. Desta maneira, qualquer novo dispositivo que suporte a
comunicação via infravermelho pode participar na rede tendo, apenas, de estar no mesmo espaço.

• Microondas
Este tipo de meio de transmissão é muito usado na comunicação telefônica entre
grandes distâncias, nos telefones celulares, etc. É barato e fácil de implementar, mas é muito
susceptível a fenômenos elétricos, magnéticos e atmosféricos (ex: chuva).
Rádio enlaces de alta frequência (GHz) usam antenas parabólicas. A transmissão é feita em
um feixe muito fino e pode alcançar longas distâncias, porem necessitando de visada
direta. Este tipo de transmissão é influenciado pela geografia. Para frequências acima de 10 GHz
o sinal é influenciado pelas condições atmosféricas (chuva, neve, nevoeiro, etc.). A velocidade de
propagação é próxima a da luz.
Apesar de tudo, incluindo o aparecimento das fibras ópticas, a sua utilização ainda é grande.

• Satélite

Um satélite de comunicações é um repetidor no céu. Ele contém um ou mais


transponders. Cada qual "ouve" uma porção do espectro, amplifica o sinal e o difunde em outra
frequência.. Eles podem operar nas seguintes faixas: 4 a 6 Ghz, 12 a 14 Ghz e 20 a 30Ghz.

59
Quanto maiores as frequências de transmissão, menor é o comprimento de onda e,
portanto, menores serão as antenas para transmissão e recepção. Com isto se tem grande
facilidade de mobilidade.
Este é um meio de transmissão adequado para ligações ponto a ponto e multiponto, e, devido
a sua altíssima confiabilidade em relação aos outros meios não guiados citados anteriormente,
torna-se adequado também para aplicações que não admitem erros, como por exemplo, aplicações
bélicas.

Vantagens:

• Grande largura de banca disponível;


• Cobertura de grandes áreas;
• Todos usuários têm as mesmas possibilidades de acesso;
• Facilidade de utilização em comunicações móveis;
• Superação de obstáculos naturais.

Desvantagens:

• Alto investimento inicial;


• Aspectos institucionais, legais e regulamentais;
• Dificuldades e alto custo de manutenção em relação a outros meios;
• Necessidade de um veículo de lançamento;
• Elevado tempo de trânsito da informação. Existe um considerável retardo de
propagação (da ordem de 250 ms);
• Pequena vida útil (8 a 10 anos). O principal fator limitante para a vida útil é o
combustível usado para corrigir a sua posição na órbita, esta, alterada de acordo com os
movimentos da Terra e da lua;
• A operação de terminais portáteis exige uma antena no satélite de grande dimensão (da
ordem ou mesmo superior a 20 metros);
• Ângulo de elevação pequeno da cobertura de regiões de alta latitude, implicando em
maior bloqueio do sinal nas áreas urbanas;

Em vista de tais problemas, as soluções propostas atualmente têm por base a


tecnologia de satélites de pequena dimensão e a operação em órbitas baixas. A desvantagem
de soluções desta natureza é a necessidade de utilizar uma constelação com um maior número
de satélites para cobrir uma determinada área. Entretanto, esta desvantagem é atenuada pela
redução na dimensão e na complexidade dos satélites, menor atenuação de propagação e
possibilidade de operar com terminais portáteis.

60
AULA 14 – Conceitos de Multiplexação

Objetivos

 Apresentar o conceito de mutliplexação.


 Descrever a necessidade de multiplexação.
 Esclarecer as principais técnicas de multiplexação.

Como geralmente o custo da via de transmissão (inclui meio de transmissão e


repetidores) é elevado, é conveniente aproveitar a largura de banda disponível para
transmitir pela mesma via mais do que um canal telefônico. Os sistemas usados para este
efeito são designados por sistemas de telefonia múltipla (ou multiplexer).
Existem essencialmente duas técnicas distintas de realização de telefonia múltipla: a
divisão na frequência (FDM, frequency division multiplexing) e a divisão no tempo (TDM,
time division multiplexing). Nos sistemas de transmissão em fibra óptica é usual falar-se em
multiplexagem por divisão do comprimento de onda (WDM, wavelength division
multiplexing), para designar os sistemas FDM.

TÓPICO 1 – Multiplexação por divisão na frequência

Objetivos do tópico:

• Apresentar detalhadamente o conceito de multiplexação por divisão na


frequencia.
• Descrever o método de funcionamento desta técnica.

A Multiplexação FDM baseia-se no princípio de que o espectro de um sinal modulado


em amplitude é exatamente o espectro do sinal em banda base transladado para a banda
de frequências centrada na frequência da portadora. Assim, para transportar na mesma via
de transmissão diferentes sinais, basta que eles se encontrem modulados por portadoras
com frequências tais que as diferentes réplicas espectrais não interfiram entre si.

61
Na Figura 5.1 apresenta-se o esquema de blocos de um multiplexador FDM. Os sinais
de áudio presentes na entrada são filtrados de modo a garantir que o espectro desses
sinais não excede a banda entre os 300 e os 3400 Hz. Cada um dos sinais de áudio filtrado é
em seguida multiplicado (usando um modulador equilibrado) por uma portadora com uma
determinada frequência. Tem-se, assim, uma modulação de banda lateral dupla com
supressão de portadora.
Para evitar interferência entre os diferentes canais essas portadoras estão distanciadas
de 4 kHz. A fase seguinte do processo consiste em eliminar uma das bandas (no esquema da
Fig. 5.1 eliminou-se a inferior) usando um filtro passa-banda, designado por filtro de banda
lateral. Os diferentes sinais resultantes desse tratamento são em seguida combinados de
modo a originar um sinal FDM.
A operação de demultiplexação é realizada multiplicando cada um dos canais por uma
portadora com a mesma frequência e fase que a usada na Multiplexação, seguida de
filtragem passa-baixa.
A Multiplexação de um número elevado de canais telefônicos não é efectuada através
de uma única operação de modulação e filtragem, mas antes, através de etapas sucessivas,
formando uma estrutura hierárquica. O número de canais presentes em cada nível
hierárquico é fruto de normalização do ITU-T. Na Tabela 5.1 indica-se a designação de cada
nível, o número de canais e a banda ocupada.

62
Normalmente, para um melhor aproveitamento das capacidades dos meios de
transmissão usados no contexto da transmissão FDM (cabos coaxiais e feixes hertzianos),
os diferentes grupos eram associados de modo apropriado. Por exemplo, a recomendação
G 333 do ITU-T, destinada à transmissão sobre cabo coaxial, apontava para a associação de
12 super grupos mestre, o que corresponde a 10 800 canais telefônicos e uma banda
ocupada entre os 4.332 e 59.684 MHz.
Para terminar estas breves considerações sobre o FDM será de destacar que as redes
telefônicas modernas já praticamente não fazem uso desta técnica de Multiplexação. No
entanto, o FDM continua a ser a técnica dominante nas redes de distribuição de televisão
por cabo, já que a transmissão analógica continua a ser predominante nesta área. No caso
das redes híbridas (fibra/coaxial) o FDM aparece vulgarmente com a designação de
Multiplexação de sub-portadora (subcarrier multiplexing), o que se explica pelo fato de a
portadora principal nessas redes ser uma portadora óptica, funcionando as portadoras
elétricas usadas para obter o sinal FDM como sub-portadoras.

TÓPICO 2 – Multiplexação por divisão no comprimento de onda

Objetivos do tópico:

• Apresentar detalhadamente o conceito de multiplexação por divisão no


comprimento de onda.
• Descrever o método de funcionamento desta técnica.

A Multiplexação por divisão no comprimento de onda permite explorar de modo


eficiente a largura de banda das fibras ópticas, juntando numa mesma fibra um certo
número de portadoras ópticas, cada uma com o seu comprimento de onda. O conceito de
Multiplexação por divisão no comprimento de onda ou WDM (wavelength division
multiplexing) está ilustrado na Figura 5.2.

63
Antes da operação de Multiplexação é necessário converter os N sinais digitais a
serem agregados para o domínio óptico. Para isso, esses sinais modulam (diretamente ou
externamente) N lasers de semicondutor, onde cada laser emite no seu próprio
comprimento de onda. Os sinais ópticos resultantes são em seguida multiplexados no
domínio óptico, gerando um sinal WDM, que é injetado numa fibra óptica monomodal. Na
outra extremidade da fibra os diferentes comprimentos de onda são separados
(desmultiplexados) e os correspondentes sinais detectados através de receptores ópticos.
Estes receptores são responsáveis por regenerar os sinais e recuperá-los para o domínio
elétrico.
A tecnologia atual permite modular os lasers com débitos binários que podem ir até aos
10 Gbit/s, e permite multiplexar até 160 portadoras ópticas numa única fibra óptica. O
espaçamento entre os diferentes comprimentos de onda depende da tecnologia de
Multiplexação usada, podendo-se atingir espaçamentos da ordem dos 25 GHz. Não é
propósito deste curso estudar as tecnologias usadas para implementar o WDM, mas não se
pode deixar de referir que o sistema de Multiplexação/desMultiplexação de
comprimento de onda mais simples é constituído pelo prisma óptico, usado na
decomposição da luz branca.

TÓPICO 3 – Multiplexação por divisão no tempo

Objetivos do tópico:

• Apresentar detalhadamente o conceito de multiplexação por divisão no


tempo.
• Descrever o método de funcionamento desta técnica.

De acordo com o teorema da amostragem um sinal banda-base com largura de


banda B (Hz), pode ser univocamente determinado a partir das suas amostras, desde que
 1/(2B) .
Como o sinal amostrado está em estado desligado uma parte significativa do tempo, pode-
se aproveitar esses intervalos sem sinal, para transmitir as amostras correspondentes a
outros sinais. De forma resumida é este o princípio do TDM. Este princípio está ilustrado na

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Figura 5.3. Segundo essa figura os sinais passa-baixa correspondentes aos diferentes canais
são amostrados usando portas lógicas, que são ativadas num curto intervalo de tempo,
pela ação das sequências de pulsos representadas na Figura 5.3(b). Todas as sequências
têm a mesma frequência de repetição, mas estão desfasadas no tempo. O sinal TDM
resulta da interposição das sequências de pulsos moduladas pelos sinais provenientes dos
diferentes canais.

65
No demultiplexador as portas são ativadas por sequências de pulsos sincronizadas com
as usadas no multiplexador. Assim, para além dos pulsos correspondentes aos canais de
informação é necessário transmitir um sinal apropriado para sincronizar os pulsos
responsáveis pelo controle das portas lógicas do multiplexador e do demultiplexador. O
sinal transmitido durante um período de repetição Ta é constituído por um determinado
número de hiatos temporais (time-slots) sendo, por exemplo, um destinado ao sinal de
sincronização e os outros às amostras dos diferentes canais. O sinal completo é designado
por trama e o sinal de sincronismo por sinal de enquadramento de trama.

O sistema TDM representado na Figura 5.3 usa modulação de pulsos em amplitude


(PAM, pulse amplitude modulation) daí designar-se por TDM-PAM. Este método de
modulação é, como se sabe, analógico, não sendo por isso apropriado para transmissão a
grandes distâncias. Como consequência, é usado na generalidade dos casos PCM para a
transmissão do TDM (TDM-PCM).
Têm-se duas técnicas para obter um sinal TDM-PCM. A primeira consiste em
multiplexar as amostras analógicas seguida de codificação. A segunda realiza primeiro a
codificação e em seguida a Multiplexação dos bits correspondentes. No primeiro caso, a
Multiplexação é analógica e usa-se um codec comum para todos os canais telefônicos, para
realizar a digitalização do sinal multiplexer. No segundo caso, a Multiplexação é digital,
havendo necessidade de usar um codec por cada canal telefônico. Normalmente, nos
sistemas telefônicos usa-se o segundo método, ou seja, Multiplexação digital.
Existem dois métodos para entrelaçar a informação relativa aos diversos canais
telefônicos: interposição de bit e interposição de palavra. No primeiro caso, a cada canal
atribui-se um time slot constituído por um único bit, enquanto no segundo caso atribui-se
um time-slot mais longo, constituído por vários bits (palavra). No caso particular em que a
palavra é constituída por 8 bits o entrelaçamento designa-se por interposição de octeto.

66
AULA 15 – Conceitos de Modulação

Objetivos

• Esclarecer o conceito de modulação.


• Definir a necessidade de modular um sinal.
• Apresentar as principais técnicas de modulação.

TÓPICO 1 – Introdução à Modulação

Objetivos do tópico:

• Introduzir o conceito de modulação.


• Descrever a necessidade deste processo.

A maioria dos sinais, da forma como são fornecidos pelo transdutor, não podem ser
enviados diretamente através dos canais de transmissão. Consequentemente, uma onda
portadora cujas propriedades são mais convenientes aos meios de transmissão, é
modificada para representar a mensagem a ser enviada. A modulação é a alteração
sistemática de uma onda portadora de acordo com a mensagem (sinal modulante), e pode
incluir também uma codificação.
É interessante notar que muitas formas não elétricas de comunicação, também
envolvem um processo de modulação, como a fala por exemplo. Quando uma pessoa fala,
os movimentos da boca são realizados a taxas de frequências baixas, da ordem de 10 Hertz,
não podendo a esta frequência produzir ondas acústicas propagáveis. A transmissão da voz
através do ar é conseguida pela geração de tons portadores de alta frequência nas cordas
vocais, modulando estes tons com as ações musculares da cavidade bucal. O que o ouvido
interpreta como fala é, portanto, uma onda acústica modulada, similar, em muitos
aspectos, a uma onda elétrica modulada.

O PORQUÊ DA MODULAÇÃO

Podemos resumir: A modulação é necessária para "casar" o sinal com o meio de


transmissão. Este "casamento" envolve algumas considerações importantes, detalhadas
nos itens seguintes:
 MODULAÇÃO PARA FACILIDADE DE IRRADIAÇÃO
 MODULAÇÃO PARA REDUÇÃO DE RUÍDO E INTERFERÊNCIA
 MODULAÇÃO PARA DESIGNAÇÃO DE FREQUÊNCIA
 MODULAÇÃO PARA MULTIPLEXAÇÃO
 MODULAÇÃO PARA SUPERAR LIMITAÇÕES DE EQUIPAMENTO

TIPOS DE MODULAÇÃO
Em grande parte, o êxito de um sistema de comunicação depende da modulação,
de modo que a escolha do tipo de modulação é uma decisão fundamental em projetos de
sistemas para transmissão de sinais.

67
Muitas e diferentes técnicas de modulação são utilizadas para satisfazer as
especificações e requisitos de um sistema de comunicação. Independente do tipo de
modulação utilizado, o processo da modulação deve ser reversível de modo que a
mensagem possa ser recuperada no receptor pela operação complementar
da demodulação.
A princípio, é possível identificar dois tipos básicos de modulação, de acordo com o
tratamento da portadora pelo sinal modulante:

 MODULAÇÃO ANALÓGICA
 MODULAÇÃO DIGITAL

Ambos são utilizados nos sistemas de comunicação conforme o tipo de sinal que se
quer transmitir. Os dois tipos mencionados acima se subdividem em subtipos de acordo
com as necessidades e requisitos do projeto.

TÓPICO 2 – Modulação Analógica

Objetivos do tópico:

• Definir modulação analógica.


• Apresentar os principais tipos de modulação analógica.

Também classificada como modulação de onda contínua (CW), na qual a portadora


é uma onda cossenoidal, e o sinal modulante é um sinal analógico ou contínuo.
Há um número infinito de formas de onda possíveis que podem ser formadas por
sinais contínuos. Tratando-se de um processo contínuo, a modulação CW é conveniente
para este tipo de sinal. Em modulação analógica, o parâmetro modulado varia em
proporção direta ao sinal modulante.
Normalmente, a onda portadora possui uma frequência muito maior do que
qualquer um dos componentes de frequência contidos no sinal modulante. O processo de
modulação é, então, caraterizado por uma translação em frequência onde o espectro de
frequências da mensagem é deslocado para uma nova e maior banda de frequências.
As técnicas de modulação para sinais analógicos mais utilizadas são:
 MODULAÇÃO EM AMPLITUDE AM
 MODULAÇÃO EM frequência FM
 MODULAÇÃO EM FASE PM

TÓPICO 3 – Modulação Digital

Objetivos do tópico:

• Definir modulação digital.


• Apresentar os principais tipos de modulação digital.

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Também denominada modulação discreta ou codificada. Utilizada em casos em que
se está interessado em transmitir uma forma de onda ou mensagem, que faz parte de um
conjunto finito de valores discretos representando um código. No caso da comunicação
binária, as mensagens são transmitidas por dois símbolos apenas. Um dos símbolos
representado por um pulso S(t) correspondendo ao valor binário "1" e o outro pela
ausência do pulso (nenhum sinal) representando o dígito binário "0".
A diferença fundamental entre os sistemas de comunicação de dados digitais e
analógicos (dados contínuos) é bastante óbvia. No caso dos dados digitais, envolve a
transmissão e detecção de uma dentre um número finito de formas de onda conhecidas
(no presente caso a presença ou ausência de um pulso), enquanto que, nos sistemas
contínuos há um número infinitamente grande de mensagens cujas formas de onda
correspondentes não são todas conhecidas.
Nos sistemas digitais o problema da detecção ( demodulação) é um problema um
pouco mais simples que nos sistemas contínuos. Durante a transmissão, as formas de onda
da onda portadora modulada são alteradas pelo ruído do canal. Quando este sinal é
recebido no receptor, devemos decidir qual das duas formas de onda possíveis conhecidas
foi transmitida. Uma vez tomada a decisão a forma de onda original é recuperada sem
nenhum ruído.
Do mesmo modo que há diversas técnicas de modulação para sinais analógicos, as
informações digitais também podem ser colocadas sobre uma portadora de diferentes
modos.
As técnicas de modulação para sinais digitais mais utilizadas atualmente são:

MODULAÇÃO EM AMPLITUDE POR CHAVEAMENTO - ASK


ASK (Amplitude Shift-Keying), é a técnica de modulação mais simples entre as
utilizadas para modular sinais discretos (digitais). Consiste na alteração da amplitude da
onda portadora em função do sinal digital a ser transmitido. A modulação em amplitude
translada o espectro de frequência baixa do sinal binário, para uma frequência alta como é
a da onda portadora.
A amplitude da portadora é comutada entre dois valores, usualmente ligado e
desligado ( na modulação em amplitude multinível podem ser utilizados mais valores). A
onda resultante consiste então em pulsos de rádio frequência ( RF ), que representam o
sinal binário "1" e espaços representando o dígito binário "0" (supressão da portadora).
Esta técnica é equivalente a modulação AM para sinais contínuos com um sinal modulante
na forma de um pulso retangular. O preço desta simplicidade é a excessiva largura de
faixa da transmissão. A técnica de modulação ASK também representa perda de potência
relativa a onda portadora.
A largura de faixa da transmissão pode ser reduzida se os pulsos empregados forem
formatados (limitados em banda) antes da modulação.

69
MODULAÇÃO EM FREQUÊNCIA POR CHAVEAMENTO - FSK
O processo de modulação FSK (Frequency shift-keying), consiste em variar a
frequência da onda portadora em função do sinal modulante, no presente caso, o sinal
digital a ser transmitido. Este tipo de modulação pode ser considerado equivalente a
modulação em FM para sinais analógicos.
A amplitude da onda portadora modulada é mantida constante durante todo o
processo da modulação; quando ocorrer a presença de um nível lógico "1" no sinal digital,
a frequência da portadora é modificada para poder ser depois compreendida no processo
de demodulação. A frequência resultante transmitida será a frequência da onda portadora
fp diminuida de uma frequência de desvio fd. Matematicamente a onda resultante
modulada será:
fr = fp - fd .
Se registrada a ocorrência de um nível lógico "0" no sinal digital, a frequência
resultante aplicada será a frequência da onda portadora acrescida da frequência de desvio:
fr = fp + fd .

70
PSK MODULAÇÃO EM FASE POR CHAVEAMENTO
A técnica de modulação conhecida por PSK ( Phase Shift- Keying), é o processo pelo
qual se altera a fase da onda portadora em função do sinal digital a ser transmitido. Para
este processo são usados pulsos bipolares de altura A/2 e - A/2 no sinal senoidal da onda
portadora em lugar de dois pulsos de altura 0 e A.
Quando ocorrer uma transição de nível lógico do sinal digital a ser transmitido (sinal
modulante ), haverá uma mudança de 180 graus na fase da onda portadora com relação ao
ângulo anterior. A transição observada pode ser tanto de nível lógico "0" para "1" como de
nível lógico "1" para "0".
Para este tipo de modulação deve se usar a detecção síncrona , já que esta tem
como base o conhecimento preciso a respeito da fase da onda portadora recebida, bem
como da sua frequência. Esta técnica de modulação devido ao fato mencionado, envolve
circuitos de recepção (demodulação ) mais sofisticados; em compensação oferece melhor
desempenho que as técnicas ASK e FSK.

71
GLOSSÁRIO TÉCNICO

3G
Terceira geração de telefonia sem fio, designa a nova linhagem de telefones móvel capaz
de oferecer uma infinidade de recursos não disponíveis na geração atual, como
desempenho entre 144 Kbps e 2 Mbps. Pelos telefones 3G devem trafegar voz, dados e
vídeo, incluindo vídeo sob demanda. Outra característica é o serviço de roaming global
avançado. A geração 3G está sendo desenvolvida pela ITU (Internet Telecommunication
Union). Simultaneamente, Europa (UMTS - Universal Mobile Telecommunication System),
América do Norte (cdma2000) e Japão (NTT DoCoMo) trabalham na sua implantação.

Acesso Múltiplo por Divisão de Código - CDMA


Também conhecido pela sigla CDMA (Code Division Multiple Access), usa uma técnica de
espalhamento espectral que consiste na utilização de toda a largura da banda do canal
para a transmissão. Com essa tecnologia, um grande número de usuários acessa
simultaneamente um único canal da estação radiobase sem que haja interferências entre as
conversas.

Acesso Múltiplo por Divisão de Tempo - TDMA


Um dos padrões de comunicação de voz via ondas de rádio, usado por operadoras nos
serviços de telefonia celular digital. Consiste na divisão de cada canal celular em três
períodos de tempo para aumentar a quantidade de dados que pode ser transmitida.

ADSL
Asymmetric Digital Subscriber Line, tecnologia de transmissão de dados de alta velocidade
que usa como meio de comunicação os fios de cobre da linha telefônica comum. Outras
características importantes da tecnologia ADSL são o compartilhamento da linha de
telefone como acesso à internet e a conexão sempre ativa. O adjetivo assimétrico deve-se
ao fato de a tecnologia trabalhar com velocidades diferentes nas duas direções: o usuário
envia dados numa faixa entre 16 Kbps e 640 Kbps e recebe dados a velocidades entre 1,5
Mbps e 9 Mbps. A variação é decorrência de uma série de fatores, entre eles a distância
entre o cliente e a central de telecomunicações. Disponível em algumas regiões da Grande
São Paulo, os serviços básicos de ADSL da Telefônica - Speedy e SpeedyBusiness -, por
exemplo, atingem 128 Kbps (upload) e 256 Kbps (download). Mas o usuário pode assinar
outros planos. O mais avançado atinge 300 Kbps (upload) e 2 Mbps (download). A
conexão ADSL exige a instalação de modem compatível e a assinatura num provedor que
oferece acesso por meio da tecnologia.

AMPS
Sigla de Advanced Mobile Phone System, padrão analógico de telefonia celular, que opera
na frequência de 800MHz. E utilizado em várias partes do mundo. No Brasil, é adotado nos
serviços de operadoras da banda A.

Anatel
Agência Nacional de Telecomunicações, órgão ligado ao Ministério das
Telecomunicações, encarregado da regulamentação do mercado e dos serviços do setor no
Brasil.
72
ATM
Sigla de asynchronous transfer mode, ou modo de transferência assíncrono, é uma
tecnologia para a transmissão de dados, voz e vídeo em alta velocidade em meio digital
como fibras ópticas ou satélites. A tecnologia ATM é baseada na comutação de pacotes de
dados (células) com tamanho fixo de 53 bytes. Atualmente, as taxas de transferência
atingem até 2,4 Gbps. Em setembro do ano de 2000, no entanto, o Fórum ATM anunciou
uma nova especificação, denominada Utopia Nível 4, que eleva essa taxa a 10 Gbps.
Segundo o organismo, diversos projetos que empregam a nova especificação já estão em
andamento. O padrão foi definido pela ITU (Internet Telecommunication Union), e é objeto
de desenvolvimento pelo Fórum ATM.

Backbone
Conexão de alta velocidade que funciona como a espinha dorsal de uma rede de
comunicação, transportando os dados reunidos pelas redes menores que estão a ela
conectados. Localmente, o backbone é uma linha - ou conjunto de linhas - à qual as redes
locais se conectam para formar uma WAN (Wide Area Network). Na internet ou em outras
WANs, o backbone é um conjunto de linhas com as quais as redes locais ou regionais se
comunicam para interligações de longa distância

Banda
Nome que designa uma faixa de frequência delimitada no espectro magnético. A
autoridade que regulamenta as telecomunicações reserva uma banda para cada tipo de
serviço, para evitar interferências entre os sinais.

Banda A
Primeira faixa de frequência do espectro eletromagnético reservada pelas autoridades que
regulam as telecomunicações para telefonia móvel. No Brasil, o início da telefonia celular
ocorreu pela banda A, com serviços analógicos oferecidos pelas empresas do extinto
sistema Telebrás. Hoje privatizada, a banda A oferece também serviço digital.

Banda B
Segunda faixa de frequência reservada para a telefonia móvel. No Brasil, a banda B
começou a operar em 1998, oferecendo serviços digitais.

Banda C
Em telefonia móvel, é a terceira faixa de frequência reservada para o celular, cujas
concessões foram leiloadas pelo governo brasileiro no início de 2001. Essa faixa varia de país
para país, sendo as mais usadas comercialmente as de 1,8 GHz e 1,9 GHz. No Brasil, a faixa
definida é a de 1,8 GHz A banda C trará novidades em relação às bandas A e B,
principalmente em aplicações multimídia, com recepção de dados e vídeo no aparelho
telefônico. Nas transmissões via satélite, a banda C é composta por duas faixas: a que vai
de 3,7 GHz a 4,2 GHz é usada para recepção (downlink) e a que vai de 5,925 GHz a 6,425
GHz é usada na transmissão (uplink).

Banda D e Banda E
Juntamente com a banda C, são as novas faixas de frequência que o governo brasileiro

73
concedeu por meio de leilão para novas operadoras de telefonia móvel pessoal, ou SMP. A
faixa de operação das estações radiobase da banda D é de 1805 MHz a 1820 MHZ, enquanto
a banda E opera entre 1835 MHz e 1850 MHz. A banda C, por sua vez, fica entre 1820 MHz e
1835 MHz.

Banda larga
Comunicação de dados em alta velocidade. Há diversas tecnologias de comunicação em
banda larga. ISDN, ADSL e cable modem são três exemplos. As duas primeiras usam linhas
telefônicas para a transmissão, enquanto a tecnologia de cable modem faz uso dos cabos
de TV por assinatura.

Baud
Unidade de medida de velocidade de transmissão de dados na qual 1 baud equivale a uma
mudança de estado eletrônico por segundo. Como uma única mudança de estado pode
envolver mais de um bit de dado, acabou sendo substituído, na prática, pelo uso da
unidade de medida bps (bits por segundo).

BER
Bit Error Ratio, ou taxa de erro de bits, é a relação entre o número de bits com erro e o
total de bits enviados numa transmissão. Geralmente, é representado por potência de 10.

Broadcast
Sistema de difusão de sinais em que é transmitido o mesmo conteúdo para todos os
receptores. Numa transmissão de TV por exemplo, todas as pessoas sintonizadas no mesmo
canal assistem ao mesmo programa. Em internet, o termo é usado muitas vezes para
designar o envio de uma mensagem para todos os membros de um grupo, em vez da
remessa para membros específicos.

Buffer
Rotina ou meio de armazenamento temporário de dados. Em comunicação de dados, é
usado para compensar as diferenças de taxas do fluxo dos dados ou de sincronia de
eventos na transmissão de um dispositivo a outro.

Cable Modem
Tipo de modem que permite a um computador conectar-se aos cabos de TV por
assinatura para acesso rápido à internet. Como na tecnologia ADSL, a velocidade de
transmissão é variável. Normalmente, não excede 1,5 Mbps. No Brasil, é usado, por
exemplo, com os serviços de acesso à internet da TVA (Ajato) e Globocabo (Vírtua).

Call Center
Centro de atendimento telefônico. Estrutura montada para centralizar o
relacionamento com clientes que entram em contato com uma empresa pelo telefone. É
realizado pelas próprias empresas ou, seguindo uma tendência crescente, por operadoras
especializadas, que contam com grande número de linhas telefônicas, atendentes e
computadores para acesso às informações contidas nos bancos de dados dos clientes.

74
Canal
Percurso definido para a transmissão elétrica entre dois ou mais pontos. Também
denominado de enlace, linha, circuito ou instalação. Designa também o serviço oferecido
pelas emissoras de televisão.

Célula
Área de cobertura de uma antena de telefonia móvel sem fio, razão pela qual o serviço é
conhecido como telefonia celular. Sua extensão depende da topografia da região e da
potência da antena, chamada estação radiobase (ERB). O usuário do telefone móvel que
se desloca dentro de uma região delimitada por uma célula recebe o sinal de sua chamada
telefônica de uma única ERB. No momento em que sai de uma célula para outra, outra ERB
assume a chamada e responsabiliza-se pela continuação da conversa.

Clonagem
Forma ilegal de copiar as características de uma linha telefônica celular para outro
aparelho que não aquele pertencente ao assinante legítimo.

Comutação de Pacotes
Técnica de transmissão de dados que divide a informação em envelopes de dados
discretos, denominados pacotes. Desse modo, em caso de falha durante a transmissão, a
informação perdida afeta uma fração do conteúdo total, em vez de afetar o todo. A
estação receptora encarrega-se de montar os pacotes recebidos na sequência correta para
reconstruir o arquivo ou sinal enviado.

Concessão
Autorização dada pelo órgão competente que regulamenta as telecomunicações para que
uma operadora possa usar uma faixa de frequência ou instalar uma rede de cabos para
oferecer seus serviços ao público. No Brasil, a concessão de serviços de telefonia é alvo de
leilões. No caso dos canais de televisão, a concessão é cedida pelo governo.

Convergência
Palavra que sintetiza a tendência de união de várias tecnologias num único equipamento
- por exemplo, palmtops e celulares, TVs e computadores, etc. Também pode significar, no
âmbito da prestação de serviços, a transmissão de voz, dados, áudio e vídeo - com e sem
fio, por uma única operadora.

Criptografia
Técnica que consiste em cifrar o conteúdo de uma mensagem ou um sinal de voz
digitalizado, por meio de algoritmos matemáticos complexos. Funciona com o uso de
chaves ou senhas. A mensagem é codificada pelo remetente em sua origem e viaja pela
internet ou outro circuito de comunicação embaralhada para que pessoas não autorizadas
não consigam ver seu conteúdo. O destinatário decodifica a mensagem com uma chave
privada.

Crosstalk
Linha cruzada, em português, refere-se à condição que ocorre quando uma linha de

75
comunicação interfere em outra. As causas mais comuns são o curto-circuito e a junção
indutiva entre duas linhas independentes.

Decoder
Nome dado ao aparelho que recebe o sinal transmitido por uma operadora de TV por
assinatura e o decodifica para que possa ser visto em um televisor.

Deslocamento
Valor adicional pago pelo assinante de um serviço de telefonia celular quando recebe
chamadas fora da área de cobertura original. Varia de acordo com o tempo de duração da
chamada.

Diafonia
Transferência indesejada de energia de um circuito de comunicação a outro. A diafonia
normalmente ocorre entre circuitos adjacentes.

Dial-up
Tipo de conexão de dados via internet, realizada por um modem conectado a uma linha
telefônica comum.

Downlink
Nome dado ao sinal de comunicação que parte de um satélite em direção a uma estação
terrestre.

DSL
Digital Subscriber Line, ou linha digital de assinante. Tecnologia que utiliza a linha
telefônica comum para a transmissão de dados em alta velocidade. O serviço requer um
modem especial e sua qualidade depende da distância entre o terminal do assinante e a
central telefônica. Veja ADSL.

DSP
Digital Signal Processing, ou processamento digital de sinais, é a técnica usada para
aumentar a acuidade e a confiabilidade das transmissões de dados em formato digital.

Dual Mode
Característica dos telefones móveis que permite ao aparelho operarem duas bandas de
frequências diferentes. O usuário de uma operadora pode usar o mesmo telefone em uma
região diferente da área de cobertura original. Os aparelhos GSM, por exemplo. operam
nas frequências de 900 MHz e 1800 MHz.

DWDM
Dense Wavelength Division Multiplexing System, ou sistema de multiplexação por divisão
de complemento de onda densa. Tecnologia de transmissão de dados usada em anéis de
redes metropolitanas (MANs) equipadas com cabos de fibras ópticas.

76
E-Commerce
Em português, comércio eletrônico. Forma de realizar negócios entre empresa e
consumidor (B2C) ou entre empresas (B2B), usando a internet como plataforma de troca
de informações, encomenda e realização das transações financeiras.

ERB
Estação Radiobase. Antena utilizada na telefonia celular, que cobre uma determinada área
geográfica (célula), com capacidade para atender um determinado número de usuários
simultaneamente.

FCC
Federal Communications Commission, órgão americano que regulamenta todas as
comunicações interestaduais de rádio e equipamentos eletrônicos.

Fibras Ópticas
Filamentos finos de vidro ou plástico que transportam o feixe de luz gerado por um
LED ou laser Sua capacidade de transmissão de dados, em número de canais e velocidade,
supera a tecnologia de fios de cobre.

Firewall
Dispositivo para a proteção de contra-invasões de hackers ou transmissões não
autorizadas de dados. Existe na forma de software e hardware, ou na combinação de
ambos. O modelo a ser instalado depende do tamanho da rede, da complexidade das regras
que autorizam o fluxo de entrada e saída de informações e do grau de segurança
desejado.

Frame Relay
Protocolo de transmissão de dados em rede que trafega quadros (frames) ou pacotes em
alta velocidade (até 1,5 Mbps), com um atraso mínimo e uma utilização eficiente da largura
de banda.

Gateways
Pontos de entrada e saída de uma rede de comunicações. Do ponto de vista físico, o
gateway é um nó de rede que realiza a tradução de pacotes entre duas redes
incompatíveis ou entre dois segmentos de rede. O dispositivo que executa essa função
realiza a conversão de código e protocolo para facilitar o tráfego de linhas de dados de alta
velocidade com arquiteturas diferentes.

GPRS
General Packet Radio Service, serviço de comunicação sem fio baseado em pacotes para
tecnologia de telefonia móvel padrão GSM. Entre suas promessas estão a taxa de
transmissão de até 114 Kbps e a conexão contínua com a internet.

GPS
Sigla de Global Positioning System, tecnologia de localização geográfica de altíssima
precisão que fornece as coordenadas (latitude e longitude) do local onde está o portador

77
do aparelho equipado com essa tecnologia. Os sinais são enviados pela constelação de 24
satélites Navstar, vinculada ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

GSM
Global System for Mobile Communications, ou sistema global para comunicações móveis.
Padrão digital para telefonia móvel amplamente usado na Europa e cuja presença está
aumentando na América Latina, inclusive no Brasil, onde será adotado para os serviços das
bandas C, D e E. Suas especificações são abertas e favorecem a mobilidade do usuário
(roaming). O padrão está sendo desenvolvido para o uso de serviços multimídia de terceira
geração (3G).

HDSL
High-bit-rate Digital Subscriber Line, tecnologia de transmissão de alto desempenho por
dois pares de cabos telefônicos. Diferencia-se de outras tecnologias DSL porque
proporciona transmissão simétrica, ou seja, a mesma taxa de transmissão em ambas as
direções (download e upload).

HDTV
High Definition Television, ou televisão de alta definição. Padrão de transmissão de TV com
tecnologia digital que proporciona imagens com qualidade similar à dos filmes de 35
milímetros e som com o padrão de qualidade dos CDs.

Host
Na internet, é um computador que tem acesso bidirecional completo a outros
computadores. Um host tem um número específico que, somado ao número da rede,
forma seu endereço IP. O host armazena, centraliza e distribui arquivos, serviços de
correio eletrônico, redes de impressão, etc. Sua capacidade vai de um micro a um
supercomputador.

HTML
Sigla de Hypertext Markup Language, é um conjunto de códigos ou descrições usados para
a construção de páginas de internet. Baseia-se no uso de etiquetas, chamadas tags, para a
formatação dos elementos que compõem a página web, como tamanho e tipo de fonte,
alinhamento de texto, inserção de links, etc.

Hub
Aparelho de interconexão utilizado em redes de dados como Ethernet e Token Ring. O hub
é o elemento central de uma rede local, responsável por receber informações que chegam
de várias direções e passar adiante em uma ou mais direções.

I EEE
Institute of Electrical and Electronic Engineers. Sociedade internacional que responde pela
definição de padrões seguidos pela indústria mundialmente. Exemplos são as
especificações IEEE 802.3 para LANs com CSMA/CD, ou IEEE 802.5, para redes locais
baseadas em Token Ring.

78
IMT-2000
International Mobile Telecommunications 2000. Iniciativa da União Internacional de
Telecomunicações para criar uma família de terceira geração de telefonia móvel. É
planejada para operar na faixa de frequência de 2 GHz e trafegar aplicações multimídia,
com voz, dados e vídeo. Veja 3G.

Intelsat
International Telecommunications Satellite Organization ou Organização Internacional de
Telecomunicações por Satélite. Consórcio internacional fundado em 1964, que opera uma
rede de dezenove satélites. Participam da Intelsat mais de 200 países, incluindo o Brasil. As
maiores operadoras de telecomunicações e canais de TV do mundo são usuárias do serviço.

Interferência Eletromagnética
Dispersão de radiação do meio de transmissão, como um cabo, resultante
principalmente do uso de energia de ondas de alta frequência e da modulação do sinal.
Pode ser reduzida com o uso da blindagem adequada no cabo.

Internet
Nome dado à rede mundial de computadores, na verdade a reunião de milhares de redes
conectadas entre si. Nascida como um projeto militar, a internet evoluiu para uma rede
acadêmica e hoje transformou-se no maior maio de intercâmbio de informações do
mundo. Assume faces como meio de comunicação, entretenimento, ambiente de negócios
e fórum de discussão dos mais diversos temas.

Internet2
Internet para fins acadêmicos, governamentais e de pesquisa, está sendo desenvolvida
conjuntamente por mais de 100 universidades americanas. O principal foco dos trabalhos
é o desenvolvimento de uma infra-estrutura de rede capaz de suportar aplicações de
ensino, aprendizado e pesquisa colaborativa. Deve incluir, entre outros recursos,
multimídia em tempo real e interconexão em banda larga.

Intranet
Rede interna de informações baseada na tecnologia da internet. É usada por qualquer
tipo de organização (empresa, entidade ou órgão publico) que deseje compartilhar
informações apenas entre seus usuários registrados, sem permitir o acesso de outras
pessoas. O que o usuário vê é uma interface igual à da internet.

IP
Internet Protocol ou protocolo internet. Conjunto de 32 bits que atribui o endereço de um
computador em redes TCP/IP como propósito de localizá-lo dentro da internet. É o
protocolo da camada 3 de rede na arquitetura ISSO. Entre suas funções, proporciona
uma conexão para protocolos de nível superior, assumindo funções como rastrear
endereços de nós, rotas para envio de mensagens, reconhecimento de mensagens
recebidas, além de se responsabilizar por localizar e manter o melhor caminho de tráfego
na topologia da rede.

79
Iridium
Sistema de telefonia móvel e pager via satélite, caracterizado pela combinação de
aparelhos de mão, rede de satélites de baixa altitude e serviços de celular para promover
a comunicação. Suas vendas fracassaram e a empreitada foi à falência em 1999. O destino
dos satélites da Iridium que circundam a Terra ainda está indefinido.

ITU
International Telecommunications Union, ou União Internacicnal de
Telecomunicações. Órgão internacional vinculado à Organização das Nações Unidas, atua
como comitê consultor internacional na recomendação de padrões de telecomunicações.
Tem sede em Genebra, na Suíça.

LAN
Local Area Network ou rede local. Estrutura que conecta vários computadores e outros
dispositivos numa área definida. A capacidade de comunicação entre os aparelhos é
limitada ao alcance dos cabos de rede, ou da antena, no caso de redes sem fio.
Normalmente, a área geográfica de uma LAN restringe-se a uma sala, um departamento,
um andar ou um prédio. Para viabilizar uma boa performance, a LAN deve ser conectada
ao backbone da rede por meio de aparelhos como bridges, hubs ou switches.

Largura de Banda
A largura de uma banda de frequência eletromagnética significa quão rápido os dados
fluem, seja numa linha de comunicação ou no barramento de um computador. Quanto
maior a largura de banda, mais informações podem ser enviadas num dado intervalo de
tempo. Pode ser expressa em bits por segundo (bps), bytes por segundo (Bps) ou ciclos por
segundo (Hz).

Linha
Meio físico de comunicação que liga dois pontos de uma rede de comunicação. É
contratada com uma operadora de telecomunicações, que se encarrega de estender o fio
até as instalações do cliente.

Link
Conexão estabelecida entre dois pontos de uma rede de comunicação. Diz-se que o link
está estabelecido quando as duas pontas estão efetivamente conectadas, o que pode ser
indicado por uma luz de controle (LED) no aparelho de rede. Em broadcasting, é o termo
usado para representar a transmissão entre unidades móveis e a sede da emissora, ou
entre a conexão estabelecida com satélites e estações terrestres para a geração, por
exemplo, de eventos ao vivo. Na web, link é o endereço para outro documento no mesmo
servidor ou em outro servidor remoto.

M-commerce
Abreviatura de mobile commerce, modalidade de comércio eletrônico móvel que se
diferencia do comércio eletrônico convencional porque é realizada por meio de telefones
ou terminais sem fio, em vez de equipamentos fixos.

80
Modem
Modulador-demodulador. É o equipamento mais utilizado para transmitir e receber dados
pela internet Os sinais digitais saem do computador por uma porta serial e são convertidos
pelo modem em sinais analógicos adequados para trafegar por longas distâncias, via
linhas telefônica. Essa operação chama-se modulação. A demodulação ocorre quando o
modem recebe o sinal analógico e o decodifica para um sinal digital, entendido pelo
computador. A taxa de transmissão real depende do modelo do aparelho e da qualidade
da linha telefônica à qual o modem está conectado. A mais comum é 56 Kbps. Há modelos
que juntam duas linhas telefônicas para conseguir taxas de 112 Kbps.

Multiplexador (mux)
Dispositivo de rede que permite que dois ou mais sinais sejam enviados por um circuito
de comunicação e compartilhem o percurso de transmissão. O mux divide a largura de
banda total do circuito em várias bandas menores, pelas quais trafegam os subcanais de
transmissão. É usado, por exemplo, para transportar dados e voz por uma mesma linha,
sem que essa interfira no sinal - dois muxs concentram o sinal numa ponta e o dividem na
outra.

Narrowband
Em português, banda estreita, nome dado às conexões de baixa velocidade (abaixo de 64
Kbps) para contrapor-se à banda larga.

Operadora
Empresa que possui a concessão para oferecer um serviço público de comunicação de voz
ou dados. É adotado como referência para as empresas de telefonia fixa, celular, de longa
distância ou transmissão de dados.

Paging
Serviço de comunicação baseado na transmissão de mensagens alfanuméricas para
pequenos aparelhos portáteis. Chamados pagers, os aparelhos recebem as mensagens
num visor de cristal líquido, mas, em geral, não permitem o envio de respostas. Nos
últimos três anos, surgiram os primeiros pagers "two-way", que oferecem o recurso de
transmissão de mensagens.

PBX
Private Branch Exchange ou central telefônica privada. Equipamento que concentra o fluxo
de ligações telefônicas recebidas por uma entidade, desde um condomínio até uma grande
corporação, realizando a comutação e o encaminhamento das chamadas aos ramais que
estão a ele conectados. Seu tamanho e características variam conforme o modelo e as
necessidades do cliente.

PCM
Pulse Code Modulation ou modulação de código de pulsos, é um procedimento para a
adaptação, durante a transmissão, de um sinal analógico (como voz) num feixe digital de

81
bits a 64 Kbps.

Porta
Interface física para a conexão entre computadores, terminais, impressoras, modems,
switches, roteadores, multiplexadores e outros equipamentos.

Protocolo
Conjunto formal de convenções que regulam o formato e o sincronismo da troca de
mensagens entre dois sistemas de comunicações. Em outras palavras, pode ser definido
como o idioma falado na conversa entre dois dispositivos durante o estabelecimento de
uma comunicação.

QoS
Quality Of Service, ou qualidade de serviço. É um parâmetro de eficiência do serviço
acertado previamente em contrato pela operadora de serviços de telecomunicações e o
cliente. Por exemplo, disponibilidade de 99,9% significa que a conexão contratada não
pode ficar mais de 0,1% (quase nove horas num ano) fora do ar, ou sem serviço, sob pena
de multa ou outro tipo de ressarcimento. O QoS é medido também em
variáveis como tempo de atraso dos pacotes ou velocidade média da conexão.

RDSI
Sigla para Rede Digital de Serviços Integrados, serviço fornecido por operadoras de
telefonia fixa que permite transmissão de dados, voz e vídeo simultaneamente. Há dois
níveis de serviço RDSI. O nível básico emprega dois canais independentes tipo B de 64
Kbps para transmissão, mais um terceiro canal D de 16 Kbps para sinalização e controle.
Os canais B podem ser combinados para garantir velocidade de acesso de 128 Kbps. O
nível primário é composto por trinta canais tipo B de 64 Kbps (no padrão europeu, ou 23
canais tipo B nos Estados Unidos) e um tipo D de 64 Kbps. Nesse caso, a combinação dos
trinta canais de transmissão de dados garante uma taxa de até 2 Mbps.

Roaming
Sistema que permite que o cliente de uma empresa de telefonia móvel possa acessar e ser
acessado pelo serviço móvel celular mesmo estando fora da área de abrangência da
operadora. Por exemplo, o paulistano em viagem ao Rio de Janeiro pode fazer e receber
ligações, seja ele cliente da BCP ou da Telesp Celular, com o uso da infra-estrutura das
operadoras de telefonia local (ATL ou Telefônica Celular). A operação ocorre
automaticamente, sem que o usuário precise configurar o aparelho ou pedir o serviço à
operadora. No caso de roaming internacional, no entanto, o cliente precisa requisitar o
serviço e pagar um adicional por ele.

RPTC
Sigla de Rede Pública de Telefonia Comutada, é a rede acessada por telefones comuns,
sistemas de ramais, troncos PBX e equipamentos de transmissão de dados. Em inglês, PSTN
ou Public Switched Telephone Network.

Satélite
Equipamento de comunicação que gira sobre a órbita terrestre. Seu funcionamento
82
consiste em refletir sinais de microondas enviados da superfície da Terra para outro
satélite ou diretamente para uma antena no solo. Surgido na esteira da corrida espacial, o
satélite viabiliza a transmissão de sinais de TV, rádio, telefonia e dados para todo o mundo,
aproveitando o fato de estar acima do obstáculo representado pela curvatura terrestre.

Smart Phone
Terminal de telefonia móvel, do padrão GSM, desenvolvido para facilitar a recepção de e-
mails, faxes e telas de intranet no visor dos aparelhos. Possui pequeno teclado e software
que faz a ligação direta do telefone com serviços ou aplicações específicos.

SMC
Serviço móvel de comunicação terrestre que utiliza sistema de radiodifusão com
tecnologia celular e se interconecta com a rede pública de telecomunicações. É baseado
na cobertura de áreas por células. Nesse sistema, estações radiobase transmitem os sinais
a aparelhos móveis.

SME
Serviço Móvel Especializado, conecta grupos de usuários por ligações diretas de rádio,
além de realizar chamadas para telefones da rede pública (fixa e móvel), por meio dos
gateways da operadora. Conhecido originalmente como trunking.

SMP
Sigla para Serviço Móvel Pessoal nome dado pela Anatel aos novos serviços de telefonia
móvel terrestre que foram oferecidos ao consumidor, a partir de 2001, com a entrada em
operação das concessionárias das bandas C, D e E.

SMS
Short Message Service, ou serviço de mensagens curtas. Tecnologia que habilita telefones
celulares a receber mensagens alfanuméricas, de modo similar a um aparelho pager. O
usuário visualiza a mensagem no visor, mas não pode enviar uma mensagem de volta.

Sombra
Área geográfica em que o sinal da operadora de telefonia móvel é deficiente e as ligações
ficam entrecortadas ou não são completadas. É causado por fenômenos atmosféricos ou
devido à topologia do local. Acidentes geográficos, edifícios, túneis e garagens
subterrâneas são alguns dos fatores que interferem na qualidade das ligações.

STP
Shielded Twisted Pair, ou par trançado com blindagem, designa os fios telefônicos
encapados com uma blindagem metálica. O objetivo é eliminar interferências externas,
principalmente no uso em sistemas de transmissão de dados.

Switch
Aparelho dotado de múltiplas portas para a conexão de dispositivos ligados a uma rede.
Realiza a operação de comutação (switching), ou seja, recebe dados de uma estação ou do
roteador conectado ao mundo externo (WAN) e os envia para as estações locais (LANs),

83
conforme o endereço do destinatário. A taxa de transmissão é personalizada para cada
usuário, até a capacidade total da banda do switch. O dispositivo é usado para conectar
LANs entre si ou segmentar LANs, atuando normalmente na camada 3 (rede) da arquitetura
OSI.

T1

Padrão norte-americano que define a linha digital de alta velocidade, com capacidade de
transmissão de 1,544 Mbps. Termo criado pela AT&T, T1 é amplamente utilizado em redes
privadas e na interconexão entre redes locais e redes públicas de telecomunicações.

TCP/IP
Transmission Control Protocol/Internet Protocol, protocolos de comunicação básicos da
internet, utilizados também na implementação de redes privativas como intranets e
extranets. E composto de dois níveis. O nível mais elevado é o de controle de
transmissão. Ele gerencia a reunião de mensagens e arquivos em pacotes e vice- versa. O
segundo cuida da parte de endereçamento dos pacotes, de modo que cheguem ao lugar
de destino.

TDM
Time Division Multiplexer, ou multiplexador por divisão de tempo em português.
Dispositivo que divide o tempo disponível de um circuito de comunicação de dados
composto por seus vários canais, geralmente por meio de bits de intercalação (bits TDM)
ou caracteres (caracteres TDM) de dados referentes a cada terminal.

Tronco
Circuito único entre dois pontos, sendo que ambos são centros de comutação ou pontos
de distribuição individual. Um tronco geralmente processa diversos canais de comunicação
simultaneamente.

UHF
Ultra High Frequency faixa de frequências muito alta (entre 300 MHz e 3 GHz) destinada à
transmissão de canais de TV aberta (do canal 14 para cima).

Uplink
Sinal de transmissão de dados enviado de uma estação terrestre para o satélite em Órbita.

VHF
Very High Frequency, faixa de frequências entre 30 MHz e 300 MHz, destinada à
transmissão de canais de televisão aberta (do canal 2 ao 13).

VPN
Virtual Private Network, ou rede privada virtual, é uma rede para uso exclusivo dos
usuários autorizados por uma empresa, para que se conectem a ela de qualquer lugar do
mundo. A VPN funciona como uma rede privada, com a diferença de que trafega dados
sobre a infra-estrutura da rede pública de dados ou da própria internet. Requer a

84
contratação de uma operadora de telecomunicações, além de hardware de rede e software
especiais para a autenticação de usuários.

WAP
Wireless Application Protocol, ou protocolo de aplicações sem fio. É um embrião da
tecnologia que fará o telefone celular tornar-se um terminal pleno de acesso à internet.
O WAP já está em operação no Brasil e consiste na transformação, adaptação e criação
de conteúdo da internet para visualização na tela de um celular. Como as telas atuais têm
capacidade reduzida, o conteúdo é apresentado como uma lista. Os serviços oferecidos
incluem notícias, transações bancárias e operações de reserva de vôos.

Wireless
Expressão genérica que designa sistemas de telecomunicações nos quais as ondas
eletromagnéticas - e não fios - se encarregam do transporte dos sinais.

WLL
Sigla de Wireless Local Loop, ou circuito local sem fio. Designa a tecnologia baseada num
terminal de telefone fixo que se comunica via ondas de rádio com a central telefônica de
trânsito público. É utilizada no Brasil pelas empresas espelho, concorrentes das
companhias de telefonia fixa já estabelecidas com sua rede de fios de cobre.

WML
Wireless Markup Language, espécie de versão WAP da metodologia de descrição de dados
XML. Baseada em tags, permite que porções de textos de páginas web sejam
apresentadas na tela de telefones celulares e outros dispositivos WAP.

85
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DE TODA A APOSTILA

J. O. Pires, João. Sistemas e Redes de Telecomunicações. Departamento de Engenharia


Eletrotécnica e de Computadores. Instituto Superior Técnico. 2006.

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