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Certa ação aqui ocasiona, imediatamente, dado efeito lá (de modo que aqui e lá
encontram-se distanciados); e isso, a priori, sem que, ao longo da referida interação,
esteja presente qualquer mediador.
Como poderia “massa atrair massa” à distância (ideia chave da Teoria da Gravitação
Universal - de Newton), sem meio algum interposto? Isto é, como tal ação propagar-se-
ia? A necessidade de um meio capaz de propagar a ação em questão sempre pareceu
primordial.
Explicar o que há por trás dos fenômenos nunca foi tarefa trivial para a(s) Ciência(s)
(precisamente, para os cientistas); ao contrário disso, em alguns momentos, parece a ela
(ou a elas) necessário desviar-se (ou desviarem-se) de certa dose de Realismo. Dada a
dificuldade mencionada, muitos cientistas passaram a preocupar-se, assim, com “’como’
as coisas funcionam”, em detrimento do “por que” ou “para que” funcionam.
Campos
Noções preliminares Algo que rodeia os objetos, como uma espécie de atmosfera, e
que se estende pelo espaço, responsável pela mediação da(s) interação(ões) entre corpos
distanciados. Trata-se, podemos dizer, de uma alternativa à ideia de ação à distância - a
qual não exige nenhum tipo de mediação (isto é, as forças de campo - tal como
apregoara Newton - atuam à distância e ponto). O campo pode ser expresso através de
dada função matemática.
Diz William Gilbert (extraído de seu livro “De Magnete”, publicado em 1600), já
(embora não tenha sido o primeiro à falar sobre essa “influenciação”) no início do
século XVII, acerca da ação de um ímã sobre um pedaço de ferro: “A força da terrela
[ímã?] estende-se em todas as direções... Mas sempre que o ferro ou outro corpo
magnetizado de tamanho suficiente entra na sua esfera de influência é atraído; no
entanto, quanto mais de perto estiver a magnetita, maior será a força com que ela o
atrai”.
Linhas de força Sobre essas, afirma Maxwell o seguinte (1873): “Em primeiro lugar,
as linhas de força de Faraday não devem ser consideradas isoladamente, mas sim como
um sistema traçado no espaço de uma maneira definida, de tal forma que o número de
linhas que atravessam uma área (...) indica a intensidade da força através da mesma (...)
Em segundo lugar, cada linha individual tem uma existência contínua. Quando um
pedaço de aço torna-se um ímã, ou quando uma corrente elétrica começa a fluir, as
linhas de força não passam a existir cada uma delas em seu próprio lugar, mas à medida
que a intensidade aumenta novas linhas são geradas dentro do ímã ou corrente e
gradualmente (...) Essa é uma concepção bastante diferente da ação à distância.