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SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DE MARÍLIA

ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA
PROFª CLÁUDIA GONÇALVES DE OLIVEIRA LEONEL

I. A ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA

“Administração Eclesiástica é o estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho


do pastor no que tange à sua função de líder ou administrador principal da igreja a
que serve.” (KESSLER, p. 13)

A administração tem dois objetivos básicos: simplificar o trabalho e facilitar a


produção.

O líder cristão deve se lembrar que a igreja deve ser constantemente administrada
de forma a desenvolver da melhor forma a missão para a qual Deus a constituiu.

A Bíblia nos apresenta vários exemplos de pessoas que foram boas


administradoras:
- Moisés (Ex. 18:13-27) = Neste texto vemos Moisés sendo ensinado por seu
sogro Jetro a delegar funções para uma equipe de trabalho, aliviando assim a
sua carga de responsabilidades.
- Davi (1 Cr. 24) = Aqui vemos Davi dividindo os sacerdotes em 24 turnos para
cuidarem do santuário e da casa de Deus.
- Salomão (2 Cr. 3) = Deus orientou Salomão sobre todos os dados necessários
para a construção do templo.
- O apóstolo Paulo nos dá o exemplo de visitar constantemente as igrejas,
verificando a sua organização e por algumas vezes deixava um obreiro
devidamente capacitado para aquela obra. Foi ele mesmo quem nos deixou um
conselho crucial para o bom andamento da obra em 1 Co. 14:33, que diz: “Mas
faça-se tudo decentemente e com ordem”.
- Jesus = Finalmente, temos o maior exemplo de administração que alguém
poderia ter nos deixado. O tempo todo Ele preparou os seus discípulos para
continuarem a Sua obra aqui na terra, bem como treinou um bom grupo no
trabalho de evangelização.

Assim, podemos compreender que administrar não é fazer tudo ao mesmo tempo.
Há uma necessidade de levar o organismo a um melhor funcionamento,
distribuindo responsabilidades, fazendo assim com que todo o grupo participe do
trabalho.

Voltando ao exemplo de Jesus, podemos notar que Ele nunca fez qualquer trabalho
sozinho, Ele sempre estava delegando tarefas, por mais simples que elas fossem:
encher as talhas de água (Jo. 2.7), tirar a pedra do túmulo de Lázaro (Lc 11.39),
recolher os pedaços de pães que sobraram do milagre da multiplicação (Jo. 6.12),
etc.

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1.1) Estilos de Liderança

- Autocrático = Não se importa com o que seus liderados pensam. São apenas seus
subordinados. Pessoa irritável, brutal, egoísta.

- Liberal (Laissez-Faire) = O seu lema é “deixa como está para ver como é que
fica”. Geralmente é uma pessoa insegura, temerosa de tomar decisões. Deixa rolar.

- Democrática-Paticipativa = Líder seguro de si mesmo, tem uma ótima auto-


imagem, conhece os tipos de pessoas e trabalha com cada uma. Dá exemplo,
estimula o grupo, mantém sua competência, paciência, tolerância e honestidade.
Ele não diz: “faça”, mas, “vamos fazer”.

Um líder consciente irá empregar um estilo de liderança para o bem do grupo.


Depende da situação. É necessário que se tenha bom senso no trato com os
outros.

1.2) Governo Eclesiástico

Como a igreja é uma sociedade com vida coletiva, devidamente organizada de


acordo com um plano específico de trabalho, ela deve contar com um grupo de
oficiais, bem como seguindo um conjunto de leis e regulamentos próprios para o
cumprimento dos seus propósitos.

Para tanto, deve-se escolher um modelo de governo eclesiástico, o qual seja mais
apropriado para desenvolver uma boa administração. Basicamente, existem 3 tipos
de governo eclesiástico, os quais seguem abaixo:

- Episcopal (ou Primacial) = Hierarquia de Papas, Cardeais, Arcebispos, e Bispos,


os quais governam a igreja toda.

- Presbiteriano (ou Sinodal) = Variação do governo episcopal. Apenas dois tipos de


líderes que governam a igreja toda: Pastores e Presbíteros. Concílio; Presbitério,
Sínodo; Supremo Concílio.

- Congregacional = Não existe hierarquia. Quem governa a igreja é a Palavra de


Deus através da congregação toda.

1.3) Oficiais da igreja

O corpo eclesiástico constitui-se basicamente de dois ofícios: pastores e diáconos.


O pastor é o oficial espiritual da igreja, e o diácono é o servo da igreja nas coisas
temporais.
Sobre os mesmos, vejamos algumas considerações importantes:

1. O Ofício do Pastor: Três nomes são usados no N.T. para designar o ofício do
pastor: Bispo, Presbítero (ou Ancião), e Pastor.

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2. O Ofício do Diácono. O diácono é o servo da igreja e auxiliador do pastor. Seu
início foi em Atos 6:1-6. Qualificações do diácono: Atos 6:3 e I Timóteo 3:8-13.

II. A IGREJA E SUA ADMINISTRAÇÃO

2.1) Assembléia da Igreja

A Assembléia é o poder soberano da igreja. É o foro onde se delega todas as


decisões da igreja.

2.1.1) Convocação

Edital (07 dias de antecedência)  Boletim, Mural da igreja, Carta aos membros,
Avisos nos cultos, Jornal.
O edital para convocação obedecerá ao que determina o Estatuto.

Cuidados a serem observados:

a) Quem tem a atribuição para convocar uma assembléia?


b) Qual o prazo para a convocação?
c) Quais os assuntos que devem ser incluídos no edital de convocação
(Reforma do Estatuto, Regimento Interno, Venda e Compram de Imóveis,
Convite de Pastor, Exoneração do Pastor, Eleição da Diretoria, etc)

O Estatuto ou o Regimento Interno determinará em que tipo de Assembléia deverá


ser tratado o assunto.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

O Presidente, Pr. João de Deus, no uso de suas atribuições, de


conformidade com o artigo 15 e 16 do Estatuto, CONVOCA os membros da Igreja
Batista do Chapéu para participarem da Assembléia Ordinária a ser realizada no dia
18 de novembro de 1999 às 19:30 horas, em sua sede localizada à Rua dos
Cururus, 1234 – Barra do Chapéu – SP.

Barra do Chapéu, ...... de ............................ de ........

__________________________________________
PRESIDENTE

 Atos administrativos não precisam passar por assembléia, como por exemplo, a
pintura do templo. Se estiver previsto no orçamento, não há problema. Pode-se
nomear uma Comissão de Líderes (por ex., formado pela Diretoria + os
Coordenadores de Ministério), a qual irá tomar as decisões administrativas.

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2.1.2) Preparar a Ordem do Dia – Culto Administrativo (Exemplo)

I. Devocional:
a) Cântico
b) Leitura Bíblica
c) Meditação
d) Oração

II. Expediente:
a) Atas
b) Correspondências
c) Comunicações (que mereçam registro)

III. Relatórios
a) Tesouraria (em caráter informativo, não pede aprovação)
b) Comissão de Exame de Contas (aprova)
c) Ministérios
d) Outros

IV. Movimento de Membros


a) Solicitação de Carta de Transferência
b) Concessão de Carta de Transferência
c) Profissão de Fé
d) Disciplina

V. Aquisição de Imóvel (Casa Pastoral)

VI. Criação do Conselho Missionário

VII. Recebimento de Doação (Órgão)

2.2) A Diretoria

A Diretoria é eleita pela igreja em assembléia ordinária ou extraordinária, conforme


dita o estatuto da igreja. Pode-se eleger uma Comissão de Indicação para consultar
pessoas capacitadas e/ou interessadas para assumir os referidos cargos. Não
podemos nos esquecer de que é direito do membro candidatar-se aos postos de
direção ou a qualquer outro ministério da igreja.

Constituição de uma Diretoria:

- Presidente
- Vice Presidente
- 1º Secretário (a)
- 2º Secretário (a)
- 1º Tesoureiro (a)
- 2º Tesoureiro (a)

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2.3) Administração por meio de deptos. ou ministérios

A igreja geralmente organiza-se em departamentos ou ministérios, os quais são


criados conforme a necessidade de cada igreja. Ex.:

- Administração;
- Ação Social;
- Música;
- Evangelização;
- Missões;
- Educação Religiosa;
- Comunicação

2.4) Calendários

O calendário da igreja é organizado anualmente ou semestralmente, de acordo com


a preferência de cada igreja. Os ministérios e/ou departamentos da igreja podem se
reunir isoladamente para um planejamento e em seguida fazer-se uma reunião
geral para juntar as datas e fazer-se um único planejamento.

2.5) Organograma

É importante que seja elaborado um organograma da igreja, de forma que facilite a


compreensão do funcionamento da mesma pelos seus membros. Segue abaixo um
modelo

III. ATAS

Ata é o registro das decisões tomadas por uma igreja, câmara, ou qualquer outra
reunião de sociedade e, por terem valor legal, devem ser redigidas em livros
próprios e jamais em folhas avulsas. A ata servirá de base para se saber no futuro
como se deu a organização do grupo. Por isso, o que está registrado faz história e
gera direitos.

3.1) Aspectos legais

Embora todas as atas possam servir para fins legais, existe uma categoria delas
em que essas implicações são mais evidentes, como é o caso das que tratam de
posse de pastor, eleição e posse de nova diretoria, resoluções sobre alienação de
imóveis e assuntos similares.

As atas que tratam de reformas de estatutos, aprovação de regimentos internos,


dissolução da sociedade, têm, igualmente, relevante importância jurídica. Não é
demais relembrar, também, que nos casos em que estatutos e regimentos internos
são lacunosos ou omissos, a ata serve como elemento complementar desses dois
instrumentos.

Segundo princípios de direito aceito e usado, no conflito em juízo entre prova


testemunhal e escrita, prevalece a escrita. Assim sendo, em ação judicial, uma ata

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tem mais valor do que um depoimento de testemunhas. Este fato deve servir de
alerta aos secretários de nossas igrejas e também às próprias igrejas na escolha de
seus secretários.

Pelas razões já expostas, deve-se evitar registro no livro de atas de ocorrências


que dificilmente poderiam ser materialmente comprovadas.não se deve transcrever,
como bem lembra a Drª. Alice de Oliveira, frases como: “A igreja nomeou uma
comissão composta dos irmãos fulano e beltrano, que após entrevistar-se com a
irmã cicrana, chegou à conclusão de que ela quebrou o sétimo mandamento, sendo
por isto excluída”. “É recomendável que assuntos que envolvam problemas morais
sejam registrados de maneira genérica, tal como: “O irmão fulano foi desligado do
rol de membros em virtude de conduta em desacordo com as normas regimentais
da igreja”. Ou melhor ainda: “... por não observar os princípios do Evangelho”. No
dizer de Gilberto Maia: “Use a peneira e jogue o lixo fora”.

As atas, por serem de grande valor, devem ser utilizadas exclusivamente no


interesse próprio da instituição, ressalvando apenas os casos de pedidos de
certidão emanados de autoridade judicial competente, geralmente juízes de direito
ou trabalho.

3.2) Técnica de redação

A ata deve ser redigida com técnica, exatidão, clareza e correção de linguagem.

Às vezes trata-se em igrejas de assuntos que exigem linguagem técnica. Quando


isso ocorrer, ou quando o debate envolve polêmicas em que contendores estão
vivamente interessados, o secretário deve pedir, através da presidência, que o
proponente encaminhe a moção à mesa, fazendo-a por escrito. É recomendável,
igualmente, que alguém que entenda, oriente o secretário, se necessário, se a ata
exigir forma jurídica, por se destinar a registro público.

A ata não deve ser extensa. Nela devem constar apenas as resoluções e não toda
a discussão do assunto. O resumo impõe-se porque os fatos principais ocorridos
são sempre em pequeno número e ainda que em algum caso se fale muito, os fatos
e decisões são poucos. É necessário, igualmente, que a ata seja fiel, de linguagem
bem cuidada, isenta de palavras ferinas que possam envergonhar o autor dos
termos em dias futuros. Deve-se ainda ter cuidado ao registrar os nomes de
pessoas, os quais devem ser completos. Não se deve escrever “José Martins” se o
nome é “José Martins do Amaral”. Os nomes de cidade, além deste requisito,
devem também vir acompanhados da sigla da unidade da Federação. Os nomes de
igrejas, por sua vez, devem, a bem da clareza, vir acompanhados da cidade onde a
igreja está localizada. Algumas secretárias, por vezes, fazem registros vagos e
imprecisos, dizendo apenas que no dia tal foram batizados vários irmãos, sem citar
os nomes. Esta prática deve ser evitada, por se constituir um grave erro na redação
de uma ata.

A ata não deve conter espaços vagos, rasuras ou entrelinhas, muito menos
parágrafos.

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3.3) Anotações dos Fatos

Um secretário experiente pode lavrar a ata diretamente enquanto se desenvolve a


assembléia. Outros não possuem essa habilidade. Neste caso, admite-se usar uma
folha para anotar os assuntos e resoluções, para transcreve-los posteriormente no
livro. Ao anotar, a secretária abandonará os adjetivos e os advérbios que não sejam
essenciais, à semelhança do que faz nos telegramas. Depois “a posteriori”,
calmamente, fará a sua redação, dando algum retoque e mais beleza ao estilo.

A ata, por ser o relato fiel do que ocorre, deve ser impessoal, sem adjetivação que
eleve ou relaxe qualquer facção. Devem ser evitados dizeres como: “ A irmã fulana
apresentou brilhante proposta”. “A irmã cicrana, com a palavra, defendeu com
grande acerto a proposta...” O correto é a anunciação simples: “A irmã cicrana
defendeu a proposta...”

A presidência deve evitar, o quanto possível, que os membros sejam atendidos


quando solicitam que seus discursos sejam transcritos no livro. Somente em casos
especiais serão admitidas transcrições fundamentais para que fiquem registrados
pontos capitais sobre propostas de grande valor. Uma carta de alguém, oferecendo
em doação um imóvel à igreja, deve ser transcrita na íntegra. Necessário se faz
também transcrever, na íntegra, no livro de atas, estatutos, regimentos internos ou
reformas deles. Quando se trata de uma sessão solene, com eventual mensagem,
admite-se transcrever o tema e um resumo do sermão.

3.4) Roteiro de uma Ata

Uma ata deve seguir o seguinte roteiro:

Cabeçalho: Deve constar o número da ata, o nome da instituição, o local, o


horário, “quorum”, se em primeira ou em segunda convocação. Deve constar ainda
se a sessão é ordinária ou extraordinária. Se extraordinária, deve constar quem a
convocou e qual a finalidade da convocação.

Corpo: Contém a matéria deliberativa, que vai sendo tratada, a saber: devocional,
ordem do dia, expediente. Não é preciso transcrever a ordem do dia, basta ir
numerando os assuntos, à medida que vão sendo tratados, frisando os títulos, que
devem, de preferência, vir em letras de forma.

Encerramento e fecho: O Secretário deve encerrar a ata fazendo referência à sua


lavratura e assinando-a em seguida. A assinatura deve vir em linha seguinte, na
ordem: secretário, presidente.

Aprovação: A ata deve ser lida e aprovada na reunião seguinte. Todos os membros
devem prestar atenção na sua leitura e solicitar correção ou emenda que julgarem
cabíveis, e que se admitidas constarão da ata seguinte.

3.5) O livro de Atas

No livro de atas estão registradas decisões importantes relacionadas com a vida da


sociedade. O primeiro cuidado que se deve ter é o de conservá-lo com todo o

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cuidado possível. Deve ser guardado em cofre à prova de fogo, ou em outro lugar
que ofereça segurança.

Para avaliar o valor de tal procedimento, bastaria que alguém meditasse no que
significaria para a história do Brasil Batista se tivéssemos todos os livros de atas,
preservados com toda segurança.

Sabe-se ainda que muitos pastores que pediram, para fins previdenciários ou por
outros motivos, cópia da ata de sua ordenação ao ministério na igreja onde foram
consagrados, e para decepção deles, jamais conseguiram esses documentos,
causando-lhes isto, em alguns casos, prejuízos irreparáveis. Isto porque o livro se
extraviou ou ainda porque as anotações não foram transcritas no livro de atas da
igreja.

Este artigo não esgotou a matéria. Poderíamos ainda falar sobre as características
de um bom secretário, o que comportaria um artigo à parte. Queremos apenas
deixar registrado aqui que um secretário ou secretária de ata da igreja não pode ser
de menor idade, pois compõe a diretoria da igreja. Deve possuir Carteira de
Identidade e ter inscrição no CIC (CPF).

(Transcrito da Revista Administração Eclesiástica – 1T86)

3.6) Modelo de Ata de Igreja

Aos seis dias do mês de fevereiro de mil novecentos e setenta e nove, reuniram-se
os membros da Igreja Evangélica..., em sua sede, na Rua..., nesta cidade; às vinte
horas, o irmão presidente, pastor... declarou aberta a sessão, a fim de tratar de
assuntos gerais de competência da igreja e de seus membros. Após os hinos... e a
leitura Bíblica em ...., feita pelo irmão..., foi cedida a palavra ao irmão Secretário...,
que leu a ata do dia... aprovada sem emendas (ou com a emenda...). Em seguida,
(seguem-se os assuntos enumerados). Nada mais havendo a tratar, às vinte horas
e cinqüenta minutos, foi encerrada a sessão com uma oração feita pelo irmão... Eu,
1ª Secretária (ou 2ª Secretária ou Secretária “ad hoc”), lavrei a presente ata, que
vai assinada por mim e pelo presidente desta igreja.

3.7) Modelo de Ata com implicações legais

Aos seis dias do mês de fevereiro de mil novecentos e oitenta e cinco, reuniram-se
os membros da Igreja Evangélica..., em sua sede, na Rua..., nesta cidade. Às
dezenove horas e trinta minutos são interrompidos os trabalhos da sessão regular
da igreja e o presidente, pastor... declara aberta a sessão para a (citar o fim para o
qual foi convocada: eleição, posse, reforma de estatuto, etc. – não esquecer de
citar a aprovação) Tendo sido a presente sessão convocada exclusivamente para
este fim, o senhor presidente declara o encerramento desta sessão, seguindo-se a
sessão regular da igreja. Para que esta tenha validade em todos os seus termos,
eu, 1ª Secretária (ou 2ª Secretária ou Secretária “ad hoc”), lavrei a presente ata,
que vai subscrita por mim e pelo presidente da igreja. (Obs.: Deixar 12 linhas em
branco para uso do Cartório)

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3.8) Livro de Presença

Para que as decisões tomadas produzam efeitos legais, é importante que se adote
o uso do Livro de Presença, comprovando-se assim a maioria estatutária através
das assinaturas dos membros.

Caso conste no Estatuto que a maioria, para funcionamento, é a dos presentes,


dispensa-se o uso do Livro de Presença.

IV. CORRESPONDÊNCIAS

As correspondências recebidas da igreja são de suma importância para o seu bom


andamento. Se a igreja não dispuser de um zelador ou uma secretária para recebê-
las, é importante que haja o cuidado de se alugar uma Caixa Postal na Agência dos
Correios.

Deve haver o costume de fazer separar-se as correspondências por assunto


diariamente e encaminha-las ao Pastor da igreja ou diretamente aos seus
interessados. Os assuntos que precisam de uma resposta, devem ser feitos o mais
breve possível por quem de direito. Aqueles que devem ser encaminhados para a
próxima assembléia, deverão ser encaminhados para o pastor ou a secretária para
arrola-lo na ordem do dia da próxima reunião administrativa.

4.1) Arquivos

A utilização de arquivos é de suma importância para a organização da igreja. Deve-


se adotar o costume de arquivar os documentos separados por tipo e assunto.

Ex.: Ofícios expedidos 2004


Ofícios recebidos 2004
Cartas de Transferências recebidas 2004
Cartas de Transferências expedidas 2004

Se a igreja dispuser de um computador, é importante que se crie pastas e sub-


pastas de forma organizada, para que facilite o trabalho de quem for pesquisar um
documento antigo.

Quanto aos documentos antigos, pode-se guardar em disquetes ou em pastas


durante algum tempo (no máximo até 5 anos).

4.2) Redação de Ofícios

Ofício vem do latim “officium”, que significa “dever” “ofício”, “obrigação moral”,
“deferência”, “obséquio”. Dentre os demais tipos de correspondência oficial, é o que
possui maior abrangência.

O ofício possui as seguintes partes:

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- Cabeçalho (ou timbre) = Localiza-se na parte superior do papel, onde consta o
emblema e o respectivo nome da instituição, o nome na parte superior do papel,
constando o endereço, telefone, e-mail, etc.

- Data = É inserida do lado direito do ofício, logo abaixo do cabeçalho.

- Epígrafe (ou Título) = Localiza-se à esquerda, três linhas abaixo da data. Deve
constar o título “Ofício” e em seguida, pode-se criar uma sigla para a igreja, como
por exemplo PIB, e em seguida o número de ordem, ficando da seguinte forma:
“Ofício PIB nº 001/04".

- Ementa (ou assunto) = O assunto deverá ser descrito em uma única frase. Ex.:
Convite para inauguração do Templo; Pedido de Doação; Agradecimento, etc.

- Invocação (ou vocativo) = Deve constar + ou – 3 linhas abaixo do assunto. Usa-se


o termo “Ao Senhor Presidente”, “Amados Irmãos”, “Prezado Pastor”, etc.

- Contexto = È dividido em três elementos essenciais: começo, contexto ou


exposição e desfecho.

- Assinatura = A 3 ou 4 linhas abaixo do corpo do ofício, vem a assinatura do


emitente pelo Ofício.

- Endereçamento = Localiza-se 2 linhas abaixo da assinatura, constando a forma


de tratamento, o destinatário, seu cargo e endereço.

Ex.: Ilmo. Sr.


Pr. Venilson Salmázio Rezende
MD. Pastor-Presidente da
Terceira Igreja Batista de Marília
Av. Mem de Sá, 591 – Jardim Continental
17524-000 – Marília - SP

- Iniciais do Redator e Digitador = Á esquerda, constar as iniciais do redator, bem


como do digitador. Ex.: MJRL/cgol

4.3) Rol de Membros

É importante que se tenha um controle atualizado do Rol de membros da igreja,


organizado da forma mais adequada para a realidade da igreja.
Uma das formas de organização é através de fichas, ordenadas alfabeticamente.
Outra forma é em bancos de dados no computador, tornando-se de fácil manejo.
Sempre que algum membro for transferido, desligado ou vir a falecer, deve-se dar
baixa no controle, para que fique sempre atualizado. O mesmo se faz quando um
novo membro for recebido por batismo, transferência ou aclamação.

V. A IGREJA E AS LEIS

5.1) A Personalidade Jurídica da Igreja

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5.2) O Estatuto da Igreja

5.3) O Regimento Interno da igreja

5.4) Documentação de uma igreja

VI. A IGREJA E SUAS FINANÇAS

6.1) Orçamento da igreja


De uma certa forma, o trabalho de uma igreja está diretamente ligado com o seu orçamento.
Se a igreja tiver um planejamento financeiro, alcançará com maior facilidade os seus
objetivos.
Para a elaboração do orçamento da igreja, pode seguir os seguintes passos:
1. Reunir o conselho da igreja, composto por um líder de cada ministério, ou, se a igreja
assim concordar, somente a comissão de Finanças da igreja;
2. A comissão deverá analisar cuidadosamente as contribuições atuais, constatando qual o
percentual dos membros que tem contribuído;
3. Considerar todos os ministérios da igreja, não deixando nenhum de fora. É importante que
seja estipulado um percentual de gastos (sobre as entradas) para ministério, para que o
mesmo não seja ultrapassado.
4. Apresentar o orçamento à igreja, para a sua devida aprovação.

6.2) Comissão de Finanças e Auditoria;


A função da comissão de finanças tem a responsabilidade de estudar,
cuidadosamente das condições financeiras da igreja.
Seus deveres:
1. Fazer reunião mensal (ou mais, conforme a necessidade);
2. Estudar e elaborar um programa financeiro;
3. Examinar pedidos de orçamento dos ministérios da igreja;
4. Supervisionar (mensal, bimestral ou trimestralmente) o trabalho do tesoureiro;
5. Auxiliar o tesoureiro na conferência das entradas de dízimos e ofertas;
6. Ajudar o tesoureiro na solução dos problemas que surgirem;

6.3) Relatório Financeiro;


Trata-se de um documento emitido pela tesouraria mensalmente, o qual deverá ser
examinado pela Comissão de Finanças (ou Exame de Contas) e apresentado em
Assembléia, para sua homologação. É importante que seja distribuído uma cópia
para cada membro na assembléia (no caso de igrejas menores) ou que seja afixado
em mural de fácil acesso (no caso de igrejas maiores).

6.4) Métodos de Arrecadação.


Cada igreja escolhe a forma mais adequada de arrecadar seus dízimos e ofertas, onde os mais
conhecidos são: Gasofilácio e Salvas. Nos dois casos pode-se adotar o uso de envelopes,
facilitando bastante a identificação da oferta e do ofertante.

6.5) A igreja e sua contabilidade


“Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e
registros dos atos e fatos de uma contabilidade econômica”. (Aurélio)

Contas da contabilidade:

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6.5.1 – Ativo
6.5.2 – Passivo
6.5.3 – Receitas
6.5.4 – Despesas

6.6) Plano de Contas = Auxilia o técnico a identificar o tipo de conta da contabilidade.

Exemplo:

a. Ativo
1.1 – Imóvel
1.2 - Veículos
1.3 - Instrumentos Musicais
1.4 - Móveis
1.5 - Instalações
1.6 - Aparelhos de Som
1.7 - Caixa
1.8 - Conta Corrente

b. Passivo
2.1 – Prestação a pagar
2.2 – Salário a pagar
2.3 – Previdência a pagar

c. Receitas
3.1 – Dízimos
3.2 – Contribuições
3.3 – Ofertas de amor
3.4 – Construção
3.5 - Missões

d. Despesas
4.1 – Proventos (ou honorários) pastorais
4.2 – Água
4.3 – Luz
4.4 – Telefone
4.5 – Literatura
4.6 – Material de expediente
4.7 – Material de limpeza

A igreja (atualmente) pode fazer aplicações financeiras, mas, na prestação de contas deve
constar: “Fundo para projetos futuros” ou “Fundo para construção”, “Fundo para veículo”,
etc.

6.9) Livros Contábeis da Igreja


a) Livro Caixa
b) Livro de Conta Corrente
c) Livro de Contas a Pagar
d) Livro de Registro de Bens Patrimoniais
e) Livro Razão

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f) Livro Diário

Seria importante fazer uma ficha de controle das contas a pagar (juntamente com o livro):

Conta Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Água 35,0 20,0 45,0 25,0 35,0 20,0 45,0 25,0 35,0 20,0 45,0 25,0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Luz 50,0 65,0 73,0 38,0 50,0 65,0 73,0 38,0 50,0 65,0 73,0 38,0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Telefone 98,0 75,0 68,0 96,0 98,0 75,0 68,0 96,0 98,0 75,0 68,0 96,0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Nas papelarias existe um modelo de ficha onde se faz o controle do patrimônio físico da
igreja:

Item Qtd. Discriminaçã Forma Data Vr. Vr. Baixa Motivo da


o do bem de da Unit. Total Baixa
Aquis. Aquis.
1 100 Cadeira compra 15.04.97 10,00 1.000,00
2 01 Veículo Doação 21.10.98 6.000,00 6.000,00
3 01 Mesa compra 02.01.99 60,00 60,00 21.10.99 Sucateamento

Toda doação deve ser objeto de decisão da igreja. Isto porque existem doações
que trazem consigo ônus que a igreja vai se responsabilizar.

Conta de Despesa
É um livro obrigatório que vai movimentando cada valor que vai sendo gasto em cada conta
e acumulando. Isto facilita a fazer o orçamento da igreja para o próximo ano, pois sabemos
quanto foi gasto em cada área durante o ano.

VII. A IGREJA E OS CONCÍLIOS

7.1) Como organizar uma igreja


1. Evitar organização de grupos facciosos dentro da igreja;
2. Iniciar uma congregação se inicia com pontos de pregação, e a mesma só se
organiza em igreja quando existe número suficiente de membresia, fruto de
evangelização, e não com membros esparsos de outras igrejas;
3. Convidar um obreiro formado e experimentado para conduzir a nova igreja;
4. Organizar uma igreja somente quando a congregação demonstra-se bem doutrinada
e com capacidade administrativa e econômica para se manter.

7.2) Organização do concílio


Sua finalidade = A finalidade do concílio é a de dar conselhos a uma igreja, e é composto por
representantes das igrejas da região.
Sua convocação = 1) Enviar cartas às igrejas da região, deixando bem claro o nome da
congregação, local, data e horário; 2) Publicar o edital de convocação num órgão de
publicidade regional, estadual ou nacional com as informações do item anterior.
Sua realização = O concílio se dará com a escolha inicial de uma diretoria, constando os
seguintes cargos: Presidente, Secretário e Examinador. Em seguida são sugeridos que se
inclua na programação os seguintes procedimentos: Oração em favor da organização; Leitura

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do Pacto da denominação; Entrega da Bíblia; Sermão Oficial, Chamada de irmãos portadores
de cartas de transferência; Perguntas do Examinador aos membros da novel igreja; Abertura
a pastores e diáconos que queiram fazer perguntas à congregação; Músicas Especiais;
Palavra do Examinador sobre a decisão do concílio; Palavra do Presidente declarando
organizada em igreja a dita congregação, Hiato = O presidente declara os trabalhos do
concílio suspensos por alguns minutos, para que a nova igreja escolha sua diretoria, ou
somente o seu pastor, Reabertura = Entrega da Bíblia ao pastor da nova igreja; Entrega do
sermão oficial ao pastor da igreja; Palavras de Agradecimento e avisos, Dissolução do
concílio = Música Especial, Bênção Apostólica.

7.3) Exame e ordenação de pastores


Requisitos exigidos = O obreiro deve demonstrar as seguintes qualidades: Experiência de
genuína conversão; Virtudes de fé, amor e humildade; Ser uma pessoa de caráter; Dar
testemunho quanto à sua vida moral; Ter capacidade intelectual para que possa ensinar e
exortar outros; Ser estudioso e pronto para sempre se desenvolver intelectualmente.
Encaminhamento = Quando a igreja percebe que o obreiro é vocacionado, esta deve
providenciar a sua ordenação.
Preparação do concílio = A igreja deverá enviar cartas às igrejas da região, convocando-as
para participar do concílio examinatório. Na carta deve constar bem claro o local, data e
horário do referido exame; Em seguida, publicar a referida carta em órgãos regional,
estadual ou nacional
O Concílio = O concílio será composto por: presidente, secretário e três examinadores, onde
cada um procede a seguinte avaliação: experiência e chamada do candidato, seus
conhecimentos sobre Teologia Geral e Eclesiologia.
A ordenação = Providenciar convites para a divulgação da ordenação; O mesmo concílio
composto para o exame estará presente na cerimônia de ordenação. Na cerimônia, pode-se
proceder normalmente com oração, cânticos especiais e leitura de textos bíblicos de acordo
com o momento, incluindo-se a imposição das mãos pelos ministros presentes, oração
consagratória, entrega da Bíblia ao novel pastor e bênção apostólica pelo mesmo (não
obrigatório).

7.4) Exame e consagração de diáconos (ou eleições)


Qualificações = De acordo com At 6.16 e I Tm 3.8-13, os diáconos devem possuir as
seguintes qualidades: ter boa moral (boa reputação); ser equipados espiritualmente (cheios
do Espírito Santo); ser equipados mentalmente (cheios de sabedoria); honestidade e
sabedoria nas decisões; Não ser de língua dobre; Ser temperante; Ser bom mordomo; Pronto
para ser testado para o cargo; Ser homem de fé; Ser irrepreensível; Ser casado com uma só
mulher; Deve governar bem sua família.
Deveres do Diácono = Servir a Ceia do Senhor; Assistir ao pastor em suas necessidades;
Desenvolver um trabalho de ação social com os órfãos, viúvas e pobres da igreja e região;
Opcionais: Auxiliar nas finanças da igreja; Auxiliar o pastor no trabalho de visitação;
Auxiliar o pastor no trabalho de disciplina eclesiástica; Visitar novos convertidos e doentes
nos hospitais; Dirigir os cultos na ausência do pastor e do seu substituto; Estar à disposição
da igreja para ajuda-la em qualquer serviço que for necessário.
O Concílio = Atualmente, alguns pastores adotam o sistema de dar um curso de preparação
aos futuros diáconos, depois apresentam-nos em assembléia, para a sua devida aprovação.
A ordenação = Pode ser num culto especial ou também num culto de Domingo, com uma
parte especial de ordenação dos diáconos.

14
VIII. A IGREJA E AS ORDENANÇAS

8.1) Batismo
O batismo é uma das ordenanças bíblicas para a igreja, o qual deve ser observado
de forma especial pelos ministros cristãos.
Textos apropriados para a Celebração do batismo:
Mt. 3:13-17; At. 8:26-39; Rm. 6:3-5; Cl. 2:12.

8.1.1 – Seu significado


”...representa um drama em três atos, como já observou um autor. O 1º ato - a imersão –
simboliza o homem velho. O espaço e o tempo entre o deitar o candidato e de mergulha-lo
representa o 1º ato. É o homem velho que vai sendo conduzido como morto. E como nenhum
morto fica insepulto, ele será sepultado. Realiza-se então o 2º ato do drama com a
submersão. É o sepultamento. Paulo interpreta o ato desta maneira: “Fomos, pois sepultados
com ele pelo batismo na morte...” (Rm 6.4). O 3º ato se processa com a emersão. É o ato de
levantar o candidato da água. Morto que tinha estado em pecados e delitos, pelo poder de
Cristo ressuscitou. É o que Paulo diz em Colossenses 2:12: “Tendo sido sepultados com ele
no batismo, no qual também fostes ressuscitados pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou
dentre os mortos”. O clímax é a emersão, que simboliza a ressurreição. Ressurge, para andar
em “novidade de vida” (Rm 6.4). (FERREIRA, p. 79)

8.1.2 – A Profissão de Fé
Após o candidato ter passado pela classe de preparação para o batismo, o mesmo
é apresentado para a igreja, a qual o examinará em assembléia, constatando se o
candidato está ou não preparado para o batismo.

8.2) A Ceia do Senhor


A ceia é outra ordenança deixada por Jesus para a Sua igreja. Trata-se de um
memorial ao corpo e ao sangue do nosso Senhor Jesus Cristo (I Co 11:25).
Textos apropriados para a Celebração da Ceia:
Mt. 5:3-12; 26-28; Mc. 14:22-26; Lc. 22:19-22; Jo. 6:35-53; 14:15-21; 17:1-10; Rm. 8:28-
30, 35; 37-49; 12:1-3; 9-13; I Co. 11:23-26; 12:27-31; Ef. 3:20; 6:10-18; Fil. 2:1-11; 3:7-11;
Col. 3:15-17; Hb. 11:1-3; 12:1, 2; I Pe. 1:3-9; 5:6-11; Ap. 22:14-17, 20, 21.

8.2.1 – Tipos de Ceia

- Livre = A Ceia deve ser servida a membros de qualquer seita;


- Restrita = É servida aos membros da denominação da mesma fé e ordem;
- Ultra-Restrita = Só participam da Ceia os membros da Igreja local.

8.3) Pontos de vista quanto ao simbolismo da Ceia

8.3.1 – Transubstanciação – Crêem na transformação das substâncias do pão e do vinho nas


substâncias do corpo e do sangue de Cristo pelo efeito da consagração eucarística.

8.3.2 – Consubstanciação – Crêem que o participante dos elementos, após a consagração,


realmente come a carne e o sangue de Cristo, embora os elementos não se modifiquem.

8.3.3 – Presença Mística – Crêem muitas igrejas reformadas que a união é espiritual, de
modo que, onde o sacramento é recebido com fé, a graça de Deus os acompanha.

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8.3.4 – Memorial – Este é o ponto de vista dos Batistas. Cristo institui a Ceia como um
memorial. O crente não recebe nenhuma graça especial quando participa da Ceia. Ela leva-o
a rememorar o sacrifício de Cristo por nós na cruz.

IX. OS OFÍCIOS DA IGREJA

9.1) Casamento religioso com efeito civil


O casamento religioso com efeito civil é permitido de acordo com a Lei 1.110 de
23/05/1950. Em seu artigo 2º, os noivos deverão munir-se de uma habilitação para
casamento, fornecida pelo Oficial do Registro Civil.
A igreja deverá ter um livro de Ata para registro exclusivo dos casamentos efetuados em seu
templo. Poderão também ser registrados os demais casamentos sem efeito civil. A secretária
da igreja (ou secretária ad hoc) lavrará as atas, conforme modelo abaixo:

9.2) Modelo de Ata de Igreja

Termo da cerimônia religiosa do casamento dos irmãos em nosso Senhor Jesus Cristo
(Fulano e Fulana de tal). Aos dezenove dias do mês de setembro de mil novecentos e
noventa e dois, no templo da Igreja............, sito na Rua......, nesta cidade, compareceram os
irmãos em nosso Senhor Jesus Cristo (Fulano e Fulana de tal), ele (profissão, estado civil,
naturalidade, data de nascimento, residência), filho de (Fulano de tal, profissão, estado civil,
residência) e de (Fulana de tal, profissão, estado civil, residência); ela, que passará a assinar-
se, depois de casada, Fulana de tal (profissão, estado civil, naturalidade, data do nascimento,
residência); filha de (Fulano de Tal, profissão, estado civil, naturalidade, residência) e de
(Fulana de tal, profissão, estado civil, residência); na presença das testemunhas especiais
Fulano de tal e fulano de tal...., receberam a bênção de Deus sobre seu matrimônio,
impetrada pelo Ministro Evangélico .........., Pastor da Igreja ........ O ato religioso cerimonial,
que foi presenciado por um grande número de irmãos e amigos dos noivos, obedeceu ao
ritual das igrejas evangélicas. Os noivos apresentaram a certidão de habilitação para
casamento, expedida pelo Oficial do Registro Civil da ........ Circunscrição, .................Zona,
Freguesia de ......... Para constar, foi lavrado o presente termo pela Sra............., na qualidade
de secretária da igreja (ou secretária ad hoc) e é pela mesma assinada, pelo ministro
oficiante, pelos noivos e pelas testemunhas.
Data........................
Assinaturas: Secretária:
Ministro Oficiante
Noivo
Noiva
Testemunhas

9.3) A certidão de casamento


A certidão de casamento será entregue pelo ministro oficiante aos noivos (ou
pessoa responsável pelos papéis), e estes deverão leva-la para ser registrada no
Cartório onde os papéis foram processados.
Nesta certidão deverão constar todos os dados constantes na habilitação para o casamento,
conforme modelo abaixo:

O Reverendo Fulano de tal, Ministro Eclesiástico do Culto Protestante, em exercício pastoral


na Igreja ........ CERTIFICA que no dia ..... de ............. do ano de ................ às ......... horas,

16
no templo da Igreja ..........., sito na Rua......, nesta cidade, compareceram perante mim,
Fulano de tal, Ministro do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, na presença das
testemunhas F. e F. de tal, ele (naturalidade, nacionalidade, estado civil, profissão, data de
nascimento, residência), filho de F. e F. de tal (nacionalidade, estado civil, residência); ela,
que passará a chamar-se Fulana de tal (naturalidade, nacionalidade, estado civil, profissão,
data do nascimento, residência); filha de F. e F. de tal, (nacionalidade, estado civil,
residência). Os noivos exibiram os documentos exigidos pelo Art. 180 do Código Civil
Brasileiro. De acordo com a lei nº 1.110, de 23 de maio de 1950, os noivos apresentaram a
certidão de habilitação para casamento, expedida pelo Oficial do Registro Civil da ........
Circunscrição, .................Zona, Freguesia de ......... Serviram como testemunhas F. de tal
(nacionalidade, estado civil, idade, profissão, residência) e F. de tal (nacionalidade, estado
civil, idade, profissão, residência). Data........................
Assinatura do Ministro Oficiante
Firma reconhecida

9.4) Requerimento do Pastor ao Juiz para habilitar-se em oficiar em Cerimônia


Religiosa com efeito civil

Exmo. Sr. Dr. Luiz da Comarca de .......


F. de tal, brasileiro, casado, pastor (denominação), inscrito na Ordem dos Pastores, Seção
de ........, sob o nº......, residente à Rua ......., nesta cidade, vem mui respeitosamente requerer
que V.Exª se digne a autorizar sua inscrição como ministro regularmente habilitado para
realizar cerimônias de casamento como prescreve a lei.
N. Termos
P. Deferimento.
Data
Ass.:

9.5) Requerimento dos noivos ao Juiz


Segue abaixo um modelo de requerimento para Habilitação Prévia que o pastor poderá
fornecer aos noivos:

F. de tal (qualificar) e F. de tal (qualificar), pretendendo que seu casamento religioso seja
realizado com efeitos civis, como a Lei o permite, vêm indicar a V.Exª o nome da
Igreja ........, cujo Ministro é o Pastor ........, que será o celebrante, apresentando os
necessários documentos para a respectiva habilitação.
Assim, uma vez processado o pedido, publicados os proclamas, sem haver oposição, pedem
que lhes seja expedida a respectiva Certidão de Habilitação, observados, após os devidos e
legais trâmites.
N. Termos
P. Deferimento.
Data
Ass.:

9.5) Funeral
O culto fúnebre é um acontecimento muito delicado para a família enlutada. O
pastor deve encara-lo como uma oportunidade para “consolar os que choram”.
Portanto, deve-se levar em consideração alguns cuidados especiais:

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- A escolha do texto bíblico, que fale sobre o céu, a vida eterna, e até textos
evangelísticos;
- Visar mais os vivos do que a pessoa que morreu;
- O sermão deve ser breve;
- O sermão pode conter uma nota sobre a pessoa que morreu, sem exagerar nos
elogios;
- Se o falecido não era convertido, não falar sobre o inferno, mas falar para os
presentes da salvação que alcançamos em Jesus Cristo;
- A oração é muito importante neste tipo de culto;
- Escolher hinos que falem sobre o céu e vida eterna e ressurreição;
- Observar a idade do falecido, pois o sermão pode variar de acordo com a idade do
mesmo.

Bibliografia

DUARTE, David Tavares Duarte. A Igreja e o Novo Código Civil, 1ª Edição,


Rio de Janeiro, CPAD, 2002.

FERREIRA, Ebenezer Soares. Manual da Igreja e do Obreiro, 3ª Edição, Rio


de Janeiro, JUERP, 1982.

HARREN, Rick. Uma Igreja com Propósitos, 1ª Edição, São Paulo, Vida, 1997.

KESSLER, Nemuel. Administração Eclesiástica, 9ª Edição, Rio de Janeiro,


CPAD, 2001.

PEREIRA, Genésio. Igreja: Pessoa Jurídica – Registro e Controle, Rio de


Janeiro, 1991.

Revista Administração Eclesiástica – 1 T86.

V. A IGREJA E SUAS FINANÇAS

5.1) Orçamento da igreja

5.2) Comissão de Finanças e Auditoria;

5.3) Relatório Financeiro;

5.4) Métodos de Arrecadação.

5.5) A igreja e sua contabilidade

5.6) Plano de Contas = Auxilia o técnico a identificar o tipo de conta da


contabilidade.

5.7) Receitas

5.8) Despesas

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5.9) Livros Contábeis da Igreja

VI. A IGREJA E OS CONCÍLIOS

6.1) Como organizar uma igreja

6.2) Organização do concílio

6.3) Exame e ordenação de pastores

6.4) Exame e consagração de diáconos (ou eleições)

VII. A IGREJA E AS ORDENANÇAS

7.1) Batismo
Textos apropriados para a Celebração do batismo:
Mt. 3:13-17; At. 8:26-39; Rm. 6:3-5; Cl. 2:12.

7.1.1 – Seu significado

7.1.2 – A Profissão de Fé

7.1.3 – O ato

7.2) A Ceia do Senhor


Textos apropriados para a Celebração da Ceia:
Mt. 5:3-12; 26-28; Mc. 14:22-26; Lc. 22:19-22; Jo. 6:35-53; 14:15-21; 17:1-10; Rm.
8:28-30, 35; 37-49; 12:1-3; 9-13; I Co. 11:23-26; 12:27-31; Ef. 3:20; 6:10-18; Fil. 2:1-
11; 3:7-11; Col. 3:15-17; Hb. 11:1-3; 12:1, 2; I Pe. 1:3-9; 5:6-11; Ap. 22:14-17, 20,
21.

7.2.1 – Tipos de Ceia

- Ceia Livre = A Ceia deve ser servida a membros de qualquer seita. Opinam
também que ela pode ser dada fora da igreja, em casos particulares, aos
enfermos (nos leitos), em reuniões sociais, etc.
- Ceia Restrita = É servida aos membros da denominação da mesma fé e
ordem. Membro de outra igreja que não for da mesma fé e ordem não
poderá participar da mesma.
- Ceia Ultra-Restrita = Só participam da Ceia os membros da Igreja local.

7.3) Pontos de vista quanto ao simbolismo da Ceia

7.3.1 – Transubstanciação – É a doutrina católica. Eles crêem na transformação


das substâncias do pão e do vinho nas substâncias do corpo e do sangue de Cristo
pelo efeito da consagração eucarística.

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7.3.2 – Consubstanciação – Crêem que o participante dos elementos, após a
consagração, realmente come a carne e o sangue de Cristo, embora os elementos
não se modifiquem.

7.3.3 – Presença Mística – Crêem muitas igrejas reformadas que a união é


espiritual, de modo que, onde o sacramento é recebido com fé, a graça de Deus os
acompanha.

7.3.4 – Memorial – Este é o ponto de vista dos Batistas. Cristo institui a Ceia como
um memorial. O crente não recebe nenhuma graça especial quando participa da
Ceia. Ela leva-o a rememorar o sacrifício de Cristo por nós na cruz.

7.4) Distribuição

Apesar de existirem várias formas de se distribuir a ceia, vamos descrever um


método tradicional. Tomando as bandejas ou os pratos com os pães, serão
entregues aos diáconos ou a quem for escolhido, para que os repartam com os
membros da igreja. Acabada a distribuição, o pastor servirá aos diáconos ou aos
escolhidos e a si mesmo. Em seguida, poderá ler João 6:5-8 ou I Co. 11:24. Após a
leitura e oração, o oficiante convidará toda a congregação a participar do pão, em
memória do Senhor Jesus.
Em seguida, o oficiante entregará as bandejas com os cálices aos diáconos que
distribuirá aos membros. Acabada a distribuição, o pastor servirá os diáconos e a si
mesmo. É importante sempre perguntar se algum membro deixou de ser servido.
Em seguida, poderá ler I João 1:7 ou I Co. 11:25. Após a leitura e oração, o
oficiante convidará toda a congregação a participar do vinho em memória do
Senhor Jesus.

Obs.: Dependendo da criatividade dos oficiais da igreja, a ceia poderá ser


“abrilhantada” com cânticos de hinos apropriados para a ocasião, arrumação da
mesa com ingredientes da ceia na época de Jesus, troca de cálices entre os
irmãos, etc.

VIII. OS OFÍCIOS DA IGREJA

7.1) Casamento religioso com efeito civil

7.2) Funeral

Bibliografia

FERREIRA, Ebenezer Soares. Manual da Igreja e do Obreiro, 3ª Edição, Rio


de Janeiro, JUERP, 1982.

HARREN, Rick. Uma Igreja com Propósitos, 1ª Edição, São Paulo, Vida, 1997.

KESSLER, Nemuel. Administração Eclesiástica, 9ª Edição, Rio de Janeiro,


CPAD, 2001.

Revista Administração Eclesiástica – 1 T86

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