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Fora de quadro e Dramaturgia da forma do filme (1929)

Marina Marcon

São textos em que o autor afirma que “cinematografia é, em primeiro lugar e


antes de tudo, montagem”, e para ele “tal como base de qualquer arte é o conflito”
(EISENSTEIN: 2002: 35-43).
Assim nota-se que ele para ele a montagem é gerada pelo conflito e que com o
vitaphone esses foram ampliados.
Eisenstein (2002, p. 44) apresenta uma série desses conflitos cinematográficos
que são conflitos de caráter variados, como exemplo um conflito dentro da trama,
podendo ser conflito de direções gráficas (linhas estáticas ou dinâmicas), conflito de
escalas (planos), conflito de volumes (intensidade), conflito de massas (espacial),
conflito de profundidades (luz), conflito entre um objeto e sua dimensão e conflito entre
um evento e sua duração. Assim, ele conclui que antes do advento da sincronização o
princípio significativo era o do “contraponto ótico”, mas com a chegada do som, o
cinema teve um outro conflito: entre acústica e ótica.
Nesse primeiro texto “Fora do Quadro” ele faz uma reflexão sobre as
possibilidades que o cinema sonoro trás, manifestando sua experiência com a montagem
até então ótica, para então nos próximos textos formular soluções para criar o
contraponto audiovisual.
Já no texto “Dialética do filme” ele apresenta que o conflito entre experiência
ótica e acústica produz o cinema sonoro e um exemplo de aplicação do contraponto
audiovisual o teatro japonês Kabuki:

Os japoneses nos mostram uma outra forma, extremamente interessante de


conjunto_ o conjunto monístico. Som_ movimento_ espaço_ voz aqui, não
acompanham um ao outro (nem mesmo são paralelos) um ao outro, mas
funcionam como elementos de igual significância (EISENSTEIN: 2002:29).

Ele considera que por ser um conjunto monístico (unidade) o Kabuki é diferente
da ópera, onde há o “paralelismo de conjunto”; a orquestra, o coro e os solistas possuem
a mesma importância que os cenários; assim no lugar do acompanhamento, eles
utilizam o método de transferência, transferindo o objetivo afetivo básico de um
material para outro, de uma categoria de “provocação” para outra.
Esse link possui um exemplo do teatro Kabuki, que demonstra essa
independência e transferência das provocações dos elementos musicais e visuais
exemplificando o contraponto audiovisual apresentado por Eisenstein:
https://youtu.be/V9QHX0LTL0w

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