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Universidade Federal de Pelotas

Faculdade de Odontologia
Departamento de Odontologia Social e Preventiva
Disciplina Unidade de Ortodontia

GUIA DE ESTUDOS

AS 6 CHAVES DA OCLUSÃO IDEAL DE ANDREWS

INTRODUÇÃO:

Historicamente algumas provas admissionais de proficiência envolvem


a necessidade de apresentação de casos clínicos para avaliação qualitativa
de ortodontistas, demonstrando as condições clínicas antes e depois do
tratamento com aparelhos ortodônticos corretivos. Nessas análises muitas
características ligadas ao sucesso da execução técnica no tratamento são
verificadas, como: incisivos não rotacionados, ausência de mordida cruzada,
ausência sobressaliência, boas relações molares de acordo com Angle, e
diversas outras características. Contudo, frequentemente falhas de ajuste
final podem ser percebidas nesses casos tratados, como a intercuspidação
insatisfatória, eixos longitudinais dos dentes não adequadamente
posicionados, e muitas outras diferenças de um caso clinico para outro.
Nesse contexto, durante a década de 70 do Dr Andrews decidiu estudar a
oclusão ideal examinando oclusões consideradas perfeitas (ideais) naturais,
ou seja, não tratadas ortodônticamente. Para isso demorou 4 anos para
reunir 120 modelos que considerou com uma oclusão ideal utilizando os
seguintes requisitos de seleção: o paciente nunca ter sido tratado
ortodonticamente; exibir dentes bem alinhados e com boa anatomia;
aparência de oclusão perfeita; paciente que se tratados ortodonticamente não
teriam beneficio algum.
Andrews utilizou como referência para sua primeira chave a posição
do primeiro molar, descrita por Angle em 1899, quando publicou a
Classificação das maloclusões, que é utilizada até hoje. Nesse trabalho
Andrews compilou uma lista de parâmetros, ou características recorrentes, no
que ele chamou de “6 Chaves da Oclusão Ideal”, vindo a aperfeiçoar as
descrições relativas as características da oclusão normal (ideal) em
Ortodontia. Esse trabalho também fundamentou a iniciativa de Andrews de
criar o primeiro bráquete pré ajustado, assim dando origem e difundindo
técnicas de tratamento ortodôntico corretivo com uso de braquetes pré-
ajustados.
Figura 1: Laurence F. Andrews

CHAVE 1 – Relações Inter arcos:

Andrews colocou essa chave em destaque devido a sua importância


clínica, bem como, por ser uma característica altamente recorrente na
coleção de 120 modelos com oclusão ideal que serviram de base ao estudo
que deu origem ao seu trabalho.

O autor dividiu esta chave em 7 itens:

1. As cúspides mesiovestibulares dos primeiros molares superiores


permanentes (16 e 26) ocluem nos sulcos mesiovestibulares dos primeiros
molares inferiores (36 e 46);
2. As cristas marginais distais dos dentes 16 e 26 devem ocluir com as
cristais marginais mesiais dos dentes 37 e 47;
3. As cúspides mesiopalatinas dos 16 e 26 devem ocluir nas fossas
centrais dos dentes 36 e 46;
4. As cúspides vestibulares dos pré-molares superiores devem manter
uma relação cúspide-ameia com os dentes 34, 35, 36, 44, 45 e 46;
5. As cúspides palatinas dos pré-molares superiores devem ocluir com as
fossas distais dos dentes 34, 35, 44 e 45;
6. Os caninos superiores devem fazer uma chave perfeita com uma
relação cúspide-ameia com os dentes 33, 34, 43 e 44;
7. Os incisivos superiores devem produzir um trespasse vertical e
horizontal quando em oclusão com os inferiores, de modo a promoverem
uma relação dinâmica protrusiva que desoclua os dentes posteriores. As
relações interincisivos devem mostrar coincidência de suas linhas médias.
FIGURA 2 – Imagens referentes a aferição da 1ª chave de oclusão.
CHAVE 2 – Angulação das Coroas:

A angulação das coroas clínicas de todos os dentes devem se


apresentar suavemente inclinadas mesialmente.

FIGURA 3 - Imagens referentes a aferição da 2ª chave de oclusão

CHAVE 3 – Inclinação das Coroas:

Por intermédio de uma tangente às faces vestibulares, acompanhando


o longo eixo das coroas em relação ao plano oclusal de Andrews, verifica-se
a seguinte disposição:
-Os incisivos centrais e laterais superiores têm inclinação positiva;
-Os incisivos inferiores, pré-molares e molares superiores e inferiores
mostram inclinações negativas, que aumentam progressivamente em direção
posterior.

FIGURA 4 - Imagens referentes a aferição da 3ª chave de oclusão


CHAVE 4 – Ausência de Rotações:

Arcos dentários com ausência de rotações apresentam um perímetro


normalizado, sem espaços interdentários.

FIGURA 5 - Imagens referentes a aferição da 4ª chave de oclusão

CHAVE 5 – Pontos de Contatos Justos:

Na ausência de discrepância no diâmetro mesiodistal de coroas, as


relações interproximais devem ser as mais justas possíveis.

FIGURA 6 - Imagens referentes a aferição da 5ª chave de oclusão


CHAVE 6 – Curva de Spee:

Uma curva de Spee ideal se constitui numa chave essencial para uma
oclusão perfeita. Uma profundidade de até no máximo 2,5 mm da curva de
Spee pode ser aceita como normal.

FIGURA 7 - Imagens referentes a aferição da 6ª chave de oclusão

10.REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

VELLINI-FERREIRA, F. Ortodontia – diagnóstico e planejamento clínico.


7ª.ed, São Paulo: Santos, 2007.

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