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MODULAÇÃO
DOURADOS-MS
FEVEREIRO DE 2016
Lucas Gonçalves Mora
MODULAÇÃO
DOURADOS-MS
FEVEREIRO DE 2016
Sumário
1. Introdução ............................................................................................................ 4
4. Conclusões ........................................................................................................ 16
4
Todas as soluções que o GLD proporciona para atuação junto ao mercado
consumidor colaboram para uma operação mais segura e econômica, uma vez que
reduzem a demanda máxima e reduzem as taxas de retomada de carga durante o
dia.
O presente trabalho busca analisar um sistema sob duas diferentes condições
de modulação a fim de compará-las com o original a fim de se determinar a economia
gerada na fatura por tal prática. As três diferentes distribuições de carga a serem
analisadas e comparadas são apresentadas mais adiante neste relatório (Tabelas 2,
3 e 4).
Para se avaliar os efeitos da prática da modulação sobre um sistema, os
indicadores da gestão da energia elétrica: fator de carga e preço médio foram
analisados.
O fator de carga (FC), segundo a resolução a normativa nº 414 de 9 de
setembro de 2010 da ANEEL, é definido como sendo a razão entre a demanda média
e a demanda máxima da unidade consumidora ocorridas no mesmo intervalo de
tempo especificado. Também se pode afirmar que o FC é a razão entre a energia
ativa consumida e a energia máxima que poderia ser utilizada em um dado intervalo
de tempo.
Ele é um índice adimensional que varia de 0 a 1, e quanto mais próximo de 1,
melhor a eficiência energética da instalação. Para isso a diferença entre o consumo
medido (numerador) e a demanda máxima registrada deve ser a menor possível. Este
resultado próximo a 1 indica que as demandas instantâneas ao longo do dia são
próximas da demanda máxima. O FC é um bom indicador de como uma unidade
consumidora utiliza a potência instalada no estabelecimento. Em outras palavras,
permite verificar o quanto a energia está sendo utilizada de forma racional.
Já o preço médio dita o quanto se está pagando por quilowatt consumido, é
uma razão entre fatura e consumo, de forma que é possível estabelecer qual
modalidade é a mais viável economicamente. Diferente do fator de carga que indica
a forma com que se está utilizando a energia, o preço médio mostra o quanto se está
pagando por unidade daquilo que se consome.
A importância destes indicadores deve-se o fato de que o uso racional de
energia tornou-se uma importante ferramenta utilizada pelas empresas na busca do
aumento de eficiência e produtividade. Reduções concretas de até 20% no consumo
de energia podem ser obtidas pelas empresas que adotam uma prática diária, com
5
eliminação de desperdícios, sem que haja qualquer prejuízo na qualidade dos
produtos ou de serviços por elas oferecidos ao mercado.
2. Materiais e métodos
Tabela 1. Tarifas de demanda e consumo para consumidores categoria A4 (Fonte: Energisa, 2016).
FORA DE
Demanda (R$/kW) 13,72
PONTA
PONTA 39,64
ÚNICA 294,45
FORA DE
Consumo (R$/MWh) 283,8 283,8
PONTA
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demanda, foram empregados na obtenção do fator de carga médio, na ponta e fora
de ponta (5).
As curvas de carga para cada caso foram plotadas com o uso do Excel™, para
se demonstrar os efeitos da modulação.
𝐶 = 𝐻𝐹𝑃 𝑜𝑢 𝐻𝑃 × 𝑃 (2)
𝐹𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = (𝐷 × 𝑇𝐷 ) + (𝐶 × 𝑇𝐶 )
𝐹𝑣𝑒𝑟𝑑𝑒 = (𝐷 × 𝑇𝐷 ) + (𝐶𝑃 × 𝑇𝑃 + 𝐶𝐹𝑃 × 𝑇𝐹𝑃 ) (3)
𝐹𝑎𝑧𝑢𝑙 = (𝐷𝑃 × 𝑇𝑃 + 𝐷𝐹𝑃 × 𝑇𝐹𝑃 ) + (𝐶𝑃 × 𝑇𝑃 + 𝐶𝐹𝑃 × 𝑇𝐹𝑃 )
𝐹
𝑃𝑀 = (4)
𝐶
𝐶
𝐹𝐶 = (5)
𝐷 ∗ 𝑛° 𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
Onde:
𝐻, número de horas de funcionamento do equipamento fora de ponta ou na ponta por
mês;
ℎ, horas de funcionamento do equipamento fora de ponta ou na ponta por dia;
𝐶, consumo total, fora de ponta ou na ponta (kWh);
𝑃, potência (kW);
𝐹, fatura (R$);
𝐷, demanda máxima, fora de ponta ou na ponta (kW);
𝑇, tarifa da demanda total, fora de ponta ou na ponta (R$/kW);
𝑃𝑀, preço médio (R$/kW);
𝐹𝐶, fator de carga.
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3. Resultados e discussões
Tabela 2. Curva de demanda e cálculo de consumo – Caso original (Fonte: Próprio Autor)
Potência Horário de funcionamento Potência Horas / mês Consumo mensal - kWh
USOS FINAIS
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
kW kW HFP HP HFP HP
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
0
0
0
Como pode ser observado na Tabela 2, para o primeiro caso temos uma
situação em que há uma grande concentração de demanda no horário de ponta, onde
a energia elétrica possui maiores custos para as modalidades tarifárias existentes na
atualidade (horossazonal azul e verde). Ainda nesta figura, são apresentados os
valores relativos ao consumo, calculados a partir da demanda e do número de horas.
A Tabela 3 apresenta os valores referentes às demandas e consumos na ponta
e fora de ponta. Para todos os casos, foi considerada uma demanda contratada
similar a demanda máxima atingida na curva. Na Tabela 4, são encontrados os
8
valores referentes ao faturamento bem como alguns importantes indicadores como
preço médio e fator de carga para diferentes.
TOTAL 154.000
kW kW HFP HP HFP HP
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
7 Torno 03 20 20 88 0 1.760 -
40
40
40
40
40
40
40
40
40
40
40
40
40
40
0
0
0
0
9
As Tabelas 6 e 7 trazem os valores referentes ao faturamento e os indicadores
de gestão de energia elétrica após a primeira modulação, onde pode ser notada uma
grande redução nos custos nas modalidades horossazonais, uma vez que apenas
estas fazem diferenciação entre horário de ponta e fora de ponta.
TOTAL 154.000
kW kW HFP HP HFP HP
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
150
0
0
0
0
0
0
TOTAL 154.000
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Figura 2. Curva de demanda – Modulação 01 (Fonte: Próprio Autor)
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Figura 4. Faturamento (Fonte: Próprio Autor)
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Figura 6. Fator de carga (Fonte: Próprio Autor)
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período, fato este que é representado pela área do horário de ponta menor na Figura
2, quando comparada com a da Figura 1. Desta forma, os custos de faturamento e
preço médio para as modalidades horossazonais azul e verde são reduzidas
significativamente (Figuras 4 e 5), e assim tornam-se mais atrativas quando
comparadas com a modalidade convencional. Para este caso, a tarifa azul, por
oferecer diferentes tarifas para horários de ponta e fora de ponta, destaca-se como a
que apresenta os menores custos. Isto se deve ao fato de que após esta primeira
modulação, as cargas foram bem distribuídas nos três horários considerados horários
de ponta, resultando em uma baixíssima demanda máxima para o período. Nota-se
ainda que, para a modalidade convencional, os custos permanecem inalterados, o
que é explicado pelo fato de que esta modalidade não diferencia custos nos horários
de ponta.
Ainda analisando a distribuição de demanda resultante da primeira modulação,
nota-se que o fator de carga geral permanece constante (Figura 6). Resultado
totalmente esperado uma vez que o consumo total e demanda máxima geral da curva
foram mantidos inalterados. No entanto, nota-se que ao analisarmos separadamente
por horários na ponta e fora de ponta, estes valores foram aumentados, o que
confirma uma distribuição mais uniforme após a redução da demanda máxima no
horário de ponta.
Através de uma análise comparativa dos custos através das Figuras 4 e 5,
nota-se que a segunda modulação realizada resultou em uma diminuição nos custos
para a modalidade tarifária verde e no aumento destes para a modalidade azul. Este
comportamento pode ser compreendido através da comparação entre as curvas das
Figuras 2 e 3. Como previamente mencionado, a segunda modulação sugerida neste
estudo teve por objetivo a redução do consumo de energia elétrica no horário de
ponta. Este fato pode ser confirmado através da Figura 3, que apresenta apenas uma
pequena área em amarelo. No entanto, nota-se que durante a distribuição, alguns
equipamentos foram configurados para operarem no mesmo horário, às 17 horas, o
que resultou em uma demanda máxima na ponta superior àquela obtida na primeira
modulação. Desta forma, como a modalidade tarifária verde não diferencia a
demanda máxima na ponta (como faz a modalidade azul) e tem seu custo baseado
principalmente no consumo na ponta, os custos desta foram reduzidos, enquanto a
modalidade azul teve seu valor aumentado em relação a primeira modulação por
conta da maior demanda máxima na ponta.
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Através da Figura 6, é possível observar que após a segunda modulação
sugerida, embora o fator de carga geral ainda permaneça constante e o referente ao
horário fora de ponta tenha voltado a crescer, o fator de carga na ponta teve seu valor
reduzido significativamente. O motivo pelo qual este fato tenha ocorrido é o mesmo
citado anteriormente. Ou seja, pelo fato de que as poucas cargas existentes no
horário de ponta terem sido concentradas num mesmo horário, deixando assim a
demanda máxima na ponta mais alta, porém com um baixo consumo no período das
três horas consideradas como horário de ponta.
4. Conclusões
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Referências bibliográficas
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