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Teste de Língua Portuguesa – 7.

º ano

Nome: _________________________________________ n.º: ___ turma:___ data: ___/ ___/ ___


Classif.: _________________________________________ Assin. prof.: ____________________

Grupo I

Lê o texto atentamente.

Texto
O gato grande, preto e gordo estava a apanhar sol na varanda, ronronando e
meditando acerca de como se estava bem ali, recebendo os cálidos raios pela barriga acima, com as
quatro patas muito encolhidas e o rabo estendido.
No preciso momento em que rodava preguiçosamente o corpo para que o sol lhe aquecesse
o lombo, ouviu o zumbido provocado por um objecto voador que não foi capaz de identificar e que se
aproximava a grande velocidade. Atento deu um salto, pôs-se de pé nas quatro patas e mal conseguiu
atirar-se para um lado para se esquivar à gaivota que caiu na varanda.
Era uma ave muito suja. Tinha todo o corpo impregnado de uma substância escura e
malcheirosa.
Zorbas aproximou-se e a gaivota tentou pôr-se de pé arrastando as asas.
- Não foi uma aterragem muito elegante – miou.
- Desculpa. Não pude evitar – reconheceu a gaivota.
- Olha lá, tens um aspecto desgraçado. Que é isso que tens no corpo? E que mal que cheiras!
– miou Zorbas.
- Fui apanhada por uma maré negra. A peste negra. A maldição dos mares. Vou morrer –
grasnou a gaivota num queixume.
- Morrer? Não digas isso. Estás cansada e suja. Só isso. Por que é que não voas até ao jardim
zoológico? Não é longe daqui e lá há veterinários que te poderão ajudar – miou Zorbas.
- Não posso. Foi o meu voo final – grasnou a gaivota numa voz quase inaudível, e fechou os
olhos. (...)
Vencendo a repugnância, o gato lambeu-lhe a cabeça. Aquela substância que a cobria, além
do mais sabia horrivelmente. Ao passar-lhe a língua pelo pescoço notou que a respiração da ave se
tornava cada vez mais fraca. (...)
- Prometo-te o que quiseres. Mas agora descansa – miou ele compassivo.
- Não tenho tempo para descansar. Promete-me que não comes o ovo – grasnou ela, abrindo
os olhos.
- Prometo que não te como o ovo – repetiu Zorbas.
- Promete-me que cuidas dele até que nasça a gaivotinha.
- Prometo que cuido do ovo até que nasça a gaivotinha.
- E promete-me que a ensinas a voar – grasnou ela fitando o gato nos olhos.
Então Zorbas achou que aquela infeliz gaivota não só estava a delirar, como estava
completamente louca.
- Prometo ensiná-la a voar. E agora descansa, que vou em busca de auxílio – miou Zorbas
trepando de um salto para o telhado.
Kengah olhou para o céu, agradeceu a todos os bons ventos que a haviam acompanhado e,
justamente ao exalar o último suspiro, um ovito branco com pintinhas azuis rolou junto do seu corpo
impregnado de petróleo.

Luís Sepúlveda, História de Uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar


A. Interpretação do texto

Responde às questões apresentadas com frases claras e completas. Sempre que seja
oportuno, completa as tuas respostas com passagens textuais.

1. Diz por que podemos considerar o texto uma narrativa.

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2. Classifica o narrador. Transcreve palavras do texto que comprovem a tua resposta.

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3. Caracteriza física e psicologicamente o gato.

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3.1. Diz o que fazia ele quando a gaivota apareceu.

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3.2. Refere os sentimentos que a gaivota despertou em Zorbas.

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4. Explica por que motivo a gaivota “tinha o corpo impregnado de uma substância escura e
malcheirosa”.

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5. Identifica a principal preocupação de Kengah.

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6. Dá um título ao texto.

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B. Conhecimento explícito da língua

1. Indica a classe das palavras seguintes.

Palavra Classe Palavra Classe

com ronronando

raios preguiçosamente

cálidos aquela

lhe o

1. 1. Imagina que ao escreveres, num texto, as palavras “raios”, “cálidos”, “ronronando” e “aquela”
te vias obrigado (a) a separá-las e a passar parte para a linha de baixo.

1.1.1. Mostra, então, como farias a translineação de cada uma.

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2. Transcreve do texto três frases de diferentes tipos, identificando-as.

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3. Classifica as palavras quanto à relação de forma que se estabelece entre elas.

1 Preciso e preciso são palavras…


2 Assento e acento são palavras…
3 Perfeito e prefeito são palavras…
4 Molho (ô) e molho (ó) são palavras…

Grupo II

Num texto de aproximadamente 100 palavras, apresenta um final diferente para a história do
Grupo I.

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