O poema descreve o amor de forma metafórica, comparando-o a um ser vivo que age de forma imprevisível, ora causando alegria, ora tristeza. O amor é capaz de virar o mundo de cabeça para baixo e provocar sentimentos como alegria, desejo, dor e desapontamento.
O poema descreve o amor de forma metafórica, comparando-o a um ser vivo que age de forma imprevisível, ora causando alegria, ora tristeza. O amor é capaz de virar o mundo de cabeça para baixo e provocar sentimentos como alegria, desejo, dor e desapontamento.
O poema descreve o amor de forma metafórica, comparando-o a um ser vivo que age de forma imprevisível, ora causando alegria, ora tristeza. O amor é capaz de virar o mundo de cabeça para baixo e provocar sentimentos como alegria, desejo, dor e desapontamento.
05/01/2018 O AMOR BATE NA AORTA - Carlos Drummond de Andrade (Impressão)
O Amor Bate Na Aorta
Carlos Drummond de Andrade
Cantiga de amor sem eira e quando os dentes não mordem
nem beira, e quando os braços não prendem vira o mundo de cabeça o amor faz uma cócega para baixo, o amor desenha uma curva suspende a saia das mulheres, propõe uma geometria. tira os óculos dos homens, o amor, seja como for, Amor é bicho instruído. é o amor. Olha: o amor pulou o muro Meu bem, não chores, o amor subiu na árvore hoje tem filme de Carlito. em tempo de se estrepar. Pronto, o amor se estrepou. O amor bate na porta Daqui estou vendo o sangue o amor bate na aorta, que corre do corpo andrógino. fui abrir e me constipei. Essa ferida, meu bem, Cardíaco e melancólico, às vezes não sara nunca o amor ronca na horta às vezes sara amanhã. entre pés de laranjeira entre uvas meio verdes Daqui estou vendo o amor e desejos já maduros. irritado, desapontado, mas também vejo outras coisas: Entre uvas meio verdes, vejo beijos que se beijam meu amor, não te atormentes. ouço mãos que se conversam Certos ácidos adoçam e que viajam sem mapa. a boca murcha dos velhos Vejo muitas outras coisas que não ouso compreender... Composição: Carlos Drummond de Andrade