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PRADO JUNIOR, Bento.

Presença e campo transcendental: consciência e


negatividade na filosofia de Bergson. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1988.

APRESENTAÇÃO
a) Bento Prado busca as relações entre a filosofia de Bergson e uma fenomenologia, isto
é, busca a constituição da consciência na obra de Bergson. Isto significa, em primeiro
lugar, que é preciso dar conta de uma dificuldade inicial: se é verdade que subjetividade
e negatividade sempre estão juntas me que sem o negativo não há sujeito possível, como
entender a recusa radical da negatividade em Bergson? (p. 14)
b) Através do exemplo da experiência da graça (magistralmente interpretada pelo autor no
segundo capítulo), Bento Padro nos mostra como a estrutura não-intencional da
consciência é captada por Bergson, abrindo caminho para a análise (no terceiro capítulo)
da gênese da consciência no campo transcendental das imagens, de sorte que a
consciência, por ser constituída, não se oferece como constituinte. Essa constituição
revela a consciência como presença interna que coincide consigo mesma sem precisar
visar a si mesma. Nascida numa campo anterior à cisão sujeito-objeto, a consciência
não carece de cisão para nascer, nem nasce para resolvê-la. Assim, enquanto o capítulo
II nos oferece a experiência da consciência depois da crítica da estética e da analítica
transcendentais, o capítulo III examina a experiência da constituição não-intencional da
consciência no interior do campo transcendental das imagens como “espetáculo sem
espectador” (p. 15).
c) Assim, os capítulos I e IV são propriamente ontológicos – o primeiro com crítica das
ontologias onde o Ser é posto a partir do fundo de Nada, a Presença como sombra da
Ausência; o quarto como síntese ontológica oferecida por L’évolution créatrice como
genealogia da identidade, movimento de expansão, dispersão e reunificação da vida
como duração criadora [...] o terceiro passando do campo da ação ou da inteligência
prática ao campo transcendental das imagens,

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