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Foca No Resumo Constitucional PDF
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Pedro Lenza + Marcelo Novelino + Gilmar Mendes + Revisaço DPU + Questões de Concursos
CONSTITUCIONALISMO
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
- A maioria dos autores classifica a evolução histórica do constitucionalismo de acordo com as “eras”
da história europeia: idade antiga, idade média, idade moderna e idade contemporânea.
- Já Canotilho estabelece apenas dois grandes movimentos constitucionais: o constitucionalismo
antigo e o moderno, caracterizando-se este como o movimento político, social e cultural que,
sobretudo a partir de meados do século XVIII, questiona nos planos político, filosófico e jurídico os
esquemas tradicionais de domínio político, sugerindo, ao mesmo tempo, a invenção de uma forma
de ordenação e fundamentação do poder político.
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- Revisaço DPU: também é dessa época o constitucionalismo whig ou termidoriano, que caracteriza
a evolução lenta e gradual do movimento constitucionalista, e que se materializou com a ascensão
de Guilherme de Oranges e do partido whig no Reino Unido, no final do século XVII, também
marcado pela edição da Bill of Rights (1689).
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condicionante das ações por ele constituídas. A Constituição assume seu ponto mais alto por
origem – por ser fruto do poder constituinte originário.
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- Totalitarismo constitucional (Uadi Lâmegos Bulo) os textos sedimentam um importante
CONTEÚDO SOCIAL, estabelecendo normas programáticas e destacando-se o sentido de
CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE defendido por Canotilho.
- Constitucionalismo da verdade (André Ramos Tavares) destaca duas categorias de normas
programáticas:
a) Normas que jamais passam de normas programáticas e são praticamente inalcançáveis
pela maioria dos Estados (devem ser erradicadas dos corpos constitucionais);
b) Normas que não são implementadas por simples falta de motivação política dos
administradores e governantes (devem ser cobradas do poder público).
- O dirigismo estatal tende a evoluir para um DIRIGISMO COMUNITÁRIO numa fase de
constitucionalismo globalizado, que busca difundir a perspectiva de proteção aos direitos humanos e
de propagação para todas as nações, e a proteção aos direitos de fraternidade ou solidariedade
(direitos de terceira geração).
- Constitucionalismo do futuro caracteriza-se pela consolidação dos DIREITOS HUMANOS DE
TERCEIRA GERAÇÃO. Valores: fraternidade, solidariedade, verdade, consenso, continuidade,
participação, integração e universalização.
NEOCONSTITUCIONALISMO
- A partir do início do século XXI, nasce uma nova perspectiva em relação ao constitucionalismo: o
constitucionalismo não se resume à limitação do poder político, deve-se buscar a EFICÁCIA DA
CONSTITUIÇÃO.
- A Constituição é o CENTRO DO SISTEMA, marcada por uma intensa CARGA VALORATIVA.
- A norma constitucional adquire o caráter de NORMA JURÍDICA DOTADA DE IMPERATIVIDADE,
SUPERIORIDADE E CENTRALIDADE, ou seja, tudo deve ser interpretado a partir da Constituição.
- Como a Constituição é superior na ordem jurídica, dá-se ênfase às CONSTITUIÇÕES RÍGIDAS.
- Concretização das prestações materiais prometidas pela sociedade. A Constituição é FERRAMENTA
PARA IMPLEMENTAR UM ESTADO DEMOCRÁTICO SOCIAL DE DIREITO.
- O caráter ideológico repousa na tutela de DIREITOS FUNDAMENTAIS (≠ do constitucionalismo
moderno, que tinha como caráter ideológico a limitação do poder).
- CESPE: na perspectiva moderna, o conceito de constitucionalismo abrange, em sua essência, a
limitação do poder político e a proteção dos direitos fundamentais.
- Onipresença de PRINCÍPIOS E REGRAS.
- Densificação da FORÇA NORMATIVA (Konrad Hesse).
- Desenvolvimento da JUSTIÇA DISTRIBUTIVA.
- MODELO NORMATIVO AXIOLÓGICO.
- Expansão da JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL e o desenvolvimento de uma NOVA DOGMÁTICA DE
INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL (novas diretrizes hermenêuticas).
- REAPROXIMAÇÃO ENTRE O DIREITO E A ÉTICA, A MORAL E A JUSTIÇA (“materialização da
Constituição”). Faz-se uma LEITURA MORAL DA CONSTITUIÇÃO (Dworkin).
- No Estado Constitucional de Direito, a lei e os poderes públicos devem não só observar a forma
prescrita na Constituição, mas, acima de tudo, estar em consonância com o seu espírito, o seu
caráter axiológico e os seus valores destacados.
- De acordo com Barroso, são marcos fundamentais do neoconstitucionalismo:
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a) Marco histórico formação do ESTADO CONSTITUCIONAL DE DIREITO, cuja consolidação
se deu ao longo das décadas finais do século XX;
b) Marco filosófico PÓS-POSITIVISMO, com a centralização dos direitos fundamentais e a
reaproximação entre direito e ética;
c) Marco teórico processo de constitucionalização do direito, que inclui a expansão da
JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL e o desenvolvimento de uma NOVA DOGMÁTICA DA
INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL; ideia de FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO
(Konrad Hesse).
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aspectos econômicos, sociológicos, jurídicos e filosóficos, a fim de abranger o seu conceito em uma
perspectiva unitária.
- QUANTO A ORIGEM:
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legitimidade para atuar em Assembleia popular por plebiscito ou nas mãos de mais de um
nome dele. São também Constituinte, eleita referendo. Também titular. Ex.: Carta Magna
denominadas de Cartas. pelo povo, para, em chamada de Bonapartista, Inglesa de 1215, que os
No Brasil: 1824 (Império), nome dele, atuar. No Plebiscitária ou barões ingleses
1937 (Vargas), 1967 Brasil: 1891 Referendária. obrigaram João Sem
(Militar). (República), 1934, 1946 Terra a jurar.
e 1988.
- QUANTO À FORMA:
- CESPE: a distinção entre o que é constitucional só na esfera formal e aquilo que o é em sentido
substancial só se produz nas constituições escritas.
- QUANTO À EXTENSÃO:
- CESPE (assertiva errada): por expressar apenas as regras básicas de organização do Estado e os
preceitos referentes aos direitos fundamentais, a CF é considerada como uma constituição analítica.
Está errado: a questão conceituou a sintética e classificou como analítica (CF/88).
- CESPE: a CF regulamenta diversas matérias que não dizem respeito a princípios e normas gerais
de regência, razão por que é classificada como analítica.
- CESPE (assertiva errada): a CF vigente, que contém, exclusivamente, as regras básicas de
organização do Estado brasileiro, é classificada, quanto à extensão, em prolixa.
- CESPE (assertiva errada): em relação ao conteúdo, a CF deve ser classificada como analítica. Está
errado porque analítica é quanto à extensão, não ao conteúdo.
- QUANTO AO CONTEÚDO:
MATERIAL FORMAL
O texto contém apenas as matérias constitucionais, Constituição que elege como critério o processo de
que são os Direitos Fundamentais, a Estrutura do sua formação, e não o conteúdo de suas normas. Ex.:
Estado e a Organização dos Poderes (DEO). CF/88.
- CESPE: a CF/88 é dogmática porque é escrita, foi elaborada por um órgão constituinte e
sistematiza dogmas ou ideias da teoria política de seu momento histórico.
- CESPE: as Constituições históricas, apesar de serem juridicamente flexíveis, são, normalmente,
politicamente rígidas. Explicação: de acordo com José Afonso da Silva, as constituições históricas são
juridicamente flexíveis, pois podem ser modificadas pelo legislador ordinário, mas, normalmente, são
política e socialmente rígidas. Raramente são modificadas.
- QUANTO À ALTERABILIDADE/ESTABILIDADE/CONSISTÊNCIA:
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constitucional pode ser alterado, sem as formalidades referidas, pelas legislaturas ordinárias, nessa
hipótese, a Constituição Y será uma constituição flexível. Está errado, será semirrígida.
- CESPE (assertiva errada): as chamadas Constituições flexíveis são aquelas que exigem requisito
especial de reforma, ou seja, não podem ser emendadas pelo mesmo processo que se emprega para
fazer ou revogar a lei ordinária.
- CESPE: a CF pode ser classificada, quanto à mutabilidade, como rígida, uma vez que não pode ser
alterada com a mesma simplicidade com a qual se modifica uma lei. Atenção: o CESPE muitas vezes
coloca a CF/88 como semirrígida. É rígida!
- CESPE (assertiva errada): a CF é do tipo semirrígida, pois prevê determinados tipos de normas que
não podem ser alteradas, as chamadas cláusulas pétreas.
- CESPE: a CF/88 é considerada pela maior parte da doutrina constitucionalista como uma
constituição rígida. Há, no entanto, visão que - atentando para o fato de a CF ter um núcleo imutável,
que não se submete a modificações nem mesmo por emenda - a classifica como super-rígida.
- TODA CONSTITUIÇÃO RÍGIDA É ESCRITA, POIS NÃO HÁ RIGIDEZ EM UMA CONSTITUIÇÃO
COSTUMEIRA.
- NEM TODA CONSTITUIÇÃO ESCRITA É RÍGIDA, pois a Constituição formada por um texto pode ser
imutável, fixa, rígida, flexível ou semiflexível.
- TODA CONSTITUIÇÃO COSTUMEIRA É FLEXÍVEL.
- CESPE: a supremacia formal ou jurídica somente existe nas constituições rígidas.
- CESPE: a constituição flexível não adota o princípio da supremacia da constituição.
- CESPE: em um país que possua uma constituição flexível, caso seja editada uma lei com conteúdo
contrário ao texto constitucional, essa lei será válida e acarretará alteração da Constituição.
- CESPE: a constituição denominada fixa ou silenciosa no que se refere à estabilidade somente pode
ser modificada pelo mesmo poder que a criou.
ORTODOXAS ECLÉTICAS
Uma só ideologia. Ex.: Constituição soviética de 1977. Ideologias conciliatórias. Ex.: CF/88.
- CESPE (assertiva errada): diferentemente das constituições sintéticas, as quais se limitam às regras
básicas constitucionais, as constituições semânticas extrapolam o essencial para constitucionalizar
variadas matérias adicionais e estabelecer, de forma dirigente, objetivos a serem atingidos pelo
legislador ordinário. Está errado (são as analíticas ou prolixas).
- CESPE (assertiva errada): na denominada constituição semântica, a atividade do intérprete limita-se
à averiguação de seu sentido gramatical-literal.
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- CESPE: segundo a doutrina, quanto ao critério ontológico, que busca identificar a correspondência
entre a realidade política do Estado e o texto constitucional, é possível classificar as constituições em
normativas, nominalistas e semânticas.
- CESPE: segundo a classificação ontológica de Karl Loewenstein, as constituições podem ser divididas
em normativas, nominais ou semânticas, conforme o grau de correspondência entre a pretensão
normativa dos seus preceitos e a realidade do processo de poder.
PRINCIPIOLÓGICAS PRECEITUAIS
Predominam os princípios. Ex.: CF/88. Predominam as regras.
HETEROCONSTITUIÇÕES AUTOCONSTITUIÇÕES
Decretadas de fora do Estado por outro Estado ou por Elaboradas dentro do próprio Estado que irão reger.
Organizações Internacionais. Ex.: Constituição do
Chipre (acordos entre a Grã-Bretanha, a Grécia e a
Turquia).
- CESPE: a CF, quanto à origem, é promulgada, quanto à extensão, é analítica e quanto ao modo de
elaboração, é dogmática.
- CF/88 = PROMULGADA, FORMAL, ESCRITA, RÍGIDA, ANALÍTICA, DOGMÁTICA, ECLÉTICA,
REDUZIDA, NORMATIVA, PRINCIPIOLÓGICA, DEFINITIVA, GARANTIA, DIRIGENTE SOCIAL e
EXPANSIVA.
- Dica do QC: nossa CF é PRADEF (Promulgada, Rígida, Analítica, Formal, Escrita, Dogmática).
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- CESPE: a CF sofreu, ao longo de sua existência, enorme quantidade de emendas; apesar disso, ela é
classificada pela doutrina como rígida, escrita, democrática, dogmática, eclética, formal, analítica,
dirigente, normativa, codificada, social e expansiva.
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positivo (condicionam o conteúdo das normas inferiores, ainda que de modo não exaustivo) e um
aspecto negativo (geram a invalidade dos atos que as contrariam).
- Para que seja legítima, “a mutação precisa ter lastro democrático, isto é, deve corresponder a uma
demanda social efetiva por parte da coletividade, estando respaldada, portanto, pela soberania
popular” (Barroso).
- CESPE: tratando-se de mutação constitucional, o texto da constituição permanece inalterado, e
alteram-se apenas o significado e o sentido interpretativo de determinada norma constitucional.
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- Barroso identifica como mecanismos de mutação a interpretação (judicial e administrativa), a
atuação do legislador (que, por ato normativo primário, procura alterar o sentido já dado a alguma
norma constitucional) e os costumes constitucionais. Quanto a estes, dá o exemplo da possibilidade
de o Chefe do Executivo negar a aplicação de lei que de modo fundamentado considere
inconstitucional.
- Vamos supor que o §3º do art. 226 da Constituição – que reconhece a união estável entre homem e
mulher como entidade familiar – viesse a ser interpretado no sentido de considerar vedada a união
estável entre pessoas do mesmo sexo. Se a lei ordinária vier a disciplinar esta última possibilidade,
chancelando as uniões homoafetivas, terá modificado o sentido que vinha sendo dado à norma
constitucional.
- A mutação e a nova interpretação não podem afrontar os princípios estruturantes da CF.
REGRAS E PRINCÍPIOS
- As normas (gênero) do sistema jurídico podem revelar-se sob a forma de princípios, de regras e de
postulados.
PRINCÍPIOS
NORMAS CONSTITUCIONAIS REGRAS
POSTULADOS
- Canotilho refere-se à Constituição de Portugal como “um sistema normativo aberto de regras e
princípios”.
- NORMAS E PRINCÍPIOS NÃO GUARDAM HIERARQUIA ENTRE SI, ESPECIALMENTE DIANTE DA
UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO.
- Os princípios são fundamentos das regras, são normas que estão na base ou constituem a ratio de
regras jurídicas, desempenhando, por isso, uma função normogenética fundamentante (Canotilho).
REGRAS PRINCÍPIOS
Grau de abstração reduzido. Grau de abstração elevado.
São suscetíveis de aplicação direta. Carecem de mediações concretizadoras.
Podem ser normas vinculativas com um conteúdo São standards juridicamente vinculantes radicados nas
meramente funcional. exigências de justiça ou na ideia de direito.
Relatos descritivos de condutas a partir dos A previsão dos relatos dá-se de maneira mais abstrata,
quais, mediante subsunção, chega-se à sem se determinar a conduta correta, já que cada caso
conclusão. concreto deverá ser analisado para que o intérprete dê o
exato peso entre os princípios em choque.
São mandamentos ou mandados de definição: São mandados de otimização (Alexy): devem ser
são sempre ou satisfeitas ou não satisfeitas (tudo realizados na maior medida do possível. Podem ser
ou nada). satisfeitos em graus variados, a depender das
possibilidades jurídicas.
Uma das regras em conflito ou será afastada pelo A colisão resolve-se pela ponderação ou balanceamento
princípio da especialidade, ou será declarada de princípios.
inválida.
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- Revisaço DPU: a colisão ocorrida em âmbito constitucional não pode ser considerada na mesma
perspectiva do conflito entre leis ordinárias, ou seja, como um “conflito aparente de normas” para
cuja solução seriam utilizados os critérios cronológico, hierárquico ou da especialidade, na forma do
“tudo ou nada”. Essa solução é inaplicável aos princípios, que não se sujeitam a esses critérios
apontados pela doutrina, tampouco podem ser afastados um em razão do outro. Assim, em toda
colisão de princípios deve ser respeitado o NÚCLEO INTANGÍVEL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
concorrentes, mas sempre se deve chegar a uma posição em que um prepondere sobre outro (mas,
sem eliminá-lo). A colisão deve ser resolvida por CONCORDÂNCIA PRÁTICA (Konrad Hesse), com
aplicação do princípio da PROPORCIONALIDADE (tradição alemã) ou pela DIMENSÃO DE PESO E
IMPORTÂNCIA (Dworkin), com aplicação do princípio da RAZOABILIDADE (tradição norte-
americana).
DERROTABILIDADE (DEFEASIBILITY)
- Humberto Ávila justifica, por vários argumentos, a obediência às regras (eliminação da controvérsia,
da incerteza; redução da arbitrariedade que pode surgir com a aplicação direta de valores morais;
evita problemas de coordenação, deliberação e conhecimento). “As regras devem ser obedecidas
porque sua obediência é moralmente boa e porque produz segurança, paz e igualdade”.
- Apesar dessa constatação, muitos autores começam a reconhecer a derrotabilidade das regras,
superando o modelo de “tudo ou nada” de Dworkin. A possibilidade de superação das regras
(afastamento de sua aplicação em determinado caso) costuma ser admitida em certas situações
excepcionais.
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- A ideia de derrotabilidade é atribuída a HART. Atenção: esse termo ainda não foi utilizado pelo STF.
- O TRF1 entendeu derrotada a norma segundo a qual se há remoção de servidor estudante no
interesse da administração, deve haver transferência da escola particular para outra particular e de
pública para pública (mesma natureza). No caso concreto, não havia na localidade instituição da
mesma natureza.
- Ana Paula Barcellos distingue duas situações envolvendo regras nas quais uma delas poderia ser
afastada com o emprego da ponderação. A primeira seria aquela em que a incidência da regra no
caso produz uma injustiça tão grave que parece intolerável. A segunda, mais incomum, seria a
hipótese de colisão de regras insuperável pelas técnicas tradicionais da hermenêutica jurídica.
Nesse caso, restaria ao intérprete optar por uma das regras.
LACUNAS
- Lacuna é a situação constitucionalmente relevante não prevista. Pode ocorrer nas seguintes
hipóteses:
1) Situação não regulada pela Constituição, quando seria de esperar que ela o fizesse pode ser
que o constituinte tenha deixado de disciplinar uma matéria justamente para que o legislador o faça
(liberdade de conformação do legislador, assunto extraconstitucional).
- Em outros casos há o SILÊNCIO ELOQUENTE: o constituinte não quis atribuir ao caso a mesma
consequência que ligou às hipóteses similares. Nesse caso, terá sido o resultado do objetivo
consciente de excluir o tema da disciplina estatuída.
- Pode ocorrer também um lapso do constituinte (LACUNA DE FORMULAÇÃO).
2) O fato se encaixa perfeitamente no que a norma impõe, mas o intérprete sente que os
resultados da incidência da norma são inadequados nesse caso, há uma LACUNA AXIOLÓGICA:
há uma solução formal para o problema, mas o intérprete a tem como insatisfatória porque
percebe que a norma não tomou em conta uma característica do caso á uma que tem perante si, a
qual, se levada em consideração, conduziria a outro desfecho.
LACUNAS
O constituinte O constituinte não tratou da Houve um lapso do O fato se encaixa
deixou de matéria porque não quis atribuir- constituinte, que não perfeitamente no que
disciplinar a lhe a mesma consequência que pretendia excluir a a norma impõe, mas a
matéria para ligou às hipóteses similares que categoria de fatos em incidência desta leva a
permitir que o tratou explicitamente. É o apreciação da incidência uma solução injusta
legislador o faça. SILÊNCIO ELOQUENTE, que obsta a da norma. É a LACUNA DE ou inadequada. É a
extensão da norma existente para FORMULAÇÃO. LACUNA AXIOLÓGICA.
a situação não regulada
explicitamente.
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