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3.
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Aglomerantes
1. Definição e Uso
As pastas são, portanto, misturas de aglomerante com água. São pouco usadas devido
aos efeitos secundários causados pela retração. Podem ser utilizadas nos rejuntamentos de
azulejos e ladrilhos.
As natas são pastas preparadas com excesso de água. As natas de cal são utilizadas em
pintura e as de cimento são usadas sobre argamassas para obtenção de superfícies lisas.
aéreos: são os aglomerantes que endurecem pela ação química do CO2 no ar, como
por exemplo a cal aérea.
hidráulicos: são os aglomerantes que endurecem pela ação exclusiva da água, como
por exemplo a cal hidráulica, o cimento Portland, etc. Este fenômeno recebe o
nome de hidratação.
3. Conceito de Pega
No caso dos cimentos de pega normal, o fim da pega se dá, de cinco a dez horas
depois do lançamento da água ao aglomerante. Nos cimentos de pega rápida, o fim da pega se
verifica poucos minutos após o seu início.
4. Cal
Existem três tipos de cales: cal aérea (cal virgem e cal hidratada) e a cal hidráulica.
Além das rochas calcárias, a cal também é obtida de resíduos de ossos e conchas de
animais.
O produto que se obtém com a calcinação do carbonato de cálcio recebe o nome de cal
virgem, ou cal viva (CaO), que ainda não é o aglomerante usado em construção. O óxido deve
ser hidratado para virar hidróxido de cálcio Ca(OH)2 denominado de cal extinta ou cal
queimada.
Após a hidratação das pedras, o material deverá descansar por 48 horas no mínimo,
antes de ser utilizado na obra.
A cal viva ou cal virgem é distribuída no comércio em forma de pedras, como saem do
forno ou mesmo moídas e ensacadas.
A cal hidratada oferece sobre a cal virgem algumas vantagens, entre elas:
Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas 21
Este tipo de cal é um aglomerante hidráulico, ou seja endurece pela ação da água, e foi
muito utilizado nas construções mais antigas, sendo posteriormente, substituído pelo cimento
Portland.
A cal pode ser utilizada como único aglomerante em argamassas para assentamento de
tijolos ou revestimento de alvenarias ou em misturas para a obtenção de blocos de solo/cal,
blocos sílico/calcário e cimentos alternativos.
Durante muito tempo a cal foi largamente empregada em alvenarias, que vêm
atravessando muitos séculos de vida útil. Atualmente o maior emprego da cal se dá, misturada
ao cimento Portland.
5. Gesso
5.1. Definição
CaSO4 + 2H2O
6. Cimento Portland
6.1. Definição
Os teores médios dos componentes dos cimentos brasileiros são dados na Tabela 2.
Componente Percentual
3CaO.SiO2 (C3S) 42 a 60%
2CaO.SiO2 (C2S) 14 a 35%
3CaO.Al2O3 (C3A) 06 a 13%
4CaO.Al2O3.Fe2O3 (C4AF) 05 a 10%
SO3 1,0 a 2,3%
MgO 0,8 a 6,0%
K2O – Na2O 0,5 a 1,5%
TiO2 – Mn3O4 - P2O5 Traços
• materiais carbonáticos: são minerais moídos e calcinados. Contribui para tornar a mistura
mais trabalhável, servindo como um lubrificante entre as partículas dos demais
componentes do cimento.
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A classe dos cimentos define a sua resistência mecânica aos 28 dias e, tal como os
tipos de cimento, também é expressa de forma abreviada, ou seja, em código.
No Brasil existem três classes de cimento e a Tabela 3 mostra como elas eram
definidas e codificadas até 1986 e como são agora.
Nem todos os tipos de cimento Portland são oferecidos nas três classes. A oferta de
cimento segundo o tipo e a classe é apresentada na Tabela 4.
1
Argamassa Normal é a mistura de cimento, areia normal e água. Areia Normal é a areia fornecida pelo Instituto
de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo-(IPT) e deve satisfazer a norma NBR 7214.
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Por outro lado, o cimento de alto-forno produz menos calor durante a hidratação. Este
fato, em geral, beneficia as argamassas e os concretos confeccionados com esse tipo de
cimento.
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Por outro lado, como a velocidade da reação do cimento pozolânico com a água é mais
lenta, também é menor o efeito do calor gerado nessa reação, sobre as argamassas e concretos.
Nos dois primeiros casos o cimento deve atender, ainda, a uma das normas NBR 5732,
5733, 5735, 5736 e 11578. Se cimento Portland de alta resistência inicial (NBR 5733),
admite-se a adição de escória granulada de alto-forno ou de materiais pozolânicos, para os
fins específicos da NBR 5737.
O cimento Portland branco é um tipo de cimento que se diferencia dos demais tipos
pela coloração. Trata-se de um cimento composto basicamente de clínquer e gesso, sendo que
no processo de fabricação do seu clínquer é eliminado o ferro contido na argila, já que é esse
mineral o responsável pela coloração cinza dos demais tipos de cimento Portland.
Tipo de Cimento
Influência
CP I e II CP III CP IV CP V-ARI RS Branco
Estrutural
Menor nos Menor nos
Resistência à Padrão primeiros dias primeiros dias Muito maior Padrão Padrão
compressão e maior no e maior no nos primeiros
final da cura final da cura dias
Calor gerado na
reação do cimento Padrão Menor Menor Maior Padrão Padrão
com a água
Impermeabilidade
Padrão Maior Maior Padrão Padrão Padrão
Resistência aos
agentes agressivos Padrão Maior Maior Padrão Maior Padrão
Durabilidade
Padrão Maior Maior Padrão Maior Padrão
Fonte: ABCP
Tudo isso leva a conclusão de que é necessário estudar a dosagem ideal dos
componentes das argamassas e concreto a partir do tipo de cimento escolhido, conforme será
mostrado nos Capítulos 4 e 5.
Argamassa de revestimento e Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno
assentamento de tijolos e blocos (CP III) e Pozolânico (CP IV)
Argamassa de assentamento de azulejos e Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno
ladrilhos (CP III) e Pozolânico (CP IV)
Argamassa de rejuntamento de azulejos e Branco (CBP)
ladrilhos
Concreto simples (sem armadura) Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno
(CP III) e Pozolânico (CP IV)
Concreto magro (para passeios e Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno
enchimentos) (CP III) e Pozolânico (CP IV)
Concreto armado com função estrutural Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno
(CP III), Pozolânico (CP IV), de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI)e Branco
Estrutural (CPB Estrutural)
Concreto protendido com protensão das Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-Z, CP II-F), de Alta Resistência
barras antes do lançamento do concreto Inicial (CP V-ARI)e Branco Estrutural (CPB Estrutural)
Concreto protendido com protensão das Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno
barras após o endurecimento do concreto (CP III), Pozolânico (CP IV), de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI)e Branco
Estrutural (CPB Estrutural)
Concreto armado para desforma rápida, De Alta Resistência Inicial (CP V-ARI), Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP
curado por aspersão de água ou produto II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno (CP III), Pozolânico (CP IV), e Branco
químico Estrutural (CPB Estrutural)
Concreto armado para desforma rápida, Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno
curado a vapor ou com outro tipo de cura (CP III), Pozolânico (CP IV), de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI)e Branco
térmica Estrutural (CPB Estrutural)
Elementos pré-moldados de concreto e Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno
artefatos de cimento curados por aspersão (CP III), Pozolânico (CP IV), de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI)e Branco
de água Estrutural (CPB Estrutural)
Elementos pré-moldados de concreto e De Alta Resistência Inicial (CP V-ARI), Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP
artefatos de cimento para desforma II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno (CP III), Pozolânico (CP IV), e Branco
rápida, curados por aspersão de água Estrutural (CPB Estrutural)
Elementos pré-moldados de concreto e Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno
artefatos de cimento para desforma (CP III), Pozolânico (CP IV), de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI)e Branco
rápida, curados a vapor ou com outro tipo Estrutural (CPB Estrutural)
de cura térmica
Pavimento de concreto simples ou Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno
armado (CP III) e Pozolânico (CP IV)
Pisos industriais de concreto Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno
(CP III), Pozolânico (CP IV) e de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI)
Argamassas e concretos brancos ou Branco (CPB) e Branco Estrutural (CPB Estrutural)
coloridos para efeito estético ou proteção
do calor do sol
Argamassa armada(1) Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alta
Resistência Inicial (CP V-ARI)e Branco Estrutural (CPB Estrutural)
Solo-cimento Comum (CP I, CP I-S), Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-Forno
(CP III) e Pozolânico (CP IV)
Argamassas e concretos para meios De Alto-Forno (CP III), Pozolânico (CP IV) e Resistente a Sulfatos
agressivos (água do mar e esgotos)
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(1) Devido à pouca experiência que se tem no Brasil sobre o uso do CP III e do CP IV na argamassa armada, deve-se
consultar um especialista antes de especificá-los.
• abrigar da umidade - o cimento não deve, antes de ser usado, entrar em contato com
a água ou com a umidade, pois caso isto aconteça, empedrará, Devemos reservar um
local para construção de um barracão coberto, e com estrados de madeira, para isolar
o contato dos sacos com o solo;
• não formar grandes pilhas - a pressão dos sacos superiores sobre os inferiores
diminuem o módulo de finura do cimento. Recomenda-se não fazer pilhas com mais
de 10 sacos.
• não estocar por muito tempo - o cimento deve ser estocado por um período máximo
de um mês, mesmo assim tomando-se as precauções acima.