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02/04/2016 Os “antiacordo” não aceitariam o Édito de Milão – Da Mihi animas

Os “antiacordo”
não aceitariam o
Édito de Milão
Posted on 15/05/2012 by paxvobis

Eder Silva

Diante da possibilidade de um acordo cada vez mais eminente entre Roma e a FSSPX, Dom
Wiliamson  redobra  seus  inconsistentes  ataques  de  oposição,  fomentando  e  preparando  um
cisma que, pelas últimas declarações conhecidas, tornar­se­á uma fatalidade inevitável dentro
da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. 

Acreditamos,  contudo,  que,  dessa  divisão  formalizada,  Deus  fará  um  bem  muito  maior,
recompensando  a  coragem  e  a  submissão  de  Dom  Fellay  e  seus  verdadeiros  amigos  e
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benfeitores.

Um  breve  exame  da  História  da  Igreja  revela,  por  diversos  fatos,  a  ilegitimidade  da
“resistência  sectária”  ao  bom  acordo  oferecido  pelo  Romano  Pontífice.  Para  esta  ocasião,
decidimos  expor  o  proceder  da  Igreja  Católica  em  relação  ao  famoso  Édito  de  Milão  de
Constantino.

Antes  da  promulgação  desse  Édito,  os  cristãos  não  tinham  liberdade  para  tributar  o
verdadeiro culto a Deus, nem tampouco para anunciar as verdades do Evangelho, segundo a
ordem de Nosso Senhor. Durante todo esse período de perseguição, os cristãos sobreviveram
fielmente no interior das catacumbas.

Quase  três  séculos  aprisionada  pelas  autoridades  romanas,  a  verdadeira  religião  obteve  sua
liberdade  somente  em  313,  d.C,  outorgada  pelo  Édito  de  Constantino.  Dessa  liberdade
reconhecida,  a  Igreja  obteve  copiosos  frutos,  dos  quais  a  posterior  conversão  do  império
romano. 

Entretanto,  essa  liberdade  não  foi  oferecida  nos  moldes  tradicionais.  Embora  declarasse
liberdade  religiosa  ao  catolicismo,  o  Édito  colocou  a  Igreja  em  pé  de  igualdade  com  as  falsas
religiões, favorecendo a profissão e divulgação de todos os credos existentes.

“Quando eu, Constantino Augusto, e eu, Licínio Augusto, nos reunimos felizmente em Milão e
nos pusemos a discutir tudo o que importava ao proveito e utilidade públicas, entre as coisas
que nos pareciam de utilidade para todos em muitos aspectos, decidimos sobretudo distribuir
umas  primeiras  disposições  em  que  se  asseguravam  o  respeito  e  o  culto  à  divindade,  isto
é,  para  dar,  tanto  aos  cristãos  quanto  a  todos  em  geral,  livre  escolha  para
seguir a religião que quisessem, com o fim de que tanto a nós quanto aos que vivem sob
nossa autoridade nos possam ser favoráveis a divindade e os poderes celestiais que existam
[…]  de  sorte  que  cada  um  tenha  possibilidade  de  escolher  e  dar  culto  à
divindade que queira” (apud Eusébio de Cesaréia. História Eclesiástica. Livro X, V, 4­8).

Analisando  o  teor  deste  “acordo”  que  garantiu  liberdade  aos  cristãos,  verifica­se  que  se
assemelha  muito  aos  documentos  do  Vaticano  II  sobre  o  ecumenismo  e  sobre  a  liberdade
religiosa. O Édito de Milão não reconheceu a Igreja Católica como a única verdadeira fundada
por  Nosso  Senhor  Jesus  Cristo.  Tratando­se  de  uma  medida  meramente  política,  o
documento apenas autorizou a inserção do catolicismo na lista ecumênica do Império.

Apesar  desse  indiferentismo  condenável,  os  cristãos  saíram  das  catacumbas,  aderindo  com
muita alegria ao Édito de Milão. Nenhum santo da Igreja objetou contra esse acordo, dizendo
que  seria  traição  usufruir  de  uma  liberdade  relativista,  oferecida  por  autoridades
comprometidas com os erros do politeísmo pagão.

Segundo  as  objeções  dos  “antiacordo”,  a  FSSPX  não  deve  aceitar  qualquer  acordo  porque
Roma ainda professaria princípios modernistas e seria traição submeterem­se a autoridades
que não teriam a doutrina tradicional da Igreja.

Pautados  nessas  absurdas  ilações,  os  “antiacordistas”  também  teriam  sido  impelidos  a
recusar a liberdade do Édito de Milão. As objeções seriam idênticas.

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Constantino  deveria  primeiro  fazer  uma  profissão  pública  de  fé,  aceitando  as  verdades  do
catolicismo, para, somente depois, falar­se em “acordo” com o governo de Roma.

Como  o  acordo  de  Milão  era  puramente  prático,  oferecendo  tão  somente  o  status  de
“legalidade” à Igreja Católica, que passaria a gozar dos mesmos direitos concedidos às falsas
religiões, aceitá­lo seria concordar com os erros do paganismo.

Deste modo, os inimigos de “acordos práticos”, seriam pela recusa do “traidor” Édito de Milão.
E, em sinal de protesto aos romanos, teriam permanecido nas catacumbas, desprezando um
acordo que não trazia em si um justo reconhecimento da verdadeira religião. 

Felizmente  não  surgiram  grupos  opositores  ao  acordo  de  Milão.  A  Igreja  abraçou  essa
liberdade sem que se tornasse, por isso, traidora de Cristo.

Assim  também  esperamos  de  Dom  Fellay  e  seus  verdadeiros  amigos  e  benfeitores.  Que  o
Bispo Superior­Geral da FSSPX, juntamente com seus fiéis, aceitem a misericordios
a  liberdade  oferecida  pelo  Papa  Bento  XVI.  Que  a  parte  boa  e  mais  importante  da  FSSPX
aproveite o Édito de Roma, que lhes concederá a liberdade para recusar e criticar o Vaticano
II  e  sua  Nova  Missa.  E,  plenamente  unidos  ao  Papa  reinante,  o  ajudem  a  ancorar  a  Santa
Igreja nas duas colunas das quais ela nunca deveria ter se apartado.

Rezemos!

In Corde Jesu, semper

Eder Silva

Fon te:http://www.montfort.org.br/index.php/secoes/artigos/os­antiacordo­nao­aceitariam­o­edito­de­milao/

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