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SUMÁRIO
Plenário
Acordo de colaboração premiada e delegado de polícia
Embargos de declaração em embargos de declaração e efeitos infringentes - 3
Imunidade formal do Presidente da República e aplicabilidade a codenunciados
1ª Turma
Empresas Públicas e execução de débitos via precatório
Lei de Anistia e prescrição de crimes de lesa-humanidade - 2
Repercussão geral e reclamação: impossibilidade
2ª Turma
“Habeas corpus” e medida cautelar de afastamento de cargo público
Inovações Legislativas
Outras Informações
PLENÁRIO
Após o voto do ministro Marco Aurélio (relator), que julgava improcedente o pedido e
dos votos dos ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Roberto Barroso, Rosa Weber,
Luiz Fux e Dias Toffoli, que o julgavam parcialmente procedente, nos termos de seus votos, o
Tribunal, por unanimidade, ao acolher proposta do relator, deliberou adiar o julgamento para sua
continuação com a presença de todos os integrantes da Corte.
(1) Lei 12.850/2013: “Art. 4º (...) § 2º Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério
Público, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do Ministério
Público, poderão requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse
benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que couber, o art. 28 do Decreto-lei nº 3.689,
de 3 de outubro de 1941. (...) § 6º O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para a
formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a
manifestação do Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e seu
defensor”.
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DIREITO PENAL – APLICAÇÃO DA PENA
Vencido, no ponto, o Ministro Marco Aurélio, que entendeu aplicável o art. 13, IX, “a”, do
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal (2).
Assim, prevaleceu o voto proferido em assentada anterior pelo Ministro Dias Toffoli, no
sentido de que teria havido “bis in idem” quanto à valoração negativa da conduta social e da
personalidade dos embargantes. Os mesmos elementos que majoraram a culpabilidade também
justificaram a negativação de suas condutas sociais e personalidades. Desse modo, deve-se decotar
da pena-base a referida valoração negativa.
Vencidos os Ministros Cámen Lúcia (relatora), Edson Fachin, Roberto Barroso, Rosa Weber
e Luiz Fux, que rejeitavam os embargos de declaração.
(1) CPP: “Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por
um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros”.
(2) RISTF: “Art. 13. São atribuições do Presidente: IX – proferir voto de qualidade nas decisões do Plenário,
para as quais o Regimento Interno não preveja solução diversa, quando o empate na votação decorra de ausência de
Ministro em virtude de: a) impedimento ou suspeição”.
AP 565 ED-ED/RO, rel. min. Cármen Lúcia, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgamento em
14.12.2017. (AP-565)
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Ministros Edson Fachin (relator), Roberto Barroso, Rosa Weber e Cármen Lúcia (Presidente), que
os remetiam à 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba.
A Corte registrou que o regime de imunidades previsto na Constituição Federal, por se
tratar de exceção à norma de responsabilização por atos que afrontem regras dispostas no
ordenamento jurídico positivo, não admite interpretação extensiva, sendo legítima a incidência
apenas nas restritas hipóteses elencadas pelo Poder Constituinte. Assim, assentado o caráter
restritivo das imunidades formais previstas no art. 86, “caput”, e art. 51, I, da Constituição
Federal, a negativa de autorização por parte da Câmara dos Deputados impede o processamento da
denúncia, exclusivamente, em relação ao Presidente da República e aos Ministros de Estado
denunciados, sendo inviável a extensão dos efeitos de tal decisão, de natureza eminentemente
política, aos agravantes que não se encontram investidos nos referidos cargos.
Por outro lado, na linha de entendimento já sedimentado no Supremo Tribunal Federal,
deve-se proceder, como regra, ao desmembramento dos inquéritos e ações penais originárias no
tocante a coinvestigados ou a corréus não detentores de foro por prerrogativa de função,
admitindo-se, apenas excepcionalmente, a atração da competência originária quando se verifique
que a separação seja apta a causar prejuízo relevante, aferível em cada caso concreto.
Em acréscimo, observou-se que, considerada a autonomia do delito de organização
criminosa, eventuais crimes praticados no âmbito desta não ensejam, necessariamente, o
reconhecimento da conexão para processo e julgamento conjuntos. Essa autonomia é extraída da
parte final do preceito secundário do tipo previsto no art. 2º da Lei 12.850/2013 (3), na qual o
legislador ordinário, após estabelecer a sanção abstrata ao delito de organização criminosa,
ressalva as reprimendas correspondentes às infrações penais praticadas pelo grupo organizado.
Na espécie, não se verificou qualquer prejuízo no desmembramento dos autos em relação
aos não detentores de foro por prerrogativa de função no Supremo Tribunal Federal, sendo
incorreto afirmar que tal medida representaria a responsabilização indireta do Presidente da
República e dos Ministros de Estado em relação aos quais a denúncia encontra-se suspensa por
decisão da Câmara dos Deputados. Isso porque vige no ordenamento jurídico-penal pátrio o
princípio da responsabilidade subjetiva, como corolário do Direito Penal do fato, adequado ao
plexo de garantias vigente no Estado Democrático de Direito. Tal sistemática impõe ao órgão
acusatório o ônus da prova acerca dos elementos constitutivos do tipo penal incriminador, nos
termos do art. 156 do CPP (4), a ser exercido no seio do contraditório estabelecido em juízo, em
respeito à clausula do devido processo legal.
Assim, no que tange à acusação do delito de organização criminosa, caberá ao Ministério
Público Federal produzir os elementos de prova capazes de demonstrar, em relação a cada um dos
acusados, a perfeita subsunção das condutas que lhes são atribuídas ao tipo penal que tutela o bem
jurídico supostamente violado, em especial o seu elemento subjetivo, composto pelo dolo de
promover, constituir, financiar ou integrar organização criminosa.
No tocante à remessa dos autos ao juízo de primeira instância, prevaleceu o entendimento
do Ministro Alexandre de Moraes no sentido de não haver que se falar em prevenção relativamente
à 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba, dado que os fatos apurados naquele juízo
não teriam relação direta com a matéria investigada nos inquéritos ora em julgamento.
Na mesma oportunidade, o Plenário rejeitou pedido formulado da tribuna pela defesa de
dois dos agravantes para que se transformasse a prisão provisória que lhes fora imposta em prisão
domiciliar. Segundo a Corte, o processo específico em que se discute a matéria não estaria em
pauta, ausentes elementos mínimos necessários à apreciação do pleito defensivo. Vencido, no
ponto, o ministro Marco Aurélio, que deferia o pedido.
(1) CF/1988: “Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: I - autorizar, por dois terços de seus
membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado”.
(2) CF/1988: “Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou
perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade”.
(3) Lei 12.850/2013: “Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa,
organização criminosa: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às
demais infrações penais praticadas”.
(4) Código de Processo Penal de 1941: “Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém,
facultado ao juiz de ofício: I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas
consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; II – determinar,
no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto
relevante”.
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Inq 4483 AgR-segundo/DF e Inq 4327 AgR-segundo/DF, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em
14 e 19.12.2017. (INQ 4483 e INQ 4327)
PRIMEIRA TURMA
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO – LIQUIDAÇÃO/CUMPRIMENTO/EXECUÇÃO
(1) Constituição Federal: “Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e
Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à
conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais
abertos para este fim. ”.
(2) CF: Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme
definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas
subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo
sobre: (...) II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,
comerciais, trabalhistas e tributários; ”.
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Desse modo, ao reconhecer a impunibilidade, no Brasil, de fatos semelhantes ocorridos no período da
ditadura militar, presente a anistia bilateral, ampla e geral versada na lei 6.683/1979, e a prescrição dos delitos,
apontou a inviabilidade da entrega do extraditando.
(1) Código Penal: “Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no §1º do art. 110 deste
Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: I - em vinte anos, se o máximo da pena é
superior a doze”.
(2) Lei 9.140/1995: “Art. 1º. São reconhecidos como mortas, para todos os efeitos legais, as pessoas que tenham participado, ou tenham
sido acusadas de participação, em atividades políticas, no período de 2 de setembro de 1961 a 5 de outubro de 1988, e que, por este motivo,
tenham sido detidas por agentes públicos, achando-se, deste então, desaparecidas, sem que delas haja notícias”.
Ext 1270/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgamento em
12.12.2017. (Ext-1270)
(1) Lei 8.666/1993: “Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e
comerciais resultantes da execução do contrato. § 1o A inadimplência do contratado, com referência aos encargos
trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem
poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o
Registro de Imóveis. ”
(2) Código de Processo Civil: “Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:
(...)
§ 5º É inadmissível a reclamação:
(...)
II – Proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida
ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as
instâncias ordinárias. ”.
Rcl 28623 AgR/BA, rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 12.12.2017. (Rcl-28623)
SEGUNDA TURMA
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“Habeas corpus” e medida cautelar de afastamento de cargo público
O “habeas corpus” pode ser empregado para impugnar medidas cautelares de natureza criminal
diversas da prisão. Com base nessa orientação, ao concluir o julgamento conjunto de duas impetrações, a
Segunda Turma, por maioria, concedeu a ordem para revogar a suspensão do exercício da função pública
de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Amapá e demais medidas cautelares pessoais
impostas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O Colegiado rejeitou, por maioria, a preliminar de inadequação da via eleita, suscitada sob o
argumento de inexistir ameaça à liberdade de locomoção.
Asseverou que, no caso, discute-se a ideia de proteção judicial efetiva e que a ação de “habeas
corpus” deve ser admitida para atacar medidas criminais que, embora diversas da prisão, afetem
interesses não patrimoniais importantes da pessoa física.
Se, por um lado, essas medidas são menos gravosas do que os encarceramentos cautelares, por
outro, são consideravelmente onerosas ao implicado. Mais do que isso, se descumpridas, podem ser
convertidas em prisão processual.
Enfatizou que, caso fechada a porta do “habeas corpus”, restaria o mandado de segurança. Nos
processos em primeira instância, talvez fosse suficiente para conferir proteção judicial recursal efetiva ao
alvo da medida cautelar. No entanto, naqueles de competência originária de tribunal, confundem-se, na
mesma instância, as competências para decretá-la e para analisar a respectiva ação de impugnação. Isso,
na prática, esvazia a possibilidade de impugná-la em tempo hábil.
No mérito, a Turma considerou que, conquanto o feito seja complexo, as medidas vigem por prazo
excessivo, sem amparo em fatos excepcionais que justifiquem seu alongamento. Apenas na fase de ação
penal, o afastamento dura mais de dois anos.
Vencido o ministro Edson Fachin. No tocante ao conhecimento, compreendeu que as imposições
cautelares não acarretam gravame ao direito de locomoção dos pacientes. Quanto ao mérito, denegou a
ordem. Entendeu que a marcha processual não ultrapassou os limites da razoabilidade.
INOVAÇÕES LEGISLATIVAS
A DE 11 DE DEZEMBRO DE 2017 A 11 DE JANEIRO DE 2018
Lei nº 13.545, de 19.12.2017- Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo
Decreto-Lei n o 5.452, de 1 o de maio de 1943, para dispor sobre prazos processuais. Publicada
no DOU, Seção 1, Edição 243, p. 10, em 20.12.2017
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Lei nº 13.546, de 19.12.2017- Altera dispositivos da Lei n o 9.503, de 23 de setembro de 1997
(Código de Trânsito Brasileiro), para dispor sobre crimes cometidos na direção de veículos
automotores. Publicada no DOU, Seção 1, Edição 243, p. 10, em 20.12.2017
Lei nº Lei nº 13.603, de 9.1.2018- Altera a Lei n o 9.099, de 26 de setembro de 1995, para
incluir a simplicidade como critério orientador do processo perante os Juizados Especiais
Criminais. Publicada no DOU, Seção 1, Edição 7, p. 2, em 10.1.2018
OUTRAS INFORMAÇÕES
A DE 11 DE DEZEMBRO DE 2017 A 11 DE JANEIRO DE 2018