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É o direito de gozar temporária e plenamente uma coisa ou um direito alheio sem alterar
a sua forma ou substância, assim o estabelece o art. 1439 do C.C.
Características:
É dentro dos direitos reais de gozo menores, o mais amplo, relativamente aos
poderes que permite ao seu titular, é o direito que mais se aproxima do direito de
propriedade;
Como direito de gozo, atribui poderes de usar, fruir e administrar;
Tem quatro aspectos fundamentais:
I. Temporaneidade;
II. Plenitude de gozo;
III. Obrigação de presevar a forma e a substância da coisa;
IV. Respeito pelo destino económico da coisa.
- a vida do usufrutuário;
II.
Nota: O art. 1446 do C.C. define quais os poderes que integram o direito do
usufrutuário. Esta disposição é supletiva, isto é, só é aplicável na falta de
disposição no título constitutivo.
Ex:
Uma claúsula que retire ao usufrutuário, o poder de admnistrar, é nula, não tem
eficácia real, porque constituiria uma restrição ao direito, então tem, quando
muito eficácia obrigacional ( art. 1306 do C.C. ).Por outro lado, se se retirasse,
no título constitutivo, os poderes de usar, então, já não teríamos sequer
usufruto, mas apenas uma figura parcelar.E por fim, não faria muito sentido,
que no título constitutivo, se viesse conceder, ao titular do usufruto, poderes de
destruir a coisa, até porque, findo o usufruto, é obrigação do usufrutuário,
devolver a coisa, tal como se encontrava. Entende-se que o título constitutivo,
pode alterar o destino económico da coisa, isto é, constituindo um direito de
usufruto sobre uma coisa que tinha um determinado destino económico se, no
título constitutivo, não se vier alterar tal destino, não poderá o usufrutuário
dar-lhe, posteriormente, destino diferente. Nada impede que o título constitutivo
do usufruto, permita ao usufrutuário de vir alterar o destino económico da
coisa. Assim, pode-se concluir que o destino económico da coisa, não é
característica essencial do usufruto, uma vez que pode ser alterado, mediante
autorização do proprietário de raiz.
Nota: Uma coisa é a obrigação ser afastada pelo título constitutivo, outra é ser
afastada por uma situação concreta, aqui é preciso ter em atenção que não existe
uma sanção, que directamente esteja estabelecida para a violação da obrigação
de conservação de forma e substância da coisa. Prevê-se unicamente a situação
de uma alteração de forma ou substância, que implique mau uso e nesses casos,
quando o usufruto se extinguir, não há lugar a qualquer indemnização.
É a menos relevante.
- Tem a ver com o " todo ", que tem como limite a preservação da res, isto
porque ele pode retirar todos os benefícios, até começar a implicar alterações de
forma ou substância. / à contrario, nao tem como limite a preservação da res,
tendo até a possibilidade de destrui-la.
- É um poder de usar e fruir, limitado pela regra de um bom pai de família, isto
é, tem de agir diligentemente.
Modalidades:
- Singular;
Ex:
Modalidades de constituição:
1- contrato
2- testamento
3- usucapião
4- disposição legal
Ex. 1:
- Se o seguro foi feito pelo usufrutuário, ou se foi ele que pagou os prémios do
mesmo, e o automóvel foi destruido, a indemnização é devida ao proprietário,
mas B, enquanto usufrutuário, continua a usar e a fruir, só que agora da
quantia entregue pela companhia de seguros.
- O direito de usufruto deixa de ser um direito real para passar a ser um direito
sobre um crédito.
- O usufrutuário não pode afectar a quantia recebida, apenas tem direito aos
frutos que daí advenham.
Ex:
Estes dois poderes podem ser restringidos por vontade das partes, mediante
claúsula inscrita no título constitutivo.
Nota: o Prof. González diz que se pode e que a claúsula tem eficácia real e assim
será, a menos que o título constitutivo estipule de forma diferente.
Mas o direito de usufruto não comporta só poderes para o usufrutuário, visto que
tal como qualquer outro direito comporta também deveres, deveres esses que
são:
-dever de, ao gozar e administrar a coisa, agir como um bom pai de família ( art.
1446 do C.C. ).
Este trespasse, por um lado, não constitui uma verdadeira transmissão e, por
outro lado, o poder de trespassar bem como o de onerar, podem ser retirados no
título constitutivo. Isto significa que o poder de trespassar e o poder de onerar
não são características do tipo.
Segundo os arts. 688 alínea e) e 699 do C.C., o usufruto constitui objecto idóneo
de hipoteca. Se a lei não dissesse expressamente, seria duvidoso que o usufruto
pudesse ser objecto de hipoteca, uma vez que o usufrutuário não é proprietário.
Ex:
Podemos então dizer que aquele que substitui o usufrutuário, só está obrigado
às claúsulas com eficácia real, pois estas são eficazes em relação a terceiros.
É primordial salientar outra questão importante:
Nós sabemos que, de acordo com o art. 1443 do C.C., o usufruto não pode
exceder a vida do usufrutuário, mas o que sucede quando existe trespasse?
Ex:
A, constitui em favor de B um direito de usufruto que este último, por sua vez,
trespassou a C.
Ex:
Combustíveis.
Ex:
Ex:
Nos termos do art. 1464 do C.C., neste caso, o objecto do direito de usufruto é o
capital e os frutos do mesmo.
Ex:
Uma coisa é o usufruto ser sobre o capital ( 10 000 euros é a raiz ), outra coisa
é o usufruto ter como objecto não os 10 000 euros, mas o direito à remuneração
dos mesmos, depositados no banco.
Aqui é que a doutrina tem reservas em aceitar este usufruto como direito real. A
importância prática disto é muito reduzida uma vez que o regime destas
situações está todo no Código.
- objecto
O capital aplicado.
- os frutos
Os juros.
Ex: Imaginando uma casa e um rebanho, que estavam cobertas por um seguro,
mas que se vem a destruir. Na sequência dessa destruição o seguro tem de
pagar a indemnização.
Extinção do usufruto
O usufruto extingue-se por qualquer uma das formas enunciadas no art. 1476 nº
1 do C.C.
ÍNDICE
Prefácio
.....................................................................................................................pag. 1
Direito de usufruto:
definição....................................................................................pag. 2
Modalidades.............................................................................................................
.pag. 5
Modalidades de
constituição.....................................................................................pag. 6
Poderes e deveres do
usufrutuário.............................................................................pag. 8
Trespasse do usufruto
...............................................................................................pag. 9
Casos especiais de
usufruto.....................................................................................pag. 12
Extinção do
usufruto...............................................................................................pag. 15
Bibliografia.............................................................................................................
pag. 16