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2.
Mecânica da Fratura
2.1.
Introdução
2.2.
Teoria da Mecânica da Fratura
2.2.1.
Mecânica da Fratura Linear Elástica
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0821564/CA
⎛ a⎞
σ A = σ ⎜⎜1 + 2 ⎟
⎟ (2.1)
⎝ ρ ⎠
a
σ A = 2σ (2.2)
ρ
30
A equação (2.1) sugere que para um raio de curvatura nulo (trinca com
ponta aguda) as tensões máximas tendem a infinito sob qualquer tensão de tração,
o que, evidentemente, não acontece na realidade.
O primeiro desenvolvimento teórico da Mecânica da Fratura foi proposto
anos mais tarde por Griffith (1920). Este observou que quando uma trinca é
introduzida em uma placa tracionada de material elástico, deve existir um balanço
entre o decréscimo na energia potencial, relacionado com a liberação de energia
elástica armazenada e ao trabalho realizado pelo movimento das forças externas, e
o aumento na energia de superfície resultante da presença da trinca, conforme
equação 2.3.
dET dΠ dWS
= + =0 (2.3)
dA dA dA
πσ 2 a 2 B
Π = Π0 − (2.4)
E
WS = 2(2aBγ S ) (2.5)
2 Eγ s
σf = para estado plano de tensão (2.6)
πa
y x modo I
z abertura
(mais comum)
y x
modo II
deslizamento ou
z cisalhamento
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y x modo III
rasgamento
torção
z
⎡ θ ⎤
⎢ 1 + sen 2 ⎥
⎡σ r ⎤ ⎢
2
⎥
⎢ σ ⎥ = K I ⋅ cos θ ⋅ ⎢ cos 2 θ ⎥ (2.7)
Modo I ⎢ θ⎥ 2π ⋅ r 2 ⎢ 2 ⎥
⎣⎢σ rθ ⎦⎥ ⎢sen ⋅ cos θ ⎥
θ
⎢⎣ 2 2 ⎥⎦
⎡ θ ⎛ 2 θ ⎞⎤
⎢sen 2 ⋅ ⎜1 − 3 sen 2 ⎟⎥
⎡σ r ⎤ ⎢ ⎝ ⎠⎥
⎢ σ ⎥ = K II ⎢ − 3 sen θ ⋅ cos 2 θ ⎥ (2.8)
Modo II ⎢ θ⎥ 2πr ⎢ 2 2 ⎥
⎢⎣σ rθ ⎥⎦ ⎢ θ ⎛ ⎥
2 θ ⎞
⎢cos ⋅ ⎜1 − 3 sen ⎟ ⎥
⎣ 2 ⎝ 2 ⎠⎦
⎡ θ⎤
⎡σ rz ⎤ K III ⎢− sen 2 ⎥ (2.9)
Modo III ⎢σ ⎥ = ⎢ ⎥
⎣ θz ⎦ 2πr ⎢ cos θ ⎥
⎣ 2 ⎦
Figura 2.4 - Distribuição das componentes de tensão nas vizinhanças da ponta de uma
trinca. (Miranda, 2003)
K = f (σ , a ) (2.10)
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único nível de intensidade de tensões que causa a fratura, que é o nível crítico de
intensidade de tensões, definido como tenacidade à fratura. Portanto, a tensão está
para a resistência mecânica assim como o fator de intensidade de tensões está para
a tenacidade à fratura.
referência maior que o tamanho da trinca real. Existe, como já foi visto
anteriormente, uma relação entre a tenacidade à fratura, a tensão nominal
de fratura e o tamanho da trinca.
2.2.2.
Mecânica da Fratura Elasto-Plástica
2 E (γ s + γ p )
σ max = (2.11)
πa
2 EW f
σ max = (2.12)
πa
onde Wf é a energia de fraturamento.
Esta adaptação sofre restrições, em sua aplicação, porque na mecânica da
fratura linear elástica o comportamento da fratura é caracterizado apenas pelo
estado de tensões na ponta da fratura, enquanto que a presença de uma zona
plástica de tamanho significativo na ponta da trinca permite que as duas
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⎛ ∂u ⎞
J = ∫ ⎜Wdy − T . ds ⎟ (2.13)
Γ⎝
∂x ⎠
J = mσ y CTOD (2.14)
Figura 2.6 - O tamanho da região plastificada e sua relação com a abertura da ponta da
fratura δ
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2.3.
Propagação de Trincas no Modo Misto I-II
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Figura 2.8 - Uma fratura sob modo misto I-II: (a) configuração de carregamento; (b)
tensões na fratura (Whittaker et al. 1992)
⎢ 1 + sen 2 ⎥
⎡σ r ⎤
⎢σ ⎥ = KI θ ⎢ θ ⎥
⎢ θ⎥ ⋅ cos ⋅ ⎢ cos 2 ⎥
Modo I 2π ⋅ r 2 ⎢ 2 ⎥ (2.15)
⎢⎣σ rθ ⎥⎦ ⎢sen θ ⋅ cos θ ⎥
⎢⎣ 2 2 ⎥⎦
⎡ θ ⎛ 2 θ ⎞⎤
⎢sen 2 ⋅ ⎜1 − 3 sen 2 ⎟⎥
⎡σ r ⎤ ⎢ ⎝ ⎠⎥
⎢ σ ⎥ = K II ⎢ − 3 sen θ ⋅ cos 2 θ ⎥
Modo II ⎢ θ⎥ 2πr ⎢ 2 2 ⎥ (2.16)
⎢⎣σ rθ ⎥⎦ ⎢ θ ⎛ ⎥
2 θ ⎞
⎢cos ⋅ ⎜1 − 3 sen ⎟ ⎥
⎣ 2 ⎝ 2 ⎠⎦
⎡ θ⎤
⎡σ rz ⎤ K III ⎢− sen 2 ⎥ (2.17)
Modo III ⎢σ ⎥ = ⎢ ⎥
⎣ θz ⎦ 2πr ⎢ cos θ ⎥
⎣ 2 ⎦
κ = 3 − 4ν (2.18)
Se a abertura da fratura ocorre sob modo misto I-II, então a liberação total
de energia de deformação é simplesmente:
40
G = G I + G II = (K I2 + K II2 )
(κ + 1)
(2.19)
8µ
A equação (2.19) permite então introduzir um critério para propagação da
fratura no modo misto I-II, em termos da taxa de liberação total de energia de
deformação
G = Gc (2.20)
o que permite inferir que KIC e KIIC são iguais entre si, desde que GC seja
uma constante
K I2 + K II2 = K IC
2
= K IIC
2
(2.22)
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2 2
⎛ KI ⎞ ⎛ K II ⎞ (2.24)
Elipse: ⎜⎜ ⎟⎟ + ⎜⎜ ⎟⎟ = 1
⎝ K IC ⎠ ⎝ K IIC ⎠
2 2
⎛ K ⎞ K I K II ⎛ K ⎞ (2.25)
Quadrática homogênea: ⎜⎜ I ⎟⎟ + C c + ⎜⎜ II ⎟⎟ = 1
⎝ K IC ⎠ K IC K IIC ⎝ K IIC ⎠
2.4.
Direção de Propagação de Trincas
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2.4.1.
Direção de Propagação da Fissura
∂σ θ (2.26a)
=0
∂θ
∂ 2σ θ
com < 0 para θ = θ m
∂θ 2
(2.27b)
ou σ rθ = 0
(2.27)
⎡ ⎛ ⎞
2
⎛ KI ⎞
2 ⎤
1 K 1
θ m = 2 ⋅ arctg ⎢ ⎜⎜ I ⎟⎟ ± ⎜⎜ ⎟⎟ + 8 ⎥ (2.29)
⎢ 4 ⎝ K II ⎠ 4 ⎝ K II ⎠ ⎥
⎣ ⎦
onde o sinal positivo de σ m , para tensões de compressão, não satisfaz a
segunda expressão da equação (2.26b), sendo, portanto, desconsiderado.
No modo I, para K I = K I C , K II = 0 , o ângulo de propagação θ m da fratura
θ m = 0o (2.30a)
K IC
σ θc = (2.30b)
2 ⋅π ⋅ a
Enquanto que no modo II, para K II = K II C , K I = 0 , tem-se:
θ m = −70,53 o (2.31a)
2 K IIC
σ θc =
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⋅ (2.31b)
3 2 ⋅π ⋅ a
Admitindo-se que σ θ c é uma constante característica do material, da
[ ] (κ8+µ 1)
G (θ ) = K I2 (θ ) + K II2 (θ ) onde (2.34a)
⎡ 3 ⎤
⎡ K I (θ ) ⎤ ⎢ K I cosθ + 2 K II sen θ ⎥
θ 2π
4 ⎛1−θ π ⎞
⎢ K (θ )⎥ = ⎜⎜ ⎟⎟ ⎢ ⎥ (2.34b)
⎣ II ⎦ 4 − sen θ ⎝1+θ π ⎠
2 K
⎢ K II cosθ − I sen θ ⎥
⎣ 2 ⎦
são os fatores de intensidade de tensão na fratura original, não ramificada.
O sinal do ângulo θ m , obtido pela aplicação das equações (2.33) e (2.34),
G IC =
(κ + 1) K 2
(2.35)
8µ
IC
crítico de intensidade de tensão K IIC nesta direção relaciona-se com G IIC pela
equação (2.16),
G IIC = 2,546
(κ + 1) K 2
(2.36)
8µ
IIC
K II = 0,627 ⋅ K IC (2.37)
1 ⎡κ + 1
(σ r + σ θ )2 − σ r σ θ + σ r2θ ⎤⎥
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S= ⎢ (2.38)
2µ ⎣ 8 ⎦
SF =
1
r
(
a11 K I2 + 2a12 K I K II + a 22 K II2 ) (2.39a)
∂S F
=0 (2.40a)
∂θ
∂2SF
com > 0 para θ = θ m (2.40b)
∂θ 2
2) a propagação da fratura ocorre quando S Fm atingir um valor crítico S FC ;
3) o fator de densidade de energia de deformação SF é avaliado ao longo de
um contorno r = r0 , onde a razão S Fm r0 permanece constante.
θ m = 0o (2.41a)
14k − 1 − κ 2
S FC = ⋅ K IIC
2
(2.42b)
192πµ
Desde que S F seja uma constante característica do material, e que não se
altere com o modo de fraturamento, conclui-se então das equações (2.41) e (2.42)
que
K IIC 24(κ − 1)
= (2.43)
K IC 14κ − 1 − κ 2
ângulos de propagação da fratura nos modos I e II, bem como a razão entre os fatores
críticos de intensidade de tensão K IIC / K IC , são independentes das propriedades do
material.
De acordo com o critério da mínima densidade de energia de deformação S ,
estes valores são, no entanto, dependentes do coeficiente de Poisson do material ν , o que
46
(2.43).
Resultados experimentais indicam que geralmente θ m e K IIC K IC estão