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ASPECTOS HISTÓRICOS DO GRAU DE

COMPANHEIRO MAÇOM

Vários autores entre eles Rizzardo de Camino, Nicolas


Aslan, José Castellani, Teobaldo Varoli Filho, Jules Boucher, Xico Trolha, tem
vasta bibliografia publicada sobre este Grau, considerado o mais importante da
Maçonaria, pois o Grau de Mestre na Maçonaria Especulativa só foi criado em
1725 e implantado a partir de 1738, como cita José Castellani.

“Doutrinariamente, o grau de Companheiro é o mais legítimo grau


maçônico, por mostrar o obreiro já totalmente formado e aperfeiçoado,
profissionalmente.
Historicamente, é o grau mais importante da Franco-Maçonaria, pois
sempre representou o ápice da escalada profissional, nas confrarias de artesãos
ligados à arte de construir, as quais floresceram na Idade Média e viriam a ser
conhecidas, nos tempos mais recentes, sob o rótulo de “Maçonaria Operativa”,
ou “Maçonaria de Ofício”.Por isso, o grau de Companheiro foi sempre o
sustentáculo profissional e doutrinário dos círculos maçônicos.”
Do livro: “Cartilha do Grau de Companheiro”-José Castellani – Editora Trolha 1998

Do latim, “CUMPANGO” , que é a junção da preposição


“CUM” com o verbo “PANGO”, deu origem a palavra Companheiro, que tem o
alto significado de : “ ligação muito forte mediante sério juramento” , promessa,
incluindo a do casamento, ocasião em que os noivos comiam do mesmo pão
nupcial (participavam do mesmo pão), como nos descreve o Mestre Xico Trolha
em seu livro “ O Companheiro Maçom”. Esta expressão deu origem às palavras:
compagnon (Francês), compañero (Castelhano), compagno (italiano), para os
alemães, companheiro é Gesell e nos países de língua inglesa é Fellow.

Na Maçonaria Inglesa Operativa o tempo de formação de um


profissional era de sete anos; na Alemã quando do apogeu da Arquitetura Gótica,
esse tempo era de cinco anos. O primeiro registro documentado da Maçonaria
dita Operativa data de 1356. É a Maçonaria comprovada, palpável. Durante os
400 anos seguintes, ou seja até o século XVIII, não existia a separação de Graus
entre Aprendizes e Companheiros. Até os anos de 1670, não existe um único
documento registrado que cite o Grau de Companheiro.

O Comp.`. existia antes de 1670, mas não como Grau, ele


estava incorporado ao Grau de Aprendiz. A palavra inglesa Fellow Craft
significava Companheiro do Grêmio. Ou seja um tratamento especial para todos
os componentes da Associação. Assim como os comunistas, por exemplo, usam
o termo camarada. O mesmo acontecia com a palavra Mestre (Masters) que não
significava Grau, mas sim, um cargo (o Presidente da Associação). Todos os
antigos catecismos, pois não havia ritual ou rito, em especial os Manuscritos da
Casa de Edimburgo, de 1696, só mencionavam Aprendizes e Companheiro
trabalhando juntos.

Até 1670, nas Ilhas Britânicas, as Lojas dividiam seus


membros em duas categorias: Os Juniors (novos, recém chegados) que
ocupavam o Norte da sala e os Seniors (velhos, antigos) que ocupavam o Sul do
recinto. Cada lado do recinto tinha um auxiliar do Mestre da Loja, que dirigia seus
trabalhos do pedestal colocado no lado Oriental do recinto. Os auxiliares, Junior
Warden, que cuidava dos Juniors ficava no ocidente em frente a coluna “J”,
desenhada no Painel, localizada no Sul. O Senior Warden, tinha seu lugar em
frente a coluna “B”, em simetria com o Junior Warden, e cuidada dos Seniors.

Somente após esta data, com o ingresso de muitos Maçons


Aceitos, que desconheciam por completo a Arte de Construir, foi constituída uma
pequena Elite de homens com certo grau de cultura, que começaram a exigir um
tratamento especial, inclusive deixando de se reunir nos varandões ao lado das
construções e os fazendo em tabernas. O ingresso destes Aceitos, sempre
existiu, mas de maneira muito restrita, como forma de honraria a uma pessoa.
Com a decadência das Corporações de Ofício, estas passaram a aceitar um
grande contingente de pessoas estranhas a suas atividades profissionais. O
Grau de Companheiro foi criado nesta época entre os anos de 1670 e 1680,
período que teve uma evolução muito lenta. Somente no início do século XVIII,
quando o número de Aceitos já superava o dos Operativos é que começou a ter
uma estrutura diferente.

Entre 1670 e 1725, só existiam Dois Graus. Este sistema


perdurou até 1813, quando se tornou único o Sistema de Três Graus Simbólicos.
A criação da Grande Loja de Londres, em 24 de junho de 1717, é o marco
histórico na transição da Maçonaria Operativa para a Maçonaria especulativa,
bem como a Constituição de Anderson em 1723.

Conclusão:

O Grau de Comp .`. do REAA é consagrado à exaltação do


Trabalho, qualquer que seja sua natureza: intelectual, manual ou técnica.
O Comp.`. aprende que, com os instrumentos de trabalho, se obtém abundância,
de que é símbolo a espiga de milho; e pelo trabalho que transforma a pedra bruta
em pedra cúbica, sobe a escada do aprimoramento por 3, 5 e 7 degraus
aprofundam-se nos mistérios da existência, conhece o significado da letra “G” e
ascende a visão da Estrela Flamejante de Cinco Pontas.
Conforme descrito no Ritual 2º Grau - COMPANHERIO - do GOB edição de 2009.
Utilizando a Força, para não esmorecer aos obstáculos, com
Trabalho para dignificar com o suor as conquistas, com a Ciência para adquirir
os conhecimentos necessários e praticando Virtude para atingir a plenitude,
assim como os 4 degraus entre o Ocidente e o Oriente, o Espírito representado
pela ponta direita do compasso começa a sobrepor a matéria, esquadro,
estaremos assim na plenitude da existência nesta esfera terrestre, prontos para o
renascer junto ao GADU.

Rubem do Nascimento Giranda


CIM 262172

Bibliografia:

Xico Trolha – Companheiro Maçom – Ed. Trolha 1198


Cartilha do Grau de Companheiro”-José Castellani – Editora Trolha 1998

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