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Há quem diga que Deodoro pode ser visto como o fundador a contragosto da
República brasileira.
“No 15 de novembro de 1889, os conspiradores republicanos que se agruparam em torno do
marechal Deodoro da Fonseca o convenceram a proclamar a república” (Love, 2000,p.127).
Resultante imediata de um golpe militar, este golpe de estado tirou a família real do
poder, e instaurou uma nova ordem politica, e foi liderado por Deodoro, que se rebelou
contra o Imperador nas ruas do Rio de Janeiro. Aos gritos de “Viva a república”, os
militares prenderam o Visconde de ouro Preto, Presidente do Conselho de ministros, e a
República foi proclamada e instaurada sob o governo provisório de Deodoro da Fonseca. O
governo de Deodoro é dividido em duas partes: O governo provisório e o constitucional.
Governo Provisório
Governo Constitucional
O encilhamento
O coronelismo
Para garantir o voto dos eleitores, que não era secreto, a figura do coronel entrou em
cena, e o exercício da fraude eleitoral ficava a cargo destes. O sistema político fraudulento
da República Velha era controlado pelos coronéis, grandes latifundiários que exercendo um
clientelismo local (troca de favores), controlava a população com o chamado “curral
eleitoral”. É possível imaginar o poder desses coronéis apenas pelo fato da grande maioria
da população brasileira se encontrar no campo naquela época.
Além destes mecanismos de manipulação, os coronéis manipulavam os resultados, a
modo que não havia fiscalização eleitoral, e eram criados “eleitores fantasmas”, e pessoas
que já haviam morrido nos votos. O uso da força também era utilizado, a medida que os
eleitores eram ameaçados com violência.
Victor Nunes Leal, no clássico Coronelismo, enxada e voto, publicado em 1949,
dizia que o coronelismo era um compromisso entre o poder privado e o poder público. O
compromisso, continuava ele, derivava de um longo processo histórico e se enraizava na
estrutura social.
Comprados, ou sob ameaça, a vontade real dos eleitores não era expressa, e sim a
dos coronéis que os controlavam como faziam com seus cavalos, e por isso deu-se o nome
de “voto de cabresto”.
Na Brazundanga, assim como no Brasil, todos os representantes do povo, desde
o vereador até o presidente da República, eram eleitos por sufrágio universal e,
lá, como aqui, de há muito que os políticos tinham conseguido quase totalmente
eliminar do aparelho eleitoral este elemento perturbador – ‘o voto’. (BARRETO,
Lima. Os Bruzundangas. Texto em domínio público).
Como já dito antes, a dependência do café era grande, produto que até a década de
30, no século XX, era o maior nome da exportação brasileiro, fato que gerou a admissão de
um conjunto de medidas pelo poder público durante a Primeira República, como forma de
garantir ao setor cafeeiro brasileiro condições para enfrentar a queda de preços do produto
no mercado internacional. Estas medidas incluíam a criação de mecanismos de
estabilização do câmbio, além da compra e estocagem de excedentes da produção cafeeira.
Assim, o produto era retirado do mercado até que os preços internacionais voltassem a
subir.
Esta política de valorização do café acarretou resultados prejudiciais à economia do
país, à medida que para comprar toda a produção de café, os governos estaduais pediam
empréstimos no exterior, que eram arcados por toda a população, e caso a demanda
internacional não fosse suficiente, os estoques excedentes deveriam ser queimados, o que
causava prejuízo, pois o produto já havia sido pago.
De forma geral, essa política causou a chamada “socialização das perdas”, a modo que os
lucros ficariam com a burguesia e as perdas com a população.
O Convênio de Taubaté
O Tenentismo
O movimento não contou com partido político organizado. Buscavam apenas ideais
como adoção de voto secreto. Esse movimento contribuiu para a queda das oligarquias
graças as varias revoltas causadas e apoio da classe média e oponentes políticos.
“Este levante militar, que ficou conhecido como Dezoito do Forte de Copacabana é
considerado a estreia dos tenentes no cenário nacional.” (PRESTES, 1997, p.70).
Uma guarda do Forte de Copacabana rebelou-se contra o governo, exigindo a
renúncia imediata do Presidente eleito Artur Bernardes, que representava os interesses da
oligarquia cafeeira. Em julho de 1922, 301 revoltosos enfrentaram tropas do governo, mas
273 se renderam. Os 18 restantes, entre oficiais, militares e civis, lembrados como “os 18
do Forte”, combateram nas ruas de Copacabana e apenas dois sobreviveram: os tenentes
Eduardo Gomes e Siqueira Campos.
A Coluna Prestes
A imprensa passou por diversas modificações durante esta época, passando até
poratos de violência e repressão. Assim, vemos que houve um retrocesso com a volta da
censura. Entretanto, houve significativos investimentos em gráficas e o jornal passou a ser
mais capitalista, como uma empresa. O caráter informativo deixou de ser prioridade e
acentuou-se a informação.
O Decreto 85 marcou o início do período. Este, era claro com qualquer oposição ao
governo. Os indivíduos que conspirarem contra a República e o seu governo; que
aconselharem ou promoverem, por palavras escritas ou atos, a revolta civil e a indisciplina
militar (...), serão julgados militarmente por uma comissão militar nomeada pelo ministro
da Guerra, e punidos com penas de sedição (MAGALHÃES JUNIOR,1957, p. 116). Esta
foi então a primeira lei da imprensa Republicana.
José Inácio de Melo SOUZA (2002), ressalta que a imprensa foi o veículo de
comunicação mais importante no Brasil até 1930. Impressos em máquinas tipográficas
planas (rotativas eram novidade), os jornais de quatro ou oito páginas, a maioria, eram
produzidos no Rio de Janeiro (23 diários em 1912) e em São Paulo (17 diários).
O Jornal do Brasil foi o grande veículo da República Velha. Durante a Revolta
Armada, jornais sofreram atentados e jornalistas como Olavo Bilac e José do Patrocínio
foram presos. Segundo Sodré (199, p.263) a exaltação da política da época está
integralmente retratada na imprensa e Romancine explica isso:
Bibliografia
BAHIA, Juarez. Jornal, história e técnica: história da imprensa brasileira. São Paulo: Ed.
Ática 4ª ed., 1990.
CARONE, Edgard. A primeira República. (texto e contexto). 3. Ed. São Paulo:Difel, 1976.
LOVE, Joseph. A locomotiva: São Paulo na Federação Brasileira, 1889-1937. Paz e Terra
1982./Volume 57 de Coleção Estudos brasileiros.
MAGALHÃES JUNIOR, Raimundo. Deodoro – a espada contra o império. Vol II. São
Paulo: Cia Editora Nacional, 1957.
PINSKY, Carla Bassanezi (org.). Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2005.
SILVA, Francisco de Assis. História do Brasil: Colônia, Império, República. São Paulo:
Ed. Moderna, 1992.
SODRÉ, Nelson Werneck. História da Imprensa no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Civilizadora
Brasileira, 1966.
VISCARDI, Cláudia Maria Ribeiro. O Teatro Das Oligarquias : uma revisão da política Do
Café Com Leite. Belo Horizonte: C/Arte, 2001