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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Flavio Martins
www.professorflaviomartins.com.br

1-PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO PROCESSO PENAL:


1º. Princípio do juiz natural (Art. 5, LIII, CF)
Art. 5º, LIII. Ninguém será processado nem sentenciado senão pela
autoridade competente.
Significados/acepções:
1º. Vedação aos tribunais de exceção -(é o tribunal criado para julgar um fato
específico ou uma pessoa específica).
2º. Garantia do juiz constitucionalmente competente- (ninguém poderá ser
julgado senão pela autoridade competente).
Se o réu for julgado pelo juiz constitucionalmente INCOMPETENTE, o processo
será NULO (trata-se de uma nulidade ABSOLUTA).
2º. Princípio do devido processo legal (art. 5º, LVI, CF)- é a soma de todos os
direitos e garantias aplicados ao processo (estejam eles expressos ou implícito na CF).
Art. 5º, LVI. São inadmissíveis, no processo as provas obtidas por meio
ilícito.

Expresso: EX: contraditório (art. 5º, LV)


Implícito: EX: princípio da não auto-incriminação- “ninguém é obrigado a produzir
prova contra si mesmo” (NÃO está escrito na CF).
3º. Princípio do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV)
Art. 5º, LV. Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
CONTRADITÓRIO OU AUDIÊNCIA BILATERAL- é a comunicação obrigatória + a
reação possível
Comunicação obrigatória- as partes devem ser informadas sobre tudo o que
ocorre no processo.
AMPLA DEFESA- é a soma do direito de presença + o direito de audiência
Direito de presença- o réu tem o direito de estar presente em todos os atos
processuais.
OBS: a lei 11.900/09 atenuou o direito de presença trazendo o interrogatório por
videoconferência.
Direito de audiência- é o direito de ser ouvido
IPC 4º. Princípio da presunção de inocência (art. 5, LVII)- ninguém será
considerado culpado até sentença pena condenatória transitada em julgado/irrecorrível.
Art. 5º, LVII- ninguém será considerado culpado até o transito em
julgado da sentença penal condenatória;
Conseqüências:
a) As prisões processuais são EXCEPCIONAIS (ex: prisão preventiva, prisão
temporária...).
b) O uso de algemas é EXCEPCIONAL.
Súmula vinculante nº 11, STF.
c) Para o réu ser condenado exige-se CERTEZA (INDUBIO PRO REU- na duvida em
favor do réu).
d) inquéritos policiais e processos em ANDAMENTO NÃO constituem maus
antecedentes.
5º. Princípio da motivação das decisões judiciais (art. 93, IX, CF)- todas as decisões
do poder judiciário devem ser fundamentadas/motivada, sob pena de nulidade.
Art. 93, IX. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,
podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias
partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a
preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não
prejudique o interesse público à informação;
Esta nulidade é ABSOLUTA, pois toda a nulidade que fere a Constituição é
absoluta.
Sendo ela uma nulidade ABSOLUTA, ela pode ser:
a) Declarada de ofício
b) NÃO se convalida

2-LEI PROCESSUAL NO TEMPO


A lei penal é DIFERENTE da lei processual
LEI PENAL: A lei PENAL não retroage, salvo para beneficiar o réu (art. 2º, do CP).
Art. 2º. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos
penais da sentença condenatória.
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por
sentença condenatória transitada em julgado.

LEI PROCESSUAL: Princípio do efeito imediato (“tempus regit actum”) a nova lei
processual será aplicada a todos os processos em curso, NÃO importando se beneficia ou não
o réu (art. 2º, CPP).
Os atos processuais já realizados permanecerão VÁLIDOS (ex: a citação que já foi
feita, as testemunhas que já foram ouvidas).
Art. 2º. A lei processual penal aplicar-se-à desde logo, sem prejuízo da
validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

3-CONTAGEM DE PRAZO
Prazo penal e prazo processual NÃO são contados igualmente, ou seja, são
DIFERENTES.
PRAZO PENAL PRAZO PROCESSUAL
-CONTA o dia do começo e DESCONTA o dia - começa a contar no PRÓXIMO dia útil a
do final partir da INTIMAÇÃO.
Ex. se o advogado é intimado na segunda
17/02/11-------(pena de 1 ano)----- *16/02/12 feira começa a contar na terça feira (se não
*a pena termina em 16/02/12 for feriado).
-Prazo penal é IMPRORROGAVEL (se o -Prazo processual é PRORROGÁVEL (se cair
cumprimento da pena termina no sábado ele no sábado prorroga-se pra a segunda feira)
não se prorroga)

4- ART. 3º, CPP


Art. 3º. A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e
aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de
direito.
A lei processual penal admite:
- Analogia- (aplica-se a mesma lei a casos semelhantes)
-Aplicação dos princípios gerais do Direito
-Interpretação extensiva- (se a lei disse menos do que queria o interprete pode
ampliar o sentido da lei)
EX: crime de bigamia (pessoa que sendo casada contrai novo casamento) aplica-se
extensivamente a poligamia (vários casamentos), mesmo que não haja previsão expressa.

5- INQUÉRITO POLICIAL- é um PROCEDIMENTO administrativo destinado a


colheita de prova (inquérito processual NÃO é processo).
Características do Inquérito Policial:
a) É ESCRITO (art. 9º, CPP)
Art. 9º. Todas as peças do inquérito policial serão, num só
processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso,
rubricadas pela autoridade.

b) É INQUISITIVO (NÃO tem contraditório nem ampla defesa)- Não fere a CF pois
esta refere-se a PROCESSO judicial e PROCESSO administrativo.

c) É SIGILOSO- art. 20, CPP (OBS: o PROCESSO penal é público).


Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem
solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer
anotações referentes a instauração de inquérito contra os
requerentes, salvo nos casos de existir condenação anterior.
EXCEÇÃO: o inquérito policial não é sigiloso para o:
-Juiz
- MP
- Advogado (art. 7º, do Estatuto da OAB)- o advogado tem acesso a aos autos do
inquérito policial, onde quer que eles estejam.
Súmula Vinculante nº 14- O advogado de defesa sempre tem acesso aos autos da
investigação.
Contra ato ou decisão que desrespeita súmula vinculante cabe reclamação para o
STF (art. 103, a, § 3º, da CF).
d) É DISPENSÁVEL para o início da ação penal- é possível iniciar uma ação penal
SEM o I.P., mas as PROVAS são INDISPENSÁVEIS.
Existem inquéritos EXTRAPOLICIAL, ou seja, o inquérito NÃO é de exclusividade
policial.
EX: CPI- Comissão parlamentar de inquérito (art. 58, § 3º, CF)
A CPI pode decretar prisões (ex; prisão temporária...)
R: NÃO.
A ÚNICA prisão que a CPI pode decretar é a prisão em FLAGRANTE.

PERGUNTAS:
1) CPI pode decretar quebra do sigilo bancário e fiscal de uma pessoa?
R: SIM
Ela NÃO precisa de autorização judicial, ela SOZINHA pode decretar a quebra.

2) Qual é o fato investigado pela CPI?


R: investiga fato certo e por prazo determinado (ex: a CPI não investiga a
corrupção no BR).

3) Quantos parlamentares são necessários para criar a CPI?


R: é necessário ¹/³ (um terço) de parlamentares.

4) Que tipo de poder tem a CPI?


R: a CPI tem poder instrutório de juiz, ou seja, ela pode requisitar as mesmas
provas que o juiz (pode fazer prova como um juiz).
OBS: a CPI NÃO pode decretar intercepção telefônica (grampo telefônico),
somente o JUIZ pode.

5) Terminada a CPI é feito um relatório e enviado a quem?


R: O relatório é enviado ao MP.
19/03/11
Paulo Henrique

AÇÃO PENAL
A divisão da ação penal em pública ou privada pela INICIATIVA, que propõe a
ação.
PÚBLICA- ela será proposta pelo MP, através do oferecimento da DENÚNCIA.
-Pública Incondicionada
EX: art. 225, § único, CP
-Pública Condicionada- o MP necessita de autorização, ou seja, ele pode ser
condicionada à:
- representação: pelo ofendido
EX: art. 225, caput, CP (Ação penal pública condicionada à representação).
- requisição: pelo Ministro da Justiça
EX: contra a honra do presidente da República ou de Chefe de governo
estrangeiro (art. 145, CP).
A representação e a requisição autorizam o MP a oferecer a DENÚNCIA.
PRIVADA- é iniciada, em regra, pelo ofendido, pois em caso de falecimento o
direito passa para o CADI (cônjuge, ascendente, descendente e irmão), através da QUEIXA.
Somente se procede mediante QUEIXA.
EX: art. 145, caput, CP.

REGRAS:
Quando a lei silenciar ela será PÚBLICA INCONDICIONADA, pois é a regra.
EX: crime de roubo

AÇÃO PÚBLICA
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO
Pressupõe a existência de um crime de Ação Penal Pública Condicionada.
1. TITULARES
A representação, em regra, é exercido pessoalmente pelo OFENDIDO.
Exceções:
1. ofendido menor de 18 anos ou doente mental- o direito de representação passa
para os representante legais.
2. ofendido menor de 18 anos ou doente mental e não possui representante legal-
o Juiz nomeia o curador especial
-Art. 33, CP.
3. morte do ofendido ou é declarado ausente- o CADI oferece a representação
(cônjuge/companheiro, ascendente, descendente ou o irmão).
-Art. 31 do CPP (segue a ordem de preferência).
OBS: Aplica-se á Ação Penal PRIVADA, no caso do oferecimento de QUEIXA.

2. PRAZO
A natureza jurídica do prazo é DECADENCIAL, de 06 meses, contado do
conhecimento da AUTORIA.
O termo inicial do prazo é a AUTORIA.
- art. 103, CP ou art. 38, CPP.

RELEMBRAR:
DECADÊNCIA PRESCRIÇÃO
-Atinge o direito de QUEIXA ou de - É o prazo para o Estado fazer a execução
REPRESENTAÇÃO penal, ou seja, corre contra o Estado.
- Pertencem ao ofendido, ou seja, corre
contra o ofendido.

3. RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO
-Pode ou não voltar a traz?
R: sim, ANTES que o MP ofereça a denúncia (art. 25, CPP).
A vítima já autorizou o MP oferecer denúncia, ou seja, a vítima cassa o SIM dado
ao MP.
Art. 25, CPP- é IRRETRATÁVEL depois do oferecimento da denúncia.
Oferecimento da denúncia- é ato do MP de propor a ação penal.
Recebimento da denúncia- recebimento é ato do Juiz/ é o Juiz quem recebe a
denúncia.

-Cabe retratação da retratação? (ou seja, cabe NOVA representação?)


R: sim, desde que esteja dentro do prazo decadência de 06 meses.

AÇÃO PENAL PRIVADA


É iniciada com o oferecimento de QUEIXA.
1. TITULAR
1. ofendido menor de 18 anos ou doente mental- o direito de representação passa
para os representante legais.
2. ofendido menor de 18 anos ou doente mental e não possui representante legal-
o Juiz nomeia o curador especial
-Art. 33, CP.
3. morte do ofendido ou é declarado ausente- o CADI oferece a representação
(cônjuge/companheiro, ascendente, descendente ou o irmão).
-Art. 31 do CPP (segue a ordem de preferência).

2. PRAZO
A natureza jurídica do prazo é DECADENCIAL, de 06 meses, contado do
conhecimento da AUTORIA.
O termo inicial do prazo é do conhecimento AUTORIA.

3. SUBESPÉCIES
1. Ação penal privada comum ou exclusivamente privada- nasce com o ofendido e
morre com ele.
2. Ação penal privada personalíssima
SÓ o ofendido, pessoalmente, que pode ajuizar a queixa.
Se o ofendido morrer, extingue a punibilidade.
-ÚNICO caso é o do art. 236, § único, CP.
------------------------------------------------------------------------------------------------------
3. Ação penal privada subsidiária da pública- o crime era de ação penal pública,
cabia ao MP o oferecimento da denúncia, e por ele não ter oferecido a denúncia no prazo
legal, de 05 ou 15 dias, a lei abre a possibilidade para o ofendido oferecer a QUEIXA
SUBSIDIÁRIA.
A decadência da QUEIXA SUBSIDIÁRIA, nasce pelos próximos 06 seis meses
DEPOIS de configurada a inércia do MP (parte final do art. 45, CPP).
Subsidiária- pois abe ao ofendido, SECUNDARIAMENTE, oferecer a queixa.
A inércia do MP é o pressuposto para o oferecimento de ação penal subsidiária da
pública.
Nasce com o MP e depois passa pelo ofendido.
O ofendido supre a inércia estatal.

-Art. 45, CPP- prazos para o oferecimento de denúncia.


-INÉRCIA é o MP nada fazer no prazo para oferecer denúncia.
Nada fazer significa não requerer diligências, nem requerer o arquivamento e
nem oferecer denúncia.
Sendo assim, NÃO cabe o oferecimento de queixa subsidiária quando o MP
requereu o arquivamento, pois ele agiu sendo assim ele NÃO se manteve inerte.

PRINCÍPIOS
AÇÃO PENAL PÚBLICA AÇÃO PENAL PRIVADA
1. Princípio da obrigatoriedade (o MP está 1. Princípio da conveniência ou da
obrigado/tem um dever legal de oferecer oportunidade (o ofendido ajuíza se quiser)
denúncia, quando houver base para ação -formas de NÃO propor ação:
penal- indícios de autoria e prova da I. renúncia (é um FAZER, vai até o Delegado e
materialidade) abdica do seu direito antes do transcurso do
prazo)
II. decadência (NÃO fazer)

OBS: a renúncia e a decadência são causas de


extinção da punibilidade.

2. Princípio da Indisponibilidade (oferecida a 2. Princípio da disponibilidade


denúncia o MP NÃO pode desistir da ação OBS: no 2º princípio, parte-se do pressuposto
pública- art. 42, CP) que o direito de QUEIXA já foi exercido, ou
OBS: no 2º princípio, parte-se do pressuposto seja, já há uma ação penal em tramite.
que há uma ação penal em tramite.
-Formas de dispor/desistir da ação penal:
I. perdão do ofendido- (tem que ser aceito,
pois trata-se de um ato bilateral)
II. perempção- (são comportamentos que a
revela desinteresse do ofendido -art. 60, CPP)

OBS: O perdão e a perempção são causas de


extinção punibilidade.
OBS: perempção no cível- considera-se
perempta a ação extinta por 03 vezes.
No Direito penal- basta ser extinta 01 única
vez.

3. Princípio da intranscendência (a 3. Princípio da intranscendência (a


responsabilidade NÃO transcende de quem responsabilidade NÃO transcende de quem
comete o crime. comete o crime.

4. Princípio da divisibilidade (só se houver 4. Princípio da indivisibilidade (só se houver


concurso de agentes, ou seja, participou do concurso de agentes, ou seja, participou do
crime 02 ou mais pessoas) crime 02 ou mais pessoas)
EX: eu posso oferecer a denúncia contra 01
dos agente e não ajuizar contra 02 dos Ou ajuíza queixa contra TODOS ou NÃO
agentes (pois depende das condições da ajuíza contra NINGUÉM.
ação). -art. 49, CPP (a renúncia tácita contra um dos
agentes ele se estende a TODOS).

IPCDIFERENÇAS entre a renúncia e do perdão do ofendido


RENÚNCIA- vem ANTES da ação, como forma do ofendido não a propor.
-ato UNILATERAL
PERDÃO- vem DEPOIS da propositura da ação, pois é uma forma de dispor da ação.
-ato BILATERAL

17/04/11
Guilherme Madeira

AÇÃO CIVIL EX DELICTO (art. 63 a 68, CPP)

1º. Sentença penal condenatória transitada em julgado é título executivo e,


além disso, deve fixar o valor mínimo da reparação.
ATENÇÃO: NÃO pode ter execução PROVISÓRIA do valor.

2º. Falta de prova NÃO produz efeitos na esfera cível (se for absolvido por
falta de provas na esfera criminal, NÃO impede a condenação na esfera cível).
3º. Atipicidade da conduta NÃO produz efeitos na esfera cível.
4º. Se negar a existência do fato PRODUZ efeitos na esfera cível (66 e 386, I,
CPP).
5º. Se comprovou que NÃO cometeu o crime PRODUZ efeito cível (art. 386,
IV, CPP).
6º. Causa excludente da ilicitude, FAZ efeito na esfera cível (art. 65).

COMPETÊNCIA
1. Competência por prerrogativa de função ou originária ou foro
privilegiado
a) NÃO viola o princípio da igualdade, pois o que interessa é a proteção do
CARGO ou da FUNÇÃO.
ATENÇÃO: se renunciar para ESCAPAR ao julgamento esta renuncia não
produz o efeito de modificar a competência.

IPCb) Concursos de agente


b.1) se for crime cuja competência NÃO esteja na CF, NÃO haverá
SEPARAÇÃO de processos.
EX: Juiz e advogado roubam AMBOS serão julgados pelo TJ (Julgamento
CONJUNTO, ou seja, atrai a competência).
b.2) Se a competência ESTIVER na CF haverá SEPARAÇÃO de processo.
EX: Juiz e advogado matam (Juiz será julgado no TJ e o advogado será
julgado pelo JÚRI)

c) Quem Julga quem


STF julga: Presidente da República (crimes comum), Vice Presidente,
Deputado Federal, Senador, Adv. Geral da União, Ministro de Estado.
STJ: Governador e Desembargador.
TJ: Juiz, Promotor, Prefeito e Deputado Estadual.

ATENÇÃO: EM REGRA vereador NÃO tem prerrogativa de função.

c.1) JUIZ

O Juiz é julgado a que esteja VINCULADO, ainda que seja crime federal, mas
se for crime ELEITORAL é o TRE (é SEMPRE julgado pelo TJ, exceto quando cometer crime
eleitoral).

c.2) PREFEITO
É julgado pelo tribunal a DEPENDER do crime.
EX: crime comum- TJ
Federal- TRF
Eleitoral- TRE

c.3) DEPUTADO ESTADUAL


As Constituições Estaduais fixam as competências para o julgamento do
Deputado Estadual.
Em regra ele é julgado pelo TJ (Tribunal de Justiça) e esta competência é
fixada na Constituição Estadual. Se cometer crime DOLOSO CONTRA VIDA, será julgado pelo
JURI (exceção prevista na Súmula 721, do STF).

2. Justiça Federal (art. 109, CF)

a) É um rol TAXATIVO.

b) REGRA: Juiz federal NÃO julga contravenção (Art. 109, IV).

c) Julga crimes POLÍTICOS (Art. 109, IV).


Crime político é DIFERENTE de crime praticado POR político.
Crimes políticos são os previstos Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83).

d) Crimes praticados contra bens, serviços e interesses da União, Autarquias


e Empresas Públicas Federais (Art. 109, IV).
d.1. Autarquia Federal
EX: INSS, BACEN, Agências Reguladoras (ANATEL, ANEEL);
d.2. Empresas Públicas Federal
EX: Caixa Econômica Federal

d.3. Sociedade de Economia Mista Federal- é julgado na justiça ESTADUAL


(Súmula 42, do STJ).
EX: Banco do Brasil, Petrobrás

d.4) SOMENTE será FEDERAL se o homicídio tiver relação com a função.


EX: se eu mato um Delegado Federal porque ele está ME INVESTIGANDO, o
crime FEDERAL.
“A” mata um Delegado Federal porque ele estava dormindo com a sua
mulher (NÃO é crime federal, pois a função do Delegado NÃO era dormir com a mulher de
“A”).

IPCe) Crimes à distância (Art. 109, V)

Para ser Federal tem que ser CRIME À DISTÂNCIA e tem que ter TRATADO
(CRIME À DISTÂNCIA + TRATADO).
EX: Tráfico internacional de drogas.
Crime à distância começa em um país e termina em outro.

No caso de RACISMO, PORNOGRAFIA INFANTIL ou TRÁFICO DE DROGAS mais


PUBLICAÇÃO EM SITE é de competência da justiça FEDERAL, pois tem TRATADO protegendo.
EX: Publica em site “matem os judeus”- Justiça Federal
Publica no site “mate ao Ana, aquela judia safada”- Justiça Estadual, pois não
tem tratado protegendo a Ana.

f) Crimes cometidos abordo de navios ou aeronave (art. 109, IX)

Se a aeronave estiver PARADA, no solo, a competência será FEDERAL, de


acordo com o entendimento do Supremo.

g) Disputa sobre direitos indígenas (art. 109, XI)


O crime deve ter relação com os DIREITOS indígenas.
EX: homicídio por disputa sobre limites territorial.

ATENÇÃO: incidente de deslocamento de competência (art. 109, §5º, CF)


Procurador Geral da República, nos crimes de grave violação aos direitos
humanos, pedirá ao STJ que o processo sai da Justiça Estadual e vá para a Justiça Federal.

3. Competência territorial (arts. 70 ao 73)

a) REGRA: art. 70- local do resultado/consumação


Pois, fica mais fácil para colher as provas.

b) EXCEÇÃO: art. 73, CPP


ATENÇÃO: foro supletivo- se NÃO souber o local do resultado então haverá
a incidência do domicílio ou residência do réu (art. 72)

CONEXÃO E CONTINÊNCIA

Sevem para EVITAR decisões contraditórias, ou seja, eu não posso decidir


casos iguais de forma diferente.

CONTINÊNCIA: art. 77 (basicamente quando houver, concurso de agentes)

CONEXÃO: art. 76
Inciso I
EX: arrastão no jogo de futebol (1º parte), ataques do PCC (2º parte), crimes
de rixa (3º parte)

Inciso II
EX: homicídio + ocultação de cadáver

Inciso III
EX: furto + receptação

-FORO PREVALENTE (arts. 79 a 82)


a) o Júri atrai (EX: homicídio “crime doloso contra a vida” + ocultação de
cadáver)

b) Jurisdição de igual categoria


-crime com pena MAIS grave
-quantidade de atos
-prevenção (juiz que tomou decisão em 1º lugar)

07/05/11
Paulo Herique Fuller

PROVA ILÍCITA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL


-Art. 5º, CF

CONCEITO:
Prova ilícita são aquelas obtidas com a violação de 02 tipos de normas:
-Normas constitucionais
-Normas legais (viola lei penal)

CONSEQUÊNCIAS (art. 157, caput, CPP):


1. Provas ilícitas são INADMISSÍVEIS ao processo (é ideal que ela NÃO entre
no processo);
2. Caso ela entre será DESENTRANHADA.

BUSCA DOMICILIAR

-Art. 5º, XI, CF

- HIPÓTESES:
1. COM consentimento do morador (pode ser feita a QUALQUER HORA)

2. SEM consentimento:
a) Se dentro da casa estiver ocorrendo um flagrante delito;
b) Para prestar socorro (pode ser feita a QUALQUER HORA);
c) Desastre (pode ser feita a QUALQUER HORA);
d) Por ordem judicial (só esta hipótese foi limitada a ser durante o DIA).

OBS: art. 241, CPP (É ANTERIOR a CF- ordem da autoridade policial e judicial.
Porém tal artigo só foi recepcionado pela CF no que tange a ordem JUDICIAL).

-Entende-se por DIA o período compreendido entre 6 da manhã às 18:00 horas.

Se violar a CF a prova torna-se ILÍCITA.


EX: Se o mandado JUDICIAL foi cumprido durante a NOITE e aprende-se uma
arma, esta prova NÃO poderá ser utilizada, pois é ILÍCITA.

CONFISSÃO COM TORTURA (lei 9.455/97)- prova ilícita

PROVA ILÍCITA ORIGINÁRIA:


-A prova ilícita é ORIGINÁRIA, pois é nela que nasce com o ilícito.

PROVA ILÍCITA DERIVADA:


REGRA GERAL: A prova DERIVADA da prova ilícita também é ILÍCITA (pois
ela foi CONTAMINADA): TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE VENENOSA (os frutos estão ligados
a origem, sendo assim os frutos são contaminados).
*prova DERIVADA: é a prova que em si mesma, se vista de forma isolada, é
lícita.
Tem como CONSEQÜÊNCIA:
*torna a prova ILÍCITA por derivação;
*será desentranhada dos autos.

EXCEÇÕES: art. 157, §1º , CPP


A prova derivada NÃO se contamina, ou seja, É admitida quando:
1. Quando NÃO houver NEXO CAUSAL entre a prova derivada e a prova
ilícita (não tem ligação);
2. Se a prova derivada vier de fonte INDEPENDENTE da ilícita (não deriva da
ilícita);
Se NÃO tem ligação NÃO se transmite o veneno.

CUIDADO: PREVISÃO DOUTRINÁRIA E JURISPRUDENCIAL:


A prova ilícita será ADMITIDA de forma EXCEPCIONAL se ela for favorável
ao RÉU, ou seja, pro reo (para provar a INOCÊNCIA- para DEFESA)
O princípio que justifica tal atitude é o princípio da
proporcionalidade/razoabilidade.

Para ACUSAÇÃO NUNCA é admitida a prova ilícita (pois o Estado tem


estrutura de fazer a prova de forma lícita).

PROVAS:
PERÍCIAS:
-PERITOS OFICIAIS (são os peritos que prestam concursos para este fim-
perito fixo)- basta 01 perito;
-PERITOS NÃO OFICIAIS/LOUVADOS (são pessoas NÃO concursadas com
formação em nível superior)- tem que ser no mínimo 02 peritos, ou seja, pelo menos 02
peritos tem que participar da feitura do laudo.

PARTES:
-A parte participa da perícia formulando QUESITOS (perguntas para os
peritos responderem);
-As partes PODEM indicarem assistentes técnicos;

OBS: Os PERITOS são auxiliares do Juízo- o perito faz LAUDO PERICIAL.


O ASSISTENTE TÉCNICO é auxiliar da PARTE- o assistente técnico elabora
PARECER.

CORPO DE DELITO (espécie de perícia)


É toda perícia que tem por finalidade demonstrar a existência do crime
(demonstrar a MATERIALIDADE).
CORPO: é o vestígio material do crime (corpo físico).

OBS: NÃO vincular corpo á cadáver.


EX: examinar o documento, o corpo, o cadáver...

Se o crime deixar VESTÍGIO o exame de corpo de delito é de realização


OBRIGATÓRIA (é dever legal)- Art 158, CPP
Caso EXISTAM os vestígios e NÃO for realizado o exame de corpo de delito
o processo se torna NULO- Art. 564, III, “b”,CPP
Caso DESAPARECEREM os vestígios, utiliza-se da PROVA TESTEMUNHAL -
art. 167, CPP.
A prova testemunhal tem que ser cujo conteúdo da prova possa
COMPROVAR a existência do crime.
IPC A CONFISSÃO do autor do “crime”/acusado NÃO supre a ausência do
exame de corpo de delito (art. 158, parte final), ou seja, mesmo que o acusado confesse ele
não poderá ser denunciado, nem levado a júri e nem condenado, se for o caso (não é prova
segura para testar a existência do crime, sendo assim não supre a prova do exame do corpo de
delito).

INTERROGATÓRIO DO ACUSADO;
Meio de prova e meio de defesa.
Formalidades do interrogatório judicial:
1. Presença de advogado (advogado constituído ou dativo)- se for
interrogado SEM advogado, será considerado cerceamento de defesa, e
o ato será NULO e os demais atos também.
2. Direito de entrevista PRÉVIA entre advogado e acusado- caso o juiz não
permita a entrevista prévia o ato será NULO.
3. Ao fim do interrogatório as partes podem formular perguntas para o
acusado- o indeferimento de pergunta essencial causa cerceamento de
defesa, o ato se torna NULO.

DURANTE O INTERROGATÓRIO
DURANTE o interrogatório o acusado poderá:
1. Nega
2. Confissão
3. Direito ao silêncio (garantido pelo CF)

DIREITO AO SILÊNCIO (art. 186, § único)- o silêncio NUNCA pode prejudicar


o acusado, pois ele está exercendo um DIREITO.
NO CÍVEL: ficar calado na esfera cível gera a confissão ficta ou presumida
(presumir que houve confissão).
Em PENAL NÃO existe a confissão ficta, pois ela viola a CF, ou seja, a
presunção de INOCÊNCIA.
Se o acusado ficar CALADO ou for REVEL NÃO gera confissão ficta.

OFENDIDO:
-Quem SOFREU o crime (vítima).
-Pode se PARCIAL.
-Parte PASSIVA do crime.
-NÃO tem o dever legal de dizer a verdade (pois é PARTE).
-NUNCA comete o crime de FALSO TESTEMUNHO (art. 342, CPP).
-Está sujeito ao cometimento do crime de DEUNCIAÇÃO CALUNIOSA (art.
339, CP- imputa o crime á alguém que SABE inocente a realização do crime).
-Presta DECLARAÇÕES (art. 201) (não presta depoimento- diferença apenas
terminológica, apenas difere a nomenclatura)
TESTEMUNHA :
-NÃO é parte do crime, ou seja, é um TERCEIRO (não sofre e nem pratica o
crime).
-Tem o DEVE de dizer a VERDADE.
-Está sujeito ao cometimento do crime de FALSO TESTEMUNHO (art. 342,
CPP)
-Presta DEPOIMENTO.

PROVA DOCUMENTAL:
A prova documental se dá com a JUNTADA;
REGRA: NÃO tem limite para a produção de prova documental (art. 231,
CPP), pode juntar documentos que QUALQUER fase do processo.
EXCEÇÃO: art. 479, CPP- em plenário do júri (o que eu quiser exibir em
plenário para os jurados, tem que juntar com antecedência MÍNIMA de 03 dias, para que não
haja surpresa).
Diz respeito á DOCUMENTOS e OBJETOS (EX: maquete, mapa...)
Se exibir a prova SEM que ele tenha sido juntada juntar com antecedência
MÍNIMA de 03 dias o julgamento fica NULO.
Art. 234- Juiz de OFÍCIO (CABE a produção de prova de OFÍCIO pelo Juiz).

15/05/2011
Guilherme Madeira

CAUTELARES PESSOAIS
Lei nº. 12.403/11 – Lei de junho (LEI NO MATERIAL DE APOIO)

1. Modalidades de cautelares pessoais


a) prisão:
*Prisão em flagrante
*Prisão preventiva
*Prisão temporária

b) liberdade provisória
c) substitutivas da prisão (rol do art. 319, nova lei)

OBS: A prisão preventiva deve ser a última medida a ser aplicada.

1. Substitutivas da prisão
ATENÇÃO: rol do artigo 319:
1. Comparecimento periódico em Juízo;
2. Proibição de freqüentar determinados lugares;
3. Proibição de manter contato com as pessoas;
4. Proibição de ausentar-se da Comarca (não tem limite de tempo);
4.1. O juiz pode determinar o depósito do passaporte em Juízo (para impedir que a
pessoa fuja).
5. Recolhimento domiciliar no período noturno;
6. Suspensão do exercício da função pública ou da atividade comercial;
6.1. A lei NÃO fixa o limite de duração desta medida;
7. Internação provisória;
8. Fiança;
9. Monitoração eletrônica.
9.1. A lei NÃO regulamentou sua utilização.

Obs. É monitoração e não monitoramento.


Obs2. Podem ser aplicadas de maneira isolada ou cumulativa.

2. Critério para aplicação (art. 282)


Temos que observar a NECESSIDADE e ADEQUAÇÃO

3. Prisão domiciliar (art. 318)


a) maior de 80 anos
b) extremamente debilitado por doença grave
c) se for imprescindível para os cuidados especiais de pessoa menor de 06 anos ou com
deficiência
d) no caso de gestante a partir do 7º mês ou se a gravidez for de risco (a qualquer
tempo)

4. Prisão em flagrante
a) Modalidades:
a.1) Modalidades do CPP
Art. 302, CPP
- Inciso I e II  Flagrante próprio;
- Inciso III  Flagrante impróprio (Perseguido logo após)
- Inciso IV  Flagrante presumido (Encontrado logo depois)
ATENÇÃO: Enquanto durar a perseguição, o sujeito esta em flagrante, ainda que o
percam de vista. O que não pode haver é solução de continuidade da perseguição, ou seja,
interrupção da perseguição.

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:

I - está cometendo a infração penal;

II - acaba de cometê-la;

III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa,
em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam
presumir ser ele autor da infração.

Dica: Presumo que o Madeira (professor) seja gay, pois foi encontrado logo
depois da aula beijando o Flávio (IV).

a.2) Modalidades da DOUTRINA E DA JURISPRUDÊNCIA


PREPARADO ESPERADO

- A autoridade INDUZ o sujeito a praticar - NÃO há indução;


o crime;
- O flagrante é VÁLIDO;
- NÃO é válido;

-Súmula 145 do STF;

ATENÇÃO: Se o traficante TEM a droga, o flagrante é ESPERADO, mas se


PRECISA ADQUIRIR a droga, o flagrante é PREPARADO.

a.3) Modalidades previstas em LEIS ESPECIAIS


IPC FLAGRANTE VIRTUAL / ENTREGA VIGIADA
AÇÃO CONTROLADA/FLAGRANTE
RETARDADO
- Lei do crime organizado (Lei 9.084/95, - Lei de drogas (lei 11.343/06, art. 53);
art. 2);
- PRECISA de autorização judicial E
- NÃO precisa de autorização judicial; precisa conhecer o itinerário (caminho)
da droga;
Ex: O policial espera o melhor momento
(flagrante virtual) para capturar os
infratores e fica vigiando e analisando o
melhor momento.

b) Formalidades do flagrante (art. 310 do CPP)

Ao ser pego em flagrante o Juiz pode:

- relaxar a prisão em flagrante ilegal

-aplicar as medidas substitutivas (art. 319)


- declarar a prisão preventiva

- liberdade provisória

*Ler art. 304 e 306 do CPP.

5. Prisão Preventiva
a) No INQUÉRITO POLICIAL o juiz NÃO pode DECRETAR DE OFICIO. Só decreta DE
OFICIO durante a AÇÃO penal.

b) Cabimento – Art. 312 e 313.


b.1) Art. 312  Para decretar a prisão preventiva tem que haver: Prova da

materialidade E indícios suficientes de autoria (requisitos CUMULATIVOS).


Pode se declarar também por:
-* Garantia da ordem pública  ordem pública NÃO significa clamor público. Significa
probabilidade de reiteração de condutas criminosas.
Ex: Maníaco do Parque (provavelmente ele voltaria a cometer o crime de novo).

- *Garantia da ordem economia  Ordem econômica significa à ordem pública


aplicada a economia.
Ex: Dono de posto que por muitos anos adultera combustível (probabilidade de
reiteração da conduta criminosa aplicada à economia).

- *Conveniência da instrução criminal  Se o réu se opuser de maneira INDEVIDA à


produção da prova, então poderá ser decretada sua prisão.

- *Assegurar a aplicação da lei penal  Se houver indícios CONCRETOS de fuga,


poderá ser decretada a prisão.
OBS:*Basta um dos requisitos para o cabimento da prisão preventiva.

b.2) Art. 313


- Crime com pena máxima MAIOR ou IGUAL que04 anos (IPC);
- Reincidente em crime doloso;
- Para garantir a execução de medida protetiva de urgência (lei Maria da Penha);
- Se houver dúvida sobre a identidade do réu;
-Pode também se descumprir o art. 319 (algumas das outras medidas).

6. Prisão Temporária (Lei 7.960/89)


 Prisão do inquérito (só existe no inquérito);
 O juiz NÃO pode decretar de oficio;
 Tem prazo DETERMINADO: 05 dias prorrogáveis por mais 05 OU em casos de crime
hediondos de 30 dias, prorrogáveis por mais 30. A prorrogação somente pode ocorrer em
casos de extrema e comprovada necessidade.

b) Cabimento (artigo 1º, da lei)


 I – Quando imprescindível para as apurações do inquérito policial;
II – Indiciado sem residência física OU não fornecer elementos para a sua
identificação;
 III – Rol TAXATIVO de crimes (Ler).
Decorar pelo menos: Quadrilha ou bando / Crimes contra o sistema financeiro /
Genocídio.

I ou II OBS: Tem que COMBINAR o inciso I com o III OU o II com o III.


III

7. Liberdade provisória
a) Liberdade provisória SEM fiança: cabe quando NÃO for caso de prisão preventiva (se
um Juiz NÃO decretar a preventiva ele pode decretar a liberdade provisória sem fiança- art.
310, § único da Lei).
b) Liberdade provisória COM fiança: cabe para os crimes FORA do rol do artigo 323 e
324 da Lei.
c) Delegado PODE arbitrar fiança para os crimes com pena máxima MENOR ou IGUAL
há 04 anos (art. 322).
-Ampliou o poder do Delegado.

11/06/11
Flávio Martins

PROCEDIMENTOS
-Procedimento comum
*Ordinário
Crimes com pena máxima IGUAL ou MAIOR de 04 anos

*Sumário
Crimes com pena máxima MAIOR que 02 e MENOR do que 04 anos.

*Sumaríssimo
Previsto na Lei 9.099/95
Infrações de menor potencial ofensivo (são TODAS as contravenções e os
crimes cuja pena máxima NÃO excede 02 anos).

- Procedimento especial
*Júri
*Crimes contra a honra
*Crimes funcionais (aqueles praticados por funcionários públicos)
*Lei de drogas
-PROCEDIMENTO ORDINÁRIO

Denúncia ou queixa Recebimento da denúncia/queixa Citação Resposta à acusação Absolvição sumária Audiência (art. 400, CPP)

Caso o réu NÃO seja


ABSOLVIDO
SUMARIAMENTE
Denúncia ou queixa
Denúncia é a petição inicial da ação penal PÚBLICA (oferecida pelo
Ministério Público).
Queixa (queixa-crime) é a petição inicial da ação penal PRIVADA (oferecida
pela própria vítima ou seu representante legal- querelante)

Requisitos da queixa e da denúncia (art. 41, CPP)


a) Exposição minuciosa dos fatos (descrever minuciosamente)
-NÃO se admite a denúncia/queixa lacônica, imprecisa, genérica.
-Havendo corréus, deve-se descrever a conta de CADA um deles (NÃO é
possível fazer uma imputação genérica para todos).

b) A qualificação do acusado ou seus sinais característicos


c) Classificação do crime
Tem que dizer qual foi o crime praticado, ou seja, qual foi o artigo de lei
violado.
d) O rol de testemunhas
No procedimento ordinário até 08 testemunhas podem ser arroladas.
REGRA: Se NÃO arrolar, ocorrerá PRECLUSÃO (perda de uma faculdade
processual). Se não arrolar as testemunhas na denúncia/queixa NÃO poderá arrolar mais.
EXCEÇÃO: Quando houver o surgimento de NOVAS testemunhas, estas
poderão ser arroladas em outra fase processual.

Recebimento da denúncia/queixa
Recebe*
Da decisão que recebe a denúncia NÃO cabe recurso algum (SÓ habeas
corpus)
Rejeita*
Da decisão que rejeita a denúncia cabe RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
(SER).
EXCEÇÃO: Se ocorrer no Juizado Especial Criminal cabe APELAÇÃO (art. 82,
lei 9.099/95).
*Em Tribunal Superior SEMPRE é AGRAVO.
EX: quem é julgado originariamente no TJ tanto da decisão que RECEBE
quanto da que REJEITA cabe AGRAVO.

Rejeição da denúncia ou queixa (art. 395, CPP)


a) Inépcia da inicial (inépcia da denúncia ou queixa)
Quando algum dos requisitos NÃO for preenchido.
b) Falta de pressuposto processual
EX: incompetência

c) Falta de condição da ação


EX: ilegitimidade de parte

d) Falta de justa causa


É a falta de um mínimo probatório (ninguém pode ser processado sem
provas).

Citação
Citação é o chamamento para o réu se defender em juízo.

Tipos/espécies de citação
a) Citação pessoal
Ela é a REGRA GERAL.
Se o réu estiver em outra Comarca ele vai ser citado por carta precatória.
Se o réu estiver em outro País ele vai ser citado por carta rogatória (até o
seu cumprimento, a prescrição ficará SUSPENSA- SÓ vale para a carta rogatória).
O militar será citado na pessoa de seu superior.
O preso será citado pessoalmente.

Se o réu é citado pessoalmente e NÃO comparece ocorre a REVELIA.


REVELIA: o Juiz nomeia defensor e o processo seguirá SEM a presença do
réu.
b) Citação por edital
Quando o réu estiver em lugar incerto e não sabido.
Se o réu será citado por edital e NÃO comparecer SUSPENDE o processo e
SUSPENDE o prazo prescricional (art. 366, CPP).
Segundo o STJ, o prazo prescricional ficará SUSPENSO pelo MESMO prazo
previsto no Código Penal (EX: o crime de furto (art. 155, CP) prescreve em 08 anos, sendo
assim a prescrição ficará suspensa por 08 anos).

c) Citação com hora certa


O réu será citado com hora certa quando ele se ocultar para não ser citado
pessoalmente (o réu este fugindo do Oficial de Justiça).
O procedimento vai ser o MESMO adotado pelo CPC:
O Oficial de Justiça procura o réu por 03 vezes, verificando que o réu se
oculta para não ser citado, o Oficial marca o dia e hora para citá-lo, caso o réu não esteja no
dia e hora marcada ele cita um familiar ou um vizinho.
Caso o réu citado por hora certa e NÃO comparece ocorrerá a REVELIA (o
Juiz nomeia defensor e o processo segue SEM a presença do réu).

Resposta à acusação (art. 396, CPP)


-Prazo: 10 dias (a contar da citação)
-É uma peça OBRIGATÓRIA.
-Caso o réu não a faça o Juiz nomeia defensor para fazê-la em 10
dias.
-Conteúdo (o réu pode alegar):
*matéria processual (EX: nulidade)
*arrolar o rol de testemunha (a DEFESA arrola as testemunhas na
resposta á acusação, a ACUSAÇÃO tem que arrolar as testemunhas no oferecimento da
denúncia/queixa).
Até 08 testemunhas.
Se NÃO arrolar, ocorrerá PRECLUSÃO (perda de uma faculdade
processual).
- pode ser feito pedido de absolvição sumária (art. 397, CPP).

Absolvição sumária (art. 397, CPP)


a) fato é atípico
b) excludente da ilicitude
c) excludente da culpabilidade (EXCETO a INIMPUTABILIDADE)
d) extinção da punibilidade (EX: prescrição)
Se o Juiz absolver sumariamente o réu o processo ACABA, e cabe
APELAÇÃO.

Audiência (art. 400, CPP)


Caso NÃO seja o caso de ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA, marca-se a
audiência do artigo 400, do CPP.
Tem que ser marcada em 60 dias.
-Oitiva do OFENDIDO
-Oitiva das testemunhas arroladas pela ACUSAÇÃO
- Oitiva das testemunhas arroladas pela DEFESA
-Oitiva do PERITO
-Poderá ser feito o RECONHECIMENTO e a ACAREAÇÃO
-Interrogatório do RÉU
-Debates orais (20 minutos prorrogáveis por mais 10 minutos)
-Sentença

*03 casos de conversão dos debates orais em MEMORIAIS:


a) vários réus
b) caso complexo
c) surgimento de NOVAS provas

PRAZO dos memórias:


1º. Acusação: 05 dias
2º. Defesa: 05 dias
3º. Juiz: 10 dias para sentenciar

SENTENÇAS:
*Condenatória
É aquela que impões uma PENA (restritiva de direito, multa...)

*Absolutória
Tem 02 espécies/tipos:
-Sentença absolutória PRÓPRIA (é aquela que NÃO impõe NENHUMA
sanção penal)
-Sentença absolutória IMPRÓPRIA (é aquela que ABSOLVE mais
IMPÕE MEDIDA DE SEGURANÇA)

*Terminativa de mérito
É aquela que declara a EXTINÇÃO da punibilidade (EX: declara a
morte do réu, prescrição...).

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
É aquela que NÃO julga o mérito.

*Decisão interlocutória SIMPLES


É aquela que NÃO julga o mérito e NÃO põe fim ao processo.
EX: aquela que recebe a denúncia, decreta a preventiva...

*Decisão interlocutória MISTA:


IPC -Decisão interlocutória MISTA NÃO TERMINATIVA
Põe fim a uma faze do processo (EX: a pronúncia- tomada no rito do
Júri, termina uma fase do Júri e começa a outra)

-Decisão interlocutória MISTA TERMINATIVA


NÃO julga o mérito, mas pões fim ao processo.
EX: decisão que rejeita a denúncia.

02/08/11

JÚRI

Requisitos:
1. Crime DOLOSO
+

2. Contra a vida + todos que lhe forem CONEXOS (independente de ser contra a vida
ou não)
Contra a vida
Homicídio
Infanticídio
Participação em suicídio (induzimento, instigação ou auxílio)
Aborto
Requisitos CUMULATIVOS
TENTADO ou CONSUMADO

-NÃO vai a júri (a competência é da Vara Criminal comum):


EX: homicídio culposo
EX: latrocínio (roubo qualificado pela morte)- crime contra o patrimônio

Vai a júri ou crimes dolosos contra a vida, consumados ou tentados, mais todos que lhe
forem conexos.

- PROCEDIMENTO DO JÚRI
Procedimento BIFÁSICO ou ESCALONADO

Fases:
1º fase: Juízo da acusação (instrução preliminar ou sumário de culpa)
-o Juiz avalia a ADMISSIBILIDADE da acusação
- ADMISSÍVEL é a acusação que reúne:
1. Indícios de autoria
+
2. Prova da existência do crime

A PRONÚNCIA reconhece a existência de indícios de autoria e a prova da existência do


crime, ou seja, reconhece a ADMISSIBILIDADE.

2º fase: Juízo da causa


- Os JURADOS irão julgar o MÉRITO da causa
-Forma-se o conselho de sentença (jurados)
- Aos jurados compete julgar o mérito da causa

1º fase:
1. A acusação oferece denúncia ou queixa (pode arrolar ATÉ 08 testemunhas)
2. O juiz pode:
-Rejeita liminarmente a denúncia ou a queixa (rejeição liminar)- art. 395, CPP
-Recebe a denúncia ou a queixa
3. Em caso de RECEBIMENTO da denúncia ou queixa ocorre a CITAÇÃO DO ACUSADO.
4. O réu é citado para apresentar RESPOSTA Á ACUSAÇÃO em 10 dias (arrolar as
testemunhas).
5. Se o acusado apresentar DOCUMENTOS ou alegar PRELIMINARES haverá um “RÉPLICA”
(manifestação da acusação), onde a acusação se manifesta em 05 dias sobre os
DOCUMENTOS e/ou PRELIMINARES (art. 409, CPP)
6. O Juiz designa uma AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO
O juiz ouvirá:
O- ofendido
T- testemunhas de acusação
T- testemunhas de defesa
P- peritos
A- acareação
R- reconhecimento
I- interrogatório do acusado

7. As partes fazem as alegações finais ORAIS:


1º. Acusação (20 minutos prorrogáveis por + 10 min)
**Caso haja assistente de acusação ele falará após o MP em 10 min.

2º. Defesa (20 minutos prorrogáveis por + 10 min)- prazo INDIVIDUAL, para cada
um dos réus
**Se houver assistem re acusação fica para a defesa possibilitada de apresentar
alegações finais em (30 minutos prorrogáveis por + 10 min)

8. Sentença (encerra a 1º fase do Júri)

O Juiz poderá proferir a sentença de:


*PRONÚNCIA (art. 413, CPP)
-O Juiz profere a pronúncia quando ele reconhecer: INDÍCIOS SUFICIENTES DE
AUTORIA OU PARTICIPAÇÃO E (+) PROVA DE EXISTÊNCIA DO CRIME (requisitos
cumulativos)
-A pronúncia NÃO reconhece culpabilidade
-Leva o acusado a JÚRI

*IMPRUNÚNCIA (art. 414, CPP)


-Quando o Juiz reconhecer que: NÃO existe indícios suficientes de autoria OU prova
da existência do crime
- A impronúncia NÃO reconhece inocência.
-A impronúncia só faz coisa julgada FORMAL, ou seja, ela NÃO resolve o mérito.
-O MP pode oferecer NOVA DENÚNCIA pelo MESMO FATO se: surgir prova nova ou
não estiver extinta a punibilidade (art. 414, § único).
-FALTA de autoria ou de materialidade (dúvida)
*ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (art. 415, CPP)
I- Quando estiver PROVADA a inexistência do fato (ter prova de que não existiu o fato-
CERTEZA)

II- Estiver PROVADA a NÃO autoria/participação (juízo de CERTEZA)


-Estiver PROVADA a não autoria ou a inexistência do fato

III- Atípico
IV- exclui o crime (excludentes da ilicitude) ou isenta de pena (excludente da
culpabilidade)

-Faz coisa julgada MATERIAL (verdadeira absolvição)- NÃO poderá mais ser discutida
-Art. 415, § único: o Juiz é PROIBIDO, em regra, de absolver sumariamente em caso de
inimputabilidade por DOENÇA MENTAL.
Exceção: Salvo se a doença mental for a ÚNICA tese defensiva (o Juiz aplica medida de
segurança).

*DESCLASSIFICAÇÃO (art. 419, CPP)


-O Juiz entende que NÃO é um crime doloso contra a vida, sendo assim, manda para o
Juiz competente (Juiz singular)

RECURSOS:
-Pronúncia: recurso em sentido estrito (RESE)
-Impronúncia: apelação (art. 416)
-Absolvição sumária: apelação (art. 416)
-Desclassificação: recurso em sentido estrito (RESE)

2º fase: Juízo da causa (os jurados decidem o mérito da causa)


Preclusão da pronúncia (quando não houver mais recursos)

1. O Juiz intima as partes (05 dias): as partes podem arrolar no máximo 05


testemunhas para serem inquiridas no plenário.
2. Sorteio dos jurados (formação do conselho de sentença)
-O juiz sorteia 25 jurados para serem convocados para a cessão de julgamento.
-Têm que comparecer no MÍNIMO 15 jurados para que o Juiz possa instaura a
cessão de julgamento.
-Dentre os presentes sorteia os que irão compor o órgão julgador, ou seja, o
conselho de sentença (07 jurados).
-Pode haver até 03 recusas IMOTIVADAS/PEREMPTÓRIAS dos jurados, para cada
parte.
-Se a recusa for FUNDADA em SUSPEIÇÃO, IMPEDIMENTO ou
INCOMPATIBILIDADE para esta NÃO tem limite.
3. Instrução (produção de provas em plenário)
Oitivas do:
-ofendido
-testemunhas
-Interrogatório

4. Debates em plenário
1º. Acusação- 01 hora em meia
2º. Defesa-01 hora em meia

5. Réplica
Feita pela ACUSAÇÃO- 01 hora

6. Tréplica
Feita pela DEFESA- 01 hora

OBS: quando forem julgados MAIS de um réu na MESMA cessão de julgamento a lei
manda acrescentar 01 hora em cada um dos prazos anteriores (obs: independe se é
02, 03 ou 10 réus, acrescente-se APENAS 01 hora).

7. Sala secreta (responde quesitos)


-Respondem apenas SIM ou NÃO para os quesitos – ou seja, SEM dever de
motivação (íntima convicção).

*IPC Ordem dos quesitos (art. 483 CPP)


1. Materialidade (se a maioria dos jurados entenderem que NÃO há materialidade,
o Juiz profere sentença absolutória)
04 votos de sim: prossegue

2. Autoria ou participação (se houver NEGATIVA de autoria, o Juiz profere sentença


absolutória)
04 votos de sim: prossegue

3. Se absolve ou não
O juiz profere sentença de condenação ou absolvição.
Para condenar tem que haver MATERIALIDADE + AUTORIA + VOTO DE
CONDENAÇÃO.

4. Causas de diminuição da pena (1º quesitos de tese de DEFESA) Cuidado


EX: entra a votação do homicídio privilegiado

5. Qualificadoras/aumento de pena (2º requisitos de tese da ACUSAÇÃO) Cuidado

Atenuantes e agravantes são resolvidas diretamente na sentença pelo JUIZ


presidente.
8. O Juiz profere sentença
-Contra esta sentença cabe recurso de APELAÇÃO (art. 593, III, CPP).

09/07/11
Paulo Henrique Fuller

-PROIBIÇÃO DA “REFORMATIO INPÉGIUS”


Art. 617, CPP: o Tribunal não pode reformar para PIOR a sentença - tem que ser
recurso EXCLUSIVO da DEFESA.
Quando SÓ a DEFESA RECORRE, o Tribunal pode MANTER a sentença ou
MELHORÁ-LA.
O Tribunal fica PROIBIDO de reformar para pior.
SÓ pode PIORAR quando a ACUSAÇÃO recorrer.
Caso o processo seja ANULADO pelo Tribunal a NOVA sentença terá como LIMITE
a 1º sentença, mesmo que tenha sido anulada (proibição da REFORMATIO IMPÉGIUS
INDIRETA), ocorre o efeito PRODRÔMICO (é um efeito atípico, pois a 1º sentença NÃO tinha a
intenção de limitar a 2º sentença).

-PERMISSÃO “REFORMATIO IN MELLIUS”


O Tribunal melhorar a situação do acusado quando houver recurso EXCLUSIVO da
ACUSAÇÃO.
É PERMITIDO, uma vez que o Código NÃO proibiu.

RECURSOS:

-Recurso em sentido estrito (RESE)


*Só para PREVISÃO legal EXPRESSA.
*O CABIMENTO é TAXATIVO.
*Art. 581, CPP (rol EXEMPLIFICATIVO) – EX: art. 294, § único, Lei de Trânsito

Art. 581:
I- Contra decisão de REJEIÇÃO (não recebe) contra denúncia /queixa (inicial)-
REGRA;
OBS: da decisão de RECEBIMENTO de denúncia ou queixa NÃO cabe recurso -
IRECORRÍVEL (cabe apenas HABEAS CORPUS, o qual NÃO é recurso, ou seja, é uma ação
autônoma).
EXCEÇÃO: Quando a REJEIÇÃO for no JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL cabe o
recurso de APELAÇÃO (Art. 82, Lei 9.099/95).

II- Contra decisão de PRONÚNCIA e DESCLASSIFICAÇÃO;


VIII- Contra decisão que RECONHECE a extinção da punibilidade- REGRA;
IX- Contra decisão que INDEFERE a extinção da punibilidade- REGRA;
EXCEÇÃO: se a decisão da EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE for na fase de
EXECUÇÃO, cabe o recurso de AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL (art. 197, LEP).
X- Contra decisão que CONCEDE ou NEGA habeas corpus pelo Juiz de
PRIMEIRO grau (Vara Criminal);
EX: autoridade coatora o Delegado de Polícia- é julgado pela VARA CRIMINAL.

Se o HABEAS CORPUS foi DENEGADO em TRIBUNAL cabe RECURSO ORDINÁRIO


CONSTITUCIONAL (ROC).
É utilizado pela DEFESA.
Contra decisão CONCESSIVA de HC NÃO cabe ROC.
Quem julga o ROC ou é o STF ou o STJ.
STF: quando o HC for denegado em um TRIBUNAL DE GRAU SUPERIOR (EX: STJ,
TSE...)- CF, art. 102, II, “a”.
STJ: quando o HC for denegado pelos TJs e pelos TRFs- art. 105, II, “a”, CF.
Prazo do ROC: 05 dias

*Procedimento do RESE
-INTERPOSIÇÃO: 05 dias (capa)
-RAZÕES: 02 dias
- CONTRARRAZÕES: 02 dias
-Os autos voltam ao Juiz para se manifestar em sede de JUÍZO DE RETRATAÇÃO,
onde o Juiz REFORMA ou MANTÉM a decisão.
Caso o Juiz REFORME INTEGRALMENTE a decisão o recurso NÃO vai para o
Tribunal.
-Efeito REGRESSIVO/ITERATIVO/DIFERIDO (visto que possui juízo de
RETRATAÇÃO, uma vez, que a decisão VOLTA a quem a proferiu para ser reapreciada a própria
decisão).

-AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL (art. 197, LEP)


*Cabe contra QUALQUER decisão proferida na fase de EXECUÇÃO penal.
*O PROCEDIMENTO a ser utilizado é o do RESE (súmula 700, do STF).
*Também tem JUÍZO DE RETRATAÇÃO e efeito de REGRESSIVO.

-RECURSO DE APELAÇÃO (art. 593, CPP)


I- Cabe contra sentença CONDENATÓRIA ou ABSOLUTÓRIA;
II- Decisão com força de DEFINITIVA (ex: incidente de restituição de coisas
apreendidas);
III- Decisões proferidas pelo TRIBUNAL DO JÚRI (fim da 2º fase do júri- depois
que os jurados decidiu e o juiz proferiu sentença);

RELEMBRAR:
No fim da 1º fase do Júri cabe APELAÇÃO quando:
-Impronúncia
-Absolvição Sumária
*Vogal

*Procedimento/rito da apelação
-INTERPOSIÇÃO: 05 dias (capa)
-RAZÕES: 08 dias
- CONTRARRAZÕES: 08 dias
-O Juiz NÃO pode se retratar, sendo assim, NÃO tem efeito regressivo, pois não
volta para o Juiz se retratar.

APELAÇÃO NO JUÍZADO ESPECIAL CRIMINAL (art. 82, lei 9.099/95)


-INTERPOSIÇÃO + RAZÕES: em 10 dias
- CONTRARRAZÕES: 10 dias

-RECURSO DE EMBARGOS INFRINGENTES e de NULIDADE


*Embargos de nulidade: trata de nulidade
*Embargos infringentes: trata de direito material

*Embargos infringentes (art. 609, § único, CPP)


-Trata-se de recurso de OUTRO recurso, ou seja, já houve outro recurso.
1) O recurso anterior foi julgado de forma NÃO unânime (2 X 1)- Apenas 03
componentes da Câmara.
O voto vencido dá aparência de razão, sendo assim, eu posso pedir que a mesma
matéria seja julgada NOVAMENTE (agora a Câmara terá 05 desembargadores).
OBS: todos os Desembargadores votam novamente.
2) Decisão NÃO unânime julgada por TRIBUNAL DE 2º GRAU (TJ ou TRF)
3) Desfavorável a DEFESA
NÃO cabem embargos infringentes para a ACUSAÇÃO, pois é PRIVATIVO da
DEFESA.
4) Tem que surgir do JULGAMENTO do recurso de:
*APELAÇÃO ou RESE ou AGRAVO DE EXECUÇÃO PENAL

OBS: Qualquer decisão NÃO unânime (2 X 1) que surgiu FORA dos recursos de
apelação, RESE, agravo de execução NÃO cabe embargos infringentes por falta de previsão
legal.
Requisitos CUMULATIVOS.
AÇÃO PRIVATIVA DE DEFESA:
AÇÃO de REVISÃO CRIMINAL (SÓ “pro reo”- NUNCA “pro societate”)
NÃO tem prazo
Busca desconstituir CONDENAÇÃO

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