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TEXTO INTEGRANTE DO ATO ORIGINAL

Decreto-Lei n.º 269/98, de 1 de setembro

Índice

Diploma
Artigo 1.º Procedimentos especiais
Artigo 2.º Contagem de prazos
Artigo 3.º Alteração ao Código de Processo Civil
Artigo 4.º Pagamento de taxa de justiça
Artigo 5.º Revogação
Artigo 6.º Entrada em vigor
Assinatura
Anexo
Capítulo I Acção declarativa
Artigo 1.º Petição e contestação
Artigo 2.º Falta de contestação
Artigo 3.º Termos posteriores aos articulados
Artigo 4.º Audiência de julgamento
Artigo 5.º Depoimento apresentado por escrito
Artigo 6.º Execução
Capítulo II Injunção
Artigo 7.º Noção
Artigo 8.º Secretaria judicial competente
Artigo 9.º Entrega do requerimento de
injunção Artigo 10.º Forma e conteúdo do
requerimento Artigo 11.º Recusa do
requerimento
Artigo 12.º Notificação do requerimento
Artigo 13.º Conteúdo da notificação
Artigo 14.º Aposição da fórmula executória
Artigo 15.º Oposição
Artigo 16.º Distribuição
Artigo 17.º Termos posteriores à distribuição
Artigo 18.º Valor processual
Artigo 19.º Custas
Artigo 20.º Destino da taxa de justiça
Artigo 21.º Execução fundada em injunção
Artigo 22.º Forma de entrega do requerimento e modelo de carta registada

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TEXTO INTEGRANTE DO ATO ORIGINAL

Diploma

Aprova o regime dos procedimentos para cumprimento de obrigações pecuniárias emergentes de contratos de valor não superior à
alçada do tribunal de 1.ª Instância
Decreto-Lei n.º 269/98
de 1 de Setembro
A instauração de acções de baixa densidade que tem crescentemente ocupado os tribunais, erigidos em órgãos para reconhecimento e
cobrança de dívidas por parte dos grandes utilizadores, está a causar efeitos perversos, que é inadiável contrariar.
Na verdade, colocados, na prática, ao serviço de empresas que negoceiam com milhares de consumidores, os tribunais correm o risco
de se converter, sobretudo nos grandes meios urbanos, em órgãos que são meras extensões dessas empresas, com o que se
postergam decisões, em tempo útil, que interessam aos cidadãos, fonte legitimadora do seu poder soberano. Acresce, como já alguém
observou, que, a par de um aumento explosivo da litigiosidade, esta se torna repetitiva, rotineira, indutora da «funcionalização» dos
magistrados, que gastam o seu tempo e as suas aptidões técnicas na prolação mecânica de despachos e de sentenças.
É impossível uma melhoria do sistema sem se atacarem a montante as causas que o asfixiam, de que se destaca a concessão
indiscriminada de crédito, sem averiguação da solvabilidade daqueles a quem é concedido.
Não podendo limitar-se o direito de acção, importa que se encarem vias de desjudicialização consensual de certo tipo de litígios,
máxime do que acima se apontou. Com efeito, a solução não é a de um quotidiano aumento de tribunais, de magistrados, de oficiais
de justiça, na certeza de que sempre ficariam aquém das necessidades.
É elevadíssimo o número de acções propostas para cumprimento de obrigações pecuniárias, sobretudo nos tribunais dos grandes
centros urbanos.
Como ilustração, atente-se em que, apenas nos tribunais de pequena instância cível de Lisboa, deram entrada nos anos de 1995,
1996 e 1997 respectivamente 46760, 56667 e 88523 acções, quase todas com o referido objecto.
O artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 329-A/95, de 12 de Dezembro, previu a possibilidade da criação de processos com tramitação própria
no âmbito da competência daqueles tribunais.
É oportuno concretizar esse propósito, mas generalizando-o ao conjunto dos tribunais judiciais, pelo que se avança, no domínio do
cumprimento de obrigações pecuniárias emergentes de contratos que não excedam o valor da alçada dos tribunais de 1.ª instância,
com medida legislativa que, baseada no modelo da acção sumaríssima, o simplifica, aliás em consonância com a normal simplicidade
desse tipo de acções, em que é frequente a não oposição do demandado.
Paralelamente, a injunção, instituída pelo Decreto-Lei n.º 404/93, de 10 de Dezembro, no intuito de permitir ao credor de obrigação
pecuniária a obtenção, «de forma célere e simplificada», de um título executivo, no mesmo triénio mereceu uma aceitação
inexpressiva, que se cifra, em todo o País, em cerca de 2500 providências por ano.
À margem da sensibilização dos grandes utilizadores para o preocupante fenómeno que se verifica, e que está a contar com a sua
adesão, deu-se um passo relevante com o Decreto-Lei n.º 114/98, de 4 de Maio, que alterou o artigo 71.º do Código do Imposto sobre
o Valor Acrescentado, permitindo retirar dos tribunais a tarefa de meras entidades certificadoras de incobrabilidade de dívidas de
montante já significativo, apenas para que os credores pudessem conseguir a dedução do IVA.
Procura-se agora incentivar o recurso à injunção, em especial pelas possibilidades abertas pelas modernas tecnologias ao seu
tratamento informatizado e pela remoção de obstáculos de natureza processual que a doutrina opôs ao Decreto-Lei n.º 404/93,
nomeadamente no difícil, senão impraticável, enlace entre a providência e certas questões incidentais nela suscitadas, a exigirem
decisão judicial, caso em que a injunção passará a seguir como acção.
Ao mesmo tempo que se eleva até à alçada dos tribunais de 1.ª instância o valor do procedimento de injunção, diminuem-se
sensivelmente os montantes da taxa de justiça a pagar pelo requerente, não obstante o período já decorrido sobre a sua fixação, em
Janeiro de 1994.
Assim, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º e do n.º 5 do artigo 112.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:

Artigo 1.º

Procedimentos especiais
É aprovado o regime dos procedimentos destinados a exigir o cumprimento de obrigações pecuniárias emergentes de contratos de
valor não superior à alçada do tribunal de 1.ª instância, publicado em anexo, que faz parte integrante do presente diploma.

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Artigo 2.º
Contagem de prazos
À contagem dos prazos constantes das disposições do regime aprovado pelo presente diploma são aplicáveis as regras do Código de
Processo Civil, sem qualquer dilação.

Artigo 3.º
Alteração ao Código de Processo Civil
O artigo 222.º do Código de Processo Civil passa a ter a seguinte redacção:
«Artigo 222.º
[...]
Na distribuição há as seguintes espécies:
1.ª ...
2.ª ...
3.ª Acções de processo sumaríssimo e acções especiais para cumprimento de obrigações pecuniárias emergentes de contratos;

4.ª ...
5.ª ...
6.ª ...
7.ª Execuções nos termos do Decreto-Lei n.º 274/97, de 8 de Outubro, e provenientes de procedimento de injunção;

8.ª Inventários;
9.ª Processos especiais de recuperação de empresa e de falência;
10. ª Cartas precatórias ou rogatórias, recursos de conservadores, notários e outros funcionários, reclamações e quaisquer outros
papéis não classificados.»
Artigo 4.º
Pagamento de taxa de justiça
Mediante portaria do Ministro da Justiça, podem ser aprovadas outras formas de pagamento da taxa de justiça diversas das previstas
no Código das Custas Judiciais e no regime em anexo.

Artigo 5.º
Revogação
São revogados o Decreto-Lei n.º 404/93, de 10 de Dezembro, e a Portaria n.º 4/94, de 3 de Janeiro.

Artigo 6.º
Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor no dia 1 do 2.º mês posterior ao da sua publicação.

Assinatura
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 25 de Junho de 1998. - António Manuel de Oliveira Guterres - José Manuel da Costa
Monteiro Consiglieri Pedroso - José Eduardo Vera Cruz Jardim.
Promulgado em 31 de Julho de
1998. Publique-se.
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
Referendado em 20 de Agosto de 1998.

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TEXTO INTEGRANTE DO ATO ORIGINAL
Pelo Primeiro-Ministro, Jaime José Matos da Gama, Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Anexo I
Artigo 1º
Entidades: Autor é quem dá entrada da ação e Réu/Ré contra quem for interposta a ação. O Direito Processual Civil é um conjunto de
normas jurídicas, ou seja, existe uma lei que nos dá as seguintes informações: os pressupostos, os requisitos, os tipos de ação conforme
a finalidade, as regras do processo prazos. Uma peça processual trata se de um documento requerimento. Ex: O autor para dar entrada
numa ação existe um conjunto de regras. E a forma para dar entrada, ou seja, a primeira peça processual é a Petição Inicial PI, é esse o
documento requerimento pedido articulado que o autor apresenta em tribunal. Articulado consiste nas peças processuais/os
requerimentos que as partes têm para juntar ao processo: do autor Petição Inicial, do réu Contestação, Réplica eventual. Em Processo
Civil, regra geral, os documentos têm de estar redigidos de forma articulada. Ex: dizer artigo 1.º, artigo 2.º. No processo temos no mínimo
3 peças processuais: 1.º Petição inicial autor; 2.º Contestação defesa réu; e eventualmente a Réplica autor só vai existir em casos
contados.

Artigo 2º
Princípio do Dispositivo

O autor tem na sua disponibilidade na disponibilidade das partes, se tem um direito violado, dar ou não entrada de uma ação num
tribunal. A ação pode ser interrompida se o autor quiser desistir, ou chegar a acordo transação. Este princípio assume particular
relevância em 3 questões: 1.º Impulso processual art.º n.º 259.º CPC dar ou não entrada da ação. 2.º Delimitação do objeto do litígio
princípio da disponibilidade do objeto art.º 5º CPC está na disponibilidade do autor de apresentar os factos no momento da entrada da
ação. 3.º Limites da sentença Princípio do pedido – Ex: nunca em processo civil se eu peço uma indemnização de 10.000.00€ valor de
exemplo, o juiz não terá possibilidade de condenar num valor acima, ou seja, só poderá condenar até 10.000.00€, o juiz está limitado
Art.º609 nº1 e 615 nº1 e CPC A Petição Inicial PI é a peça mais importante do processo porque ele vai comandar o rumo a partir dali.

Artigo 3º
Princípio do Contraditório Art.º3 CPC

Tratasse da garantia da participação das partes no desenvolvimento de todo o litígio. art.º 219.º nº1 CPC Citação. Não podem ser
tomadas quaisquer providências contra determinada pessoa sem que esta seja previamente ouvida, sem prejuízo das exceções
legalmente previstas art.º 3º, nº 2 CPC; Não pode o juiz decidir quaisquer questões de facto ou de direito, sem que as partes tenham tido
a possibilidade de sobre elas se pronunciarem art.º 3º, nº 3 CPC. Exceções No último articulado vamos alegar exceções art. º3.º n.º4
CPC. Exceções são todos os factos, argumentos que vem mudar o que o autor queria. A réplica é o articulado ou peça processual pela
qual o autor responde à contestação do réu quando nela tenha sido formulado um pedido reconvencional, isto é, um pedido formulado
pelo réu contra o autor. Exceções dilatórias art.º 576.º n.º 2 CPC e art.º 577.º CPC são factos documentos que têm a ver com
irregularidades ou vícios processuais, incumprimento de um pressuposto processual. Ex: o réu foi citado 2 vezes para o mesmo caso. As
exceções dilatórias só levam a 2 coisas: à absolvição do réu da instância ou à remessa do processo para outro tribunal. Exceções
perentórias art.º 576 n.º 3 CPC Um facto que seja impeditivo, modificativo ou extintivo de outro direito. Ou seja, consiste na alegação de
factos impeditivos, modificativos ou extintivos do efeito jurídico visado pela outra parte, e têm como consequência a absolvição total ou
parcial do pedido.

Artigo 4º
Princípio da Gestão Processual Art.º6CPC

Atribui ao juiz um poder autónomo de direção ativa do processo, que, dentro da legalidade, ajuste os contornos do processo, adotado
mecanismos de simplificação e agilização processual, sempre com observância do princípio do contraditório e da igualdade das partes.
Pretendese um juiz colaborativo.

Artigo 5º
Princípio do Inquisitório Art.º411 CPC

Relacionado com a matéria da prova. A prova dos factos não é tarefa exclusiva das partes, pois o juiz tem o poder de realizar ou ordenar
oficiosamente as diligências necessárias ao apuramento da verdade. Note-se que, não retira das partes o ónus de alegação princípio do
dispositivo, antes visa atribuir um papel ativo ao juiz na busca da verdade material.

Artigo 6º
Princípio da Aquisição Processual Art.º 413º CPC

Segundo o qual, todas as provas produzidas no processo devem ser tomadas em consideração pelo tribunal, mesmo que não tenham
provindo da parte que devia produzir art.º 341 e sãs CC.

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Artigo 7º
Princípio da Imediação, Oralidade e Concentração e da Livre Apreciação da Prova

A imediação impõe ao julgador um contacto o mais direto possível com as pessoas ou as coisas que servem de fontes da prova e, por
sua vez, que essas devem estar na relação maus direta possível com os factos a provar; Quanto à oralidade, sem prejuízo da gravação,
para eventual reprodução antes da decisão, a produção dos meios de prova tem lugar oralmente perante o julgador; A concentração da
prova visa que os atos de instrução, discussão e julgamento da matéria de facto devam fazer.se de forma seguida, e no menor intervalo
de tempo possível art.º 606º, nºs 2 e 3 CPC; Quanto à livre apreciação da prova, prevista no art.º 607º, nº 5 CPC, temos que o tribunal
aprecia livremente as provas, decidindo os juízes segundo a sua prudente convicção acerca de cada facto. Assim é quanto à prova
testemunhal art.º 396º, à prova por inspeção art.º 391º e prova pericial art.º 389º. Por outro lado, têm valor probatório legalmente fixado
os documentos escritos autênticos ou particulares, a confissão escrita, as presunções legais.

Artigo 8 º
Princípio da Cooperação Art.º7 CPC

Visa a colaboração/cooperação das partes, entre si e com o tribunal, sob pena de pagamento de multa/indemnização art.º 542º e ss.
CPC; bem como do tribunal com as partes.

Artigo 9º
Princípio da Igualdade ou Paridade das partes

Art.º 4º CPC, decorrente do art.º 13º CRP Durante todo o processo, o tribunal deve assegurar um estatuto de igualdade substancial
entre as partes, designadamente: no exercício de faculdades; no uso de meios de defesa; e, na aplicação de cominações ou sanções
processuais.

Artigo 10º
Princípio da Economia Processual

Não tem consagração legal expressa, na medida em que não resulta de uma norma autónoma. Porém, é reconhecido como traço
essencial do processo. Pretende-se que a lei crie mecanismos para que em cada processo se resolva o maior número de litígios
possível. Economia de atos e formalidades. Visa evitar atos inúteis, dilatórios – art.º 130º CPC.

Anexo II
Artigo 1º
Classificação das Ações
1.Quanto ao objeto: o fim com aquela ação;
2.Quanto aos interesses em discussão: aqui temos que distinguir os processos de jurisdição litigiosa dos processos de jurisdição
voluntária 3. Quanto à forma: quanto à tramitação técnica e processual a que devem submeter se;

Artigo 2º
Classificação das ações quanto ao objeto Art.º10.º CPC nº1, Ações Declarativas Ações Executivas Ações Declarativas art.º
10.º n. º2 e 3 CPC

Nas ações declarativas, o autor quer apenas pôr fim ao litígio através de uma sentença que dê razão a uma das partes. Ex: Se “José” me
deve 10.000.00€ e eu dou entrada de uma ação onde eu quero que o “José” seja condenado a pagar 10.000.00€, Através da sentença a
ação será julgada procedente, se o juiz entender que assiste razão ao autor, ou, no caso contrário, a ação poderá ser julgada
improcedente, absolvendo-se o réu do pedido formulado Nota: “Absolvição do réu do pedido” significa que aquilo que foi pedido já foi
julgado, o juiz já apreciou, aquilo transitou em julgado, nunca posso dar entrada de uma ação, contra a mesma pessoa sobre o mesmo
facto. “Absolvição da instância”, instância significa, o processo. Neste caso o réu ser absolvido da instância significa ser absolvido
daquele processo aquele processo tem um erro. Mas, não impede de amanhã não possa pôr um processo contra ele. Em caso de
incumprimento, o autor vai recorrer ao tribunal para que se tomem providências materialmente adequadas à reparação efetiva do direito
violado. Vai assim instaurar uma ação executiva, isto é, vai executar a sentença condenatória, pedindo que o tribunal assegure com
efetividade e materialidade a reparação do seu direito nº 4 do art.º 10º CPC.

Artigo 3º
Espécies de ações declarativas Art.º10 nº2 e 3 CPC Simples apreciação, Condenação e Constitutivas Ações declarativas
de simples de apreciação

O juiz na sentença declara se aquele direito existe ou não, conforme o pedido do autor. Ou seja, tem por fim obter a declaração da
existência ou inexistência de um direito ou de um facto jurídico. Pode ser positiva visam obter a declaração de existência de um direito ou
facto, da validade de um ato jurídico, genuinidade de um documento, Ex: “eu” quero que o juiz declare que determinado documento é

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válido ou negativa visam obter a declaração de inexistência de um direito ou facto, da invalidade de um ato jurídico, de falsidade de um
documento, ex: se “eu” quero que o juiz declare que determinado contrato é nulo. Regra ónus da prova: art.º 342º, nº 1 CC P. Aquisição
Processual, quando se invoca um direito tem de se provar os factos constitutivos desse direito. Ex: “Eu” quero que declare que sou dona
do terreno, porém tenho que juntar provas que o juiz futuramente vai analisar e concluir que eu sou a dona, ou seja, se “eu” autora quero
que se declare que eu tenho direito, então “eu” autora tenho que provar Positiva. Inversão do ónus da prova nas ações de simples
apreciação negativa: art.º 343º, nº 1 CC, competirá ao réu alegar e provar que o seu direito existe. Porque seria praticamente impossível
a prova negativa da existência do direito. Ex: Se “eu” autora peço que se declare que o réu não é o dono do terreno, eu tenho a prova
facilitada, visto que o réu é que terá de provar que tem direito.

Artigo 4º
Ações Declarativas de Condenação

O autor pede que se condene o réu no cumprimento de uma obrigação, isto é, exigir se a prestação de uma coisa ou de um facto,
pressupondo ou prevendo a violação de um direito. Ex: um vizinho põe no meu terreno um portão e não o retire. Eu proponho uma ação
não apenas para dizer que eu tenho razão, mas para o condenar a retirar o portão, porque o autor tem razão. São por excelência as
ações que dão lugar às ações executivas. Porque na sentença já existe a condenação. Não é admissível que o juiz condene ou absolva o
réu sem, em primeiro lugar, apreciar devidamente a questão, a existência ou não do direito do autor. Mas aqui, o juízo apreciativo é
apenas um meio para se acabar que é a condenação. Ao contrário das ações de simples apreciação.

Artigo 5º
Ações Declarativas Constitutivas

Pretende se produzir um novo efeito jurídico, seja através da criação de uma relação jurídica nova constitutivas stricto sensu, seja através
da modificação da relação jurídica existente modificativas, seja através da extinção de uma relação jurídica já existente extintivas.
Exemplos: Divórcio sem consentimento de ambos os cônjuges ação declarativa constitutiva extintiva Execução específica de um contrato
de promessa ação declarativa constitutiva: da sentença nasce o direito de propriedade porque não sabia antes de propor se tinha direito
ou não Simples separação judicial de bens: ação declarativa constitutiva modificativa: o casamento mantem se apenas os bens serão
separados Três comproprietários pretendem propor ação de divisão de coisa comum, porque não se entendem: ação declarativa
constitutiva extintiva Extingue-se aquela coisa em comum Senhorio propõe ação de despejo contra arrendatário, pedindo a resolução do
contrato com fundamento na utilização para fim diverso: o arrendatário arrenda uma casa para habitação e depois usa o espaço para
comércio: ação declarativa constitutiva extintiva Termina o contrato de arredamento Nota: nas ações onde se peticiona a anulação de um
negócio jurídico estamos perante uma ação de natureza constitutiva extintiva, ao passo que nas ações onde se pede a declaração de
nulidade de um negócio jurídico estamos perante uma ação de simples apreciação positiva. Ex: Se “eu” der entrada de uma ação
declarativa em tribunal onde “eu” peço que seja declarada a anulabilidade estou a extinguir uma relação, até ali tal coisa aconteceu e
produziu efeitos, mas quando o tribunal declarar a anulabilidade a tal coisa vai deixar de produzir efeitos, ela será uma ação declarativa
constitutiva; se eu quiser que seja declarada a nulidade aquilo nunca existiu será uma ação declarativa de simples apreciação.

Artigo 6º
Ações Executivas 2 semestre

O juiz já proferiu uma sentença e o réu não cumpriu. Entrasse com uma ação executiva com a sentença. Pudesse penhorar para através
disso fazer valer o direito do autor. Não há execução sem título executivo. As ações executivas podem ser: Pagamento de quantia certa
Entrega de coisa certa Prestação de Facto: positivo ou negativo

Artigo 7º
Classificação das ações quanto aos interesses em discussão

Processos de Jurisdição Voluntária Processos de Jurisdição Litigiosa Processos de Jurisdição Voluntária art.º 986 e 1081 CPC Temos
um conflito de opiniões acerca de um único interesse a regular ex: suprimento consentimento do cônjuge Não há um verdadeiro conflito,
o juiz vai apenas a apurar as diligências. Há mais liberdade inquisitória. Características dos Processos de Jurisdição Voluntária: Princípio
da livre atividade inquisitória por contraposição ao princípio do dispositivo art.º 986º, nº 2 CPC Princípio da equidade nas decisões por
contraposição à legalidade estrita –art.º 987º CPC e art.º 8º CC Alterabilidade das decisões por contraposição à definitividade das
decisões –art.º 988º, nº 1 CPC; Não obrigatoriedade do patrocínio judiciário por contraposição ao patrocínio judiciário obrigatório –art.º
986º, n º4 CPC Processos de Jurisdição Litigiosa Consideram-se processos de jurisdição contenciosa aqueles em que as partes, não se
acordando amigavelmente deduzem as suas pretensões perante o tribunal, para dirimir o litígio. Esta ação judicial pressupõe um litígio,
ou seja, um conflito ou confronto de interesses, ex: ações de dívida, na reivindicação, no despejo. Em suma, no processo contencioso
apreciasse um litígio ou conflitos de interesses; na jurisdição voluntária apreciasse um interesse, com vista à sua melhor regulamentação.

Artigo 8º
Classificação das ações quanto à forma art.º546, n.º 1

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Processo Comum e Processos Especiais processo comum é considerado o processo regra, ao passo que o processo especial é o
processo exceção, aplicandose apenas aos casos expressamente designados na lei Seguindo um critério residual, todos aqueles
processos a que não corresponda processo especial, seguem o processo comum art.º546, n.º 2. A determinação da forma do processo
deve seguir o critério seguinte: verificasse, no CPC Livro V Dos processos especiais, art.º878 a 1135 e em legislação avulsa, se algum
dos tipos de processos especiais aí consagrados abrange no seu âmbito de aplicação a hipótese em causa. Em caso afirmativo, é essa a
de processo. Em caso negativo, segue a forma de processo comum. Relativamente às disposições que regulam cada um dos tipos de
forma de processo, estão consagradas as regras seguintes: “os processos especiais, regem-se pelas disposições próprias e pelas
disposições gerais comuns; naquilo que nas suas normas especiais não estiver estabelecido, aplica se o disposto para o processo
comum” art.º 549, n.º 1.

Artigo 9º
Processo Declarativo Comum

Todas as ações declarativas que não sigam forma especial são tramitadas da mesma maneira, seguindo a mesma sequência de atos
processuais. art.º548 Porém, esta afirmação não se pode tomar como absoluta na medida em que, como se sabe, o juiz tem poderes, se
assim entender, de ajustar a tramitação do processo, no uso dos poderes de gestão processual e adequação formal art.º6, n.º 1, e
547.Se segue a forma comum, a ação declarativa desenvolvesse nos termos que se encontram previstos nos art.º552 a 626. Em termos
muito gerais, a tramitação comporta uma fase inicial, que é a dos articulados, aquela em que as partes carreiam, para os autos, os factos
e as razões de direito que sustentam a sua pretensão ou a sua defesa art.º552 a 589; uma fase intermédia, que se inicia com a
conclusão do processo ao juiz, para, em primeiro lugar, aferir das condições de conformidade do processo com os pressupostos
processuais e, em cooperação com as partes, organizar o processo para prosseguir para a fase seguinte, se for o caso art.º590 a 598; e,
por último, uma fase final, onde se realiza a audiência final e o juiz profere a sentença art.º599 a 625.

Artigo 10º
Processos Especiais

O processo especial terá lugar quando a lei o aplicar expressamente, nos casos específicos. São especiais, apenas os processos que a
lei designa como tal. Perante um caso concreto, vamos à lista dos processos especiais, se o processo se encontrar nesse livro de
processos especiais o processo é esse; se não encontrar nenhum processo especial para aquele tipo de situação, então o processo não
é especial, é comum. Se for especial aplica se as regras do processo especial. O legislador não prevê tudo, para todos os processos.
Não esta tudo no processo especial, encontram-se também no processo comum, então subsidiariamente é aplicável aos processos
especiais as regras do processo comum. art.ºº549 São exemplos de processos que seguem a forma especial, todos aqueles que estão
previstos nos art.º 878 a 1135, designadamente: Acompanhamento de maiores art.º 891 a 905;Divisão de coisa comum art.º925 a 930
Divórcio e separação sem consentimento do outro cônjuge art.º931 e 932; Prestação de contas art.º 941 a 947; Além dos casos
previstos no CPC, há também processos especiais em legislação avulsa, como por exemplo: ação declarativa especial para exigir o
cumprimento de obrigações pecuniárias emergentes de contrato AECOPEC, criada pelo Decreto Lei n.º 269/98, de 1 de setembro;
processo de insolvência

Artigo 11º
Ação declarativa especial para exigir o cumprimento de obrigações pecuniárias emergentes de contrato AECOPEC art.º 1 a
5.º do anexo ao Decreto Lei n.º 269/98

O art.º1 do diploma preambular do decreto-lei n.º 269/98, de 1/9, veio aprovar o regime dos procedimentos destinados a exigir o
cumprimento de obrigações pecuniárias emergentes de contratos de valor não superior a € 15.000,00 e esses procedimentos cujos
regimes se encontram em anexo ao referido diploma. Ao abrigo do referido diploma, estes procedimentos podem ser usados pelo credor,
em alternativa, para exigir o cumprimento de: a Obrigação pecuniária pagamento de uma quantia em dinheiro; b
Emergente de contrato a obrigação tem por fonte um contrato, típico ou atípico ex. compra e venda, mútuo, fornecimento de bens ou
serviço, arrendamento, seguro, aluguer, empreitada, locação financeira; c Valor igual ou inferior a € 15.000,00. Assim, sempre
que pretenda obter a satisfação de um crédito, resultante de contrato e de valor até € 15.000,00, o credor tem que desencadear um dos
indicados procedimentos AECOPEC ou injunção Quando tiver reunidos estes todos os requisitos exigiu o cumprimento, obrigação
pecuniária, emergente de contrato e ou inferior a 15.000, a ação segue a forma de processo especial. Esta ação uma verdadeira ação
dá entrada num tribunal, tem como partes, um autor e um réu, o réu é citado. Tem uma petição inicial pelas mãos do autor no tribunal e
uma contestação Citado: a citação só acontece no processo judicial, é um ato que tem funções próprias, a sua noção art.º 219
conjugado com o art.º 227, ou seja, é um ato através do qual se chama alguém a um processo, dizemos que contra ele decorre um
processo, que lhe dando a oportunidade de ele se defender e para isto ser bem feito, temos que dar os elementos para ele se defender.
Designadamente, na petição inicial dizer qual o prazo para contestar, se tem de constituir mandatário ou não obrigatoriamente. Um
conjunto de informações que permitem apresentar a sua defesa. Depois de apresentar a sua defesa, apresenta através de uma
contestação. O prazo da contestação é de 15 a 20 dias, consoante a ação do valor = ou inferior à alçada do tribunal da 1ª instância está
presente na lei da organização do sistema judiciário Lei 62/2013, esta lei no art.º 44 prevê as alçadas dos tribunais A alçada do tribunal 1º
instância: 5.000; alçada do tribunal da relação: 30.000 Até 5.000 são 15 dias; entre 5.00015.000 são 20 dias. Há redução de
testemunhas, só pode ser até 3 ou 5 consoante o valor. Depois dos articulados, da petição e a contestação, o juiz marca a audiência sem
prejuízo de se também houver alguma exceção dilatória que precise decorrer. E a seguir, sentença, sendo que aqui refere que a
sentença pode ser mais leve, fundamentação breve e até pode ser ditada para a própria ata.Se o reu não contestar, o art.º2, o juiz
concebe força executória à própria petição inicial a não ser que aconteça alguma questão processual, exceção dilatória. Quando o reu

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não contesta, não quer dizer que o reu seja condenado. Na revelia art.º567 a lei diz que o juiz aplica o direito aos factos.

Artigo 12º
Injunção art.º7 a 21.º do anexo ao DecretoLei n.º 269/98

O procedimento de injunção tem, como regra geral, isto é, para qualquer crédito emergente de contrato, independentemente da sua
natureza, o mesmo âmbito de aplicação da AECOPEC, até ao limite de € 15.000,00. Porém, caso se trate de uma transação comercial o
procedimento de injunção pode ser usado independentemente do valor. art.º10 n.º 1 do DecretoLei n.º 62/2013, de 10 de maio, p.753 A
injunção não é uma verdadeira via judicial, não estamos num tribunal propriamente dito, mas sim num Balcão Nacional de Injunções. O
procedimento de injunção possibilita ao credor que não esteja munido de título executivo, e desde que cumprido o âmbito de aplicação
deste instrumento de cobrança, conseguir obter um documento com força executiva de forma célere e a custo mais baixo. Assim, o
credor pode apresentar requerimento de injunção em formulário próprio e junto do Balcão Nacional de Injunção onde vai requerer que o
devedor seja interpelado para pagar. Atendendo a que este procedimento não há lugar a intervenção liminar do juiz, nem necessidade de
junção de documento que comprove a relação creditícia e a sua formação. Contudo, o credor deve proceder à exposição dos factos
constitutivos da relação subjacente, que fundamenta o seu pedido. Em conclusão, caso o devedor não cumpra, nem deduza oposição, é
aposta a fórmula executória no requerimento, conferindo-lhe força executiva. Formas, assim, um título executivo, classificado como título
executivo judicial impróprio. Mas, apesar de a injunção ser um procedimento que se utiliza na expectativa de obter um título executivo,
pode acontecer que o requerido deduza oposição, no prazo que lhe é concedido, e, nessa circunstância, o procedimento de injunção
converte se em ação declarativa. Art.º203 CCP distribuição Art.º212 CCP espécies de distribuição Na Injunção, após a entrada do
requerimento da injunção o indivíduo é notificado e tem 15 dias para pagar ou reagir ou deduzir. No fim desse prazo se ele não fizer nada
a secretaria vai notificar o autor da atribuição do título executivo, e aí pode avançar para uma ação executiva para penhorar. Quando se
vem defender art.º 16.º CPC, ou seja, se ele se veio opor, reagir junto ao Balcão Nacional de Injunções, como este não é um Tribunal e,
então não pode decidir, neste caso a injunção será remetida à distribuição, o caso chegará a um juiz. O que se segue à Distribuição, era
uma injunção e agora vai ser o quê, que regras se vão aplicar? Duas hipóteses: Se o valor é até 15.000.00€ vai passar a ser uma
AECOPEC toda a AECOPEC é até 15.000.00€, e vamos aplicar as regras do art.º 3 e ss do Decreto Lei, só a injunção é que pode ser
sem limites se for transação comercial. Se o valor a condenar for superior a 15.000.00€ e não for uma transação comercial, vai ser
distribuído como? Ação declarativa comum, processo declarativo comum art.º 546.º e ss. CPCP. Só há a distribuição na Injunção, porque
na injunção o secretário não pode limitar-se a condenar visto que um juiz tem de analisar o processo.

Anexo
REGIME DOS PROCEDIMENTOS DESTINADOS A EXIGIR O CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES PECUNIÁRIAS EMERGENTES DE
CONTRATOS DE VALOR NÃO SUPERIOR Á ALÇADA DO TRIBUNAL DE 1.ª INSTÂNCIA.
Capítulo I
Acção declarativa

Artigo 1.º
Petição e contestação
1 - Na petição o autor exporá sucintamente a sua pretensão e os respectivos fundamentos.
2 - O réu é citado para contestar no prazo de 15 dias.
3 - A petição e a contestação não carecem de forma articulada, devendo ser apresentadas em duplicado, nos termos do n.º 1 do artigo
152.º do Código de Processo Civil.
4 - O duplicado da contestação será remetido ao autor simultaneamente com a notificação da data da audiência de julgamento.

Artigo 2.º
Falta de contestação
Se o réu, citado pessoalmente, não contestar, o juiz, com valor de decisão condenatória, limitar-se-á a conferir força executiva à
petição, a não ser que ocorram, de forma evidente, excepções dilatórias ou que o pedido seja manifestamente improcedente.

Artigo 3.º
Termos posteriores aos articulados
1 - Se a acção tiver de prosseguir, pode o juiz julgar logo procedente alguma excepção dilatória ou nulidade que lhe cumpra conhecer

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ou decidir do mérito da causa.
2 - A audiência de julgamento realiza-se dentro de 30 dias, não sendo aplicável o disposto nos n.os 1 a 3 do artigo 155.º do Código de
Processo Civil.
3 - As provas são oferecidas na audiência, podendo cada parte apresentar até três testemunhas.

Artigo 4.º
Audiência de julgamento
1 - Se as partes estiverem presentes ou representadas, o juiz procurará conciliá-las; frustrando-se a conciliação, produzem-se as
provas que ao caso couber.
2 - A falta de qualquer das partes ou seus mandatários, ainda que justificada, não é motivo de adiamento.
3 - Quando as partes não tenham constituído mandatário judicial ou este não comparecer, a inquirição das testemunhas é efectuada
pelo juiz.
4 - Se ao juiz parecer indispensável, para boa decisão da causa, que se proceda a alguma diligência, suspenderá a audiência na
altura que reputar mais conveniente e marcará logo dia para a sua realização, devendo o julgamento concluir-se dentro de 30 dias; a
prova pericial é sempre realizada por um único perito.
5 - Finda a produção de prova, pode cada um dos mandatários fazer uma breve alegação oral.
6 - A sentença, sucintamente fundamentada, é logo ditada para a acta.

Artigo 5.º
Depoimento apresentado por escrito
1 - Se a testemunha tiver conhecimento de factos por virtude do exercício das suas funções, pode o depoimento ser prestado através
de documento escrito, datado e assinado pelo seu autor, com indicação da acção a que respeita e do qual conste relação discriminada
dos factos e das razões de ciência invocadas.
2 - O escrito a que se refere o número anterior será acompanhado de cópia de documento de identificação do depoente e indicará se
existe alguma relação de parentesco, afinidade, amizade ou dependência com as partes ou qualquer interesse na acção.

3 - Quando o entenda necessário, poderá o juiz, oficiosamente ou a requerimento das partes, determinar, sendo ainda possível, a
renovação do depoimento na sua presença.

Artigo 6.º
A execução corre nos próprios autos. Execução

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Capítulo II
Injunção

Artigo 7.º
Noção
Considera-se injunção a providência que tem por fim conferir força executiva a requerimento destinado a exigir o cumprimento das
obrigações a que se refere o artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 269/98, de 1 de Setembro.

Artigo 8.º
Secretaria judicial competente
1 - O requerimento de injunção é apresentado, à escolha do credor, na secretaria do tribunal do lugar do cumprimento da obrigação
ou na secretaria do tribunal do domicílio do devedor.

2 - No caso de existirem tribunais de competência especializada ou de competência específica, a apresentação do requerimento na


secretaria deve respeitar as respectivas regras de competência.
3 - Havendo mais de um secretário judicial, o requerimento é averbado segundo escala iniciada pelo secretário do 1.º juízo.

4 - Podem ser criadas secretarias judiciais ou secretarias-gerais destinadas a assegurar a tramitação do procedimento de injunção.

Artigo 9.º
Entrega do requerimento de injunção
O requerimento de injunção, num único exemplar, é entregue directamente na secretaria judicial ou a esta remetido pelo correio, sob
registo, valendo, neste caso, como data do acto a do registo postal.

Artigo 10.º
Forma e conteúdo do requerimento
1 - Salvo manifesta inadequação ao caso concreto, o requerimento de injunção deve constar de impresso de modelo aprovado por
portaria do Ministro da Justiça.
1 - No requerimento deve o requerente:
a) Identificar a secretaria do tribunal a que se dirige;
b) Identificar as partes;
c) Indicar o lugar onde deve ser feita a notificação;
d) Expor sucintamente os factos que fundamentam a pretensão;
e) Formular o pedido, com discriminação do valor do capital, juros vencidos e outras quantias devidas;

f) Indicar a taxa de justiça paga.


2 - Quando subscrito por mandatário judicial, é bastante a menção da existência do mandato e do domicílio profissional do mandatário

1 - O requerimento só pode ser recusado se:


Artigo 11.º
Recusa do requerimento

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a) Não tiver endereço ou não estiver endereçado à secretaria judicial competente;
b) Omitir a identificação das partes, o domicílio do requerente ou o lugar da notificação do devedor;
c) Não estiver assinado;
d) Não estiver redigido em língua portuguesa;
e) Não constar do impresso a que se refere o n.º 1 do artigo anterior, sem prejuízo da ressalva nele referida;
f) Não se mostrar paga a taxa de justiça devida.
2 - Do acto de recusa cabe reclamação para o juiz ou, no caso de tribunais com mais de um juiz, para o que estiver de turno à
distribuição.

Artigo 12.º
Notificação do requerimento
 - No prazo de 5 dias, o secretário judicial notifica o requerido, por carta registada com aviso de recepção, para, em 15 dias, pagar ao
requerente a quantia pedida, acrescida da taxa de justiça por ele paga, ou para deduzir oposição à pretensão.
1 - À notificação é aplicável, com as devidas adaptações, o disposto nos artigos 231.º e 232.º, nos n.os 2 a 5 do artigo 236.º e nos
artigos 237.º e 238.º do Código de Processo Civil.
2 - Se o requerido, ou qualquer das pessoas referidas no n.º 2 do artigo 236.º do Código de Processo Civil, recusar a assinatura do
aviso de recepção ou o recebimento da carta, o distribuidor postal lavra nota do incidente antes de a devolver.

3 - Não sendo possível a notificação nos termos dos números anteriores, a secretaria procederá conforme considere mais
conveniente, tentando, designadamente, a notificação noutro local conhecido
ou aguardando o regresso do requerido.

4 - O disposto no presente artigo não prejudica a notificação promovida por mandatário judicial, nos termos previstos no Código de
Processo Civil para a citação.

Artigo 13.º
Conteúdo da notificação
A notificação deve conter:
a) Os elementos referidos no n.º 2 do artigo 10.º;
b) A indicação do prazo para a oposição e a respectiva forma de contagem;
c) A indicação de que, na falta de pagamento ou de oposição dentro do prazo legal, será aposta fórmula executória ao requerimento,
facultando-se ao requerente a possibilidade de intentar acção executiva;
d) A indicação de que, na falta de pagamento da quantia pedida e da taxa de justiça paga pelo requerente, são ainda devidos juros de
mora desde a data da apresentação do requerimento e juros à taxa de 5% ao ano a contar da data da aposição da fórmula executória.

Artigo 14.º
Aposição da fórmula executória
1 - Se, depois de notificado, o requerido não deduzir oposição, o secretário aporá no requerimento de injunção a seguinte fórmula:
«Este documento tem força executiva.»
2 - O secretário só pode recusar a aposição da fórmula executória quando o pedido não se ajuste ao montante ou finalidade do
procedimento.
3 - Do acto de recusa cabe reclamação nos termos previstos no n.º 2 do artigo 11.º
4 - Aposta a fórmula executória, a secretaria devolve ao requerente todo o expediente respeitante à injunção.
À oposição é aplicável o disposto no n.º 3 do artigo 1.º

Artigo 15.º
Oposição

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Artigo 16.º
Distribuição
1 - Deduzida oposição ou frustrada a notificação do requerido, o secretário apresenta os autos à distribuição que imediatamente se
seguir.
2 - Salvo o disposto no n.º 2 do artigo 11.º e no n.º 3 do artigo 14.º, os autos são igualmente apresentados à distribuição, nos termos
do número anterior, sempre que se suscite questão sujeita a decisão judicial.

Artigo 17.º
Termos posteriores à distribuição
1 - Após a distribuição a que se refere o n.º 1 do artigo anterior, segue-se, com as necessárias adaptações, o disposto no n.º 4 do
artigo 1.º e nos artigos 3.º e 4.º
2 - Tratando-se de caso em que se tenha frustrado a notificação do requerido, os autos só são conclusos ao juiz depois de efectuada a
citação do réu para contestar, nos termos do n.º 2 do artigo 1.º

Artigo 18.º
Valor processual
O valor processual da injunção e da acção declarativa que se lhe seguir é o do pedido, atendendo-se, quanto aos juros, apenas aos
vencidos até à data da apresentação do requerimento.

Artigo 19.º
Custas
1 - A apresentação do requerimento de injunção pressupõe o pagamento imediato de taxa de justiça, através de estampilha
apropriada, de modelo aprovado por portaria do Ministro da Justiça, no valor de 4000$00 ou de 7000$00, conforme o procedimento
tenha valor igual ou superior a metade da alçada do tribunal de 1.ª instância.
2 - Se o procedimento seguir como acção, só são devidas custas a final, atendendo-se na conta ao valor da importância paga nos
termos do número anterior.
3 - Os valores a que se refere o n.º 1 podem ser alterados por portaria do Ministro da Justiça.

Artigo 20.º
Destino da taxa de justiça
A taxa de justiça paga em procedimento de injunção que termine antes da distribuição a que se refere o n.º 1 do artigo 16.º constitui
receita do Cofre Geral dos Tribunais.

Artigo 21.º
Execução fundada em injunção
1 - A execução fundada em requerimento de injunção segue, com as necessárias adaptações, os termos do processo sumário para
pagamento de quantia certa, ou os termos previstos no Decreto-Lei n.º 274/97, de 8 de Outubro, se se verificar o requisito da alínea b)
do artigo 1.º daquele diploma.
2 - A execução tem como limites as importâncias a que se refere a alínea d) do artigo 13.º
3 - Revertem, em partes iguais, para o exequente e para o Cofre Geral dos Tribunais os juros que acrescem aos juros de mora.

4 - Não há redução da taxa de justiça nos embargos de executado.

Artigo 22.º
Forma de entrega do requerimento e modelo de carta registada

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TEXTO INTEGRANTE DO ATO ORIGINAL
1 - Mediante portaria do Ministro da Justiça, podem ser aprovadas outras formas de entrega do requerimento para além das previstas
o artigo 9.º

2 - Por despacho conjunto dos Ministros do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território e da Justiça, pode ser
aprovado modelo próprio de carta registada com aviso de recepção para o efeito do n.º 1 do artigo 12.º, nos casos em que o volume
de serviço o justifique.

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