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Muita oração, muito

poder; pouca oração,


pouco poder; nenhuma
oração, nenhum poder. O
livro de Atos dos
apóstolos é o livro das
vitórias dos servos do
Senhor Jesus: vitória so-
bre o diabo, sobre o
mundo, sobre o pecado,
sobre a própria morte, e
por quê? Porque aqueles
crentes viviam de joelhos. Oraram até que os céus
se abriram e veio o Pentecostes e 3 mil foram
convertidos a Jesus; tornaram a orar e o numero dos
convertidos elevou-se para 5 mil; oraram e, cada dia
o Senhor lhes acrescentava os que se iam salvando;
oraram e as autoridades dos judeus foram
confundidas; oraram e aterra tremeu; oraram e
Estevão venceu a morte; oraram e Saulo de Tarso se
converteu; oraram e a porta para os gentios foi
aberta, com a conversão de Cornélio; Oraram e o
anjo do Senhor tirou Pedro do cárcere; oraram e o
Espírito Santo deu mandamento à Igreja de
Antioquia da Síria para que Saulo e Barnabé fossem
enviados a desfraldar o pendão redentor de Cristo
em todas as nações da terra; oraram e Cristo foi
glorificado; oraram e o pecado foi vencido, o diabo
esmagado, as enfermidades curadas e milhares e
milhares de almas resgatadas pelo poderoso sangue
de Jesus. E se quisermos o mesmo PODER e as
mesmas VITÓRIAS, o caminho a seguir é o
mesmo: joelhos em terra, arrependimento, corações
purificados no sangue do Cordeiro e vidas no
ALTAR do Senhor. Oremos, oremos por um
avivamento no Brasil.

PREFÁCIO
ENCONTROS COM JESUS. É o novo livro que Deus pôs em meu coração e agora, sob as
ferventes orações dos servos do Senhor, vai para as suas mãos. Escrito em 1964 uma parte em
S. Paulo e outra em Salvador, Bahia.
E como nasceu ENCONTROS COM JESUS? Dr. Silas Botelho, de saudosa memória, foi
grande e inseparável amigo meu. Trouxe-me de Belo Horizonte para a vice-direção do Colégio
Batista de S. Paulo em 1947. Como seu vice-diretor trabalhei nove anos, até 1955, quando
passei a diretor geral do mesmo Colégio, onde permaneci até 1960, porque Deus me chamou
para o ministério itinerante no Brasil inteiro. Dr. Silas Botelho foi minha ovelha na Igreja Batista
de Perdizes desde que cheguei para S. Paulo em 1947, até 2 de abril de 1963 quando faleceu.
Era muito estudioso da Bíblia. Advogado que era, atinha-se a pormenores no Livro Santo que ele
muito amou e muito bem interpretou. De vez em quando me chamava à atenção para algumas
lições preciosas na Palavra de Deus. Um dia, com Mateus 28:10 me disse: “Você já pensou no
assunto deste verso: ENCONTROS COM JESUS?” Não, lha respondi, “Então pense ,
acrescentou. Depois de alguns dias, voltou ao mesmo assunto e me disse: “Encontros com
Jesus: 1) no quarto, 2) na fornalha, 3) na igreja etc.. . e acrescentou: que lindo assunto”. Estudei
conforme a orientação dele e saiu um sermão que preguei em muitas partes do Brasil com
grande bênção. Um dia, Deus pôs em meu coração o desejo de escrever o sermão e o resultado é
o livro que o leitor tem em mãos: ENCONTROS COM JESUS. É mais uma contribuição para o
Brasil evangélico. Seja Deus servido abençoá-lo em seu poderoso ministério
Nossa oração é para que Deus abençoe ricamente ENCONTROS COM JESUS, para que
console muitos corações já resgatados pelo sangue de Jesus e leve outros a aceitarem a Jesus
como Salvador eterno e todo-suficiente.
Enéas Tognini
S. Paulo, 19 de agosto de 1968

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DEDICATÓRIA
AO DOUTOR SILAS BOTELHO, companheiro no Colégio Batista de S. Paulo por
espaço de nove anos e dezesseis na Igreja Batista de Perdizes, amigo fiel e
carinhoso, intérprete feliz da Palavra de Deus e servo dedicado do Senhor;

À Dª ADALGISA WA1SDERLEY VIEIRA CARDOSO, grande colaboradora no Colégio


Batista de S. Paulo e na Igreja Batista de Perdizes, amiga de todas as horas, soube
chorar comigo e minha Esposa nas horas de problemas è lutas e rir conosco na
vitória;

A LAURO BRETONES, meu companheiro por cinco anos no Colégio Batista de São Paulo e na
Igreja Batista de Perdizes, e junto comigo fundou a Faculdade de Teologia Batista de S. Paulo,
amigo sincero e leal,
DEDICO ESTE HUMILDE TRABALHO
Enéas Tognini

ÍNDICE

Conteúdo
PREFÁCIO................................................................................................................................... 1
DEDICATÓRIA............................................................................................................................. 2
JESUS MARCA UM ENCONTRO COM SEUS SERVOS.....................................................................3
UMA ORDEM..................................................................................................................................... 4
OBEDIÊNCIA..................................................................................................................................... 4
ENCONTRO COM JESUS NO QUARTO...........................................................................................6
ENCONTRO COM JESUS NA FORNALHA.......................................................................................9
ENCONTRO DE JESUS COM SEUS ADORADORES.......................................................................13
O LUGAR......................................................................................................................................... 13
O QUORUM..................................................................................................................................... 13
O ENCONTRO.................................................................................................................................. 13
REALMENTE PRESENTE................................................................................................................. 15
E OS QUE FALTARAM COMO TOMÉ?..............................................................................................16
ENCONTRO COM JESUS NO TRABALHO.....................................................................................17
O GRANDE ENCONTRO................................................................................................................... 17
O GRANDE FATO............................................................................................................................. 17
A GRANDE AUTORIDADE................................................................................................................ 18
O GRANDE MANDAMENTO.............................................................................................................. 18
O GRANDE PROGRAMA................................................................................................................... 19
A GRANDE BÊNÇÃO........................................................................................................................ 19
ENCONTRO COM JESUS NA GLORIA..........................................................................................21
UM ENCONTRO COM JESUS NA GLÓRIA........................................................................................21
A GRANDE CEIA.............................................................................................................................. 22

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CAPÍTULO PRIMEIRO

JESUS MARCA UM ENCONTRO COM SEUS SERVOS


Primeiro dia da semana. Cidade de Jerusalém. Vem raiando o dia. A noite que passa
começa a enrolar o seu negro manto. Duas mulheres: Maria Madalena e a outra Maria (Mat.
28:1) passaram a noite em vigília do sábado para o domingo. Ao lusco-fusco da madrugada,
correram pressurosas para o monte Calvário, onde Jesus fora sepultado. Iam com grande
preocupação na alma sobre quem removeria a pedra, a grande pedra que fechava a boca do
sepulcro. Ao chegarem, porém, junto da sepultura, um anjo do Senhor, por meio de um
terremoto, removera a pedra, e o mesmo Anjo sobre ela se assentara. Isso produziu terrível
espanto nos guardas de Jesus. O Anjo, todavia, voltando-se para as mulheres, disse-lhes:
“Não temais: Porque sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, ressuscitou,
como havia dito. Vinde ver onde ele jazia”. E o Anjo, então, ordenou às Mulheres que
transmitissem o recado de Jesus aos discípulos, marcando-lhes um encontro na Galiléia, com
as seguintes palavras: “Ide, pois, depressa, e dizei aos seus discípulos que ele ressuscitou dos
mortos, e vai adiante de vós para a Galiléia; ALI O VEREIS. É como vos digo”. (Mateus 28:7). E
em Mat. 28:10, o próprio Jesus confirma as palavras do Anjo ordenando às Mulheres que
avisassem os discípulos que se encontrem com ele na Galiléia.
O Senhor Jesus acabava de se levantar dos mortos. Com seu grande poder, quebrou as
cadeias da morte. “Foi morto, mas vive pelos séculos dos séculos e tem as chaves da morte e do
inferno”. Jesus vivo e presente, presente e com todo o poder no céu e na terra; com o poder,
portanto VITORIOSO; este Jesus, Rei dos reis e Senhor dos senhores, MARCA com seus
amados discípulos UM ENCONTRO:
Onde o encontro: O texto de Mateus 28:7 diz incisivamente que é na GALILÉIA. Em
Mateus 28:10, o próprio Jesus ordena às Mulheres que avisem os discípulos do encontro com
ele na Galiléia.
E por que na Galiléia? Recordação de dezoito meses de atividades constantes do Filho de
Deus. Jesus lhes designou um monte (Mat. 28:16) na Galiléia. Teria sido o monte onde
proferiu o Sermão conhecido como da “Montanha”? Recordação do palco dos maravilhosos
acontecimentos: da Salvação de almas, sublimes ensinos do Mestre, de sua pregação
poderosa, dos milagres extraordinários que operou, da sua graça abundante que derramou,
das batalhas travadas com inimigos terríveis, dos demônios que expulsou, dos corações que
confortou, da vitória que ganhou. Galiléia das grandes multidões! Galiléia das oportunidades,
das turbas aflitas, e opressas! Galiléia dos gentios, cujo povo se assenta em trevas e vê o raiar
de uma luz de esperança para a salvação! Jesus marcou com seus discípulos UM ENCONTRO
na Galiléia.
Quando o encontro: Não se pode mencionar o tempo do encontro com exatidão. Foi
num dos quarenta dias (Atos 1:3) em que o Senhor redivivo apareceu aos discípulos nada
menos de onze vezes, conforme registra o Novo Testamento. Jesus foi levantado dos mortos
pelo Espírito eterno. No mesmo dia, isto é, no domingo, apareceu: a) à Madalena (João 20:15);
b) às Mulheres (Mateus 28:9, 10); c) a dois no caminho para Emaús (Lucas 24:13-35); d) a
Simão Pedro (Luc. 24:34); e) a Dez Apóstolos (João 20:19-20). Todas essas aparições se ve -
rificaram no primeiro dia da ressurreição do Senhor Jesus. João 20:26 diz que “oito dias
passados”, isto é, no domingo seguinte, o Mestre tornou a aparecer no cenáculo, agora a onze
apóstolos. No interregno dos dois domingos, verificou-se o ENCONTRO DE JESUS com os
discípulos, na Galiléia.
Como foi o encontro: No alvorecer de um dia. Pedisse a seus companheiros: “Vou
pescar”; no que foi seguido por eles. Trabalharam a noite toda e nada apanharam, Jesus se
aproximou dos cansados pescadores, sem, entretanto que eles soubessem que era Jesus, e
lhes perguntou se tinham apanhado algum peixe. Diante da negativa deles, o Mestre ordenou-
lhe que lancem a rede à direita da barca, o que tendo eles feito, apanharam 153 grandes
peixes. Diante desse maravilhoso milagre, os discípulos reconheceram o Mestre querido.
Com quem se encontrou: Por Mateus 28:16 sabemos que os onze apóstolos se dirigiram

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para a Galiléia; por João 21:2, entretanto, sabemos que apenas sete estavam presentes no
encontro. Tomé estava presente, pois seu nome aparece em segundo lugar. Quem teria
falhado ao encontro marcado com o Mestre? Quanta bênção os faltosos perderam!
Para que o encontro: Em primeiro lugar, no convite que Jesus enviou aos discípulos,
incluía um motivo dos mais importantes: LÁ ME VERÃO. Que bênção contemplar o Mestre
querido que foi morto mas agora vive para sempre! Em segundo lugar, OUVIRAM, como ou-
viram, a voz do Senhor, a voz conhecida, a voz querida, a voz poderosa, a voz de comando. Em
terceiro lugar, contemplaram o maravilhoso milagre do grande e sensacional fato que
contribuiria para fortalecer-lhes a fé no Senhor ressurreto, pois por Mateus 28:17 sabemos
que alguns tiveram dúvidas a respeito do Mestre redivivo. Em quarto lugar, COMERAM com
Jesus, o que indica aconchego com Jesus, Em quinto lugar assistiram a RESTAURAÇÃO de
Pedro, que negara o Senhor diante das autoridades dos Judeus. E em sexto lugar receberam
do Senhor Jesus, a GRANDE COMISSÃO de evangelizar o mundo, como vai registrada em
Mateus 28:18-20.
X X X
Jesus marcou um encontro com seus discípulos. Marcou na Galiléia nas circunstâncias
em que acabamos de descrever. Esse ENCONTRO marcado pelo Mestre foi acima de tudo,

UMA ORDEM
Sim, uma ordem de Jesus. Em Mateus 28:10 o próprio Jesus ordena às Mulheres: “Ide
avisar meus irmãos...” A ordem de Jesus foi terminante, clara, precisa e não admitia segundas
interpretações. Perdem os crentes em nossos dias, como os de todos os tempos perderam
bênçãos e bênçãos por não obedecerem às ordens expressas de Deus em sua palavra. Muitos
crentes hoje fazem como Saul no caso dos amalequitas, obedecem a ordem de Deus pela
metade, e se escondem por trás de desculpas, exatamente como fez o primeiro rei de Israel;
outros aceitam a Bíblia e outros finalmente, pretendem analisar a Bíblia. Longe disso! A Bíblia
é a Palavra de Deus e a Palavra de Deus é a Espada do Espírito. Deve, portanto, ser
OBEDECIDA, obedecida completamente. A ordem do Senhor Jesus aos seus discípulos foi
para que se dirigissem para a Galiléia. Não haveria lugar para segundo entender. Era Galiléia,
e somente Galiléia. Entendessem eles outra coisa, julgassem outra coisa, interpretassem deste
ou daquele modo, e fossem para outro lugar, poderia ser muito bom e poderiam aduzir razões,
justificativas e tudo o que quisessem, mas nunca encontrariam o Mestre. E é por isso que hoje
perdemos bênçãos inestimáveis em nossa vida cristã: Porque não obedecemos à palavra de
Deus.
O ENCONTRO marcado pelo Mestre foi, além de uma ordem, também para

OBEDIÊNCIA
As Mulheres Transmitiram a ORDEM de Jesus aos onze. Estes, ao receberem tal Ordem,
não param para discuti-la, nem se reuniram para mesa redonda, nem levantaram dúvidas, a
respeito, e muito menos apresentaram desculpas, tais como, não tenho tempo, não posso ir
agora, preciso terminar um trabalho, preciso pregar o evangelho aqui em Jerusalém, não
tenho dinheiro para a viagem, não estou bem de saúde, tenho medo dos Judeus, e' espero
Jesus aqui mesmo em Jerusalém: Longe disso Mateus 28:16 expressa a obediência plena dos
discípulos à ordem do Filho de Deus: Seguiram os onze discípulos para a Galiléia, para o
monte que Jesus lhes designara. PARTIRAM. Partiram logo; partiram exatamente para a
Galiléia, para o monte, não que escolheram, mas que Jesus lhes designara. Partiram em
obediência, fidelidade à ordem do Senhor. Submeteram-se ao Senhor. Obedeceram ao Senhor.
E é isso que devemos fazer com toda a Palavra de Deus, que não deixa ser em cada uma de
suas portas por mínimas e insignificante que nos pareça, ordem expressa e categórica de
Deus para o nosso coração, para a nossa vida. Diante da Palavra do Senhor, só temos um
caminho a tomar: o da OBEDIÊNCIA, como fizeram os onze que, ao ouvirem a ordem do
Mestre, deixaram tudo, sacrificaram tudo e se dirigiram para a Galiléia.
Deus determinou a Abraão que deixasse Ur e fosse a Canaã. Abraão obedeceu e recebeu
grandes bênçãos. Deus ordenou que o mesmo Abraão oferecesse Isaque num dos montes de
Moriá. Abraão fez o que Deus mandou e viu o Anjo de Deus, ouviu a voz do Senhor e con-

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templou o grande dia de Jesus (Jó 8:56). Jacó obedeceu o Senhor e fez-se BETEL em sua vida;
tornou a obedecer, e teve PENIEL. José obedeceu e venceu seus irmãos; obedeceu a Deus e
venceu a Mulher de Potifar; continuou obedecendo, e venceu o cárcere, venceu as dificuldades
e se tornou a grande bênção. Moisés obedeceu e deixou Midian; obedeceu ao Senhor e
derrotou o Egito, venceu o Mar, o deserto, os inimigos, as dificuldades. Samuel disse a Saul (I
Samuel 15:22): “Tem o Senhor porventura tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em
que se OBEDEÇA à sua Palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender é
melhor do que a gordura de Carneiro”.
Jesus disse numa hora significativa de seu ministério terreno (João 15:14): “Vós Sois
meus amigos, se fazeis o que Eu Vos Mando”. Para eu receber as grandes bênçãos prometidas
na Palavra do Senhor, não preciso correr de um lado para outro, e nem fazer isto ou aquilo se-
gundo plano, mas tão somente, OBEDECER o que o Senhor ORDENA, na sua Palavra.
Os onze foram para a Galiléia, para o monte designado por Jesus e lá receberam as
grandes e maravilhosas bênçãos.
Jesus tem um encontro marcado Contigo, meu querido irmão, em um lugar, exatamente
num lugar que ele já determinou. Nesse lugar determinado por Ele vai se encontrar contigo,
como se encontrou com os onze na Galiléia. O encontro contigo dar-se-á não onde queres nem
onde pensas, nem onde gostarias que fosse, mas onde Ele já marcou. Há pelo menos cinco
lugares mencionados na Bíblia onde Jesus poderá encontrar-se contigo, meu irmão.
E onde serão esses lugares?

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CAPÍTULO SEGUNDO

ENCONTRO COM JESUS NO QUARTO


O Senhor Jesus tem um encontro marcado com o seu povo. Esse foi, é e será sempre o
desejo ardente de seu coração. Quer nos abençoar; quer nos dirigir; quer nos proteger e
guardar. Levantando-se dos mortos, pelo poder divino da ressurreição, o Mestre quis privar
com seus amados apóstolos. E marcou com eles um encontro na Galiléia, reiterando, aliás, o
que dissera antes de ser crucificado. E ali, nas ensolaradas praias de Genesaré, praias que
testemunharam grandiosos fatos do desenrolar de seu ministério terreno, Jesus se encontrou
com os homens que deveriam continuar o seu glorioso trabalho neste mundo, sob a égide do
Espírito Santo.
E o mesmo Jesus, anseia hoje, por um encontro com seus servos fiéis e dedicados. E o
Divino Mestre marca um ENCONTRO com seus servos em lugares diversos, não como nós
imaginamos, mas como Ele sabe que nós precisamos em realidade. Marca, por exemplo, um
encontro com cada um de nós, no QUARTO nosso, ou no aposento.
E em Mateus 6:6, o Senhor ordena: “Tu, porém, quando orares, entra no teu QUARTO, e,
fechando a porta, orarás a teu Pai que está em secreto e teu Pai que vê em secreto, te retribuirá”.
Nessa maravilhosa escritura do Sermão do Monte, temos, em primeiro lugar, UMA
ORDEM DE JESUS dada aos seus servos, àqueles que foram lavados no sangue que Ele
derramou no Calvário. A ordem e de Jesus. Note-se, todavia, que a ordem não é para orarmos;
o mandamento da oração vem em outros lugares da Bíblia: a ORDEM é: quando orares,
ENTRA. O mandamento do Senhor está expresso no verbo ENTRAR. Quando nos
dispusermos a orar, devemos ENTRAR no QUARTO. Então, porta cerrada para o mundo, para
as fantasias da vida, para a pressa, para as atividades rotineiras, para os negócios, para as
lutas da casa, seja para o que for. Entrar para o QUARTO como se fôssemos dormir, repousar
depois de um dia de lutas, de aborrecimentos, de problemas. Fechamos a PORTA do
QUARTO, e como Daniel (6:10) ABRIMOS JANELAS para a Jerusalém celestial. À medida que
nos desligamos do mundo, da matéria e do pecado, na mesma proporção nos aproximamos de
Deus. O mesmo impulso que leva nossa mão a fechar a porta, leva a mão divina a abrir
janelas para o alto. Jesus ordena: ENTRA no teu quarto; ENTRA no teu quarto... O amado
irmão tem obedecido essa ordem do Filho de Deus?
Jesus está convidando o amado irmão para um ENCONTRO com Ele no lugar
SECRETO, longe dos olhos de todos, mesmo dos seus familiares. Jesus quer encontrar-se
com o irmão, o irmão sozinho. Daniel gozava dessa bênção três vezes ao dia; três vezes Daniel
fechava a porta do seu QUARTO que dava para o mundo e seu turbilhão e abria a JANELA
para Jerusalém, e ali ficava com Deus. E o irmão, tem obedecido à voz do Senhor Jesus? Tem
entrado no seu QUARTO e, fechada a porta para o mundo e aberto janelas para o céu? Tem se
encontrado com o Senhor Jesus no secreto do seu aposento?
Em segundo lugar, na maravilhosa passagem de Mateus 6:6, temos, além da ORDEM do
Mestre, o MODO de procedermos para nos encontrarmos com Ele. Jesus manda que na hora
em que formos orar, ENTREMOS no nosso QUARTO de dormir. Jesus falava de uma
habitação de seus dias em que o aposento era unia das dependências mais íntimas, como o é
em nossos dias ainda hoje. Isso, entretanto, não significa, de modo algum, que só podemos
obedecer a ordem do Mestre, orando em nosso quarto de dormir. Significa antes um lugar
reservado, um lugar dedicado à oração, um refúgio de oração; um quarto, uma sala, um
escritório, um paiol, no monte, debaixo de uma árvore, um lugar enfim, onde podemos na
realidade FECHAR a porta para o mundo e ABRIR janelas para o alto. O importante é
ENTRARMOS e FECHARMOS a porta de tudo o que nos importuna, de tudo o que nos
perturba, de tudo o que nos impede de estarmos a sós com nosso Pai Celestial. E o Mestre
prossegue e diz: ORA... ORA... Novamente o imperativo. E prossegue: A TEU PAI que está em
secreto. Contrapõe-se às orações farisaicas dos dias de Jesus, e também dos nossos, longas,
vazias, ritualistas, formais, frívolas, cheias de repetições desnecessárias, de fantasias
humanas, de hipocrisia. E subentende a oração secreta: do coração do homem para o coração
de Deus; quando temos oportunidade de levar ao Pai Celeste nossas mágoas, dissabores,

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tristezas, problemas e desilusões; aquilo que não podemos contar aos homens; aquilo que os
homens não entendem e nem podem entender; o Pai é o Amigo sincero, em quem podemos
confiar e, a seus pés, deixarmos tudo: prazeres e pesares e também no seu odre santo, as
nossas lágrimas. Subentende ainda a oração diária, talvez feita muitas vezes ao dia; a oração
metódica, feita sem pressa nem correria e atropelos; a oração sincera, que parte de um co-
ração falho, porque humano, de carne, mas lavado no precioso sangue do Filho de Deus. “que
se achega confiadamente ao TRONO DA GRAÇA, a fim de receber MISERICÓRDIA”; é a doce
comunhão com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo, quando a alma cansada das lutas do
pecado, fica a sós com o Pai, fala com o Pai, ouve o Pai, sente a sua presença, descansa no
seu Braço forte, purifica-se no sangue do Cordeiro Imaculado, retempera suas forças para
prosseguir na luta contra as trevas. O prezado irmão e amigo tem OBEDECIDO ao
mandamento de Jesus entrando diversas vezes ao dia no lugar SECRETO da oração
SECRETA, onde o Pai que vê em SECRETO está pronto para nos receber e abençoar?
A escritura de Mateus 6:6 nos leva a pensar nos muitos exemplos de homens e
mulheres, tanto do Velho como do Novo Testamento e também fora da Bíblia, que obedeceram
a Deus e foram encontrar-se com o Pai Celestial no lugar secreto da oração, e por isso
venceram as batalhas contra o Diabo, contra o pecado, contra o mundo e contra a carne: 1)
onde seria o lugar secreto de Noé? Talvez ali mesmo naquela Arca em construção, aquele
instrumento de juízo do Senhor, foi refúgio do velho Patriarca; 2) e onde teria sido o lugar
secreto de Enoque, o homem que andou com Deus? 3) Abraão falava com Deus debaixo do
carvalho de More; ali recebeu anjos muitas vezes; 4) Isaque orava nos campos; 5) Jacó linha a
sua Betel e sua Peniel; 6) José buscava o Senhor tanto no cárcere, como do trono de Faraó; 7)
Moisés das paragens tranqüilas de Midian, da sarça ardente, do Monte Sinai onde passou 40
dias e 40 noites, a ponto de brilhar o seu rosto; 8) Josué, de madrugada buscava o Senhor;
lendo o livro de Josué, fiquei impressionado com o número de vezes em que se afirma que
Josué buscou a Deus de madrugada; 9) Davi encontrava-se com Deus no deserto, fugindo á
ira de Saul, do vale da sombra da morte, do desespero em que se achou por causa do pecado
contra Urias; 10) Jonas orou do ventre do grande peixe nas profundezas do mar; 11) o Senhor
Jesus ia, conforme o seu costume, tanto para o deserto, como para o Monte das Oliveiras onde
passava noites inteiras em oração; 12) Paulo orava secretamente em casa de Judas em
Damasco e Deus o contemplava em secreto; 13) Pedro orava de cima do eirado da casa de
Simão curtidor de onde descortinava, pelo Espírito, o mundo perdido e agonizante; 14) o pai
de John Patton orava por seus filhos, comprimindo o seu corpo num paiol, dali derramava a
sua alma em ardentes súplicas ao Senhor; 15) Suzana Wesley orava do interior de sua pobre
casa por seus 16 filhos; 16) John Hyde do secreto de seu aposento pedia a Deus poder para
ganhar os perdidos hindus; 17) Davi Brainerd, da sua cabana, em plena selva norte-
americana derramava sua alma ao Todo-poderoso Deus em favor dos índios pele-vermelhas. E
tu, meu irmão, estás obedecendo a ORDEM do Mestre da oração secreta como eles obe-
deceram?
E finalmente, em Mateus 6:6, temos um resultado vitorioso: “... e teu Pai que vê em
secreto, te retribuirá”. John Hyde viajava dos Estados Unidos para a índia. Era um jovem
missionário presbiteriano. Muito culto. Cheio desânimo e de fervor, singrava os mares, com o
propósito de ganhar almas. A bordo do navio em que viajava, chegou-lhe um telegrama de um
velho e experimentado pastor com estes dizeres: “Estais cheios do Espírito?” Hyde foi para o
seu camarote e ali, de joelhos, buscou a face do Pai. Sozinho. Em oração secreta. Entregou
tudo ao Senhor. Rendeu-se incondicionalmente a Deus. E no seu camarote naquele navio,
travou-se a grande batalha no seu coração. Hyde foi revestido do Espírito Santo. Resultado, o
norte da índia foi visitado e sacudido por um poderoso avivamento, cujo fogo foi levado para a
Coréia e China, dando como resultado a conversão de milhares e milhares de almas. Três
grandes avivamentos, porque um homem buscou a Deus em oração e foi cheio do Espírito. E
se nós seguirmos o caminho de todos os santos do Senhor e caminharmos diariamente e
muitas vezes no dia, para o QUARTO, para nos encontrarmos com o Senhor Jesus, teremos a
retribuição do Pai, nos termos exatos do texto de Mateus 6:6: e isso significara para nos: 1)
Comunhão com o Pai: Estaremos com Ele; com Ele conversaremos; receberemos o brilho de
Sua presença augusta; a graça abundante para o nosso coração; vida nova para a nossa alma
cansada. 2) Forcas Renovadoras para a Luta: alguém quis saber o segredo da vida de poder
de Moody, e o grande servo de Deus levou o curioso a sua cela de oração, onde se travava o

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combate contra satanás e suas hostes aguerridas. Se lermos Efésios 6:10-20 nos
certificaremos do valor da oração na luta terrível contra o Diabo. Cada um de nós precisa, logo
de manhã, buscar o rosto de Deus em oração secreta, no Quarto, onde Deus está a nos
esperar com muitas e abundantes bênçãos da sua graça e poder. 3) Gozo Espiritual: Paulo e
Silas estavam presos em Filipos; vergastados os seus corpos; pés presos no tronco; vestes
rasgadas, brutalmente tratados pelo carcereiro. Apesar disso tudo, cantavam hinos a Deus e
oravam e os presos os escutavam. E onde o segredo disso tudo? A cela da oração onde
buscavam a Deus secretamente. A presença do Senhor no seu coração garantia-lhes aquele
gozo do Espírito e aquela alegria que lhes iluminava o rosto. 4) Orientação Para o Trabalho:
Filipe, o evangelista, descobriu o seu campo de trabalho, tanto com o Eunuco, como em
Samaria, porque era um homem que buscava a Deus em oração secreta; Paulo foi orientado
no trabalho do Senhor através do mundo, porque era um servo que conhecia o refúgio da
oração secreta; os moravianos realizaram o grande trabalho no mundo inteiro e incendiaram
com fogo do Espírito milhares de corações e reabriram as estradas de MISSÕES a todos os
povos, porque cada um deles conhecia o lugar secreto da oração, onde se encontravam com o
Senhor Jesus diariamente. William Carey viu a Índia perdida e mergulhada no pecado e almas
partindo para o inferno, na sua cela de oração, onde buscava a face de Deus. Adoniran
Judson teve uma visão da Birmânia mergulhada em trevas diabólicas, porque era homem que
se encontrava com Jesus no QUARTO. Jonathan Edwards e mais tarde Finney
revolucionaram os Estados Unidos da América do Norte porque passavam horas e horas no
refúgio da oração secreta. Wesley e Whitefield mudaram o rumo da Inglaterra do século 18
porque reconheceram o valor de passar tempo, muito tempo na oração secreta. E se nós
quisermos ser úteis nas mãos do Senhor; se quisermos realizar um trabalho que realmente
honre ao Senhor, precisamos seguir as pisadas desses gigantes da fé, rumando para o
QUARTO, para a oração secreta, para um encontro com o Senhor Jesus. 1) Segredo da
Vitória. Nossos irmãos que foram vítimas da intolerância na China e na Coréia destes últimos
tempos, tombaram, muitos deles, no campo de batalha da luta cristã, com grito de vitória em
seus lábios e empunhando o glorioso pavilhão de Cristo em suas mãos. Derramaram o seu
sangue. Pagaram com a vida o preço da sua fidelidade a Jesus. Não recuaram. Assombraram
os próprios inimigos. Deixaram na história uma lição imorredoura de coragem, fidelida de, e
amor. A causa? Eram homens e mulheres que conheciam o caminho do QUARTO, onde se
encontravam sempre com Jesus e de quem recebiam o BRILHO DA VITÓRIA. O apóstolo
Paulo diz “que os dias são maus”. E se nós não passarmos, diariamente, pelo menos uma hora
no QUARTO, na presença de Jesus, com o Pai Celestial, não venceremos o mundo atroz.
Jesus marcou com o prezado irmão UM ENCONTRO no QUARTO, na oração secreta. O
meu prezado irmão, não quer agora mesmo, refugiar-se sozinho no QUARTO para estar a sós
com o Filho de Deus? Depois de estar alguns minutos na oração secreta, na presença de
Deus, seu rosto brilhará como o de Moisés ao descer do Monte Sinai, e o irmão estará
preparado para as grandes batalhas desta vida.
O ENCONTRO com Jesus está marcado. Jesus não falha. Sua palavra é fiel e verdadeira.
Depende do amado irmão. Que vai fazer? Jesus o espera cada dia no lugar marcado para um
encontro de amor, cordialidade, luz, vida e poder.

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CAPÍTULO TERCEIRO

ENCONTRO COM JESUS NA FORNALHA


O Senhor Jesus marca encontros com seus servos em muitos lugares. Na meditação
anterior, estivemos com Ele no QUARTO, na oração secreta, na oração individual.
Hoje, o Filho de Deus Altíssimo marca um NOVO ENCONTRO com seus servos. E onde
será o lugar marcado por Ele? Um lugar estranho; realmente estranho. Mas onde será? NA
FORNALHA. Mas, na FORNALHA? Sim, na FORNALHA! Mas será possível o Senhor Jesus
marcar um encontro conosco na fornalha?
Grande Babilônia de Nabucodonosor. A maior cidade do mundo. Dirige todas as nações
da terra. Rica, bonita, suntuosa; seu poderio bélico é o máximo: grandes exércitos, armas
terríveis, homens aguerridos esmagaram as nações e os povos; até mesmo os judeus não
escaparam de suas mãos perversas. Nabucodonosor assenta-se no seu trono de esplendor. E
ao contemplar o brilho, a grandeza e a opulência do seu glorioso reino, enche-se de orgulho.
Manda levantar numa das praças da “imortal” Babilônia, uma estátua de ouro. Convidou os
povos das nações por ele subjugadas; chamou os músicos; convocou os estadistas, os
conselheiros, os grandes da corte. Ele, Nabucodonosor, sentou-se no seu trono de “glória”. Ao
som daqueles instrumentos, e por ordem expressa do grande rei, todos, todos, sem exceção,
deveriam dobrar seus joelhos diante daquela monstruosa imagem, que representava o rei no
seu orgulho e na sua presunção. Os instrumentos feriram os primeiros acordes e todos se
genuflexaram diante do ídolo de ouro do grande Nabucodonosor. Foi, sem dúvida alguma,
para aquela gente, um grandioso espetáculo de fé.
Entre a multidão, porém, dos milhares de espectadores e adoradores da Imagem do Rei,
houve três homens que não adoraram: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; eram judeus;
adoradores do Deus Vivo e Poderoso; do Deus que criou os céus e a terra; do Deus verdadeiro;
do Deus que tem poder e que pode salvar os seus fiéis e livrá-los na hora da aflição e da dor;
eram, os três servos de Deus, príncipes, homens de qualidade, homens escolhidos, homens
fieis e de grande decisão. Na hora em que os instrumentos musicais da Babilônia estrugiram.
Enchendo com suas melodias escolhidas as praças da grande cidade, apinhadas de gente,
todos, todos se ajoelharam adorando a Imagem de Nabucodonosor, mas eles os três judeus,
permaneceram de pé; não se ajoelharam. Constituíram, aos olhos dos fieis do grande rei,
ridícula ex-cessão. Instados foram, naturalmente, a se dobrarem diante da imagem do rei.
Seria um momento apenas. Agradariam o rei. Estariam em harmonia com os demais E afinal
de contas, poupariam a sua vida, pois o decreto do rei era terminante para os rebeldes que
pagariam com a própria vida o preço de sua desobediência. Resistiram a todos os apelos.
Permaneceram de pé, certos do que lhes aconteceria. Gloriosa FIRMEZA!
XXX
Deram conta do ocorrido ao rei, que se encheu de furor e se acendeu em cólera diante da
firmeza dos três homens de Deus: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Mas o rei os conhecia
bem. Teve compaixão deles e deu-lhes nova oportunidade. Os três homens de Deus rejeitaram.
Não se ajoelharam. Mais furioso ficou o rei. Abre-lhes caminho, então para a FORNALHA, na
sua opinião, o mais terrível castigo a ser dado a homens que desobedecem às ordens
expressas do grande rei. Ordena que a fornalha seja acesa sete vezes mais do que o costume.
E os três servos do Deus Altíssimo são atados com cordas e lançados na terrível fornalha. Os
soldados do rei que lançaram os “rebeldes” na fornalha, morreram pela violência das chamas.
Nabucodonosor, do seu palácio, contemplava os três judeus revolteando dentro da fornalha, e
esperava vê-los consumidos, carbonizados pelas chamas de sua fogueira que talvez não
ardesse tanto como a ira do seu perverso coração. Mas os homens não sofriam dano. A
princípio, julgou uma dificuldade de visão; atentou bem para o quadro que contemplava;
atentou melhor. . . Estranho. . . Estranho o que vejo. . . Vejo quatro homens na FORNALHA.
Será que vejo bem? Chamou os conselheiros e lhes perguntou: Não lançamos nós três homens
na FORNALHA? Sim, foi à resposta. E como vejo agora quatro em lugar de três? E os seus
grandes, quando olharam para a FORNALHA, viram na realidade, quatro personagens
resistindo à fúria do fogo. E Nabucodonosor gritou: Vejo quatro homens... e o QUARTO

23
PERSONAGEM assemelha-se ao FILHO DE DEUS. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego
passeavam pelo fogo e o fogo não teve poder sobre eles. Permaneceram fieis a Deus. Desgosta-
ram ao rei de Babilônia, pelo que receberam o pior castigo que homens poderiam receber. E
ali, na FORNALHA de fogo ardente, aquele lugar de aflição, de tormento, de martírio e dor,
aqueles três homens justos e fieis, ENCONTRARAM-SE COM JESUS, o Filho de Deus (pois
em João cap. 1º nos diz que o VERBO é eterno, apenas SE FEZ CARNE; portanto, quem
esteve na fornalha com Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, foi o próprio Senhor Jesus pré-
encarnado). E quem poderia imaginar que os três judeus tinham um ENCONTRO marcado
com o Filho de Deus de maneira tão adversa? Mas o Senhor Deus nos diz em Isaías 55 que
“os seus caminhos não são os nossos caminhos, e nem os seus pensamentos os nossos
pensamentos...” E nos caminhos do Senhor, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego se encontraram
com Jesus num lugar tão estranho, tão perigoso, tão terrível, tão horroroso, mas para eles
naquela hora de aflição e de dor, se tornou um paraíso, um lugar de delícias, um lugar
maravilhoso.
XXX
E Sadraque, Mesaque e Abede-Nego não foram os únicos homens no mundo a se
encontrarem com Jesus em condições de tanta adversidade, sofrimento, dor e morte até. O
QUARTO HOMEM que marcou um encontro com os três judeus da Babilônia, marcou
também um encontro com Abraão no topo de uma das colinas de Moriá. Deus exigiu do
Patriarca o sacrifício de seu Isaque, de seu único filho Isaque. Foi para Abraão uma hora de
profunda aflição; mas Deus exigia dele obediência até a morte. E quando o velho Patriarca
colocou sobre o altar o que lhe era mais caro, mais precioso e mais amado do que tudo, tudo
neste mundo, ardia o seu coração de pai, nas chamas bravias de uma fogueira; e foi nessa
hora, exatamente nessa hora que ele se encontrou com o Senhor Jesus. E não foi isso o que
séculos mais tarde o Senhor Jesus afirmou em João 8? “Abraão viu o meu dia e se regozijou”.
Jacó se encontrou com O QUARTO HOMEM, naquela noite horrenda e fatídica, nas
profundezas do vau de Jaboque, quando lutou e lutou com o ANJO de Deus que não era outro
senão o próprio Jesus. E foi ali naquelas condições pouco favoráveis para o homem, que Jacó
recebeu de Jesus as mais ricas bênçãos de sua vida.
O QUARTO HOMEM se encontrou com José. E onde marcou ENCONTRO com ele? No
fundo de um cárcere egípcio. Vilipendiado pela esposa de Potifar. Caluniado. Anos de
amargura suportou; mas o Filho de Deus o sustentou ali e deu-lhe a sabedoria e a graça para
suportar tudo até a vitória final.
O QUARTO HOMEM se encontrou com Moisés na sarça ardente, nos duros meses de
luta contra Faraó e seus exércitos, nos penosos anos de sofrimento e dor pelo deserto até a
entrada de Canaã. E na experiência de sua vida vitoriosa, pôde dizer: “Senhor, tu tens sido a
nossa morada de geração em geração”. A FACE do Senhor ia com ele para fortalecê-lo,
guardá-lo nas horas de sombra e tristeza na peregrinação do deserto.
O QUARTO HOMEM esteve com Jó naqueles dias de sofrimento, de dor, de tristeza e
consideráveis prejuízos materiais. Jó se encontrou com Jesus nesses transes, nesse vale da
sombra da morte.
O QUARTO HOMEM esteve com Davi, não no palácio de Saul, nem na glória de suas
muitas e significativas batalhas, mas de modo especial naqueles dias de apreensão, tristeza,
desânimo e abatimento, quando fugia à ira de seu sogro, e viveu errante pelos desertos de
Judá, pelas cavernas da terra, faminto e com sede, cansado e desorientado. Foi nessa ocasião
que escreveu o Salmo 23 e no 34 afirmou com ênfase: “O Anjo do Senhor acampa-se ao redor
dos que o temem e livra-os” (v.7); e no mesmo Salmo afirmou: “Senhor está perto” (v.18). Se o
ANJO do Senhor acampava-se ao redor da sua vida para guardá-lo e protegê-lo, que temores
poderia ter?
O QUARTO HOMEM encontrou-se com Daniel, o grande servo do Senhor, numa cova de
leões. Mal nenhum tinha feito; iniqüidades não se acharam em suas mãos. Condenado por ter
orado ao Todo-Poderoso Deus. A maldade humana o lançou na cova de leões com a finalidade
de ser ele ali devorado pelas feras. Mas o Senhor enviou o seu ANJO para fechar a boca aos
leões. E que noite maravilhosa e sublime deverá ter passado Daniel naquela cova, rodeado

23
pelos leões, mas sustentado pelo Senhor dos senhores. Creio que Daniel não trocaria a
experiência daquela noite por coisa alguma desta vida.
O QUARTO HOMEM se encontrou com Pedro no cárcere em Jerusalém, naquela noite
enquanto a igrejinha que se reunia em casa de Maria mãe de João Marcos, orava por ele.
Acorrentado, atrás de possantes portões, vigiado por 16 homens. Apesar disso, dormia
tranqüilo o sono de um justo. Nessa hora de aflição para quem não tem Cristo no coração,
Pedro recebeu a visita do ANJO do Senhor que o despertou, que o libertou, que o fez passar
pelos guardas e transpor os portões fechados, que o cobriu com uma capa e o pôs em
liberdade. Poderia haver para Pedro, noite mais maravilhosa do que aquela? E trocaria ele a
experiência dessa noite, por algo grande e sublime deste mundo?
O QUARTO HOMEM se encontrou com o Apóstolo João na Ilha de Patmos. Eram tempos
difíceis. De perseguição cruel. As igrejas da Ásia Menor estão sendo sacudidas pelos ventos da
adversidade. João foi banido para a inóspita Ilha de Patmos, no mar Egeu. Prostrado, aba tido,
vencido. João já velho sente-se sozinho na luta atroz. E num domingo, quando sentia que
suas forças minguavam, e já não podia lutar mais, os céus se abriram e o Senhor Jesus
estava com ele e sobre ele colocou sua destra de poder. E João, na companhia do Senhor
Jesus foi atirado além do tempo e do espaço, transpôs os limites da eternidade e contemplou
os conflitos dos séculos e a glória de Jesus no porvir. Confortou o seu coração e animou as
igrejas abatidas. E que dia significativo viveu o velho Apóstolo naquela ilha de cativeiro e
horror.
O QUARTO HOMEM estava presente, sustentava com sua destra de poder, dava novas
forças e vitórias àqueles fiéis soldados de Jesus que pagavam com o próprio sangue o preço de
sua fidelidade ao Senhor Jesus, no tempo de Roma Pagã. Diante das feras, das fogueiras, do
cutelo frio e impiedoso, cantavam louvores a Deus, desafiavam os inimigos e triunfavam sobre
as dificuldades.
O QUARTO HOMEM esteve com os milhares de fiéis de Roma Papal, que foram
queimados vivos, torturados por homens iníquos e morrendo num oceano de sofrimento e dor.
Mas não recuaram um passo da linha de fidelidade ao Senhor Jesus. Avançavam para o
martírio com uma coragem nunca vista, com desassombro, com brilho nos olhos e vitória no
coração, porque o QUARTO HOMEM ali estava com eles como estivera com os três na fogueira
de Babilônia.
O QUARTO HOMEM esteve com João Bunyan no detestável cárcere de Bedford na
Inglaterra, durante doze longos anos. Na umidade do cubículo, na penumbra em que vivia,
nas privações por que passava e a tortura que lhe trazia ao coração a condição econômica da
família, a ponto de pedir esmolas para viver, Bunyan nunca desanimou. Perto dele estava o
ANJO; do Senhor. E aquele cárcere se transformou numa tribuna de luz para o mundo e de
glória para Deus.
O QUARTO HOMEM esteve com William Booth o querido fundador do Exército de
Salvação na Inglaterra, quando foi expulso da Igreja Metodista por pregar o evangelho nas
ruas de Londres e acolher os miseráveis, os bêbados e as meretrizes atirados nas sarjetas. O
homem de Deus foi convidado pelos clérigos a se retratar do “crime” que praticava, mas
permaneceu firme no seu propósito de trabalhar com os desgraçados. Foi expulso da Igreja. E
ao se retirar, exclamou: “Sem níquel e sem amigos”; mas nunca experimentou, ele e sua
esposa Catarina, hora mais doce, mais suave e mais abençoada do que aquela, quando
sentiram a presença do Filho de Deus e sua potente mão a sustentá-los naquela hora e a
dirigi-los para um trabalho nobre e abençoado.
XXX
E hoje, não temos UM ENCONTRO MARCADO COM O QUARTO HOMEM numa
FORNALHA talvez? Esperamos nos encontrar com o Senhor Jesus em conforto, paz,
tranqüilidade; em lugares aprazíveis, em circunstâncias favoráveis; mas o QUARTO HOMEM
marca conosco um encontro nas chamas devoradoras de uma fornalha. E não importa onde;
se o Filho do Deus Altíssimo ali estiver, será céu para nós.
A oportunidade do QUARTO HOMEM operar em nossa vida é quando estivermos
mergulhados nas águas turvas de um infortúnio. Ninguém conosco. Sozinhos. O QUARTO

23
HOMEM virá para nos socorrer e confortar. Saídos do infortúnio, vamos constatar que
nenhum dano sofremos. As chamas apenas queimaram as cordas de Babilônia que nos
impediam na obra do Senhor e embaraçavam a nossa vida cristã. A vez do QUARTO HOMEM
também em nossa vida é quando somos abandonados ou por maridos ou por esposa, ou por
pai ou por filhos. E quanto sofremos nessas horas de tristeza e desamparo. Ardemos nas
chamas da fornalha. Parece que tudo está perdido; mas é a HORA do QUARTO HOMEM
entrar para estar conosco na fornalha. A oportunidade do QUARTO HOMEM em nossa vida e
em nosso coração, num encontro providencial e maravilhoso, é quando somos vítimas de um
desastre, ou enfrentamos um angustiante problema, ou somos devorados pelas chamas da
aflição. Não temos apoio para nossos pés. Sentimos como Paulo no cárcere em Roma: “Todos
me abandonaram...” sentimo-nos como os israelitas defronte do Mar Vermelho, cercados de
dificuldades por todos os lados. Parece que nos resta mesmo a morte. Essa, porém, é a hora
do QUARTO HOMEM. E depois de termos experimentado a sua companhia na FORNALHA,
podemos dizer com o Salmista: “Foi-me bom ter sido aflito”. Na hora da enfermidade, muitas
vezes, é a HORA do QUARTO HOMEM se encontrar conosco. E na hora da separação para
sempre nesta vida? Quando o nosso coração está partido pela espada da dor; quando amigos
não adiantam; nem dinheiro, nem conforto material, nem prazeres desta vida, nem mil
providências mais do homem; é nessa hora que nos ENCONTRAMOS com o QUARTO
HOMEM. E quando somos perseguidos, à semelhança de William Booth, odiados por colegas,
desprezados por irmãos, às vezes até por familiares por causa do NOME santo de Jesus e fide-
lidade à sua Palavra até a morte; escorraçados, enxotados; perdemos amizades das mais
caras; púlpitos nos são vedados, também as oportunidades na imprensa; o pão de nossos
filhos nos é tirado; arrastados na rua da amargura, caluniados e atirados na lama da mentira,
nessa HORA, o QUARTO HOMEM estará presente para nos livrar do fogo da maldade
humana, como foram Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na Babilônia de Nabucodonosor. Ele
nunca falha. Tudo pode falhar, mas o QUARTO HOMEM não falhará. Nossos irmãos na
Rússia de Lenin, na China de Mao-Tse-Tung, na Coréia e em tantos lugares, quando ardiam
na fornalha da brutal perseguição tiveram um ENCONTRO com o Senhor Jesus. Minha mãe,
pouco antes de morrer, teve uma crise quase fatal. Depois voltou. Ela me disse que na hora de
crise, viu o céu e viu o QUARTO HOMEM como João o vira no Apocalipse, e que a esperava
além do rio. Ela me disse: QUE ENCONTRO MARAVILHOSO EU TIVE COM JESUS!

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CAPÍTULO QUARTO

ENCONTRO DE JESUS COM SEUS ADORADORES


“Onde dois ou três estiverem reunidos EM MEU NOME, ali ESTOU EU no meio deles”.
Mateus 18:20
XXX
Notemos bem a escritura que acabamos de ler. E' palavra do Senhor Jesus, o Rei dos reis
e Senhor dos senhores, dirigida aos seus servos, seus adoradores; nela há riquezas
espirituais; tesouros inesgotáveis; fontes que não se secam; mananciais inexauríveis.
Entraremos nesses tesouros infindos para enriquecermos nossa fé; levaremos água que nos
dessedente, e receberemos luz que nos guiará em nossa jornada cristã por este mundo.

O LUGAR
Está expresso na palavra “ONDE”. Como se vê, é indeterminado. Não se fixa tamanho.
Pode ser um templo majestoso como o de Herodes em Jerusalém dos dias do ministério
terreno de Jesus, como também uma casa, talvez humilde como a de Maria, mãe de João
Marcos, onde se reuniam alguns discípulos do Mestre, também em Jerusalém. Pode ser um
local rico, riquíssimo; e pode ser pobre, muito pobre. Pode ser debaixo de uma árvore, numa
gruta e até mesmo debaixo das catacumbas, como fizeram os primitivos cristãos em Roma.
Pode ser no Brasil, na Alemanha ou na Rússia; pode ser na Ásia, na Oceania ou na África.
Não importa o lugar. Judeus e samaritanos do tempo de Jesus disputavam entre Moriá e
Gerizim, o lugar da verdadeira adoração. Jesus, entretanto, disse à mulher samaritana com
quem dialogava a respeito deste assunto: “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o
adorem em espírito e em verdade” João 4:24. Nenhum vislumbre de racismo, nem de
exclusivismo religioso e nenhum preconceito social. As largas avenidas do mundo para Deus
acham-se abertas, escancaradas para os pecadores, sem acepção de pessoas, que busquem a
Deus em espírito e em verdade com o propósito firme de ADORÁ-LO. Nisso temos a garantia
de PRESENÇA do Senhor Jesus em qualquer lugar onde nos reunirmos em SEU NOME para
servi-lo de todo o nosso coração. JESUS TEM UM ENCONTRO MARCADO CONOSCO hoje,
agora; ONDE? No templo da nossa igreja; no monte; em casa de um crente; debaixo de uma
árvore, seja onde for. Estará presente conosco, com a firmeza da sua verdade, se
ESTIVERMOS REUNIDOS EM SEU NOME SANTO.

O QUORUM
O número mínimo para que a promessa do Senhor Jesus seja uma gloriosa realidade
vem expresso nas palavras: DOIS OU TRÊS. Alguém achou isto um quorum ridículo,
inexpressivo. Mas Nosso Senhor não erra. Ele conhece profundamente a natureza humana.
Sabe das nossas tendências e fraquezas e das limitações da nossa carne. “O espírito está
pronto, mas a carne é fraca”. A inclinação da nossa carne, sempre é sempre para o mundo,
como diz o apóstolo Paulo. Para uma festa social ou um pic-nic o número de participantes é
enorme; para uma reunião de oração, entretanto, o número é insignificante. Às vezes são dois
ou três mesmo. Se o Mestre tivesse determinado o quorum de uma reunião de oração trinta ou
quarenta; ou então cem ou duzentos poucas vezes poderíamos ter reunião de oração. Não
importa o número dos que vêm à reunião; importa antes que o grupo preencha as condições
expressas no texto em teta: EM NOME DE JESUS.

O ENCONTRO
Para que o ENCONTRO do Senhor Jesus com seus servos seja uma realidade, não é
preciso que nós venhamos a sentir isto ou aquilo; nem que façamos mais alguma coisa; nem
que busquemos novidades em outros meios, e nem mesmo que vivamos a mudar de
denominações ou de igrejas da mesma fé e ordem. A bênção do Senhor não está nessa
direção. Está antes na fidelidade das palavras do Mestre, senão vejamos: “Onde dois ou três
estiverem REUNIDOS EM MEU NOME”. Como já vimos, não importa o LUGAR e nem o

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QUORUM, mas terá que ser EM MEU NOME, isto é, no NOME de Jesus. Vejamos bem: não é
nome de anjos, nem de um grande homem, nem de uma instituição, concílio, juntas,
convenções, assembléias, e muito menos em nome do diabo; MAS, no NOME DE JESUS, vale
dizer: no poder de Jesus, na graça de Jesus, na eficácia do sangue de Jesus, no amor de
Jesus, nos méritos de Jesus, na vitória de Jesus, na palavra de Jesus, na confiança absoluta
de Jesus, no tempo e no espaço, na vida ou na morte.
Se nos reunimos assim: na letra e no espírito do texto, expressamente em NOME de
Jesus, então podemos ter a certeza da presença do Mestre, como Ele mesmo disse: “ALI
ESTOU NO MEIO DELES...” Sim, Jesus estará presente nessas reuniões. E sua palavra não
falha. Jesus nunca mentiu; não se achou dolo em sua boca jamais. E o tempo do verbo denota
a fidelidade de cumprimento: ESTOU. E presente do indicativo. Não só indica uma presença
agora, mas continuada, cumprindo-se sempre que a condição imposta for satisfeita. Jesus
estará presente como esteve com os dez apóstolos no cenáculo em Jerusalém, num domingo e
noutro também com a presença de onze apóstolos; estará presente como estava com os sete
discípulos junto ao Mar da Galiléia naquele maravilhoso e significativo crepúsculo; estará
presente como esteve com os dois do caminho de Emaús; estará presente como estava com os
quinhentos no Horto das Oliveiras; estará presente como esteve nas sete igrejas mencionadas
no primeiro capítulo de Apocalipse, andando no meio dos sete candeeiros de ouro, isto é, as
sete igrejas da Ásia; sustentando na sua destra as sete estrelas, ou sejam os pastores
daquelas igrejas. E seus olhos como chamas de fogo, contemplavam aquelas igrejas nas suas
atividades; nos seus erros e na sua fidelidade; nas suas vitórias e nos seus fracassos; no gozo
ou na perseguição. Jesus conhecia intimamente cada uma daquelas igrejas, e com que
precisão! Corrigia, admoestava, encorajava, aprovava ou reprovava, tudo com muito amor,
com o desejo que cada uma daquelas igrejas brilhasse para a glória dos céus.
O meu prezado irmão já pensou na realidade de um Jesus presente em sua igreja,
assistindo a todos os trabalhos? Acompanhando todas as atividades de sua igreja? O Dr. A.
J. Gordon, pastor batista da outra América, já falecido, no seu livro COMO CRISTO VEIO À
IGREJA (traduzido pelo Rev. José de Miranda Pinto e editado pela Casa Publicadora Batista),
narra a experiência que Deus lhe concedeu através de um sonho, em que ele. Gordon, pregava
na sua igreja, domingo pela manhã e na assistência, notou a presença de um cavalheiro
estranho. Sentado humildemente, calado, acompanhando ao desenrolar dos trabalhos,
contemplando o pregador, ouvindo com atenção, ali estava em profunda penetração. Logo que
os trabalhos do culto terminaram, o desconhecido visitante desapareceu. E o pregador que
tanto almejava saber quem era o personagem, começou a perguntar: quem é o homem que
assistiu ao culto em nossa igreja hoje? E a resposta daqueles que perto dele se assentaram foi:
era Jesus. E o pastor da igreja não o havia reconhecido. Gordon ficou alarmado. Se era Jesus,
Ele ouviu as minhas palavras; a piada para iniciar o sermão; as orações mecânicas e
rotineiras; o nosso coral constituído de vozes assalariadas e algumas nem regeneradas; viu o
luxo e a ostentação dos meus paroquianos; viu aqueles que chegaram tarde; notou a ausência
de muitos que ficaram em casa ou ocupam-se em coisas do mundo; viu a pompa e a grandeza
da nossa casa de oração. Mas Ele esteve presente porque ESTÁVAMOS REUNIDOS NO SEU
NOME: E no dia seguinte (porque Gordon sonhou do sábado para o domingo) com a narrativa
do maravilhoso sonho, começou um novo dia para aquela igreja, que foi incendiada pelo fogo
do céu e experimentou a glória do Senhor dos exércitos.
E meu prezado irmão, quando sais de tua casa na direção da casa do Senhor, vais com
consciência plena de te encontrares com o Senhor Jesus? Tu te preparas antes
convenientemente? Ou vais de qualquer maneira? Colocas o ENCONTRO com Jesus na casa
de oração abaixo do teu emprego, aonde não chegas atrasado por causa do “ponto” que
assinas. E quando te encontras na casa do Senhor, os teus pensamentos se voltam para cima
onde Cristo está sentado, ou se perdem em coisas distantes, materiais, terrenas, passageiras?
Ficas entrando e saindo na casa do Senhor? Ficas sem reverência? Sem respeito à presença
do Senhor dos exércitos? Sem atenção ao que se passa no culto? Sem consciência da presença
do Senhor, como aconteceu com os dois discípulos a caminho de Emaús? Sem fé? Rindo de
tudo e de todos? Chupando balas num requinte de desrespeito ao Senhor que tudo vê, tudo
conhece e tudo sonda? Ficas a brincar com um e com outro? Namorando dentro do templo do
Senhor? Contando piadas que nada têm com o culto em processo? Cantando sem prestar a

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mínima atenção ao sentido das palavras? Orando mecanicamente? Lendo a Bíblia ou ouvindo
a sua leitura como se estivesse ouvindo a leitura de jornal? Olhando sempre para trás? Jesus
está presente. Isaías viu o Senhor “sentado num alto e sublime trono; as orlas do seu vestido
enchiam o templo”. E os serafins que voavam, um ao outro cantava: “Santo, Santo, Santo é o
Senhor dos exércitos...”. Gloriosa realidade da presença santa e eterna do Senhor. E o Senhor
está sempre presente assim nas nossas reuniões, quando estamos reunidos em SEU NOME.

REALMENTE PRESENTE
A Palavra do Senhor Jesus não pode falhar. Nunca falhou. Quando nós nos reunimos em
seu Santo Nome, Ele está presente entre nós. Presente nos cânticos vivos, espirituais que
LOUVEM o nome do Senhor. Cânticos que partem de corações remidos pelo sangue do
Senhor; que exaltam a bondade e a misericórdia do Senhor; que exaltam a sua grande
salvação; o seu poder contra as trevas, contra o pecado, contra Satã; que exaltem a sua
bondade para com os homens, a sua fidelidade, a sua providência, a sua vida. Cânticos
bíblicos, onde todos tomam parte. E o louvor de uma congregação assim, se confundirá com o
que anjos e serafins cantam no céu. E todos quantos ouvirem tais cânticos, sairão dizendo: O
SENHOR ESTEVE PRESENTE entre nós hoje.
Jesus estará realmente PRESENTE nas orações fervorosas que seus servos farão subir
ao trono da majestade nas alturas. Não serão orações gritadas, talvez nem muito prolongadas,
mas cheias de PODER, sinceras, reais, no Espírito, com consciência plena da presença de
Jesus no recinto, um Jesus que está perto, um Jesus que ouve, que atende. Orações como
aquela registrada em Atos 4, quando a Igreja de Jerusalém, perseguida pelos judeus,
derramou o seu coração diante do Senhor. E o Senhor que estava presente, fez tremer a terra
do lugar onde estavam reunidos. E ao saírem daquele lugar, poderia alguém duvidar da
presença de Jesus naquela reunião? E hoje, estamos orando assim? E por que não? Simples-
mente porque perdemos a consciência da presença de Jesus em nossos cultos, transformados
muitas vezes em encontros para brincadeiras.
Jesus está PRESENTE na sua Palavra viva e eficaz. E sua Palavra não será a letra que
mata, mas se revestirá do Espírito que a vivificará. A PRESENÇA do Senhor Jesus em nossos
trabalhos tornará a sua palavra: viva; poderosa; penetrante; cheia de luz; fogo que arderá em
nosso coração, como aconteceu aos dois do caminho de Emaús; será um martelo a despedaçar
a rocha de nossa incredulidade, de nossos preconceitos, de nossos pecados, de nossas
transgressões; será a espada bigúmea, cortante, que penetrará até o recesso da alma, juntas e
medulas e discernirá os pensamentos e propósitos do coração (Hebreus 4:12). Será uma
palavra convincente, oportuna. Ao sairmos da reunião, levaremos em nosso coração essa pa-
lavra viva e poderosa, posta por Jesus, presente na reunião. Estamos aproveitando da palavra
de Jesus em nossas reuniões?
Jesus estará PRESENTE na maravilhosa comunhão do culto santo do Senhor. Aquela
comunhão declarada na Primeira Carta de João, capítulo primeiro: primeiramente UNS COM
OUTROS e depois com O PAI e SEU FILHO JESUS CRISTO. Só podemos ter comunhão com o
Pai se tivermos comunhão com os irmãos. Se tivermos mágoas contra alguém, não podemos
gozar a comunhão com o Pai; se tivermos aborrecido nosso irmão, a esposa ou o esposo; o pai
ou o filho; o empregado ou o patrão; o vizinho, o amigo, o colega, não podemos gozar a
comunhão com o Senhor. A comunhão estará interrompida exatamente no ponto onde
estamos em falta, em pecado. Podemos aparentar comunhão, mas na realidade, não teremos.
Enganamos os homens, mas não enganamos a Deus. Nosso coração permanecerá em trevas e
nossa vida será um deserto espiritual. Mas se nosso coração estiver em paz com os irmãos e
com eles mantivermos comunhão, o SANGUE DE JESUS NOS PURIFICARÁ de todo o pecado,
e então gozaremos a doce comunhão com o Senhor. O culto para nós não será um peso, a
olhar para o relógio vinte vezes; um enfado os cânticos; uma monotonia a oração; a Bíblia
uma letra morta; mas será uma hora de visitação do Senhor; de recolhimento espiritual; de
alegria; de gozo espiritual; um ENCONTRO com o Senhor ressuscitado; e isso será para nós
de fortaleza para a nossa fé; de estímulo para o nosso coração; de encorajamento para as
nossas lutas; de amor abundante que será derramado em nossos corações; de revivificação
para os nossos espíritos abatidos, para as grandes batalhas da vida no lar, no trabalho, na
escola, aonde estivermos. E podemos dizer a todos: Estivemos na reunião do Senhor; o Senhor

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esteve conosco. Encontrei-me com o Senhor. Ouvi o Senhor. Olhou para mim. Pôs a sua mão
sobre mim. Purificou-me. Deu-me oportunos e maravilhosos conselhos. Falei com Ele. Esteve
perto de mim. Senti o calor da sua presença; vi o brilho dos seus olhos; suas mãos feridas que
me purificaram e me acolheram e me guardaram. Estou cheio do seu poder, da sua graça, do
seu brilho, do seu amor. E estará satisfeito no Senhor e não se conformará com o mundo.

E OS QUE FALTARAM COMO TOMÉ?


No primeiro domingo da ressurreição do Senhor Jesus, Tome esteve ausente da reunião
onde o Mestre esteve com os dez apóstolos. Esteve ausente. Naturalmente poderia, como os
faltosos de hoje, multiplicar razões da ausência; mas faltou à reunião. Perdeu as bênçãos.
Encheu-se de dúvidas, de tristeza. Enfraqueceu a sua fé. Esfriou espiritualmente. Ficou
desanimado e abatido. São limitadíssimos os motivos que justificam a ausência do crente
nas reuniões de oração. Maior é o número de desculpas. Mas o prejuízo dos que perdem a
reunião onde o Senhor está presente é muito grande. Meu prezado irmão, Jesus tem um
encontro marcado contigo HOJE, numa reunião, seja no templo de tua igreja, seja na casa de
um servo seu, seja onde for. Não deves faltar. Jesus te espera lá. Jesus quer abençoar-te com
sua PRESENÇA gloriosa.
X X X
Isso tudo que comentamos a respeito de Mateus 18:20, deve nos conduzir a uma
consciência absoluta da veracidade da Palavra do Senhor Jesus. E devemos, então, nos
preparar para nos encontrarmos com o Senhor Jesus nas reuniões de culto. E que farás,
irmão, se fores a uma reunião em que Jesus está presente, realmente presente, com os teus
maus pensamentos? Com tuas mãos manchadas com os papéis falsos que assinaste,
burlando leis, prejudicando o teu próximo? Com teus pés que correram para o mal? Para o
cinema? Para o futebol, para as bebidas alcoólicas? Para o fumo? Para a destruição? Para
tudo o que é terreno, exceto para a obra do Senhor? Com tua língua ferina que se alegrou em
contar piadas imorais em mentiras e mais mentiras? Em ofensas aos teus irmãos? Que
exaltou, o diabo? Que cantou para o mundo? Que só falou dos homens? Que farás do teu
coração que está dominado pelo ódio, cheio de reservas, de ressentimentos, de amarguras?
Que farás daquilo que furtaste, talvez coisas pequeninas, insignificantes, imperceptíveis até,
mas furtaste; tiraste o que é do próximo. Ninguém descobriu; ninguém viu, mas o Senhor
Jesus que assiste à reunião que assistes, te vê e sonda o teu coração. Que farás de tua vida
dentro do teu lar? Em desavença com a Esposa, com o Esposo, com os filhos, com os pais,
com os irmãos? Enganas aos homens, mas não a Deus. Vais à casa do Senhor, e como te
apresentarás a Ele? Com ofertas? Com longas orações? Com sacrifícios? Com cânticos? Antes
de tudo, mãos lavadas no sangue do Senhor Jesus; também o coração. Então te encontrarás
com o Senhor Jesus. E esse encontro será uma bênção para a tua vida; será uma bênção para
o teu lar, para os teus vizinhos, para os teus amigos; será para a glória do Senhor Jesus,
nosso amado Salvador.

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CAPÍTULO QUINTO

ENCONTRO COM JESUS NO TRABALHO


O Senhor Jesus marcou um encontro com 03 seus discípulos junto ao mar da Galiléia,
após a sua ressurreição (Mat. 28:10); marcou conosco um encontro no QUARTO, na oração
secreta (Mat. 6:6); marcou também um encontro na FORNALHA de fogo ardente como
aconteceu com os três companheiros de Daniel na Babilônia (Daniel 3); marcou ainda um
encontro com seus legítimos ADORADORES (Mat. 18:20); marcou também um encontro
conosco no TRABALHO.
XXX
“Jesus, aproximando-se, falou-lhes dizendo: Foi-me dado todo o poder no Céu e na terra.
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho ordenado. E eis que eu
estou convosco todos os dias até a consumação dos Séculos”. (Mateus 28:18-20).
O GRANDE ENCONTRO — (Mat.28:16-17)
1) O local do encontro — “No Monte que Jesus lhes designara”. O Penhor se encontraria
com seus amados discípulos num lugar certo, antecipadamente marcado. Após a ressurreição,
o Mestre reitera o local: O MONTE NA GALILÉIA. Amado leitor, Jesus o espera para um
encontro, hoje, agora mesmo, como fez com os discípulos após a ressurreição
“No jardim onde Cristo te espera”
“É lugar de delícia e de paz”.
2) Quantos eram — Mateus 28:16 nos diz que eram os onze discípulos. Pelo
determinativo “OS” sabemos que eram os apóstolos, o círculo mais íntimo do Senhor Jesus.
Os onze foram os primeiros a chegar NO MONTE; hoje, todavia, o caminho está aberto, para
todos quantos queiram se encontrar com o Divino Ressurreto.
3) O tempo — Por Mateus 28 concluímos que o grande ENCONTRO de Jesus com os
onze se verificou logo após a ressurreição do Senhor.
4) O encontro — Mateus 28:17 expressa muito bem o maravilhoso ENCONTRO, com a
expressão: “QUANDO O VIRAM”. Viram a Jesus. Jesus nunca decepcionou alguém. Jesus
marcou com os onze o lugar; os onze creram na palavra de Jesus e foram; foram e o acharam;
acharam e viram-no. Custou-lhes, entretanto, uma longa viagem e uma penosa escalada, mas
valeu-lhes a pena, porque viram o Senhor.
5) O propósito — “O adoraram”, assim nos afirma Mateus 28:17. Maravilhoso encontro;
encontro oportuno para adorar Àquele que morrera na cruz por eles, que fora esmagado em
lugar deles. Subamos ao monte da fé para nos encontrarmos com o Senhor; e quando na sua
augusta presença, adoremo-lo de todo o coração, louvando-o, exaltando-lhe o nome e
glorificando-o eternamente.
6) O auxílio — Mateus 28:17 adianta que houve duvidosos entre os onze. Se fosse um
apenas, diríamos logo: Foi Tomé; mas o plural garante-nos que Tomé teve pelo menos um
companheiro e talvez mais. E de que teriam duvidado? Não foi da ressurreição de Jesus, pois
estava presente com eles. É possível que a dúvida deles seja a mencionada em Atos 1:6, isto é
a respeito da restauração do reino de Israel. De qualquer maneira, o Mestre os repreendeu
(Atos 1:7), e apontou-lhes um caminho de PODER, portanto de bênção (Atos 1:8). Passaram
pela porta do Pentecoste e chegaram aos inexauríveis mananciais da Graça do Senhor, na
colheita maravilhosa de milhares de almas.
O GRANDE FATO — (Mateus 28:18a.)
O Senhor Jesus antes da sua morte, marcou o ENCONTRO com os discípulos na
Galiléia, num determinado monte. Quando dos mortos se levantou, pelas mulheres enviou-
lhes a reiteração do ENCONTRO.

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Os onze foram fielmente ao MONTE designado. E em chegando, cumprindo plenamente a
ordem do Mestre, Jesus deles se APROXIMOU. Jesus não se mantém longe dos que lhe
obedecem à Palavra e cumprem-lhe a ordem, sempre que nós vamos, Jesus vem. Se Ele não
vem, é porque nós não fomos.
Os onze encontraram-se com Jesus; viram-lhes o amado ROSTO; estiveram na sua
PRESENÇA; mantiveram COMUNHÃO com Ele; sentiram o calor da sua COMPANHIA;
sentiram o PALPITAR do seu coração cheio de amor pelas almas perdidas; ouviram-lhe a
VOZ; experimentaram o GOZO do seu poder.
E o mesmo nos está reservado se, como os onze, nos dispusermos a deixar tudo no
mundo, nos dirigirmos à Galiléia da sua presença, e subirmos ao monte da sua vontade. E
pode ser hoje.
A GRANDE AUTORIDADE — (Mateus 28:18b.).
E o que o Senhor Jesus disse aos onze? “Foi-me dado todo o PODER no Céu e na terra”.
Essa palavra foi dirigida a todos, portanto aos duvidosos também; Jesus não parou para
discutir problemas deste e daquele; dúvidas, ou questões teológicas; tudo isto, indicava
somente a falta de PODER; e a solução seria sempre o PODER. Estavam eles agora, isto é, os
onze, junto à fonte do PODER. Restava-lhes apenas beber.
É de notar-se que o Divino Mestre afirmou aos seus queridos discípulos: “Foi-me dado”.
E quem lhe teria dado TODO O PODER senão o Pai Celestial, o Pai que amou o seu Filho?
E prossegue o Mestre: “Todo o Poder”; outra tradução diz “Toda a autoridade”. Pela
completa Submissão até a morte de Cruz, o Filho recebeu esta AUTORIDADE DO PAI. O seu
PODER é ilimitado, infinito: TODO: E se estende a tudo: NO CÉU E NA TERRA.
A cruz foi o ponto final na obra da redenção; a ressurreição de Jesus garantia de que o
homem era recebido pelo Pai; resta agora a conquista do que fora usurpado peto maligno: o
mundo e o que nele há, e de modo especial o homem com sua alma imortal.
Daqui para frente seria o avanço do Reino do Senhor, no reino do Diabo. Jesus fará esta
obra divina com a cooperação de homens resgatados pelo sangue. Homens resgatados,
resgatando os outros. Homens que conhecem a Graça de Deus, levando outros à mesma
Graça. Deus com o homem, o homem com Deus, na obra de cooperação para recuperação de
todas as coisas: “as do Céu, e as que estão sobre a terra”. E o PODER de Jesus se estende: No
Céu — sobre tudo, excetuando, naturalmente, “Aquele que lhe Sujeitou todas as coisas”; na
terra — sobre os homens que vai usar. Já pensamos no valor e na significação desta obra do
Senhor, quando se une à terra para a restauração do homem perdido, pela cruz da
reconciliação?
O GRANDE MANDAMENTO — (Mateus 28:19)
O Senhor Jesus terminou de afirmar aos seus discípulos: “Foi-me dado todo o poder no
Céu e na terra”, deu-lhes o mandamento: “IDE”. E este mandamento está precedido de uma
conclusiva “Portanto”. O Pai me deu todo o poder no Céu e na terra, IDE então, e usai este
poder; Morri na cruz para salvar o homem, IDE buscá-lo portanto; levai-lhe a minha vida;
todo o poder está nas minhas mãos, IDE vencer o Maligno; IDE dissipar as trevas do pecado;
IDE para aliviar ao aflito; IDE levar a paz ao desesperado; IDE salvar o perdido; IDE libertar o
cativo de Satã; IDE... sob meus olhares e meu PODER.
E Jesus, perto deles, talvez em pé, apontando-lhes com o dedo, ordenou; IDE, com
dúvidas ou sem dúvidas, fraco ou forte, IDE; mulheres ou homens, IDE; Judeu ou Gentio,
IDE; com cultura ou indouto, IDE; rico ou pobre, IDE.
É um verbo de movimento. Indica necessidade; indica que estavam parados; indica
pressa, isto é, Urgência; indica que sendo um mandamento do Senhor, precisavam obedecer;
precisavam ir agora; não comportava disensão. Um mundo agonizante os esperava; almas
atormentadas o desesperadas os aguardavam. A mensagem do Céu — as Boas Novas ou o
Evangelho eterno — já ardia pelo Espírito Santo em seus corações. Agora, nas asas da fé
cumpria-lhes voar para o mundo aflito e perdido; nos pés do amor, renunciar a tudo.
Sacrificar tudo e caminhar com firmeza e coragem, olhando para o Senhor Jesus, nas

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estradas dos vícios, dos pecados, da tristeza e de onde transitam as pobres almas, prisioneiros
de Satã.
Os onze foram, e nós temos ido? Estamos indo? Temos planos de ir?
O GRANDE PROGRAMA — (Mateus 28:19-20)
O grande mandamento do Senhor Jesus apontou aos onze um grande programa de
trabalho. A obra do Mestre não é dispersiva; obedece a um plano do Céu, já se vê. Os
programas humanos nem sempre coincidem com os do Espírito Santo. Que os programas
devem vir dos Céus não há dúvidas; di-lo com clareza Mateus 18:18. “Tudo o que ligardes na
terra, terá sido ligado no Céu...” Céu primeiro e depois terra. Quantas vezes, porém, o homem
faz tudo e então leva para Deus aprovar. Até em sermões isso se verifica. Por certo, tais
programas nada têm com o Senhor Jesus.
O programa do Mestre, para resgatar o mundo inclui três partes capitais:
1) Discipular entre todas as nações — Não sei se o vulgo tolera e nisso chegamos ao
que está na língua ori-vernáculo erudito permite o verbo “disciplinar”; mas o original do NOVO
TESTAMENTO. Discipular vale dizer “novo nascimento” vale dizer “regeneração”; vale dizer
“Salvação”; vale dizer mudar os homens do jugo do Diabo para o de Cristo; da escola do
maligno para a de Deus. Isto não conseguem com ritos, com obra, com dinheiro, com boa
vontade, mas pelo Espírito Santo que enxerta no homem decaído e perdido a “Nova natureza”,
isto é, a “divina”, é a obra da GRAÇA pelo poder do SANGUE DE JESUS. Não se consegue com
artifícios de erudição humana, “mas na demonstração do poder de Deus”. “Discipular” é a obra
divina que arranca o homem do poder do inferno e o transporta para a esfera do poder de
Deus; do mundo para o Reino dos Céus; do cativo do pecado para a liberdade em Cristo
Jesus; das trevas para a luz; da morte para a vida. É obra séria, profunda, radical que só o
Espírito Santo pode realizar. Jesus não restringiu o âmbito deste “discipulado”; tornou-o
amplo, universal, quando disse: “entre todas as nações”. E tanto isto é real que João viu
(Apoc.7:9) no Céu grande multidão que ninguém podia contar de todas as nações, povos tribos
e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro. Estamos, hoje, discipulando entre as
nações como nos ordenou Jesus?
2) Batizando-os... — A ordem do NOVO TESTAMENTO é: Conversão a Cristo e depois
batismo. O segundo ponto do programa de trabalho do Senhor Jesus combate dois extremos:
a) dos que fundamentam a Salvação no batismo. Batismo não salva e nem ajuda a Salvar;
quem Salva é Cristo somente, b) Dos que desprezam o batismo. Argumentam: Se o batismo
não Salva porque batizar? Responda: Simplesmente porque Jesus mandou. Ele mesmo, Jesus,
submeteu-se ao batismo. O dever do discípulo é obedecer ao Mestre. O Mestre mandou que o
discípulo, isto é, o convertido, fosse batizado, e não há discussão.
3) Ensinando-os... — Maravilhosa ordem: a) Conversão (liga a alma ao Céu pelo Sangue
de Jesus); b) Batismo (liga o convertido a uma igreja na terra); c) Ensino (Matricula o
convertido na escola de Jesus). Jesus não determina idade para se matricular na sua escola,
só condição: Conversão e Batismo; Jesus não determina grau de cultura das coisas
concernentes ao Reino; requer novo nascimento e obediência no batismo. E a matéria a ser
ensinada nessa escola é o REINO DE DEUS expresso no GUARDAR TODAS AS COISAS que
vos tenho ordenado. A Escola fiel não omite nada do que o Mestre ordenou. Ponto por ponto,
coisa por coisa, tudo deve ser GUARDADO. E que está a sua igreja a ensinar aos novos con-
vertidos? E está ensinando mesmo? “Todas as coisas” ordenadas pelo Mestre? Estarão
aprendendo a sã doutrina? Estarão se alimentando com a Bíblia? Estarão crescendo na Graça
e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo?
A GRANDE BÊNÇÃO — (Mateus 28:20b).
“E eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos Séculos”.
O Verbo estar é empregado no presente e denota a consumação da presença do Senhor
com os discípulos absorvidos na obra de Deus. Se alguém não cumpre a primeira parte da
Grande Comissão, não pode contar com a presença do Mestre.
Marcos 16:20 demonstra a grande verdade que estamos comentando: “E eles, tendo
partido, pregaram em toda parte, (é a obediência ao IDE de Jesus; eles foram, saíram;

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pregaram por toda parte) COOPERANDO com eles o Senhor, confirmando a palavra por meio de
Sinais que se seguiam”.
E sempre que os discípulos saiam a campo para a obra do Reino o Senhor estava com
eles; no trabalho, no serviço do Rei, na atividade da causa, ENCONTRARAM-SE com Jesus.
Pedro e João encontraram-se com Jesus junto à Porta Formosa do templo de Jerusalém,
na cura do Coxo e na mensagem que entregaram ao povo na ocasião. E que o Senhor Jesus ali
estava, não há dúvida. Estava em grande poder e graça.
Novamente Pedro e João encontram-se com JESUS na presença das Autoridades. Atos 4:13 afirma
que as próprias Autoridades reconheceram, pela intrepidez e coragem, que os dois discípulos HAVIAM
ESTADO COM JESUS.
Estevão ENCONTROU-SE com Jesus quando mergulhado em trabalhos em Jerusalém. No meio
do povo, pregando a Palavra e fazendo prodígios e milagres e testificando do Mestre (Atos 6:8); e quando
preso, os homens do tribunal viram-lhe o rosto, como o de um anjo.
Filipe ENCONTROU-SE com Jesus em Samaria (Atos 8:4-13) quando pregava o Evangelho aos
gentios e amedrontava do inferno as almas por quem Cristo morreu.
O mesmo Filipe teve maravilhoso ENCONTRO com Jesus na deserta estrada que desce de
Jerusalém a Gaza, no trabalho que realizou, ganhando o EUNUCO etíope para o Senhor Jesus.
Pedro ENCONTROU-SE com Jesus em Cesaréia, na casa do Centurião Cornélio, quando ativo na
pregação da Palavra, trabalhando para ganhar almas para o Senhor.
Barnebé ENCOUTROU-SE com Jesus quando saiu ao trabalho em Antioquia da Síria. A mão do
Senhor foi com ele, de modo que houve naquela cidade uma grande bênção, muita gente serviu ao
Senhor e todos se regozijavam em Deus.
Saulo e Barnabé, depois Saulo e Silas ENCONTRARAM-SE com Jesus quando saíram de
Antioquia e foram pela Ásia e Europa desfraldando o glorioso pavilhão da redenção em Cristo, o Senhor.
Grandes adversidades enfrentaram; sofreram; foram açoitados e presos; maltratados, mas nunca
vencidos porque o Senhor estava com eles como prometera.
Paulo no cárcere, tanto em Cananéia como em Roma, apesar das cadeias, estava alegre, porque
Jesus estava PRESENTE no cárcere, pois o apóstolo estava na batalha do Senhor.
E através de séculos, a promessa de Jesus de estar PRESENTE, se cumpre naqueles que SAEM
para os trabalhos do Reino.
Os Moravianos deixaram a sua terra e se foram para terras distantes e em plena luta,
sentiram que estavam com Jesus.
David Livingstone desprezou tudo na Inglaterra e embrenhou-se nas selvas africanas, enfrentando
as maiores dificuldades, os maiores perigos, para falar aos africanos do amor de Cristo. Lá nas
longínquas selvas, entre feras e gente selvagem, ESTAVA com Cristo.
Carey na índia e Judson na Birmânia, absorvidos na obra do Mestre, pagando pesado tributo de
sacrifício, tiveram falta de tudo, menos da PRESENÇA poderosa e consoladora de Jesus.
David Brainerd deixou a universidade de Yale, a noiva, o conforto nos Estados Unidos e foi aos
Pele-Vermelhas, embriagados e dominados pelo Diabo, para levar-lhes a libertação de Cristo. Lá
ENCONTROU-SE com Jesus.
E milhares e milhares de homens e mulheres que tudo abandonaram para atender ao IDE de
Jesus, passaram privações, fome e sede; perseguidos e maltratados; presos e feridos; alguns foram
mortos, outros devorados por canibais, vivendo ou morrendo, sorriam e sentiam-se num oásis porque
ali estava Jesus presente como prometera.
E meu prezado leitor, você que vive triste, abatido, tomando calmantes, tratando sempre dos seus
nervos, você precisa mais de um ENCONTRO com Jesus. E sabe onde você vai encontrá-lo? Junto ao
leito de um hospital falando do seu amor àquele necessitado que logo partirá para a eternidade e
precisa de você; vai encontrá-lo naquela casa onde reina tristeza e desespero; Jesus marcou um
encontro com você na rua na entrega de um folheto ou evangelho a um miserável pecador; Jesus o
espera junto a um coração aflito, a um necessitado, a um órfão, a uma viúva, num cárcere, no
meretrício onde dezenas de mulheres vivem escravizadas pelo maligno. Sempre que você se dispuser a
obedecer ao IDE de Jesus, você com ele se encontrará com segurança. A palavra do Mestre é certa: “E
eis que eu estou convosco sempre”.

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CAPÍTULO SEXTO

ENCONTRO COM JESUS NA GLORIA


O Senhor Jesus marcou em Mateus 28:10 um ENCONTRO com seus discípulos num dos
montes da Galiléia. E o encontro se consumou. João Cap. 21 nos dá conta de tudo o que
passou não só no monte, mas principalmente junto ao mar da Galiléia.
Mas, o Senhor Jesus marcou com seu povo outros encontros, como por exemplo; 1) No
QUARTO, isto é na oração secreta, na oração individual; 2) Na FORNALHA, como foi o caso de
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Na dor, na tristeza, no terror e na calamidade, na hora
extrema e derradeira, encontrou-se com o Senhor Jesus; 3) Na IGREJA. Por Mateus 18:20,
sabemos desta verdade fundamental. Quantos como Tomé (João 20:24), perdem bênçãos
preciosas no encontro com Jesus, porque deixam de ir à igreja sempre, mas principalmente no
dia do Senhor, isto é, no domingo. 4) No TRABALHO. Segundo Mateus 28:20 o Senhor Jesus
marca encontro no trabalho. Não é quando na eterna ociosidade, ou distraídos em praias,
piscinas, esportes, sítios e coisas tais que nos encontramos com o Senhor, mas quando na
BATALHA, na luta.
Tudo isso, porém, são realidades do mundo da matéria, portanto das limitações; Jesus
marca também um encontro conosco NA GLÓRIA DE SEU PAI.
O encontro já foi marcado. Seu registro se acha em Mateus 26:29 e lemos: “ E digo-vos
que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de
beber de NOVO, CONVOSCO no reino de meu Pai”. Portanto, está marcado.

UM ENCONTRO COM JESUS NA GLÓRIA


O assunto é de suma importância e precisa ser encarado com interesse e muita oração:
1) Por quem foi marcado: Pelo Senhor bendito Filho de Deus, o Rei dos reis e o Senhor
dos senhores; aquele que nos amou e deu sua vida no madeiro para nos, salvar de perdição
eterna; aquele a quem foi dado o poder no Céu e na terra; aquele que nos comprou pelo
precioso Sangue do Calvário, e nos constituiu povo seu, separado para as boas obras e ainda
nos fez Sacerdote e Rei para sua Glória. Pelo eterno e imaculado Cordeiro de Deus foi marcado
grande encontro.
2) Para quem foi marcado: Para os redimidos do Senhor, pecadores lavados no Sangue
do Cordeiro; pecadores tirados do lamaçal do pecado, dos antros da prostituição, da taberna,
do jogo, do furto, do crime, da mentira. . . Éramos ovelhas tresmalhadas, distante do aprisco,
do bom pastor, mas Ele veio em nosso encalço e, nos seus braços de poder nos tomou, nos
tirou das garras do lobo voraz e nos purificou e nos transportou para o seu maravilhoso reino
de luz. E conosco marcou, para depois desta vida terrena, um encontro no lar Celestial.
Diante de tão grande bênção e profundo mistério, o apóstolo Paulo exclama (Romanos 11:33):
“Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus! Quão
insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos!” Eu sou de Jesus, já fui
lavado no seu precioso Sangue e por isso irei participar da grande Ceia, marcada na Glória do
Pai, e tu, leitor, tens esta certeza? Se não tens, abre teu coração aí mesmo onde estás e Cristo
em tua alma te dará a certeza de participar da Ceia eterna.
3) Onde foi marrado: Por Mateus 26:19 o encontro foi marcado pelo Senhor Jesus
Cristo NA GLÓRIA CELESTIAL. Não mais na terra, nas limitações da matéria, mas no Reino
eterno, longe da presença do pecado, longe do poder de Satanás, na luz aurifulgente do Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo.
4) Para guando foi marcado: Será após a volta do Filho de Deus, depois do Juízo Final,
depois da consumação dos séculos; quando todos os inimigos já tiverem sido vencidos,
inclusive a morte; quando todos os remidos do Senhor já foram levantados no poder da
ressurreição; quando o Senhor Jesus Cristo tiver sido proclamado Rei dos reis e Senhor dos
senhores e, no trono com seu Pai, presidirá a GRANDE CEIA.
5) Como será o encontro: Real, de gozo, grande alegria, com o Pai, com o Filho com o

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Espírito Santo, com os anjos e arcanjos, com Serafins e Querubins, com os 24 anciãos e as
criaturas viventes e com todos os remidos do Senhor.
6) Porque será o encontro: Porque o Senhor assim o prometeu. E como Jesus, nos dias
do seu ministério terreno suspirava por comer a última Páscoa com os amados discípulos,
agora almeja muito mais BEBER O NOVO VINHO, o vinho da vitória, o vinho do poder, o
vinho da glória, o vinho do gozo e da alegria, com todos os redimidos do Senhor, ponto
culminante de sua obra redentora.
7) Para que o encontro?: Para comemorar as BODAS do Filho de Deus; para
comemorar o triunfo do Senhor Jesus, sobre Satanás e sobre a morte. Haverá festa e regozijo
no Céu. Cantaremos glória, aleluia e louvaremos Aquele que morreu na cruz por nós e venceu
para sempre!

A GRANDE CEIA
Em Mateus 22:1-14 o Senhor descreve a grande Ceia. O rei que celebrou a Ceia é o
próprio Deus. Os primeiros convidados eram os judeus. Tinham direito especial, em virtude da
promessa de Deus a Abraão. Eles, porém, não quiseram, rejeitaram o oferecimento do Senhor.
Maior número, agora, foi chamado à CEIA. Os servos do grande Rei saíram para as
encruzilhadas dos caminhos e convidaram para as Bodas a quantos encontravam: bons e
maus, cegos e coxos, até que a sala se encheu. Assim será a grande Ceia no Céu, a que se
refere o Senhor Jesus em Mateus 26:29. Por Lucas 13:28-29 sabemos que Abraão, Isaque e
Jacó e os profetas tomarão lugar à mesa na grande Ceia no Reino de Deus, e virão participan-
tes do Oriente e Ocidente, do Norte e do Sul, vale dizer: de todas as partes da terra.
O livro de Apocalipse descreve com riqueza de detalhes a grande Ceia e os que dela irão
participar.
No cap. 7:9 temos os participantes, com as seguintes palavras: “Depois destas coisas vi,
e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas,
em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas
mãos”. Posso imaginar nessa multidão, a mulher pecadora, de Lucas 7, o cego Bartimeu,
Zaqueu, o Ladrão que se converteu na cruz, homens e mulheres, pretos e brancos, grandes e
pequenos, todos transformados pelo Espírito Santo, lavados pelo Sangue do Cordeiro, todos
um em Cristo e desfilando vitoriosos diante do trono e do Cordeiro. Meu prezado amigo, tu
fazes parte dessa multidão? Já foste lavado no Sangue do Senhor? Examina bem a tua vida!
Não te deixes iludir pelos encantos passageiros da terra, nem pelas fantasias da vida presente.
Se ainda não tens Cristo no teu coração aceita-o agora, agora mesmo.
Mas para entrar e participar da grande Ceia, deves estar munido de credencial; é ter o
nome escrito no LIVRO DA VIDA DO CORDEIRO (Apoc. 13:8); se não tens serás lançado no
lago que arde com fogo e enxofre: é a Ceia da morte eterna. O homem da parábola de Ma teus
22:11-13 foi lançado nas trevas exteriores por não trajar vestes nupciais, isto é, não ter o seu
nome escrito no Livro da Vida do Cordeiro, não te deixes enganar por utopias perdendo assim
o direito à grande Ceia do Cordeiro.
Em Apocalipse 19: lemos: “Então o anjo me falou: Bem aventurados aqueles que são
chamados à Ceia das Bodas do Cordeiro”. Tens certeza, leitor, que estás convidado para essa
Ceia? Não te deixe enganar!
A terceira estrofe do hino 509 do Cantor Cristão diz:
“Nessa pátria de esplendor
“Hei de amigos encontrar,
“Os amigos mais prezados hei de ter;
“Mas primeiro que qualquer,
“Quando ali no Céu chegar
“Meu Jesus é quem eu mais almejo ver”.
Na grande Ceia o Senhor Jesus apareceu assim (Apoc. 5:6): “Então vi no meio do trono e
dos quatro seres viventes, e entre os anciãos, de pé, um CORDEIRO como tinha sido morto. Ele
tinha sete chifres, bem como sete olhos que são os sete espíritos de Deus, enviados por toda a

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terra”.
E Jesus tem todo o poder como disse em Mat. 28:18 e como se declara também em Apoc.
6:1.
Quando por ocasião da grande Ceia, o Senhor Jesus já terá vencido todos os inimigos,
como lemos em Apoc. 6:15-17: “Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os
poderosos, e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos
montes, e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e esconde-nos da face daquele
que se assenta no trono, e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande dia da ira deles; e quem
é que pode suster-se?”
O Cordeiro estará à direita do trono do Senhor Todo-Poderoso, como nos diz Apoc. 7:10,
e dará vitória a todos os que nele confiaram: “Eles, pois, o venceram pelo Sangue do Cordeiro e
pela palavra do seu testemunho, e não amaram suas vidas até a morte”. (Apoc. 12:11).
Seguirão o Cordeiro por toda parte, não o deixarão; com Ele estarão e com Ele vencerão;
no Céu tudo é Ceia, tudo é gozo, tudo é alegria.
Com os vinte e quatro anciãos, com os quatro seres viventes, iremos nos prostrar diante
do Cordeiro, contemplando-lhe as mãos transpassadas pelos cravos, prova de quanto nos
amou e de tudo o que fez por nós e, com harpas e taças de ouro cheias de incenso, que são as
orações dos santos, entoaremos novo Cântico, dizendo: “DIGNO ÉS DE TOMAR O LIVRO E
DE ABRIR-LHE OS SELOS, PORQUE FOSTES MORTO E COM O TEU SANGUE COMPRASTE
PARA DEUS OS QUE PROCEDEM DE TODA TRIBO, LÍNGUA, POVO E NAÇÃO E PARA O
NOSSO DEUS OS CONSTITUISTE REINO E SACERDOTE; E REINARÃO SOBRE A TERRA”
(Apoc. 5:8-10). Eu, pela graça de Deus pelo poderoso Sangue de Jesus, estarei nessa CEIA;
encontrar-me-ei com o Senhor Jesus; e tu, meu amigo, estarás também? E tua esposa? E teu
esposo? E teus pais? E teus irmãos carnais? E teus cunhados e sobrinhos? E teus patrões? E
teus vizinhos? E teus colegas? E teus empregados?
Trabalhemos agora, enquanto é dia, para ganharmos nossos queridos, amigos e vizinhos
para Cristo, afim de que seus nomes sejam escritos no Livro da Vida do Cordeiro e tenham
lugar à CEIA DO SENHOR JESUS, bebendo assim o novo vinho, na alegria do céu, no gozo do
Senhor eternamente! Aleluia!

E Jesus podia dizer: Vou para Jerusalém. Vou pela última vez como
homem. Vou agora de modo diferente. Vou para a Jerusalém criminosa, para a
Jerusalém que mata os profetas e apedreja os enviados do Senhor; Jerusalém
que rejeita a Deus e agora me vai rejeitar; vou para a Jerusalém de Caifás e de
Anás; de Pilatos e Herodes; de Judas Iscariotes que me vai trair; vou para a
Jerusalém do Getsêmani de agonia, de tristeza de morte e suor de sangue; para
a Jerusalém da maldita cruz; da morte de horror; eu vou indo para esse oceano
de sofrimento, de miséria e incompreensão. Vou para isso, e não para as fa-
cilidades e acomodações dos homens. Eu vou, vou indo. Achei um Bartimeu e
ele me segue estrada fora; não queres deixar tudo, tudo mesmo: pai, mãe, es-
posa, falhos, emprego, dinheiro, posição social e a própria vida? Tens medo?
Tremes ao toque da minha trombeta que te conclama? Queres ficar? Mas vais
ficar em Jerico! E que será de Jerico amanhã? Pensa bem... decide... vem
comigo...

(do livro “Passando por Jerico” de Eneas Tognini)

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