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Geotecnia de Fundações Prof. M.

Marangon

2 - Investigação Geotécnica de Campo

2.1 - Ensaios Disponíveis x Parâmetros obtidos

Tipo de Ensaio Tipo de Solo Principais características


Melhor Não que podem ser determinadas
Aplicável Aplicável
Avaliação qualitativa do estado
1 - Ensaio Padronizado de de compacidade.*
Penetração (SPT) Granulares Comparação qualitativa da
estratigrafia do subsolo.
* ou consistência
Avaliação contínua da
compacidade e resistência de
2 - Ensaio de Conepenetrome- Granulares solos granulares. Avaliação
tria quase estática (CPT) contínua de resistência não
drenada de solos argilosos.
3 - Ensaio de Palheta Coesivos Granulares Resistência não drenada de
solos argilosos.
Coeficiente de empuxo no
4 - Ensaio Pressiométrico Granulares repouso; compressibilidade e
resistência ao cisalhamento.
Ensaios de Placas e de Carregamento de Estacas serão abordados oportunamente

2.1.1 - Ensaio Padronizado de Penetração (SPT)

1 – Definição

Consiste na medição do número de golpes necessários à penetração de um amostrador


padrão de 50,2 mm de ∅ externo sob a ação de um martelo padronizado de 65 kg em queda livre
de uma altura padronizada de 75 cm. O índice de resistência à penetração (N), correspondente ao
número de golpes associados à penetração dos últimos 30 cm do amostrador padrão, juntamente
com a amostra coletada no amostrador ou por outro processo, fornece apenas uma indicação
qualitativa das propriedades mecânicas e estratigráfica solo. Este ensaio é padronizado pela
ABNT através da NBR-6484.

* Segundo Rocha Filho e outros - Referência 4 do curso.


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2 - Âmbito

Através do número de golpes (N), necessários para cravar os últimos 30 cm do


amostrador padrão, pode-se estimar qualitativamente o estado de compacidade ou consistência de
solos. O valor do número de golpes (N), associado em certos casos com a profundidade de
execução do ensaio e via correlações de natureza empírica, é utilizado para fornecer valores
estimados do módulo de elasticidade (E) e o valor do ângulo de resistência ao cisalhamento (∅’)
em solos granulares e o valor da resistência ao cisalhamento não drenada (Su) em solos coesivos.

2.1.2 - Ensaio de Conepenetrometria Quasi-Estática (CPT)

1 - Definição

Consiste na medição do esforço necessário à cravação no solo de um cone penetrômetro


padronizado sob velocidade constante. Este ensaio indica o valor da resistência de ponta (qc
ou qT) e o valor da resistência lateral, total ou localizada (fs).

Resultados de ensaios em fundação de argila na C.P.M. - Juiz de Fora -MG

Investigado 13,00 m, sendo plotados resultados de Resistência de Ponta qT,


Poro-Pressão na base u2 e atrito lateral fs

Existem dois tipos básicos de ensaios de penetração quasi-estática do cone: descontínuos


(penetrômetro ou cone mecânico) e contínuos (penetrômetro ou cone elétrico). O cone elétrico
(chamado de piezocone) é provido de um sensor com duas células de carga e um sensor de poro-
pressão (pressão da água entre os grãos de solo).

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2 - Âmbito

Através dos valores das resistências de ponta (qc ou qT) e/ou do atrito lateral localizado
(fs), associados com a profundidade de execução do ensaio, pode-se estimar:

a) Via correlações de natureza empírica, o módulo de elasticidade (E) dos solos;

b) Via correlações de natureza semi-empírica, o valor do ângulo de resistência ao


cisalhamento (∅’) de solos granulares e o valor da resistência ao cisalhamento não drenada (Su)
de solos coesivos.

c) Via associação direta do fenômeno; o comportamento de fundações quanto às


características de deformação e capacidade de suporte. Adicionalmente, através do valor da razão
de atrito (fs / qc%) pode-se obter o tipo de solo penetrado.

2.1.3 - Ensaio de Palheta (“Vane - Test”)

1 - Definição

Consiste na medição do torque necessário à rotação de um molinete ou uma palheta


cravada no solo, sob velocidade constante. Este ensaio tem como objetivo indicar o valor da
resistência ao cisalhamento de materiais argilosos, sob condições não drenadas. É executado
em geral no interior de furos de sondagens ou perfurações.

Resultados de ensaios em fundação de argila na C.P.M. - Juiz de Fora -MG

Investigado 2 furos, um com 3 ensaios e outros com 4 ensaios


sendo plotados resultados de Su

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2 - Âmbito

Através de valores do torque e correspondente ângulos de rotação do molinete ou da


palheta, pode-se determinar, via a utilização das equações de estática, a resistência ao
cisalhamento não drenanda (Su) dos solos coesivos.

2.1.4 - Ensaios Pressiométricos (PT)

1 - Definição

Consiste na medição da pressão necessária à expansão de uma câmara sonda cilíndrica


introduzida no terreno, dentro de perfurações.
Este ensaio tem como objetivo determinar as características de pressão x variação
volumétrica do material.

2 - Âmbito

Através dos valores da pressão de expansão da câmara sonda e correspondentes variações


volumétricas, pode-se estimar:

a) Via o restabelecimento do equilíbrio de forças, o valor do coeficiente de empuxo no


repouso;

b) Via a teoria de expansão de cavidades cilíndricas, os valores do Módulo de


Elasticidade (E) e do ângulo de resistência ao cisalhamento (∅’) de solos granulares e da
resistência ao cisalhamento não drenada (Su) de solos coesivos.

c) Via correlações semi-empíricas, o comportamento de fundações quanto às


características de deformação e capacidade de suporte.

2.2 - Standart Penetration Test - SPT

DIRETRIZES PARA EXECUÇÃO DE SONDAGENS A PERCUSSÃO

1 - Definição

Sondagem a percussão é um método para investigação de solos em que a perfuração é


obtida através do golpeamento do fundo do furo por peças de aço cortantes. É utilizada tanto para
a obtenção de amostras de solo como de índices de sua resistência a penetração.

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2 - Identificação

As sondagens à percussão deverão ser identificadas pela sigla SP seguida de número indicativo.
Em cada obra o número indicativo deverá ser sempre crescente independentemente do local, fase
ou objetivo da sondagem. Quando for necessária a execução de mais de um furo num mesmo
ponto de investigação, de furos subseqüentes terão a mesma numeração do primeiro acrescida
das letras A, B, C etc. No caso de prosseguimento da sondagem pelo método rotativo, esta deverá
ser denominada com a sigla e número das sondagens rotativas.

Equipamento de sondagem executando a operação de lavagem

3 - Equipamentos e ferramentas

3.1 - A firma Empreiteira deverá fornecer equipamentos e ferramentas para execução de


sondagens de até 40 m de profundidade ou que atendam as especificações de serviços.

3.2 - Os equipamentos e ferramentas constarão dos seguintes elementos principais: tripé com
roldana, guincho mecânico, ou com moitão; trado concha e espiral; hastes e luvas de aço;
alimentador d' água, cruzeta, trépano e "T" de lavagem; barriletes amostradores e peças para
cravação destes: martelo com 65 kg e guia; tubos de revestimento; bomba d' água; abraçadeiras
para revestimento; abaixadores e alçadores para hastes, saca-tubos; baldinho com válvula de pé;
chaves de grifo; metro ou trena; recipientes herméticos para amostras tipo copo; parafina, sacos
plásticos, etiquetas para identificação; medidor de nivel d'
água.

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3.3 - As peças de avanço da sondagem deverão permitir a abertura de um furo com diâmetro
mínimo de 2 1/2".

3.4 - A forma e distribuição das saídas d'


água do trépano, bem como as caracteristicas das hastes
dos ensaios penetrométricos e de lavagem por tempo, deverão ser idênticas para todos os
equipamentos, durante todo o serviço de sondagem de uma Empreiteira numa mesma obra.

3.5 - Para os ensaios penetrométricos as hastes deverão ser do tipo Schedule 80, retilíneas, com
1" de diâmetro interno e dotadas de roscas em bom estado, que permitam firme conecção com as
luvas, e peso de aproximadamente 3,0 kg por metro linear. Quando acopladas, as hastes deverão
formar um conjunto retilíneo.

3.6 - A firma Empreiteira deverá dispor de hastes com comprimentos métricos exatos (p. ex. 1, 2,
3 m etc.), a fim de facilitar as operações de inicio do furo, e evitar emendas sucessivas
(inconvenientes) a maiores profundidades.

3.7 - Os barriletes amostradores deverão se encontrar em bom estado, com roscas e ponteiras
perfeitas e firmes, assim como não apresentar fraturas em nenhuma parte.

3.8 - O trépano deverá estar em bom estado e sua extremidade inferior cortante sempre afiada.

4- Execução da sondagem

4.1 - A sondagem deverá ser iniciada após a limpeza de uma área que permita o desenvolvimento
de todas as operações sem obstáculos e abertura de um sulco ao seu redor para desviar as águas
de enxurradas, no caso de chuvas. Quando for necessária a construção de uma plataforma, essa
deverá ser totalmente assoalhada e cobrir no mínimo, a área delimitada pelos pontos de fixação
do tripé.

4.2 - Junto ao local onde será executada a sondagem deverá ser cravado um piquete com a
identificação da sondagem, que servirá de ponto de referência para medidas de profundidades e
para fins de amarração topográfica.

4.3 - As sondagens deverão ser iniciadas utilizando-se o trado concha até onde possível.

4.4 - Tornando-se impossível com o trado concha, o avanço será feito utilizando-se trado espiral.

4.5 - No caso de ser atingido o nível freático, ou quando o avanço do trado espiral for inferior a 5
cm em 10 minutos de operação contínua de perfuração, poder-se-á passar para o método de
percussão com circulação de água (lavagem). Para tanto, é obrigatória a cravação do
revestimento.

4.6 - Quando o avanço do furo se fizer por lavagem, deve-se erguer o sistema de circulação
d'água (o que equivale a elevar o trépano) da altura de aproximadamente 0,3 m e durante sua
queda deve ser manualmente imprimido um movimento de rotação no hasteamento.

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4.7 - Os detritos pesados, que não são carreados com a circulação d'
água, deverão ser retirados
com o baldinho com válvula de pé.

4.8 - O controle das profundidades do furo, com precisão de 1 (um) cm, deverá ser feito pela
diferença entre o comprimento total das hastes com a peça de perfuração e a sobra delas em
relação ao piquete de referência usado junto à boca do furo.

4.9 - No caso da sondagem atingir o nível freático, a sua profundidade deverá ser anotada.
Quando ocorrer artesianismo não surgente deverá ser registrado o nível estático e, no caso de
artesianismo surgente, além do nível estático deverá ser medida a vazão e o respectivo nível
dinâmico.

4.10 - O nível d' água ou as características do artesianismo deverão ser medidos todos os dias
antes do início dos trabalhos e na manhã seguinte após a conclusão da sondagem.

4.11 - A sondagem á percussão será dada por terminada nos seguintes casos:

a - quando atingir a profundidade especificada na programação dos serviços;


b - quando ocorrer a condição de impenetrabilidade .
c - quando estiver prevista sua continuação pelo processo rotativo e forem atingidas as condições
do ítem 5.11.

4.12 - Salvo especificação em contrário, imediatamente ap6s a última leitura do nível d'água, ou
término do furo seco, este deverá ser totalmente preenchido com solo, solo-cimento ou outro
material qualquer, a critério da Fiscalização, deixando-se cravada ao seu lado uma estaca com a
identificação da sondagem.

5 - Ensaio de penetração padronizado - SPT

5.1 - O ensaio de penetração padronizado, também denominado Standard Penetration Test (SPT),
é um ensaio executado durante uma sondagem a percussão, com o propósito de se obterem
índices de resistência à penetração do solo.

5.2 - O ensaio de penetração deverá ser executado a cada metro, a partir de 1,0 m de
profundidade da sondagem.

5.3 - As dimensões e detalhes construtivos do penetrômetro SPT deverão estar rigorosamente de


acordo com o padrão. O hasteamento a ser usado é o mesmo indicado no ítem 3.5. Não será
admitido o ensaio penetrométrico sem a válvula de bola, especialmente em terrenos não coesivos
ou abaixo do nível freático.

5.4 - O fundo do furo deverá estar limpo. Caso se obsevem desmoronamentos da parede do furo,
o tubo de revestimento deverá ser cravado de tal modo que sua boca inferior nunca fique a menos
de 10,0 cm acima da cota do ensaio penetrométrico. Nos casos em que, mesmo com o
revestimento cravado, ocorrer fluxo de material para o furo, o nível d'água no furo deverá ser
mantido acima do nível do terreno por adição de água. Nestes casos, a operação de retirada do
equipamento de perfuração deverá ser feita lentamente.

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5.5 - O ensaio de penetração consistirá na cravação do barrilete amostrador, através do impacto


sobre a composição do hasteamento de um martelo de 65,0 kg caindo livremente de uma altura
de 75 cm.

5.6 - O martelo para cravação do amostrador deverá ser erguido manualmente, com auxílio de
uma corda e polia fixa no tripé. É vedado o emprego de cabo de aço para erguer o martelo. A
queda do martelo deverá se dar verticalmente sobre a composição, com a menor dissipação de
energia possível. O martelo deverá possuir uma haste guia onde deverá estar claramente
assinalada a altura de 75 cm.

5.7 - O barrilete deverá ser apoiado suavemente no fundo do furo, confirmando-se que sua
extremidade se encontra na cota desejada e que as conexões entre as hastes estejam firmes e
retilíneas. A ponteira do amostrador não poderá estar fraturada ou amassada.

5.8 - Colocado o barrilete no fundo, deverão ser assinalados com giz, na porção da haste que
permanece fora do revestimento, três trechos de 15,0 cm cada um, referenciados a um ponto fíxo
no terreno. A seguir, o martelo deverá ser suavemente apoiado sob a composição de hastes,
anotando-se a eventual penetração observada. A penetração obtida desta forma corresponderá a
zero golpes.

5.9 - Não tendo ocorrido penetração igual ou maior do que 45 cm no procedimento acima, inicia-
se a cravação do barrilete através da queda do martelo. Cada queda do martelo corresponderá a
um golpe e serão aplicados tantos golpes quantos forem necessários à cravação de 45 cm do
amostrador, atendida a limitação do número de golpes indicados no ítem 5.11. Deverá ser
anotado o número de golpes e a penetração em centímetros para a cravação de cada terço do
barrilete; caso ocorram penetrações superiores a 15 cm (cada terço do barrilete), estas deverão ser
anotadas, não se fazendo aproximações.

5.10 - O valor da resistência à penetração consistirá no número de golpes necessários á cravação


dos 30,0 cm finais do barrilete.

5.11- A cravação do barrilete será interrompida quando se obtiver penetração inferior a 5,0 cm
durante 10 golpes consecutivos, não se computando os cinco primeiros golpes do teste, ou
quando o valor do SPT ultrapassar 50, num mesmo ensaio. Nestas condições o terreno será
considerado impenetrável ao SPT e deverão ser anotados o números de golpes e a penetração
respectiva.

5.l2 - Atingidas as condições em 5.11 os ensaios de penetração serão suspensos, sendo


reiniciados quando, em qualquer profundidade, voltar a ocorrer material susceptível de ser
submetido a esse tipo de ensaio.

6 - Ensaio de lavagem por tempo

6.1 - O ensaio de lavagem por tempo ‚ utilizado numa sondagem à percussão, com o objetivo de
se avaliar a penetrabilidade do solo ao avanço do trépano de lavagem. Consiste na aplicação do
processo definido em 4.6. por trinta minutos, anotando-se os avanços obtidos a cada período de
dez minutos. O equipamento a ser utilizado é o especificado nos ítens 3.4 e 3.5.

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6.2 - Atingido o impenetrável ao SPT (ítem 5.11), e havendo interesse no prosseguimento da


sondagem pelo método a percussão, este será realizado através da lavagem, com ensaios de
lavagem por tempo, atendendo à limitação de avanço indicada no ítem 6.3.

6.3 - Quando no ensaio de lavagem por tempo, forem obtidos avanços inferiores a 5,0 cm por
períodos, em três períodos consecutivos de dez minutos, o material será considerado
impenetrável à lavagem.

6.4 - O impenetrável à lavagem por tempo, como critério para término da sondagem à percussão,
não implica na eliminação dos ensaios de penetração SPT (5), devendo ser observadas as
condições definidas no ítem 5.12.

6.5 - Não é recomendada a adoção do critério de impenetrável à lavagem por tempo (6.2) para
término da sondagem à percussão, quando estiver prevista a continuação da sondagem pelo
processo rotativo.

8 - Amostragem

8.1 - As amostras deverão ser representativas dos materiais atravessados e livres de


contaminação.

8.2 - As amostras a serem obtidas nas sondagens á percussão serão dos seguintes tipos:

a - Amostras de barrilete amostrador SPT, com cerca de 200 g, constituídas pela parte inferior do
material obtido no amostrador. Sempre que possível, a amostra do barrilete deve ser
acondicionada, mantendo-se intacioe os cilindros de solo obtidos.

b - Amostras de trado, com cerca de 500 g, constituídas por material obtido durante a perfuração
e coletadas na parte inferior das láminas cortantes do trado.

c - Amostras de lavagem, com cerca de 500 g, obtidas pela decantação d'


água de circulação, em
recipiente com capacidade mínima de 100 litros. Neste processo de amostragem ‚ vedada a
prática de coleta do material acumulado durante o avanço da sondagem, em recipiente colocado
junto à saída d'
água de circulação.

d -Amostras de baldinho, com cerca de 500 g, constituídas por material obtido no baldinho com
válvula de pé.

8.3 - Excetuando-se as amostras de barrilete, deve ser coletada, no mínimo, uma amostra para
cada metro perfurado. Deverão ser coletadas tantas amostras quantos forem os diferentes tipos de
materiais.

8.4 - As amostras acondicionadas em copos (ítem 8.10) e sacos plásticos (demais amostras),
serão colocadas em caixas de madeira, ou de plástico, tipo e dimensões usados em furos rotativos
de diâmetro BW. As caixas deverão ser providas de tampa com dobradiças. Na tampa e num dos
lados menores da caixa deverão ser anotados com tinta indelével os seguintes dados:

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- número do furo;

- nome da obra;

- local;

- número da caixa e o número de caixas do furo.

Quando a sondagem à percussão for seguida por sondagem rotativa, deve ser utilizada caixa de
amostra apropriada para o diâmetro da sondagem rotativa programada.

8.5 - As amostras serão coletadas desde o início do furo e acondicionadas na caixa, com
separação de tacos de madeira, pregados na divisão longitudinal. A sequência de colocação das
amostras na caixa iniciar-se-á no lado da dobradiça da esquerda para a direita.

A profundidade de cada trecho amostrado deve ser anotada, com caneta esferográfica ou tinta
indelével, no taco do lado direito da amostra. No lado direito da última amostra do furo deve ser
colocado um saco adicional com a palavra "FIM".

8.6 - Cada metro perfurado, com excessão do primeiro, deve estar representado na caixa de
amostra por duas porções de material separadas por tacos de madeira: a primeira com amostra de
penetrômetro, e a segunda, com amostra de trado, lavagem ou baldinho.

8.7 - Não havendo recuperação de material no barrilete, no local da amostra deve ser colocado
um taco de madeira com as palavras "não recuperou". No caso de ser uulizado todo o material
disponível para a amostragem especificada no ítem 3.8.10, deve ser colocado no local da amostra
um taco com as palavras "recuperou pouco".

8.8 - No caso de pouca recuperação de amostra no barrilete, deve-se dar preferência à


amostragem indicada no ítem 8.10.

8.9 - Na divisão longitudinal de madeira junto à amostra, do lado da dobradiça, deve constar o
tipo de amostragem, isto é: trado, lavagem, penetrômetro, etc.

8.10 - A cada ensaio de penetração, cerca de 100 g da amostra do barrilete deverão ser
imediatamente acondicionados em recipientes de vidro ou plástico rígido, com tampa hermética,
parafinada ou selada corn fita colante. Esta amostra deve ser identificada por duas etiquetas, em
papel cartão, uma intema e outra colada na parte extema do recipiente, onde constem:

- nome da obra;
-nome do local;
- número de sondagens;
- número da amostra;
- profundidade da amostra;
- número de golpes e penetração do cnsaio;
- data;
- operador.

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Amostrador de cravação aberto com solo, fotografado ao lado da sua ponta


(sobre o asfalto em que se vê uma marca molhada de sapato - ordem de grandeza)

As anotações deverão ser feitas com caneta esferográfica ou tinta indelével, em papel cartão,
devendo as etiquetas ser protegidas, com sacos plásticos, de avarias no manuseio da amostra.

Estes recipientes deverão ser acondicionados em caixas apropriadas para transporte ou, de
preferência, na caixa especificada no ítem 8.4.

8.11 - As caixas de amostras deverão permanecer guardadas à sombra, em local ventilado, até o
final da sondagem, quando serão transportadas para o local indicado pela Fiscalização, na obra.

9 . Resultados

9.1 - Informações sobre o andamento das sondagens deverão ser fornecidas diariamente, quando
solicitadas.

9.2 - Os resultados preliminares de cada sondagem à percussão deverão scr apresentados, num
prazo máximo de 15 dias após seu término, em boletins (modelo em anexo) com 3 vias, onde
constem, no mínimo:

. nome da obra e interessado;


- identificação e localização do furo;
. diâmetro da sondagem e método de perfuração;
- cota, quando fomecida;
. data da execução;
- nome do sondador e da firma;

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- tabela com leitura de nível d' água com data, hora, profundidade do furo, profundidade do
revestimento e observações sobre eventuais fugas d' gua, artesianismo etc. No caso de não ter sido
atingido o nível d'água, deverão constar no boletim as palavras "furo seco";
- posição final do revestimento;
- resultados dos ensaios de penetração, com o número de golpes e avanço em centímetros para
cada terço de penetração do amostrador;
- resultados dos ensaios de lavagem, com o intervalo ensaiado, avanço em centímetros e tempo
de operação da peça de lavagem;
- identificação das anomalias observadas;
- confirmação do preenchimento do furo ou motivo do seu não preenchimento;
- motivo da paralização do furo;
- visto do encarregado da Empreiteira na obra.

9.3 - Os resultados finais de cada sondagem à percussão deverão ser apresentados, num prazo
máximo de 30 dias após o seu término, na forma de perfis individuais na escala 1:100 (modelo
em anexo), onde conste, além dos dados do ítem 9.2, calculados e colocados em gráficos, quando
for o caso, a classificação geológica e geotécnica dos materiais atravessados, feita por geólogo ou
engenheiro geotécnico, cujo nome e assinatura deverão constar no perfil.

9.4 - Até 30 dias após o término do último furo da campanha programada, a firma Empreiteira
deve entregar o relatório final, contendo:

a - texto explicativo com localização, tempo gasto, número de furos executados, total de metros
perfurados, bem como outras informações de interesse e conhecimento da Empreiteira;
b - planta de localização das sondagens ou, na sua falta, esboço com distâncias aproximadas e
amarração.

Nomenclatura adotada na caracterização da compacidade ou consistência dos materiais

Tabela - Classificação dos Solos a partir do SPT


Solo Índice de resistência Designação
à penetração
Areia ≤4 fofa (o)
e 5a 8 pouco fofa (o)
Silte 9 a 18 medianamente compacta (o)
arenoso 19 a 40 compacta (o)
> 40 muito compacta (o)
Argila ≤2 muito mole
e 3a 5 mole
silte 6 a 10 média (o)
argiloso 11 a 19 rija (o)
> 19 dura (o)
Tabela

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Critérios de Paralisação da Sondagem à Percussão

Resumo dos procedimentos a serem adotados para se determinar o término da execução


das sondagens à percussão, em complementação ao que foi apresentado no texto anterior:
Diretrizes para Execução de Sondagens à Percussão, publicada pela ABGE (Norma brasileira –
NBR 6484/2001).

A cravação do amostrador-padrão é interrompida antes dos 45cm de penetração sempre que


ocorrem uma das seguintes situações:

a) em qualquer dos três segmentos 15 cm, o numero de golpes ultrapassar 30;


b) um total de 50 golpes tiver sido aplicada durante toda a cravação; e
c) não se observa avanço do amostrador-padrão durante a aplicação de cinco golpes
sucessivos martelo

O processo de perfuração por circulação de água, associado aos ensaios penetrométricos, deve
ser utilizado até onde se obtiver, nesse ensaios,uma das seguintes condições:

a) quando, em 3 m sucessivos, se obtiver 30 golpes para penetração dos 15 cm iniciais do


amostrador-patrão;
b) quando, em 4 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para penetração dos 30 cm iniciais do
amostrador-patrão; e
c) quando, em 5 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para penetração dos 45 cm iniciais do
amostrador-patrão

Obs. Este procedimento como critério de paralisação pode trazer ao amostrador sérios
“danos – desgastes” ao se “bico”, danificando-o , o que implica em substituição por um
novo com muita freqüência.

* Quando “c) não se observa avanço do amostrador-padrão durante a aplicação de cinco


golpes sucessivos martelo”, como descrito acima, deve-se ser executado o ensaio de avanço da
perfuração por circulação de água, como difundido na prática consagrada e descrito em norma:

(Proposição feita pela Eng. Maria José Porto - publicada em seu livro)
Este critério de paralisação se baseia na “cravação” do trépano e não do amostrador como
proposto pela norma – evitando assim o “desgaste”do “bico” do mesmo.

- levantamento do trépano em 3 baterias de 10 minutos


( corresponde a 90 levantadas)

=> deve-se verificar penetração menor que 5 cm

em cada 10’: deve-se levantar 30 vezes a 30 cm

em cada 1’: levanta 3 vezes (20” cada), em posições ortogonalmente alternadas,


como indicada a posição de “caída”do trépano, abaixo

sentido da caída

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2.3 - Apresentação de Exemplos de perfis de Sondagem

São apresentados a seguir uma série de Boletins (11 - onze) de Sondagem à Percução
com circulação de água, realizadas por várias empresas especializadas, em diversos pontos,
principalmente na região central de Juiz de Fora.

Os resultados são portanto reais e são divulgados aqui como exemplos de resultados que
se obtém, nomeclaturas comumente adotadas, anotação dos dados em planílha entre outros com o
objetivo de se destacar didaticamente alguns pontos relevantes.

1/11 Av Rio Branco Serviço de 22/07/88


Exemplo de croquis de posicionamento de furos de Sondagem
Observa-se estarem os furos locados e referenciados à testada e às divisas e ainda terem
sido determinadas as cotas da boca com referencia a um RN.

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2/11 R.Marechal Deldoro esq. Olegário Maciel Serviço de 28/08/85


Apresentação comumente usada.
Observa-se o NA estar à 1,45 m de profundidade
.Ter encontrado à 5,00 m uma linha de pedregulho ou uma pedra com o SPT no
gráfico indo ao infinito e no metro seguinte sendo igual a 7
.Valores crescentes a partir de 12 serem considerados Solo Residual

3/11 R. Olegário Maciel Serviço de 22/02/88


4/11
Dois furos próximos com os perfis assemelhados
Observa-se no SP01 à 2,00 m 1 golpe fez descer 45 cm e em 2,45 m só o peso fazer
descer até 2,75 m (mais 30 cm)
.O mesmo ter acontecido à 6,00 m no SP04-C
.No SP01 à 4,00 m, antes de bater, já descer 45 cm
.O critério de paralização adotado no primeiro furo (3 baterias) e no quarto (SP04-
C) em profundidade próxima ao anterior (SP01) já ter sido dado como impenetrável

5/11 R. Santo Antonio Serviço de 04/01/85


Um perfil típico de Solo Residual a partir de 8,60 m, posivelmente identificado seu início
na lavagem
Observa-se o critério de paralização estar muito próximo do que prevê a norma, ou seja:
3,00 m sucessivos, com índices de penetração maior do que 45/15
Aqui em 14,00 m os 45 golpes foram dados, sendo dados os 30 primeiros descendo 16 cm
e os 30 últimos descendo 13 cm
.em 15,00 m o índice estar maior que o anterior e
.em 16,00 m o índice também estar maior

6/11 Rua Halfeld Serviço de 25/09/85


Neste exemplo o valor de N maior na 1 a e 2a do que na 2 a e 3 a, em 8,00 m, como é
mais comum de ocorrer.
Observe os horizontes (3): mole, compacto e medianamente compacto, descritos ao perfil,
sendo destacado no horizonte ( com seta ) a consistência ou compacidade que foge ao designado
na descrição.

7/11 Juiz de Fora - MG Serviço de 20/11/95


Perfil de solo de ( argila ) de baixa consistência - Solo Mole.
Dificuldade na obtenção do N-SPT.
Observe a 10,00 m ter encontrado um fragmento duro.
. a 17,00 m de profundidade 2 golpes fazer descer 45cm sendo o 2o descendo
23cm.

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8/11 R. Santo Antonio Serviço de 26/11/91


Outra forma de apresentação do boletim de Sondagem
Destaca-se a nomenclatura utilizada ( Geológica ), sendo o pefil dividido em duas partes
. Valores de N só para a 2o e 3o 15 cm,
. Destaque do estado de consistência/compacidade em quadro separado, em
destaque.

9/11 Av. Independência Serviço de 25/03/77


Outra forma de apresentação de boletim de Sondagem.
O N-SPT é referido aos 30 cm padronizado que se faz desnecessário repetir.
Este não apresenta o gráfico que tanto nos facilita sua vizualização.

10/11 R. Olegário Maciel Serviço de 28/03/88


Exemplo de Sondagem Mista.
Em 7,30 m é encontrado material duro, entrando-se com a rotativa, diâmetro HW, coroa
de diamante.
Observa-se que foi cortado 2,20m (Manobra) de rocha do tipo Gnaisse sendo determinado
também:
F-Fragmentação = Número de fragmentos da amostra recuperada no caso igual a 1
RQD - Rock Quality Designation = Somatório dos fragmentos que >10cm/avanço
( % ), no caso igual a 80 %.

11/11 R. Marechal Deodoro Serviço de 25/09/85


Exemplo de Sondagem Mista utilizada em local de ocorrência de Matacões.
Observe-se ter atravessado 3 blocos. O 1o : D = 62 cm, o 2o : D = 273 cm o 3o : D = 233
cm, tendo determinado a fragmentação e a recuperação obtida, sendo Recuperação =
comprimento de amostra recuperada /Avanço ( %).

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Apresentação de Outros Exemplos de perfis de Sondagem

1/6 Praça do Lacet - Cascatinha Serviço de 27/08/06


Exemplo de furo de Sondagem sem a “capa” de solo maduro. Perfil de solo residual,
com ocorrência de alteração de rocha e rocha sã.

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2/6 Campus da UFJF – Centro Olímpico Serviço de 05/09/07


Exemplo de furo de Sondagem em local de pouco solo – sedimentar (área “baixa”) sobre
a rocha – rocha quase exposta.

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3/6 Região central do município de Macaé/RJ Serviço de 06/12/06


Exemplo de furo de Sondagem em região de areia – formação sedimentar de origem
marinha.

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4/6 Campus da UFJF Serviço de 15/10/07


Exemplo de furo de Sondagem típico de um perfil de solo residual, lançado sobre ele
2,00m de aterro. Observa-se o contraste do solo maduro e o jovem.

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5/6 Rua Mamoré – São Mateus Serviço de 15/10/07


Exemplo de furo de Sondagem típico de formação sedimentar. Observe a presença de
matéria orgânica e o nível elevado da água.

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6/6 Belém/PA Serviço de 15/10/07


Exemplo de furo de Sondagem típico de formação sedimentar de grande profundidade.
Trata-se de furo de sondagem no município de Belém/PA, referente à bacia sedimentar da foz do
Rio Amazonas. Observe a grande profundidade em solo (aproximadamente 50,0m)

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2.4 - Normalização sobre a Programação das Sondagens de Simples


Reconhecimento dos Solos para construção de Edifícios

Esta Normalização, pela ABNT, registro NBR 8036, fixa as condições exigíveis na
programação das sondagens de simples reconhecimento dos solos destinada a elaboração de
projetos geotécnicos para construção de edifícios. Esta programação abrange o número, a
localização e a profundidade das sondagens.

1 – Considerações Gerais

Procedimento

Adotado na programação de sondagens de simples reconhecimento na fase de estudos


preliminares ou de planejamento do empreendimento.

Para a fase de projeto, ou para o caso de estruturas especiais, eventualmente podeerão ser
necessárias investigações complementares para determinação dos parâmetros de resistências ao
cisalhamento e da compressibilidade dos solos, que terão influência sobre o comportamento da
estrutura projetada. Para tanto, devem ser realizados programas específicos de investigações
complementares.

1.1 - Número e locação das sondagens

1.1.1 - O número de sondagens e a sua localização em planta dependem do tipo da estrutura, de


suas características e das condições geotécnicas do sob-solo. O número de sondagens deve ser
suficiente para fornecer um quadro, o melhor possível, da provável variação das camadas do
sub-solo do local em estudo.

1.1.2 - As sondagens devem ser, no mínimo, de uma para cada 200 m2 de área da projeção em
planta do edifício, até 1200 m2 de área. Entre 1200 m2 e 2400 m2 deve-se fazer uma sondagem
para cada 400 m2 que excederem de 1200 m2. Acima de 2400 m2 o número de sondagens deve
ser fixado de acordo com o plano particular da construção. Em qualquer circusntâncias o
número de sondagens deve ser:

a) dois para área da projeção em planta do edifício até 200 m2;


b) três para área entre 200 m2 e 400 m2.

1.1.3 - Nos casos em que não houver ainda disposição em planta dos edifícios, como os estudos
de viabilidade ou de escolha de local, o número de sondagens deve ser fixado de forma que a
distância máxima entre elas seja de 100 m, com um mínimo de três sondagens.

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1.1.4 - As sondagens devem ser localizadas em planta e obedecer às seguintes regras gerais:

a) na fase de estudos preliminares ou de planejamento do empreendimento, as sondagens


devem ser igualmente distribuídas em toda a área; na fase do projeto pode-se localizar as
sondagens de acordo com critério específico que leve em conta pormenores estruturais;

b) quando o número de sondagens for superior a três, elas não devem ser distribuídas ao
longo de um mesmo alinhamento.

1.2 - Profundidade das Sondagens

1.2.1 - A profundidade a ser explorada pelas sondagens de simples reconhecimento, para efeito
do projeto geotécnico, é função do tipo de edifício, das características particulares de sua
estrutura, de suas dimensões em planta, da forma da área carregada e das condições geotécnicas e
topográficas locais.

Nota: A exploração deve ser levada a profundidade tais que incluam todas as camadas impróprias
ou que sejam questionáveis como apoio de fundações, de tal forma que não venham a prejudicar
a estabilidade e o comportamento estrutural ou funcional do edifício.

1.2.2 - As sondagens devem ser levadas até a profundidade onde o solo não seja mais
significativamente solicitado pelas cargas estruturais, fixando-se como critério aquela
profundidade onde o acréscimo de pressão no solo, devido às cargas estruturais aplicadas, for
menor do que 10% da pressão geostática efetiva.

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