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FAULSTICH, Enilde L. de J. Como ler, entender e redigir um texto. Petrópolis, RJ: Vozes, 1987.

Roberta da Silva Teixeira


Graduanda em Engenharia de Produção,
Pela Universidade de Brasília

A produção de um texto é uma tarefa complexa para quem pretende ensiná-la bem como para aquele
que anseia aprendê-la. Redigir pode ser considerado uma arte, mas antes de tudo trata-se do estudo intenso e
contínuo e do aperfeiçoamento de técnicas de redação e amplo conhecimento gramatical. Para saber escrever
primeiramente é necessário saber ler e entender. Um redator deve, num primeiro momento buscar a constante
leitura de bons textos para que a partir do que já existe criar novos textos. É destacável também que todo produtor
de texto deve desenvolver seu estilo próprio de escrita, com recursos estilísticos que permitam ao leitor, ao realizar
a leitura, pensar e entender o conteúdo do texto, a ideia principal e as secundárias utilizadas pelo produtor. A
redação escolar, por exemplo, utiliza um esqueleto de escrita a fim de que em cada aula esquemas pré-moldados
sejam apresentados aos alunos para que estes sigam o exemplo. A composição de um texto requer uma análise
técnica e estilística do autor-escritor e simultaneamente mostra e demonstra qual a linha de pensamento do autor
sobre determinado assunto. A obra de Faulstich objetiva não somente apresentar técnicas para se escrever um
texto, mas também ensinar ao leitor a capacidade de entender um texto e ser capaz de extrapolar as ideias de um
texto lido antes da elaboração segura de uma redação.

A autora dividiu a obra em duas partes, cada uma com quatro tópicos. Na primeira parte estão os tópicos
relacionados à base de informação necessária para se redigir um texto e na segunda parte a autora destaca a
formação gramatical essencial para a formação de um bom texto, encerrando essa parte com sugestão de temas
para redação. No primeiro tópico, “Com a intenção de ler”, a autora mostra a importância da busca da informação,
é essencial realizar uma boa leitura sobre o assunto que se pretende escrever, além do desenvolvimento de
técnicas que auxiliem ao leitor no entendimento de textos mais específicos, cujo conteúdo não possui fácil
interpretação, como os textos de jornais e revistas. Para isso são apresentados dois tipos de leitura, a informativa
e a interpretativa. A informativa permite encontrar a resposta para questões específicas, para isso deve-se fazer
a leitura seletiva, que trata da escolha de ideias pertinentes que complementam o ponto de vista do autor, além
da definição da palavra-chave e das sentenças-tópico. Também nesse tipo de leitura é preciso fazer a leitura crítica
que envolve reconhecer a pertinência dos conteúdos envolvidos nas sentenças-tópico. A leitura interpretativa
requer o conhecimento e do domínio da leitura de informação. O segundo tópico, “Texto e entendimento”, ensina
a resumir um texto e, em seguida, avaliar o ponto de vista do autor do texto resumido, através do estudo das
capacidades cognitivas propostas por Bloom1. Assim, o leitor será capacitado a realizar uma inter e intra-relação
textual com maior eficiência e eficácia. “Palavra e vocábulo: unidades essenciais de texto”, é o terceiro tópico da
primeira parte. Um texto é um conjunto de elementos e relações que geram um contexto, nesse tópico a autora
trabalha, com o auxílio de outras bibliografias, a formação de parágrafo e corpo de texto a partir da menor unidade
de língua, o vocábulo. A palavra possui sentido conotativo e denotativo, é necessário ter o conhecimento do valor
semântico de cada palavra e do conjunto vocabular para se manter a essência da frase. Faulstich diz também que
a relação vocabular e o campo lexical possuem relações de sentidos como uma variante em relação à sinonímia
e hiponímia. O quarto tópico, “Produção do texto: a dissertação”, exprime as três técnicas de redação: a descrição,
a narração e a dissertação. A autora foca na instrução da dissertação, delimitar as ideias e o assunto, relacionar
a pesquisa e o tema e por último definir o objetivo a que se propõe escrever o texto. O texto expositivo-dissertativo
estrutura-se em introdução, com sua tese, desenvolvimento, com apresentação das ideias fundamentadas, e
conclusão, fechamento com a síntese do texto. O texto dissertativo-argumentativo baseia-se pela proposição, com
a tese do autor; a concordância parcial, com dados para justificar o argumento; a contestação, que é a contra
argumentação à tese e a conclusão que tem a finalidade de explicar de forma sucinta o trabalho. Os quatro tópicos
da segunda parte iniciam com “Sintaxe de construção”, como se constrói e se segue a ordem frásica que se
classifica em ordem sintática, ordem lógica e ordem harmoniosa. O segundo tópico, “A vírgula no contexto
sintático”, traz a relevância da marcação da pausa sintática e mostra como o separar e o isolar termos dentro do
período. “Conversando sobre crase”, é o terceiro tópico, nele a autora traz a crase como uma razão de regência
e apresenta as ocasiões em que seu uso é obrigatório e quando é facultativo. A autora fecha sua obra com o
tópico “Temas sugeridos para redação”, uma gama de sugestões de temas de redação comumente pedidos em
concursos e vestibulares.

1. BLOOM, S. B. et al. Taxionomia dos objetivos educacionais. Porto Alegre: Globo, 1973.
É interessante ressaltar que a autora busca em várias bibliografias a forma de ensinar ao leitor a maneira
de estruturar seu texto, e deixa isso claro no decorrer de sua obra, ela facilita a pesquisa e o aprendizado, traz
bastantes exercícios no decorrer do texto a fim de promover a maior absorção do conteúdo para aquele que utiliza
desta obra. Percebe-se que o objetivo de Faulstich pode ser atingido, ao efetuar a leitura desta obra com dedicação
o leitor naturalmente irá adquirir uma melhoria em sua produção textual e poderá apresentar suas ideias com maior
clareza.

1. BLOOM, S. B. et al. Taxionomia dos objetivos educacionais. Porto Alegre: Globo, 1973.

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