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23/10/2013

A NATUREZA MISSIONÁRIA DA IGREJA

Rev. Cássio Campos Neves

INTRODUÇÃO

O movimento missionário brasileiro vem discutindo o caráter missionário da


igreja já por muito tempo. Muitos são os eventos estruturados por todos os lados.
Conferências, congressos e cultos missionários são exemplos de como os crentes
têm se mobilizado em torno do tema. No entanto, a obra missionária ainda não tem o
corpo que precisa ter para que a igreja brasileira seja reconhecida como uma igreja
missionária. Sem dúvida alguma, a igreja brasileira tem uma ação missionária ampla,
mas o número proporcional de crentes envolvidos com a ação missionária é
irrelevante.
Ainda faltam alguns detalhes importantes para que a obra missionária seja
realizada com impactos significativos tanto para os povos que recebem nossos
missionários quanto para a igreja que está enviando. Lançar missionários no mundo
de forma estabanada pode ter seu resultado positivo à medida que povos são
alcançados, no entanto, a igreja que envia apenas comprometida com o missionário
perde o prazer da ação missionária estratégica direcionada pelo próprio Deus.
Para que uma ação missionária significativa aconteça não precisamos
necessariamente de eventos e mais eventos. A obra missionária não há de ser uma
realidade que nasça de eventos. Ela precisa brotar da busca da igreja por Deus e por
realizar a sua soberana vontade. Sem a ação de um pleno avivamento não veremos
uma igreja missionária. O que vem acontecendo, no entanto, é um crescente processo
de incorporação dos grandes eventos promocionais na própria prática missionária da
igreja que os vem consagrando ao nível da ação missionária mais pura. A igreja faz
um culto de missões por mês, uma conferência missionária por ano, levanta uma
2

substanciosa oferta que pulveriza pelos campos afora, e já é reconhecida como uma
igreja missionária.
Missões discutem o crescimento ideal da igreja em suas esferas mais amplas.
E quando falamos de crescimento o que não se pode perder de vista é que o
crescimento da igreja não é uma tarefa de merchandising. Não fazemos uma igreja
crescer ou ampliamos suas fronteiras como quem faz uma empresa de refrigerante
ser conhecida mundialmente. O crescimento da igreja também não pode ser
identificado na sua expectativa numérica tão somente. Os escritos paulinos deixam
muito claro o conteúdo do crescimento que devemos projetar. A busca é pelo
“aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de
Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho
de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef
4.12-13). Desta forma, Paulo entendia que o crescimento era obra exclusiva de Deus:
“eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus” (I Co 3.6). O crescimento
numérico é também para a Bíblia uma responsabilidade do próprio Deus: “louvando a
Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os
que iam sendo salvos” (At 2.47).
Ao pensar assim, alguns podem ser tentados a imaginar que não resta nada
que nós possamos fazer. No entanto, é puro engano. Está reservada à igreja uma
tarefa de suma importância. O crescimento proporcionado por Deus deve ser
entendido como graça concedida para que nossas ações sejam levadas a bom termo.
É bíblico o pensamento que “se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os
que a edificam” (Sl 127.1). Nesta porção visualizamos o perfeito ajuste entre a ação
humana e a divina. Quando observamos a atitude de Neemias frente aos seus
opositores mais uma vez observamos este ajuste: “Então lhes respondi: o Deus do
céu é que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos:
mas vós não tendes parte, nem direito, nem memorial em Jerusalém” (Ne 2.20).
A igreja precisa entender que ela se expande pela ação soberana de Deus,
apesar de ser sua a responsabilidade de empregar esforços para que isto aconteça.
Este trabalho buscará definir qual é a postura ideal para que a igreja responda à sua
responsabilidade com coerência bíblica.

1. DEFININDO A MISSÃO
3

A discussão passa, evidentemente, pela definição da própria natureza da


missão da igreja. Há sempre uma série de confusões em torno desta palavra. Por
muito tempo houve uma certa similaridade entre as definições de “missão” e
“evangelização”, como pontuado por John Stott: “no passado, pelo menos até a
conferência IMC de 1952, em Wilingen, considerava-se como ponto pacífico a ideia de
que missão e evangelização, missões e programas evangelísticos, missionários e
evangelistas significavam mais ou menos a mesma coisa”1.
A palavra se desenvolveu em seu uso e passou a ter um sentido mais amplo e
geral. A missão passou a incluir a evangelização sem, contudo, se identificar com ela.
Quando o termo é usado no singular geralmente quer expressar a missão da Igreja de
Cristo no mundo. O termo ainda é usado no plural para designar as ações da igreja no
campo de trabalho, suas frentes e pontos de pregação. Desta forma pode se falar na
missão recebida de Deus pela igreja e das missões realizadas pela igreja ao redor do
mundo.
John Stott define a missão da Igreja como uma “atividade divina que emerge da
própria natureza de Deus”2. Sem dúvida alguma, esta definição é muito ampla. A
principal contribuição que ela pode nos apresentar é a compreensão de que se a
igreja tem uma missão a tem por ter recebido do próprio Deus. A missão emerge do
ato divino de “enviar”.
O Deus de toda a glória está o tempo todo enviando mensageiros para
comunicar a sua Palavra. Ele enviou os seus profetas a Israel e enviou o seu Filho ao
mundo. Por sua vez, o Filho continua a ação do Pai e envia os apóstolos, os setenta e
a igreja. Jesus também enviou o próprio Espírito Santo à igreja e ainda hoje o envia
ao coração de cada crente.
Outra contribuição desta definição é a compreensão de que a missão da igreja
tem sua base na missão do próprio Deus: “assim como o Pai me enviou, eu também
vos envio” (Jo 20.21). Portanto, para encontrarmos o significado da missão da igreja
faz-se necessário que compreendamos a missão de Jesus Cristo. O ponto de partida
é o ato do Pai enviar o seu Filho ao mundo que, por sua vez, se identifica com ele.
Desde que a preocupação principal da obra missionária é realizar o propósito
de Deus no mundo e a seu favor, a missão da igreja é o próprio mover de Deus em

1
STOTT, J. R. W. A base bíblica da evangelização. In: STEUERNAGEL, V. (org.) A serviço do reino. Belo Horizonte:
Missão Editora, 1992, p. 57.
2
Ibid, p. 58.
4

direção ao coração do homem. Mover este que foi comunicado à igreja por meio da
vida de nosso Senhor Jesus Cristo que retrata toda a natureza da missão em sua
oração sacerdotal e intercessora: “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu
os enviei ao mundo” (João 17.18). E mais tarde, após sua morte e ressurreição, ele
mesmo transforma a oração em mandamento missionário: “Assim como o Pai me
enviou, eu também vos envio” (João 20.21). Expressando seu amor na forma de
serviço, Jesus nos oferece o modelo perfeito e envia sua igreja ao mundo para que
seja uma igreja serva.

2. O CONTEXTO BÍBLICO-TEOLÓGICO PARA UMA TEOLOGIA DA MISSÃO

2.1. A CRIAÇÃO

As primeiras indicações da graça redentora de Deus para a humanidade


aparecem no contexto de seus atos criativos. Ao criar a vida humana tal como a
percebemos e experimentamos, Deus se move em direção ao coração do homem.
Movido por bondade e puro amor, Deus cria o homem à sua imagem e semelhança.
Deus não tinha nenhum motivo para criar, ou seja, Deus não precisava criar.
Simplesmente o fez. Ele desejou se revelar e relacionar com outros além da deidade.
Gerard van Groningen afirma que: “Deus queria comunhão – um relacionamento
íntimo, bom e amoroso. Isso se tornou possível especialmente pela criação de macho
e fêmea à sua imagem e semelhança”3.

2.1.1. OS MANDAMENTOS PACTUAIS

Em relacionamento dinâmico com o homem com quem tinha comunhão, o


Criador, (como Deus, Senhor e Soberano) estabelece, por sua própria iniciativa, um
vínculo de amor e vida com o homem. Neste vínculo, Deus estabeleceu as
necessidades prioritárias do homem e determinou as suas responsabilidades.

2.1.1.1. Mandato Espiritual – O homem recebeu de Deus a responsabilidade de


manter a comunhão com o Criador neste vínculo de amor e vida. “A comunhão

3
VAN GRONINGEN, Gerard. Criação e Consumação – vol. 1. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2002, p.28.
5

deveria ser exercida no andar com Deus diariamente, conversar intimamente com Ele
e expressar amor, honra, devoção e louvor enquanto se fosse enfrentando os desafios
e privilégios de cada dia”4. Este mandato foi simbolizado pelo sábado. O que era o
sábado? Simplesmente o tempo, na história do homem, em que Deus e a humanidade
“não iriam dirigir a atenção para os desafios do cosmos, e sim, cada um para o
outro”5.

2.1.1.2. Mandato Social – Simbolizado pelo casamento, Deus determinou que o


homem relacionasse consigo mesmo. Desde que foi criado, viu Deus que não seria
bom que o homem andasse sozinho. Deus criou macho e fêmea e os deu um ao
outro. Quando o homem vivia sozinho em meio à criação, experimentou solidão. Deus
proveu uma companheira idônea, carne de sua carne e osso de seus ossos. O
homem foi criado para relacionar-se consigo mesmo. Ser humanidade é ser homem
em comunhão com outros homens.

2.1.1.3. Mandato Cultural – Deus determinou ao homem que cuidasse da criação.


Este mandato é simbolizado pelo labor (Gênesis 2.15). Era responsabilidade do
homem no Éden cuidar e lavrar a terra. Era sua responsabilidade como governante
real desenvolver e manter o cosmos.

2.2. A QUEDA

Criado como fruto da bondade de Deus, o homem era o centro e a finalidade da


criação. Não compreendendo sua centralidade e finalidade, o homem se aliena de
Deus e abdica-se da comunhão com o criador, arrastando consigo toda a criação.
Qual foi a ação do homem na queda? Rompe com o Criador e desobedece aos
mandatos pactuais. Seu mundo desmorona-se, então seu coração se corrompe. Ele
perde o controle de seu mundo. Deus se move em direção ao seu coração com juízo.
O homem é expulso da santa e doce presença do Criador. Rompe-se a comunhão.
Quebra-se o encanto e a doçura. Do suor de seu rosto o homem passa a sobreviver.
Com dor a mulher passa a dar a luz. Com “guerras” a vida se estrutura nas tensões
entre “semente de satanás” e a “semente da mulher”. Com o mandato espiritual

4
Ibid., p.92.
5
Ibid., p.91.
6

rompido, o homem perde o controle de seu relacionamento consigo mesmo e com a


criação. A família se desestrutura e a terra passa a gemer à espera da restauração
(Romanos 8.19-24), sendo gradativamente sugada por aquele que antes deveria
cuidar dela. É então que raia o fulgor da graça e o Criador promete a vitória final do
“descendente da mulher”.

2.2.1. O DILÚVIO

A vida do homem passou a ser delineada pela escuridão da ausência de Deus.


O pecado assume a direção. O homem corrompido deixa a vida insustentável. Deus
se move outra vez em direção ao coração do homem: julga-o com o dilúvio. Mas o
Criador, em pura manifestação de sua graça, poupa alguns, simbolizando uma nova
criação (Gênesis. 8 e 9).

2.2.2. BABEL

Gerações posteriores mais uma vez demonstram o que significa estar distante
de Deus. O homem continua sua jornada de trevas e desejos carnais. Numa tentativa
desenfreada de atingir os céus, edificam uma torre que simboliza toda a sua
corrupção, arrogância e alienação. Queriam chegar à morada celestial e serem
célebres na criação. Outra vez, o julgamento de Deus entra em ação e Deus se move
em direção ao coração do homem. A humanidade é espalhada sobre a face da terra
em alienação mútua.

2.3. A REDENÇÃO

2.3.1. O CHAMADO DE ABRAÃO

Até esta altura, Deus relacionava-se com a humanidade de forma generalizada.


Quando dispersa a humanidade (Gênesis 11), cria as nações. Cria os povos com suas
línguas e culturas distintas. Neste contexto, a graça mais uma vez se manifesta. Deus
chama Abrão dentre as nações e o coloca diante delas e promete: “Abençoarei os que
te abençoarem, e amaldiçoarei os que ti amaldiçoarem. Por ti serão benditas todas as
famílias da terra” (Gênesis 12.3). Deus convoca Israel como nação e a envia para as
7

nações. Johannes Blauw observa: “(...) a história de Israel nada mais é do que a
continuação do trato de Deus com as nações (...), portanto, a história de Israel só
pode ser entendida na perspectiva do problema não resolvido da relação de Deus
com as nações”6. Aqui se dá o início da história da redenção.

2.3.2. ISRAEL: UMA NAÇÃO ENTRE MUITAS NAÇÕES

Quem era a nação de Israel no contexto das nações que acabavam de ser
criadas? Israel foi um dos primeiros povos a reconhecerem que era apenas uma
nação na história. Enquanto impérios como Egito, Babilônia, Pérsia e outros,
pensavam sobre si como o universo, Israel se encontrou como apenas mais uma
nação. Deus se move em direção ao coração do homem do ponto de vista do
oprimido. Deus não faz aliança com o opressor. Deus socorre ao que clama. Aquele
que faz parte do todo sofredor.
O desenvolvimento do relacionamento de Deus com seu povo se deu na
caminhada e todos os picos da revelação divina foram adendos na jornada. Ninguém
foi chamado para fundar uma religião. Criar um compêndio teológico ou coisa
parecida. Deus desafiou seu povo a caminhar. E enquanto caminhava, Deus se
revelou a ele. Deus deu terra para o povo trabalhar, e enquanto trabalhava, Deus se
relacionou com ele e continuou a se revelar. Deus deu guerra para o seu povo
guerrear, e enquanto lutava, Deus o livrou e se revelou a ele. Deus se revelou no
caminho.

2.3.3. JESUS: O MOVER NO CAMINHO

No centro da história humana, na plenitude dos tempos, no amadurecimento


das gerações, Deus se revela através de seu Filho. Era Deus se movendo em direção
ao coração do homem. A graça assumia sua forma máxima na história de cada
indivíduo. Deus, através de Jesus, se identifica com o mundo que é Seu e que ao
mesmo tempo é do homem.
Sem perder sua identidade de homem que cumpre a vontade do Pai, Jesus se
apresenta ao mundo para conhecê-lo, conviver, compartilhar e comprometer-se com

6
BLAUW, Johannes. A natureza missionária da igreja. São Paulo: ASTE, 1966, p. 19.
8

ele. Ao fazer isto, o Cristo recria a humanidade decaída, erguendo-a à posição de


obediente. Restaura os mandatos pactuais e assume a postura de reconciliador.
Reconcilia o homem com Deus, consigo mesmo e com a criação.
Para fazer isto, Jesus percorreu “povos e aldeias”. Em uma vida peregrina,
envolveu-se com o caminho do homem e sua tarefa de contemplar as flores, educar
filhos, estudar ciências, fazer filmes, sonhar e chorar. Jesus envolveu-se tanto com o
mundo que morreu a sua morte. Viu a vida pela ótica do sofrimento e da dor. Chorou
pelo amigo e chorou por toda uma cidade que não conseguia ver a vida que corria.
Caminhou com os discípulos angustiados na estrada de Emaús. Pediu água e dividiu
o pão. Orou e curou. Expulsou demônios e perdoou pecados. Gritou com os
cambistas e se silenciou diante de ameaças. Suou sangue e venceu a morte.
Enfrentou a fome na tentação e comeu o pão de sua própria mesa com o traidor.
O Cristo não exerceu seu ministério num mundo ideal, espiritual, mitológico ou
mesmo no mundo das ideias. Para Pedro Arana “o Cristo-homem veio ao mundo dos
homens. Não a um mundo ideal, mas ao mundo tal e qual ele é”7. Isto define o espaço
missionário. A missão se inicia no coração de Deus e se propaga pelo mundo dos
homens. Mas isto não significa que Jesus tenha feito uma opção pelo pobre. Seu
ministério tem uma característica inclusiva, no sentido específico de abarcar tanto
pobres quanto ricos. Para David Bosch, “sua missão consiste em desfazer a alienação
e em derrubar muros de hostilidade, em cruzar fronteiras entre indivíduos e grupos”8.
Jesus viveu integralmente no mundo. Deu-se a si mesmo sem reservas. Jamais
esteve ocupado demais para cumprir o propósito do Pai. Esvaziou-se de si mesmo,
assumiu a missão dada pelo Pai. Reconciliou os homens com Deus após ter
estabelecido laços próprios com o mundo perdido. Do mundo agiu pelo mundo.
Resgatou a adoração perdida e tornou possível a obediência. Tendo partido, enviou a
igreja retirada do mundo ao mundo outra vez.
De igual maneira, ao enviar a sua igreja, Jesus aponta para o mundo da
história. Jesus aponta para um mundo geográfico. Para o mundo do pecado. O mundo
de João, de Maria, de Bonifácio, de Emil, de Paul, de Saul e de José. O mundo das
pessoas como elas são. Mundo do sofrimento, da dor, da incerteza, da alegria e do

7
ARANA, Pedro. Bases bíblicas da missão integral da igreja. In: STEUERNAGEL, V. (org.) A serviço do reino. Belo
Horizonte: Missão Editora, 1992, p. 84.
8
BOSCH, David J. Missão Transformadora – mudanças de paradigma na teologia da missão. São Leopoldo/RS:
Sinodal, 2002, p. 48.
9

casamento. O mundo dos homens, mas também mundo de Deus, das Escrituras
Sagradas. O mundo do pecado e mundo da salvação.
A igreja não pode ser orientada a se envolver com este mundo. Ela já faz parte
dele. É o seu mundo. É a sua casa. É a sua vida. A igreja tão somente precisa optar
como quer se mover neste mundo que é seu. Ela pode estar sendo conduzida por ele.
Ou ser agente condutor dele. Ela pode se deixar moldar pelo mundo. Ou pode optar
por moldar o mundo.
Movendo-se no mundo a igreja é chamada para uma vocação sobremaneira
excelente “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis como é digno da
vocação com que fostes chamados” (Ef 4.1). Seu chamado é primariamente para
apresentar-se diante de Deus na comunhão dos santos. Desta forma, “as missões não
representam o alvo fundamental da igreja, a adoração sim. As missões existem
porque não há adoração, ela sim é fundamental”9.
A igreja não poderá optar por moldar o mundo se não compreende como Deus
se relaciona com este mundo que é d’Ele, mas que distante d’Ele está.

3. DESENVOLVENDO UMA TEOLOGIA DA MISSÃO

A igreja tem enfrentado dificuldades para definir uma teologia da missão. A


citação do John Piper que aparece no texto acima não é um ponto pacífico no
pensamento geral. John Stott cita o arcebispo Randall Davidson em sua palavra na
primeira noite na Conferência Mundial Missionária (Edimburgo, 1910) em que ele
assevera que o “lugar das missões na vida da igreja deve ser o ponto central e
nenhum outro”10. O que aparece nesta posição do arcebispo é o deslocamento
clássico dos objetivos primários das missões da igreja no mundo. O pano de fundo
destas duas afirmações é a motivação que a igreja tem para o trabalho missionário. O
que motiva a ação da igreja? Quem está no centro das ações eclesiásticas? O próprio
David Hesselgrave, que dá uma imensa contribuição na direção de resgatar a caráter
da missão da igreja, vai cair na mesma falácia ao afirmar que “a missão primária da
Igreja e, portanto, das igrejas, é proclamar o evangelho de Cristo e reunir os crentes

9
PIPER, John. Alegrem-se os povos: a supremacia de Deus em missões. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001,
p.13.
10
STOTT, op. cit., p. 57.
10

em igrejas locais onde podem ser edificados na fé e tornados eficazes no serviço, e


assim implantar novas congregações no mundo inteiro”11.
Se afirmamos que missões estão na primazia, apontamos o homem como
essencial. Mas, se voltamos nossos olhos para a adoração como prioridade da igreja,
como o John Piper, entendemos que Deus é essencial e nenhum outro. Para uma
missiologia reformada não pode haver outra compreensão. Isto não significa em negar
a ação missionária, ou relegá-la a uma condição indevida. “Quando a chama da
adoração arder com o calor da verdadeira excelência de Deus, a luz das missões
brilhará para os povos mais remotos da terra”12. Não conduziremos a igreja numa
ação missionária eficaz simplesmente com uma atenção exacerbada. Ao fazer isto, o
missiólogo está desconsiderando a verdadeira motivação que move a igreja de Cristo.
Ela poderá até realizar um grande trabalho, mas se perderá em meio a atividades
vazias e humanitárias. A igreja não é um grupo de auxílio. Ela não oferece a solução
para a alma infeliz. A igreja é o corpo de Cristo e em torno dele subsiste. Para o Deus
vivo realiza o seu serviço ao pecador perdido.

3.1. A EVANGELIZAÇÃO/PLANTAÇÃO DE NOVAS IGREJAS.

Uma ação missionária que não tenha como ponto de partida o próprio Deus
não é bíblica em sua motivação e carece de autenticidade. O problema da motivação
da ação missionária desencadeia outra questão tão importante quanto. Mesmo
partindo da motivação errada, Hesselgrave aponta, com muita propriedade, uma
questão que atinge a própria natureza da missão. Ele estava preocupado em pontuar
as lacunas observadas no movimento missionário do século XIX que evidenciava o
fato de que os missionários nem sempre tinham muita clareza em seus objetivos. Eles
se ocupavam de tarefas variadas como abrir escolas, fundar hospitais ou desencadear
movimentos de defesa da vida, combatendo práticas estranhas à Palavra de Deus.
Não restam dúvidas de que estas tarefas são louváveis e, até certo ponto,
necessárias. No entanto, sua intensificação tende a levar o missionário a perder de
vista o objetivo básico de uma ação missionária motivada pela supremacia do Deus
Todo-Poderoso: a evangelização dos perdidos com consequente plantação de igrejas

11
HESSELGRAVE, D. J. Plantar igrejas – um guia para missões nacionais e transculturais. São Paulo: Edições Vida
Nova, 2ª Edição, 1995, p. 13-14.
12
PIPER, op. cit., p. 14.
11

adoradoras.

Da nossa própria parte, nós os modernos, tendemos a perpetuar a confusão,


neste ponto. Multiplicamos as missões para-eclesiásticas como “braços da
Igreja” a fim de empreenderem cada tipo concebível de boa obra, desde a
alimentação dos famintos até imunizar populações contra enfermidades e
introduzir novos tipos de trigo e raças de gado. Estes são esforços dignos, e,
conforme Gálatas 6.10, qualificam-se como empreendimentos cristãos. Mas
as organizações formadas para levá-los a efeito não são realmente
qualificadas como missões a não ser que, ao entrarem em áreas
necessitadas, conservem “em primeiro lugar a missão primária da Igreja”. Isto
é tão importante que, nas áreas onde é possível proclamar o evangelho o
formar igrejas, somente as organizações que apoiam a evangelização e a
implantação de igreja de modo significativo devem ser consideradas missões.
Se não se dedicam à evangelização e à implantação de igrejas, nem apoiam
estas atividades, não somente são para-eclesiásticas, como também são
13
para-missão.

No entanto, o objetivo das missões só poderá ser apropriadamente absorvido


pela igreja se a motivação estiver no lugar correto. A tarefa missionária deve ser
precedida pela paixão por Deus na adoração da igreja. Para John Piper a adoração é
o combustível e a meta das missões.
Ele não está equivocado, pois ninguém poderá pregar a Palavra de Deus se
não O aprecia fervorosamente. Sem amor ardente no coração não há missões. Esta
adoração verdadeira é que alimenta a ação da igreja em direção ao coração dos
perdidos. Uma estratégia missionária genuinamente bíblica e reformada jamais
tomaria a iniciativa de centralizar a ação missionária na pessoa do homem e em suas
necessidades. É o amor a Deus e sua supremacia que motiva o coração do crente.
Deus é essencial e não o homem. A igreja caminha em direção ao coração do homem
em busca de adoradores. Nas missões “simplesmente procuramos levar as nações ao
júbilo inflamado da glória de Deus”14. A adoração é, portanto, a força motora por traz
das missões.
De igual maneira, a adoração é também o alvo das missões. A igreja caminha
para que os povos se alegrem no Senhor e na grandeza de seu poder. A igreja deseja
cantar a uma só voz: “Reina o Senhor. Regozije-se a terra, alegrem-se as numerosas
ilhas” (Sl 97.1).
Não haverá “missões” se a igreja não está curvada diante do trono de Deus,
reconhecendo a sua supremacia como força propulsora do movimento missionário.

13
HESSELGRAVE, op. cit., p.21.
14
PIPER, op. cit., p. 13.
12

Mas isto só acontecerá quando a igreja estiver vivendo com um coração inteiro na
presença do Senhor, buscando a sua glória somente.

O zelo da igreja pela glória do seu Rei não vai aumentar até que os pastores,
líderes de missões e professores de seminário façam muito mais pelo Rei.
Quando a glória do próprio Deus satura nossas pregações, ensinamentos,
palestras e literatura e quando ele predomina sobre nossa discussão de
métodos e estratégias, palavras psicológicas furtivas e tendências culturais,
então o povo pode começar a sentir que ele é a realidade central de suas
vidas e que a expansão da sua glória é mais importante do que suas posses
15
materiais e todos os seus planos.

Só com este coração ardente a igreja estará focando na evangelização como


parte integrante de sua definição da missão. Precisamos demonstrar amor, lutar pelas
causas morais, políticas e tantos outras, mas primariamente precisamos levar as
nações a glorificarem ao Deus de toda a Glória. Isto só é possível através de uma
conversão genuína que jamais será alcançada por uma igreja trabalhadora mas
amordaçada. Que não proclama o evangelho do Senhor Jesus tal como ele chegou
até nós. Não apenas com demonstrações de caridade e profundo exemplo de vida,
mas com amor profundo por meio da cruz. Estas palavras podem parecer infrutíferas.
Mas não desejo negar à tarefa missionária o alvo de alcançar ao homem em sua
integralidade. É necessário, no entanto, que se pontue que outros poderes podem
alcançar o homem em suas mais variadas necessidades, mas só o poder de Deus
pode alcançar o homem em sua necessidade de Deus.
A evangelização é parte essencial da missão da igreja. Evangelização
comunica literalmente “trazer ou anunciar o evangelho, as boa novas”16. Apesar da
palavra aparecer no Novo Testamento para retratar notícias comuns, é de consenso
geral que o seu principal emprego apresenta o sentido de trazer as boas novas
cristãs. Lausanne acerta ao definir a evangelização como a ação de “difundir as boas
novas de que Jesus Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou segundo as
Escrituras, e de que, como Senhor e Rei, ele agora oferece o perdão dos pecados e o
dom libertador do Espírito a todos os que se arrependem e creem”17.
Duas verdades importantes precisam ser ditas acerca da evangelização: ela
não pode ser definida por resultados e ela não pode ser definida por métodos.

15
Ibid., p. 41.
16
STOTT, op. cit., p. 62.
17
PACTO DE LAUSANNE, tópico 04, A natureza da evangelização, 1974.
13

3.1.1. A EVANGELIZAÇÃO NÃO PODE SER DEFINIDA POR RESULTADOS

Não evangeliza apenas quem conduz muitas pessoas aos pés de Jesus
através do batismo e arrolamento no rol de membros de alguma igreja. Evangelizar é
anunciar as boas novas de Jesus de tal forma que o interesse não esteja centralizado
em apresentar os ensinamentos ou exemplos de Jesus em sua caminhada, mas,
sobretudo, “apresentar a Jesus Cristo em pessoa, o Salvador que vive e o Senhor que
reina”18. Ainda que o evangelista esteja esperando uma resposta daquele a quem ele
anunciou a pessoa de Cristo, a resposta não tem o fim de caracterizar o seu ato. Uma
resposta negativa do ouvinte, ou mesmo o silêncio deste, não implica em negação da
evangelização. “A evangelização é obra humana, mas a fé é dom de Deus. É verdade
que, de fato, o alvo de cada evangelista é converter”19, no entanto, “a questão se
alguém está evangelizando ou não, não pode ser resolvida apenas perguntando se a
pessoa obteve conversões ou não”20. Não se pode perder de vistas o ensino bíblico
de que os frutos do trabalho da igreja em pregar não dependem dos desejos e
intenções do homem que abre o coração, mas da vontade soberana de Deus.

3.1.2. A EVANGELIZAÇÃO NÃO PODE SER DEFINIDA POR MÉTODOS

Da mesma forma, evangelizar não é aplicar um método específico para


comunicar as boas novas. Evangelizar é anunciar as boas novas, não importa de que
maneira. Os meios podem definir se a ação evangelizadora terá amplo alcance ou
não, mas não a definem. A igreja pode evangelizar por meios eletrônicos, com
estratégias de pequenos grupos, com os antigos cultos de ruas, com os cultos nos
lares, ou mesmo com os sermões dominicais evangelísticos que já estão quase em
desuso. Os métodos poderão ser eficientes ou não.
No entanto, só será evangelização de fato se as boas novas são anunciadas. J.
I. Packer define isto de forma clara:

Evangelizar significa simplesmente pregar o evangelho, as boas novas. Trata-


se de um ministério de comunicação, no qual os cristãos tornam-se porta-
vozes da mensagem de misericórdia de Deus aos pecadores. Qualquer um
que transmita fielmente esta mensagem, não importa sob que circunstâncias,

18
PACKER, J.I. A evangelização e a soberania de Deus. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2002, p. 34.
19
Ibid., p. 36.
20
Idem.
14

em uma grande reunião, em uma pequena conferência, de um púlpito, ou em


21
uma conversa particular, estará evangelizando.

3.2. RESTAURANDO OS MANDATOS PACTUAIS

Seguindo o modelo de Jesus, a igreja precisa ser uma igreja serva que leva o
mover de Deus ao coração do homem como seu próprio mover. Entendendo que sua
tarefa primordial é a evangelização dos povos e a consequente plantação de novas
igrejas, o povo de Deus precisa se envolver nesta ação com a postura de quem busca
restaurar os mandatos pactuais perdidos na queda. Não se pode fazer isto apenas
com o discurso. Neste ponto é que a igreja precisa estar preparada para colocar a
“mão no arado” propondo uma transformação social a partir de uma militância
concreta. Pedro Arana expressa isto da seguinte forma:

A igreja, assim como o Senhor Jesus, deve ser uma igreja do caminho e não
do balcão. Ela não pode permanecer como espectadora da história: tem de
descer para onde se travam as lutas reais dos homens. Ali se encontram as
necessidades, que são o chamado premente da Igreja para que possa
22
cumprir sua missão.

Neste aspecto a missão pode ser chamada de integral. A igreja tem a tarefa de
dar continuidade ao vínculo de amor e vida entre Deus e o homem, se movendo no
seu mundo e vivendo o mundo de Deus, levando o próprio Deus consigo na
caminhada.

3.3. A MENSAGEM KERIGMÁTICA

Ao exercer sua missão a igreja também precisa ter uma postura kerigmática.
Qual a diferença entre postura “evangelizadora” e postura “kerigmática”? Neste ponto
voltamos à discussão anterior, no entanto, colocando cada assunto em seu devido
lugar. Quando uma igreja está evangelizando ela tem o objetivo específico de
anunciar as boas novas ao pecador que não consegue visualizar a solução que Deus
proveu na cruz. No entanto, esta não é uma postura única para a igreja. Os pecadores
são “sofredores” que carecem da graça de Deus, mas também são ímpios que estão
debaixo do juízo de Deus. Uma igreja é “kerigmática” quando ela se torna um arauto

21
Ibid., p. 37.
22
ARANA, op. cit., p. 86.
15

da justiça e da integridade. Esta postura conduz a igreja a ser luzeiro e sal do mundo.
Levando-a além de suas próprias fronteiras para atingir ao mundo com seu amor e
abnegação. E como fará isto? Propondo-se a estender a mão como serva. Quando se
fala de kerigmático espera-se uma igreja agressiva, de discurso duro e implacável.
Mas quando isto é somado à militância do caminho, esta igreja se apresentará como
serva.
Cristo nos envia ao mundo para sermos servos. Antes de cumprir qualquer
tarefa, Jesus viveu entre os homens por quem ele deveria morrer. Antes de Cristo
chegar à cruz ele já tinha chegado na vida do homem. Sua tarefa não estava centrada
nas coisas. Ele tinha bem definido o que queria: simplesmente servir. Fundindo a ideia
do “Filho do Homem” de Daniel com o “servo sofredor” de Isaías, Jesus abre os
horizontes para um conceito até então impensado: “pois o Filho do Homem não veio
para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc.10:45).
Assim, nossa missão passa pelo mesmo crivo. Ele mesmo afirmou: “assim como o Pai
me enviou, eu também vos envio” (Jo.20:21). Nossa missão, como a d’Ele, deve ser
uma missão apontada para o serviço. Somos chamados e enviados para servir
aqueles que perecem sem a salvação.
Mas a igreja não foi chamada para as suas fronteiras. Ela também é guardiã da
moral e da justiça. Se a igreja se calar, o mundo não verá a luz. As instituições
humanas continuarão caminhando contaminadas com o pecado. A igreja precisa alçar
sua voz e condenar, como profeta que é, as ações de exploração e degradação da
sociedade em que está inserida. Isto também faz parte da missão da igreja.

3.4. UMA POSTURA MARTÍRICA

A expressão “testemunha” está profundamente carregada com o significado


original do termo “martírica”. Enquanto as ações evangelizadora e kerigmática estão
na esfera do discurso eclesiástico, a ação martírica está relacionada com a vida de
cada crente. A igreja precisa trazer as marcas de Cristo de tal forma que qualquer
pessoa possa ver a glória de Deus em seu estilo de vida. Nenhuma igreja pode
evangelizar e anunciar as justas verdades de Deus sem que experimente
verdadeiramente a Jesus em seus corações. A relação com o martírio é clara, a igreja
precisa fazer isto ainda que a custo de sua vida.
16

3.5. UMA VIDA DE COMUNHÃO

Por fim, não pode haver missões sem que a igreja experimente o puro amor do
Senhor em seu coração. Um amor que ultrapassa a barreira da individualidade e
atinge o interesse do outro. Mas a verdadeira comunhão espiritual que a igreja precisa
experimentar vem do amor da igreja ao Senhor acima de todas as coisas. Só se
aprende a amar o reino de Deus e aos que militam conosco na caminhada se
amamos ao Senhor de fato. Sem amar a Jesus, uma igreja não pode demonstrar
amor internamente, nem mesmo pelos perdidos que vagam pelo mundo.
Toda postura de comunhão na igreja, só é comunhão espiritual se brotar da
comunhão que a igreja tem com Cristo. Ou seja, se somos irmãos o somos por
estarmos ligados por laços eternos de amor divino. Sem o amor de Deus não há
comunhão.
Uma igreja que não tem comunhão não pode realizar sua tarefa missionária.
Uma igreja não se constitui de um grupo reunido com propósitos bem definidos. Tão
pouco a tarefa missionária fará um grupo se tornar igreja. É o Espírito Santo quem liga
cada crente a Cristo por meio da Palavra da Cruz e faz, assim, a igreja ser igreja.
Somente nesta condição a tarefa missionária não será vazia e desprovida de
significado.
A igreja antecede à própria tarefa missionária. Toda ação evangelizadora é em
torno da igreja e em função desta. O objetivo trazer mais pessoas para o grupo de
adoradores. Como uma igreja poderá fazer isto dividida entre si? Não haverá exercício
da missão sem comunhão.

CONCLUSÃO

A igreja tem uma missão que recebera do próprio Deus que envia o seu povo
com base em sua própria missão. Deus se move em direção ao coração homem e
convoca a igreja para conduzir este mover. Isto só acontecerá de forma consistente e
bíblica quando a igreja estiver prostrada diante de Deus em adoração. A paixão por
Jesus deve motivar toda e qualquer ação em direção ao pecador. Sem considerar a
supremacia de Deus nas ações da igreja não se pode agir em nome de Deus. A
adoração a Deus é a motivação e o alvo da missão da igreja. Ela existe porque não há
adoradores.
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A igreja se move em direção ao coração do homem porque Deus se moveu


primeiro e enviou a igreja para mover-se por Ele. Este mover deve seguir, portanto, o
modelo do mover de Jesus que viveu intensamente no mundo.
A ação missionária deve se focar na ação evangelizadora com fins de plantar
novas igrejas. Ao implementar o exercício deste objetivo a igreja estará restaurando
os mandatos pactuais com uma mensagem kerigmática, uma postura martírica e uma
vida de comunhão intensa. Sobretudo, estará compreendendo que ela se expande
pela ação soberana de Deus, apesar de ser sua a responsabilidade de empregar
esforços para que isto aconteça.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARANA, Pedro. Bases bíblicas da missão integral da igreja. In: STEUERNAGEL, V.


(org.) A serviço do reino. Belo Horizonte: Missão Editora, 1992.

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missão. São Leopoldo/RS: Sinodal, 2002.

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transculturais. São Paulo: Edições Vida Nova, 2ª Edição, 1995.

PACTO DE LAUSANNE, 1974.

PACKER, J. I. A evangelização e a soberania de Deus. São Paulo: Editora Cultura


Cristã, 2002.

PIPER, John. Alegrem-se os povos: a supremacia de Deus em missões. São Paulo:


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serviço do reino. Belo Horizonte: Missão Editora, 1992.

STEUERNAGEL, Valdir (org.). A Serviço do Reino – Belo Horizonte/MG: Missão


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VAN GRONINGEN, Gerard. Criação e Consumação – vol. 1. São Paulo: Editora


Cultura Cristã, 2002.

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