Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Princípios Gerais:
O juiz não pode agir de ofício. Fundamento – se deve ao processo tipo acusatório vigorante que
distingue as funções de investigação, denúncia e julgamento.
Princípio do Juiz Natural
O acusado pode ser preso durante o processo ? Seria esta prisão inconstitucional ?
Resp.: Sim, pode o acusado ser preso durante o processo, desde que o juiz fundamente a
necessidade da sua prisão cautelar. Não fere nenhum princípio constitucional.
Conecta-se à regra da liberdade de provas: todos os meios probatórios em princípio são válidos para
comprovar a verdade real.
Esta regra é absoluta ?
Resp.: Esta regra não é absoluta, existem exceções:
1. Prova ilícita – são as provas adquiridas por meios ilícitos. Ex.: prova mediante tortura.
2. Prova Ilegítima – são as provas colhidas com violação de normas processuais. Ex.: busca domiciliar
sem ordem do juiz.
3. Art. 475 do CPP – diz respeito às provas nos Julgamentos pelo Tribunal do Júri. Deve-se juntar as
provas ao processo com três dias de antecedência ao Júri.
Princípio da Obrigatoriedade
O Ministério Público na ação penal pública é obrigado a agir. Deve ele denunciar.
Exceção: encontra-se na ação penal privada, onde aqui vigora o Princípio da Oportunidade.
Outra exceção: Transação Penal – Art. 76 da Lei 9.099/95 – onde o Ministério Público faz um
acordo com o réu, ao invés de denunciá-lo.
Princípio da Indisponibilidade do Processo
Art. 42 do CPP – iniciado o processo o Ministério Público não poderá dispor dele, ou seja, abrir mão
na acusação.
Exceção: Suspensão Condicional do Processo – Lei 9.099/95
Princípio da Oficialidade
O juiz que preside a instrução deve ser o mesmo que vai sentenciar.
Este princípio não é válido no Processo Penal
Princípio da Imparcialidade do Juiz
Não há jurisdição sem imparcialidade. O juiz deve ser imparcial, neutro entre as partes.
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição
Investigação
A quem compete ?
Resp.: Cabe a investigação à Polícia Judiciária.
A polícia de segurança é a polícia militar, ela é ostensiva, de uniforme, visa previnir a ocorrência
de crimes.
A polícia civil exerce suas atividades no âmbito de sua circunscrição. Art. 4º do CPP.
Cabe ao Ministério Público exercer o controle externo da polícia civil na forma de lei complementar.
Destinação – é destinado a servir de base para uma futura ação penal. Art. 12 do CPP.
O juiz no Brasil, preside a investigação de um crime somente quando este tratar-se de crime
falimentar.
Se algum destes critérios de divisão de atribuições forem violados acarreta alguma nulidade ao
Inquérito Policial ?
Resp.: Não acarreta nenhuma nulidade ao Inquérito Policial, pois é ele uma peça administrativa.
É o Inquérito Policial uma peça informativa, logo é ele uma peça administrativa.
A Ação Penal Pública Incondicionada é regida pelo Princípio da Obrigatoriedade. O delegado está
obrigado a agir.
Indiciamento: Indiciar é atribuir a autoria de uma infração penal a uma determinada pessoa.
Conseqüências:
1. De suspeito passa a ser indiciado;
2. Interrogatório – o indiciado obrigatoriamente deve ser interrogado; Se o indivíduo é menor (de 18 à
21 anos) é obrigatório a nomeação de um Curador, caso não o tenha. O curador fiscaliza o ato. A
falta de curador torna o ato ilegal. Qualquer pessoa pode ser Curador, mas recomenda-se que seja um
advogado. A falta de Curador em Prisão em Flagrante torna a Prisão Ilegal, onde o juiz deve relaxar
a prisão imediatamente. Já se o menor se diz ser maior, não existe a ilegalidade, pois ninguém pode
se beneficiar de sua própria torpeza.
O índio se aculturado precisa de Curador, mas se for culturado não o precisa.
1. Identificação criminal – é feita a sua identificação criminal. Consiste em: Identificação
Dactiloscópica e Identificação Fotográfica.
Não é obrigatória a identificação criminal para quem já é civilmente identificado. A súmula 568 do
STF foi cancelada. Somente pode ser identificado criminalmente quando existe dúvida quanto ao
sujeito, onde lhe é colhido as impressões digitais.
Dilação do Prazo
O delegado pode requerer a dilação do prazo quantas vezes precisar, devendo fundamentar seu
pedido ao juiz, que o concederá ou não, depois de ouvido o Órgão do Ministério Público.
Se o indiciado estiver preso, não há que se dilatar o prazo, pois se está preso, entende-se que já se
possui substratos fáticos para a denúncia.
Se o juiz discordar do Ministério Público, ele enviará os autos ao Procurador Geral da Justiça que no
caso oferecerá a denúncia, designa um promotor para faze-lo ou insiste no arquivamento, o qual
vincula o juiz a faze-lo.
O Procurador Geral da Justiça não pode avocar o Inquérito Policial, mas de acordo com a lei
orgânica do Ministério Público, ele pode designar um Promotor para acompanhar o Inquérito
Policial.
Quem julga este habeas corpus é o juiz de direito. Se denegar o Habeas Corpus cabe Recurso em
Sentido Estrito ou um novo Habeas Corpus contra o Juiz.
DA AÇÃO PENAL: Não há pena sem processo. Não há processo sem ação.
Conceito: é o direito de pedir a tutela judicial.
Fundamento Constitucional: Art. 5º, XXXV, CF/88
Características:
É um direito público – porque a ação penal visa a aplicação do Direito Penal que é público.
Direito Subjetivo – pertence a alguém, tem titular. Na ação pública o titular é o Ministério Público e
na Ação Privada é o ofendido.
É um Direito Autônomo ou Abstrato: é um direito que independe da procedência ou improcedência
do pedido.
É um Direito Específico ou Determinado – o direito de ação está sempre vinculado a um fato
concreto.
Natureza: é matéria de Direito Processual, com a ação inicia-se o processo. O CP também disciplina
esta matéria, mas é instituto de Direito Processual.
1. Específicas – são condições que são exigidas eventualmente. Ex.: Representação da Vítima,
Requisição do Ministro da Justiça.
Se faltar alguma condição específica o juiz rejeita a ação. Essa ação só poderá ser reproposta desde
que for suprida a falta da condição. Art. 43 CPP.
Classificação da Ação:
Não existe no Brasil, Ação Penal Popular, que consiste na possibilidade de qualquer pessoa do povo
entrar com ação penal em qualquer crime. Existe na Espanha.
Habeas Corpus tem semelhança com a Ação Penal Popular, pois qualquer pessoa pode entrar com o
Habeas Corpus.
Princípios da Ação:
Oficialidade – a ação penal é proposta pelo Ministério Público. O Ministério Público é órgão oficial.
Obrigatoriedade – ou Legalidade Processual – o Ministério Público na ação pública é obrigado a
denunciar, agir desde que exista justa causa. Art. 24 CPP
Exceção: é a Transação Penal – Art. 76 da Lei 9.099/95 – O Ministério Público não denuncia, ele
propõe um acordo.
Indisponibilidade – a ação penal uma vez proposta é indisponível. Art. 42 CPP. Vale para o
Recurso do Ministério Público. Art. 576 CPP.
Exceção: Suspensão Condicional do Processo – Lei 9.099/95.
Indivisibilidade – a ação penal deve ser proposta contra todos os co-autores conhecidos.
Intranscendência – a ação penal não pode transcender a pessoa do delinqüente.
“Opinio Delicti”: É o convencimento do promotor de que existe justa causa (prova de crime e prova
de autoria).
Se o promotor formar a “Opinio Delicti” ele apresenta a denúncia (peça acusatória que inicia o
processo público).
O processo penal se inicia com o recebimento da denúncia (posição do STF).
A Denúncia que não tiver algum desses requisitos essenciais é uma denúncia inepta, é ela rejeitada.
Prazo para Denunciar – se o réu estiver preso o prazo é de 5 dias. Se o réu estiver solto é de 15
dias. É um prazo processual, não conta o dia do início.
Denúncia Alternativa – não pode, a jurisprudência não admite, somente quanto as qualificadoras.
O promotor não pode denunciar alegando que se o réu não for condenado por Estupro deve ser
condenado por Homicídio.
Nas Infrações de Menor Potencial Ofensivo a representação é feita exclusivamente perante o juiz na
audiência inicial.
Dupla Titularidade – o prazo decadencial é um prazo para cada um. (Súmula 594 STF).
É um ato administrativo e político, pois refere-se a conveniência. O caso mais comum é o crime
contra a honra do Presidente da República.
Renúncia:
Renúncia é a abdicação do direito de oferecer queixa;
Ela só é cabível na Ação Exclusivamente Privada e na Personalíssima Privada;
É causa extintiva de punibilidade;
É um ato unilateral;
Momento – só cabe antes do oferecimento da queixa;
É sempre um ato extraprocessual;
Pode ser expressa (declaração assinada da vítima) ou tácita (se dá quando a vítima pratica ato
incompatível com o direito de queixa. Ex.: casamento da vítima com o agressor);
O Recebimento de Indenização não significa renúncia ao direito de queixa (Art. 104 CPP);
Exceção: composição civil que consta no Art. 74, Lei 9099/95;
Co-Autoria – a renúncia em favor de um autor estende-se a todos os co-autores;
Dupla Titularidade – a renúncia de um não afeta a renúncia de outro;
A renúncia também é cabível ao direito de representação.
Do Perdão do Ofendido:
Só é cabível nas Ações Exclusivamente Privada e Personalíssima Privada;
Efeitos do Perdão – Obsta o prosseguimento da ação;
Natureza Jurídica – é causa extintiva de punibilidade;
Momento – só é cabível após a ação;
Se concedido antes da ação é renúncia;
Limite – o perdão só pode ser dado até o dia do trânsito em julgado da sentença;
O perdão do ofendido pode ser:
Tácito – ocorre quando a vítima pratica ato incompatível com o direito de queixa. Ex.: quando o
querelante casa-se com o querelado.
O perdão é concedido pelo querelante;
Dupla Titularidade – se o perdão for concedido por um e oposto pelo outro, esse perdão não gera
efeito nenhum;
O perdão é ato bilateral, ou seja, depende de aceitação do querelado;
Se o Querelado tem idade entre 18 e 21 anos, e aceita o perdão, mas o seu representante legal se
opõe, esse perdão não produz efeito algum;
Se o querelado não aceita o perdão o processo prossegue normalmente;
O querelante tem como matar a ação unilateralmente, é através da perempção;
A aceitação pode ser:
Perdão Parcial – é possível, cabe nas hipóteses de 2 ou mais crimes, onde o querelante perdoa sobre
um crime.
Perempção:
Perempção é a morte da ação;
É causa extintiva da punibilidade;
É uma sanção imposta ao querelante inerte, negligente;
Exceções:
1. Quando a vítima for pobre, miserável, é preciso representação da vítima;
2. Crime cometido por pais, padastro, tutor, curador – a ação é penal pública incondicionada;
3. Quando resultar morte ou lesão grave – a ação é penal pública incondicionada;
4. Estupro com Lesão leve – era de ação pública incondicionada por força da Súmula 608 do STF, mas
hoje, depois da Lei 9.099/95, é preciso representação da vítima.
Da Ação Penal nos Crimes Contra a Honra: Regra Geral – é de Ação Penal Privada;
Exceções:
1. Injúria Real com Lesão Corporal – é de Ação Penal Pública Incondicionada;
2. Crime contra a Honra do Presidente da República – é de Ação Penal Pública Condicionada a
Requisição do Ministro da Justiça;
3. Crime contra a honra de funcionário público em suas funções – o funcionário pode ou representar ou
apresentar queixa crime;
Renovação da Ação – se a peça for rejeitada, dependendo do fundamento dessa rejeição, pode a
ação ser intentada novamente. Ex.: extinção da punibilidade não permite a renovação da ação. Já a
falta de representação quando sanada, pode-se intentar uma nova ação.
Depois da sentença não se pode atacar a inépcia da denúncia/queixa, deve-se atacar diretamente a
sentença.
Para o concurso é adotada a posição do STJ, pois é ele quem dá a última palavra sobre matéria infra-
constitucional.
Se a vítima não pode executar a sentença, para receber a indenização deve entrar com Ação Civil.
Jurisdição e Competência: Jurisdição – é a função de dizer o direito.
Princípio da Unidade – a jurisdição é única em todo o país. Cada juiz julga nos limites de sua
competência.
Competência – é o poder de cada juiz de conhecer e julgar determinados litígios.
Princípio da Indeclinabilidade – o juiz não pode recusar a jurisdição. Se o juiz não acha
fundamento na lei, deve julgar por analogia, costumes, princípios gerais do direito, etc, mas não
pode deixar de julgar.
Princípio da Indelegabilidade – o juiz pode delegar atos processuais, mas não pode delegar a
função de julgar, de dirimir litígios.
Princípio da Improrrogabilidade – o juiz competente não pode invadir o âmbito jurisdicional
alheio.
Princípio do Juiz Natural – quer dizer juiz competente, ou seja, que o juiz é competente para o
caso, proibindo a criação do juízo ou tribunal de exceção.
Critérios de Competência:
1º Critério – Art. 70 do CPP – a competência é a do local da consumação do crime.
Com esse critério fixa-se o Foro (comarca) e não o juízo (vara).
Cheque sem Fundos – a competência é a do local onde se da a recusa do pagamento. Súmula 521
do STF.
Lei dos Juizados Especiais Criminais – a competência fixa-se pelo local do cometimento da
infração da conduta.
Crime Iniciado no Brasil e consumado fora do Brasil – a competência é a do local do último ato
de execução do crime no Brasil. Esse critério é relativo, sua inobservância gera nulidade relativa.
Crime cometido na divisa entre duas Comarcas – a competência se fixa pela prevenção, onde é
competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do crime.
Crime Continuado envolvendo várias comarcas – a competência se fixa por prevenção. O juízo
prevento pode avocar os demais processos. Se o juiz não avocar, a unificação das penas será feita
nos juízos das execuções.
Foro Optativo – está previsto no Art. 73 do CPP – só vale para ação penal exclusivamente privada
ou personalíssima, portanto, não valendo para a Subsidiária da Pública. O querelante pode optar
entre o local da consumação e o domicílio do réu.
3º Critério – Competência em Razão da Matéria – Natureza da Infração:
Esse critério fixa o juízo, a vara.
Justiça Militar Estadual – é competente para julgar somente os crimes militares cometidos por
militares. Jamais será competente para julgar um civil.
Crime cometido com viatura militar – se a vítima é civil, o julgamento é da competência da justiça
civil, já se a vítima é militar, a competência é da justiça militar.
Crime cometido por militar mas não descrito no CPM – a competência é da Justiça Comum.
Crime Doloso contra a vida de um civil praticado por um militar – a competência é da Justiça
Comum. Lei 9299/96.
Justiça Militar Federal – é competente para julgar crimes militares cometidos contra as forças
armadas. Não importa se o criminoso é civil ou militar.
Justiça Federal – é competente para julgar crimes cometidos contra a União ou contra suas
Autarquias.
Ex.: Crimes cometidos contra a Caixa Econômica Federal é da competência da Justiça Federal.
Crimes Políticos – definidos na Lei da Segurança Nacional. O recurso é direito para o STF.
Tribunal do Júri – é competente para julgar os crimes dolosos contra a vida e conexos.
5º Critério – Conexão ou Continência: Ocorre quando há um vínculo entre vários crimes ou entre
vários autores de crimes. A rigor, é critério de alteração de competência e não de fixação.
Qual é o Juízo ou Foro que tem força atraente ? Deve-se respeitar as seguintes regras:
1. Entre Justiça Comum e Tribunal do Júri – o Tribunal do Júri tem força atrativa.
2. Entre Jurisdições da mesma categoria – observa-se as seguintes sub-regras:
1. Local da Infração mais grave;
2. Maior Número de Infrações;
3. Prevenção no caso de crimes iguais.
1. Entre Jurisdição Comum e Jurisdição Especial – a Jurisdição Especial tem força atrativa.
Regras Especiais:
1. Crime cometido durante a função – nesse caso mesmo depois de cessada a função, continua a
prerrogativa de competência.
2. Crime cometido antes do início da função – quando o agente assume a função, altera-se a
competência por razão da prerrogativa de função, mas cessada essa função, o processo volta para a
sua origem.
3. Crime cometido depois da função – não tem foro por prerrogativa de função.
1. Vice-Presidente da República:
1. Crime Comum – STF
2. Crime de Responsabilidade: Senado Federal
1. Deputado Federal:
1. Crime Comum – STF
2. Crime de Responsabilidade: Casa respectiva a que pertence.
1. Senado Federal:
1. Crime Comum – STF
2. Crime de Responsabilidade: Casa respectiva a que pertence.
1. Ministro de Estado:
1. Crime Comum – STF
2. Crime de Responsabilidade: STF, salvo se for conexo com crime do Presidente da República, onde
será julgado no Senado Federal.
1. Ministro do STF:
1. Crime Comum – STF
2. Crime de Responsabilidade: Senado Federal.
1. Desembargadores: S.T.J.
1. Governador:
1. Crime comum – S.T.J.
2. Crime de Responsabilidade: depende da Constituição de cada Estado. Por exemplo, no Estado de
São Paulo é julgado por um Tribunal Especial formado por 15 membros, sendo 7 deputados + 7
desembargadores + 1 Presidente do Tribunal de Justiça.
1. Prefeitos:
1. Crime de Responsabilidade: Câmara Municipal;
2. Crime Contra a União: T.R.F. (tendência jurisprudencial);
3. Crime Eleitoral: T.R.E. (tendência jurisprudencial).
Nesse caso o Tribunal é quem julga exclusivamente a exceção da verdade, devido à prerrogativa da
função.
Toda instrução é feita no juízo de 1º grau, ou seja, as provas são colhidas em 1º grau.
Desse julgamento cabem duas hipóteses:
Outras Hipóteses:
1. Crime cometido fora do país.
O processo corre na capital onde o réu morava. Se este nunca morou no Brasil, é na capital da
República, ou seja, em Brasília.
1. Crime cometido a bordo de navio.
Foro competente – local onde o navio tocar após o cometimento do delito.
Se o navio for para o estrangeiro o foro competente será o do local onde por último o navio tocou.
1. Crime cometido a bordo de uma avião.
Foro competente – local onde o avião aterrizar após a infração penal.
Se o avião for para o estrangeiro o foro competente será o do local de onde o avião decolou vôo.
Questões Prejudiciais; É uma questão que surge no curso de um processo e deve ser julgada antes
da questão principal.
Características:
1. Anterioridade – a questão prejudicial deve ser julgada antes da questão principal;
2. Interdependência – a questão prejudicial influencia o reconhecimento da existência ou inexistência
do crime;
3. Autonomia – pode ser discutida independentemente do processo penal.
Classificação:
1. Questões Homogêneas e Questões Heterogêneas:
Questões homogêneas – quando versam sobre o mesmo ramo jurídico da questão principal. Ex.:
exceção da verdade.
Questões heterogêneas – quando versa sobre outro ramo jurídico distinto da questão principal. Ex.:
No crime de bigamia quando o réu invoca nulidade do primeiro casamento.
Questões não devolutivas – são obrigatoriamente julgadas pelo próprio juízo penal. Ex.: Exceção
da Verdade.
1. Questões devolutivas absolutas – são questões que obrigatoriamente devem ser remetidas ao juízo
civil (Art. 92 CPP). São as questões que versam sobre o estado civil das pessoas.
Se o juiz manda o processo para o civil, o processo penal fica suspenso, assim como a prescrição.
Mas o juiz colhe todas as provas do processo penal para que não haja prejuízo.
1. Questões devolutivas relativas – nestas questões o juízo penal pode remeter a causa ao juízo civil
(Art. 93 CPP). São questões civil diferentes do estado civil das pessoas. Ex.: Crime de furto em que
o réu alega ser o proprietário da coisa.
Se o juiz remeter a causa para o juízo civil, suspende o processo penal. O juiz fixa um prazo para a
suspensão do processo. Nesse prazo não corre a prescrição e o juiz pode colher as provas.
DAS EXCEÇÕES: É um meio de defesa eminentemente processual.
Há duas modalidades de Exceções:
1. Exceções Dilatórias – são exceções que visam prorrogar o processo. Divide-se em três modalidades:
1. Suspeição;
2. Incompetência;
3. Ilegitimidade de Parte.
1. Exceções Peremptórias – são exceções que visam o fim, o término do processo. São:
1. Litispendência; e
2. Coisa Julgada.
I – EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO:
Finalidade – visa afastar o juiz da causa, por suspeita de parcialidade. Também pode ser alegada
contra:
1. Promotor;
2. Peritos;
3. Intérpretes;
4. Jurados e
5. Funcionários da justiça.
As hipóteses de exceção de suspeição estão elencadas no Art. 254 do CPP, valendo para todas as
pessoas já mencionadas.
Procedimento:
1. Reconhecimento de ofício pelo juiz. O juiz nesse caso deve fundamentar e mandar os autos ao seu
substituto.
2. Argüição pelas partes em caso de não reconhecimento de ofício pelo juiz. A via jurídica é a exceção
de suspeição. A defesa deve argüi-la na defesa prévia. O Ministério Público deve argüi-la no
oferecimento da denúncia. O assistente do Ministério Público não pode argüir suspeição.
No Tribunal:
1. Pode-se rejeitar liminarmente a Suspeição;
2. Se é relevante, procede-se a exceção;
3. É possível ouvir testemunhas;
4. Julgamento:
1. Se o julgamento for por procedência – todos os atos presididos pelo juiz são nulos.
2. Se o julgamento for por improcedência – os autos voltam ao juiz e o processo segue normalmente.
Contra jurado a exceção é oral e o juiz decide na hora (Art. 106 CPP).
Cabe ao juiz:
1. autuá-la em apartado;
2. ouve-se o Ministério Público;
3. O juiz decide.
Se procedente, remete-se os autos ao juízo competente.
Se improcedente, prossegue-se o processo normalmente. Cabe a defesa entrar com Habeas Corpus
contra o juiz, em caso de discordância da improcedência.
EXCEÇÃO DE LITISPENDÊNCIA:
Fundamento – ninguém pode ser processado duas vezes pelas mesma razão.
Causas Idênticas – quanto têm o mesmo pedido, mesmas partes e mesma causa de pedir.
Momento – a litispendência nasce no instante em que existe a citação válida no 2º processo.
Entra-se com a exceção no juízo da ação repetida.
Procedimento – é o mesmo da incompetência do Juízo. Obs.: não tem prazo, pode ser invocada em
qualquer momento do processo.
Fundamento – ninguém pode ser condenado duas vezes pelo mesmo delito.
Exceção: somente em caso de extraterritorialidade da lei penal brasileira, onde o sujeito pode ser
condenado no exterior e no Brasil pelo mesmo delito.
Só existe coisa julgada quando as ações são idênticas, ou seja, tem o mesmo pedido, mesmas partes e
a mesma causa de pedir.
Se o réu for condenado duas vezes pelo mesmo fato a sentença válida é sempre a primeira, pois a
segunda sentença é nula.
Instrumento para se alegar Exceção de Coisa Julgada – somente através de Revisão Criminal ou
Habeas Corpus.
Se no Tribunal do Júri o réu for absolvido como autor do crime, pode ele ser processado como
partícipe ?
Resp.: Sim, pode, houve a coisa julgada, mas a causa de pedir nova é distinta da causa de pedir
anterior, pois antes é autor sendo que agora é partícipe.
CONFLITO DE JURISDIÇÃO – ART. 113 E S. CPP: Ocorre quando dois ou mais juizes ao
mesmo tempo julgam-se competentes, acontecendo aí o conflito positivo, ou quando se julgam
incompetentes, ocasionando o conflito negativo.
Objetivo – reconhecer e preservar o juízo natural.
Aspectos procedimentais
1. Pode ser suscitado pela parte, pelo Ministério Público ou pelo juiz de ofício;
2. Deve ser por escrito e fundamentado;
3. Se o conflito for positivo é autuado em apartado aos autos, e em caso de conflito negativo autua-se
dentro do mesmo processo;
O STF – julga conflitos entre tribunais superiores e conflitos entre tribunais superiores e outros
tribunais do país.
O laudo médico não vincula o juiz, sendo que para rejeitá-lo ele precisa fundamentar essa decisão.
Em caso de ficar comprovado que a inimputabilidade sobreveio depois do delito, o processo fica
suspenso até que o réu se restabeleça, correndo a prescrição normalmente.
Sujeito da Prova – são as pessoas responsáveis pela produção da prova. Ex.: vítimas, testemunhas,
peritos, etc.
Além da provas do CPP, podemos produzir outras provas. Ex.: filmagens, interceptações telefônicas,
etc.
Regra da Liberdade de Provas: Em princípio, toda e qualquer meio de prova é admitido, pelo
Princípio da Verdade Real.
Restrições:
1. Art. 207 do CPP – quem tem o dever de guardar segredo, não pode testemunhas. Ex.: advogado,
padre confessional, etc.
2. Art. 475 do CPP – só se pode ler documento em plenário, se juntado aos autos com no mínimo três
dias de antecedência;
3. Prova ilícita (viola uma regra de direito material) e prova ilegítima (viola uma regra de direito
processual).
A prova ilícita só pode ser utilizada se em favor do réu.
Princípio da Comunhão da Prova – a prova produzida por uma parte, pode ser utilizada por
qualquer parte.
Ônus da Prova – é a responsabilidade de provar. O ônus da prova cabe sempre a quem alega (Art.
156 do CPP).
O juiz pode determinar a produção de provas “ex officio”. É o Princípio da Inquisitividade.
Quesitos – na fase policial é formulado pela autoridade policial, no juízo é formulado pelo juiz e
pelas partes. (Art. 176)
Perito – só pode ser perito quem tem curso superior. O perito é um auxiliar do juiz. Há peritos
oficiais, que são os perito concursados e peritos não oficiais, que são os peritos não concursados.
Os peritos não concursados prestam compromisso todas às vezes que nomeados. Mas a falta de
compromisso é uma mera irregularidade.
O laudo pode ser feito em qualquer hora e qualquer dia, devendo sempre ser fundamentado.
O laudo principal às vezes é obscuro, omisso, onde o juiz pode determinar um laudo complementar
para que os peritos declarem sobre a omissão e a obscuridade.
Nas lesões corporais, às vezes, é necessário um laudo complementar para comprovar incapacidade
por mais de 30 dias. A falta do laudo complementar leva a caracterização de uma lesão leve.
Havendo divergência entre os dois peritos, o juiz nomeará um terceiro perito.
O laudo não vincula o juiz (Art. 182 do CPP).
Características do Interrogatório:
1. É ato personalíssimo;
2. É ato judicial (só o juiz que interroga);
3. É ato público (mas as partes não interferem (Art. 187));
4. Em regra, é um ato oral. Exceção: Mudo.
5. É um ato individual, ou seja, nenhum co-réu pode ser interrogado na presença do outro;
Direito ao Silêncio ou de Ficar Calado – é um direito do réu, o qual vem consagrado na própria
Constituição Federal . O silêncio do réu não significa confissão, não podendo por isso ser
interpretado em prejuízo dele. Está derrogado a última parte do Art. 186.
Características:
1. Ato personalíssimo;
2. Ato livre e espontâneo;
3. É retratável;
4. É divisível, ou seja, pode-se confessar um fato e negar outro.
Confissão ficta ou presumida: é aquela confissão que se dá quando o réu não contesta os fatos
narrados. Não é válida no processo penal, sendo aplicada somente no processo civil.
Confissão Delatória: ocorre quando o réu confessa, mas incrimina outras pessoas. É também
chamada de Chamamento de Cúmplice.
Declarações do Ofendido – vítima não é testemunha, não presta depoimento, presta declarações. Se
a vítima mente não responde por falso testemunho. O ofendido não presta compromisso. Se a vítima
for co-réu, é ela interrogada.
Características:
1. Judicialidade: quem ouve a testemunha é o juiz;
2. As partes tem direito a reperguntas;
3. Objetividade: a testemunha não pode fazer valoração pessoal;
4. Oralidade: em regra, o depoimento testemunhal é oral. Exceções: Mudo, Presidente da República
pode depor por escrito, etc.
5. Retrospectividade: a testemunha só depõe sobre fatos passados;
6. Individualidade: cada testemunha é ouvida separadamente das demais.
Podem ser testemunhas: qualquer pessoa, inclusive o menor, silvícolas, policiais, juizes,
promotores, etc.
Advogado que presenciou o crime é testemunha, não podendo ser contratado como advogado no
processo.
Curador do menor pode ser testemunha.
Deveres da Testemunha:
1. Dever de depor. Exceções:
1. Art. 207: quem tem o dever de guardar segredo não pode depor. Ex.: Advogado, padre, etc.
2. Art. 206: parentes do réu, salvo se não houverem outras testemunhas.
3. Parlamentares: não são obrigados a depor sobre fatos que tomam conhecimento no exercício da
profissão.
Quando se expede uma Carta Precatória é imprescindível a intimação das partes. Intima-se da
expedição. O juiz fixa o prazo de cumprimento da precatória. A expedição de precatória não
suspende o andamento do processo, mesmo que passado o prazo para o cumprimento dela.
O juiz pode sentenciar mesmo sem a precatória.
A falta de intimação é uma nulidade relativa, devendo a parte provar o prejuízo.
Quando uma testemunha regularmente intimada não comparece o juiz pode:
1. conduzir coercitivamente;
2. aplicar multa;
3. cominar o pagamento das diligências a ela;
4. processo por crime de desobediência.
Número de Testemunhas:
1. Crime punido com reclusão: 8 testemunhas;
2. Crime punido com detenção: 5 testemunhas;
3. Procedimento sumaríssimo: 3 testemunhas.
E caso de vários fatos, a acusação poderá arrolar até 8 testemunhas, assim como a defesa.
Em se tratando de vário réus, podem ser arroladas até 8 testemunhas por cada réu.
Momento da Arrolação
Acusação: devem as testemunhas ser arroladas na peça de acusação;
Defesa: devem ser arroladas na defesa prévia, sob pena de preclusão.
O juiz pode ouvir testemunhas não arroladas, as quais são chamadas de testemunhas do juízo.
Reinquirição – é possível.
Incidentes Possíveis
Retirada do réu da sala – Art. 217 – se dá quando o réu por sua atitude possa influenciar o ânimo
da testemunha.
VI – DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS:Reconhecer é identificar uma pessoa
ou coisa. O reconhecimento pode ser policial ou judicial.
Reconhecimento policial – Art. 226 e ss. – é válido se ratificado em juízo.
Reconhecimento judicial – tem valor relativo.
VII – DA ACAREAÇÃO: Acarear é confrontar, é colocar duas pessoas frente a frente, cara a cara,
para que esclareçam divergências relevantes.
É sempre entre duas pessoas. Qualquer pessoa pode ser acareada, desde que esteja incluída no
processo. A acareação em regra, se dá entre presentes, mas o Art. 230 permite a acareação entre
ausentes.
VIII – DOS DOCUMENTOS: São escritos, imagens ou sons que possam comprovar um fato.
Podem ser escritos (laudo pericial) ou não-escritos (filmagens, fotografias, gravações, etc).
Qual a diferença entre instrumento e documento em sentido estrito ?
Resp.: O instrumento é um documento que nasce com a finalidade de comprovar um fato. Ex.:
escritura pública, que nasce para comprovar um direito de propriedade. Documento em sentido
estrito é o documento que nasce sem a finalidade de comprovar qualquer fato, mas pode por ocasião
servir de prova em um processo. Ex.: uma carta particular.
Os documentos podem ser originais ou cópias, sendo que se forem cópias deverão obrigatoriamente
estarem autenticados.
Quem determina ?
Resp: Tanto a autoridade policial quanto a autoridade judicial.
Busca Domiciliar: É feita numa casa. O conceito de casa está no art. 150 do CP. Carro não é casa.
Estabelecimento comercial aberto ao público não é considerado casa.
Finalidade – é possível para prender pessoas ou apreender objetos de interesse criminal (Art. 240
CPP).
Em regra, documento em poder do advogado do réu não pode ser apreendido, salvo:
1. quando o documento é o corpo de delito do crime. Ex.: escritura falsa.
2. quando o advogado é participante do crime, deixando, portanto, de ser advogado.
A busca domiciliar necessita de mandado, ordem judicial. Não é preciso ordem judicial em dois
casos específicos:
1. prisão em flagrante; e
2. quando é o próprio juiz que faz a busca.
Delegado de polícia não pode dar essa ordem.
DOS SUJEITOS PROCESSUAIS: São as pessoas que participam do processo. Dividem-se em:
1. Sujeitos principais: são o juiz e as partes (acusador e acusado)
2. Sujeitos secundários: são os peritos, assistente do Ministério Público, etc.
DAS PARTES:
ACUSADOR:
Podem acusar no Brasil:
1. Ministério Público;
2. Ofendido;
3. Qualquer um do povo quando se tratar de crime de responsabilidade das altas autoridades do Brasil.
Ex: Presidente da República, Presidente do Congresso Nacional, etc.
DO DEFENSOR:
Todo acusado tem direito a um defensor (Art. 261).
O defensor é responsável pela defesa técnica do réu. O réu faz a autodefesa, mas nada o impede que
faça a autodefesa técnica, desde que seja advogado.
O defensor pode ser constituído ou dativo. Se for defensor constituído, em regra, necessita de
procuração nos autos, salvo quando o réu indicá-lo no interrogatório.
O defensor nomeado tem direito a honorários. Em regra, quem paga os honorários é o réu, mas em
caso deste ser pobre, quem para é o erário público.
Habilitação – A vítima para participar do processo precisa habilitar-se. A habilitação é cabível até o
trânsito em julgado. A vítima recebe o processo na fase em que se encontra. A habilitação é possível
desde o início do processo. Portanto, não é cabível a assistência durante o Inquérito Policial.
No caso da habilitação ser irregular ela não anula o processo, é um mero incidente.
Direito do Habilitado – o habilitado tem o direito de ser intimado de todos os atos processuais.
O assistente pode interpor recurso extraordinário e especial, mas somente nas hipóteses que pode
recorrer.
A prisão cautelar não é pena. Ela pode ser debitada da pena final.
A prisão cautelar tem finalidade instrumental. Já a prisão penal tem finalidade retributiva.
A prisão cautelar não conflita com a presunção de inocência, desde que o juiz fundamente a sua
necessidade.
1. Comunicação da prisão a:
1. família do preso ou pessoa por ele indicada;
2. ao juiz competente.
Esta comunicação deve ser imediata, ou seja, logo que possível. O juiz examina a legalidade do ato.
Sendo o ato ilegal, o juiz deve relaxar a prisão, sob pena de crime de responsabilidade.
Código Eleitoral – Art. 236 – dispõe uma restrição à prisão – desde 5 dias antes até 48 horas depois
da eleição não é possível a prisão de nenhum eleitor, salvo:
1. flagrante;
2. prisão decorrente de sentença por crime inafiançável.
PRISÃO POR MANDADO: É preciso exibir mandado na hora da prisão e o preso passa recibo.
Pode alguém ser preso sem a exibição de mandado ?
Resp.: Sim, é possível, desde que se trate de crime inafiançável.
Prisão fora da comarca – esta prisão só é possível por carta precatória, que pode ser expedida por
telefone, fax, computador, ou seja, qualquer meio de comunicação.
Uso da força na prisão – regra geral – não é possível o uso de força para efetuar a prisão. Exceções:
1. em caso de resistência;
2. em caso de tentativa de fuga.
uso da força deve ser moderado, somente o necessário.
Recolhimento à Prisão
Antes desse recolhimento o mandado deve ser exibido ao carcereiro.
Em qual estabelecimento penal cumpre-se a prisão cautelar ?
Resp.: Em cadeia pública. O preso provisório deve ficar separado do preso definitivo.
Onde não existe quartel ou presídio especial, o preso especial vai para uma cela especial ou a prisão
é transformada em prisão domiciliar.
Com o trânsito em julgado da sentença cessa-se a prisão especial.
O Presidente da República não pode ser preso cautelarmente.
Infrações de menor potencial ofensivo – é possível a captura, mas não se lavra o auto de prisão em
flagrante. Lavra-se o Termo Circunstanciado. Exceção: quando o autor do fato recusa o
compromisso de ir a juízo, lavra-se o auto de prisão em flagrante.
Em caso de ação privada e ação penal pública condicionada à representação também pode haver
prisão em flagrante, mas o recolhimento ao cárcere depende do consentimento da vítima. Neste caso,
se o autor do crime está preso, em caso do querelante querer mantê-lo preso, deve oferecer a queixa
em 5 dias. Este prazo não reduz o prazo decadencial de 6 meses.
1. Flagrante Presumido ou Ficto – se dá quando o agente é encontrado logo depois com arma ou
instrumentos do crime. O STF já decidiu que 2 horas é “logo depois”.
1. Flagrante Forjado – é o flagrante inventado. Ex.: um policial joga maconha no carro de uma pessoa
e o prende em flagrante.
Encerrado o auto de prisão em flagrante, em regra, o preso será recolhido ao cárcere. Exceções:
1. Fiança;
2. Direito de livrar-se solto;
3. Quando não resultar das respostas fundada suspeita contra o conduzido (Art. 304).
Nota de Culpa – é o documento escrito onde se apresenta o motivo da prisão. O preso deve
obrigatoriamente receber uma via dela. Deve ser expedida em até 24 horas. A falta da nota de culpa
torna a prisão ilegal e o juiz deve relaxá-la.
Recursos Cabíveis:
1. Se o juiz indeferir a prisão preventiva, cabe o Recurso em Sentido Estrito;
2. Se o juiz deferir a prisão preventiva, cabe o Habeas Corpus;
3. Se o juiz revoga a prisão preventiva, cabe o Recurso em Sentido Estrito; e
4. Se o juiz não revogar a prisão preventiva, cabe o Habeas Corpus.
Toda decisão que decreta a prisão preventiva e uma decisão rebus sic stantibus, ou seja, o juiz pode
decretar e revogar a preventiva quantas vezes for necessário (Art. 316, CPP).
A pessoa que se apresentar espontaneamente a policia pode ser presa espontaneamente, o que não
ocorre com o flagrante.
Duração – dura 5 dias, pode uma única prorrogação por igual período.
Nos crimes hediondos a duração da prisão temporária e de 30 dias, podendo ter também uma única
prorrogação, sendo o tempo máximo de 60 dias.
Direitos do Preso – o preso temporário tem o direito de ficar separado dos demais presos.
Em qualquer destas hipóteses a liberdade e vinculada, porque o réu e liberado sob condições, ou
seja, fica vinculado ao processo.
Recursos cabíveis:
1. Se o juiz defere a liberdade provisória e cabível o Recurso em Sentido Estrito;
2. Se o juiz indefere a liberdade provisória e cabível o Recurso em Sentido Estrito e Habeas Corpus;
3. Se o juiz relaxar o flagrante, e cabível o Recurso em Sentido Estrito;
4. Se o juiz não relaxar o flagrante, e cabível o Habeas Corpus.
Não confundir Liberdade Provisória com Fiança com Direito de Livrar-se Solto (Art. 321, CPP).
A fiança e um direito subjetivo do réu desde que presentes todos os requisitos legais.
Momento – a liberdade provisória com fiança pode ser concedida em qualquer momento, ate o
transito em julgado.
Se o réu for afiançado e não quebrar a fiança, tem ele o direito de apelar em liberdade.
Se o delegado não fixar a fiança, deve-se requerer ao juiz. Se o juiz não a fixar, cabe habeas corpus
contra o juiz.
O juiz não precisa ouvir o Ministério Publico para fixar a fiança.
Quando e cabível a fiança ?
O CP não diz quando e cabível, somente diz quando não e cabível.
Infrações inafiançáveis:
1. Hipóteses constitucionais
1. racismo;
2. tortura;
3. trafico de entorpecentes;
4. terrorismo;
5. crimes hediondos; e
6. ação de grupo armado contra o Estado Democrático.
1. Hipóteses legais
1. contravenção de aposta sobre corrida de cavalo;
2. crimes contra o sistema financeiro;
3. crimes contra a fauna;
4. vadiagem e mendicância;
5. crimes dolosos punidos com prisão, desde que reincidente;
6. crimes punidos com reclusão:
1. que cause clamor publico;
2. cometido com violência ou grave ameaça a pessoa;
3. cuja pena mínima seja superior a 2 anos. Concurso material deve-se somar as penas mínimas.
Sumula 81 do STJ.
Em todas estas hipóteses o juiz pode conceder liberdade provisória sem fiança.
Somente os crimes hediondos não admitem liberdade provisória de nenhuma espécie, tanto a com
fiança quanto a sem fiança.
1. Situações de inafiançabilidade
1. réu vadio;
2. réu que quebrou fiança antes;
3. prisão civil;
4. prisão administrativa;
5. réu sob sursis ou livramento condicional, salvo em crime culposo; e
6. quando presentes os requisitos da prisão preventiva.
Valor da Fiança
1. Crime ate 2 anos – de R$ 40,00 a R$ 204,00
2. Crime ate 4 anos – de R$ 204,00 a R$ 819,00
3. Crime mais de 4 anos – de R$ 819,00 a R$ 4.099,00
O juiz pode:
1. diminuir ate 2/3;
2. multiplicar ate 10.
Critérios:
1. natureza da infração;
2. situação econômica do réu;
3. antecedentes, personalidade, etc do réu.
Obrigações do afiançado
1. comparecer a todos os atos processuais;
2. não mudar de residência sem ordem do juiz;
3. não ausentar-se por mais de 8 dias da residência.
Se o réu descumprir uma das obrigações, ocorre a quebra da fiança. Quando se quebra a fiança,
perde-se metade do seu valor.
Principio da Unidade – no processo penal só existe uma citação. Não existe citação para a
execução. Exceção: execução da pena de multa, onde o réu e citado.
Principio da Personalidade – o réu deve ser citado na sua pessoa. Exceção: citação por edital.
1. réu louco – cita-se na pessoa do curador;
2. réu menor de 21 anos – e citado normalmente.
As notificações e as intimações são regidas, em geral, pelas mesmas regras das citações.
Peculiaridades
1. notificação de testemunha por edital – não é possível;
2. intimação do réu por edital – é possível. Ex.: o seu advogado constituído desiste do processo e o réu
é intimado para constituir novo advogado;
3. intimação do MP – deve sempre ser pessoal;
4. intimação do defensor dativo – sempre pessoal;
5. intimação do advogado constituído – é feita pela imprensa;
6. intimação por carta AR – é possível. Também é possível por qualquer outro meio idôneo;
7. intimação de testemunha por correio – é possível.
Audiência sem o réu preso – há nulidade relativa, ou seja, só se anula se ficar provado que houve
prejuízo para a defesa.
Citação Circunducta – esta espécie de citação não existe mais. O autor da ação tinha o dever de
provar que citou o réu. Se não conseguisse provar, a citação é chamada circunducta, ou seja, nula.
DO PROCESSO E DO PROCEDIMENTO:
Processo – é um conjunto de atos processuais que se sucedem visando a solução de um litígio.
Natureza jurídica do processo – é uma relação jurídica triangular. Pressupõe três sujeitos
processuais: autor, juiz e réu.
Características do Processo:
1. Público – tem aplicação do direito público;
2. Progressivo – o processo é marcha para frente, é avançar, ir para adiante;
3. Autônomo – independe do seu resultado, se procedente ou improcedente.
Pressupostos processuais:
1. Pressupostos de existência:
1. órgão jurisdicional – o pedido deve ser formulado a este órgão;
2. pedido – o juiz não age de ofício;
3. partes – autor e réu;
1. Pressupostos de validade:
1. imparcialidade do juiz;
2. inexistência de litispendência;
3. inexistência de coisa julgada.
1. Condições da Ação:
1. possibilidade jurídica do pedido;
2. legitimidade de partes;
3. interesse de agir.
Início do Processo – para o STF o processo se inicia com o recebimento da peça acusatória, mas na
verdade, o processo nasce com o oferecimento da peça acusatória.
PROCEDIMENTOS PENAIS
Classificação pelo CPP:
1. Comum – se divide em:
1. Solene (reclusão);
2. Soleníssimo (Tribunal do Júri).
Classificação doutrinária:
1. Crimes de competência originária dos Tribunais – Leis 8.038/90 e 8.658/93
2. Crimes de competência não originária dos Tribunais.
Para estes crimes, existe o procedimento comum e vários procedimento especiais, tais como:
Tóxicos, Lei de Imprensa, Júri, Eleitoral, Militar, etc.
Para estes crimes, existe o procedimento comum e vários procedimentos especiais, tais como: Art.
16, Tóxicos; Lei de Imprensa, Júri (infanticídio); etc.
Das contravenções
São infrações de menor potencial ofensivo e por isso regidas pela Lei dos Juizados Especiais. Para
estas cabem a Transação Penal, Suspensão do Processo e na rejeição de qualquer um desses dois
institutos, segue-se o Procedimento Sumaríssimo.
Competência:
Regra Geral – julga os crimes dolosos contra à vida, tentados ou consumados, omissivos ou
comissivos.
Exceções (não vão a júri):
1. Latrocínio – Súmula 603 do STF – Justiça Comum;
2. Militar que mata militar – Justiça Militar;
3. Competência originária dos Tribunais.
Desafora-se o julgamento para a comarca mais próxima onde será possível um julgamento justo.
Reaforamento – há duas correntes. Uma que sim e outra que não admite. Em São Paulo não é
possível, porque o regimento interno do Tribunal de Justiça não o permite.
O serviço do júri é obrigatório, salvo para o maior de 60 anos e para as pessoas elencadas no Art.
436 do CPP.
Recusa do Júri – pode haver a recusa do júri, porém se for por motivo político, filosófico ou
religioso, o CPP prevê a perda dos direitos políticos (Art. 435, CPP).
Hoje este artigo é inaplicável, porque a CF diz que antes do sujeito perder os direitos políticos, deve
ele prestar um serviço social alternativo, nos termos da lei. O que ocorre é que até hoje não existe lei
disciplinando os serviços sociais alternativos.
Direitos do Jurado
1. prisão especial;
2. não podem ter prejuízo nos seus vencimentos;
3. preferência nas concorrências públicas.
Para conquistar esses direitos, é preciso participação efetiva e concreta no julgamento, atuando no
conselho de sentença.
PROCEDIMENTO DO JÚRI
O julgamento pelo Tribunal do Júri é bifásico ou escalonado. É composto por duas fases:
1. Fase de formação da culpa ou juditio acusationes;
2. Fase de acusação ou juditio causae.
Juditio Acusationes:
1. Denúncia ou queixa;
2. Citação;
3. Interrogatório;
4. Defesa prévia;
5. Oitiva das testemunhas de acusação;
6. Oitiva das testemunhas de defesa;
7. Alegações finais (Art. 406, CPP);
8. Diligências (Art. 407, CPP);
9. Decisão do juiz
IMPRONÚNCIA: Ocorre quando não há prova do crime ou não há indícios de autoria (Art. 409,
CPP). O processo pode ser reaberto quando surgirem novas provas. Limite: até a prescrição.
Efeitos – se o réu estiver preso, deve ser solto imediatamente.
Recurso Cabível – Recurso em Sentido Estrito.
PRONÚNCIA – ART 408, CPP: Pronuncia quando há prova do crime e pelo menos indícios de
autoria. Na dúvida, deve-se pronunciar. Há um juízo de deliberação, porque não se julga o mérito.
A pronúncia é uma decisão, mas a doutrina diz que é uma sentença. O juiz deve usar uma linguagem
simples e imparcial, para não influenciar os jurados. Havendo excesso, a pronúncia é nula e deve ser
desentranhada dos autos.
É indispensável a classificação do crime na pronúncia. O juiz pode dar classificação diversa da que
consta da denúncia ou queixa. As qualificadoras também devem constar, só podendo ser afastadas
quando impertinentes. Também devem constar da pronúncia, as causas de aumento de pena. As
agravantes e as atenuantes não devem constar da pronúncia. Em caso de crime conexo, este também
vai a júri.
Efeitos da pronúncia:
1. o caso vai a júri;
2. limita o libelo;
3. interrompe a prescrição;
4. prisão do réu, salvo se primário e de bons antecedentes.
Após a pronúncia, deve haver a intimação das partes. Se o crime for inafiançável a intimação do réu
deve ser pessoal (Art. 413, CPP). Se o réu não for encontrado, o processo fica paralisado, correndo
normalmente a prescrição.
O Art. 416, CPP prevê a aplicação do Princípio da Imodificabilidade da Pronúncia – a pronúncia não
pode ser modificada, salvo por fato superveniente que altere a classificação do crime. Ex.: morte
superveniente da vítima. Neste caso, o juiz promove nova pronúncia, substituindo a antiga.
Características do Libelo:
1. O libelo não é bifronte. É único e dirigido ao Juiz Presidente do Tribunal do Júri e aos Jurados.
2. Não pode fugir da pronúncia.
3. É feito de modo articulado.
4. É fonte dos quesitos.
5. É uma peça obrigatória.
6. É individualizado, ou seja, havendo vários réus, deverá haver um libelo para cada um e havendo
vários crimes, haverá uma série para cada crime.
Contrariedade ao Libelo – é uma peça da defesa. O réu poderá contrariar o libelo. Só é importante
para arrolar testemunhas.
Preparação do Julgamento:
1. diligências determinadas pelo juiz, se houver;
2. despacho saneador, onde o juiz marcará o dia para o julgamento;
3. sorteio de 21 jurados;
4. convocação dos jurados;
5. intimação das partes e das testemunhas;
6. publicação da lista dos processos – o preso tem preferência no julgamento. O preso mais antigo
prefere o preso mais novo, no julgamento.
CRIME FALIMENTAR: Arts. 503 e segs. do CPP e Arts. 103 e segs. da Lei de Falências:
Estes crimes também têm procedimento especial. É bifásico, sendo a primeira fase composta pelo
Inquérito Judicial e a segunda fase pelo processo propriamente dito.
DO INQUÉRITO JUDICIAL: O inquérito judicial é presidido por juiz de direito. É o próprio juiz
da falência que preside o inquérito.
É inquisitivo, embora seja presidido por juiz.
As irregularidades do Inquérito Judicial não afetam a ação penal.
É ele indispensável. Inicia-se com o relatório do síndico, ou a pedido do síndico ou a pedido de um
credor habilitado.
Tem como finalidade apurar eventual prática de crime falimentar.
Defesa: o falido tem o direito de defesa neste inquérito, mas ele não é contraditório, pois a defesa é
facultativa e não obrigatória. Não há necessidade de advogado. O prazo da defesa é de 5 dias,
contados da abertura do inquérito judicial.
Concluído o inquérito, os autos vão para o Ministério Público, que pode requerer o apensamento do
inquérito ou oferecer denúncia. Apensamento é o mesmo que arquivamento, e pode ser requerido
quando não há provas de crime ou indícios de autoria. Se o juiz discordar deste pedido, aplica-se
subsidiariamente o Art. 28 do CPP.
O promotor denuncia quando houver ao menos provas do crime e pelo menos indícios de autoria.
Se o promotor se manter inerte, cabe Ação Penal Privada Subsidiária, promovida pelo Síndico ou
por qualquer credor habilitado.
Obs.: esse processo não pode ser iniciado sem a sentença declaratória da falência. É uma condição
de procedibilidade (Art. 507, CPP).
Nulidade da Sentença de Falência – não poderá ser argüida na vara criminal (Art. 511, CPP).
Extinção das Obrigações do Falido – mesmo que o falido tenha pago todos os credores, o processo
criminal continua, não sendo extinto.
Peculiaridades – o funcionário tem direito de defesa preliminar, que deverá ser feita antes do
recebimento da denúncia.
Prazo: a defesa preliminar deverá ser apresentada em 15 dias.
Se o réu não for encontrado, é nomeado um defensor dativo para efetuar a defesa preliminar.
Só se aplica para os crimes afiançáveis.
Exceção: excesso de exação. O art. 514 do CPP não se aplica se o acusado já não é funcionário na
época do processo.
Ao particular que é co-autor ou partícipe não se aplica o Art. 514 do CPP.
Se houver descumprimento do Art. 514, é uma causa de nulidade relativa. Cabe, neste caso,
correição parcial contra o juiz.
Recebida a denúncia, segue-se o procedimento ordinário dos crimes punidos com reclusão.
Peculiaridade – Art. 520, que prevê uma audiência de reconciliação entre o querelante e o
querelado. Só existe em caso de ação penal privada.
Havendo acordo, diz o Art. 522, que estará extinto o processo.
Não havendo acordo, é preciso verificar a possibilidade da Suspensão Condicional do Processo.
Cabe suspensão em ação penal privada.
A proposta deve ser feita pelo querelante. Se ele não fizer, o querelado pode requerer, o juiz pode
conceder, e o querelado pode recorrer, em apelação.
Não havendo conciliação ou suspensão, cabe ao juiz receber ou rejeitar a acusação.
Se receber a acusação, segue-se o procedimento ordinários dos crimes punidos com reclusão.
A defesa pode invocar exceção da verdade. Momento: só poderá ser invocada na defesa prévia.
Processamento da exceção da verdade: o juiz a recebe e intima o querelante para contestar. Prazo: 2
dias.
Depois disso, segue-se o procedimento ordinário dos crimes punidos com reclusão.
O juiz julga a exceção da verdade na sentença final. A exceção da verdade é julgada primeiro. É uma
questão prejudicial homogênea, ou seja, do mesmo ramo jurídico.
Procedimento:
Segue-se o rito das notificações do Código de Processo Civil.
O juiz marca um prazo para o requerido dar as explicações. Esse prazo geralmente é de 5 dias. O
requerido dá as explicações se quiser.
O juiz não decide nada. Ao final, ele manda entregar os autos ao requerente. Este pedido de
explicações exige a presença de advogado.
A inversão de procedimento causa nulidade ? Por exemplo, em caso de crime punido com reclusão é
adotado o rito da detenção.
Resp.: Sim, anula o processo, pois houve cerceamento da defesa. Já se o crime for punido com
detenção e é adotado o rito da reclusão, não se anula o processo, pois não houve cerceamento da
defesa.
DA SENTENÇA:
Como podem ser os atos jurisdicionais ?
Resp.: Podem ser de duas ordens:
Despachos;
Decisões.
Despacho – é o ato de movimentação do processo. Cabe recurso dos despachos ? Em regra não, são
irrecorríveis, mas quando ele for tulmutuário (causar tumulto), cabe Correição Parcial.
1. Decisão interlocutória simples – é a decisão que não encerra o processo. Exemplo, quando o juiz
decreta ou revoga a prisão preventiva.
2. Decisão interlocutória mista – estas decisões podem ser terminativas ou não terminativas:
b1. Terminativas – é a decisão que extingue o processo, sem julgamento do mérito. Exemplo.:
quando o juiz acolhe uma exceção de coisa julgada.
b2. Não terminativas – é a decisão que encerra uma fase do procedimento, mas não extingue o
processo. Exemplo clássico é a pronúncia.
1. Definitivas – o nome técnico das decisões definitivas é sentença. É a decisão que julga o mérito da
causa. Existem dois tipos de decisões definitivas:
1. Condenatória – ocorre quando o juiz condena o réu.
2. Absolutória – ocorre quando o juiz absolve o réu.
3. Sentença em Sentido Estrito – ocorre quando o juiz julga extinta a punibilidade, porém não
condena e não absolve o réu. Exemplo é a extinção do processo pela morte, pela prescrição.
Diferença entre sentença e acórdão: A sentença é a decisão proferida por um juiz monocrático. O
acórdão é a decisão proferida por um órgão colegiado.
O que é arresto ?
Resp.: É o acórdão que já transitou em julgado.
Sentença subjetivamente complexa – é a decisão do Tribunal do Júri, pois entra a vontade dos
jurados e a decisão do juiz.
Aplica-se integralmente na ação privada. Se o querelante se negar a aditar a queixa, o juiz deverá
julgar pelo fato narrado.
A mutatio libelli não é aplicada em 2º grau. É o que dispõe a Súmula 453 do STF.
Exceção: quando tratar-se de competência originária do Tribunal.
O STF acaba de decidir que se os embargos declaratórios visarem a modificar a sentença, deve-se
ouvir a parte contrária. Deve-se respeitar o contraditório.
DA COISA JULGADA:
A coisa julgada ocorre quando a sentença se torna irrecorrível. Há duas espécies de coisa julgada:
1. Coisa julgada formal – impede que o juízo do caso reexamine a sentença;
2. Coisa julgada material – impede que qualquer outro juízo reexamine a causa.
A coisa julgada no processo penal não é absoluta, ou seja, pode ser desfeita através da revisão
criminal ou através do habeas corpus, em caso de nulidades.
A revisão criminal só existe no Brasil, e é um instituto pró réu.
Depois de julgada a revisão, fala-se em coisa soberanamente julgada.
Observações:
1. A sentença que julga extinta a punibilidade com base em Certidão de óbito falsa, não é válida,
conforme a jurisprudência do STF. Para a doutrina, deve-se respeitar a coisa julgada, portanto, a
sentença é válida.
2. Exemplo: no Júri, um réu foi processado como executor, foi pronunciado como executor, e no
julgamento foi absolvido, porque se descobriu que ele é partícipe. Sendo absolvido como executor,
ele poderá ser processado como partícipe Resp: Sim, poderá ser processado como partícipe, pois a
causa de pedir antes era executor e agora é partícipe.
DAS NULIDADES:
Natureza Jurídica – é uma sanção processual.
Objeto – uma nulidade pode recair sobre um ato, procedimento ou sobre o processo inteiro.
A doutrina distingue ato nulo de ato inexistente. O ato nulo precisa ser declarado judicialmente nulo.
O Ato inexistente não precisa ser declarado judicialmente inexistente. Ex.: sentença sem
fundamentação é ato nulo. Já, sentença proferida por pessoa que não o juiz, é um ato inexistente.
Diferença entre ato nulo e Ato irregular: O Ato irregular possui um vício, um defeito, mas produz
eficácia. Ex.: denúncia fora do prazo, sentença fora do prazo.
Diferença entre Nulidade Absoluta e Nulidade Relativa:A nulidade absoluta é irreversível, não se
convalidando. Ela produz um ato nulo, onde o prejuízo é presumido. Ex.: sentença sem fundamento,
processo sem defensor, etc.
A nulidade relativa é reversível, isto é, admite convalescimento, ou seja, é sanável. Produz um ato
anulável. O prejuízo não é presumido, ou seja, necessita ser comprovado. Ex.: falta de curador no
interrogatório do menor.
As nulidades do Art. 564, III, são absolutas, salvo as indicadas no Art. 572 do CPP.
DOS RECURSOS: É um meio jurídico de se provocar o reexame de decisão que não transitou em
julgado. Após o trânsito em julgado cabe ações de impugnação. Exemplo: Revisão Criminal.
O recurso para as partes é um ônus processual, portanto, não interposto, dá-se a preclusão. O
defensor dativo pode apelar. É facultativo.
Princípio da Voluntariedade – os recursos são voluntários. É dizer: a parte entra com recurso se
quiser.
Parte da doutrina fala em recurso necessário, que é aquele recurso ex officio. Tecnicamente não é
recurso, é caso de duplo grau de jurisdição obrigatório. Hipóteses:
1. concessão de habeas corpus;
2. absolvição sumária no júri;
3. concessão de reabilitação;
4. etc.
Súmula 423 do STF – sem o duplo grau, a decisão não transita em julgado.
O recurso ex officio, mesmo com a CF/88, ainda subsiste.
Pressupostos e Princípios Recursais:
1. Previsão legal do recurso – é o princípio da tipicidade ou da taxatividade dos recursos. Os recursos
devem estar previstos em lei.
2. Recurso adequado – deve-se escolher o recurso certo. Se o recurso for inadequado, mas havendo
boa fé, ele é recebido. É o chamado Princípio da Fungibilidade dos Recursos. Só é admitido se o
recurso equivocado for interposto no prazo para o recurso certo. Em caso de erro grosseiro, não se
admite a fungibilidade. Exemplo: entrar com recurso extraordinário para o TACrim. Em caso de
endereçamento equivocado, não haverá nulidade. O recurso é admitido pelo Princípio da Conversão.
Vigora também o Princípio da Unirrecorribilidade, ou seja, em princípio, só cabe um recurso para
cada decisão. Exceções: Protesto por Novo Júri e Apelação; Recurso Extraordinário e Recurso
Especial.
3. Tempestividade – o recurso deve ser interposto dentro do prazo legal. Não sendo interposto, ocorre
a preclusão.
Observação: havendo dúvida sobre a tempestividade, admite-se o recurso. Os prazos são contínuos
e peremptórios, ou seja, não se interrompem nas férias, sábados, domingos ou feriados.
Se o prazo terminar em um domingo, prorroga-se o prazo para o primeiro dia útil subsequente.
A contagem começa a partir da intimação.
Quando haver intimação por carta precatória, o prazo conta-se da juntada dela aos autos.
O prazo processual é contado desprezando-se o dia do começo.
Se a intimação for feita na sexta-feira, o prazo começa no primeiro dia útil subseqüente. É o que
dispõe a Súmula 310 do STF.
O importante é protocolar o recurso no prazo. O recebimento não importa. Súmula 428 do STF.
O prazo conta-se em dobro para o defensor público. A jurisprudência diz que o prazo também conta-
se em dobro para o defensor nomeado.
Regra Geral
Se o defensor desiste é preciso também ouvir o réu.
Se o acusado desiste, é preciso formalizar a desistência perante o juiz.
Divergência entre réu e advogado, prevalece a vontade de quem quer recorrer.
EFEITOS DOS RECURSOS:
1. Evita a coisa julgada;
2. Efeito Devolutivo – todo recurso devolve ao órgão recursal o reexame da decisão. Esta devolução
pode ser total ou parcial, dependendo do recurso;
3. Efeito Suspensivo. Regras:
1. Recurso em Sentido Estrito – em regra, não tem efeito suspensivo. Exceção: Art. 584 do CPP;
2. Apelação – em regra em efeito suspensivo;
3. Recurso Extraordinário, Especial e Recurso em Sentença Absolutória – não tem efeito suspensivo.
1. Efeito extensivo – o recurso só aproveita ao réu que recorreu. Rege o Princípio da Personalidade.
Exceção: Art. 580 – a decisão no recurso interposto por um réu estende-se ao outro co-réu, salvo se a
decisão for fundada em motivos pessoais.
Competência do TACrim
1. Todas as infrações não punidas com reclusão;
2. Todos os crimes patrimoniais.
Recursos ao STJ
1. Ordinário – somente quando houver habeas corpus denegado;
2. Especial – ver capítulo posterior.
Recursos ao STF
1. Extraordinário –
2. Ordinário: somente quando o habeas corpus é denegado em decisão única nos Tribunais Superiores e
Crimes Políticos.
Recurso de fundamentação Livre – é o caso da apelação, porque nela pode-se discutir qualquer
hipótese.
Prazo – deve ser interposto no prazo de 5 dias. Exceção: Art. 581, XIV, que tem o prazo de 20 dias.
Em regra, se processa em instrumento (autuação apartada). Excepcionalmente sobre nos autos
principais (Art. 583 do CPP).
Aspectos Procedimentais
1. O escrivão forma o instrumento. Ele copia as principais peças dos autos.
2. É motivado. Tem o prazo de 2 dias para oferecer razões e 2 dias para as contra-razões. Não cabe
contra-razões em 2º grau.
O juiz pode sustentar ou reformar a decisão. Se reformar, cabe novo recurso pela parte prejudicada.
Hipóteses de Cabimento:
1. quando o juiz não recebe a denúncia ou queixa. Se recebe, em tese cabe Habeas Corpus. A Lei de
Imprensa determina que se o juiz rejeitar a denúncia ou queixa, cabe apelação. Em caso de rejeição
parcial cabe recurso em sentido estrito.
2. quando o juiz se dá por incompetente. Quando o juiz se dá por competente não cabe recurso
nenhum.
3. quando o juiz julga procedente as exceções, salvo a de suspeição.
4. quando o juiz pronuncia ou impronúncia o réu. Em caso de absolvição sumária cabe recurso em
sentido estrito e recurso ex officio. Se o juiz desclassificar o crime, também é cabível o recurso em
sentido estrito.
5. quando o juiz profere qualquer decisão relacionada a fiança.
6. quando o juiz indefere prisão preventiva. Se defere, cabe Habeas Corpus.
7. quando o juiz concede liberdade provisória. Se o juiz indefere a liberdade provisória cabe habeas
corpus.
8. quando o juiz julgar extinta a punibilidade ou indeferir o pedido de extinção da punibilidade.
9. quando o juiz concede ou denega o habeas corpus. Da concessão de habeas corpus cabe recurso ex
officio.
10. quando o juiz anula o processo.
11. quando deserta a apelação.
12. quando o juiz suspende o processo.
13. do julgamento do incidente de falsidade.
Todas as hipóteses do Art. 581 que se relacionam com execução penal cabe o agravo em execução
previsto na LEP.
APELAÇÃO: Art. 593 do CPP: A apelação permite o reexame da matéria fática e jurídica.
Prazo – 5 dias.
Quando é cabível ?
Resp: Art. 593, CPP – está prevista no CPP e também em leis especiais.
Apelação contra decisão do Tribunal do Júri: É uma apelação com fundamentação vinculada,
porque só cabe nas hipóteses estritamente previstas em lei.
Hipótese de cabimento:
1. quando houver nulidade posterior à pronúncia;
2. quando a sentença do juiz for contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;
3. quando houver erro ou injustiça na aplicação da pena;
4. quando a decisão dos jurados for manifestamente contrária às provas dos autos. Sob esse
fundamento só é possível uma única apelação, seja por parte do réu, seja por parte do MP ou vítima.
Nas três primeiras hipóteses, se o Tribunal der provimento ao recurso, rescinde a decisão, isto é, o
acórdão substitui a decisão.
Na quarta e última hipótese, se o Tribunal der provimento ao recurso, ele cassa a decisão anterior e
determina novo julgamento. O Tribunal não pode substituir a decisão dos jurados. Se no segundo
julgamento os jurados mantiverem a decisão, respeita-se a soberania dos veredictos.
Princípio da Consunção – Art. 593, § 4º, CPP – quando for cabível a apelação, não cabe o recurso
em sentido estrito.
Em caso de ação pública, pode a vítima apelar ?
Resp.: Excepcionalmente sim (Art. 598, CPP). Não importa se a vítima está habilitada ou não. É
uma apelação supletiva ou subsidiária, que significa que a vítima só pode apelar se o MP não
apelou.
Se o MP apelar apenas de uma parte da sentença, a vítima pode apelar quando a outra parte.
Aspectos Procedimentais:
1. O recurso é dirigido ao Tribunal, mas o juízo a quo faz o juízo de admissibilidade. SE o juiz não
receber a apelação cabe recurso em sentido estrito. Se o juiz também não receber o recurso em
sentido estrito, cabe carta testemunhável.
2. É um recurso motivado, ou seja, deve vir acompanhado de razões e contra-razões. Prazo – as razões
e contra-razões devem ser apresentadas em 8 dias. Nas contravenções o prazo é de 3 dias. Se as
razões e contra-razões forem apresentadas fora do prazo, é mera irregularidade, pois com ou sem
razões o recurso sobe para o Tribunal (Art. 601, CPP).
Apelação em 2º Grau: Em 2º grau existe a apelação ordinária (Art. 613, CPP) e a apelação sumária.
Apelação Ordinária – vale para os crimes punidos com reclusão. Ordem procedimental:
1. sorteio do relator;
2. vistas ao MP;
3. vistas ao relator;
4. vistas ao revisor;
5. julgamento.
Apelação Sumária – não existe revisor. Vale para os demais crimes, ou seja, para as infrações que
não sejam punidas com reclusão.
Efeitos da Apelação:
1. Efeito devolutivo – a apelação devolve ao Tribunal o conhecimento da matéria. Pode ser uma
devolução total ou parcial, surgindo a apelação plena e a apelação parcial (Art. 599, CPP);
2. Efeito Suspensivo – se a sentença for absolutória não tem efeito suspensivo. Se a sentença for
condenatória, a apelação tem efeito suspensivo, salvo no que se refere à prisão, ou seja, se o juiz
mandar prender o réu, deve-se prender o réu;
A regra é o recolhimento do réu a prisão para poder apelar.
Exceção: quando o réu tem o direito de livrar-se solto; quando presta fiança; quando for primário e
de bons antecedentes.
Reformatio In Pejus – Art. 617, CPP – quando a apelação é exclusiva do réu, o Tribunal não pode
agravar a sua situação.
Reformatio in pejus indireta – anulada uma sentença condenatória em recurso exclusivo do réu,
pode o juiz fixar pena maior ?
Não, não pode. Se pudesse o réu estaria sendo prejudicado por um recurso dele.
Da Reformatio in Mellius –
DO PROTESTO POR NOVO JÚRI: Arts. 607 e 608 do CPP: É o pedido de novo julgamento.
Hipótese de Cabimento – cabe quando a pena por um crime for igual ou superior a 20 anos.
Tratando-se de concurso material de crimes, as penas não podem ser somadas para pedir Protesto
Por Novo Júri.
Se a pena atingir 20 anos por força de concurso formal ou crime continuado, é cabível este recurso.
Não importa se a pena for fixada em 1º ou 2º grau.
Está revogado o § 1º do Art. 607 do CPP.
Características:
1. é recurso exclusivo da defesa;
2. prazo – 5 dias, contados do julgamento;
3. é um recurso dirigido ao juiz Presidente do Tribunal do Júri;
4. não possui razões;
5. só é cabível uma única vez;
6. efeito – cassa o julgamento anterior e permite novo julgamento.
Se o juiz não recebe o Protesto Por Novo Júri, cabe Carta Testemunhável.
Em caso de crime conexo, às vezes cabe Apelação e Protesto Por Novo Júri. Nesta hipótese, a
apelação aguarda o novo julgamento.
Caso o Ministério Público tenha concordado com a pena anterior, o juiz no novo julgamento não
poderá fixar pena maior, desde que este julgamento seja idêntico ao anterior.
O jurado que participou do julgamento anterior não pode participar do novo julgamento (Súmula 206
do STF).
Hipóteses de Cabimento:
1. Somente contra decisão de 2ª Instância;
2. Decisão proferida em Apelação, Recurso em Sentido Estrito ou Agravo em Execução. Não cabe
embargos em decisão que julga revisão criminal;
3. Decisão não unânime;
4. Desfavorável ao réu;
5. Um voto vencido em favor do réu.
Características
1. é um recurso exclusivo do réu. Tanto o réu quanto o seu defensor podem interpô-lo;
2. prazo – 10 dias, contados da publicação do acórdão;
3. o recurso deve vir acompanhado das razões;
4. competência para julgamento – toda Câmara to TACrim é composta por 5 juizes. É julgado pela
mesma Câmara;
5. permite a retratação;
6. havendo empate, prevalece a decisão mais favorável ao réu;
7. tem efeito suspensivo;
8. não confundir embargos infringentes com embargos divergentes. Estes só existem em Brasília, só
cabem no STJ e STF, quando a decisão de uma Turma diverge da outra ou do Plenário.
Aspectos Procedimentais:
É um recurso dirigido ao escrivão ou diretor do cartório.
Prazo – 48 horas (conta-se minuto a minuto). Na prática, conta-se 2 dias.
Não tem efeito suspensivo (Art. 646, CPP).
O escrivão elabora um instrumento. Em seguida vem as razões e as contra-razões. Ato seguinte, os
autos vão ao juiz, que pode retratar-se. Se não se retratar, o recurso sobe ao Tribunal.
Se a carta estiver bem instruída, o Tribunal pode julgar a Carta Testemunhável e o Recurso que
estava paralisado (Art. 644, CPP).
DA CORREIÇÃO PARCIAL:
Corrigente – é quem entra com a correição parcial.
Corrigido – é o juiz contra qual se entra com a correição parcial.
É um recurso. No Estado de São Paulo, está previsto no Código Judiciário de São Paulo. O STF já
disse que é constitucional.
Hipóteses de Cabimento: cabe contra decisão do juiz que implica inversão tumultuária.
Hipóteses de Cabimento: estão elencadas no Art. 102 da CF. Cabe Recurso Extraordinário:
1. quando a decisão contraria a Constituição Federal;
2. quando a decisão declara a inconstitucionalidade de Tratado ou Lei Federal;
3. quando a decisão julgar válida a Lei ou Ato de Governo Municipal ou Estadual Local que conflita
com a CF.
Cabe Recurso Extraordinário contra decisão de 1º grau ?
Resp.: É possível. Cabe contra as Turmas Recursais dos Juizados.
Qualquer parte pode interpor Recurso Extraordinário, inclusive o assistente do MP pode, mas
somente nas hipóteses em que ele pode recorrer (Súmula 210 do STF).
Prazo – 15 dias.
Hipóteses de Cabimento – Art. 105 da CF. Só cabe contra decisões de Tribunais. Não cabe contra
decisões de Turmas Recursais. É cabível:
1. quando a decisão contraria Tratado ou Lei Federal ou nega-lhes vigência;
2. quando a decisão julga válida Lei ou Ato de Governo Local que contraria Lei Federal;
3. quando houver divergência jurisprudencial entre Tribunais diferentes (Súmula 13 do STJ).
A decisão no Recurso Especial não requer maioria absoluta, basta maioria simples (decisão de
Setembro de 1997). O STF disse que o Art. 181 do Regimento Interno do STJ é inconstitucional
porque previa maioria absoluta.
Quando cabíveis Recurso Extraordinário e Recurso Especial, devem ser interpostos em petições
diferentes. O Recurso Especial é julgado em primeiro lugar, salvo se o Recurso Extraordinário for
prejudicial.
DA REVISÃO CRIMINAL: É uma ação que permite rever uma sentença que já transitou em
julgado. Ela desfaz a coisa julgada.
Quem é o réu na revisão criminal ?
Resp.: A revisão criminal não tem réu, porque é uma ação impugnativa de uma decisão
precedente.
Pressupostos –
1. existência de sentença condenatória. A sentença absolutória imprópria também admite, pois fixa
Medida de Segurança. Não importa a infração cometida e nem o procedimento. Não cabe revisão
criminal contra sentença absolutória própria e nem contra decisão do juiz das execuções. Também
não cabe contra decisão que concede perdão judicial e decisão de pronúncia.
2. trânsito em julgado.
Se ocorrer a prescrição da pretensão punitiva não é mais possível entrar com revisão criminal,
porque não existe sentença condenatória.
É cabível a revisão criminal antes, durante e depois do cumprimento da pena. Também cabe revisão
criminal pro vivo e pro morto. Só existe revisão criminal pro réu.
É um pedido dirigido ao Presidente do Tribunal competente. Jamais um juiz de 1º grau julgará uma
revisão criminal, mesmo na hipótese de condenação pelos juizados.
O autor da ação de revisão criminal que a teve por indeferida, pode reiterar seu pedido, desde que
haja novas provas ou invoque novo fundamento.
Competência:
1. STF e STJ – são competentes para julgar a revisão de suas próprias condenações;
2. TRF – é competente para julgar a revisão de suas próprias condenações e das condenações dos juizes
federais;
3. TJ – é competente para julgar a revisão de suas próprias condenações e das condenações dos juizes
de 1º grau, que são da sua competência recursal;
4. TACrim – é competente para julgar a revisão de suas próprias condenações e das condenações dos
juizes de 1º grau, que são da sua competência recursal;
No Tribunal de Justiça e Tribunal de Alçada Criminal quem julga é o grupo de Câmaras, que é
composto por duas Câmaras.
Aspectos procedimentais:
Réu solto não precisa recolher-se à prisão (Súmula 393 do STF).
Cabe ao réu provar o trânsito em julgado da sentença.
Ao autor da ação cabe provar o que alegou.
A revisão não tem efeito suspensivo.
O pedido pode ser indeferido liminarmente, seja pelo Presidente, seja pelo Relator. Desta decisão
cabe Agravo Inominado (Art. 625 do CPP).
O Tribunal querendo poderá converter o julgamento em diligências.
Ordem Procedimental
Admitida a revisão, os autos vão ao Ministério Público. Ato seguinte, vão para o relator, que deve
ser distinto do relator do processo.
Depois, os autos vão para o revisor. Ato seguinte os autor vão para o julgamento.
Recursos Cabíveis
1. Embargos de Declaração;
2. às vezes cabem Recurso Extraordinário e Recurso Especial;
3. jamais são cabíveis embargos divergentes ou de nulidade.
Na anulação do processo, o juiz pode impor pena maior da que a pena anterior ?
Resp.: Não, não pode haver reformatio in pejus.
Se o réu for absolvido na revisão criminal, todos os seus direitos são restabelecidos
automaticamente.
Indenização Civil: Quando o réu é condenado por erro judiciário, ele tem direito a uma indenização
civil. Cabe ao réu entrar com uma ação autônoma de indenização ou pedir a indenização no próprio
pedido de revisão (Art. 630, CPP). Neste último caso, se o Tribunal reconhecer o direito a
indenização, ele não fixa o quantum. Cabe ao réu, antes de executar a decisão, liqüidá-la.
A responsabilidade objetiva de pagar a indenização é do Estado. Se a condenação foi pela Justiça
Federal, quem paga é a União. Já, se a condenação foi pela Justiça Estadual, quem paga a
indenização é o Estado-Membro.
Observações finais:
1. não importa se tenha havido ação privada. Está revogado o § 2º do Art. 630 do CPP;
2. se o réu concorreu para a sentença injusta, não terá direito a indenização;
3. a indenização não ofende a coisa julgada.
Questões Finais:
A revisão criminal ofende a soberania do Júri ?
Resp.: Não ofende.
A sentença estrangeiro, depois de homologada pelo STF, admite a revisão criminal no Brasil ?
Resp.: Não, é impossível.
Abolitio Criminis – não cabe revisão criminal, pois ela apaga todos os efeitos penais.
Anistia – não cabe revisão criminal, pois ela apaga todos os efeitos penais.
Art. 580, CPP – efeito extensivo – revisão concedida a um co-réu estende-se ao outro co-réu, salvo
se a revisão teve um motivo pessoal.
Havendo empate na decisão, prevalece a mais favorável ao réu.
Legitimidade Ativa – quem pode impetrar habeas corpus ? Qualquer pessoa. É exemplo de ação
popular. Exemplo: maior, menor, louco, pessoa jurídica, Ministério Público, inclusive em 2ª
Instância. O juiz só pode impetrar habeas corpus se não invocar a qualidade de juiz, mas a de
cidadão.
Capacidade Postulatória – não é necessário ser advogado para impetrar habeas corpus.
As duas primeiras hipóteses são hipóteses constitucionais. As três últimas hipóteses são hipóteses
criadas pela jurisprudência.
Mesmo que o habeas corpus seja indeferido, ele pode ser reiterado, mas desde que haja novos
documentos ou novos argumentos.
Também é possível liminar em habeas corpus.
DOS RECURSOS EM MATÉRIA DE HABEAS CORPUS:
1. Habeas Corpus concedido em 1ª instância – cabe recurso em sentido estrito e recurso ex officio;
2. Habeas Corpus denegado em 1ª instância – cabe recurso em sentido estrito, mas na prática os
advogados impetram novo habeas corpus;
3. Habeas Corpus denegado por Tribunal da Justiça Comum – cabe recurso ordinário constitucional ao
STJ;
4. Habeas Corpus denegado em única instância pelo STJ – cabe recurso ordinário constitucional ao
STF.
Questões Finais:
Fuga do paciente – não implica em deserção do habeas corpus;
Habeas corpus em 1ª instância – previne o juízo ? Não previne o juízo.
Habeas corpus em 2ª instância – previne o juízo ? Não previne o juízo, mas previne o relator.
É impossível o habeas corpus quando se exige exame de provas.
O paciente pode desistir do habeas corpus impetrado. Também pode rejeitar o habeas corpus
impetrado por terceira pessoa.