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LEI

COMPLEMENTAR
N. 22/1994
Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado
do Pará

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
LEI COMPLEMENTAR N. 22/1994
Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado do Pará

Sumário
Renato Borelli

Legislação Especial – Polícia Civil do Estado do Pará – PC/PA.. ............................................ 4


1. Considerações Iniciais. . ............................................................................................................... 4
2. Introdução ao Estudo da Legislação Especial – PC/PA....................................................... 4
3. A Polícia Civil e Sua Atividade Judiciária................................................................................. 5
3.1. Polícia Civil do Estado do Pará – PC/PA............................................................................... 5
4. As Carreiras da Polícia Civil do Pará.. .................................................................................... 14
4.1. Os Cargos Públicos................................................................................................................. 14
4.2. Cargos de Provimento Efetivo.. ............................................................................................15
4.3. Cargos em Comissão..............................................................................................................16
4.4. As Carreiras da PC/PA............................................................................................................16
5. Formas de Acesso aos Quadros da PC/PA. . .......................................................................... 22
5.1. Requisitos Básicos Constitucionais.................................................................................... 22
5.2. Investidura Mediante Aprovação em Concurso Público................................................ 23
5.3. A Posse...................................................................................................................................... 30
6. O Exercício da Função Policial.. ................................................................................................31
6.1. Início da Carreira nas Circunscrições da PC/PA.. ...............................................................31
6.2. Estágio Probatório..................................................................................................................31
6.3. Estabilidade............................................................................................................................. 32
6.4. Promoção................................................................................................................................. 33
6.5. Remoção................................................................................................................................... 33
6.6. Aposentadoria e Pensões..................................................................................................... 34
6.7. Garantias e Prerrogativas dos Policiais do Estado do Pará.......................................... 34
6.8. Direitos e Vantagens............................................................................................................. 34
7. Regime Disciplinar Aplicável aos Policiais Civis do Pará.................................................. 35
7.1. Responsabilidades.................................................................................................................. 35
7.2. Deveres..................................................................................................................................... 36
7.3. Proibições Aplicáveis ao Delegado de Polícia.................................................................. 37

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7.4. Penas Disciplinares. . .............................................................................................................. 38


7.5. Das Transgressões Disciplinares........................................................................................40
7.6. Processo Disciplinar.. ............................................................................................................. 45
Resumo............................................................................................................................................. 47
Questões de Concurso.................................................................................................................. 53
Gabarito.............................................................................................................................................61
Anexo................................................................................................................................................ 62

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL – POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO


PARÁ – PC/PA1
1. Considerações Iniciais
Olá, aluno(a)!
O presente material foi elaborado com base na LC estadual n. 22, de 15 de março de 1994,
com as atualizações até 03 de junho de 2019. Para acessar a lei, na plataforma oficial da
Polícia Civil do estado do Pará, acesse: http://www.policiacivil.pa.gov.br/sites/default/files/
lc_022_atualizada_ate_03_jun_2019_com_textos_revogados.pdf.
Visando às provas objetivas de Conhecimentos Básicos para Todos os Cargos da PC/PA,
preparamos um material da Legislação Específica da Polícia Civil do Pará bastante importan-
te para sua preparação, baseado, sobretudo, nos seguintes diplomas normativos:
• Constituição Federal de 1998;
• Lei Orgânica da Polícia Civil do Pará – Lei Complementar n. 022, de 15 de março de 1994.

2. Introdução ao Estudo da Legislação Especial – PC/PA


Caro(a) aluno(a),
Como se observa da epígrafe da LC n. 022/94, tal Lei é a responsável por estabelecer nor-
mas de “organização, competências, garantias, direitos e deveres da Polícia Civil do Estado do
Pará”. Tal diploma por vezes é denominado de Lei Orgânica da Polícia Civil do Pará.
Acerca de tal espécie normativa, convém rememorar que a LC n. 022/94 trata-se de uma
Lei Complementar, que possui relevantes diferenças em relação às Leis Ordinárias, dentre as
quais se destacam o rol taxativo de hipóteses de sua ocorrência na CRFB, a exigência de um
quórum de maioria absoluta para sua aprovação pelo Poder Legislativo e, ainda, o regime de
processo legislativo a ela aplicável.
1
Alterações/regulamentações da legislação:
Regulamentada pelo Decreto n. 2. 460, de 08/04/1994;
Alterada pela Lei Complementar n. 37, de 19/01/2000;
Alterada pela Lei Complementar n. 46, de 10/08/2004;
Alterada pela Lei Complementar n. 55, de 13/02/2006;
Regulamentada pelo Decreto n. 2.395 de 25/08/2006;
Regulamentada pelo Decreto n. 2.691 de 20/12/2006;
Alterada pela Lei Complementar n. 80, de 04/04/2012;
Alterada pela Lei Federal n. 12.830, de 20/06/2013;
Alterada pela Lei Complementar n. 87, de 24/07/2013;
Alterada pela Lei Complementar n. 89, de 23/12/2013;
Alterada pela Lei Complementar n. 105, de 23/03/2016;
Alterada pela Lei Complementar n. 113, de 27/04/2017;
Alterada pela Lei Complementar n. 114, de 27/04/2017.

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Vale dizer, ainda, que não há hierarquia entre as Leis Ordinárias e as Leis Complementares.

3. A Polícia Civil e Sua Atividade Judiciária


Em linhas gerais, podemos afirmar que, no Brasil, a atividade policial encontra-se dividida
em repressiva (ou ostensiva) e judiciária (ou investigativa).
Segundo a CRFB (Art. 144, § 4º), § 4º, “às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia
de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a
apuração de infrações penais, exceto as militares”.
Logo, trata-se de uma polícia judiciária com competência residual, na medida em que o seu
campo de atuação é delimitado tanto pela Polícia Federal quanto pelas atividades próprias da
Justiça Militar.
Assim, temos que:

Atividade Policial

Polícias Civis
Estadual
Polícias Judiciárias
Polícia Federal
Federal
Polícia Repressiva (ou
"ostensiva”) – São as
Polícias Militares

Cumpre acrescentar que, nos termos da Lei a Lei n. 12.830/2013 – que trata das atribui-
ções do Delegado de Polícia:

Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de
polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.

3.1. Polícia Civil do Estado do Pará – PC/PA


Como visto acima, à Polícia Civil do Estado do Pará cabem as atividades de Polícia Judiciá-
ria de tal unidade da Federação, bem assim as de investigações criminais. Com efeito, trata-se
de uma instituição permanente, auxiliar à justiça criminal, além de necessária à defesa do povo.
Conforme o Art. 2º da LC N. 22/1994, a PC/PA possui “autonomia administrativa e funcional
dispondo de dotações orçamentárias próprias, conforme dispuser a Lei de Diretrizes Orçamen-
tárias do Estado”.

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Ademais, acerca das suas funções institucionais exclusivas, o Art. 5º da referida Lei
dispõe que:

Art. 5º São funções institucionais exclusivas da Polícia Civil, e de polícia judiciária, investigatória
policial, a de caráter criminalístico e criminológico, a cautelar pré-processual, a preventiva da ordem
e dos direitos, o combate eficaz da criminalidade e da violência, além das seguintes:
I – Praticar, com exclusividade, todos os atos necessários à apuração das infrações penais e elabo-
ração do Inquérito Policial;
II – (Revogado). (Redação dada pela Lei Complementar n. 37, de 19/01/2000)
III – Manter estreito e constante intercâmbio de caráter investigatório e judicial entre as repartições
e organizações congêneres;
IV – Promover o recrutamento, seleção, formação, aperfeiçoamento e desenvolvimento profissional
e cultural do policial civil;
V – Colaborar com a justiça criminal, providenciando o cumprimento dos mandados de prisão expe-
didos pelas autoridades judiciárias, fornecendo as informações necessárias à instrução e julgamen-
to dos processos, e realizando as diligências, fundamentadamente, requisitadas pelo Juiz de Direito
e membros do Ministério Público nos autos do Inquérito Policial;
VI – Organizar e executar o cadastramento da identificação civil e criminal, através dos processos
de impressões papiloscópicas;
VII – Organizar e manter o cadastramento de armas, munições, explosivos e demais produtos con-
trolados, bem como expedir licenças para as respectivas aquisições e portes, a seu critério, median-
te o pagamento das taxas devidas em decorrência do exercício do poder de polícia;
VIII – Manter o serviço de Estatística Policial em adequação com os Institutos de Estatística e Pes-
quisa, de maneira a fornecer informações precisas e atualizadas sobre índices de criminalidade, de
violência e de infrações de trânsito;
IX – Exercer a fiscalização de jogos e diversões públicas, expedindo o competente alvará, a seu cri-
tério, mediante o pagamento das taxas decorrentes do poder de polícia.

3.1.1. Princípios Institucionais

De acordo com o Art. 4º da LC N. 22/1994, temos que “são princípios institucionais respon-
sáveis por reger a instituição policial: a Autonomia Administrativa e Funcional, a Hierarquia e a
Disciplina.”

3.1.2. Símbolos

Conforme o Art. 3º da LC, são símbolos oficiais da Polícia Civil do Estado do Pará, todos
capazes de identificar a Instituição:
1. O Hino;
2. A Bandeira;
3. O Brasão; e
4. O Distintivo.

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Por oportuno, ressalta-se que os modelos de tais símbolos serão sempre estabelecidos
por ato do Poder Executivo local.

3.1.3. Estrutura Organizacional Básica da PC/PA: Cargos que Compõem o


Seu Quadro de Pessoal

Para desempenhar eficientemente sua missão institucional, a PC/PA tem a sua estrutura
organizacional básica (Art. 6º) constituída das seguintes unidades:
• Conselho Superior;
• Delegado-Geral de Polícia Civil  Gabinete do Delegado-Geral;
• Delegado Adjunto;
• Consultoria Jurídica;
• Assessoria;
• Núcleos de Inteligência Pessoal;
• Diretorias;
• Corregedorias;
• Coordenadorias.

Para além do disposto acima, também estão inseridas nas unidades que compõem a es-
trutura básica da PC/PA as:
• Superintendências Regionais;
• Seccionais Urbanas;
• Divisões Especializadas; e
• Delegacias de Polícia.

Acerca das unidades acima, cumpre registrar que alguns dos cargos a elas relacionados
são de provimento exclusivo por Delegados de Polícia de carreira (ativos), bacharéis em Direito
e estáveis no cargo, tais como os cargos de Assessor de Planejamento Estratégico, Diretor do
Núcleo de Inteligência Policial, Diretor de Polícia Metropolitana, Diretor de Polícia do Interior, Di-
retor de Polícia Especializada, Diretor da Academia de Polícia Civil, Superintendente Regional,
Diretor de Seccional Urbana, Diretor de Divisão Especializada, Coordenador da Região Metro-
politana e Coordenador do Interior.
Lado outro, o cargo de Diretor da Diretoria de Identificação, p. ex., é de provimento de poli-
cial civil (lato sensu), preferencialmente Papiloscopista, com formação de nível superior.
Prosseguindo no nosso estudo, acerca das unidades mencionadas, devemos destacar as
seguintes:

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O Conselho Superior

Segundo o Art. 12 da LC N. 22/1994, o Conselho Superior da Polícia Civil, com atribuições


consultivas, opinativas, de deliberação colegiada e de assessoramento, é constituído por 11
(onze) integrantes, a saber:
1. Delegado Geral da Polícia Civil, presidente;
2. Delegado Geral Adjunto, vice-presidente;
3. Corregedor Geral da Polícia Civil;
4. Diretor da Academia de Polícia Civil;
5. Diretor de Polícia Metropolitana;
6. Diretor de Polícia do Interior;
7. Diretor de Polícia Especializada;
8. Um representante do Sindicato dos Policiais Civis do Estado;
9. Três Delegados de Polícia de carreira da última classe, votados secretamente pelo Con-
selho Superior da Polícia Civil para mandato de dois anos, podendo ser reconduzidos por uma
única vez.

Atribuições

São atribuições do Conselho Superior da Polícia Civil, em caráter deliberativo:


a) aprovar os planos de contingência que envolvam mais de uma Diretoria, ressalvados os
casos de urgência, devidamente autorizados pelo Delegado Geral;
b) decidir os conflitos de atribuições entre as Diretorias e os demais setores da Instituição;
c) aprovar edital para realização de concurso público para o preenchimento de cargos da
Polícia Civil;
d) adotar providências para a designação da Comissão de Avaliação do Estágio Probatório;
e) julgar os estágios probatórios dos servidores da Instituição;
f) aprovar normas, regimentos ou regulamentos propostos pelas unidades da Polícia Civil,
no âmbito de suas atribuições;
g) decidir, quando suscitadas dúvidas pela Comissão de Promoção, a respeito da classifi-
cação de candidatos à progressão funcional;
h) aprovar e encaminhar ao Chefe do Poder Executivo a listagem de policiais civis para fins
de progressão funcional;
i) deliberar conclusivamente sobre o processo administrativo que trata de enfermidade ou
morte em razão do serviço;
j) indicar os policiais que irão integrar a lotação da Corregedoria Geral da Polícia Civil;
k) aprovar projetos de instalação, transformação, fusão e desativação de órgãos policiais;

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l) aprovar nomes de civis, militares e servidores da Instituição para serem agraciados com
a Medalha do Mérito Policial Civil, o Diploma de Amigo da Polícia Civil ou a Medalha Evanovich
de Investigação Policial, bem como de outras condecorações;
m) julgar os recursos hierárquicos resultantes de procedimentos disciplinares da compe-
tência do Delegado Geral;
n) julgar o processo administrativo que trata da promoção por ato de bravura, nos termos
do art. 55 desta Lei;
o) julgar, em grau de recurso, os processos administrativos atinentes à Divisão de Polícia
Administrativa, após a decisão do Delegado-Geral.
Sob outro aspecto, em caráter consultivo, cabe ao Conselho:
a) emitir parecer, depois de exame e avaliação, sobre as propostas ou projetos atinentes à
expansão do quadro de recursos humanos e à aquisição de equipamentos;
b) emitir parecer, depois de exame e avaliação, sobre projetos de instalação, transforma-
ção, fusão e desativação de unidades operacionais;
c) emitir parecer, depois de exame e avaliação, sobre os projetos de criação e extinção de
cargos da Polícia Civil;
d) opinar sobre o projeto de orçamento-programa anual da Polícia Civil; e
e) opinar quanto ao emprego de verbas orçamentárias ou de créditos abertos em favor
da Polícia Civil, bem como sobre os recursos que ela venha a receber, oriundos de quaisquer
fontes de receitas.
Finalmente, o Conselho também terá funções em caráter de assessoramento, oportuni-
dade em que deverá: a) encaminhar ao Chefe do Poder Executivo a lista dos policiais não
aprovados no Estágio Probatório, para as providências pertinentes; b) exercer a fiscalização da
aplicação dos recursos orçamentários e financeiros rubricados à Polícia Civil; e c) propor ao
Chefe do Poder Executivo alterações na legislação pertinente à Polícia Civil.

O Delegado-Geral de Polícia Civil

O Delegado-Geral é o chefe da Polícia Civil do Estado. Tal nomenclatura equivale à de Dele-


gado Superintendente. A Lei, porém, optou por designação diversa.
Dito isso, podemos afirmar que tal cargo é:
• Privativo de Delegado de Polícia de Carreira;
• De livre escolha e nomeação pelo Governador do Estado.

Sobre esse ponto, necessários alguns esclarecimentos que se seguem.


Em linhas gerais, o Delegado de Polícia Civil é o representante da classe mais elevada da
instituição, sendo dele a responsabilidade de comandar investigações criminais. Além disso, é
o responsável pela organização administrativa da respectiva delegacia (órgão público).

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Não obstante, há regras de hierarquia, ainda que meramente administrativas, que devem
ser observadas no âmbito das Polícias Civis e que, por tal motivo, merecerem atenção nas pro-
vas de concursos públicos.
É que o Delegado titular de uma delegacia especializada, por exemplo, está submetido
ao Delegado Regional. Além disso, ambos estão administrativamente submetidos ao Dele-
gado-Geral.
Mas por que se afirma que tal relação hierárquica só pode ser observada sob a ótica admi-
nistrativa?
Isso se afirma porque os Delegados de Polícia são dotados de independência funcional,
conforme consta do art. 128, § 6º, da CRFB. A a partir da nossa Carta Magna, a Lei 12.830/2013
também foi delineada nesse mesmo sentido.
Sobre o tema, observa-se que há diversos diplomas legais que conceituam o Delegado de
Polícia como Autoridade Policial.
Porém, a norma mais importante é a disposta no art. 4º do CPP, a qual pode e deve ser
combinada com art. 2º, § 1º da Lei 12.830/13, para uma interpretação mais fidedigna.
Vejamos:

CPP
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas
circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.

Note que é conferida à autoridade policial a chefia da polícia judiciária, leia-se Polícia Civil.
Isso porque é sabido que a investigação policial é atribuição privativa da Polícia Civil e da Polí-
cia Federal, conforme determina a Constituição Federal, (art. 144, §§1º e 4º, da CRFB).
Tais corporações são dirigidas por Delegados de Polícia de carreira. Logo, só é possível
concluir que o referido artigo faz referência a esse cargo estatal. No mesmo sentido, é o art.
2º, § 1º, da Lei 12.830/13, que dispõe que:

Art. 2º (...)
§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação
criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo
a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais

Ainda, faz-se necessário citar um dos trechos da Lei Orgânica da PC/PA, que estabelece:

Art. 1º A Polícia Civil, Instituição permanente, auxiliar da justiça criminal e necessária à defesa do
povo e do Estado, dirigida por Delegado de Polícia de carreira da ativa, estável no cargo, tem como
incumbência as funções de polícia judiciária e a exclusividade da apuração de infrações penais, ex-
ceto as militares, e organiza-se de acordo com as normas gerais constantes desta Lei.

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Outro destaque importante é o de que o Delegado-Geral de Polícia Civil, nos termos da Lei
Orgânica, tem todas as mesmas honras, remuneração e prerrogativas conferidas aos Secre-
tários Executivos de Estado. Inclusive, em casos de cometimento de crimes comuns e nos de
responsabilidade, o Delegado-Geral, deve ser processado e julgado pelo Tribunal de Justiça do
Estado e, nos de responsabilidade conexos com os do Governador, pela Assembleia Legislati-
va, nos termos do artigo 338 da Constituição do Estado do Pará.
Por fim, importa destacar que o Gabinete é o órgão de assessoramento superior direta-
mente subordinado ao Delegado Geral, constituído de Chefia de Gabinete, Seção de Protocolo
e Seção de Arquivo.

Atribuições do Delegado-Geral

São atribuições do Delegado-Geral da PC/PA:


• Dirigir, gerir e representar a Polícia Civil do Estado;
• Manter o Secretário Especial de Estado de Defesa Social informado das necessidades
da Instituição, mediante relatórios periódicos, inclusive com indicativos das carências
do quadro de pessoal e de recursos financeiros e materiais e de instalações;
• Encaminhar ao órgão estadual competente o projeto de orçamento-programa anual re-
ferente à instituição e participar, quando couber, da elaboração do plano plurianual de
investimentos;
• Ordenar o emprego de verbas orçamentárias ou de créditos abertos em favor da Polícia
Civil, bem como dos recursos que ela venha a receber, oriundos de quaisquer fontes de
receita;
• Firmar convênios, celebrar contratos e outros instrumentos legais de interesse da Po-
lícia Civil, com entidades de direito público e privado; (NR) VI – gerenciar os Recursos
humanos da Instituição ou a ela cedidos, inclusive dando posse aos novos servidores;
• Designar servidores para exercer função gratificada, bem como propor nomes ao Gover-
nador com vistas à nomeação para cargos comissionados;
• Autorizar o servidor a se afastar do Estado, a serviço ou para atividade de cunho cultural
de interesse da Instituição, dentro do País;
• Expedir os atos necessários para a administração da Instituição;
• Propor ou adotar, dentro de sua esfera de atribuição, quaisquer outras providências de
interesse da Instituição;
• Lotar servidores, conceder férias, licenças e afastamentos de quaisquer espécies, bem
como remover servidores quando houver ônus para a Administração Pública;
• Conceder direitos, vantagens e prerrogativas previstos em lei aos servidores da Institui-
ção, em consonância com as diretrizes traçadas pela Secretaria Executiva de Estado de
Administração;
• Conceder honrarias a integrantes da sociedade civil e a servidores civis e militares;

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• Julgar os processos administrativos instaurados pela Divisão de Polícia Administrati-


va, podendo aplicar a pena de cassação, bem como julgar os recursos administrativos
oriundos daquela Divisão;
• Proceder à designação de substituição de policiais entre circunscrições;
• Instituir comissões especiais de processo administrativo disciplinar;
• Julgar os processos administrativos disciplinares, podendo aplicar as penalidades de
repreensão e suspensão até trinta dias, e as apurações administrativas internas prove-
nientes da Corregedoria Geral; e
• Decidir sobre a instauração de processo administrativo disciplinar;
• Designar os membros das Comissões Permanentes de Processo Administrativo Disci-
plinar.

Cumpre ressaltar que as atribuições de “lotar servidores, conceder férias, licenças e afas-
tamentos de quaisquer espécies, bem como remover servidores quando houver ônus para a
Administração Pública”, podem ser delegadas, a critério do Delegado-Geral. No entanto, tra-
ta-se de uma exceção à regra, o caso de remoção de servidores, quando gerar ônus para a
Administração Pública.

Delegado-Geral Adjunto

O Delegado Adjunto é indicado pelo Delegado-Geral, dentre Delegados de Polícia de carrei-


ra da ativa, estável no cargo e nomeado pelo Governador do Estado. O Adjunto é o responsável
pela substituição legal do Delegado Geral nos casos de:
• Impedimentos; e
• Ausências.

E também outras atribuições delegadas pelo gestor da Instituição.

Consultoria Jurídica

Nos moldes da Lei Orgânica da PC/PA, a Consultoria Jurídica é órgão de assessoramen-


to superior, sendo diretamente subordinada ao Delegado-Geral, tendo por atribuição básica a
coordenação e orientação jurídica do Delegado-Geral e a articulação de assuntos de sua área
junto à Procuradoria-Geral do Estado e demais órgãos.

Diretorias

As diretorias de polícia são diretamente subordinadas ao Delegado-Geral e compreendem:


a Diretoria de Polícia Metropolitana – DPM, Diretoria de Polícia do Interior – DPI e a Diretoria de
Polícia Especializada – DPE.

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Corregedoria Geral da Polícia Civil

A Corregedoria Geral da Polícia Civil, é o órgão de controle disciplinar interno. Ela também
é dirigida por Delegado de Polícia de carreira da ativa, estável no cargo, e está diretamente vin-
culada ao Conselho Superior da Polícia Civil.
São atribuições da Corregedoria Geral:
• Promover o controle interno da Polícia Civil e a apuração de transgressões disciplinares
e penais atribuídas aos seus servidores, no exercício do cargo ou fora dele, produzindo
provas e impondo sanções nos limites de suas atribuições;
• Velar pela fiel observância da disciplina e probidade funcionais;
• Exercer correição, em caráter permanente ou extraordinário, sobre os procedimentos de
polícia judiciária instaurados pelos órgãos policiais;
• Avocar, com razões fundamentadas, em caráter excepcional, inquéritos policiais para
redistribuição;
• Acompanhar e orientar os policiais civis no exercício de suas atividades de polícia judi-
ciária;
• Articular-se com o Poder Judiciário e o Ministério Público, visando à eficiência dos ser-
viços de polícia judiciária;
• Realizar inspeções nos órgãos policiais, remetendo relatório reservado ao Conselho Su-
perior da Polícia;
• Emitir recomendações, no âmbito de suas atribuições, aos servidores da Instituição;
• Efetuar análises e controle estatístico das infrações administrativas e penais praticadas
por servidores da Instituição;
• Proceder ao cancelamento de notas criminais determinadas pelo juízo competente;
• Adotar providências para sanar omissões, prevenir e corrigir ilegalidade ou abuso de
poder;
• Expedir pareceres normativos sobre procedimentos e atuação policial;
• Centralizar procedimentos administrativos e penais da Instituição;
• Adotar, de forma articulada e em conjunto com a Academia de Polícia Civil e a Divisão
de Atendimento ao Servidor, medidas socioeducativas, visando à reinserção do servidor
no contexto de sua atividade funcional;
• Instaurar e julgar apuração administrativa interna; e
• Determinar o afastamento de policial acusado de infração disciplinar ou penal, bem
como a retirada da identidade funcional e/ou da arma de fogo, excepcionalmente.

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Seccionais Urbanas

As Seccionais Urbanas de Polícia Civil, dirigidas por Delegados de Polícia de carreira da ati-
va, estável no cargo, são órgãos subordinados à Diretoria de Polícia Metropolitana, na Região
Metropolitana de Belém, e às Superintendências Regionais, no interior do Estado.

Superintendências Regionais

As Superintendências Regionais da Polícia Civil são dirigidas por Delegado de Polícia e


são subordinadas diretamente à Diretoria de Polícia do Interior, tendo por atribuição a direção,
coordenação, controle e supervisão administrativa e operacional das seccionais e delegacias
situadas em sua respectiva circunscrição.

Divisões Especializadas

As Divisões Especializadas, dirigidas por Delegados de Polícia de carreira da ativa, estável


no cargo, são órgãos subordinados à Diretoria de Polícia Especializada.

Delegacias de Polícia

As Delegacias de Polícia Civil são dirigidas por Delegados de Polícia e são órgãos subor-
dinados às Seccionais Urbanas das respectivas circunscrições, na Região Metropolitana de
Belém, e às Superintendências Regionais, no interior do Estado.

4. As Carreiras da Polícia Civil do Pará


Como já dissemos, são considerados policiais civis os servidores públicos efetivos legal-
mente investidos nos cargos da carreira da Polícia Civil.
Nesse sentido, importa esclarecer que os cargos da Polícia Civil, são subdividem-se em
cargos de provimento efetivo ou em comissão.

4.1. Os Cargos Públicos


Cargo Público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura orga-
nizacional que devem ser cometidas a um servidor.
Ressalte-se que tais atribuições têm características específicas, como por exemplo:
• São criadas por lei;
• Possuem denominação própria;
• Possuem número certo; e
• São pagas pelos cofres do Estado ➔ É vedada a prestação de serviços gratuitos.

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Além disso, um cargo público pode ser:


• De provimento efetivo; ou
• De provimento em comissão.

4.2. Cargos de Provimento Efetivo


São de provimento efetivo aqueles decorrentes de aprovação em concursos públicos. Sub-
dividem-se em:
I – Cargos de Carreira (ou séries de Classes); aqui é possível uma progressão dentro da
própria carreira. Exemplo, Delegado de Polícia, 1ª Classe, 2ª. Classe, Classe especial. Cada
classe dessa representa uma progressão, isto é, um nível acima. Veja o exemplo abaixo:

Carreira de Delegado do Estado X

16
14
12
10
8 Série 3
6 Série 2
4 Série 1
2
0
Delegado de Delegado 2a. Delegado 1a. Delegado de
Polícia Substituto Classe Classe Polícia Classe
Especial

Perceba que houve uma progressão “dentro da própria carreira de Delegado”, vale lembrar
que essa progressão não é apenas nominal, mas há também reflexos financeiros considerá-
veis a partir de cada progressão.
Note então, que o cargo de Delegado Substituto constitui a classe inicial, enquanto o Dele-
gado de Classe Especial é o último da carreira.
II – Cargos Públicos isolados (Também chamados de Classe única); são aqueles que não
permitem uma progressão dentro da carreira. Ao ser aprovado em determinado cargo, é ne que
o servidor aposentar-se-á. Ex. Agente de Inteligência da ABIN.

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4.3. Cargos em Comissão


Noutro giro, são provimento em comissão àqueles nomeados em cargos de “confian-
ça”, que não prestam concursos públicos, também chamados de cargos de livre nomeação
– ad nutum.
Noutras palavras, para fins do Estatuto da PC/PA, os cargos em comissão destinam-se
a atender a encargos de direção e assessoramento superiores e serão providos, através de
livre escolha do Governador, por indicação do Secretário de Estado da Polícia Civil, dentre os
policiais e pessoas que possuam aptidões técnicas e reúnem as condições necessárias à in-
vestidura no serviço público.

4.4. As Carreiras da PC/PA


A carreira policial civil é escalonada em cargos de natureza policial, com níveis de atribui-
ções e responsabilidades, de provimento efetivo e de exercício privativo de seus titulares. A
PC/PA é formada pelo:
• Quadro de Autoridade Policial; composto pelo Delegado de Polícia;
• Quadro de Agente da Autoridade; composto pelo Investigador de Polícia e pelos Escri-
vães de Polícia;
• Quadro de Técnicos de Polícia; composto pelos papiloscopistas.

Cada cargo policial é integrado pelas classes A, B, C e D, iniciando-se a carreira na classe A.


Além disso, a Lei Orgânica da PC/PA estabelece que os cargos de nível médio de Investigador
de Polícia, Escrivão de Polícia e Papiloscopista, remanescentes constituirão quadro suplemen-
tar, ficando os servidores com a percepção das gratificações atinentes à categoria policial,
sem prejuízo das promoções que couberem aos respectivos ocupantes, sendo automatica-
mente extintos na medida que vagarem.

4.4.1. Autoridade Policial: A Figura do Delegado de Polícia

Falamos que a Polícia Civil é dirigida pelo Delegado de Polícia, e que essa “direção” é con-
textualizada por uma evolução história.
Nesse sentido, explicamos que antigamente, a figura do Delegado não tinha tanto reconhe-
cimento, e que a evolução do monopólio legítimo da força passou por várias etapas, só para se
ter uma noção, antigamente, a figura do Delegado era nomeado pelo Imperador.
Destacamos que a nomenclatura do Delegado, tem origem dada pela Lei n. 261/1841, que
foi responsável por alterar inúmeros dispositivos do CPP de 1832. Essa alteração inseriu a
figura do Chefe de Polícia a função do Delegado além da função de SUBDelegado, in verbis:

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Art. 1º Haverá no Município da Corte, e em cada Província um Chefe de Polícia, com os Delegados
e Subdelegados necessários, os quais, sobre proposta, serão nomeados pelo Imperador, ou pelos
Presidentes. Todas as autoridades Policiais são subordinadas ao Chefe de Polícia.
Art. 2º Os Chefes de Polícia serão escolhidos d’entre os Desembargadores, e Juízes de Direito: os
Delegados e Subdelegados d’entre quaisquer Juízes e Cidadãos: serão todos amovíveis, e obrigados
a aceitar.
Art. 3º Os Chefes de Polícia, além do ordenado que lhes competir como Desembargadores ou Juí-
zes de Direito, poderão ter uma gratificação proporcional ao trabalho, ainda quando não acumulem
o exercício de um outro cargo.

Claro que é nítida a evolução a partir do CPP de 1832 até hoje. O Código atual reformulou
toda a investigação policial além de conferir aos Delegados de Polícia, a chefia imediata dos
IPs e consequentemente, das investigações.
É nesse processo de amadurecimento e relevância que, atualmente, o Delegado de Polícia
representa a classe mais elevada da Polícia Civil, sendo responsável pela organização e admi-
nistrativa do órgão e pela chefia da investigação criminal.
Nesse ínterim e, considerando toda esta evolução, chegamos à 12.830/2006 que dispõe
sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia, falamos bastante sobre ela
na aula passada.
Convém destacar que o cargo, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações
penais exercidas pelo Delegado de Polícia são de natureza jurídica e policial, essenciais e ex-
clusivas de Estado.
O cargo de delegado é um dos poucos que acumulam a necessidade de o seu titular ser, ao
mesmo tempo, administrador, policial e operador do Direito.
Com a CRFB, certamente, a carreira passou por uma grande alteração de ordem pragmáti-
ca ao deixar de ser considerada ou vinculada, do ponto de vista cultural e legalista, à um regime
totalitário. A consequência implicou, evidentemente, na qualificação dos profissionais da área.
Isso significa que a função do delegado de polícia não é restrita a coleta de informações.
Claro que o IP é o primeiro instrumento de justiça social e é essencial para a ação penal é
implícito que as qualidades das investigações criminais sejam diretamente ligadas à atuação
do Delegado no IP. Assim, uma investigação “mal instruída”, por exemplo, além de implicar em
diversas nulidades, contribuir diretamente para a falta de elementos que subsidiam à denúncia
ensejando na irresponsabilidade do autor do fato.
Daí porque, não estamos restritos à coleta de informações, Drs, pois, é exatamente neste
contexto que se insere a necessidade de sermos reconhecidos como integrantes de carreiras
jurídicas. Com efeito, a definição de atividade jurídica é estabelecida pelo art. 59, da Resolução
n. 75, do Conselho Nacional de Justiça, in verbis:

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Resolução n. 75 CNJ

Art. 59. Considera-se atividade jurídica, para os efeitos do art. 58, § 1º, alínea “i”:
I – Aquela exercida com exclusividade por bacharel em Direito;
II – O efetivo exercício de advocacia, inclusive voluntária, mediante a participação anual mínima em
5 (cinco) atos privativos de advogado (Lei n. 8.906, 4 de julho de 1994, art. 1º) em causas ou ques-
tões distintas;
III – O exercício de cargos, empregos ou funções, inclusive de magistério superior, que exija a utili-
zação preponderante de conhecimento jurídico;
IV – O exercício da função de conciliador junto a tribunais judiciais, juizados especiais, varas es-
peciais, anexos de juizados especiais ou de varas judiciais, no mínimo por 16 (dezesseis) horas
mensais e durante 1 (um) ano; V – o exercício da atividade de mediação ou de arbitragem na com-
posição de litígios.
§ 1º É vedada, para efeito de comprovação de atividade jurídica, a contagem do estágio acadêmico
ou qualquer outra atividade anterior à obtenção do grau de bacharel em Direito.
§ 2º A comprovação do tempo de atividade jurídica relativamente a cargos, empregos ou funções
não privativos de bacharel em Direito será realizada mediante certidão circunstanciada, expedida
pelo órgão competente, indicando as respectivas atribuições e a prática reiterada de atos que exijam
a utilização preponderante de conhecimento jurídico, cabendo à Comissão de Concurso, em decisão
fundamentada, analisar a validade do documento.

Isso significa que, a partir desta resolução, pode-se considerar como “Carreira Jurídica”:
Os delegados de Polícia, todos bacharéis em direito, no exercício de suas atribuições cons-
titucionais, auxiliam o Poder Judiciário, formalizando o fato criminoso e interpretando o Direito
no caso concreto2.
Em reforço, vale dizer que o STF já reconheceu a natureza da atividade jurídica da atividade
exercida pelo Delegado de Polícia.

ADI 3.460

Há exceções, reconheço, nesse plano no preparo técnico para a solução de controvér-


sias. E elas estão, assim penso, justamente nas atividades policiais e nas de natureza
cartorária.
É que a Constituição mesma já distingue coisas. Quero dizer: se a atividade policial diz
respeito ao cargo de Delegado, ela se define como de caráter jurídico (...) Isto porque: a)
desde o primitivo §4º, do art. 144, da Constituição que o cargo de Delegado de Polícia
é tido como equiparável àqueles integrantes das chamadas carreiras jurídicas. – ADI n.
3460, Relator: Min. Carlos Britto. Pleno. 31.08.2006

2
ZANOTTI, Bruno Taufner. SANTOS, Cleopas Isaias. Delegado de Polícia em Ação. 4ª edição. Salvador: Editora JusPodivm,
2016, p. 108.

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Nesse sentido, para concluir, cumpre-nos esclarecer que, o trabalho desenvolvido pelos
Delegados de Polícia é considerado como atividade pertencentes à área do Direito, não por
uma construção doutrinária ou ficção legislativa, mas com fundamentos em sua natureza e
essência da atividade.
Isso significa que, obrigatoriamente, o Cargo de Delegado é torna-se privativo de Bacharel
em Direito.

4.4.2. Princípio da Imparcialidade e Independência Funcional do Delegado

Uma das principais garantias de um Delegado de Polícia é a liberdade relacionada ao livre


convencimento no exercício de suas atribuições. Isso significa que é garantido ao Delegado a
interpretação do ordenamento jurídico com isenção, imparcialidade e de modo fundamentado.
É evidente que essa liberdade sempre se esbarra nas regras de hierarquia em provas de
concurso. Mas não é demais lembrá-los que a relação hierárquica entre delegados diz respeito
tão somente à aspectos administrativos.
Isso ocorre porque o Delegado de Polícia, é dotado de imparcialidade e independência fun-
cional para o exercício fim de sua profissão, ou seja, a investigação criminal e a presidência do
inquérito policial.
Neste sentido, a Lei n. 12.830/2013, que trata da investigação criminal conduzida pelo de-
legado de polícia, veja:

Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de
polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.
§ 1º. Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação
criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo
a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais.
§ 2º. Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, informa-
ções, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos.
(...)
§ 6º. O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante
análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.

No entanto, vale destacar que a única exceção à independência funcional do Delegado,


também está na referida lei e consiste e na possibilidade de um delegado superior avocar
a presidência de um IP que está sendo conduzido por um Delegado a ele subordinado. Nes-
tes termos:

Art. 2º (...)
§ 4º. O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avo-
cado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de
interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento
da corporação que prejudique a eficácia da investigação.
§ 5º. A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato fundamentado.

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Contudo, veja que se trata de ato vinculado, obrigatoriamente escrito (despacho fundamen-
tado) e, desde que seja comprovado interesse público ou inobservância dos procedimentos
internos de regulamento da corporação e que prejudique a eficácia da investigação.
Finalmente, não é demais reforçar que a remoção do Delegado de Polícia dar-se-á SOMEN-
TE por ato devidamente fundamentado.

4.4.3. Atribuições do Delegado de Polícia do Pará

Como já falamos, aos Delegados, em geral, cumpre a chefia das atividades de polícia judi-
ciária do Estado e de apuração de infrações penais, exceto as militares e de atividades meio
de interesse policial civil e de segurança pública. Na PC/PA o Delegado de Polícia de Carreira,
deve ser Bacharel em Direito que, investido por Lei, tem a seu cargo e direção o mando das
atividades de Polícia Judiciária, administrativa e de segurança do Estado
Além disso, também são atribuições inerentes ao Delegado de Polícia:
• Dirigir, coordenar, supervisionar e fiscalizar as atividades administrativas e operacionais
do órgão ou unidade policial sob sua direção;
• Cumprir e fazer cumprir, no âmbito de sua competência, as funções institucionais da
Polícia Civil;
• Planejar, dirigir e coordenar, com base na estatística policial, as operações policiais no
combate efetivo à criminalidade, na área de sua competência;
• Exercer poderes discricionários afetos à Polícia Civil que objetive proteger os direitos
inerentes à pessoa humana e resguardar a segurança pública;
• Praticar todos os atos da polícia, na esfera de sua competência, visando a diminuição da
criminalidade e da violência;
• Zelar pelo cumprimento dos princípios e funções institucionais da Polícia Civil;
• Zelar pelos direitos e garantias constitucionais fundamentais;
• Instaurar e presidir inquéritos policiais e outros procedimentos administrativos no âmbi-
to de sua competência, cabendo-lhe, privativamente, o indiciamento decorrente do livre
convencimento jurídico penal, fundamentado no relatório conclusivo no Inquérito Poli-
cial;
• Promover diligências, requisitar informações, determinar exames periciais, remoções
e documentos necessários à instrução do inquérito policial ou outros procedimentos
decorrentes das funções institucionais da Polícia Civil;
• Manter o sigilo necessário à elucidação do fato e às investigações a seu cargo.

4.4.4. Dos Agentes da Autoridade Policial

O Estatuto da Polícia Civil prevê como agentes da autoridade policial: os investigadores de


Polícia e os escrivães de Polícia. – Tais agentes são encarregados da prática de atos investi-

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gatórios ou coativos para prevenir ou reprimir infrações penais, bem como das funções carto-
rárias, sob a direção da Autoridade Policial.

Atribuições do Investigador de Polícia

São atribuições do investigador de polícia, taxadas no corpo da Lei Orgânica da PC/PA:


I – proceder, mediante determinação da autoridade policial, às diligências e investigações
policiais com o fim de coletar elementos para a elucidação de infrações penais ou administra-
tivas para instrução dos respectivos procedimentos legais;
II – efetuar prisões em flagrantes ou mediante mandato (conduzir e escoltar presos);
III – cumprir mandados expedidos pela autoridade policial ou judiciária competente;
IV – operar equipamento de comunicações;
V – conduzir veículos automotores e outros meios de transporte, desde que habilitado;
VI – executar outras determinações emanadas da autoridade policial ou chefia competente.

Atribuições dos Escrivães de Polícia

I – participar na formação de inquéritos policiais e procedimentos administrativos, sob a


presidência da autoridade policial competente;
II – expedir, mediante requerimento deferido pela autoridade policial competente, certidões
e traslados;
III – executar tarefas administrativas atinentes à atividade cartorária;
IV – responder pela guarda de objetos apreendidos, dando-lhes destinação legal, de acordo
com a determinação da autoridade competente, bem como a escrituração dos livros de regis-
tro prisional;
V – manter o controle do inventário dos bens patrimoniais da Unidade Policial, promovendo
cargo e baixa dos mesmos.

4.4.5. Dos Papiloscopistas

Os papiloscopistas compõem o quadro técnico da Polícia Civil do Pará, incumbido dos pro-
cedimentos técnicos de apoio à atividade-fim da Polícia Civil, no âmbito de suas atribuições.
Cabe ao papiloscopista:
• Colher as impressões digitais, no vivo e no morto, para fins de identificação civil e criminal;
• Proceder a perícias papiloscópicas e necropapiloscópicas, com elaboração do respecti-
vo laudo técnico;
• Proceder a perícias iconográficas e retrato falado, com elaboração do respectivo laudo
técnico;
• Planejar e desenvolver pesquisa na busca de aperfeiçoamento e especialização na área;
• Proceder ao levantamento e fragmento papilares, em locais de ocorrência delituosa,
com a elaboração do respectivo laudo papiloscópico.

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5. Formas de Acesso aos Quadros da PC/PA


Visto as formas de cargos que compõem a estrutura pública do Pará, veremos, a partir de
agora, as formas de acessá-los.
Para isso, é importante que relembrar algumas formas de acesso e os requisitos básicos
constitucionais para a investidura em um cargo público. Isso porque, a estrutura adotada pelos
estados, nestes casos, é bem similar ao conteúdo da Constituição Federal /88 (art. 37 ss.) que
trata das normas aplicáveis à Administração Pública.
Por isso, utilizaremos, nesta aula, várias remissões à disciplina de Direito Administrativo
e Constitucional a fim de compreendermos as regras que futuramente vocês, certamente, se
submeterão.
No caso do Pará, portanto, não podemos desconsiderar que os primeiros dispositivos do art.
37 da Constituição Federal da República de 88, trazem regras acerca do acesso aos cargos, em-
pregos e funções públicas, seja na administração direta ou indireta de todos os entes federados.
É o que veremos a partir de agora.

5.1. Requisitos Básicos Constitucionais


Os cargos policiais civis da PC/PA são acessíveis a TODOS os brasileiros, desde que
estes preencham os requisitos legais. Isso ocorre, por determinação, principalmente, da
CF/88, vejamos:

Art. 37. I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham
os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros na forma da lei.

Isso significa que brasileiros, nato ou naturalizados, têm possibilidade de acessar aos car-
gos públicos, basta que cumpram os requisitos estabelecidos na lei. Por outro lado, os estran-
geiros, embora também possam ter acessão à cargos e funções públicas brasileiras, devem se
submeter à lei específica, “na forma da lei” significa que estamos diante de uma norma consti-
tucional de eficácia limitada, ou seja, a aplicação depende de regulamentação de lei específica.
Abrimos um parêntese para lembrá-los que são cargos privativos de brasileiro nato (Art.
12,§3º, CRFB):

DICA:
MP3.COM.
Ministro do STF;
P3: Presidente da República (1) e Vice; Presidente da Câmara
dos Deputados (2), Presidente Senado Federal (3);
Carreira Diplomática;
Oficial das Forças Armadas;
Ministro de Estado da Defesa.

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Fechados os parênteses, seguimos com o texto estatutário.


Além de ser brasileiro (nato ou naturalizado) O ingresso nos cargos de provimento efetivo
exige, na forma do art. 47 da Lei Orgânica da PC/PA:
• Nacionalidade brasileira;
• O gozo dos direitos políticos;
• Quitação com as obrigações militares e eleitorais;
• Nível de escolaridade de bacharel em direito para o cargo de Delegado de Polícia Civil;
graduação de nível superior completo para os cargos de Investigador de Polícia, Escri-
vão de Polícia e Papiloscopista;
• Aptidão física e mental;
• Ter conduta pública e privada irrepreensível, não possuindo antecedentes criminais;
• Ter reputação ilibada, comprovada por declaração firmada por duas autoridades públi-
cas.

5.2. Investidura Mediante Aprovação em Concurso Público


A investidura em cargos policiais, depende da aprovação de concurso público.
Decorre do texto Constitucional (art. 37, II) a exigência de aprovação em concurso para
acesso a cargos da Administração Pública:

Constituição da República
Art. 37. (...)
II – A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração;

Logo, isso inclui a Polícia Civil do Estado do Pará.


Significa dizer que o ingresso, a nomeação e a posse nos cargos da PC/PA, só podem ocor-
rer mediante APROVAÇÃO em concurso público.
Aliás, vale abrir um parêntese para comentar que se firmou na jurisprudência orientação
sobre o concurso de provas ou de provas e títulos, conforme disposição do art. 46, da Lei Or-
gânica da PC/PA:

Art. 46. O ingresso na Polícia Civil do Estado far-se-á mediante concurso público de provas ou de
provas e títulos, realizado pela Polícia Civil em conjunto com a Secretaria Executiva de Estado de
Administração (SEAD), em que se apure dos candidatos qualificações e aptidões específicas para o
desempenho das atribuições do cargo a que concorre. (NR)
§ 1º §1º Nas provas ou provas e títulos da primeira etapa do concurso público, bem como nas disci-
plinas ministradas pela Academia de Polícia Civil/IESP na segunda etapa, para o cargo de Delegado
de Polícia, a nota mínima para aprovação será sete.

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Anote-se a seguinte observação:

Observação

Concurso Público deve ser de provas ou de provas e títulos.


Não só o estatuto, mas também a CRFB, especifica o concurso público por meio de:
• De provas; ou
• De provas e Títulos.

Isso quer dizer que são proibidas contratações para a PC/PA com base exclusivamente em
análise de títulos ou currículos.
É que a exigência do título em concursos públicos SOMENTE SE JUSTIFICA para cargos ou
empregos cujas atribuições DEPENDAM DE ESPECIAL CONHECIMENTO TÉCNICO OU CIENTÍ-
FICO, a exemplo os cargos privativos de médico, engenheiro, perito criminal em determinada
especialização etc.
Noutras palavras, significa dizer que NADA JUSTIFICA a exigência de títulos em cargos de
atribuições genéricas cujo desempenho não se relacione a qualquer área específica de for-
mação, tampouco demande maiores habilidades ou aprofundamentos técnicos, científicos ou
acadêmicos3.
Assim sendo, só resta considerar que, a depender do caso, a exigência pura e simples e um
dado título, só pode configurar requisito de habilitação para o exercício do cargo, isso sim, é
cabível em qualquer concurso – desde que previsto em lei – mesmo que só de provas.
Neste sentido, já manifestou o STF, in verbis:
As provas de títulos em concursos públicos para provimento de cargos efetivos no sei da
administração pública brasileira, qualquer que seja o Poder de que se trate ou o nível federativo
de que se cuide, não podem ostentar natureza eliminatória, prestando-se apenas para classifi-
car os candidatos, sem jamais justificar sua eliminação do certame. (MS 31.176/DF)
Logo, o que se pode concluir é que, rigorosamente, só há um concurso de provas e títulos
quando existe uma fase de atribuição de pontos a cada título apresentado pelo candidato que
se enquadre entre os previstos em uma lista, sempre conforme prévia e detalhada especifica-
ção do edital, por exemplo, 15 pontos para mestrado, 20 para doutorado, 12 para certificado de
proficiência em certa língua4.

5.2.1. Fases do Concurso

Como vimos acima, inscrito no concurso, o candidato será submetido às provas que são
divididas em fases, como por exemplo: de provas e títulos, psicológica, aptidão física etc.
3
ALEXANDRINO, Marcelo e PAULO, Vicente. Resumo de Direito Administrativo Descomplicado. 10ª. Edição. São Paulo: Edi-
tora Forense LTDA, 2017, p.115.
4
Op., cit.

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Razão pela qual, não é demais reforçar que aprovação em concurso público envolve, obri-
gatoriamente, que os candidatos interessados no ingresso sejam submetidos e aprovados em
todas as fases do certame.
No caso da PC/PA, os concursos públicos são realizados em 02 (duas) etapas, ambas eli-
minatórias e classificatórias. A primeira é composta pela subfase de:
• Provas escritas de conhecimentos gerais;
• Prova de capacitação física;
• Exames médicos;
• Exame psicológico, para aferição do perfil profissiográfico adequado ao exercício das
atividades inerentes ao cargo a que concorrer; e
• Investigação criminal e social, para aferição da conduta social irrepreensível e da idonei-
dade moral compatível com a função policial.

Já a segunda etapa do concurso é formada pelo curso técnico-profissional, ministrado


pela Academia de Polícia Civil/IESP, com carga horária mínima de 480 (quatrocentos e oitenta)
horas-aula, distribuídas em aulas técnicas e práticas, bem como em estágios supervisionados
nos órgãos policiais.
Sobre o tema, convém trazer à baila algumas jurisprudências da Suprema Corte Constitu-
cional sobre o tema.

Observação I

Etapas de concursos precisam respeitar algumas limitações.


É que, restrições ou condicionamentos à participação de candidatos em concursos não
podem ser criadas por força própria de edital. A mesma regra vale para atos infralegais como
decretos, resoluções instruções normativas etc.
Nesse sentido o posicionamento que prevalece na jurisprudência dos Tribunais Superiores,
inclusive com manifestação sumular da Suprema Corte é de que em qualquer que seja o caso,
regras que impeçam participação de candidato em concurso devem ser motivadas. Significa
dizer que deve o esse tipo de ato deve estar com indicações precisas, claras e escritas dos
requisitos legais 5que deixaram de ser atendidos.
Aliás, não é exagero acrescentar que nem mesmo lei é livre para estipular requisitos como
condição para a participação em concursos públicos6, devendo-se observar princípios consti-
tucionais. Vejamos:

Súmula 684 STF: É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a


concurso público.

5
Op., cit., p.114.
6
Op., cit.

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Isso significa que regras com restrições, por exemplo, de idade, tatuagem e etc., devem
observar as limitações constitucionais. Inclusive, acerca dos dois exemplos, o STF já se mani-
festou. Vejamos:

Limite de idade em concurso público: Súmula 683-STF


O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art.
7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do
cargo a ser preenchido.

Restrições à tatuagem em Concurso Público: RE898.450/SP

Editais em concursos públicos não podem estabelecer restrições a pessoas com tatua-
gem, salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores constitucionais.

Observação II

Teste de Aptidão Física.

Em relação ao teste de aptidão física, vale destacar que, de acordo com as atribuições
do cargo, os exames de aptidão física poderão ser realizados e em caráter eliminatório.
Caso ocorra essa necessidade (certamente ocorrerá) as definições serão esclarecidas
no próprio edital de concurso público. Necessário é, ainda, trazer à baila posição firmada
pelo Supremo Tribunal Federal, concernente as provas físicas em concursos públicos.
Destacamos duas delas:
Info 706: Segunda chamada em provas físicas: RE 630.733/DF
Concernente as provas físicas em concursos públicos, segundo a qual os candidatos não
têm direito de que lhes seja marcada prova de segunda chamada nos testes de aptidão
física, motivada por circunstâncias pessoais, de caráter fisiológico ou por força maior –
salvo disposição expressa em sentido contrário no respectivo edital. STF. Plenário. RE
630733/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/5/2013 (repercussão geral)

Embora esta seja a decisão que prevalece no âmbito da suprema corte em relação a reapli-
cação do TAF, vale acrescentar que, há um julgado, relativamente recente, também do STF em
que a Corte reconheceu a remarcação do teste para candidatas gestantes à época do exame.
Isso significa que a remarcação é válida:
• Independentemente da previsão expressa em edital do concurso público; e
• A CRFB protege a maternidade, a família e o planejamento familiar, de forma que a con-
dição de gestante goza de proteção constitucional reforçada.

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• Em razão deste amparo constitucional específico, a gravidez não pode causar prejuízo
às candidatas, sob pena de malferir os princípios da isonomia e da razoabilidade.
• Não seria proporcional nem razoável exigir que a candidata colocasse a vida de seu
bebê em risco, de forma irresponsável, ao se submeter a teste físico mediante a prática
de esforço incompatível com a fase gestacional.
• O não reconhecimento desse direito da mulher compromete a autoestima social e a
estigmatiza.
• As mulheres têm dificuldade em se inserir no mercado de trabalho e enfrente obstáculos
para alcançar postos profissionais de maior prestígio e remuneração. Por consequência,
acirra-se a desigualdade econômica, que por si só é motivo de exclusão social.
• O STF entendeu que a situação da candidata grávida merece tratamento diferente do
caso de candidatos doentes ou que não compareceram ao teste por motivo de força
maior. Assim, justifica-se fazer um distinguishing em relação ao que foi decidido no RE
630733/DF.

Noutro giro, são os argumentos7 que subsidiam a negativa de segunda chamada do TAF:
• o princípio da isonomia estaria violado se a Administração Pública beneficiasse determi-
nado indivíduo em detrimento de outro nas mesmas condições;
• o princípio da isonomia não possibilita que o candidato tenha direito de realizar prova
de segunda chamada em concurso público por conta de situações individuais e pesso-
ais, especialmente porque o edital estabelece tratamento isonômico a todos os outros
candidatos;
• além disso, a análise da presente questão não se limita ao exame do princípio da isono-
mia, devendo ser considerados outros princípios envolvidos;
• o concurso público é um processo de seleção que deve ser realizado com transparência,
impessoalidade, igualdade e com o menor custo para os cofres públicos. Dessa manei-
ra, não é razoável a movimentação de toda a máquina estatal para privilegiar determi-
nados candidatos que se encontrem impossibilitados de realizar alguma das etapas do
certame por motivos exclusivamente individuais;
• ao se permitir a remarcação do teste de aptidão física nessas circunstâncias, está se
possibilitando que o término do concurso seja adiado inúmeras vezes, sem limites, con-
siderando que, naquele determinado dia marcado, algum candidato poderia ter proble-
mas de ordem individual, o que causaria tumulto e dispêndio desnecessário para a Ad-
ministração;
• assim, não é razoável que a Administração fique à mercê de situações adversas para
colocar fim ao certame, de modo a deixar os concursos em aberto por prazo indetermi-
nado.

7
Fonte: www.dizerodireito.com.br Acesso em 27.03.2019

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5.2.2. Validade do Concurso

O prazo de validade do concurso corresponde ao período que a administração tem para no-
mear ou contratar os aprovados para o cargo ou emprego público a que o certame se destinava
e é contado da sua homologação, ou seja, do ato administrativo de controle, mediante o qual
a autoridade competente declara a legalidade do procedimento em concurso e sua regular
conclusão8.
Vale destacar que, em regra, os estados seguem o prazo federal, aplicando a validade de
02 (dois) anos.
Frise-se que é obrigatório a fixação deste período em todo edital de concurso.
Merece destaque que, já é pacífico no STF que os candidatos aprovados dentro do número
de vagas previsto no edital têm direito subjetivo a nomeação.

O candidato aprovado dentro do número de vagas tem direito subjetivo à nomeação, mas
quem escolhe o momento de nomear é a Administração Pública. Assim, o candidato não
pode exigir que seja imediatamente nomeado. O direito de o candidato exigir a nomeação
só surge quando o prazo do concurso está expirando ou já expirou sem que ele tenha sido
nomeado. (RE 598.099 – MS)

Por outro lado, atente-se para o fato de que, em regra, o candidato nomeado fora do núme-
ro de vagas não tem direito à nomeação. No entanto, como toda regra tem sua exceção, o STF
listou 03 (três) hipóteses nas quais existe direito subjetivo à nomeação:
• Quando a aprovação do candidato ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital;
• Quando houver preterição o na nomeação por não observância da ordem de classifica-
ção; (Súmula n. 15)
• Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do cer-
tame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por
parte da administração.

Veja o inteiro Teor:

Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público


exsurge nas seguintes hipóteses:
1. Quando a aprovação do candidato ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital;
2. Quando houver preterição o na nomeação por não observância da ordem de classifica-
ção; (Súmula n. 15 – STF)

8
ALEXANDRINO, Marcelo e PAULO, Vicente. Resumo de Direito Administrativo Descomplicado.
10ª. Edição. São Paulo: Editora Forense LTDA, 2017, p.119,

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3. Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do cer-
tame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por
parte da administração. (RE 837311– PI)

Noutras palavras, pode-se dizer que, na dicção da nossa Corte Constitucional, o surgimen-
to de novas vagas ou abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de
validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos
aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária
e imotivada por parte da administração, caracterizada por comportamento tácito ou expresso
do poder pública capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado duran-
te o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato.
Em reforço, é importante destacar que, antes mesmo das decisões jurisprudenciais que, ao
longo dos anos, foram se desenhando nesse sentido, a Suprema Corte já havia consagrado a
existência de direito subjetivo à nomeação, independente do número certo de vagas no edital,
para casos de ser preterida a ordem da classificação. É o inteiro teor da Súmula 15:

Súmula n. 15: Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem direito
à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação.

Significa dizer que, em qualquer caso, o direito adquirido à nomeação surgirá para o candi-
dato mais bem classificado se a administração nomear antes dele outro candidato que tenha
obtido colocação inferior no certame.
Para finalizarmos este tópico, sem prejuízo do que foi ministrado até agora, só se pode
falar em preterição quando a administração pública efetua nomeações sem observar a ordem
de classificação por decisão dela própria. Ademais, não há que se falar em preterição quando
esta cumpre determinação judicial, nomeando candidatos menos bem colocado.

5.2.3. Curso de Formação

Concluída a primeira etapa do concurso, o candidato aprovado será matriculado na Acade-


mia de Polícia Civil/IESP para submeter-se à segunda etapa.
A matrícula dependerá da ordem de classificação do candidato dentro do número de vagas
estipuladas no edital e, mesmo matriculado na Academia de Polícia Civil/IESP para submeter-
-se à segunda etapa do concurso, o candidato não obtém vínculo com o Estado.
Finalmente, pode-se dizer que a classificação final do candidato no concurso público será
a resultante da média geral das disciplinas do curso de formação ministrado pela Academia
de Polícia Civil do Estado.

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5.2.4. Homologação do Concurso

Encerrada as fases anteriores, o concurso será homologado.


A homologação é um ato administrativo de controle, em que a autoridade competente, no
irá declarar a legalidade do procedimento em concurso e sua regular conclusão. Para que isso
aconteça, a classificação dos candidatos habilitados no concurso público é feita e encaminha-
da órgão responsável, para que haja a nomeação dos habilitados no concurso público da PC/
PA, daí porque, devem obedecer, rigorosamente a ordem de classificação.

5.3. A Posse
A posse é um ato administrativo realizado mediante a assinatura de um termo em que
o servidor se compromete a cumprir fielmente os deveres e o desempenho das funções do
cargo para o qual foi nomeado. É a partir dessa assinatura que o servidor está investido no
cargo policial.
Noutras palavras, pode-se dizer que a posse é o ato que completa a investidura em cargo
público, veja (Lei n. 5.810/94):

Art. 16. Posse é o ato de investidura em cargo público ou função gratificada.


Parágrafo único. Não haverá posse nos casos de promoção e reintegração.

Do termo de posse, assinado pela autoridade competente e pelo funcionário, constará o


compromisso de fiel cumprimento dos deveres e atribuições. Não é demais lembrar que ao
assinar o termo de posse, o futuro servidor também declarará, para que figurem no termo de
posse, os bens e valores que constituem seu patrimônio e que não exerce função pública de
acumulação proibida.
Outro importante destaque é que o ato de posse pode ocorrer tanto em relação aos cargos
de provimento efetivo quanto em relação aos cargos de provimento em comissão. A propósito,
não é demais lembrá-los que, são requisitos para a posse:
I – ser brasileiro;
II – estar no gozo dos direitos políticos;
III – estar quite com as obrigações militares,
IV – estar quite com as obrigações eleitorais;
V – gozar de boa saúde, comprovada em inspeção médica;
VI – ter atendido às prescrições de lei especial para o exercício de determinados cargos;
VII – ser declarado apto em exame psicotécnico procedido por entidade especializada,
quando exigido em lei ou regulamento.

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6. O Exercício da Função Policial


O exercício da função policial é o efetivo desempenho das atribuições do cargo.
A Posse ocorre em ato solene de posse perante o Delegado Geral, oportunidade em que o
policial prestará compromisso de desempenhar com retidão os deveres do cargo, de observar
os preceitos éticos e morais do policial civil, cumprindo os preceitos Constitucionais, legais e
demais regulamentos internos da Polícia Civil.

6.1. Início da Carreira nas Circunscrições da PC/PA


Destaque-se que o candidato nomeado na PC/PA inicia a carreira pelos Municípios do
interior do Estados, sendo as circunscrições da Polícia Civil do Estado classificadas da se-
guinte forma:
1ª Circunscrição, para os municípios com população de até 33.000 (trinta e três mil)
habitantes;
2ª Circunscrição, para os municípios com população de 33.001 (trinta e três mil e um) a
63.000 (sessenta e três mil) habitantes;
3ª Circunscrição, para os municípios com população acima de 63.001 (sessenta e três mil
e um) habitantes; e
4ª Circunscrição, para os municípios de Belém e os localizados na sua região metropolitana.
Nesse ínterim, pode-se dizer que a divisão dos municípios em circunscrições tem como
objetivo a organização administrativa e hierárquica da Polícia Civil.

6.2. Estágio Probatório


Regra geral, o estágio probatório ou experimental, consiste no período em que o servidor,
nomeado em caráter efetivo, ficará em observação e durante o qual será verificada a conve-
niência ou não de sua confirmação no cargo, mediante a apuração dos seguintes requisitos:
• Assiduidade;
• Disciplina;
• Capacidade de iniciativa;
• Produtividade; e
• Responsabilidade.

O estágio probatório dura três anos, o término do estágio probatório importa no reconheci-
mento da estabilidade de ofício. Neste período de estágio probatório, não poderá haver cessão
do servidor para outro Poder ou órgão da Administração Pública.

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6.3. Estabilidade
Após o encerramento do estágio probatório o policial civil, se aprovado, adquire estabili-
dade no serviço público. A Estabilidade é o instituto que dá status de servidor público defini-
tivo. Obviamente, essa definitividade é mitigada, já falaremos sobre isso.
A CRFB teve seu dispositivo, que trata sobre o tema, inserido em 2008 por redação da
LC n. 131/2008. Portanto, é dizer que após a emenda, em qualquer que seja o concurso, 04
(quatro) requisitos básicos constitucionais para efetivação da estabilidade precisam estar
satisfeitos. São eles:
I – Concurso público;
II – Nomeação para o cargo público efetivo;
III – 03 três anos de efetivo exercício;
IV – Avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
Se, no curso do estágio probatório, for apurada, em processo regular, a inaptidão do fun-
cionário para o exercício do cargo, será ele exonerado.
Não é demais esclarecer que:
Se uma pessoa, na vigência da constituição de 1988, ingressou nos quadros na polícia
civil, sem ter realizado concurso, por exemplo, nunca adquirirá estabilidade, ainda que tenha
sido oficialmente nomeada – o ato de nomeação é NULO –, permaneça efetivamente exercen-
do o cargo por 15 ou 30 anos e até mesmo que tenha sido aprovada em avaliação especial de
desempenho!
Então, fique esperto, porque tais dispositivos, são excelentes para serem explorados em
provas. Quanto a mitigação da estabilidade, é valido observar que o servidor estável perderá
o cargo em algumas hipóteses, por isso se fala em mitigação:
Servidor estável somente perderá o cargo em uma destas hipóteses:
1. Sentença judicial transitada em julgado;
2. Processo Administrativo Disciplinar;
3. Mediante procedimento na avaliação periódica de desempenho, na forma de lei com-
plementar, assegurada ampla defesa;
4. Excesso de despesa com pessoas, nos termos do art. 169§4º da Constituição Federal.
Óbvio que há a possibilidade de o servidor pedir exoneração, contudo, não podemos con-
fundir, já que, nesse caso, não se trata de perda e sim de desligamento voluntário.
Assim, o que se pode concluir é que o servidor estável somente é afastado do serviço pú-
blico, com consequente perda do cargo, em virtude de sentença judicial transitada em julgado
ou de resultado do processo administrativo disciplinar, no qual lhe tenha sido assegurada
ampla defesa.
Finalmente, anote-se que em NENHUMA HIPÓTESE o exercício de cargo em comissão
gera direito a estabilidade. Em tempo, vale destacar que há quem defenda, na doutrina de di-
reito administrativo, posicionamento diverso, embora seja, doutrina minoritária.

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6.4. Promoção
A Promoção é uma das formas de provimento do cargo público, sendo regulamentada por
Decreto Governamental, respeitando os critérios alternados de antiguidade e merecimento e
o interstício de dois anos.
Além disso, só poderá ser promovido por merecimento o candidato que estiver no exercí-
cio efetivo do cargo ou função de natureza estritamente policial civil. Por outro lado, não pode
ser promovido:

O policial civil enquanto estiver respondendo a processo administrativo disciplinar, inquérito policial
ou processo penal, bem como tenha sido punido penal ou disciplinarmente nos doze meses anterio-
res à data de instauração do processo de promoção.

Outro destaque importante sobre a promoção é a respeito do policial aposentado ou que


vier a falecer. De acordo com a Lei Orgânica da PC/PA, ambos serão submetido ao processo
de promoção, em igualdade de condições com os demais, desde que não tenha sido efetivada
a promoção a que tinha direito anteriormente.
É competência da Comissão Permanente de Promoção (COPEP) proceder às promoções
anuais da Instituição. A propósito, esta Comissão é composta por três membros designados
pelo Delegado Geral, sendo seu presidente um Delegado de Polícia de carreira da última clas-
se e outro da classe “C”, que não esteja concorrendo à promoção e o terceiro membro poderá
ser de outras categorias integrantes da carreira policial, que também não esteja concorrendo
à promoção.

6.5. Remoção
Nos termos da Lei Orgânica da PC/PA, o policial pode ser removido: ex officio, a pedido,
conveniência disciplinar, quando for promovido.
Sendo assim, ocorrerá a remoção:
• ex-officio, no interesse do serviço policial, desde que dentro da mesma circunscrição
correspondente à sua classe;
• A pedido, desde que dentro da mesma circunscrição correspondente à sua classe;
• Por conveniência disciplinar, devidamente fundamentada, desde que dentro da mesma
circunscrição correspondente à sua classe; e
• Para município de circunscrição imediatamente superior, quando for promovido de
classe.

Quando a remoção gerar ajuda de custo, o servidor somente poderá ser removido para
outro órgão policial após 12 (doze) meses de efetivo exercício na lotação atual. Além disso, é
importante ressaltar que, nos casos de remoção motivada por conveniência disciplinar ou a
pedido, não haverá direito ao pagamento da ajuda de custo.

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6.6. Aposentadoria e Pensões


O policial civil do Pará poderá aposentar-se por invalidez permanente, compulsoriamente e
voluntariamente, nos três casos, a aposentadoria ocorre com vencimentos integrais e demais
vantagens do cargo.
• Por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrente de acidente
em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especifica-
dos em lei, e proporcionais nos demais casos;
• Compulsoriamente, aos 70 anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de
serviço;
• Voluntariamente, com proventos integrais: a) após trinta anos de serviço, se mulher; b)
após 35 anos de serviço, se homem.

6.7. Garantias e Prerrogativas dos Policiais do Estado do Pará


A Lei Orgânica da PC/PA estabelece algumas garantias ao policial civil, além daqueles pre-
vistas pela Constituição. Merece destaque:
• O recebimento de tratamento compatível com o nível de cargo desempenhado;
• A prioridade em todos os serviços de transportes e comunicações públicas e privadas,
quando a urgência do serviço e exigir;
• O exercício privativo dos cargos e funções da organização policial civil, observada a hie-
rarquia; A Irredutibilidade de vencimentos.

Além disso, como veremos mais à frente, a Lei Orgânica da PC/PA estipula como garantia
o fato de, quando, no curso de investigação houver indícios de infração penal atribuída a poli-
cial civil, a autoridade policial remeterá, imediatamente, cópia do procedimento ao Corregedor
Geral de Polícia.

6.8. Direitos e Vantagens


A Lei Orgânica da PC/PA estabelece uma série de direitos e vantagens conferidas ao poli-
cial civil do Pará.
De forma resumida, pode-se dizer que são:
• Direitos:
− Aqueles estabelecidos no rol do art. 61 da Lei Orgânica da PC/PA (vide rol completo
em “Destaques à legislação e jurisprudência”):
◦ Os vencimentos; e
◦ As gratificações.
• Vantagens:

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− A diária;
− Ajuda de custo para despesa de transporte e mudança;
− A representação de magistério, para os professores efetivos da Academia de Polícia
Civil, conforme a carreira de Professor de Ensino Policial;
− O Seguro de acidente de trabalho;
− O adicional de curso de extensão na área policial ou pós-graduação na área jurídica,
com importância para o aprimoramento da atividade policial civil.

7. Regime Disciplinar Aplicável aos Policiais Civis do Pará


Chamo a atenção de vocês para este capítulo em especial!
Trata-se de tema moderno e MUITO explorado nas provas de carreiras policiais. Portanto,
merece atenção especial, não deixe de revisá-lo antes da prova.

7.1. Responsabilidades
Entenda que, pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcionário responde civil, penal
e administrativamente.
Importante destacar que responsabilidade do policial civil do Pará obedece ao disposto na
Lei que rege os funcionários públicos civis do Estado, acrescentando-se que as comunicações
civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo umas e outras independentes entre
si, bem assim as instâncias civil, penal e administrativa.

DICA
Note que as responsabilidades não são excludentes! Significa
que as sanções civis, penais e disciplinares poderão acumu-
lar-se, sendo umas e outras independentes entre si, bem as-
sim as instâncias civil, penal e administrativa. MAS ATENÇÃO:
A absolvição criminal somente afasta a responsabilidade civil
ou administrativa se negar a existência do fato ou afastar do
acusado a respectiva autoria.

Dessa forma, significa que o policial civil responde civil, penal e administrativamente pelo
exercício irregular das suas atribuições, também pelas informações incorretas que prestar, por
culpa ou dolo.
• Responsabilidade civil decorre de procedimento doloso ou culposo, que importe em
prejuízo à Fazenda Estadual ou a terceiros. Ressalte-se que a responsabilidade civil
não acarreta prejuízo da promoção de ação judicial para cobrança do valor integral de-
vido, a critério da Administração.

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Além disso, vale destacar que se tratando de dano causado a terceiro responderá o fun-
cionário perante a Fazenda Estadual em ação regressiva proposta após transitar em julgado a
decisão que a houver condenado a indenizar o terceiro. Ademais, o STF fixou a Tese da dupla
garantia, nesse sentido, é certo dizer que a vítima somente poderá ajuizar a ação de indeniza-
ção contra o Estado; se este for condenado, poderá acionar o servidor que causou o dano em
caso de dolo ou culpa; o ofendido não poderá propor a demanda diretamente contra o agente
público, veja:

A teor do disposto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, a ação por danos causados
por agente público deve ser ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito pri-
vado prestadora de serviço público, sendo parte ilegítima para a ação o autor do ato,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
(Informativo 947 – STF) STF. Plenário. RE 1027633/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado
em 14/8/2019 (repercussão geral)

• Quanto a responsabilidade penal, esta abrange as infrações penais imputadas ao servi-


dor policial civil nessa qualidade.
• Já a responsabilidade administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no
desempenho do cargo ou função.

7.2. Deveres
São deveres do funcionário policial, além daqueles inerentes aos demais funcionários pú-
blicos civis:
• Ser leal e fiel aos superiores interesses do Estado e da Instituição Policial Civil, dedi-
cando-se inteiramente ao serviço policial, respeitando as Leis, Autoridades, Instituições
constituídas e ao Povo;
• Obedecer às ordens legais de superiores hierárquicos e promover a sua fiel execução;
• Desempenhar as funções específicas com zelo, presteza, eficiência e probidade;
• Zelar pela valorização da função policial e pelo respeito aos direitos do cidadão e da
dignidade da pessoa humana;
• Proceder na vida pública e particular de modo a dignificar a função policial;
• Adotar providências cabíveis em face das irregularidades de que tenha conhecimento
no serviço ou em razão dele;
• Guardar sigilo sobre assuntos da administração a que tenha acesso ou conhecimento,
em razão do cargo ou da função;
• Observar os princípios institucionais da Polícia Civil;
• Agir com serenidade, prudência, urbanidade e energia na execução das atividades poli-
ciais civis;

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• Zelar pela economia e conservação dos bens do Estado, sobretudo daqueles cuja guar-
da ou utilização lhe foi confiada;
• Cultivar o aprimoramento técnico-profissional;
• O policial civil, mesmo de folga, ao flagrar ou tomar conhecimento de qualquer ilícito
penal, deverá tomar todas medidas legais cabíveis;
• Zelar pelos direitos e garantias fundamentais constitucionais;
• Proteger vidas e bens;
• Não permitir que sentimentos ou animosidades pessoais possam influir em suas deci-
sões;
• Ser inflexível, porém, justo, no tratamento com os delinquentes.

Além disso, a Lei Orgânica da PC/PA determina que o Policial Civil que participar de greve,
reunião ou movimento de cunho reivindicatório da categoria policial não poderá usar arma. A
respeito do tema, não é demais lembrá-lo que o STF no informativo 800, definiu a inviabilidade
da greve do sistema de segurança pública brasileiro. Nesse sentido, é o inteiro dispor:

“O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos poli-
ciais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança
pública.”
ARE 654432/GO, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, jul-
gamento em 5.4.2017. (ARE-654432).

7.3. Proibições Aplicáveis ao Delegado de Polícia


Aos Delegados de Polícia, aplicam-se as seguintes vedações:
• O recebimento, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou
custas processuais.
• Exercer a advocacia.
• Participar de sociedade comercial.
• Exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de ma-
gistério.
• Exercer atividade político-partidária, salvo exceções previstas na lei.

Além disso, às outras categorias, são vedadas:


I – Acumular cargo público, ressalvadas as hipóteses previstas constitucionalmente;
II – Participar da gerência ou administração de empresa de qualquer natureza.

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7.4. Penas Disciplinares


As penalidades administrativas são aplicáveis de acordo com a transgressão disciplinar
cometida pelo policial civil. Portanto, na aplicação das penas disciplinares, serão considera-
dos: a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o servi-
ço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais, obser-
vando-se o princípio da ampla defesa.
Destaque-se que aplicação de penalidade por transgressões disciplinares, não eximem o
servidor policial civil da obrigação de indenizar o Estado pelos prejuízos causados.

7.4.1. Espécies de Penalidades Disciplinares

São 5 (cinco) as penalidades disciplinares que podem ser aplicadas ao policial transgres-
sor, são elas:
1. Repreensão;
2. Suspensão;
3. Demissão;
4. Cassação de Aposentadoria;
5. Cassação da Disponibilidade.

Repreensão

A pena de repreensão, é aplicada, por escrito, nos casos de transgressões disciplinares


leves que não justifiquem imposição de penalidade mais grave.
A penalidade de REPREENSÃO tem seu registro cancelado, após o decurso de 03 (três) anos
de efetivo exercício, se o policial não houver nesse período, praticado nova infração disciplinar.

Suspensão

A pena de suspensão, é aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com


Repreensão
• E em caso de violação das demais proibições, desde que não tipifiquem infração sujeita
a penalidade de demissão.

Destaque-se que a pena de suspensão não pode exceder de 90 (noventa) dias e, havendo
conveniência para o serviço, a penalidade pode ser convertida em multa de 50% (cinquenta
por cento) no dia do vencimento ou remuneração, ficando o policial obrigado a permanecer
em serviço.

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Já nos casos de reincidências, configurada a deliberada vontade de incorrer na prática


irregular, a aplicação da pena de suspensão ocorre de forma progressiva até o dobro da última
punição da mesma espécie.
A penalidade de SUSPENSÃO tem seu registro cancelado, após o decurso de 05 (cinco)
anos de efetivo exercício, se o policial não houver nesse período, praticado nova infração
disciplinar.

Demissão

A Penalidade de demissão deverá SEMPRE mencionar a causa da penalidade, sob pena de


nulidade. A pena de demissão também será aplicada nos casos de:
I – Crime contra a Administração Pública;
II – Abandono de cargo;
III – Inassiduidade habitual;
IV – Improbidade administrativa;
V – Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
VI – Procedimento irregular de natureza grave;
VII – ofensa física ou moral, no exercício do cargo, a superior hierárquico, servidor ou a
particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem;
VIII – Aplicação irregular do dinheiro público;
IX – revelação ou divulgação de segredo adquirido em razão do cargo ou quebra do sigilo
de peças do inquérito policial ou procedimentos administrativos;
X – Lesão aos cofres públicos e dispidação do patrimônio público; XI – Corrupção;
XII – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, exceto nas hipóte-
ses legais;
XIII – transgressão prevista nos incisos IX, XIII, XV, XVI, XIX, XX, XXV, XXVI, XXXIV, XXXV,
XXXIX, XLIII e XLV, todos do art. 74 do Estatuto;
XIV – uso de arma quando estiver participando de greve, reuniões ou movimento de cunho
reivindicatório da categoria policial.
Além disso, aplica-se a pena de demissão em hipóteses de transgressões. Vide o quadro
de transgressões que compilamos no tópico 7.5.

Cassação de Aposentadoria e da Disponibilidade

A cassação de aposentadoria e a disponibilidade são reguladas por legislação específi-


ca do Pará.

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7.4.2. Competência para Aplicação da Penalidade

São competentes para impor as penas disciplinares:


• O Governador do Estado, nos casos de demissão ou suspensão acima de sessenta dias;
• O Delegado-Geral da Polícia Civil, nos casos de repreensão ou suspensão até sessenta
dias;
• O Corregedor-Geral da Polícia Civil, nos casos de repreensão ou suspensão até trinta
dias;
• Os Coordenadores do Interior e da Região Metropolitana, nos casos de repreensão ou
suspensão até quinze dias.

7.4.3. Justificação, Atenuantes e Agravantes

Nos termos da Lei Orgânica da PC/PA, há causas de justificação da penalidade administra-


tiva, além de circunstâncias agravantes e atenuantes. Nesse sentido:
São causas de justificação de penalidade:
a) motivo de força maior, devidamente comprovado;
b) caso fortuito;
c) ter sido a transgressão cometida na prática de ação meritória no interesse do serviço, da
ordem ou da segurança pública;
d) ter a transgressão cometida em legítima defesa própria ou de terceiros, em obediência
a ordem superior hierárquica, no estrito cumprimento do dever legal, ou quando pelas circuns-
tâncias não for exigível outra conduta.
São circunstâncias atenuantes:
a) a boa conduta funcional;
b) serviços relevantes prestados;
c) ter sido a transgressão cometida para evitar mal maior.
São circunstâncias agravantes:
a) má conduta funcional;
b) prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;
c) reincidência;
d) ter praticado a transgressão em conluio com duas ou mais pessoas, durante a execução
do serviço, em presença de subordinado ou em público;
e) ter sido praticada a transgressão com premeditação ou com abuso de autoridade hierár-
quica ou funcional.

7.5. Das Transgressões Disciplinares


Podemos dizer que transgressão disciplinar é toda ação ou omissão contrária ao dever
funcional ou expressamente proibidas, cometidas pelo servidor policial civil. Como já fora dito,

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a consequência ao cometimento de transgressões disciplinares, ensejam aplicação de penali-


dades administrativas que vimos acima.
Abaixo, compactamos as transgressões. Vejamos:

Transgressão disciplinar PENA

I – faltar ao serviço de forma contínua ou


alternadamente, ou chegar atrasado a
qualquer ato de serviço que deva tomar parte
ou assistir;
II – deixar de saldar dívidas legítimas
injustificadamente;
III – deixar de pagar com regularidade as
pensões a que esteja obrigado em virtude de
decisão judicial;
V – permutar o serviço sem expressa
autorização da autoridade competente;
V – indicar ou insinuar nomes de advogados
para assistir a pessoa que se encontra
envolvida em procedimento policial ou judicial;

VI – ausentar-se do serviço, do local de


trabalho ou abandonar o plantão sem
autorização superior;

VII – agir no exercício da função com imperícia,


imprudência, ou negligência ou de forma
arbitrária;
VIII – afastar-se do município onde exerce
suas atividades, sem expressa autorização da
Diretoria de Polícia, a que estiver subordinado;
IX – usar indevidamente os bens da Polícia
Civil ou a ela confiados, sob guarda ou não do DEMISSÃO
servidor;
X – interpor ou traficar influência alheia para
solicitar acesso, promoções, transferências ou
comissionamento;
XI – entregar-se à prática de jogos proibidos,
vício de embriaguez ou de atos públicos
reprováveis;
XII – comparecer embriagado ou ingerir bebida
alcoólica em serviço;

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VI – ausentar-se do serviço, do local de


trabalho ou abandonar o plantão sem
autorização superior;

XIII – valer-se do cargo com o fim de obter


proveito de qualquer natureza para si ou para DEMISSÃO
outrem;
XIV – veicular por qualquer modo, notícias
sobre serviço ou procedimento policial
realizado ou em realização pela Polícia Civil,
sem autorização de superior hierárquico;
XV – permitir, à pessoa recolhida sob custódia,
conservar quaisquer objetos capazes de DEMISSÃO
constituir perigo, causar lesão ou danificar as
instalações ou facilitar a fuga;
XVI – servir de intermédio entre pessoas
e terceiros para fins incompatíveis com o
serviço policial. Conversar ou deixar terceiros DEMISSÃO
conversarem com o preso, sem que para isso
esteja autorizado por sua função ou autoridade
competente;
XVII – protelar ou dificultar, injustificadamente,
por atos ou omissões, o andamento de
papéis, deixando de concluir nos prazos
legais, inquéritos, prestação de informações,
apuração administrativa interna, processos
administrativos, realizações de diligências ou
cumprimento de determinação judicial;
XVIII – simular doença, para esquivar-se do
cumprimento do dever;
XIX – recusar-se ou esquivar-se de atender
ocorrências passíveis de intervenção policial
que presencie ou tome conhecimento, bem DEMISSÃO
como portar-se de modo incompatível com as
funções de policial, mesmo estando de folga;
XX – negligenciar ou omitir-se na guarda
do preso, maltratá-lo ou usar de violência
desnecessária no exercício da função policial, DEMISSÃO
ou extraviar ou dar ensejo ao extravio de
pertences do preso;
XXI – praticar usura em qualquer de suas
formas;

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VI – ausentar-se do serviço, do local de


trabalho ou abandonar o plantão sem
autorização superior;

XXII – formular de má fé, queixa ou


representação;

XXIII – fazer uso indevido de documento


funcional, arma, algemas, uniformes ou outros
bens da Instituição ou cedê-los a terceiro, a
qualquer título;

XXIV – emitir opiniões ou conceitos


depreciativos a superiores hierárquicos,
autoridades constituídas brasileiras ou de
nações que mantenham ou não relações
diplomáticas com o Brasil;
XXV – receber propina, comissões ou auferir
vantagens e proveitos pessoais de qualquer
espécie e sob qualquer pretexto, em razão de DEMISSÃO
função ou cargo que exerça ou tenha exercido,
aplicar irregularmente o dinheiro público;
XXVI – permitir a pessoas estranhas à
instituição Policial, fora dos casos previstos
em lei, o desempenho de encargos que lhe DEMISSÃO
competir ou a seus subordinados, ou ainda,
dar, ceder a insígnia ou Carteira Funcional;
XXVII – manter relação de amizade ou exibir-
se em público habitualmente com pessoas
de má reputação, frequentando sem razão de
serviço, lugares incompatíveis com o decoro e
a condição policial;
XXVIII – deixar de apresentar-se, sem motivo
justificado; a) ao setor, serviço, divisão ou
departamento para onde tenha b) ao final das
férias, licença ou dispensa do serviço;
XXIX – entregar sua arma de serviço, à pessoa
não credenciada, sem autorização superior,
ou deixá-la em lugar, onde terceiros possam
utilizar;
XXX – manusear ou disparar, de forma culposa
ou dolosa, arma de fogo da qual tenha a posse;

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XXIII – fazer uso indevido de documento


funcional, arma, algemas, uniformes ou outros
bens da Instituição ou cedê-los a terceiro, a
qualquer título;

XXXI – participar de greve, reunião ou


movimento de cunho reivindicatório da
categoria policial civil, com violação das
normas legais que regulamentam esse direito,
inclusive o previsto no art. 71, parágrafo único,
desta Lei;
XXXII – deixar de atender, imediatamente, à
convocação de Autoridade Policial superior,
bem como, deixar de prestar informações
solicitadas e julgadas necessárias;
XXXIII – introduzir bebidas alcoólicas ou
entorpecentes na repartição, salvo quando
apreendidas no exercício da função policial;
XXXIV – praticar infração penal que, por sua
natureza, incompatibiliza o policial com o DEMISSÃO
exercício da função;
XXXV – praticar ato lesivo da honra ou do
patrimônio de pessoa física ou jurídica, com DEMISSÃO
abuso ou desvio de poder;
XXXVI – lançar em livros ou em ficha
ocorrência, queixas, reivindicações ou
quaisquer outras matérias estranhas à
finalidade deles;
XXXVII – publicar sem ordem expressa da
autoridade competente documentos oficiais,
embora não reservado ou ensejar a divulgação
de seu conteúdo no todo ou em parte;
XXXVIII – praticar ato de incontinência pública
e conduta escandalosa na repartição pública;
XXXIX – incorrer em procedimento irregular de DEMISSÃO
natureza grave;
XL – faltar à verdade no exercício de suas
funções;
XLI – agir de forma desidiosa no desempenho
de suas funções;

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XXIII – fazer uso indevido de documento


funcional, arma, algemas, uniformes ou outros
bens da Instituição ou cedê-los a terceiro, a
qualquer título;

XLII – faltar ou chegar atrasado ao serviço,


ou deixar de participar, com antecedência,
à autoridade a que estiver subordinado, a
impossibilidade de comparecer à repartição,
salvo motivo justo;
XLIII – dirigir-se ou referir-se a superior
hierárquico ou a subordinado de modo DEMISSÃO
desrespeitoso;
XLIV – negligenciar na guarda de objeto
pertencente à Polícia Civil e que, em
decorrência das atribuições do cargo, lhe tenha DEMISSÃO
sido confiado, possibilitando que se danifique
ou extravie;
XLV – dar causa, intencionalmente, ao extravio
ou danificação de objetos pertencentes à
Polícia Civil;
XLVI – desviar servidor público para
atendimento a interesses particulares;
XLVII – exercer outra atividade profissional
fora dos casos permitidos por lei, ou vincular o
seu nome a empreendimento ou atividade de
cunho ilegal ou duvidoso.

Bem, superadas as transgressões disciplinares é importante acrescentar que o policial Ci-


vil que tiver conhecimento de irregularidade praticada por servidor da Instituição será obrigado
a comunicar o fato, imediatamente, à Corregedoria Geral da Polícia Civil, sob pena de incorrer
em responsabilidade. Veremos a partir de agora como funciona a processo disciplinar.

7.6. Processo Disciplinar


Acerca do procedimento disciplinar, disponibilizamos no tópico de destaques a legislação,
a integra do procedimento.
No entanto, é importante esclarecer que o processo disciplinar é o instrumento destinado
a apurar responsabilidade do policial civil por infração praticada no exercício de suas atribui-
ções, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido.

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O PAD no âmbito da PC/PA é por uma comissão composta por 03 (três) policiais civis
estáveis no cargo, designados pela autoridade competente, e presidida por um Delegado de
Polícia, sendo o seu presidente de classe igual ou superior ao do acusado.
Em casos em que o acusado for Delegado de Polícia, os integrantes da comissão proces-
sante deverão ser, obrigatoriamente, da mesma categoria.
Importante alertar que sempre que o ilícito praticado pelo policial civil ensejar, em tese, a
imposição de penalidade de suspensão por mais de trinta dias e de demissão, será obrigatória
a instauração direta de processo administrativo disciplinar.
São instituídas quatro Comissões Permanentes de Processo Administrativo Disciplinar
(CPPAD), as quais serão coordenadas pelo Corregedor-Geral da Polícia Civil.

7.6.1. Resultado da Apuração Administrativa

Da apuração administrativa interna poderá resultar:


• Arquivamento;
• Aplicação de penalidade de repreensão ou suspensão até sessenta dias;
• Instauração de processo administrativo disciplinar.

7.6.2. Prazo

O prazo para conclusão da apuração administrativa interna não pode exceder a trinta dias,
prorrogável por igual período a critério da autoridade que houver determinado sua instauração.

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RESUMO
Espécies de Leis no Direito brasileiro:
• LO;
• LC.

NÃO há hierarquia entre Lei Ordinária e Lei Complementar.


Embora não haja hierarquia, o processo legislativo das duas normas é diferente.

Lei Complementar
• Espécie normativa de matérias com rol taxativo na CRFB.
• Exige quórum de maioria absoluta para aprovação.
• O processo legislativo difere do processo para Leis Ordinárias em 03 (três) momentos.

1. Diferença material: possui matérias de rol taxativo na CRFB, ou seja, a Constituição vai
dizer: “Lei Complementar definirá…” ou ainda “Lei Complementar estabelecerá...”.
2. Diferença formal: Exige maioria absoluta (art. 69, CRFB).
3. Diferença no regime de tramitação: Só possui regime de tramitação tradicional, ou seja,
só vai à plenário e nunca as comissões para parecer sobre o PL.

Lei Ordinária
• Espécie normativa cujo rol é subsidiário as outras espécies, ou seja, a Constituição, nos
casos em que deseja, estabelece instrumento normativo específico – daqueles elenca-
dos no art. 59, CRFB – para tratar de determinado assunto.

Quando não o fizer, a matéria será automaticamente disciplinada por Lei Ordinária.
• Quórum é de maioria simples (Art. 47, CRFB).
• O processo legislativo difere do processo para Leis Complementares em 03 (três) mo-
mentos.

1. Diferença material: possui matérias de rol taxativo na CRFB, ou seja, a Constituição vai
dizer: “Lei Complementar definirá....” ou ainda “Lei Complementar estabelecerá...”.
2. Diferença formal: Exige maioria simples (art. 47, CRFB).
3. Diferença no regime de tramitação: Comporta o regime de tramitação tradicional (plená-
rio) e regime de tramitação conclusivo (em que o PL passa por comissões).
Estrutura Organizacional Básica da PC/PA:
• Conselho Superior;
• Delegado-Geral de Polícia Civil  Gabinete do Delegado-Geral;
• Delegado Adjunto;

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• Consultoria Jurídica;
• Assessoria;
• Núcleos de Inteligência Pessoal;
• Diretorias;
• Corregedorias;
• Coordenadorias;
• Superintendências Regionais;
• Seccionais Urbanas;
• Divisões Especializadas; e
• Delegacias de Polícia.

Além dessas, também estão inseridas nas unidades que compõem a estrutura básica
da PC/PA as:
• Superintendências Regionais;
• Seccionais Urbanas;
• Divisões Especializadas; e
• Delegacias de Polícia.

Autoridade Policial: A Figura do Delegado de Polícia


• É nesse processo de amadurecimento e relevância que, atualmente, o Delegado de Po-
lícia representa a classe mais elevada da Polícia Civil, sendo responsável pela organiza-
ção e administrativa do órgão e pela chefia da investigação criminal.
• 12.830/2006 dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia,
falamos bastante sobre ela na aula passada.
• Convém destacar que o cargo, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações
penais exercidas pelo Delegado de Polícia são de natureza jurídica e policial, essenciais
e exclusivas de Estado.

Resolução n. 75 do CNJ

Art. 59. Considera-se atividade jurídica, para os efeitos do art. 58, § 1º, alínea “i”:
I – Aquela exercida com exclusividade por bacharel em Direito; II – O efetivo exercício de advocacia,
inclusive voluntária, mediante a participação anual mínima em 5 (cinco) atos privativos de advogado
(Lei n. 8.906, 4 de julho de 1994, art. 1º) em causas ou questões distintas; III – O exercício de car-
gos, empregos ou funções, inclusive de magistério superior, que exija a utilização preponderante de
conhecimento jurídico; IV – O exercício da função de conciliador junto a tribunais judiciais, juizados
especiais, varas especiais, anexos de juizados especiais ou de varas judiciais, no mínimo por 16 (de-
zesseis) horas mensais e durante 1 (um) ano; V – o exercício da atividade de mediação ou de arbi-
tragem na composição de litígios. § 1º É vedada, para efeito de comprovação de atividade jurídica, a
contagem do estágio acadêmico ou qualquer outra atividade anterior à obtenção do grau de bacha-

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rel em Direito. § 2º A comprovação do tempo de atividade jurídica relativamente a cargos, empregos
ou funções não privativos de bacharel em Direito será realizada mediante certidão circunstanciada,
expedida pelo órgão competente, indicando as respectivas atribuições e a prática reiterada de atos
que exijam a utilização preponderante de conhecimento jurídico, cabendo à Comissão de Concurso,
em decisão fundamentada, analisar a validade do documento.

ADI n. 3.460

Há exceções, reconheço, nesse plano no preparo técnico para a solução de controvér-


sias. E elas estão, assim penso, justamente nas atividades policiais e nas de natureza
cartorária. É que a Constituição mesma já distingue coisas. Quero dizer: se a atividade
policial diz respeito ao cargo de Delegado, ela se define como de caráter jurídico (...) Isto
porque: a) desde o primitivo §4º, do art. 144, da Constituição que o cargo de Delegado de
Polícia é tido como equiparável àqueles integrantes das chamadas carreiras jurídicas. –
ADI n. 3460, Relator: Min. Carlos Britto. Pleno. 31.08.2006

• Princípio da Imparcialidade e independência funcional do Delegado:


− Uma das principais garantias de um Delegado de Polícia é a liberdade relacionada ao
livre convencimento no exercício de suas atribuições. Isso significa que é garantido
ao Delegado a interpretação do ordenamento jurídico com isenção, imparcialidade e
de modo fundamentado.
− O Delegado de Polícia, é dotado de imparcialidade e independência funcional para
o exercício fim de sua profissão, ou seja, a investigação criminal e a presidência do
inquérito policial.
• Atribuições do Delegado de Polícia do Pará:
− Dirigir, coordenar, supervisionar e fiscalizar as atividades administrativas e operacio-
nais do órgão ou unidade policial sob sua direção;
− Cumprir e fazer cumprir, no âmbito de sua competência, as funções institucionais da
Polícia Civil;
− Planejar, dirigir e coordenar, com base na estatística policial, as operações policiais
no combate efetivo à criminalidade, na área de sua competência;
− Exercer poderes discricionários afetos à Polícia Civil que objetive proteger os direitos
inerentes à pessoa humana e resguardar a segurança pública;
− Praticar todos os atos da polícia, na esfera de sua competência, visando a diminuição
da criminalidade e da violência;
− Zelar pelo cumprimento dos princípios e funções institucionais da Polícia Civil;
− Zelar pelos direitos e garantias constitucionais fundamentais;

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− Instaurar e presidir inquéritos policiais e outros procedimentos administrativos no


âmbito de sua competência, cabendo-lhe, privativamente, o indiciamento decorrente
do livre convencimento jurídico penal, fundamentado no relatório conclusivo no In-
quérito Policial;
− Promover diligências, requisitar informações, determinar exames periciais, remoções
e documentos necessários à instrução do inquérito policial ou outros procedimentos
decorrentes das funções institucionais da Polícia Civil;
− Manter o sigilo necessário à elucidação do fato e às investigações a seu cargo.
• Dos Agentes da Autoridade Policial:
− Investigador Polícia Civil; e
− Escrivão de Polícia Civil.
• Ingresso na PC/PA:
− Nacionalidade brasileira;
− O gozo dos direitos políticos;
− Quitação com as obrigações militares e eleitorais;
− Nível de escolaridade de bacharel em direito para o cargo de Delegado de Polícia Civil;
graduação de nível superior completo para os cargos de Investigador de Polícia, Escri-
vão de Polícia e Papiloscopista;
− Aptidão física e mental;
− Ter conduta pública e privada irrepreensível, não possuindo antecedentes criminais;
− Ter reputação ilibada, comprovada por declaração firmada por duas autoridades pú-
blicas.

Concurso Público

São realizados em 02 (duas) etapas, ambas eliminatórias e classificatórias. A primeira é


composta pela subfase de:
• Provas escritas de conhecimentos gerais;
• Prova de capacitação física;
• Exames médicos;
• Exame psicológico, para aferição do perfil profissiográfico adequado ao exercício das
atividades inerentes ao cargo a que concorrer; e
• Investigação criminal e social, para aferição da conduta social irrepreensível e da idonei-
dade moral compatível com a função policial.

Já a segunda etapa do concurso é formada pelo curso técnico-profissional, ministrado


pela Academia de Polícia Civil/IESP, com carga horária mínima de 480 (quatrocentos e oitenta)
horas-aula, distribuídas em aulas técnicas e práticas, bem como em estágios supervisionados
nos órgãos policiais.

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• Posse e exercício:
− Em até 30 dias.
• Estágio probatório:
− 3 anos.
• Hipóteses de perda do cargo:
− Sentença judicial transitada em julgado;
− Processo Administrativo Disciplinar;
− Mediante procedimento na avaliação periódica de desempenho, na forma de lei com-
plementar, assegurada ampla defesa;
− Excesso de despesa com pessoas, nos termos do art. 169§4º da Constituição Fede-
ral.
• Deveres:
− Ser leal e fiel aos superiores interesses do Estado e da Instituição Policial Civil, dedi-
cando-se inteiramente ao serviço policial, respeitando as Leis, Autoridades, Institui-
ções constituídas e ao Povo;
− Obedecer às ordens legais de superiores hierárquicos e promover a sua fiel execução;
− Desempenhar as funções específicas com zelo, presteza, eficiência e probidade;
− Zelar pela valorização da função policial e pelo respeito aos direitos do cidadão e da
dignidade da pessoa humana;
− Proceder na vida pública e particular de modo a dignificar a função policial;
− Adotar providências cabíveis em face das irregularidades de que tenha conhecimento
no serviço ou em razão dele;
− Guardar sigilo sobre assuntos da administração a que tenha acesso ou conhecimen-
to, em razão do cargo ou da função;
− Observar os princípios institucionais da Polícia Civil;
− Agir com serenidade, prudência, urbanidade e energia na execução das atividades
policiais civis;
− Zelar pela economia e conservação dos bens do Estado, sobretudo daqueles cuja
guarda ou utilização lhe foi confiada;
− Cultivar o aprimoramento técnico-profissional;
− O policial civil, mesmo de folga, ao flagrar ou tomar conhecimento de qualquer ilícito
penal, deverá tomar todas medidas legais cabíveis;
− Zelar pelos direitos e garantias fundamentais constitucionais;
− Proteger vidas e bens;
− Não permitir que sentimentos ou animosidades pessoais possam influir em suas de-
cisões;
− Ser inflexível, porém, justo, no tratamento com os delinquentes.

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• Proibições aplicáveis ao Delegado de Polícia:


− O recebimento, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou
custas processuais.
− Exercer a advocacia.
− Participar de sociedade comercial.
− Exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de
magistério.
− Exercer atividade político-partidária, salvo exceções previstas na lei.
• Penas disciplinares:

1. Repreensão;
2. Suspensão;
3. Demissão;
4. Cassação de Aposentadoria;
5. Cassação da Disponibilidade.
• Processo disciplinar:
− Prazo: a conclusão não pode exceder a trinta dias;
− Resultado: arquivamento, aplicação de penalidade de repreensão ou suspensão até
sessenta dias; instauração de processo administrativo disciplinar.

Considerações Finais

Queridos(as) alunos(as),
Com isso, encerramos o estudo sobre a Legislação Especial da PC/PA.
Espero que tenham gostado do material produzido, bem assim que o aproveitem ao longo
de toda a sua preparação.
Grande abraço e até logo!

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FUNCAB/PC-PA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2016) Conforme a Lei Complementar
n. 22 de 1994, do Estado do Pará, são atribuições dos delegados de polícia da polícia civil do
Estado do Pará:
a) Conduzir veículos automotores e outros meios de transporte, desde que habilitado.
b) Manter o controle do inventário dos bens patrimoniais da Unidade Policial, promovendo
cargo e baixa dos mesmos.
c) Participar na formação de inquérito policiais e procedimentos administrativos, sob a presi-
dência do Diretor Geral de Polícia Judiciária.
d) Planejar, dirigir e coordenar, com base na estatística policial, as operações policiais no com-
bate efetivo à criminalidade, na área de sua competência.
e) Operar equipamento de comunicações.

a) Errada. Trata-se de atribuição dos INVESTIGADORES.


b) Errada. Trata-se de atribuição dos ESCRIVÃES.
c) Errada. Trata-se de atribuição dos ESCRIVÃES.
e) Errada. Trata-se de atribuição dos INVESTIGADORES.
Letra d.

002. (MSCONCURSOS/PC-PA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2012) Com base na Lei Com-


plementar n. 022, de 15 de março de 1994, que estabelece normas de organização, compe-
tências, garantias, direitos e deveres da Polícia Civil do Estado do Pará, assinale a alternativa
incorreta:
a) São princípios institucionais da Polícia Civil a Autonomia Administrativa e Funcional, a Hie-
rarquia e a Disciplina.
b) Ao policial civil é vedado participar da gerência ou administração de empresa de qual-
quer natureza.
c) É dever do policial civil indicar nomes de advogados para assistir a pessoa que se encontra
envolvida em procedimento policial ou judicial.
d) É dever do policial civil, mesmo de folga, ao flagrar ou tomar conhecimento de qualquer ilíci-
to penal, tomar todas medidas legais cabíveis.
e) O policial civil será aposentado com vencimentos integrais e demais vantagens do cargo,
compulsoriamente, aos 70 anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.

a) Certa. Nos termos do art. 34 da LC N. 22/1994, são princípios institucionais: São princípios
institucionais responsáveis por reger a instituição policial: a Autonomia Administrativa e Fun-
cional, a Hierarquia e a Disciplina.

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b) Certa. É o que dispõe o art. 72, II – participar da gerência ou administração de empresa de


qualquer natureza.
c) Errada. É TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR, na forma do art. 74, V, – indicar ou insinuar no-
mes de advogados para assistir a pessoa que se encontra envolvida em procedimento policial
ou judicial.
d) Certa. É o que dispõe o art. 71, XII.
e) Certa. Art. 57, II.
Letra c.

003. (MSCONCURSOS/PC-PA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2012) Em consonância com a


Lei Orgânica da Polícia Civil do Pará, podemos afirmar que
a) Os policiais civis que participarem de greve, reunião ou movimento de cunho reivindicatório
da categoria policial tem o direito de usar arma.
b) Caso o policial civil esteja de folga, não constituirá transgressão disciplinar o fato de não se
portar de modo compatível com as funções de policial.
c) Constitui transgressão disciplinar todo e qualquer tipo de infração penal praticada pelo po-
licial civil.
d) O policial civil que deixar de saldar dívidas legítimas, justificada ou injustificadamente, co-
mete uma transgressão disciplinar.
e) A pena de demissão será aplicada ao policial civil no caso revelação ou divulgação de se-
gredo adquirido em razão do cargo ou quebra do sigilo de peças do inquérito policial ou proce-
dimentos administrativos.

Nos moldes do art. 81, IX, da LC N. 22/1994, a demissão é aplicável ao policial civil no caso
revelação ou divulgação de segredo adquirido em razão do cargo ou quebra do sigilo de peças
do inquérito policial ou procedimentos administrativos.
Letra e.

004. (MOVENS/PC-PA/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2009) Ainda de acordo com a Lei Comple-


mentar n. 22/1994, NÃO é atribuição do escrivão de polícia civil:
a) Expedir, mediante requerimento deferido pela autoridade policial competente, certidões e
translados.
b) Executar tarefas administrativas atinentes à atividade cartorária.
c) Participar na formação de inquéritos policiais e procedimentos administrativos, sob a presi-
dência da autoridade policial competente.
d) Instaurar e presidir inquéritos policiais e outros procedimentos administrativos no âmbito de
sua competência.

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A instauração e presidência de IP e outros procedimentos administrativos, é função do Dele-


gado de Polícia. Art. 34, VII.
Letra d.

005. (MOVENS/PC-PA/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2009) De acordo com os dispositivos conti-


dos na Lei Complementar n. 22/1994, que define a organização, as competências, as garantias,
os direitos e os deveres da Polícia Civil do Estado do Pará, NÃO são funções institucionais
exclusivas da Polícia Civil:
a) Realizar exames periciais em geral para a comprovação da materialidade da infração penal
e de sua autoria.
b) Combater com eficácia a criminalidade e a violência.
c) Promover o recrutamento, a seleção, a formação, o aperfeiçoamento e o desenvolvimento
profissional e cultural do policial civil.
d) Praticar, com exclusividade, todos os atos necessários à apuração das infrações penais e à
elaboração do inquérito policial.

São funções institucionais exclusivas da Polícia Civil, e de polícia judiciária, investigatória po-
licial, a de caráter criminalístico e criminológico, a cautelar pré-processual, a preventiva da
ordem e dos direitos, o combate eficaz da criminalidade e da violência, além das seguintes:

I – praticar, com exclusividade, todos os atos necessários à apuração das infrações penais e elabo-
ração do Inquérito Policial.
III – manter entreito e constante intercâmbio de caráter investigatório e judicial entre as repartições
e organizações congêneres;
IV – promover o recrutamento, seleção, formação, aperfeiçoamento e desenvolvimento profissional
e cultural do policial civil;
V – colaborar com a justiça criminal, providenciando o cumprimento dos mandados de prisão expe-
didos pelas autoridades judiciárias, fornecendo as informações necessárias à instrução e julgamen-
to dos processos, e realizando as diligências, fundamentadamente, requisitadas pelo Juiz de Direito
e membros do Ministério Público nos autos do Inquérito Policial;
VI – organizar e executar o cadastramento da identificação civil e criminal, através dos processos
de impressões papiloscópicas;
VII – organizar e manter o cadastramento de armas, munições, explosivos e demais produtos con-
trolados, bem como expedir licenças para as respectivas aquisições e portes, a seu critério, median-
te o pagamento das taxas devidas em decorrência do exercício do poder de polícia;
VIII – manter o serviço de Estatística Policial em adequação com os Institutos de Estatística e Pes-
quisa, de maneira a fornecer informações precisas e atualizadas sobre índices de criminalidade, de
violência e de infrações de trânsito;
IX – exercer a fiscalização de jogos e diversões públicas, expedindo o competente alvará, a seu cri-
tério, mediante o pagamento das taxas decorrentes do poder de polícia.
Letra a.

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006. (FUMARC/PCMG/DELEGADO DE POLÍCIA/2018/ADAPTADA) Sobre o regime constitu-


cional atribuído à polícia civil e aos policiais civis, assinale V ou F:
a) Às polícias civis, dirigidas por delegados de carreira, incumbem, sem exceção, as funções de
polícia judiciária e a apuração de infrações penais.
b) Não é possível a acumulação remunerada do cargo de policial civil com o cargo de profes-
sor, ainda que haja compatibilidade de horários.
c) Não se garante aos policiais civis o direito à livre associação sindical, em virtude da natureza
de suas atividades.

a) Errada. De fato, as polícias civis são dirigidas por delegados de carreira e sua função é a
de polícia judiciária (função típica de, no entanto, em relação a apuração de infrações penais,
incube à Polícia Civil as apurações, com exceção, às militares. Portanto, a expressão “sem ex-
ceção” tornou a alternativa errada.
b) Errada. É possível a acumulação remunerada de policial com o cargo de professor. Lem-
bre-se que, os incisos XVI e XVII do art. 37 da CRFB estabelecem a regra de vedação a acu-
mulação remunerada de cargos, funções e empregos públicos. Nesse sentido, as hipóteses
expressamente previstas no próprio texto constitucional – e desde que haja compatibilidade
de horários – são lícitas a acumulação, são elas: a) a de dois cargos de professor; b) a de um
cargo de professor com outro técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos
de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
c) Errada. Nos termos do art. 37, VI, da CRFB – é garantido ao servidor público civil o direito à
livre associação sindical. Peguinha muito recorrente em provas de concurso, uma vez que o
examinador tenta fazer confusão com o que dispõe o art. 142 da CF, em que se veda aos MI-
LITARES a sindicalização. A propósito, vale dizer que são constituídos sob hierarquia militare,
nos moldes do do texto Constitucional: as Forças Armadas – exército, marinha e aeronáutica
–, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.
Errado. Errado. Errado.

007. (FUMARC/PCMG/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) NÃO constitui cargo privativo de bra-


sileiro nato:
a) Ministro de Estado da Defesa.
b) Oficial das Forças Armadas.
c) Presidente da Câmara dos Deputados.
d) Senador da República.

São privativos de brasileiro nato, a teor do art. 12, § 3º, da CRFB. Para decorar, segue o mne-
mônico MP3.COM:

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• Ministro do STF;
• P3: Presidente da República (1) e Vice, Presidente da Câmara dos Deputados (2), Presi-
dente do Senado Federal (3);
• Carreira Diplomática;
• Oficial das Forças Armadas;
• Ministro de Estado da Defesa.
Letra d.

008. (CESPE/PCSE/DELEGADO DE POLÍCIA/2018/ADAPTADA) A função de delegado-geral


da Polícia Civil incumbe privativamente a delegado de polícia integrante da classe final da res-
pectiva carreira, nomeado, em comissão, pelo governador do estado.

Nos moldes da Constituição Federal, as polícias civis, de fato, são dirigidas por Delegados
de Polícia.
Ocorre que, algumas Constituições Estaduais, acrescentam a este dispositivo, a necessidade
de que o Delegado deva ser: servidor público integrante da classe final da carreira de delegado.
No entanto, em 2016 o STF firmou o seguinte entendimento:

Chefe da Polícia Civil tem que ser um Delegado de carreira, mas não se pode limitar aos
que integram a última classe é inconstitucional dispositivo de CE que exija que o Supe-
rintendente da Polícia Civil seja um Delegado de Polícia integrante da classe final da car-
reira. STF. Plenário. ADI 3077/SE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/11/2016.

Errado.

009. (IBFC/PCRJ/OFICIAL DE CARTÓRIO/2013) Acerca do capítulo “Da Segurança Pública”,


assinale a alternativa que está de acordo com o que dispõe o texto constitucional:
a) A polícia federal se destina a apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em
detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas, empre-
sas públicas e sociedades de economia mista.
b) A polícia rodoviária federal e a polícia ferroviária federal se destinam, respectivamente, ao
patrulhamento ostensivo de rodovias e ferrovias federais, e, na forma da lei, como força auxiliar
à polícia federal no exercício de polícia judiciária.
c) Incumbem às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, ressalvada a com-
petência da União, as funções de polícia judiciária, a apuração de infrações penais, exceto as
militares, e a execução de atividades de defesa civil.
d) Cabem às polícias militares a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública, além de
servirem como forças auxiliares e reserva do Exército.

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e) Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens,


serviços e instalações, conforme dispuser a lei, bem como a função de polícia ostensiva e a
preservação da ordem pública.

a) Errada. As Sociedades de Economia Mista são entidades que podem ser constituídas como
pessoas jurídicas de Direito Público ou de Direito Privado. Neste caso, não é função da PF a
apuração de infrações contra pessoas de direito privado, com exceção dos crimes conexos.
Art. 144, parágrafo 1º, inciso I, da CRFB.
b) Errada. Não cumpre à PRF tampouco à PFF a atribuição de atuar como força auxiliar à Po-
lícia Federal. Note que o examinador fez um trocadilho das atribuições dispostas no Art. 144,
parágrafo 2º e 3º, CRFB.
c) Errada. A execução de atividades de defesa civil não é a função de polícia judiciária.
d) Certa. É o que dispõe o art. 144, parágrafo 5º e 6º da CRFB.
e) Errada. Cuidado!! O art. 144 não enumera as GM com o dever de preservar a ordem pública,
por isso, não se pode-se dizer que as mesmas possuem função de polícia ostensiva, embora
muitos Municípios a GM seja utilizada para esta finalidade, caracterizando, sem dúvidas, des-
vio de finalidade.
Letra d.

010. (FEC/PCRJ/INSPETOR DE POLÍCIA/2012) Incube à Polícia Civil, de acordo com as dis-


posições constitucionais vigentes, a função de:
a) polícia administrativa.
b) polícia ostensiva.
c) polícia executiva.
d) polícia judiciária.
e) polícia repressiva.

a) Errada. Polícia Administrativa também chamada de polícia preventiva é função conferida,


tipicamente (não exclusivamente), pela CRFB às Polícias Militares.
b) Errada. A função de Polícia ostensiva também chamado de patrulhamento ou policiamento
ostensivo é inerente à PM.
c) Errada. Não há existe previsão desta espécie de polícia, nem pela CRFB nem pelas constitui-
ções estaduais, obviamente.
d) Certa. É o que dispõe o parágrafo 4º do art. 144, CRFB.
e) Errada. CUIDADO! O enunciado da questão pede que se assinale a resposta “de acordo com
as disposições vigentes”, embora no plano doutrinário e também jurisprudencial, haja previsão
da nomenclatura “polícia repressiva” para referir-se à função típica da Polícia Civil, a CRFB não

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utiliza tal classificação. Portanto, de acordo com as disposições constitucionais vigentes, não
há essa terminologia o que torna a alternativa errada. Fique atento ao enunciado sempre!
Letra d.

011. (FEC/PCRJ/INSPETOR DE POLÍCIA/2012) Pela Constituição da República, a compe-


tência para legislar a respeito de normas gerais sobre organização, efetivos, material bélico,
garantias, convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares é:
a) Privativa da União.
b) Comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
c) Concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal.
d) Privativa dos Estados e do Distrito Federal.
e) Concorrente da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Nos moldes do art. 22, inciso XXI, da CRFB,

Compete privativamente à União legislar sobre:


[...] XXI – normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobiliza-
ção das polícias militares e corpos de bombeiros militares; [...].
Letra a.

012. (FUMARC/PCMG/DELEGADO DE POLÍCIA/2018/ADAPTADA) Com base na CRFB, na


Legislação Policial do Pará e ainda, levando em conta, a jurisprudência dos tribunais Superio-
res, assinale a alternativa correta:
a) De acordo com a jurisprudência, nas hipóteses de acumulação remunerada de cargos públi-
cos, o teto remuneratório constitucional deve incidir de forma global, considerando a totalidade
do quanto receba o agente público em todos os cargos que exerça.
b) Prevalece no âmbito da jurisprudência que a acumulação remunerada de cargos sujeita-se
ao requisito da compatibilidade de horários, mas este não pode ser limitado, por ato infracons-
titucional, a 60 (sessenta) horas.

a) Errada. Nos casos de acumulação remunerada excepcional de cargos, o teto remuneratório


incide sobre cada cargo público titularizado pelo agente, do contrário, estaria o Estado, indire-
tamente, inviabilizando a acumulação constitucionalmente permitida. Nesse sentido, inclusi-
ve, manifestou-se a Suprema Corte no RE 612975, Relator Min. Marco Aurélio, Tribunal pleno,
julgado em 27/04/2017, sic:

Teto Constitucional. Acumulação de Cargos. Alcance. Nas situações jurídicas em que a


Constituição Federal autoriza a acumulação de cargos, o teto remuneratório é conside-
rado em relação à remuneração de cada um deles, e não ao somatório do que recebido.

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b) Certa. É o entendimento do STF exarado no RE 1094.802 AgR, Relator Min. Alexandre de


Moraes, primeira turma, julgado em 11.05.2018 no DJe 24.05.2018.
No entanto, vale dizer que a Advocacia Geral da União teceu notas em um parecer (Parecer
AGU n. GQ 145) no sentido de se limitar a 60 (sessenta horas) o requisito de compatibilidade
de horários. Anote-se, no entanto, que há precedentes do STF concluindo pela aceitabilidade
do requisito de 60 horas. Contudo, tem prevalecido o entendimento do STF no sentido de des-
considerar tal regramento infraconstitucional.
Letra b.

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GABARITO
1. d
2. c
3. e
4. d
5. a
6. E, E, E
7. d
8. E
9. d
10. d
11. a
12. b

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ANEXO
Legislação Destacada

Considerando a grande incidência em provas de concursos públicos dos dispositivos tal


qual exatamente escritos nas leis, fizemos uma seleção de determinados artigos imprescindí-
veis ao Concurso da PC/PA.
Boa Leitura!
Dos direitos, vencimentos, gratificações e vantagens – LC N. 22/94

CAPÍTULO VII
DOS DIREITOS, VENCIMENTOS, GRATIFICAÇÕES E VANTAGENS

SEÇÃO I
DOS DIREITOS

Art. 61 – São direitos dos policiais civis, além dos atribuídos aos servidores públicos no
artigo 39 e §§ 1º e 2º da Constituição Federal e artigo 30 e 31 da Constituição Estadual, os
seguintes:
I – vencimentos compatíveis com a importância e complexidade da atividade policial,
cujo exercício, reconhecimente perigoso, penoso e insalubre é necessário à defesa do Estado
e do povo;
II – translado ou remoção quando falecido, ferido ou acidentado em serviço com garantia
de assistência médica necessária e condigna custeadas pela instituição policial;
III – custeio de sepultamento, quando morto em serviço;
IV – uso das designações hierárquicas;
V – garantia de uso do título, em toda a sua plenitude com vantagens, prerrogativas e deve-
res a ele inerentes, quando se tratar de Autoridade Policial;
VI – matrícula, em estabelecimento público de ensino, na cidade ou região administrativa
em que esteja lotado ou residindo, para seus dependentes, em qualquer fase do ano letivo,
independente de vaga;
VII – afastamento do serviço até oito dias consecutivos por motivo de casamento, nasci-
mento dos filhos ou falecimento do cônjuge, ascendente ou descendente;
VIII – licenças, segundo dispuser a lei;
IX – promoção por ‘’ato de bravura’’ ou mesmo ‘’post mortem’’, independente de vaga;
X – ter ingresso e trânsito livre, em razão do serviço policial, em qualquer recinto público ou
privado, respeitada a garantia constitucional de inviolabilidade de domicílio;
XI – medalhas do “Mérito Policial Civil” e “Evanovich de Investigação Policial” e outras hon-
rarias, conforme dispuser a regulamentação; (NR)
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XII – o exercício do cargo de Professor, nos termos do art. 37, inciso XVI, alínea “b”, da
Constituição Federal, desde que haja compatibilidade de horário. XIII – gratificação de locali-
dade especial; e (NR)
XIV – elogio.
§ 1º O policial civil, tem direito à identidade policial e porte livre de arma. (NR)
§ 2º Elogio, para efeito desta Lei, é a menção, pessoal ou coletiva, por ato meritório que tra-
duza dedicação no cumprimento do dever funcional ou pela execução de serviços relevantes
para a coletividade que mereçam ser enaltecidos. (NR)
§ 3º O elogio será formalizado por portaria do Delegado Geral, que constará dos assenta-
mentos funcionais.
(NR)
§ 4º Fica instituída, na Polícia Civil do Estado do Pará a Gratificação por Plantão, destinada
a gratificar policiais que exercem suas atividades na área operacional.
§ 5º Regime de Plantão, para efeito do disposto no parágrafo anterior, é o cumprido por
policial civil fora do seu horário normal de trabalho, em unidades policiais cujo plantão seja
indispensável, nos termos, condições e limites fixados em regulamento.
Art. 62 – O policial civil poderá afastar-se do exercício do cargo, sem prejuízo de seus ven-
cimentos e demais vantagens, nos seguintes casos:
I – para concorrer a cargo eletivo;
II – para participar de curso, congresso ou seminário, no País ou no exterior com prévia
autorização da autoridade competente.
Art. 63 – Os Delegados de Polícia Civil gozam de autonomia e independência no exercício
das funções de seu cargo.
Art. 64 – Os Delegados de Polícia gozam do mesmo tratamento distinguido às demais
carreiras jurídicas do Estado.
Art. 64-A. Aos Delegados de Polícia será exigido o uso de traje forense, e para os demais
integrantes da carreira policial, o traje será definido mediante decisão do Conselho Superior da
Polícia Civil. (NR)

SEÇÃO II
DOS VENCIMENTOS DOS POLICIAIS CIVIS

Art. 65 – O vencimento básico do delegado de Polícia Civil será fixado com diferença não
superior a 5% (cinco por cento) de uma classe para outra de carreira, correspondendo a de
maior nível ao vencimento do Procurador do Estado de último nível, ressalvadas as vantagens
de caráter individual e as relativas à natureza e ao local de trabalho.
Art. 67 – O vencimento básico do policial civil, com nível de escolaridade de segundo grau,
será fixado com diferença não superior a 5% (cinco por cento) de uma classe para outra de

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carreira, correspondendo o de maior nível a 65% (sessenta e cinco por cento), do vencimento
básico do Delegado de Polícia Civil, classe inicial, ressalvadas as vantagens de caráter indivi-
dual e as relativas à natureza e ao local de trabalho.
Art. 68 – O vencimento básico do policial civil, com nível de escolaridade de primeiro grau,
será fixado com diferença não superior a 5% (cinco por cento) de uma classe para outra de
carreira, correspondendo a de maior nível a 50% (cinquenta por cento) do vencimento básico
do Delegado de Polícia Civil, classe inicial, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as
relativas à natureza e ao local de trabalho.

SEÇÃO III
DAS GRATIFICAÇÕES

Art. 69. O policial civil terá as seguintes gratificações, com respectivos percentuais: (NR)
I – Gratificação de Risco de Vida – entre 70% (setenta por cento) e 100% (cem por cento);
II – Gratificação de Dedicação Exclusiva – 70% (setenta por cento); (NR)
III – Gratificação de Tempo Integral – 70% (setenta por cento); (NR)
IV – Gratificação de Polícia Judiciária – entre 70% (setenta por cento) e 100% (cem
por cento).”
V – Gratificação de Desempenho – de 20 a 100 % (de vinte a cem por cento). (NR)
§ 1º O policial que exerce suas funções em unidades operacionais, especificamente na
atividade-fim, quando for removido para exercer suas funções na atividade-meio ou quando
for cedido ou colocado à disposição de outro órgão público ou Poder, terá os percentuais
das Gratificações de Polícia Judiciária e Risco de Vida reduzidos, nos termos estipulados no
regulamento da matéria. (NR)
§ 2º Os percentuais fixados neste artigo incidirão sobre o vencimento básico do respectivo
cargo. (NR)
§ 3º Decreto governamental estabelecerá os percentuais de cada gratificação. (NR)

SEÇÃO IV
DAS VANTAGENS

Art. 70 – O policial civil além das gratificações policiais, terá as seguintes vantagens:
I – diária;
II – ajuda de custo para despesa de transporte e mudança;
III – representação de magistério, para os professores efetivos da Academia de Polícia
Civil, conforme a carreira de Professor de Ensino Policial;
IV – seguro de acidente de trabalho;

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V – adicional de curso de extensão na área policial ou pós-graduação na área jurídica, com


importância para o aprimoramento da atividade policial civil, obedecidos os seguintes requi-
sitos: (NR)
a) 5% (cinco por cento) do vencimento básico, para cursos de extensão com carga horária
mínima de 180 (cento e oitenta) horas-aula; (NR)
b) 10% (dez por cento) do vencimento básico, para cursos de especialização ou aperfeiço-
amento com carga horária mínima de 360 (trezentos e sessenta) horas-aula; e (NR)
c) 15% (quinze por cento ) do vencimento básico, para cursos de mestrado com carga ho-
rária mínima de 420 (quatrocentos e vinte) horas-aula ou doutorado; (NR)
VI – pelo exercício de função de chefia, direção e assessoramento;
VII – auxílio funeral;
VIII – salário família;
IX – adicional por tempo de serviço será devido por triênio de efetivo exercício, até o máxi-
mo de 12 (doze), que serão calculados sobre a remuneração do cargo, nas seguintes propor-
ções: a) aos três anos, 5%; b) aos seis anos, 5% – 10%;
c) aos nove anos, 5% – 15%;
d) aos doze anos, 5% – 20%;
e) aos quinze anos, 5% – 25%
f) aos dezoito anos, 5%, – 30%
g) aos vinte e um anos, 5% – 35%;
h) aos vinte e quatro anos, 5% – 40%
i) aos vinte e sete anos, 5% – 45%;
j) aos trinta anos, 5% – 50%;
k) aos trinta e três anos, 5% – 55%;
l) aos trinta e quatro anos, 5% – 60%.
X – isenção tarifária nos transportes coletivos rodoviários, ferroviários e aquaviários, muni-
cipais ou intermunicipais, quando em serviço conforme garantia constitucional;
XI – isenção tarifária para obtenção de Carteira Nacional de Habilitação.
§ 1º O adicional de curso de extensão ou pós-graduação não poderá ultrapassar a 30%
(trinta por cento) do vencimento básico do servidor. (NR)
§ 4º – É facultado ao policial civil, investido em cargo em comissão, opta pelos vencimen-
tos do cargo de origem, acrescido de 80% (oitenta por cento) da remuneração do cargo em
comissão, à título de representação.
§ 5º – As diárias e ajudas de custo são pagas antecipadamente.
§ 6º Para efeito desta Lei, considera-se curso de extensão aquele ministrado com o ob-
jetivo de aprofundamento de conhecimentos em nível profissionalizante de ensino médio ou
superior, nas áreas policial ou jurídica, de interesse da Instituição. (NR)

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§ 7º Fica assegurado ao policial civil o atendimento emergencial em hospitais da rede


particular mais próxima do local da ocorrência do acidente em serviço, até a estabilização do
seu quadro clínico, na ausência de hospitais das redes estadual e municipal ou de hospitais
conveniados ao Sistema Único de Saúde – SUS.
§ 8º As despesas decorrentes do atendimento emergencial tratado no
§ 7º deste artigo serão pagas pela Polícia Civil para o hospital da rede particular, após a
apresentação de Nota Fiscal onde conste a discriminação do gasto efetuado durante a inter-
nação no referido nosocômio.
Da apuração administrativa interna e do processo administrativo – LC N. 022/94

CAPÍTULO IV
DA APURAÇÃO ADMINISTRATIVA INTERNA E DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 89. O policial Civil que tiver conhecimento de irregularidade praticada por servidor da
Instituição será obrigado a comunicar o fato, imediatamente, à Corregedoria Geral da Polícia
Civil. (NR)
Art. 90 – Da apuração administrativa interna poderá resultar:
I – Arquivamento;
II – aplicação de penalidade de repreensão ou suspensão até sessenta dias;
III – instauração de processo administrativo disciplinar.
Parágrafo único. O prazo para conclusão da apuração administrativa interna não excederá
a trinta dias, prorrogável por igual período a critério da autoridade que houver determinado sua
instauração.
Art. 91. Sempre que o ilícito praticado pelo policial civil ensejar, em tese, a imposição de
penalidade de suspensão por mais de trinta dias e de demissão, será obrigatória a instauração
direta de processo administrativo disciplinar.

SEÇÃO II
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO

Art. 92. O Corregedor Geral da Polícia Civil, mediante indícios de que o servidor acusado da
prática de infração disciplinar ou penal tenha influenciado ou tentado influenciar nos rumos da
investigação do processo administrativo disciplinar ou do inquérito policial, poderá determinar
o afastamento do acusado ou indiciado do exercício do cargo, pelo prazo de até sessenta dias,
podendo haver uma prorrogação por igual período e sem prejuízo da remuneração. (NR)

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Parágrafo único. O Corregedor Geral da Polícia, excepcionalmente e após análise do caso


concreto, mediante despacho fundamentado, poderá determinar ao afastado que proceda à
imediata entrega da identidade funcional, da arma de fogo e de outros objetos cautelados ao
servidor. (NR)

SEÇÃO III
DO PROCESSO DISCIPLINAR

Art. 93 – O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade do


policial civil por infração pratica no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as
atribuições do cargo em que se encontre investido.
Art. 94. O processo disciplinar será conduzido por comissão de três policiais civis estáveis
no cargo, designados pela autoridade competente, e presidida por um Delegado de Polícia,
sendo o seu presidente de classe igual ou superior ao do acusado. (NR)
§ 1º Quando o acusado for Delegado de Polícia, os integrantes da comissão processante
serão, obrigatoriamente, da mesma categoria.
§ 2º São instituídas quatro Comissões Permanentes de Processo Administrativo Discipli-
nar (CPPAD), as quais serão coordenadas pelo Corregedor-Geral da Polícia Civil.
Art. 95 – A comissão exercerá suas atividades com independência e imparcialidade, asse-
gurado o sigilo necessário para elucidação do fato ou exigido pelo interesse da administração.
§ 1º As reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado.
§ 2º – Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus trabalhos,
ficando os seus membros dispensados do ponto até a entrega do relatório final.
Art. 96. A contagem do prazo de conclusão do processo administrativo disciplinar iniciará
no dia da publicação da portaria instauradora no Diário Oficial do Estado e seu prazo de dura-
ção será de sessenta dias, podendo ser prorrogado, por igual período, uma única vez, por ato
da autoridade instauradora. (NR)
Art. 97. Ultimada a fase da instrução, o indiciado será citado para apresentar defesa escrita
no prazo de dez dias, sendo-lhe facultada vista do processo na sede dos trabalhos da comis-
são processante. (NR)
§ 1º – Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum de vinte dias.
§ 2º Achando-se o acusado em lugar incerto, a citação será feita por edital, publicada no
Diário Oficial do Estado e em jornal de grande circulação da localidade do último domicílio co-
nhecido do acusado, pelo prazo de três dias consecutivos, para apresentar defesa escrita. (NR)
§ 3º No caso de revelia do indiciado, o presidente da comissão processante designará um
servidor como defensor dativo, ocupante de cargo igual ou superior ao do indiciado. (NR)
Art. 98. Concluída a defesa, a comissão processante remeterá o processo ao Delegado Ge-
ral da Polícia Civil, com o respectivo relatório conclusivo. Em seguida, o processo será julgado
no prazo de vinte dias, a contar do seu recebimento. (NR)

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§ 1º Se o Delegado Geral, após análise jurídica, entender que a conduta do indiciado se


enquadra nas penas de demissão do serviço público ou de suspensão acima de trinta dias,
remeterá o processo ao Governador do Estado para as providências de sua alçada. (NR)
§ 2º – No caso de emprego inadequado do erário, apurado em inquérito policial, o afasta-
mento se prolongará até a decisão final do processo administrativo.
§ 3º Fica sobrestado o processo administrativo disciplinar ou apuração administrativa in-
terna, nos casos de força maior justificada ou realização e resultado de perícias e outras situ-
ações que se reputem necessárias à comprovação da verdade material e esclarecimento do
fato. (NR)
Art. 99 – Tratando-se de crime será providencido pela autoridade competente a instaura-
ção do inquérito policial.
Art. 100 – O policial civil que estiver respondendo processo disciplinar, não pode, antes
do seu término, ser exonerado ‘’a pedido’’, nem se afastar do serviço, a não ser em virtude de
licença por doença, suspensão preventiva ou prisão em flagrante, nem poderá ser promovido.
Disposições finais – LC N. 022/94

TÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 105 – Os cargos de nível médio da Polícia Civil, serão considerados para todos os
efeitos legais, cargos técnicos especializados. Art. 106. Os cargos de Perito Policial (GEP-PC
711), Agente de Remoção (GEP-PC 710), Motorista Policial (GEP-PC 707) e Auxiliar Técnico de
Polícia Civil (GEP-PC-709) serão extintos à medida que vagarem, ficando-lhes garantidos todos
os direitos, vantagens e prerrogativas previstos em lei. (NR)
Art. 107. Dentro dos parâmetros traçados pela presente Lei, a estrutura organizacional da
Polícia Civil, bem como todos os cargos comissionados e funções gratificadas, encontram-se
definidos no Anexo II da presente Lei. (NR)
Art. 108 – Ficam extintos todos os cargos comissionados de Direção e Assessoramen-
to Superior (DAS), e as Funções Gratificadas (FG) da Polícia Civil, que não estejam contidas
nesta Lei.
Art. 109. O Delegado Geral, no prazo de cento e vinte dias da publicação desta Lei, ouvido
o Conselho Superior da Polícia Civil, encaminhará ao Chefe do Poder Executivo o Regimento
Interno da Polícia Civil, o Regimento do Conselho Superior e o Regimento Interno da Academia
de Polícia Civil, que serão aprovados por decreto. (NR)
Art. 109-A. A Polícia Civil terá uma junta médica, a qual ficará incumbida de realizar inspe-
ções psico-médicas dos seus servidores, relativamente a ingresso na carreira, bem como das
demais atribuições dispostas em regulamento. (NR)

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Art. 110 – É assegurado ao policial civil o direito a licença para desempenho de mandato
classista, de associação de policiais civis de âmbito estadual, legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos dois (2) anos.
§ 1º – Somente poderão ser licenciados até dois policiais por entidades em cargo de dire-
ção ou representação.
§ 2º – A licença terá a duração igual a do mandato, podendo ser prorrogada por igual perí-
odo, no caso de reeleição por uma única vez.
§ 3º O período de licença de que trata este artigo será contado para todos os efeitos legais
exceto para promoção por merecimento.
Art. 111. Integra o conteúdo da presente Lei a relação de classificação dos Municípios por
circunscrição, constantes do Anexo I. (NR)

Renato Borelli
Juiz federal e especialista em Direito Público, Direito Tributário e Sociologia Jurídica. Juiz federal do TRF-
1. Foi juiz federal do TRF-5. Exerceu a advocacia privada e pública. Foi servidor público e assessor de
desembargador federal (TRF-1) e ministro (STJ). Atuou no Carf/Ministério da Fazenda (antigo Conselho
de Contribuintes) como conselheiro. É formado em Direito e Economia, com especialização em Direito
Público, Direito Tributário e Sociologia Jurídica.

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