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Ivã IV da Rússia

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Ivã IV (Kolomenskoye, 25 de agosto de 1530 – Moscou, 28 de março Ivã IV
de 1584), apelidado de Ivã, o Terrível, foi o Grão-Príncipe de Moscou
de 1533 até a fundação do Czarado da Rússia em 1547, continuando a
reinar como seu Czar até sua morte.[1] Era filho do grão-príncipe
Basílio III e sua segunda esposa Helena Glinskaia.

Seu longo reinado viu as conquistas do Canato de Cazã, Canato de


Astracã e Canato da Sibéria, transformando a Rússia num estado
multiétnico e multi-religioso abrangendo quase um bilhão de hectares,
cerca de 4046856 km 2 (1.562.500 sq mi).[2] Ivan conquistou o
progresso do Estado, transformando uma sociedade medieval num
império e emergente potência regional, além de se tornar o primeiro a
ser coroado como Czar de todas as Rússias.

Diversas fontes históricas descrevem a personalidade de Ivã como


complexa, sendo descrito como inteligente e piedoso, com acessos de
raiva e surtos esporádicos de transtornos mentais. Num desses ataques
assassinou seu herdeiro ao trono, Ivã Ivanovich. Tal fato transmitiu o Grão-Príncipe de Moscou
czarismo para o filho mais novo de Ivã, Teodoro I, com deficiência Reinado 3 de dezembro de 1533
mental. Ivã IV deixou um legado multifacetado: foi um hábil
a 16 de janeiro de 1547
diplomata, patrono das artes e comércio, fundador da Moscow Print Antecessor(a) Basílio III
Yard, líder muito popular entre as pessoas comuns da Rússia, mas Czar da Rússia
também lembrado por sua paranóia e indiscutivelmente por seu Reinado 16 de janeiro de 1547
tratamento rígido com anobreza.
a 28 de março de 1584
Coroação 16 de janeiro de 1547
Sucessor Teodoro I

Índice Esposas Anastásia Romanovna


Maria Temryukovna
Alcunha Marta Sobakina
Início da vida
Ana Koltovskaya
Ana Vasilchikova
Política interna Maria Nagaya
Opríchnina Descendência
Saque da Novogárdia
Demétrio Ivanovich da Rússia
Política externa Ivã Ivanovich da Rússia
Diplomacia e comércio Teodoro I da Rússia
Demétrio de Uglich
Conquista de Cazã e Astracã
Guerra russo-turca Casa Rurique
Guerra da Livônia Nome completo
Guerra Russo-Crimeia Ivã Vasilyevich
A conquista da Sibéria Nascimento 25 de agosto de 1530
Vida pessoal Kolomenskoye, Moscóvia
Esposas Morte 28 de março de
Anastácia Romanova Zakharina 1584 (53 anos)
Maria Temriukovna Moscou, Rússia
Marfa Vasilevna Sobakina Enterro Catedral do Arcanjo São
Anna Alexeievna Koltovskaya Miguel, Moscou, Rússia
Anna Vasilychikova Pai Basílio III de Moscou
Vasilisa Melentyeva
Mãe Helena Glinskaia
Maria Dolgorukaya
Maria Nagaya
Religião Igreja Ortodoxa Russa
Filhos
Ivã Ivanovich
Teodoro I
Artes
Epístolas
Morte
Legado
Cinema e literatura
Folclore
Ancestrais
Notas
Referências
Bibliografia
Ligações externas

Alcunha
A palavra terrível é geralmente mais utilizada para traduzir o apelido de Ivã em russo, Grozny, porém seu uso moderno leva a uma
conotação pejorativa de mau ou mal, o que não representa com precisão seu significado pretendido. O significado original de grozny
está mais próximo de "inspira terror", "perigoso", "formidável" ou "ameaçador, duro, rigoroso, autoritário". Vladimir Dal define
grozny como o uso arcaico específico de um epítecto dos czares: "magníficos, magistrais, mantendo os inimigos corajosos de medo,
mas levando as pessoas com obediência".[3] Outras traduções também foram sugeridas por estudiosos modernos.
[4][5][6]

Início da vida
Ivan nasceu em Kolomenskoye, durante o reinado de seu pai Basílio III.[7][8] Quando Ivan possuía três anos, seu pai morreu vítima
de um furúnculo, uma inflamação na perna que evoluiu para Sepse. Logo, Ivan foi proclamado Grão-Príncipe de Moscou, a pedido
do pai. No início de seu reinado, sua mãe Elena Glinskaya, atuou como regente, mas logo faleceu quando Ivan possuía apenas oito
anos. Muitos historiadores aceitam a possibilidade de ela ter sido assassinada por envenenamento.[9][10][11][12] Cartas de Ivan muitas
vezes relatavam negligências e ofensas dosboiardos e das famílias poderosasShuysky e Belsky.[13][14]

Em 16 de Janeiro de 1547, quando Ivan tinha 16 anos, foi coroado com o gorro Monômaco na Catedral da Dormição. Ivan IV foi a
primeira pessoa a receber o título de czar e grão-príncipe de toda a Rússia, afirmando sua ascendência Rus. Antes disso, os
governantes da Moscóvia eram coroados apenas como grão-príncipes, apesar de Ivã III, seu avô, também ser denominado "czar". O
título Czar foi adoptado por Ivã IV da Rússia como um símbolo da natureza da monarquia russa.

Ao ser coroado czar, Ivã introduziu a monarquia czarista na Rússia enviando uma mensagem para todo o mundo e para toda a Rússia:
seria o único governante supremo do país, e a sua vontade não deveria ser questionada. O novo título simbolizava uma assunção de
poderes equivalentes aos de imperador bizantino e paralelos aos do tártaro Cã.[15] O efeito político foi para a elevação da posição de
Ivan.[16][17] O novo título não só garantiu o trono, mas também concedeu a Ivan uma nova dimensão de poder, intimamente ligada a
religião. Era considerado um líder "divino", nomeado para decretar a vontade de Deus, textos da igreja descreviam os reis do Antigo
Testamento como "czares" e Cristo como o czar Celestial.[18] O jovem czar passou a estabelecer, como desejava, um estado cristão
baseado nos princípios da justiça.[19]
Política interna
Apesar das calamidades como ogrande incêndio de Moscouem 1547, a primeira
parte do reinado de Ivan dedicou-se a reformas e modernização pacíficas. Ivan
revisou o código de lei Sudébnik de 1550, fundou o exército permanente
(Streltsy) [20] estabeleceu o Zemsky Sobor (primeiro parlamento dos estados
feudais), o conselho dos nobres e confirmou a posição da Igreja com o Livro dos
cem capítulos, que unificou os rituais e normas eclesiásticas de todo o país. Ele O Sudebnik de 1550.
introduziu autogovernos locais nas regiões rurais, principalmente no nordeste da
Rússia, povoado por camponeses.

Em 1553, por ordem de Ivan, foi criada o primeiro Pátio de Impressão de


Moscou (Moscow Print Yard), e a imprensa foi introduzida na Rússia. Foram
impressos muitos livros religiosos em russo entre 1550 e 1560. A nova
tecnologia provocou o descontentamento dos tradicionais escribas, o que levou o
pátio de impressão a um incêndio criminoso, sendo os primeiros impressores,
Ivan Fedorov e Pyotr Mstislavets forçados a fugir de Moscou para o Grão-
Ducado da Lituânia. No entanto, a impressão foi retomada em 1568 por
Andronik Timofeevich Nevezha e seu filho, dirigindo o Pátio de Impressão.

Para comemorar a captura de Cazã e Astracã, Ivan construiu a Catedral de São


Basílio. Certa lenda diz que o arquitecto Postnik Yakovlev ficou tão
impressionado com a estrutura que tornou-se cego, pois jamais poderia projectar
algo tão belo novamente. Na realidade, Yakovlev projectou mais igrejas para
Ivan, além das muralhas do Kremlin de Cazã, no início da década de 1560, bem
como a capela sobre o túmulo de São Basílio onde posteriormente foi adicionado
à Catedral de São Basílio, em 1588, vários anos depois da morte de Ivan.
Um dos manuscritos contendo o
Embora mais de um arquitecto fossem associados a estas construções, acredita- Stoglav, o Livro dos cem capítulos.
akovlev.[21][22][23][24][25]
se que o arquitecto principal seja Postnik Y

Outros eventos deste período incluem a introdução das primeiras leis que restringiam a mobilidade dos camponeses, o que os levaria
à servidão.

Opríchnina
Os anos 1560 trouxeram dificuldades para a Rússia, fato que levou uma mudança dramática nas políticas de Ivan. A Rússia foi
devastada por uma combinação de seca e fome, ataques polaco-lituanos, invasões tártaras e o bloqueio marítimo-comercial dos
suecos, poloneses e da Liga Hanseática. Sua primeira esposa, Anastasia Romanovna, morreu em 1560, por suspeita de
envenenamento. Esta tragédia pessoal afectou profundamente a personalidade de Ivan, magoando-o muito, se não sua saúde mental.
Paralelamente, um dos conselheiros de Ivan, o príncipe Andrei Kurbsky desertou para os lituanos, e assumiu o comando das tropas
lituanas, devastando a região russa deVelikiye Luki. A série de traições fez com que Ivan suspeitasse da nobreza paranoicamente.

Em 3 de Dezembro de 1564, Ivan partiu de Moscou para Alexandrov, Vladimir Oblast. De lá, enviou duas cartas onde anunciava a
sua abdicação alegando apropriação indébita e traição da aristocracia e do clero. O tribunal boiardo foi incapaz de governar por temer
a ira dos cidadãos moscovitas. Um enviado boiardo partiu para Aleksandrova para implorar o retorno de Ivan.[26] Ivan concordou em
voltar na condição de Monarquia absoluta. Ele exigiu o poder de executar e confiscar os bens de traidores, sem interferências do
conselho boiardo ou da igreja. Diante disso, Ivan decretou a criação daOpríchnina.[27]

A Opríchnina consistia de um território independente dentro das fronteiras da Rússia, principalmente ao norte, na República da
Novogárdia. Ivan detinha o poder exclusivo sobe a Opríchnina. Ivan também recrutou uma guarda pessoal denominada Oprichniks,
originalmente composta de mil homens.[28] As oprichniks eram chefiadas por Malyuta Skuratov, e um notável oprichnik era o
aventureiro alemão Heinrich von Staden. Os oprichnik gozavam de
privilégios sociais e econômicos sob a oprichnina, pois deviam sua
[29]
fidelidade a Ivan, e não à hereditariedade ou títulos locais.

A primeira onda de perseguições teve principal alvo aos clãs


principescos da Rússia, nomeadamente as famílias influentes de Suzdal’.
Ivan executou, exilou ou tonsurou à força proeminentes membros dos
clãs boiardos sobre acusações questionáveis de conspiração.[30][31] Entre
os membros foram executados Philip II, de Moscou e o proeminente
senhor da guerra Alexander Gorbatyi-Shuisky. Em 1566, Ivan estendeu a
A Opríchnina por Nikolai Nevrev. A pintura Oprichnina para oito distritos centrais. Dos 12 000 nobres, 570 tornaram-
exprime os últimos minutos doboiardo se oprichniks e os demais foram expulsos.[32] [nota 1]
Feodorov, preso por traição. Para zombar de
suas supostas ambições do título do czar ,o
nobre recebeu os trajes de czar antes da
execução.

Sob o novo sistema político, os Oprichnik receberam grandes


propriedades, tomando praticamente todos os camponeses que
possuíam e forçando-os a pagar em um ano tudo quanto deviam em
dez anos. Tal grau de opressão resultou num aumento da fuga de
camponeses, que por sua vez conduziu a uma queda na produção
global.[33][34]

Saque da Novogárdia
Território russo sob domínio da Opríchnina entre
As condições na Oprichnina foram agravadas pela peste de 1570 que
1565 e 1572.
matou cerca de 10 mil pessoas em Novogárdia Magna. Em Moscou
matou entre 600 e 1000 diariamente.[35][36] Durante estas condições
de epidemia, bem como a fome e a guerra da Livônia em curso, Ivan começou a suspeitar de que os nobres da rica cidade de
Novogárdia estavam planejando esta falha, colocando a cidade no controle do Grão-Ducado da Lituânia. Em 1570 Ivan ordenou a
Oprichnik a invasão da cidade. Os Oprichnik queimaram e saquearam a cidade e aldeias circundantes, de tal modo que a cidade
nunca mais recuperou a antiga importância.[37]

O número de vítimas varia muito em diversas fontes. A Primeira Crônica Pskov estima um número de vítimas superior a 60
mil.[38][39][nota 2] No entanto, o número oficial de mortos é de 1500 nobres e o mesmo número de pessoas menores. Muitos
pesquisadores modernos estimam que o número de vítimas esteja na faixa de 2000 a 3000.[40][nota 3] Muitos sobreviventes foram
deportados.

A Oprichnina não durou muito tempo após o saque. Os oprichniks não conseguiram provarem-se dignos contra um exército regular
durante a guerra da Crimeia de 1571-1572.[41] Ivan aboliu a Oprichnina em 1572, executando seus líderes e indo tão longe ao ponto
de negar que a organização jamais tivesse existido.[42]

Política externa

Diplomacia e comércio
Em 1547 o representante de Ivan, Hans Schlitte recrutou artesãos na Alemanha para que trabalhassem na Rússia. Porém, estes foram
presos em Lübeck a pedido da Livônia e Polônia. As empresas mercantes alemãs ignoraram o novo construído em 1550, Ivangorod,
no rio Narva, continuando a entregar suas mercadorias nos portos do Mar Báltico de propriedade da Livonia. Logo a Rússia
permaneceu isolada no comércio marítimo.[43][44][45]
Ivan estabeleceu laços muito estreitos com a Inglaterra. As relações russo-
inglesas começaram em 1553, quando Richard Chancellor navegou pelo Mar
Branco e continuou por terra até Moscou. Após seu retorno a Inglaterra em
1555, formou a Companhia de Moscóvia com Sebastian Cabot, Sir Hugh
Willoughby e outros comerciantes de Londres. Ivan IV abriu o Mar Branco e o
porto de Arcangel a Companhia, e garantiu privilégios para que a empresa
comercializasse por todo o seu reinado, sem o pagamento padrão das taxas de
alfândega.[46][47]

Usando os comerciantes ingleses, Ivan envolveu-se numa longa correspondência


com a rainha Isabel I. Enquanto a rainha focava-se no comércio, Ivan
interessava-se por uma aliança militar. Durante suas relações conturbadas com
[48]
os boiardos, o czar ainda garantiu um asilo na Inglaterra.

Ivan correspondeu-se também com outros líderes ortodoxos do exterior. Em


resposta a uma carta do patriarca Joachim de Alexandria pedindo assistência
financeira ao czar, para o Mosteiro de Santa Catarinano Sinai, que sofria com os
Turcos, Ivan IV enviou uma delegação ao Egito em 1558, liderada pelo
arquidiácono Gennady que, no entanto, morreu em Constantinopla, antes que
pudesse chegar ao Egito. A partir de então, a embaixada foi chefiada pelo
comerciante Smolenskiano Vasily Poznyakov. A delegação de Poznyakov visitou
Alexandria, Cairo e o Sinai, levando um casaco de pele e uma ícone enviados
pelo czar, além do interessante relato de seus 2 anos e meio de
viagens.[49][50][51][52] Retrato de Ivan IV porViktor Vasnetsov,
1897 (Galeria Tretyakov, Moscou).

Conquista de Cazã e Astracã


Enquanto Ivan IV era criança, os exércitos do Canato de Cazã invadiram repetidamente o nordeste da Rússia. [nota 4] Na década de
1530, o cã da Crimeia formou uma aliança ofensiva com Safa Giray, do cã Cazã, seu dependente. Quando Safa Giray invadiu a
Moscávia em Dezembro de 1540, os russos usaram tártaros do Catanato de Qasim para contê-los. Safa Giray foi barrado em Murom
e foi forçado a retirar-se para suas próprias fronteiras.

Esses reveses minaram a autoridade de Giray em Cazã. Um partido pró-Rússia,


representado por Shahghali, ganhou apoio popular suficiente para tentar assumir o
trono Cazã. Em 1545, Ivan montou uma expedição ao rio Volga para mostrar seu
apoio às facções pró-russia.

Logo em 1551, o czar enviou seus emissários ao encontro da Horda Nogai


prometendo manter a neutralidade durante a guerra iminente. Logo os Udmurtes
também se submeteram a autoridade russa. Em 1551, a fortaleza de madeira
Sviyazhsk foi transportada pelo rio Volga de Uglitch para Cazã. O forte foi usado
[54]
pelos russos como palácio das armas durante a campanha decisiva em 1552.

Em 16 de Junho de 1552 Ivan levou um forte exército composto de 150 mil homens
para Cazã. Ele encorajava seu exército com o exemplo da Rainha Tamara I,
Ivan IV dentro das fortificações de
descrevendo-a como: "A rainha mais sábia da Ibéria, dotada da inteligência e
Cazã, por Pyotr Korovin.
coragem dos homens."[55] O último cerco a capital tártara foi iniciado em 30 de
Agosto. Sob a supervisão do príncipeAlexander Gorbatyi-Shuisky, os russos usaram
aríetes, torres de cerco, minas e 150 canhões. Os russos também contavam com a vantagem de possuírem eficientes engenheiros
militares. O abastecimento de água da cidade foi cortado e seus muros foram violados. Cazã, caiu em 2 de Outubro. Suas
fortificações foram destruídas e uma grande parte da população massacrada. Entre 60 e 100 mil prisioneiros russos e escravos foram
libertados. O czar comemorou sua vitória sobre Cazã construindo várias igrejas com características orientais, dentre elas a mais
famosa é a Catedral de São Basílio, naPraça Vermelha de Moscou.

A queda de Cazã teve como principal efeito a pura e simples anexação do Volga Médio. Os basquírios aceitaram a autoridade de Ivan
IV dois anos depois. Em 1556 Ivan destruiu o maior mercado de escravos do rio Volga e anexou o Canato de Astracã. Estas
conquistas complicaram as migrações das agressivas hordas nômades da Ásia para a Europa através do Volga. Como resultado das
campanhas em Cazã, a Moscóvia foi transformada num estado multinacional e multi-religioso.

Guerra russo-turca
O Casus belli foi o Canato de Astracã recém-conquistado por Ivan, que possuía uma importante fortaleza construída sobre uma colina
íngreme com vista para o Volga, a fortaleza Sarkel. Em 1568 o grão-vizir Socolu Memede Paxá, verdadeiro poder no governo do
Império Otomano do Sultão Selim, iniciou a primeira batalha com seu futuro rival do norte. Um plano de juntar os rios Volga e Don
foi traçado em Constantinopla e no Verão de 1569 uma grande força com 1500 janízaros, 2 mil Sipahis e milhares de Azaps e
Azov.[56]
Akıncıs, sob comando de Casim Paxá, começou o cerco ao canal, à medida que a frota otomana rapidamente sitiava

No início de 1570, após perderem seu forte sobre orio Terek, os embaixadores de Ivan concluíram um tratado em Constantinopla que
permitia o acesso dos comerciantes muçulmanos através de Astracã e que restabeleceu relações amistosas entre o sultão e o czar
.

Guerra da Livônia
Na tentativa de obter o acesso das suas principais rotas comerciais ao Mar Báltico, Ivan fez uma última tentativa de expansão em
direcção ao mar sem sucesso, após 24 anos de guerra na Livônia, lutando contra suecos, lituanos, poloneses e a Ordem Teutónica da
Livônia. Havendo rejeitado as propostas de paz de seus inimigos, Ivan IV encontrou-se numa posição difícil em 1579. Muitos
refugiados foram deportados, além dos efeitos das epidemias e seca que causaram muitas perdas de vidas.

Ao todo, a guerra prolongada quase destruiu a economia


moscovita, além das Oprichninas que quase destruíram o
governo russo. Ao mesmo tempo o Grão-Ducado da
Lituânia uniu forças com o Reino da Polônia através da
União de Lublin gerando a República das Duas Nações,
que adquiriu um líder energético, Estêvão Báthory, que foi
apoiado pelo inimigo do sul, o Império Otomano. Logo, o
reino de Ivan IV foi comprimido por duas das maiores
potências da época.

Após o fracasso das negociações de Ivan, Batory lançou


uma série de ofensivas contra a Moscóvia nas campanhas O cerco de Narva em 1558, por Boris Chorikov, 1836.
de 1579-1581, tentando roubar o Reino da Livônia dos
territórios moscovitas. Durante sua primeira ofensiva, em 1579, Batory retomou Polotsk com 22 mil homens. Na segunda, em 1580,
tomou Velikiye Luki com 29 mil. Finalmente, começou o cerco a Pskov em 1581 com um exército de 100 mil homens. Narva na
Estônia foi conquistada pela Suécia em 1581.

Ao contrário da Suécia e Polônia, a Dinamarca sob o reinado de Frederico II teve dificuldades em manter a luta contra a Moscóvia.
Frederico chegou a um acordo com João III da Suécia, transferindo os títulos dinamarqueses e livonianos a ele. A Moscóvia
reconheceu o controle polaco-lituano da Livônia apenas em 1582. Em 1583, após a morte de Magno da Dinamarca, irmão de
Frederico II, a Polônia invadiu seus territórios no Ducado da Curlândia e Semigália e Frederico decidiu vender seus direitos de
herança. Assim, com excepção da ilha deSaaremaa a Dinamarca ficou fora da regiãoBáltica até 1585.

Guerra Russo-Crimeia
Nos anos finais do reinado de Ivan, as fronteiras meridionais da Moscóvia foram agitadas pelo avanço tártaro da Crimeia. O cã
Devlet I Giray da Crimeia atacou repetidas vezes a região de Moscou. Em 1571, o exército de 40 mil Criméios e Turcos avançaram
em larga escala. Devido contínua guerra da Livônia, Moscou contava com menos de 6 mil defensores, o que não poderia atrasar o
avanço tártaro. Sem resistência, Devlet devastou cidades e aldeias desprotegidas ao redor de Moscou, além de atear fogo à cidade.
[57][58][59]
Historiadores estimam um número de mortos pelo incêndio entre 10 e 80 mil pessoas.

Para adquirir a paz, Ivan foi forçado a renunciar seus direitos sobre Astracã em favor do Canato da Crimeia. [nota 5] Tal fato irritou
Ivan IV, que deu novas ordens e preparou seu reinado entre 1571 e 1572. Além da fortificação de Zasechnaya cherta outras novas
fortalezas foram criadas além dorio Oka, assim redefinindo a fronteira.

No ano seguinte, Devlet lançou um novo ataque a Moscou, dessa vez com mais de 120 000 homens equipados por canhões e
reforçados por janízaros.[60][58] Em 26 de Julho de 1572 a horda atravessou o rio Oka, proximo a Serpukhov destruindo a vanguarda
russa de 200 homens nobres e avançando em direcção a Moscou.

O exército russo, liderado pelo Príncipe Mikhail Vorotynsky, possuía metade do tamanho, estima-se entre 60 e 70 mil homens, no
entanto, era formado pelos experientes Streltsys, equipados com armas de fogo modernas e Gulyay-gorod. Em 30 de Julho, as duas
forças entraram em confronto nas proximidades do Rio Lopasnya, onde aconteceu a Batalha de Molodi, que continuou por mais uma
semana. O resultado foi uma decisiva vitória russa. A horda crimeia foi dizimada tão completamente que o sultão otomano e o cã da
Crimeia, seu vassalo, tiveram que desistir de seus planos ambiciosos de expansão para o norte da Rússia.

A conquista da Sibéria
Durante o reinado de Ivan, a Rússia começou a exploração
e colonização em larga escala da Sibéria. Em 1555, após a
conquista de Cazã, o Cã Yadegar e Nogai declararam sua
lealdade a Ivan, na esperança de uma futura ajuda contra
seus oponentes. No entanto Yadegar não conseguiu reunir a
soma total de tributos prometidos ao czar, logo, Ivan não
salvou seu vassalo ineficiente. Em 1563 Yadegar foi
derrotado pelo cã Kuchum, e este último negou qualquer
tributo a Moscóvia.[61][62]
Yermak Conquista a Sibéria, uma pintura deVasily Surikov.
Em 1558 Ivan deu uma carta patente à família de
comerciantes Stroganov para colonização na região abundante ao longo do rio Kama, e posteriormente em 1574 as terras ao longo
dos Montes Urais, e ao longo dos rios Tura e Tobol.[63] A família também recebeu a permissão de construir fortalezas ao longo dos
rios Ob e Irtich. Por volta de 1577, os Stroganovs contrataram o líder cossaco Yermak Timofeievitch para proteger suas terras dos
ataques do Cã siberiano Kuchum.[61][64][62]

Em 1580, Yermak iniciou sua conquista à Sibéria. Com cerca de 540 cossacos, começou a penetrar nos territórios de Kuchum.
Yermak pressionou e convenceu várias tribos de base familiar a mudança de suas lealdades, para que se tornassem aliados da Rússia.
Alguns concordavam voluntariamente, porém outros por passarem a melhores condições as de quando estavam com Kuchum, foram
forçados. Ele também estabeleceu fortalezas distantes nas terras recém-conquistadas. A campanha foi bem sucedida e os cossacos
conseguiram derrotar o exército da Sibéria na Batalha de Chuvash, porém Yermak ainda necessitava de reforços. Ele enviou um
emissário para Ivan IV com uma mensagem proclamando que Yermak havia conquistado uma parte da Sibéria para a Rússia, para
desespero dos Stroganov, que planejavam manter a Sibéria para si somente.[63] Ivan concordou em enviar os reforços pedidos em
soldados Streltsy. Logo depois as conquistas de Yermak expandiram o império de Ivan para leste, permitindo Ivan ser chamado "czar
da Sibéria" nos seus últimos anos no czanato.[61][65][66]

Vida pessoal
Esposas

Anastácia Romanova Zakharina


Anastácia Romanova Zakharina foi a primeira mulher do czar Ivan IV e a primeira czarina da Rússia. Era filha do boiardo Roman
Yurievich Zakharyin-Yuriev, que deu o seu nome à Dinastia Romanov de monarcas russos, e de Uliana Ivanovna. Anastasia foi
escolhida para noiva de Ivan dentre um grande número de candidatas possíveis, levadas ao Kremlin especificamente para o processo
de selecção. Todas as famílias nobres de toda a Rússia receberam convites para apresentar jovens a candidatura. [nota 6] Anastasia e
Ivan casaram-se em 3 de Fevereiro de 1547 naCatedral da Anunciação. Tiveram seis filhos:

1. Tsarevna Anna Ivanovna (10 de Agosto de 1548 - 20 de


Julho de 1550)
2. Tsarevna Maria Ivanovna (17 de Março de 1551 - jovem)
3. Tsarevich Dmitri Ivanovich(Outubro de 1552 - 26 de
Junho de 1553)
4. Tsarevich Ivan Ivanovich(28 de Março de 1554 - 19 de
Novembro de 1581)
5. Tsarevna Eudoxia Ivanovna (26 de Fevereirode 1556 -
Junho de 1558)
6. Tsar Teodoro I da Rússia (31 de Maio de 1557 - 6 de
Janeiro de 1598)
Supõe-se que Anastasia tenha exercido uma influência moderadora
no temperamento volátil e violento de Ivan. No Verão de 1560, caiu
doente e em consequência disso e Ivan sofreu um grave colapso
emocional em que suspeitava que Anastasia tivesse sido vítima de O Czar Ivan IV admira sua sexta esposa, Vasilisa
acções malévolas onde tinha sido envenenada pelos boiardos. Melentyeva. Pintura de 1875, por Grigory
Embora na época não existissem provas de tal crime, Ivan mandou Semyonovich Sedov.
torturar e executar um grande número de boiardos, contra quem já
tinha ódio devido aos abusos cometidos contra si durante a sua infância. Exames aos restos mortais de Anastasia no final do século
XX feitos por arqueólogos e cientistas forenses do departamento arqueológico dos museus do Kremlin encontraram provas de
envenenamento em seus restos mortais.[67][68][69]

Maria Temriukovna
Anastasia morreu em 7 de Agosto de 1560. Após sua morte, Ivan casou-se com
Maria Temriukovna em 21 de Agosto de 1561, quatro
dias antes de seu 31º aniversário. Ele era tão apaixonado pela beleza de Maria, que decidiu se casar com ela imediatamente, fato que
Ivan chegou a lamentar-se depois, pois Maria provou-se analfabeta e de personalidade vingativa.[70] Ela nunca se integrou totalmente
aos modos de vida e foi considerada uma fraca madrasta para os dois filhos de Ivan,eodoro
T e Ivan.

Maria deu à luz um filho, chamado Basílio Ivanovich, mesmo nome de seusogro, em 21 de Março de 1563, mas a criança faleceu em
3 de Maio do mesmo ano. Maria foi odiada por seus súditos, que acreditavam que Maria possuísse o comportamento de uma bruxa
manipuladora.[71] Temryukovna faleceu em 1 de Setembro de 1569. Alguns historiadores argumentam que ela foi a primeira pessoa
que incitou o marido para formar osOprichniks.[72][73]

Marfa Vasilevna Sobakina


Marfa Vasilevna Sobakina foi a terceira esposa de Ivan. Filha de um comerciante de Novogárdia, Marfa foi seleccionada por Ivan
entre as 12 finalistas. Poucos dias depois de sua selecção, Marfa começou a sucumbir a uma doença misteriosa. Havia rumores que
ela involuntariamente foi envenenada por sua mãe, que lhe deu uma poção supostamente destinada a aumentar a sua fertilidade.
Apesar da rápida perda de peso, Marfa, no entanto, casou-se com Ivan em 28 de Outubro de 1571 em Aleksandrovska Sloboda.
Marfa morreu alguns dias mais tarde, em 13 de Novembro. A morte dela aumentou ainda mais a paranóia do marido, pois ela tinha
falecido no que era para ser uma fortaleza inexpugnável, cercada de súditos leais. Ivan, lembrando-se da morte de sua primeira
esposa, imediatamente suspeitou de assassinato por envenenamento e condenou à morte, muitos de seus súditos, incluindo Mikail
[74][75]
Temjruk (irmão da esposa anterior) que foi empalado.

Anna Alexeievna Koltovskaya


Após a súbita morte de sua terceira esposa, Ivan teve dificuldades na obtenção de um novo casamento, devido às leis da Igreja
Ortodoxa Russa que proibia mais que três casamentos.[nota 7] Ivan não admitiu, alegando não chegar a consumar o casamento. Ele se
casou com Anna Alexeievna Koltovskaya, filha de cortesãos, sem pedir a bênção da igreja em 29 De Abril de 1572. Ivan organizou
uma reunião na Igreja da Assunção onde fez um discurso emocionado que levou os prelados às lágrimas. Eles concordaram em
casamento de Ivan, embora na condição de que ele não frequentasse a igreja até a Páscoa e que uma vez por ano gastasse seu tempo
com penitências. A lua de mel do casal aconteceu em Novogárdia, local em que dois anos antes havia sido dizimado por Ivan no
Saque da Novogárdia.[74]

Após dois anos de casamento, Ivan começou a se cansar de sua esposa, por sua esterilidade. Ele a repudiou mandou-a para o
convento de Vedenski-Tikhvinski onde ela assumiu o nome de mosteiro de Daria.[77] Apenas ela e Maria Nagaya, oitava esposa de
.[74]
Ivan, o terrível, viveram mais tempo que o czar

Anna Vasilychikova
Anna Vasilychikova foi a quinta esposa de Ivan, o terrível. Muito pouco se sabe sobre seu passado. Casou-se com Ivan em Janeiro de
1575 sem a bênção do Conselho eclesiástico da Igreja Ortodoxa Russa. Ela foi repudiada por seu marido e foi tonsurada e enviada a
um mosteiro.[78] A data da sua morte é incerta, tendo sido descrita entre 1576–77.[79] Fontes indicam que ela recebeu uma morte
[78][74]
violenta, provavelmente torturada por ordens de seu marido.

Vasilisa Melentyeva
Ivan viveu com Vasilisa Melentyeva a partir de 1575, embora comumente considerada como sua esposa. Ivan considerava-a bela e de
índole doce, mas descobriu alguns meses depois do casamento que ela havia tido um caso com o príncipe Devletev. Ivan forçou
Vasilisa a assistir seu amante serempalado e como punição, a confinou a vida noclaustro.[78][80]

Maria Dolgorukaya
[81]
Ela não suportava o czar nem qualquer criança, logo foi encontrada com um amante. O czar a afogou.

Maria Nagaya
Maria casou-se com Ivan IV em 1581 e um ano depois, em 19 de Outubro de 1582, deu à luz seu filho Dmitry de Uglich.[82] Após a
morte do czar em 1584, Nagaya, seu filho e seus irmãos foram enviados para o exílio para
Uglitch por Boris Godunov, onde viveu até
a morte misteriosa do czarevich Dmitry em 15 de Maio de 1591.

Filhos

Ivã Ivanovich
Em 1581, Ivan bateu em sua nora grávida por usar roupas indecentes, fato que poderia ter causado o aborto.[83] Seu filho
primogênito, também chamadoIvan, ao saber disso, envolveu-se num desentendimento violento com o pai. Num acesso de raiva Ivan
IV golpeou seu filho na cabeça com um mastro pontiagudo, causando a morte de seu filho. Este evento é retratado na famosa pintura
de Ilya Repin, Ivan, o Terrível, e seu filho Ivan na sexta-feira, 16 de Novembro, 1581, mais conhecido como Ivan, o Terrível,
matando seu filho.[84][85][86]
Teodoro I
Filho de Ivan e Anastácia Romanova Zakharina foi o último czar russo da
dinastia ruríquida, de 1594 a 1598.

Artes
Ivan foi um talentoso poeta e compositor que apoiou as artes. Seu hino
liturgico ortodoxo "Stichiron Número 1. em Honra a São Pedro", e outros
fragmentos de sua literatura foram inseridas em músicas pelo compositor
Pintura de Ilya Repin retratando Ivan IV
soviético Rodion Shchedrin. A gravação foi lançada em 1988, marcando o
abraçando seu filho, morto num ataque de
milênio do cristianismo na Rússia, além de ser o primeiro CD soviético raiva.
produzido.[87][88][89][90]

Epístolas
Dmitri Petrowitsch Swjatopolk-Mirskichamava Ivan de "um gênio panfletário".[91] As epístolas atribuidas a ele são obras-primas do
jornalismo político passado russo. As espístolas podem conter muitos Textos sagrados e de Padres, além do Eslavo eclesiástico nem
sempre correcto, porém estão carregados de ironia cruel, expressa em termos convincentemente claros.

O tirânico descarado e o grande polêmico são encontrados juntos num mesmo instante quando, por exemplo, ele insulta o fugitivo
príncipe Kurbsky perguntando: "Se você está tão certo de sua justiça, por que fugir a preferir o martírio em minhas
mãos ?"[91][92][93] O uso destes artifícios foram bem calculados para que conduzissem seus correspondentes à um ataque de fúria.[91]
O fragmento de tirano cruel foi elaborado a partir dos relatos duma vítima que escapou durante a tortura, porém Ivan reproduz numa
amplitude da imaginaçãoShakespeariana[91] Estas cartas são, por muitas vezes, a única fonte existente sobre a personalidade de Ivan
e fornecem informações cruciais sobre o seu reinado, mas o professor Edward Keenan da Universidade Harvard argumentou que
estas cartas seriam falsificações do século XVII.[94] Este argumento, no entanto, não tem sido amplamente aceito e a maioria dos
estudiosos, como John Fennell e Ruslan Skrynnikov continuam a argumentar a favor de sua autenticidade. Descobertas recentes de
gumentos sobre sua autenticidade.[95][96]
cópias destas cartas datadas do século XVI reforçam os ar

Além das cartas a Kurbsky, ele escreveu outras cartas satíricas aos homens em seu poder. Uma delas foi escrita ao abade do Mosterio
de Kirillo-Belozersky, onde derrama todo o veneno se sua ironia cruel sobre a vida aética dos boiardos, monges e os exilados por
suas ordens. Seu retrato da vida luxuosa na cidadela doascese é uma obra prima do sarcasmo cortante.[carece de fontes?]

Morte
Ivan sofreu um Acidente vascular cerebralenquanto jogava xadrez comBogdan Belsky e veio a falecer em 28 de Março 18 de Março
de 1584.[97] Após a morte de Ivan, o trono russo foi deixado para seu filho do meio Teodoro, que não possuía herdeiros tampouco se
encontrava preparado para governar. Teodoro, seu herdeiro, morreu sem filhos em 1598, terminando consigo a dinastia ruríquida e
inaugurando o Tempo de Dificuldades.[98][99]

Legado
Séculos após a morte de Ivan historiadores desenvolveram diferentes hipóteses para entender melhor seu reinado, que inegavelmente
mudou a história da Rússia e continua mudando na imaginação popular. Seu legado político alterou completamente as estruturas
governamentais russas, suas políticas econômicas, em uma última análise contribuiu com o fim da dinastia Rurik, além de seu legado
ser encontrado vivo em lugares inesperados. Sem dúvida, o mais importante legado de Ivan pode ser encontrado nas mudanças
políticas e geopolíticas promulgadas na Rússia. Nas palavras do historiador Alexander Yanov, "Ivan o Terrível, e as origens da
[100]
estrutura política russa moderna [estão]... indissoluvelmente ligados.
A revolução política de Ivan ultrapassou o poder simbólico de seu título, alterando
significativamente a estrutura política da Rússia. A criação da Oprichnina que diminuiu
o poder dos boiardos buscando criar um governo mais centralizado. "... A revolução do
czar Ivan foi uma tentativa de transformar uma estrutura política absolutista num
despotismo... a Oprichnina provou ser não só o ponto de partida, mas também o núcleo
de autocracia que determinou... todo o processo histórico subsequente na Rússia."[101]
Ivan criou uma maneira de contornar o sistema Mestnichestvo e elevar os homens entre
a pequena nobreza a posições de poder, suprimindo, assim, a aristocracia que falhou em
apoiá-lo.[102] A estrutura dos governos locais foram alteradas para que incluissem "uma
combinação de funcionários nomeados centralmente e eleitos localmente. Apesar de
modificações posteriores, esta forma de administração local provou ser funcional e
durável.[103] Ivan consolidou com sucesso a autocracia e fez um governo centralizado e,
assim, também "um aparato centralizado de controle centralizado, na forma de sua
própria guarda.[104] A ideia de uma guarda, como um meio de controle político tornou-
se tão arraigada na história da Rússia que pode ser registrada em Pedro I, Vladimir
Lenin, que " ... [previu] a autocracia russa como uma encarnação comunista", e Joseph A morte de Ivan, o Terrível, por
Stalin, que " [inseriu] a polícia política sobre o partido." Yanov conclui que a "invenção Ivan Bilibin (1935).
monstruosa do czar Ivan [ou seja, a guarda] tem, assim, dominado todo o curso da
história da Rússia.[105]

Ivan estabeleceu uma esfera de influência que durou até o século XX, na Polônia,
embora sua campanha tenha fracassado, do Cáspio até a Sibéria. Suas conquistas
provocaram um conflito com a Turquia, que mais tarde causou sucessivas guerras.
As vitórias Russas limitaram o avanço turco dos Balcãs até a região do Mar Negro,
embora o expansionismo turco ainda tenha sido um fantasma por toda a Europa
Oriental.

Conquistar territórios habitados foi outro dos legados de Ivan: sua relação com a
Europa, especialmente através do comércio. Embora o contacto entre a Rússia e a
Europa manteve-se pequeno, ele viria a crescer, o que facilitou a permeação dos
ideais europeus através da fronteira. Pedro, o Grande viria a impulsionar a Rússia a
tornar-se uma potência europeia, e Catarina II manipularia esse poder para fazer da
Rússia uma líder dentro a região.

Ao contrário do seu legado político, o legado econômico foi desastroso, fato que
contribuiu como declínio da dinastia Rurik e levou ao tempo de dificuldades. Ivan
O trono de marfim do czar Ivan IV.
herdou um governo com dívidas e em um esforço para arrecadar receita instituiu
uma série de impostos, porém os gastos nas campanhas militares foram responsáveis
pelos crescentes gastos no governo.[106] Pior, sucessivas guerras drenaram tanto recursos, como homens. "Moscou ruiu a partir de
seu núcleo, onde suas estruturas políticas dependeram da morte de uma dinastia, com suas fronteiras e aldeias despovoadas e seus
campos ociosos." [107]

A revolução política de Ivan também criou uma nova estrutura de governo centralizado, onde as ramificações se estendiam para
governos locais. "A presunção e a propaganda vigorosa do czar, bem como as transgressões e mudanças bruscas na política durante a
Oprichnina contribuíram com a formação de uma imagem de que o príncipe moscovita prestasse contas apenas a Deus."[103]
Consequentemente, os governantes russos subsequêntes herdaram o sistema posto em prática por Ivan.

Outro aspecto interessante e inesperado do legado social de Ivan surgiu na Rússia comunista. Num esforço de reviver o orgulho
nacionalista, Joseph Stalin tornou-se intimamente associado à imagem de Ivan, o terrível.[108] Os historiadores enfrentaram grandes
dificuldades ao tentar reunir informações sobre Ivan em seus primeiros anos, pois "a precoce historiografia soviética, especialmente
na década de 1920 prestou pouca atenção a Ivan IV como estadista".[109] Esta escassez no entanto não foi surpreendente pois "a
tradição intelectual marxista dá maior importância as forças sócio-econômicas do que a história política e o papel individual dos
indivíduos."[110] Na segunda metade da década de 1930, o método utilizado pelos historiadores soviéticos mudou: passaram a
enfatizar muito mais indivíduo e a história tornou-se mais acessível e compreensível. O caminho estava livre para uma ênfase maior
nos tais "grandes homens", como Ivan, o Terrível e Pedro, o Grande, impulsionados pelo Estado russo. O foco da União Soviética
sobre os grandes líderes reuniu mais informações sobre Ivan IV
.

Hoje, há um movimento polêmico na Rússia fazendo campanha a favor da concessão de santidade a Ivan IV.[111] A Igreja Ortodoxa
Russa manifestou oposição a tal ideia.[112][113]

Cinema e literatura
O cineasta soviético Serguei Eisenstein fez dois filmes baseados na vida do grande
czar - Ivan o Terrível. O primeiro filme, de 1944, exibia os progressos iniciais de
Ivan como jovem czar. O segundo, de 1958, apresentava o período cruel na idade
[114]
madura de Ivan. Um terceiro não chegou a ser concluído.

Tsar - um filme de drama de 2009 dirigido porPavel Lungin


No filme Uma Noite no Museu 2, Ivan foi interpretado porChristopher
Guest
No romance Russka, de Edward Rutherfurd.
Na era soviética, o filme de comédiaIvan Vasilievich: Back to the
Future, caracterizado pelo engenheiro Shurik, interpretado por
Aleksandr Demyanenko. Shurik inadvetidamente transporta um
personagem chamado Ivan Vasilevich Bunsha, interpretado pelo actor
russo Yury Yakovlev. Ivan, o Terrível é transportado para a União
Soviética em 1973, com Bunsha e Ivan tendo péssimas profissões. A
troca consequentemente resulta numa história problemática com cenas
hilariantes de alta diversão, em parte, a partir do absurdo de colocar o
reconhecido primeiro czar de todas as Rússias num dia de vida na
Rússia do século XX. O filme é baseado numa peça do dramaturgo
Mikhail Bulgakov e foi um dos filmes mais assistidos na União Soviética
[115] Reconstrução facial forense de Ivan
em 1973, com mais de 60 milhões de ingressos vendidos.
IV, por Mikhail Gerasimov.

Folclore
A imagem criada de Ivan IV da Rússia ao longo do folclore russo é um contraste directo com o que normalmente é descrito dele e seu
governo pelos historiadores. Como o folclorista Jack V. Haney afirma, os contos "sobre Ivan IV, conhecido como o Terrível, são
especialmente interessantes em que eles retratam o primeiro czar Ortodoxo de todas as Rússias sob uma luz muito diferente da que os
historiadores fazem".[116][117]

Ao estudar uma variedade de contos populares sobre Ivan, o Terrível, podemos ver que, em geral, a imagem deste czar é positiva.
Maureen Perrie afirma que "na medida em que ele é o amigo do povo comum, e que o inimigo dos boiardos, ele [Ivan IV] é visto
como um "bom czar".[118] Ao criar o czar a ser um amigo dos plebeus ou um inimigo dos boiardos, uma imagem positiva de Ivan IV
é representada especialmente por meio do conto popular
.

Em 14 de outubro de 2016 o primeiro monumento a Ivan o terrível foi inaugurado na cidade de Orel, 350 quilómetros a sul de
[119]
Moscovo. O caso motivou protestos locais. Trata-se de uma estátua equestre, com o Czar segurando uma espada e uma cruz.

Ancestrais

Notas
1. Como a tonsura era o penteado característico das ordens monásticas, um boiardo "tonsurado à força" era
efectivamente exilado do poder para ser introduzido numa vida monástica.
2. De acordo com a Terceira Crônica de Novogárdia, o massacre durou cinco semanas. Quase todos os dias 500 ou
600 pessoas foram mortas ou afogadas.
3. Investigando o relatório da Maljuta Skuratov e as listas de comemoração (Sinodiki), R. Skrynnikov considera que o
número de vítimas foi de 2 000 - 3 000.
4. Registros russos narram cerca de 40 ataques dos Cãs de Cazã ao território russo (principalmente as regiões de
Novogárdia, Murom, Vyatka, Vladimir, Kostroma e Galícia) na primeira metade do século XVI. Em 1521, as forças
combinadas do Cã Mehmed Giray e seus aliados da Crimeia atacaram a Rússia e capturaram mais de 150 000
escravos.[53]
5. Embora esta transferência proposta fosse apenas uma manobra diplomática que nunca tenha chegado a se
completar.
6. Diz-se que houve entre 500 e 1500 moças no concurso.
7. O primeiro casamento é lei; o segundo uma concessão extraordinária; o terceiro uma violação da lei; o quarto é uma
impiedade, de estado semelhante ao dos animais. [76]

Texto inicialmente baseado na tradução dosartigos «Ivan the Terrible» na Wikipédia em inglês (acessadonesta
versão) e «Иван Грозный» na Wikipédia em russo (acessadonesta versão).

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Ligações externas
Ivan, o primeiro czar, por Laurence Catinot-Crost, História Viva, Ed. nº 113
Os ancestrais do czar Ivan IV Vasilyevich (em russo)
O trono de Ivan, o Terrível (em inglês)
Ivan, o Terrível, com vídeos, imagens e traduções dos arquivos russos e Museus Estaduais(em inglês)

Ivã IV da Rússia
Casa de Rurique
25 de agosto de 1530 – 28 de março de 1584

Precedido por
Czarado da Rússia
Basílio III

Grão-Príncipe de Moscou
3 de dezembro de 1533 – 16 de janeiro de
1547

Sucedido por
Grão-Principado de Moscou
Teodoro I

Czar da Rússia
16 de janeiro de 1547 – 28 de março de
1584
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