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IPM Resolve

CONCURSO DE ADMISSÃO – 2011 ao CFO/QC - 2012

Parabenizamos à Banca Examinadora da prova de conhecimentos gerais do Concurso de Admis-


são ao CFO/QC 2012 pelo excelente exame. O certame apresentou um nível de complexidade elevado,
mostrando-se um desafio até mesmo para os candidatos mais bem preparados.
Acreditamos que aqueles que estudaram com afinco e buscaram na bibliografia a fonte de consulta
adequada conseguiram responder a maior parte das questões.
Elaboramos esta solução comentada para ajudar os candidatos na confecção de possíveis recursos
e para tentar elucidar possíveis dúvidas. Obviamente sabemos que há questões polêmicas, principal-
mente na prova de História do Brasil, que com certeza, foi a que se apresentou mais difícil no Concurso
deste ano.
Agradecemos a todos que colaboraram neste projeto que ora se inicia e cujo objetivo é dar a to-
dos aqueles que desejam ingressar na Escola de Formação Complementar do Exército condições de
enfrentar seu exigente concurso de admissão. Em especial agradecemos a Cleber Olympio, dono da
comunidade do Orkut Rumo à EsAEx, e Emanuel Peixoto, dono da comunidade Rumo à EsFCEx, cumpri-
mentando-os pelo trabalho realizado e pela criação de espaços democráticos de discussão que ajudam
todos que almejam ingressar no Exército Brasileiro.

IPM Preparatório à EsFCEx

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COMENTÁRIO: A prova de História com certeza foi a que mais suscitou dúvidas. Mas vale lembrar a todos os candidatos
que a História, como uma área do saber das ciências humanas, está sujeita às discussões e críticas que naturalmente con-
tribuem para o processo de entendimento do processo histórico considerado, principalmente quando associado a outros
campos do saber, como a Antropologia, Geografia, Literatura, Sociologia, dentre muitos. Por isso, é comum e recorrente
posições complementares, divergentes e até antagônicas de um mesmo fato histórico, analisados por autores diferentes,
dependendo da corrente teórica e da historicidade de cada um.
A proposta do Concurso de Admissão à EsFCEx é explorar justamente essa subjetividade, claramente identificada nas
opções bibliográficas indicadas no edital. Portanto, é normal e previsível que haja divergência, e não equívoco, entre o
gabarito divulgado preliminarmente pelos cursos e o apresentado oficialmente pela banca. Apesar disso, a Equipe do
IPM não se furtou em disponibilizar, desde o primeiro momento, uma proposta de gabarito deixando claro que as opções
oficiais da EsFCEx deveriam ser aguardadas para análises mais profundas. E mesmo agora, com essa divulgação liberada, os
professores do Curso IPM mantém suas respostas e comentários com o único intuito de auxiliar os candidatos a encontrar
uma argumentação consistente e historicamente correta para eventuais recursos.
1. Sobre as relações entre colonos e jesuítas, no que diz respeito ao uso da mão de obra indígena, analise as afirmativas abaixo
e, em seguida, assinale a alternativa correta.

I. O uso da mão de obra escrava pelos colonos não conflitava com os interesses da Coroa e nem com os dos jesuítas, mas ao
insistirem no cativeiro indígena, os colonos despertaram a oposição dos inacianos.

II. As relações contrárias aos padres jesuítas por parte dos colonos acentuou-se pelo fato de os lusos acreditarem que os ina-
cianos retardavam o desenvolvimento de suas atividades econômicas ao dificultar o uso da mão de obra indígena.

III. Os jesuítas foram expulsos da Capitania de São Vicente porque os colonos os denunciaram por transformar índios aldeados
em escravos da

Companhia.

(A) somente I está correta

(B) somente II está correta

(C) somente III está correta

(D) somente I e II estão corretas

(E) somente II e III estão corretas

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ALTERNATIVA (D)

A afirmativa I deve ser considerada CORRETA uma vez que o uso da mão de obra escrava a que se refere a primeira parte do
texto pode ser interpretada como sendo em relação ao instituto da escravidão, sem especificar a origem de tal trabalhadores.
Na segunda parte do texto, no entanto, há um direcionamento quanto ao uso do indígena que, por orientação papal, devia
ser protegido pelos membros da Companhia de Jesus. O papa Urbano VIII vetou definitivamente o cativeiro dos índios em
1639, mas, mesmo antes disso, a igreja em parceria econômica com a coroa portuguesa estimulou o tráfico transatlântico, que
representava uma prática altamente lucrativa para ambos. Existia uma forte complementariedade entre o tráfico negreiro e as
leis régias e bulas papais editadas em favor da liberdade dos índios nos séculos XVI e XVII. A introdução da escravidão negra
africana na América portuguesa tem relação direta com este fato. Segundo Caio Prado Jr, em Formação do Brasil Contemporâ-
neo, “Aqui no Brasil tratou-se desde o início de aproveitar o índio, não apenas para a obtenção dele, pelo tráfico mercantil, de
produtos nativos, ou simplesmente como aliado, mas sim como elemento participante da colonização. Os colonos viam nele
um trabalhador aproveitável; a metrópole um povoador para área imensa que tinha de ocupar, muito além de sua capacidade
demográfica. Um terceiro fator entrará em jogo e vem complicar os dados do problema: as missões religiosas. Estas, e particu-
larmente a dos jesuítas, que tanto pelo vulto que tomaram, como pela consciência e tenacidade que demonstraram na luta
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por seus objetivos, se destacam nitidamente nesta questão, as missões religiosas não intervêm como simples instrumentos
de colonização, procurando abrir e preparar caminho para esta no seio da população indígena. Elas têm objetivos próprios: a
propagação da fé, os interesses da Igreja ou das ordens respectivas, não importa; mas objetivos que, pelo menos nos métodos
adotados pelos padres, forçados a isto pelas circunstâncias ou não, se afastam e até muitas vezes contradizem os objetivos
da colonização leiga.” (p.86). Pelas Leyes Nuevas de 1542, os índios nasciam e permaneciam livres. Este preceito de liberdade
natural não foi estendido aos africanos nesse período. Assim, os jesuítas faziam forte distinção entre os indígenas nativos das
colônias e os negros comprados na África.

A afirmativa II versa sobre as relações entre os portugueses instalados no Brasil e os jesuítas quanto ao viés exploratório da
atividade colonial. Podemos considerar que as restrições emanadas pelos inacianos quanto ao emprego do índio pelos colonos
foram consideradas desfavoráveis aos lucros pretendidos pelos lusitanos. Esse conflito ideológico gerou, em diferentes pontos
da colônia, atritos que culminaram inclusive com a expulsão dos inacianos de algumas capitanias, como no Maranhão e em São
Vicente. Portanto, a afirmativa II está CORRETA.

Porém, a afirmativa III computa a expulsão dos jesuítas da capitania de São Vicente ao fato de transformarem os índios em
escravos nas reduções, o que de fato não há registros contundentes. Ao contrário, os colonos utilizaram diversas vezes a mão
de obra indígena em suas empreitadas pelo sertão paulista. Vale destacar a diferença conceitual entre cativo e escravo, que
não era à época meramente semântica. O cativo designava um estatuto transitório e acidental de privação da liberdade. Esse
significado era bem diferente da palavra escravo, que se referia a característica de um estado jurídico de retificação permanente
do indivíduo, adquirido para uso do seu proprietário. O escravo era uma mercadoria enquanto o cativo era um indivíduo livre,
temporariamente preso. Assim, a afirmativa III está INCORRETA.

2. O longo período regencial da monarquia brasileira (1831-1840) teve como um dos seus mais caros debates o que girou em
torno das ideias e práticas de descentralização e de centralização. Assinale a opção que contém exclusivamente medidas de
cunho descentralizador, considerando a expressiva maioria da opinião dos historiadores:

(A) Ampliação das prerrogativas dos juízes de paz – Tribunal do Júri – habeas corpus.

(B) Ato Adicional – Lei de Interpretação do Ato Adicional – habeas corpus.

(C) Tribunal do Júri – ampliação das prerrogativas dos juízes de paz – reforma do Código de Processo Criminal.

(D) Lei de Interpretação do Ato Adicional – Tribunal do Júri – reforma do Código de Processo Criminal.

(E) Ampliação das prerrogativas dos juízes de paz – Tribunal do Júri – Interpretação do Ato Adicional.

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ALTERNATIVA (C)

Esta questão pode ser uma das mais comentadas pelos nossos candidatos. Antes de iniciarmos os comentários, há que se desta-
car que, no enunciado da questão, impõe-se na análise das opções a “expressiva maioria da opinião dos historiadores”, o que
extrapola toda a referência bibliográfica indicada pelo concurso. A Lei de Interpretação do Ato Adicional de 1834 representou
um retrocesso na política descentralizadora implantada a partir do governo regencial. Por isso, devemos eliminar as letras (B),
(D) e (E).

As opções (A) e (C) diferem apenas quanto às assertivas “habeas corpus” e “reforma do Código de Processo Criminal”, respec-
tivamente. De fato, no Brasil, a expressão habeas corpus surgiu, pela primeira vez, no Código Criminal do Império, em 1830. O
Código de Processo Criminal de 1832 regulamentou o instituto. Na época, privilegiava-se o discurso das liberdades individuais
já sedimentados na Constituição de 1824. Em que pese a inclusão do HC no texto do Código em questão, o Habeas Corpus em si
não representou um avanço descentralizador maior que a revisão do próprio Código do Processo Criminal. Este sim, de acordo
com a maioria da opnião dos historiadores, representou uma revolução liberal na esfera jurídica brasileira.Segundo o Desem-
bargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul José Antônio Boschi, em mesa redonda no Primeiro Seminário de Política
de Memória Institucional e Historiografia do TJ-RS, o Código de Processo Penal foi saudado por Pandiá Calógeras como a mais
brilhante vitória do domínio da justiça, e por Aureliano Leal como o mais formoso monumento do saber jurídico do espírito
liberal. Realmente, o Código de Processo Penal de 1932, embora inquisitorialmente permitisse ao Juiz de Paz recolher provas
da materialidade (art. 12), e também, de ofício, iniciar a ação penal e ouvir as testemunhas, mesmo sem a presença do réu (art.
141), que só poderia contestar as testemunhas se fosse preso (art. 142), o novo Código instituiria a ação penal pública a cargo
do Ministério Público, a quem também incumbiria promover a execução das sentenças criminais. Isso queria dizer que, de um
modelo inquisitivo em que havia absoluto predomínio de ação de um só indivíduo, já se pensava com o primeiro Código de
Processo brasileiro em entregar-se a um personagem a função de acusar, distinto daquele que tinha a função de julgar. Por isso,
reafirmamos nossa opção pela letra (C).

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3. Analise as afirmativas sobre a economia brasileira do século XIX e, em seguida, assinale a opção correta.

I. O desinteresse do sudeste cafeeiro pela escravidão foi uma forte motivação para a extinção do trabalho escravo nas últimas
décadas do século XIX.

II. Após 1850, fortaleceu-se um movimento migratório da população escrava, cujo sentido era sobretudo o das fazendas de
cana-de-açúcar do norte do país.

III. Apesar da importância do café para o conjunto da economia nacional, nas décadas de 1870 e 1880, mais da metade da
população escrava existente nas províncias cafeeiras estava alocada em municípios, cuja produção voltava-se para a economia
interna.

(A) somente I é verdadeira

(B) somente II é verdadeira

(C) somente III é verdadeira

(D) somente I e II são verdadeiras

(E) somente I e III são verdadeiras

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ALTERNATIVA (C)

A afirmativa I apresenta o desinteresse do cafeicultor da região sudeste como sendo um fator motivador para a extinção do
trabalho escravo nas últimas décadas do século XIX. No entanto, a substituição da mão de obra escrava foi imposta pela política
imperial de extinção do tráfico negreiro, que, nas mãos dos saquaremas desde 1848 e temendo uma ação efetiva da Inglaterra,
elaborou um projeto de lei, apresentado pelo Ministro da Justiça Eusébio de Queirós, ao Parlamento, visando à adoção de me-
didas mais eficazes para a extinção do tráfico negreiro. O projeto, convertido em lei em setembro de 1850, apoiado nos mais
“sólidos princípios do direito das gentes,” extinguia o tráfico no Brasil. Assim, podemos considerar a afirmativa I INCORRETA.

A afirmativa II indica o incremento do movimento migratório da população escrava justamente a partir da promulgação da
Lei Eusébio de Queirós. No entanto, a região norte não apresentou uma produção açucareira que justificasse o referido fluxo
migratório. Logo, a afirmativa II está INCORRETA.

A afirmativa III relaciona a produção de café, principal item da pauta de exportação brasileira, com a força de trabalho dos es-
cravos africanos. A partir de 1856, como não houve mais entradas de escravos no Brasil, apareceram as primeiras reclamações
sobre a falta de “braços” para a lavoura e a carestia das “peças negras”. O fim do tráfico negreiro estimulou a imigração de
europeus, inclusive de operários qualificados, e liberou grandes quantidades de capitais, até então empregados no comércio
de escravos. Assim, a qualificação da mão de obra europeia foi concentrada na produção cafeeira, tornando o Brasil ainda mais
competitivo na oferta desse produto, enquanto a mão de obra escrava foi deslocada para as regiões de produção de itens de
subsistência, com o objetivo de abastecer o mercado interno. Portanto, a afirmativa III está CORRETA.

4. Sobre a transição do trabalho escravo para o livre na região Centro-Oeste do Brasil, é correto afirmar:

(A) as relações de trabalho advindas da mão de obra livre eram baseadas no sistema capitalista de as salariamento.

(B) o sul de Goiás, por ter sido ocupado por pequenos trabalhadores livres, teve suas relações de trabalho marcadas pelo re-
gime de colonato e de parcerias.

(C) o trabalho livre foi implantado para acompanhar o avanço da agricultura de alimentos, da agro- pecuária e, sobretudo, da
pecuária extensiva voltada para o mercado interno.

(D) o declínio do número de escravos no Centro-Oeste decorreu do tráfico interprovincial, uma vez que boa parte dos cativos
dessa região foi levada para as lavouras de café do Sudeste.

(E) a ocupação decorrente do avanço da pecuária nessa região, implementada por migrações de mineiros e paulistas, nas
primeiras décadas do séc. XIX, mudou as relações de trabalho, ao voltar-se para o mercado de exportação de carnes.

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ALTERNATIVA (C)

A afirmativa I considera a relação empregador-empregado definido pela troca de trabalho por salário, de acordo com o sistema
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de produção capitalista. No entanto, as primeiras experiências com o trabalho livre ocorridas nas fazendas de café começaram
por volta do final da década de 40 do século XIX, por iniciativa do Senador Nicolau de Campos Vergueiro, político e latifundiário
paulista. Ele trouxe famílias inteiras de colonos suíços e alemães para trabalharem em regime de parceria, ao lado dos escravos,
em suas lavouras cafeeiras. Os imigrantes comprometiam-se a cuidar de certa quantidade de pés de café em troca de uma
porcentagem do que era obtido na venda dos grãos. Os imigrantes podiam ainda plantar pequenas roças de subsistência,
partilhando a produção com o proprietário das terras, caracterizando assim uma relação com o modo de produção servil do
feudalismo europeu. Assim, a afirmativa (A) deve ser considerada INCORRETA.

No entanto, esse regime de parceria e colonato não foram adotados nas terras de Goiás, uma vez que a produção pecuária dom-
inante nessa região era controlada por famílias tradicionais em grandes latifúndios. Por isso, a afirmativa (B) está INCORRETA.

A afirmativa (C) pode ser considerada CORRETA uma vez que o emprego da mão de obra escrava era incompatível com a ativi-
dade pecuária, na qual o peão devia conduzir o rebanho por vasta extensão de terra, sem a possibilidade de controle e subordi-
nação de seu respectivo senhor. O aspecto da produção de carne ser destinada ao mercado interno não apresenta incoerência,
uma vez que, desde o século XVIII, a economia mineira abriu um novo ciclo de desenvolvimento para todas as regiões ao elevar
substancialmente a rentabilidade da atividade pecuária, induzindo a uma utilização mais ampla das terras e rebanhos, fazendo
com que essas regiões se tornassem interdependentes, especializadas umas na criação, outras na engorda e outras consti-
tuindo os principais mercados consumidores. Segundo Celso Furtado, “[...] é um equívoco supor que foi a criação de gado que
uniu essas regiões. Quem as uniu foi a procura de gado que se irradiava do centro dinâmico constituído pela economia mineira”.
( FURTADO, 1967, p. 84).

Apesar da transição do século XIX para o XX não ter alterado o papel de destaque da produção de café na economia brasileira,
o tráfico interprovincial não representou um grande fluxo de escravos da região centro-oeste para a região sudeste, uma vez
que o país já empregava de forma significativa mão de obra de imigrantes nas lavouras cafeeiras. Portanto, a afirmativa (D) está
INCORRETA.

Nas primeiras décadas do século XIX, mesmo após a independência do país, os produtos primários constantes da pauta de ex-
portação eram o açúcar, o algodão e o café. Produção de carne mantinha-se destinada ao consumo interno. Assim, não justifica
uma mudança nas relações de trabalho e a afirmativa (E) está INCORRETA.

5. Analise as afirmativas sobre a passagem da monarquia para a república no Brasil e assinale a opção correta.

I. Uma das importantes motivações para o advento da República no Brasil foi a perspectiva federalista emanada de algumas
províncias.

II. Apesar de dividido ideologicamente, o movimento republicano promoveu uma mudança revolucionária quando da instau-
ração da República no Brasil.

III. Pode-se afirmar que a Monarquia foi superada, em grande medida, pela ação unificada do Exército e da Marinha em apoio
às camadas agrárias cafeeiras.

(A) somente I é verdadeira

(B) somente II é verdadeira

(C) somente III é verdadeira

(D) somente I e III são verdadeiras

(E) somente II e III são verdadeiras

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ALTERNATIVA (A)

A afirmativa I destaca o principal debate desse período de transição da monarquia para a república, qual seja, a disputa en-
tre o modelo de governo centralizador e descentralizador. Algumas províncias almejavam a descentralização como forma in-
equívoca de maior participação das esferas de poder muito concentradas na fase imperial de nossa história. Esse debate até
ultrapassou a proposta republicana, pois algumas correntes eram mais federativas do que republicanas, discutindo-se uma
possível descentralização do poder mesmo que mantida a monarquia. De qualquer forma, o discurso federativo uniu-se mais
claramente ao modelo republicano e, portanto, a afirmativa I está CORRETA.

A afirmativa II refere-se exatamente à divisão ideológica entre liberais e conservadores nas respectivas propostas do novo pacto
federativo. Porém não julgamos que a instauração da república tenha promovido “uma mudança revolucionária” em quaisquer
das relações vigentes, tal qual afirma Emília Viotti da Costa em Da monarquia á república: momentos decisivos: “Separação ou
federação, entendida com completa autonomia administrativa, política e econômica, é o dilema que se coloca a partir de então
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e que nem mesmo a República resolveu totalmente.” (VIOTTI, 1999, P.478). Logo, julgamos que a afirmativa II está INCORRETA.

Na afirmativa III há uma identificação entre as forças militares do Exército e Armada Imperial com as “camadas agrárias cafeeiras”
diante das possibilidades republicanas. Não há registros contundentes que houvesse essa unificação nem mesmo dentro de
cada força. Por isso consideramos a afirmativa III INCORRETA.

6. Sobre a “Política dos Governadores”, analise as afirmativas abaixo e, em seguida, assinale a opção correta.

I. Fundava-se no princípio do respeito à vontade do voto popular quando da eleição dos governantes dos Estados.

II. Sustentava-se no reconhecimento da legitimidade das maiorias estaduais pelo governo federal e, reciprocamente, no apoio
das situações estaduais aos governantes em nível federal.

III. Restaurava, após a curta fase ditatorial dos primeiros anos da República, um regime político plenamente democratizado.

(A) somente I é verdadeira

(B) somente II é verdadeira

(C) somente III é verdadeira

(D) somente I e II são verdadeiras

(E) somente II e III são verdadeiras

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ALTERNATIVA (A)

As afirmativas I e III defendem um modelo representativo democrático e idôneo quando cita “respeito à vontade popular” e
“um regime político plenamente democrático”. Essa proposta não está de acordo com as práticas eleitorais vigentes à época da
“política dos governadores”, quando os coronéis impunham o seu voto nos currais eleitorais municipais e estaduais em contra-
partida do apoio das esferas federais na manutenção dos poderes regionais. Assim, ambas as afirmativas estão INCORRETAS.

A afirmativa II é a que apresenta sucintamente as relações de poder entre as esferas federal, estadual e municipal, tal qual o ar-
ranjo conhecido como a “política dos governadores”. Portanto a afirmativa está CORRETA.

7. Sobre a política brasileira entre 1930 e 1932, período que antecede à constitucionalização da chamada Revolução de 1930, é
correto afirmar que:

(A) o Tenentismo foi uma força política em constante ascensão, dadas as suas vinculações com as oligarquias regionais.

(B) um dos resultados práticos mais evidentes da Revolução de 1930 foi a centralização das decisões a respeito da política ca-
feeira.

(C) a derrota paulista na Revolução de 1932 serviu para afastar ainda mais o núcleo regional de São Paulo das esferas do poder
central.

(D) crescentemente isolados em São Paulo, os tenentes no poder buscaram aproximar-se da classe média e, sobretudo, das
camadas agrárias do Estado.

(E) um marco importante para o crescimento político do Tenentismo foi a promulgação da Constituição de 1934, que referen-
dava a sua política liberal e democrática.

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ALTERNATIVA (A)

A afirmativa (A) e a afirmativa (D) propõem uma vinculação entre o movimento tenentista e as oligarquias regionais. Como não
foram identificadas exatamente quais as oligarquias a que se refere o texto, consideramos a afirmativa INCORRETA por tratar-se
a essência do movimento de uma reação ao modelo de governo arcaico representado pelas oligarquias rurais.

A afirmativa (B) identifica uma nova orientação da política cafeeira a partir de uma característica marcante do período pós-
1930 – a centralização do poder nas mãos de Getúlio Vargas. Apesar da Banca ter considerado esta opção correta, julgamos
que outras tentativas de salvar a economia cafeeira já haviam sido postas em prática anteriormente. Em fevereiro de 1906, por
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iniciativa dos governadores dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais houve uma discussão sobre uma solução
para a crise de excesso de produção que estava começando a acontecer. O Convênio de Taubaté foi reconhecido e ratificado por
Afonso Pena. O Convênio de Taubaté baseava-se na realização de novos empréstimos para a compra dos excedentes de café, na
criação de um novo imposto cobrado em ouro sobre cada saca de café exportado a fim de custear os juros destes empréstimos
e na adoção de medidas que procurassem desencorajar a expansão de novas lavouras de café. E isso representou, na prática,
um aumento da dívida externa brasileira. Assim, o poder federal já participava das decisões a respeito da política cafeeira. E não
julgamos que a Revolução de 1930 possa ser reduzida a um “resultado prático” quanto “a centralização das decisões à respeito
da política cafeeira”. Diante do exposto, consideramos a afirmativa (B) INCORRETA.

A afirmativa (C) identifica o afastamento das elites paulistas do poder central a partir da Revolução de 1930, agravado pelo in-
sucesso da Revolução de 1932. Há uma corrente de historiadores que propõem essa linha de argumentação nos primeiros anos
pós-32, reconhecendo todos eles que, por ainda representar um papel central na economia brasileira, o governo federal buscou
uma aproximação com os produtores cafeeiros paulistas posteriormente. Nessa linha, Boris Fausto, no livro História do Brasil,
argumenta que “Getúlio maltratou a elite paulista. Ele não teve o jogo de cintura que demonstraria mais tarde com as várias
forças sociais”. Por isso julgamos a afirmativa (C) CORRETA.

A afirmativa (E) identifica um crescimento político do Tenentismo a partir da promulgação da Constituição de 1934. Enten-
demos que desde a instalação da Assembleia Constituinte o Tenentismo estava em declínio. Esse movimento, um dos mais
radicais e reformistas da República Velha, foi também a mais séria tentativa de superar o domínio das oligarquias estaduais.
Todavia, ideologicamente, o movimento era desprovido de coerência. Da mesma forma, não tinha nenhum programa político
suficientemente claro que mobilizasse setores significativos da sociedade para a reorganização do país. Assim, a afirmativa está
INCORRETA.

8. Sobre o Estado Novo, analise as afirmativas e assinale a resposta correta.

I. A Constituição de 1937 teve como principal característica o predomínio do Poder Executivo sobre as demais instâncias de
Poder do Estado.

II. Em relação ao operariado, o Estado Novo procurou anular a sua influência por meio de uma política trabalhista que negava
a luta de classes.

III. O Estado Novo surgiu de um golpe forjado pela união ampla das elites econômicas com as político-militares.

(A) somente I é verdadeira

(B) somente II é verdadeira

(C) somente III é verdadeira

(D) somente I e II são verdadeiras

(E) somente I e III são verdadeiras

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ALTERNATIVA (E)

A afirmativa I apresenta a centralização do poder nas mãos de Getúlio Vargas como “principal característica” do Estado Novo.
Esse traço marcante da política nacional entre 1937 e 1945 é inequívoco e, portanto, a afirmativa está CORRETA.

A afirmativa II coloca a relação do Estado com a classe operária no centro da análise. Sobre isso podemos considerar que todas
as tentativas de regulamentação e intervenção na política sindical implementada por Vargas visavam manter uma estabilidade
tanto dos grupos de industriais como de trabalhadores, de modo a poder usufruir benefícios políticos de ambos os segmentos.
Ao mesmo tempo em que promovia o desenvolvimento da sociedade de acordo com os interesses das elites econômicas, atua-
va de forma populista a garantir o apoio das classes trabalhadoras. No entanto, esse jogo político vargista não pode ser definido
como uma negação da luta de classes. Assim fosse, menosprezaria as potencialidades que os anseios classistas representam na
instabilidade de seu governo. Portanto, apesar do GABARITO OFICIAL reafirmamos que a afirmativa II está INCORRETA.

A afirmativa III está CORRETA ao considerar que o Estado Novo surgiu de um arranjo do governo com as lideranças econômicas,
políticas e militares tendo como pretexto o chamado Plano Cohen, um documento elaborado por militares alinhados com a
Ação Integralista Brasileira (AIB) no qual denunciava um plano comunista de tomada do poder.

9. Sobre o processo político da segunda fase de Getúlio Vargas e do Governo JK, analise as afirmativas e, em seguida, assinale
a alternativa correta.

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I. Apesar das amplas liberdades consagradas na Constituição vigente, o direito de greve sofreu considerável restrição, depend-
endo de autorização judicial para configurar-se como legal.

II. Uma característica importante do período pós-1950, quando da segunda fase de Vargas no poder, foi o retraimento do na-
cionalismo e do populismo.

III. Durante a década de 1950, parte das atitudes oposicionistas advinha de comandantes militares, cuja ideologia era o antico-
munismo de inspiração norte-americana.

(A) somente I é verdadeira

(B) somente II é verdadeira

(C) somente III é verdadeira

(D) somente I e II são verdadeiras

(E) somente I e III são verdadeiras

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ALTERNATIVA (E)

O período considerado para a resposta dessa questão está sob a égide da Carta Magna de 1937, que trouxe em seu bojo redação
que descrevia a greve como nociva ao trabalho bem como ao capital. A principal regulamentação do tema surgiu a partir da
Consolidação das Leis Trabalhistas 1943, que estabelecia pena de suspensão ou dispensa do emprego, perda do cargo do rep-
resentante profissional que estivesse em gozo de mandato sindical, suspenso pelo prazo de dois a cinco anos do direito de ser
eleito como representante sindical, nos casos de suspensão coletiva do trabalho sem prévia autorização do tribunal trabalhista.
Somente a partir da nova ordem jurídica de 1967 que foi garantindo o direito de greve aos trabalhadores, excluindo-se dessa
garantia o servidor público e os considerados em atividades essenciais. Sem entrar no mérito do termo “legal”, houve nítidas
restrições ao direito de grave dos trabalhadores no período considerado. Portanto a afirmativa I está CORRETA.

A afirmativa II indica características opostas ao cenário político nacional no segundo governo de Vargas. O populismo e o na-
cionalismo forma traços marcantes do período e, portanto, a afirmativa está INCORRETA.

A afirmativa III ressalta o carácter nacionalista do período ao identificar no segmento militar um foco de oposição ao governo
varguista, a partir do fortalecimento da ideologia bipolar com o fim da II GM. Portanto a afirmativa está CORRETA.

10. Sobre a conjuntura da superação dos governos militares entre 1984 e 1985, é correto afirmar:

(A) a aprovação da emenda constitucional das eleições diretas possibilitou a livre escolha de Tancredo Neves pela maioria da
população brasileira.

(B) a aprovação da emenda constitucional das eleições diretas não foi atingida, pois a oposição não reuniu os dois terços de
votos necessários no Congresso Nacional.

(C) um fator decisivo para a não aprovação das eleições diretas para Presidente da República em 1984 foi o declínio numérico e
político que a campanha sofreu nos seus momentos finais.

(D) o desgaste político do Governo durante as campanhas de rua pelas eleições diretas criou condições para a vitória do candi-
dato oposicionista pelo voto popular em janeiro de 1985.

(E) a instauração do Colégio Eleitoral que escolheu o Presidente da República em 1985 foi o resultado das negociações políticas
entre Governo e oposição, como forma de evitar uma situação revolucionária no País.

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ALTERNATIVA (B)

A questão retrata a transição do governo militar para o período de governos civis inaugurado com a eleição de Tancredo Neves.
A afirmativa (A) e a afirmativa (D) estão INCORRETAS por ter sido o Colégio Eleitoral do Congresso Nacional a escolher indireta-
mente o nome de Tancredo Neves para o cargo de Presidente da República, em substituição a João Figueiredo.

A afirmativa (B) relata exatamente a tentativa que o Congresso Nacional empreendeu a partir da PEC de autoria do Deputado
Federal Dante de Oliveira, em realizar eleições diretas em 1985. De fato, a PEC não obteve a votação necessária na Câmara
dos Deputados para dar prosseguimento ao processo legislativo. No entanto, ao citar no texto dessa afirmativa o Congresso
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Nacional julgo que a proposta não é avaliar o conhecimento do candidato da sistemática de tramitação legislativa e, portanto,
entendendo ter sido suspenso a tentativa de realização de eleições diretas por falta de consenso das lideranças políticas do
país. Assim, consideramos a afirmativa (B) CORRETA.

A afirmativa (C) não retrata a realidade dos fatos uma vez que a campanha pelas eleições diretas em 1985 foi ganhando adesão
popular de forma contundente que, no entanto, não foi legitimamente pelos seus representantes no CN. A afirmativa está IN-
CORRETA.

A afirmativa (E) está INCORRETA por considerarmos que as negociações ocorridas entre as forças governistas e oposicionistas
foram ajustadas naturalmente para um período de transição, tal qual já vinha ocorrendo desde a Lei de Anistia. Esse arranjo
político não visava, salvo outro juízo, “evitar uma situação revolucionária no país”.

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COMENTÁRIO: A prova de Geografia seguiu a tendência dos anos anteriores abordando temas como industrialização, urbani-
zação, demografia, energia, comércio internacional e aspectos geomorfológicos e climáticos.
As questões também apresentaram níveis de dificuldade variados o que mostra a sensibilidade da banca na elaboração da
prova. A novidade neste ano ficou por conta dos itens sobre extensão territorial e fuso horário e problemas ambientais urbanos.
Na nossa opnião as questões que suscitaram mais dúvidas foram as de número 12 e 13.
11. Analise as afirmativas abaixo, colocando entre parênteses a letra “V”, quando se tratar de afirmativa verdadeira, e a letra “F”
quando a afirmativa for falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

( ) O Brasil, com mais de 8 milhões de km², é o quinto maior país do mundo em extensão territorial contínua.

( ) A grande extensão territorial brasileira o coloca em uma posição favorável às relações com os demais países da América do
Sul.

( ) Atualmente o Brasil possui três fusos horários. Comparando os pontos extremos, quando Rio Branco (AC) assinala 10 horas,
em Brasília (DF) são 11 horas e no arquipélago de Fernando de Noronha (PE), 12 horas.

( ) Apesar das suas grandes dimensões, o território brasileiro apresenta uma forma irregular, pois se alarga na porção meridi-
onal e se estreita na porção setentrional.

(A) F – V – V – F

(B) F – V – F – F

(C) V – F – V – V

(D) V – V – F – V

(E) V – F – F – V

Solução IPM

ALTERNATIVA (A) F – V – V – F

(F) O Brasil é o 4o país mais extenso do mundo usando o critério das terras contínuas. Alguns candidatos podem ter esquecido
que os EUA ultrapassariam o Brasil em extensão se for computado as áreas não contínuas. Assim, com a inclusão do Alaska e
Havaí, terras separadas, mas pertencentes aos EUA, eles passam de 7.852.185 km2 para 9.372.614 km2, uma diferença de mais de
600.000 km2 em relação ao Brasil, que tem um a área de 8.514.876 km2 (Coelho e Terra, 2005)

(V) Apesar de deixar vago o tipo de relação, julgamos ser verdadeira esta assertiva. Acreditamos que o item trata de relações
comerciais, que seria sem dúvida, a principal e mais importante. Nesse caso, a extensão territorial é amplamente favorável, pois
permite a diversidade de mercados, oferta de produtos e parcerias comerciais.

(V) Aqui vale ressaltar que, pelo novo fuso horário do Brasil aprovado em 2008, pelo Presidente Lula (Lei proposta pelo Senador
Tião Viana, PT – AC) suprimiu-se um fuso horário na região Norte.

(F) Nesta assertiva é importante lembrar que: MERIDIONAL = SUL e SETENTRIONAL = NORTE.

12. Analise as afirmativas abaixo, sobre as características do MERCOSUL, colocando entre parênteses a letra “V”, quando se tratar
de afirmativa verdadeira, e a letra “F” quando a afirmativa for falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência
correta.

( ) São Parceiros do Brasil no Mercosul: Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile e Venezuela.

( ) O Brasil apresenta vantagens em relação aos outros parceiros, uma vez que sua economia possui grande capacidade insta-
lada para atender o Mercosul.

( ) O Mercosul tem como objetivo integrar política, social e economicamente os países membros, por meio de medidas sóci-
oeducativas, incentivando todos os tipos de trocas possíveis.

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( ) O Mercosul tem como objetivo buscar estabelecer uma tarifa externa comum que é, na realidade, um conjunto de tarifas que
incidem sobre as importações realizadas pelos países-membros do bloco.

(A) F – V – V – F

(B) V – V – F – V

(C) F – V – F – V

(D) F – V – V – V

(E) V – F – F – V

Solução IPM

ALTERNATIVA (C) F – V – F – V

(F) O Brasil faz parte do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), composto pela Argentina, Paraguai e Uruguai. Criado em 1991,
o MERCOSUL tem como objetivos a adoção de políticas de integração econômica e comercial, a instalação de uma zona de
livre-comércio, a eliminação de barreiras alfandegárias e a união aduaneira. O Chile e a Bolívia são membros associados do
MERCOSUL desde 1996, não participando da união aduaneira. A aprovação da entrada da Venezuela está na dependência de
aprovação do Congresso Nacional do Paraguai, pois os Congressos Nacionais do Brasil, Argentina e Uruguai já aprovaram a sua
entrada no MERCOSUL.

Muito embora a banca tenha considerado FALSO este subitem, julgamos que o termo PARCEIROS tem uma amplitude maior do
que o proposto. Na própria literatura do edital não encontramos este termo, mas sim a referência aos países membros (Brasil,
Argentina, Uruguai e Paraguai) e aos países associados (Chile, Bolívia e Venezuela). Logo a Venezuela e Chile, em nosso entendi-
mento podem ser considerados parceiros do Brasil no Mercosul. Portanto aqueles que erraram este subitem podem, baseados
na bibliografia, apresentar recurso à banca examinadora nesses termos.

(V) A participação do Brasil no MERCOSUL tem como objetivo fortalecer e consolidar a sua posição no quadro regional para um
melhor desempenho no quadro internacional.

(F) O Mercosul tem por objetivo criar um mercado comum com livre circulação de bens, serviços e produtos, visa também
buscar a adoção de uma política externa comum, a coordenação de posições conjuntas em foros internacionais, a formulação
conjunta de políticas macroeconômicas e setoriais e a harmonização das legislações nacionais, com vistas a uma maior inte-
gração. Assim, não é um dos objetivos do MERCOSUL as medidas socioeducativas. Vejamos o caso, por exemplo, dos estudantes
brasileiros que cursam medicina na Argentina e, ainda, não tem seus diplomas reconhecidos no Brasil, como já divulgado na
mídia nacional.

(V) A formação do MERCOSUL proporcionou a livre circulação de bens e serviços e a adoção uma política comercial comum em
relação a outros Estados ou agrupamentos de Estados. Representa então “o incremento do comércio entre os países-membros,
utilizando a redução ou eliminação de tarifas alfandegárias” (ADAS, 2004). O MERCOSUL se enquadra na condição de União
Aduaneira, pois, além de reduzir ou eliminar as tarifas alfandegárias entre os integrantes, também regulamenta o comércio com
as nações que não pertencem ao bloco, sendo estabelecidas normas através da TEC (Tarifa Externa Comum), trata-se de uma
tarifa alfandegária unificada a ser cobrada de produtos importados de fora do bloco.

13. Em relação à indústria brasileira do século XXI, pode-se afirmar:

(A) As atividades desenvolvidas nos pólos tecnológicos independem dos outros setores da economia.

(B) Desenvolveu-se a partir dos investimentos do capital internacional, que investiu em transportes, energia e comunicação.

(C) O Governo Federal iniciou a implantação de medidas para descentralizar os investimentos públicos e privados, de infraes-
trutura e investimentos fiscais.

(D) Houve um forte intervencionismo do Estado, como forma de superar as dificuldades do empresariado nacional para a reali-
zação de investimentos no setor produtivo.

(E) No País foram criados vários pólos tecnológicos que concentram atividades de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia
de ponta, o apoio governamental foi fundamental para este acontecimento.

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ALTERNATIVA (E)

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(A) É importante observar que, além de promoverem a interação entre instituições de ensino e pesquisa e empresas, para
propiciarem o desenvolvimento científico e tecnológico e portanto a obtenção de novas tecnologias, os pólos tecnológicos
concentram atividades industriais e de serviços, e dinamizam outros setores da economia. Portanto, são dependentes de outros
setores da economia.

(B) O capital internacional não foi canalizado para investimentos na infra-estrutura como estradas, portos e aeroportos,
produção e linhas de transmissão de energia, mais no estabelicimento de indústias e empresas multinacionais.

(C) Apesar dos investimentos no PAC a banca examinadora considerou esta opção falsa. O que de certa forma nós não discor-
damos por completo, pois o Governo Federal não iniciou as medidas citadas na opção no século XXI e sim deu continuidade
às políticas do século XX.

(D) Quando se trata de investimento em Ciência e Tecnologia o governo federal arca com cerca de 80%. Entretanto quando fala-
mos de investimentos produtivos a carga maior fica com o setor privado. Um exemplo disso foi a medida utilizada pelo governo
federal por ocasião da crise de 2009 quando a “única” intervenção foi a redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)
para o aumento das vendas no setor automotivo e da chamada indústria branca.

(E) Os principais pólos tecnológicos foram criados na década de 1950 (ITA e INPE em São José dos Campos - SP). Desde a década
de 1980 houve uma desaceleração nos investimentos em Ciência e Tecnologia. Em 2000 os gastos em Ciência e Tecnologia
(C&T) corresponderam a 0,7% do PIB nacional (COELHO, Marcos A. TERRA, Lygia. Geografia do Brasil. 5ª Ed. São Paulo). Apesar de
a bibliografia não citar tais pólos tecnológicos, sabemos que alguns foram criados com o apoio governamental.

OBS.: Este item fez parte do vestibular da Universidade Estadual do Piauí (UEPI) e sua resposta foi justamente a letra E.

14. As grandes cidades apresentam uma grande densidade de construções urbanas, especialmente nas suas áreas centrais. Essa
concentração de equipamentos urbanos reflete-se na temperatura, correspondendo ao fenômeno denominado:

(A) Massa de ar

(B) Efeito estufa

(C) Ilha-de-calor

(D) Inversão térmica

(E) Aquecimento global

Solução IPM

ALTERNATIVA (C)

(A) Massas de ar – São grandes porções de ar que apresentam condições internas de temperatura, pressão e umidade relativa-
mente homogêneas, influenciadas pela região onde são formadas.

(B) Efeito estufa – Os gases presentes em excesso na atmosfera, principalmente o dióxido de carbono (CO2), permitem a pas-
sagem da luz solar, mas bloqueiam a irradiação do calor da Terra, impedindo-o de voltar ao espaço, podendo provocar o au-
mento médio da temperatura da Terra. Algumas previsõesindicam que a temperatura da Terra pode subir 5,8oC no decorrer do
século XXI (COELHO, Marcos Amorim. Geografia do Brasil, 2005, Moderna. P. 352.).

(C) Ilha-de-calor - É o nome que se dá para o aumento da temperatura em áreas centrais urbanas em relação às áreas de maior
arborização ou circulação de ar ao redor.

(D) Inversão térmica – Trata-se um fenômeno atmosférico comum nos grandes centros urbanos industrializados, principal-
mente naqueles localizados em áreas cercadas por serras ou montanhas. Este processo ocorre quando o ar frio (mais denso) é
impedido de circular por uma camada de ar quente (menos denso), provocando uma alteração na temperatura.

(E) Aquecimento global - é uma conseqüência das alterações climáticas ocorridas no planeta. Consta que a temperatura média
da Terra sofreu uma elevação de 0,6% (COELHO, Marcos Amorim. Geografia do Brasil, 2005, Moderna. P. 352.).

15. O setor de transporte brasileiro tem passado por mudanças significativas. Pode-se afirmar que a alternativa que reflete esta
mudança é:

(A) O crescente investimento do Estado visando a recuperação e manutenção da infraestrutura do setor de transportes.

(B) A exclusão da participação do setor privado em atividades de exploração de trechos de rodovias e ferrovias federais.

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(C) A privatização do sistema hidroviário, mediante transferências ou concessões à iniciativa privada de sua estrutura opera-
cional.

(D) A participação crescente do setor privado, por meio de concessões estatais, em atividades de exploração de trechos de
rodovias estaduais e federais.

(E) A extinção do monopólio estatal nos setores de transportes tecnologicamente mais avançados, a exemplo dos gasodutos
e oleodutos

Solução IPM

ALTERNATIVA (D)

(Observe que a questão se refere a mudanças significativas no transporte brasileiro solicitando a alternativa que reflete esta
mudança.)

(A) Não há um crescente investimento do Estado visando a recuperação e manutenção da infraestrutura do setor de transportes.

(B) Não há uma exclusão e sim uma participação gradativa do setor privado, ainda que modestada. A partir de 1995, foram fei-
tas privatizações de rodovias por meio de concessões, a iniciativa privada já controla 10 mil quilômetros de estradas estaduais
e federais.

(C) Embora que desde agosto de 1995, a navegação costeira ou de cabotagem deixou de ser monopólio do governo federal,
uma vez que o Congresso Nacional aprovou emenda a Constituição Brasileira em 1988 que permite a participação de empresas
estrangeiras na navegação costeira e na do interior. A privatização do sistema hidroviário vem se processando paulatinamente
por meio do arrendamento das instalações e operações de serviços. Mas não houve mudança significativa. Segundo Marcos
Amorim Coelho, 2005 na navegação de longa distância, mesmo com as privatizações, o setor portuário está longe de ser um
exemplo de eficiência, tecnologia e informatização.

(D) O fato de o Brasil ter optado por um meio de transporte rodoviário onde grande parte dos produtos e pessoas circulam
trouxe mudanças significativas na recuperação de trechos federais e estaduais.

(E) As privatizações no transporte brasileiro foram mais significativas para o rodoviário do que para qualquer outro meio. Os
gasodutos e oleodutos, por exemplo, é uma representação pequena em relação a importância das significativas mudanças
ocorridas no transporte rodoviário.

16. Sobre a população brasileira, é correto afirmar:

(A) A população absoluta do Brasil e sua grande extensão territorial permite-nos classificar o País como povoado, porém pouco
populoso.

(B) A região Centro-Oeste tem sido um lugar de partida de grandes movimentos migratórios. Isto, sem dúvida, está associado à
desigualdade na distribuição de renda.

(C) Os movimentos migratórios têm se reduzido em direção à região Sudeste. No Nordeste este movimento caracterizou-se
mais pelo seu caráter intra-regional.

(D) O dinamismo atual da nossa industrialização foi capaz de resolver o problema de demanda de emprego, além de significar
um importante fator de redistribuição da população entre os diferentes setores da nossa economia.

(E) A partir de meados da década de 1980, a população urbana passa a ser mais numerosa que a população rural, em razão do
processo de industrialização que se acentua desde o final da década de 1960, provocando mudanças do campo para a cidade.

Solução IPM

ALTERNATIVA (C)

(A) O Brasil, na verdade, é classificado como um país populoso e pouco povoado com uma população absoluta de densidade
demográfica de 21,608, segundo os dados estatísticos do IBGE de 2007*. Portanto, lembramos aqui que o povoamento de um
lugar está relacionado com a densidade demográfica que é o número de habitantes pela área.

* Populacao recenseada e estimada, area total e densidade demografica, segundo as Grandes Regiões e Unidades
da Federacao – 2007 com adaptações.

Grandes Regiões e Unidades da Federação

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População recenseada e estimada: 183 987 291

Área (km²): 8 514 876,599

Densidade demográfica (hab./km²): 21,608

Fonte: http://www.ibge.gov.br/vamoscontar/guias_flipbook/guia_ensino_medio.pdf. Acessado em 12/set/2011

(B) Segundo Marcos Amorim Coelho (2005) “os principais fluxos migratórios, que se dirigiam em geral para o Sudeste, cada vez
mais dirigem-se às regiões Norte e Centro-Oeste. Entre 1960 e 1999, as maiores taxas de crescimento populacional estavam
exatamente nestas regiões.

(D) Como todos sabem, o Brasil ainda carece de vagas de trabalho e infelizmente a industrialização não resolveu esse problema
por completo.

(E) Segundo Marcos Amorim Coelho (2005) “o processo de urbanização ganhou intensidade a partir da década de 1950.

17. Em relação às fontes de energia no Brasil podemos afirmar:

(A) As regiões Sudeste e Sul juntas participam com quase 75% da produção e 30% do consumo total de energia elétrica.

(B) O petróleo, devido a opção pelo transporte rodoviário, transformou-se em insumo energético fundamental para a econo-
mia.

(C) O programa nuclear, para atender às necessidades de ampliação da base industrial, instalou suas usinas em diferentes pon-
tos do território.

(D) O aproveitamento dos nossos rios de planalto é de aproximadamente 92%, donde se conclui que o Brasil deve buscar outras
fontes energéticas, como as nucleares e as alternativas.

(E) O carvão mineral é uma importante fonte de energia, sendo que as principais vantagens das jazidas brasileiras são os baixos
custos de produção, porém, tais recursos são insuficientes para atender a demanda interna.

Solução IPM

ALTERNATIVA (B)

(A) A Região Sudeste é a maior produtora e maior consumidora de Energia elétrica. Responsável pelo consumo de mais de 60%
da energia consumida no país. A área também concentra 70% do potencial gerador nacional.

(C) A produção de energia nuclear está concentrada em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

(D) A energia nuclear não é a melhor opção para um país que possui grande potencial hidrelétrico como o Brasil, e ainda, o
aproveitamento hidrelétrico, também chamado de potencial instalado estava em torno de 25%, diz Eustáquio de Sene (2011).

(E) O carvão mineral possui altos custos de produção e, no Brasil, ele realmente é de baixo teor calórico.

18. Em relação às planícies brasileiras, pode-se afirmar:

(A) Correspondem a 59% do território, sendo que os planaltos, ocupam os 41% restantes.

(B) São formadas por estruturas geológicas antigas do período terciário e quaternário (cenozóico).

(C) Ocupam extensões menores que os planaltos, apesar da sua grande expressão na Amazônia.

(D) Equivalem em área aos planaltos, pois as áreas classificadas como depressões, fazem parte do conjunto das planícies.

(E) São consideradas superfícies nas quais predominam o processo de desgaste, e consequentemente são as áreas mais baixas
do território.

Solução IPM

ALTERNATIVA (C)

(A) Segundo a classificação do relevo de Jurandyr L. Ross, as unidades de planalto são em número de onze e abrangem a maior
parte do território brasileiro. (COELHO, Marcos A. TERRA, Lygia. Geografia do Brasil. 5ª Ed. São Paulo. Pag. 78)
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(B) As unidades das planícies correspondem às áreas de relevo essencialmente plano, formadas pela deposição recente de sedi-
mentos de origem marinha, fluvial e lacustre.

(C) Na proposta de Jurandyr L. Ross, as planícies ocupam, relativamente aos planaltos e as depressões, pequena superfície.
(COELHO, Marcos A. TERRA, Lygia. Geografia do Brasil. 5ª Ed. São Paulo. Pag. 78)

(D) As unidades das depressões relativas continentais foram geradas por processos erosivos ocorridos no contato das extremi-
dades das bacias sedimentares com maciços antigos. Esses processos erosivos originaram os diferentes tipos de depressões
existentes no território brasileiro: periféricas, marginais, interplanálticas e outras. (COELHO, Marcos A. TERRA, Lygia. Geografia
do Brasil. 5ª Ed. São Paulo. Pag. 78)

(E) Nas planícies o processo de deposição é maior que processo erosivo, por isso é menor o desgaste.

19. Em relação às características da divisão das regiões geoeconômicas brasileiras, analise as afirmativas abaixo e, em seguida,
assinale a alternativa correta.

I. É dividida em 3 regiões: Amazônica, Nordeste e Centro-Sul, os critérios dessa divisão seriam os processos socioeconômicos
de cada porção do território e de acordo com esse critério, os limites entre essas regiões não obedecem aos limites políticos-
administrativos dos estados.

II. Além de considerar os aspectos históricos e socioeconômicos, considera também o conceito de região natural e para facilitar
o planejamento regional, assim como as regiões do IBGE, obedecem aos limites político administrativos dos estados.

III. Foram criadas pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger, no final do século XX, dividiu o Brasil em três regiões: Amazônia, Nord-
este e Centro-Sul, de acordo com o meio técnico - científico informacional que cada uma delas apresentava. Esse critério leva
em consideração o desenvolvimento da técnica, da ciência e da informação.

(A) somente I está correta

(B) somente II está correta

(C) somente III está correta

(D) somente I e II estão corretas

(E) somente I e III estão corretas

Solução IPM

ALTERNATIVA (A)

A divisão em regiões geoeconômicas é uma proposta de estudo do espaço brasileiro com base em três grandes unidades
territoriais: Amazônia. Nordeste e Centro-Sul, individualizadas segundo critérios geográficos e econômicos. Trata-se de uma
proposta não oficial, elaborada em 1967 pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger (observe o mapa abaixo).

Nesta divisão, ao contrário do que ocorre com a do IBGE, os limites das regiões não coincidem com os dos estados. Significa
que um estado pode ter parte do seu território em uma região e parte em outra. É o caso do Maranhão e de Minas Gerais, por
exemplo.

Fonte: COELHO, Marcos A. TERRA, Lygia. Geografia do Brasil. 5ª Ed. São Paulo. Pag. 130.

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20. Numere a coluna da direita em conformidade com a da esquerda e, a seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência
encontrada.

1. É um dos biomas mais importantes para a


preservação da biodiversidade brasileira e
mundial. É uma formação vegetal densa com
árvores altas em setores mais baixos do relevo. ( ) Cerrado
2. Possui grande diversidade de espécies vegetais
e animais. Seu clima característico é o tropical,
apresenta três extratos: mata de igapó, várzea
e terra firme. ( ) Caatinga
3. Apresenta árvores e arbustos baixos coexistindo
com gramíneas. Existem, no entanto, outras fi-
sionomias que vão de campos limpos até for-
mações arbóreas. Abriga uma importante bio-
( ) Mata Atlântica
diversidade e apresenta grande quantidade de
espécies endêmicas ainda pouco conhecidas.
4. É uma formação bastante heterogênea e apre-
senta grande variedade de espécies. Sua veg-
etação é xerófila, na qual predominam arbustos
caducifólios e espinhosos. No verão, em razão
da ocorrência de chuvas brotam folhas verdes
e flores.
(A) 2 – 4 – 1

(B) 3 – 2 – 1

(C) 3 – 4 – 2

(D) 3 – 4 – 1

(E) 4 – 3 – 2

Solução IPM

ALTERNATIVA (D)

Nessa questão o candidato deve ficar atento às informações do texto. Portanto, mata de igapó, mata de várzea e terra firme
(Caaetê) são os grandes conjuntos de vegetações amazônicas para os quais não há opção na coluna da direita. Outra infor-
mação importante está no item 4 quando que diz: “sua vegetação é xerófila”. Ou seja, específica do clima semi-árido do Sertão
Nordestino.

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COMENTÁRIO: A prova de Lígua Portuguesa seguiu a tendência dos anos anteriores, com um nível de dificuldade
adequado não trouxe grandes problemas aos candidatos.

21. Assinale a alternativa cuja sentença esteja de acordo com as regras de ortografia e acentuação.

(A) Órgãos da prefeitura contrataram profissionais expertos para resolverem os problemas da cidade.

(B) A noite, com as ruas iluminadas por explêndidas fogueiras de São João, as pessoas dançavam na rua.

(C) Devido às opniões divergentes na Câmara de Vereadores, a prefeitura desistiu de elevar o IPTU.

(D) As discursões sobre o reflorestamento influênciaram na votação favorável ao projeto do governo.

(E) Aos improváveis visitantes aquelas paragens se juntaram os funcionários da prefeitura.

Solução IPM

ALTERNATIVA (A)

(A) Órgão é uma palavra paroxítona terminada em ão, sendo obrigatória a acentuação gráfica. A palavra expertos , segundo o
dicionário Houaiss, significa especialista, perito.

(B) À noite é uma locução adverbial portanto deve ser grafada com o acento indicativo de crase.

(C) Opiniões está grafada de forma incorreta.

(D) Discussões está grafada incorretamente e influenciaram não é acentuada.

(E) O correto neste caso seria:” ..... daquelas paragens...”

22. Assinale a alternativa correta de acordo com as regras gramaticais canônicas.

(A) O que sua empresa tem para mim oferecer hoje?

(B) Meu professor de violão mora à Rua Ari Barroso.

(C) Esse caso é análogo daquele do último julgamento.

(D) O carioca Vinícius de Moraes radicou-se na Bahia.

(E) A estratégia apresentada visa um aumento da receita.

Solução IPM

ALTERNATIVA (D)

(A) o verbo oferecer é transitivo direto. No lugar do pronome oblíquo tônico ”mim”, deveria estar o pronome oblíquo “me”,
completando o sentido do verbo oferecer.

(B) O verbo morar exige a preposição em, logo “...mora na Rua Ari Barroso.”

(C) Neste caso o correto seria “... análogo àquele...”.

(E) Neste caso o verbo visar é utilizado no sentido de ter em vista, ter como objetivo ou objetivar é transitivo indireto, portanto
“...visa a um aumento de receita.”

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23. Assinale a afirmativa correta.

(A) Os substantivos paz e quietude são sinônimos perfeitos.

(B) Os verbos dormir e acordar são antônimos contraditórios.

(C) Duas palavras homônimas são necessariamente sinônimas.

(D) Os substantivos largura e estreiteza são antônimos graduais.

(E) Os eufemismos são as principais causas dos tabus linguísticos.

Solução IPM

ALTERNATIVA (B)

Antônimo contraditório ocorre quando os significados das unidades se excluem mutuamente. O significado de uma pode ser
definido como a negação do significado de outra. Portanto, dormir e acordar são sinônimos contraditórios.

24. Analise as afirmativas abaixo, com base nas sentenças A, B e C, e, em seguida, assinale a alternativa correta.

A. Vou tomar duas Brahmas hoje.

B. A professora canta como um passarinho.

C. Nosso chefe é uma cobra.

I. Em A, há uma relação de correspondência.

II. Em B, ocorre uma metáfora zoomórfica.

III. Em C, a metáfora é causada por “uma cobra”.

(A) somente I é verdadeira

(B) somente II é verdadeira

(C) somente III é verdadeira

(D) somente I e II são verdadeiras

(E) somente II e III são verdadeiras

Solução IPM

ALTERNATIVA (A)

A. Embora não seja comum o emprego da terminologia “correspondência” na gramática. No período “Vou tomar duas Brahmas
hoje.” há uma relação de troca. Essa troca só é possível entre palavras que apresentam entre si uma contiguidade (proximidade)
de sentidos.

B. O conectivo “como” estabelece uma comparação no período. Logo, não há metáfora zoomórfica.

C. A relação do sujeito com o predicativo é causada pelo verbo de ligação. Logo, ao substituirmos o verbo por outro, com conec-
tivo, “age como”, por exemplo, teríamos uma comparação sem alterar sujeito e predicativo. Assim, ficaria: “Nosso chefe age
como uma cobra”. Portanto, observa-se que o elemento “uma cobra” aparece nos dois exemplos, não sendo ela responsável
pela classificação figurativa.

25. Assinale a alternativa em que os vocábulos são acentuados seguindo a mesma regra, de acordo com a gramática normativa.

(A) cajá – ímãs – avó

(B) viúva – útil – júri

(C) vênus – você – Irecê

(D) saúde – viúva – Grajaú


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(E) cátedra – cálido – fórceps

Solução IPM

ALTERNATIVA (D)

As palavras Gra-ja-ú, ba-ú, sa-ú-de, vi-ú-va, são acentuadas pela regra do “u” e do “i”, que recebe acento agudo quando formam
hiato com a vogal anterior,

26. Assinale a alternativa em que a lacuna pode ser preenchida por qualquer uma das formas verbais indicadas entre parênte-
ses, de acordo com a gramática normativa:

(A) Homens e mulheres cada um___________do seu valor (sabe – sabem)

(B) Naquela tarde, ____________ meu filho, minha mãe e eu para um passeio. (saiu – saímos)

(C) Nem um nem outro ____________ os seus erros. (reconheceu – reconheceram)

(D) A maior parte dos funcionários _________ no atual diretor da faculdade. (votou – votaram)

(E) Cada um dos candidatos à vaga de recepcionista _________ enviar uma foto 3x4. (deve-devem)

Solução IPM

ALTERNATIVA (C ou D)

Segundo as regras de concordância, para as expressões nem um nem outro, o verbo poderá vir em duas formas: singular ou
plural. Para isso, basta observar se a ideia apresentada no período é caso de inclusão ou exclusão. Para a ideia de inclusão, usa-
se o verbo no plural. Para a ideia de exclusão, usa-se o verbo no singular.

Na expressão partitiva a maior parte de... caso os complementos estejam no plural, poderá ser estabelecido o uso verbo no
singular, ou no plural. Concordando com a expressão ou com o substantivo plural após a expressão.

Para responder à questão 7, considere o trecho abaixo:

“De acordo com pesquisa americana publicada no periódico BMC Public Health, pessoas que acumulam mais de 17 anos de
estudo bebem e fumam menos e apresentam um índice de massa corporal (IMC) mais baixo do que aquelas que se dedicam
menos à escola.”

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estudar-tambem-pode-ajudar-saude-do-coracao. Acesso em 14 de março de 2011.

27. Analise as afirmações abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta.

I. Em “pessoas que acumulam mais de 17 anos de estudo [...]”, o que é um pronome relativo.

II. Em “pessoas que acumulam mais de 17 anos de estudo [...]”, o que introduz uma oração subordinada adjetiva explicativa.

III. Em “aquelas que se dedicam menos à escola.”, o que é uma conjunção integrante.

IV. Em “aquelas que se dedicam menos à escola.”, o que introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva.

(A) somente I e II são verdadeiras

(B) somente I e IV são verdadeiras

(C) somente II e III são verdadeiras

(D) somente II e IV são verdadeiras

(E) somente III e IV são verdadeiras

Solução IPM

ALTERNATIVA (B)

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Na afirmativa I - o que é pronome relativo, está em uma oração adjetiva. Para confirmar, basta trocar o pronome relativo que
por quem.

Na afirmativa II, o que, pronome relativo introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva.

Na afirmativa III, o que é um pronome relativo.

Na afirmativa IV, a ausência das vírgulas, a ideia de restrição e o que , sendo pronome relativo, introduzem uma oração subor-
dinada adjetiva restritiva.

28. Assinale a alternativa em que todos os itens lexicais tenham passado pelo processo de composição, de acordo com a
gramática normativa.

(A) cavalaria – arvoredo – boiada

(B) bisneto – aguardente – celeste

(C) felizardo – humano – bondoso

(D) amplitude – beleza – dignidade

(E) passatempo – boquiaberto – malcriado

Solução IPM

ALTERNATIVA (E)

O comando da questão pede para que seja assinalada a alternativa com o processo de composição. Na alternativa E, nas três
palavras, há processo de formação por composição, passatempo - composição por justaposição; boquiaberto - composição por
aglutinação e malcriado - composição por justaposição.

Para responder às questões 9 e 10, considere o trecho abaixo:

1. “O ser humano evoluiu, tornou se bípede, mas continuou caminhando.

2. E passou a usar a caminhada para outros fins que não o de chegar a um

3. lugar específico: o de buscar determinada coisa. Praticar exercícios

4. físicos é algo relativamente recente, mesmo porque, no passado,

5. o sedentarismo era a exceção antes que a regra; caçadores, agricultores,

6. trabalhadores em geral jamais pensariam nisso.”

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/a_arte_de_caminhar.html. acesso em 11 de março de 2011.

29. Analise as afirmações abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta.

(A) No primeiro período, as vírgulas foram utilizadas para separar um pleonasmo.

(B) No segundo período, os dois pontos foram utilizados para caracterizar textualmente o discurso do interlocutor.

(C) Em “caçadores, agricultores, trabalhadores em geral jamais pensariam nisso.”, as vírgulas foram utilizadas para separar ter-
mos coordenados.

(D) Em “Praticar exercícios físicos é algo relativamente recente, mesmo porque, no passado, o sedentarismo era a exceção antes
que a regra;” as vírgulas foram empregadas para separar orações adjetivas restritivas.

(E) Em “o sedentarismo era a exceção antes que a regra; caçadores, agricultores, trabalhadores em geral jamais pensariam ni-
sso.”, o ponto e vírgula foi utilizado para separar as orações adjetivas de valor explicativo.

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ALTERNATIVA (C)

(A) A vírgula separa elementos coordenados.

(B) Os dois pontos indicam um aposto explicativo.

(C) É a resposta correta

(D) Neste caso a vírgula foi usada para separar adjuntos adverbiais intercalados.

(E) Neste caso o ponto e vírgula é utilizado para separar orações de forma definitiva, ou seja, separar orações coordenadas.

30. No texto, “mesmo porque” (linha 4) estabelece uma relação de:

(A) adição

(B) finalidade

(C) causalidade

(D) temporalidade

(E) condicionalidade

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ALTERNATIVA (C)

A relação estabelecida por “mesmo porque” é de causalidade, por se tratar de uma oração adverbial causal.

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