O artigo discute o cemitério de Kerameikos em Atenas como um local de poder e magia no século IV a.C. Analisa as práticas mágicas de katadesmos, que envolviam amaldiçoar inimigos removendo sepulturas. A magia era vista como racionalidade alternativa aos padrões morais da pólis, apesar de usar os mesmos deuses. Kerameikos era fronteira entre mundos dos vivos e mortos, dando poder aos praticantes de magia.
Descrição original:
kerameikos
Título original
14 - Kerameikos Lugar de Poder e de Magia Na Atenas Do IV a. C. - Maria Fs3u2FP
O artigo discute o cemitério de Kerameikos em Atenas como um local de poder e magia no século IV a.C. Analisa as práticas mágicas de katadesmos, que envolviam amaldiçoar inimigos removendo sepulturas. A magia era vista como racionalidade alternativa aos padrões morais da pólis, apesar de usar os mesmos deuses. Kerameikos era fronteira entre mundos dos vivos e mortos, dando poder aos praticantes de magia.
O artigo discute o cemitério de Kerameikos em Atenas como um local de poder e magia no século IV a.C. Analisa as práticas mágicas de katadesmos, que envolviam amaldiçoar inimigos removendo sepulturas. A magia era vista como racionalidade alternativa aos padrões morais da pólis, apesar de usar os mesmos deuses. Kerameikos era fronteira entre mundos dos vivos e mortos, dando poder aos praticantes de magia.
This paper is about Kerameikos in Este artigo sobre o cemitrio do
Athens and an analysis of the katadesmos Kerameikos, em Atenas, e a anlise da practices magic. Our aim is to analyze the prtica da magia do katadesmos. Nosso symbolic functions of this funerary ritual objetivo analisar as funes simblicas in the ceremony to curse someone. dos ritos funerrios e a cerimnia de amaldioar algum.
Este artigo faz parte do trabalho desenvolvido pelo Grupo de Pesqui-
sa do CNPq intitulado Kerameikos: lugar antropolgico do mito, da ma- gia e poder, no qual apreendemos o espao fsico do cemitrio do Kerameikos como suporte de informao sobre as prticas mgico-religio- sas identificadas como defixiones. Os katadesmoi ou defixiones, identifica- dos como lminas de chumbo, foram encontrados nas sepulturas dos mor- tos antes do tempo, junto a outros artefatos arqueolgicos, tais como figu- ras humanas feitas de chumbo e o uso de inscries sobre a superfcie do artefato de metal. A presena do artefato arqueolgico junto aos atenienses e a traduo dos textos impressos nas lminas nos revelam a formao de
* Professora Adjunta de Histria Antiga e coordenadora do NEA/UERJ. Ata no PPGHC da UFRJ e no PPHC da UERJ.
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crenas mgicas que seguem lgicas de contato com as potncias sobrenaturais distintas das realizadas pela religio oficial dos atenienses. A ao deixa transparecer que o usurio da magia pensa e age a partir de um princpio alter- nativo de racionalidade, que produz um outro sentido de realidade, afastados dos padres ticos e morais estabelecidos pela plis dos atenienses. Questionamo-nos sobre as possveis motivaes que levaram parte dos integrantes da comunidade dos atenienses no IV sculo, a transpor a lei e as normas do coletivo, e estabelecer contato com seres sobrenaturais, removendo sepulturas no Cemitrio do Kerameikos, em Atenas. Identifica- mos o imaginrio social e a emoo como fatores primordiais de motiva- o: o usurio da magia dos defixiones, movido pela animosidade contra algum, determinava a efetiva realizao de algum prejuzo ao indivduo considerado inimigo. A ao imperativa configura-se pelo uso de palavras de maldio e do artefato de chumbo, cujos textos inscritos em sua superf- cie integram a composio do que denominamos de discurso mgico dos defixiones. Interessa-nos identificar: quais deuses, mitos e seres sobrenatu- rais eram evocados para as prticas mgicas? Que poderes sobrenaturais acreditavam possuir visando prejudicar o inimigo, decretando a sua morte? Que procedimentos ritualsticos executavam junto aos corpos dos mortos antes do tempo, visando impor a realizao de sua vontade? Qual o concei- to de morte que circulava junto aos usurios da magia dos defixiones? O interesse pelo tema tem nos acompanhado h algum tempo, o que nos permitiu identificar as variedades de lminas e de solicitaes do usurio da ma- gia dos defixiones, tais como maldies contra testemunhos de processo judici- ais, imprecaes contra atividades comerciais, contra adversrios de disputas atlticas e solicitao para eliminar o rival envolvido em tringulo amoroso. Toda sociedade possui lugares demarcados como sagrados que, por sua vez, definem e organizam o comportamento, o pensamento e as prti- cas sociais de seus integrantes. Lugares sagrados detm poder sobre seus habitantes e estabelecem regras de convvio e interditos que, em sua maior parte, tendem a ser observados, de forma intensa ou com menor intensida- de, pela maior parte dos integrantes da comunidade polade. Consideramos o Cemitrio do Kerameikos como lugar sagrado, cujo poder est ratificado pelas atividades ritualizadas que ali se realizam atra- vs de cerimnias religiosas, rituais fnebres, nos quais cada um dos inte- grantes da comunidade polade toma conscincia da coletividade, construin-
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do um vnculo de solidariedade, participao e identidade. As informaes textuais sobre a regio Kerameikos apresentam-se dispersas na documentao fornecida por Slon, Tucdides, Pausnias e Theofrastos. Consideramos que falar do Kerameikos significa identificar a regio como um lugar de poder, construdo atravs da sacralidade do local ratificada pela vivncia dos atenienses, ao longo da sua existncia, e pelo processo de formao da polis. Entretanto, o fato de ser sagrado, no impediu a existncia de formas alternativas de usar o lugar de poder, como nos aponta o conjunto de docu- mentao pouco mencionada pelos pesquisadores e resultado da escavao arqueolgica: os defixiones, que nos indicam outras maneiras de usar o espao sagrado do cemitrio do Kerameikos. A presena dessa maneira de usar o cemitrio deixa transparecer as ambivalncias na maneira de usar o espao sagrado: durante o dia, o local freqentado pelos familiares e sa- cerdote, e, noite, pelos magus e feiticeiros. O resultado aponta para o carter conflitual das prticas da magia, que usam do poder sacralizado do Kerameikos com deslocamento de sentido e deixam transparecer a relao binria de oposio entre o sacerdote da religio polade e o magus prati- cante da magia dos defixiones. Essa ambivalncia leva a historiografia do sculo XIX a considerar a religio e a magia entre os atenienses como um exemplo de formas antagnicas de crenas ocupando o mesmo espao, ge- rando a relao binria de oposio entre religio e magia, ao analis-las sob a tica de plos opostos. Mary Douglas aponta Sir James G. Frazer como o autor da mais re- mota classificao da magia, ao defini-la como o primeiro estgio; a reli- gio seria o segundo; e a cincia, o terceiro estgio evolutivo da humanida- de. O argumento segue a dialtica hegeliana, ao definir a magia como pen- samento primitivo, a ser vencida pela sua prpria insuficincia e suplanta- da pela religio. Os pesquisadores contemporneos de Frazer partem do seguinte princpio, a saber: da magia primitiva emergia a anttese, que seria a religio, cujo resultando seria a cincia, considerada um estgio seguro, moderno e eficaz (DOUGLAS, 1980, p. 34). A historiografia do perodo afetou diretamente os estudos clssicos, pois parte dos pesquisadores do sculo XIX, seguindo o modelo dos humanistas e/ou iluministas, sempre recorriam e convocavam a Antiguida- de grega e romana para ratificar as argumentaes religiosas, polticas e filosficas do seu tempo.
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Embora deixem transparecer que buscam no contato com os gregos a salvao e a manuteno da cultura do ocidente, tambm deixam transparecer que colocam a religio, a magia e a narrativa mtica na categoria do pensa- mento irracional, cuja base a f e a emoo. Por outro lado, no podemos esquecer a dinmica do sculo XIX para os estudos da religio, revitalizada pelas descobertas e tradues de textos clssicos, de cultos orientais, de achados arqueolgicos e do crescimento da filologia e da lingstica como reas de saber. No meio acadmico, o resultado aparece com a oficializao da disciplina Cincias da Religio, que fomentou a criao da ctedra uni- versitria Histria das Religies, promovendo a realizao de teses, con- gressos e publicaes. Entretanto, buscamos, em nossa anlise, nos afastar da definio que coloca a magia em oposio religio. Consideramos a magia como um conjunto de crenas e prticas mgico-religiosas que visa estabelecer con- tato com as potncias sobrenaturais. Caracteriza-se por atuar de forma com- plementar religio polade dos atenienses, pelo fato de usar os mesmos espaos sagrados, os deuses e as vozes msticas das oraes. Para os praticantes da magia, o cemitrio do Kerameikos define-se como fronteira entre o mundo dos vivos e dos mortos, conjugando uma relao de fora de natureza mgico-religiosa que, ao mesmo tempo, per- mite identificar os seus crticos, seus praticantes e seus usurios. Tal fato nos leva a identific-lo como lugar antropolgico, ou seja, simultanea- mente princpio de sentido para aqueles que nele transitam e princpio de inteligibilidade para quem o observa (AUG, 1994, p. 51), e lugar de po- der para os praticantes da magia. O Kerameikos torna-se uma construo concreta, produzida pela vivncia dos atenienses, com acentuada interao entre diferentes grupos semiticos, a saber: os crticos, os usurios da ma- gia, os cidados, os estrangeiros, os homens e as mulheres, os metecos e os escravos. Todos transitam pelo espao geogrfico do cemitrio: via de acesso de entrada e de sada da plis dos atenienses. O Kerameikos tem no sacerdote e no monumento fnebre a constru- o de sentido de coeso da comunidade polade, assegurando a manuten- o dos ritos, crenas e tradio. A morte transforma o corpo do morto em uma tumba que, de acordo com seu status social, pode ser suntuosa ou modesta, tornando-se lugar de memria expresso na qual o indivduo tem a sensao de eternidade, ao acreditar que perpetua a sua existncia na lembrana dos vivos, atravs da visitao de seus familiares ao tmulo.
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Entretanto, o magus tambm transita pelo Kerameikos, realizando visitao a tmulos de pessoas que morreram antes do tempo, a saber: sui- cidas, vtimas de assassinato, crianas e mulheres que morreram de parto. Essas sepulturas apresentam-se como os topoi de realizao das prticas mgicas dos defixiones, as quais, a partir da ao dialgica, propiciam uma experincia individual entre o solicitante e o magus: ambos buscam, atravs da palavra, a realizao de interesses individuais de fazer mal ao inimigo, desejando, por vezes, a sua morte. O texto que compe o discurso mgico forma um cdigo a ser deci- frado, o que nos possibilita reconstituir a maneira de fazer dos usurios da magia. O solicitante recorre s prticas mgicas por estar envolvido em situao subjetiva, ou seja, de um lado, sente-se lesado, prejudicado pelo seu oponente, que parece usar da lei do mais forte para tornar inoperante a sua atividade; nesse caso, de forma preventiva, o solicitante faz uso da magia para assegurar a sua vitria sobre o adversrio. Do outro lado, o usurio da magia pode ser acometido pelo sentimento de inveja e despeito diante da sua incapacidade de sucesso, e decide, de forma ofensiva, impor a runa aos concorrentes, atravs das prticas mgicas dos defixiones, que permitem a inscrio do nome do inimigo na superfcie da lmina de chum- bo acrescida de fios de cabelo, fragmentos de tecido e unhas. As duas situ- aes fomentam a desordem pessoal no solicitante que, movido por um acentuado sentimento de raiva, dio e rancor determina a realizao de sua vontade. No podemos esquecer que usurio da magia dos defixiones algum que se sente ameaado em algo de valor, que teme perder. Como soluo, busca foras alternativas no poder da magia para fazer valer o que conside- ra seu de direito, independente de preceitos ticos e da lei que regem a comunidade qual pertence. O discurso mgico das lminas de chumbo evidencia um lugar de embate, de enfrentamento, cujas inscries materia- lizam os antagonismos e interesses distintos. Alm de ser uma situao subjetiva, esta ao torna-se tambm uma ao dialgica, porque o magus aparece como aquele indivduo detentor de um poder, habilidade e eficcia na ao mgica, com capacidade de solucionar o conflito em direo aos interesses e em favor do solicitante. A maneira de usar a palavra mgico-religiosa diante dos mortos antes do tempo sepultados no Kerameikos torna-se, no imaginrio do solicitante,
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fundamental para se atingir a eficcia e a realizao do solicitado. A partir dessa constatao, podemos afirmar que vida e morte transitam pela reli- gio e magia, ambas tm o espao sagrado do cemitrio como o lugar de fronteira entre mundos com foras adversas e, ao mesmo tempo, comple- mentares, cuja manipulao necessita da mediao do especialista que de- tm a techn do contato, do saber como evitar o contgio e a animosidade das potncias subterrneas. A reconstruo da especificidade da prtica m- gica de fazer mal ao inimigo deve levar em conta a pluralidade de vozes localizada em Atenas a partir da regio do Pireu, espao de cruzamento e interseo de diferentes culturas, crenas e ritos, que interagiram com a religio oficial da plis dos atenienses, resultando no espao da formula- o da identidade singular dos praticantes da magia dos defixiones . As lminas de chumbo, objeto de nossa ateno, so provenientes de escavaes arqueolgicas realizadas no cemitrio do Kerameikos, sob a responsabilidade da The German Archaeological Institute in Athens. O re- sultado deixa transparecer as formas elementares de uso do espao geogr- fico como zona de contato e de fronteira entre o sagrado e o profano em Atenas. Ao nos determos na definio de lugar antropolgico, constatamos que ele , essencialmente, geomtrico, ou seja, composto por linhas de tra- jetrias vias de interseo de caminhos e ponto de cruzamentos, e neles, observamos as formas elementares de uso relacional e social do espao (AUG, 1994, p. 57). Os portes de entrada e sada de Atenas conjugam-se como ponto de interseo, rea de encontro e reunio para o incio de pro- cisses e de cerimnias religiosas como as Panatenias, mas tambm confi- guram-se como rea de atividades profanas, que fazia parte do cotidiano dos atenienses e seus agregados como via de acesso: entrada e sada das plis, ponto fixo das oficinas dos artesos, zona de prostituio e reas de mercado de vinho. A materializao do conceito na topografia do cemitrio do Kerameikos nos permite apontar as linhas, como itinerrios e caminhos construdos pelo homem, que se conduz de um lugar ao outro. Os portes, como zona de fronteira, apresentam uma bifurcao, a saber: um lado vai em direo Via Sagrada, que segue em paralelo ao rio Erdanos, em cujo leito foi encontrado um nmero significativo de lminas de chumbo. A via tem acesso ao Santurio de Eleusis. A outra via denomina-se Rua das Tum-
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bas, onde se percebe a presena de monumentos suntuosos, pertencentes s famlias de recursos, construdos para serem vistos; ao mesmo tempo, o itinerrio configura-se como zona de contato, ao permitir que a populao de Atenas transite da gora, atravessando o cemitrio, e chegue ao porto do Pireu. Nas intersees dos caminhos, encontramos os cruzamentos, que se configuram como marcos religiosos de santurios e de oferendas, topoi protegidos pelos deuses Hermes e Hecates, divindades com funo apotropaica, ou seja, proteger contra os malefcios as vias de acesso a plis, as entradas, as sadas da cidade e as residncias, alm de representar a relao de contato com o outro. Em Atenas, esses marcos delimitam as fronteiras humanas entre o urbano e o rural, e as fronteiras religiosas entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, pelo fato de atravessar o cemit- rio. O outro ponto de interseo identifica-se como o Dypilon Gates, que segue em direo Academia. Em nossa abordagem, percebemos que deuses ctnicos do pantheon grego como Hermes, Hcate, Persfone e Crbero so mencionados nas lminas de chumbo, evocadas pelos usurios da magia dos defixiones com o epteto de Retentor, cuja finalidade era apreender e manter presa junto aos mortos a alma do inimigo ou adversrio. As divindades ctnicas regu- lam a relao do contato entre os vivos e o reino de Hades, que representa a dinmica do movimento, da agresso e da violncia, atributos primordi- ais para a eficcia da magia de fazer mal ao inimigo. Entretanto, no se encontra nenhuma referencia a Caronte, o barqueiro do Hades. As potncias sobrenaturais usadas pelos praticantes da magia apare- cem como dispositivos da atividade ritualizada, instrumento mediador de uma relao de fora que parte da interao entre o solicitante e o magus. O solicitante desencadeia o processo mgico por estar envolvido em uma si- tuao sintomtica ao exigir a realizao do desejado. O magus apreende o acentuado sentimento de animosidade do solicitante e o catalisa em dire- o aos seres sobrenaturais. Como especialista no assunto, o magus conhe- ce e domina a tcnica de funcionamento dos procedimentos mgicos. A elaborao do discurso mgico depende da concordncia e do mtuo en- tendimento dos partcipes na formulao da magia. Esse entendimento ocorre no exerccio da ao dialgica na realizao da atividade ritualizada do discurso mgico.
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Sem dvida, podemos imputar o efeito do poder mgico da construo espacial de uma regio, um territrio pensado, construdo e sacralizado pelos seus habitantes, fato que torna o Cemitrio do Kerameikos um espao histri- co, por permitir analisar e explicar determinados procedimentos apreendidos, tornando-se relacional, por ser ponto de encontro para a realizao de ativida- des religiosas e de prticas da magia. Em relao ao atributo identitrio, nesse espao que encontramos os mais remotos vestgios da presena do usu- rios da mgica dos defixiones, ao singular para o V e IV sculos a.C. que transpe o tempo, passa pelo Imprio Romano e chega aos tempos atuais. Tal constatao nos leva a ter por suposio que a prtica da magia, de fazer mal ao inimigo atravs da manipulao de sepulturas dos mortos, transitou pelo Mediterrneo a partir do porto do Pireu, em Atenas. Fato que nos leva a contrapor a historiografia, que afirma ser essa prtica oriunda dos negros africanos. O Pireu como rea de contato tem sido, para os anti- gos, um lugar de destaque como centro da vida social dos helenos, fomen- tando o contato cultural, a comunicao e as trocas comerciais, mas tam- bm um lugar de novas prticas mgico-religiosas, resultando na diversida- de de idias, no multiculturalismo de comportamentos e na pluralidade de prticas rituais e crenas, como a magia dos defixiones.
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Ritual De Evocação Dos 72 Anjos-gênios Do Mercúrio. Clavícula Da Cabala Sagrada, Ou Verdadeiro Tratado Da Cabala, Pelo Qual Podemos Obter Dos Anjos Por Revelação Tudo O Que Pedimos A Deus Observando As Coisas Sagradas.