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Centro Universitário Unihorizontes

Graduação em Serviço Social

Carolina Monteiro de Castro Sampaio


Daniel Martins da Cruz
Juliana Poni Monteiro de Castro
Maria Isabel da Silva
Nathália da Rocha Pereira

A PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NO


PROCESSO DE ADOÇÃO

Belo Horizonte
2018
Carolina Monteiro de Castro Sampaio
Daniel Martins da Cruz
Juliana Poni Monteiro de Castro
Maria Isabel da Silva
Nathália da Rocha Pereira

A PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NO


PROCESSO DE ADOÇÃO

Relatório Final do Projeto Interdisciplinar do 3º


Período, Curso de Serviço Social do Centro
Universitário Unihorizontes apresentado como
requisito parcial para aprovação no semestre.

Professora Orientadora: Mariana Cristina Mendes

Belo Horizonte
2018
RESUMO

O presente estudo objetiva apresentar o papel do Assistente Social no processo de


adoção. Para a elaboração do conteúdo, utilizamos em um primeiro momento, a
pesquisa bibliográfica, principalmente de livros e artigos científicos, tendo como aporte
teórico, para a análise, autores como Simões, Paiva, Ferreira e Góes. Posteriormente,
foi realizado entrevistas semi-estruturadas com assistentetes do judiciário, instituição
de acolhimento e do grupo de apoio à adoção, com a finalidade de elaboração de um
documentário. Os principais resultados obtidos nesta pesquisa foram a percepção da
importância desse profissional em todas as etapas da adoção; papel fundamental na
pós-adoção, uma vez que o parecer final é emitido pelo Assistente Social. Como
fragilidades, tem-se a morosidade em alguns trâmites, a carência de um número
elevado de profissionais do Serviço Social, principalmente no campo do judiciário,
além da dificuldade para disseminar à adoção tardia no Brasil, uma vez que o perfil
desejado por muitos pretendes não condiz com a grande maioria das crianças
acolhidas institucionalmente.

Palavras-chave: Assistente Social. Serviço Social. Atuação Profissional. Adoção


ABSTRACT

The present research study aims to present the role of the Social Worker in the
adoption process. For the elaboration of the content, we used in a first moment the
bibliographical research, mainly of books and scientific articles, having as theoretical
contribution, for the analysis, authors like Simões, Paiva, Ferreira and Góes.
Subsequently, semi-structured interviews were carried out with judicial assistants,
orphanage and adoption support group, with the purpose of preparing a documentary.
The main results obtained in this research were the perception of the importance of
this professional in all stages of adoption; fundamental role in post-adoption, once the
final opinion is issued by the Social Worker. As weaknesses, there is a slow pace in
some procedures, the lack of a large number of Social Work professionals, especially
in the judicial field, as well as the difficulty in disseminating late adoption in Brazil, since
the desired profile for many purposes does not match the vast majority of children who
are institutionally.

Key words: Social Worker. Social Work. Professional Performance. Adoption


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................6

2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................ ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.

2.1 Breve Histórico da adoção no Brasil .................................................................7

2.2 O contexto de crianças e adolescentes: da institucionalização à adoção ... 10

2.3 A contradição entre o perfil de crianças disponíveis à adoção e o perfil de


crianças pretendidas pelos candidatos à adoção ................................................ 12

2.4 A atuação do assistente social no processo de adoção................................ 14

3 METODOLOGIA ................................................................................................. 16

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS .................................... 18

5 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 25

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 27

ANEXO A– ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO ........................... 30


6

1. INTRODUÇÃO

O presente Projeto Interdisciplinar tem como tema geral “A sociedade e seus


vulneráveis: perspectivas para o Serviço Social” e como subtema “Crianças em
situação de acolhimento”.
A princípio, o processo de adoção no Brasil tinha o objetivo de atender os interesses
dos adotantes, visto que nas primeiras legislações sobre a temática, o ato de adotar
tinha a finalidade de solucionar a ausência de herdeiros. No entanto, a partir da
Constituição de 1988, posteriormente, com a Lei nº 8.069/1990 - Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA), pela Lei da Adoção, Lei nº 12.010/2009, e
subsequentemente, pela nova Lei da Adoção nº13,509/2017, o Estado passa, cada
vez mais, a levar em consideração as demandas da criança e do adolescente em
situação de acolhimento.
Em face de tais regulamentações governamentais, propicia-se que o Assistente Social
se torne, cada vez mais, parte dos assistentes técnicos do corpo judiciário da Vara da
Infância e da Juventude e também se fazer presente em instituições do terceiro setor
que atuam nesta temática, corroborando para garantia dos direitos sociais das
crianças em situação de acolhimento.
Nos últimos anos, constata-se que a adoção tem ganhado destaque nos meios de
comunicação, pelas mais diversas problemáticas, tais como: a incompatibilidade entre
o perfil de crianças escolhidas pelos candidatos à adoção e o perfil das crianças
disponíveis, a devolução de crianças adotadas, ou pela adoção tardia, a morosidade
nos processos de destituição do poder familiar, entre outras; nas quais, desta forma,
não corroboram para que as crianças em situação de acolhimento encontrem uma
convivência familiar prevista na Lei.12.010/2009 e na lei 13.509/2017 antes de sua
maioridade.
Diante deste cenário de avanços e desafios da adoção brasileira, este projeto tem
como pergunta-problema: qual é o papel do assistente social no processo de adoção
brasileiro?
Nesta perspectiva, este trabalho tem como objetivo geral analisar o espaço
ocupacional do assistente social no processo de adoção brasileira, sendo que os
objetivos específicos deste trabalho acadêmico são:
 Relatar o histórico da adoção no Brasil;
7

 Contextualizar o processo em que crianças são disponibilizadas para adoção;


 Descrever o perfil das crianças pretendidas pelos candidatos a pais adotivos e
o perfil das crianças disponíveis para adoção;
 Investigar o papel do assistente social no processo de adoção;
Portanto, a pesquisa justifica-se pela importância do desenvolvimento de uma prática
refletida que possibilite os demais profissionais e gestores das políticas voltadas ao
tema das crianças em situação de acolhimento e em consequência, o reconhecimento
do trabalho do assistente social dentro da equipe interdisciplinar da Vara da Infância
e da Juventude. Por fim, a pesquisa busca compreender o papel do Assistente Social
antes e após à adoção, assim como novos discentes do Serviço Social vamos ampliar
esse olhar para dentro da academia.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Breve Histórico da adoção no Brasil

Os primeiros relatos ligados à adoção no Brasil, segundo Simões (2014), se iniciam


no período colonial, tendo como base a criação de entidades de caráter
assistencialista, caritativo, e com viés religioso catolicista, que atendiam à infância
desvalida que era merecedora de um auxílio generoso.
De acordo com Simões (2014), após do processo de abolição da escravatura e com
o desenvolvimento do capitalismo, se intensificam as desigualdades sociais nas
cidades brasileiras, que consequentemente, contribuiram para o aumento do número
de crianças abandonadas. Tal perspectiva era vista pela sociedade da época como
uma ameaça a ordem social, pois as crianças abandonadas poderiam permancer nas
ruas das cidades, estando propensas a marginalização e a vulnerabilidade, conforme
aborda Oliveira (2014). Em decorrência disso, se estabelece uma ferramenta para a
contensão de tal problemática, a Roda dos Expostos e Enjeitados, na qual seria um
mecanismo instalado em instituições públicas e de cunho caritativo, para abandonar
crianças recém-nascidas, Simões (2014).
Neste sentido, observa-se abaixo que:
“A roda [...] era um cilindro, instalado verticalmente, em uma janela da parede
externa, com uma abertura onde o recém nascido era abandonado, girando-
o para dentro, por meio de um eixo perpendicular e tocando um sino. Era
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dividida em quatro partes triangulares, uma das quais se abria sempre para
o lado externo.”(SIMÕES, 2014, p.221)

Já em 1916, o processo de adoção no Brasil se tona regulamentado através do artigo


368 do primeiro Código Civil Brasileiro, na qual possibilitava à adoção apenas para
casais com idade superior a 50 anos que tivessem diferença de 18 anos dos adotados,
e que não tivessem descendentes, conforme assinala Brauner e Aldrovandi (2010).
Desta forma, Oliveira (2014) aborda que no ano de 1927, para atender as demandas
dos menores carentes e infratores promulga-se o primeiro Código de Menores, o
Código de Mello Mattos, no qual determinava que a temática da criança em situação
irregular se tornava um objeto de intervenção do Estado, passando o Poder Público a
assumir as responsabilidades legais pela tutela de crianças órfãs e abandonadas,
assim se “conferia amplos poderes ao Juiz em estabelecer intervenções no âmbito da
família”(OLIVEIRA, 2014, p.30) retirando a guarda da família de origem de crianças
que estivessem “expostas, vadias, mendigas”(OLIVEIRA, 2014, p.30).
Segundo Simões (2014), mais tarde, durante o período ditadorial brasileiro, é
concebido a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM) e das das
Fundação Estadual do Bem-estar do Menor (FEBEM) em cada estado da federação
como forma de controle social da problemática das crianças abandonadas.
Neste mesmo período da Ditadura Militar, conforme aponta Oliveira (2014), entra em
vigor o novo Código de Menores pela Lei nº6.667/79, que visava a Doutrina do Menor
em situação irregular, que consistia na colocação generalizada de crianças ditas como
infratoras nas unidades da Fundação Estadual do Bem-estar do Menor (FEBEM),
logo, este código na realidade “era instrumento de controle social da infância e do
adolescente, vítimas de omissões da família, da sociedade e do Estado, em seus
direitos básicos” (OLIVEIRA, 2014, p.32)
Mais adiante, com fim do regime militar, promulga-se a Constituição Federal de 1988,
Simões (2014), que estabeleceu um novo olhar para a criança e adolescente
abandonado ou orfã, principalmente através da instituição em 1990 do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), que propiciou que a criança e o adolescente tornem-
se sujeitos de direitos em formação, que possuem prioridade em suas demandas,
além da necessidade de terem suas singularidades respeitadas ao longo de seu
processo de desenvolvimento. Confirmando isto, Rossi afirma que as crianças e
adolescentes devem:
“ser respeitadas na sua condição peculiar de pessoas em desenvolvimento,
de que são sujeitos de direitos exigíveis com base na Lei e de que são
9

prioridade absoluta, bases da doutrina da proteção integral, exige uma


ressignificação no trato das questões ligadas à cidadania” (ROSSI, 2008,
p.13).
Da mesma forma, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece as
funções da família, do Estado, e da sociedade, como agentes que promovem o
desenvolvimento psicossocial de crianças e adolescentes, assegurando que todos os
direitos fundamentais (à vida e saúde, à liberdade, ao respeito e a dignidade, direito à
convivência familiar e comunitária, à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer, à
profissionalização e à proteção ao trabalho) os contemplem, Ferreira (2013).
Em 2002, o Código Civil se alinha aos nortes deste estatuto, instituindo como a
responsabilidade do Estado, fiscalizar e destituir o poder familiar, seja suspendendo
ou extinguindo, quando necessário, em prol do interesse da criança e do adolescente,
conforme retrata Gonçalves (2009).
De acordo com tais legislações, conforme aponta Simões (2014), o processo de
adoção passa se compreender em uma forma de possibilitar uma família substituta
para atender as crianças e adolescentes.
Consecutivamente, visando desburocratizar à adoção, promulga-se em 2009, a lei
12.010/2009, que foi elaborada para “trazer às crianças e adolescentes adotados
tanto por brasileiros, quanto por estrangeiros, mais segurança e fiscalização no trâmite
processual.” (BRAUNER e ALDROVANDI, 2010, p.13). Dentre as diversas inovações
oriundas desta lei, verifica-se o Cadastro Nacional da Adoção (CNA), que é gerido
pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), unifica os dados sobre crianças que
aguardam por uma família substituta, a partir das informações fornecidas pelo
judiciário, pode-se conectar crianças disponíveis para adoção a famílias pretendentes
mesmo que de distintas regiões, (BRASIL, 2009).
Por fim, em 2017, institui-se a lei vigente sobre adoção, a lei nº13.509/2017, (BRASIL,
2017), no qual tem como finalidade reduzir o tempo dos processos de adoção, pois
institui que estes devem se prolongar por no máximo 120 dias, sendo adiável pelo
mesmo período de tempo mediante decisão judiciária. Dentre os diversos avanços
oriundos desta lei, verifica-se: estimulação à adoção tardia (adoção de grupo de
irmãos, crianças mais velhas, crianças com deficiência, e crianças com necessidades
especiais de saúde), garante-se para pais adotivos os mesmos direitos trabalhistas
vinculados a maternidade (estabilidade provisória a trabalhadores que conseguiram
guarda provisória, a proibição de dispensa durante o tempo de 120 dias da licença-
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maternidade mesmo para de adoção de adolescentes), e o estabelecido um prazo fixo


para o estagio de convivência entre adotantes e adotados de 90 dias.

2.2. O contexto de crianças e adolescentes: da institucionalização à adoção

Diante do contexto abordado sobre as legislações vigentes da temática adoção, é


visto que no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em caso dos pais ou
responsáveis que violam ou ameaçam os direitos fundamentais da criança e
adolescente (sejam por violência, maus tratos, abandono, e demais negligências), é
acionado, desta forma, os meios judiciais, por meio do Conselho Tutelar, na qual
investigará as denúncias, apurando a sua veracidade, e tomando as decisões para
realização das medidas protetivas previstas no estatuto referenciado, Moreira (2014).
Por esta perspectiva, caso seja constatada qualquer desvio de função dos pais,
possibilitando um risco social às crianças ou aos adolescentes, caberá o uso de uma
das seguintes medidas protetivas:
“encaminhamento a programa oficial ou comunitário de promoção a família;
inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e
tratamento de alcoólatras e toxicômanos; encaminhamento a tratamento
psicológico ou psiquiátrico; encaminhamento a cursos ou programas de
orientação; obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua
frequência e aproveitamento escolar; obrigação de encaminhar a criança ou
adolescente a tratamento especializado; advertência; perda da guarda;
destituição da tutela; suspensão ou destituição do poder familiar; afastamento
do agressor da moradia comum em decorrência de maus tratos, opressão e
abuso sexual” (SIMÕES, 2014, p. 231-232).

A partir do uso das medidas protetivas, busca-se tentar a modificação das condutas
das famílias, por meio de um trabalho em conjunto de diversos setores da sociedade
tais como: as redes assistenciais, juntamente com a Vara da Infância e da Juventude,
instituições de acolhimento, hospitais, escolas, entre outras; com a finalidade de
reintegrar crianças e adolescentes às famílias de origem.
Em detrimento disso, observa-se os dados do Levantamento Nacional de Abrigos para
Crianças e Adolescentes, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)
em 2004, na qual aborda que grande parte das crianças e adolescentes acolhidos em
instituições tem como motivo a pobreza de suas famílias naturais, conforme é visto
que:
“os principais motivos para o abrigamento: pobreza das famílias (24,2%),
abandono (18,9%), violência doméstica (11,7%), dependência química dos
pais ou dos responsáveis, incluindo o alcoolismo (11,4%), vivência de rua
(7,0%) e orfandade (5,2%). Embora a carência de recursos materiais não
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constitua motivo para a perda ou suspensão do pátrio poder (ECA, art. 23)
uma grande parcela das crianças e adolescentes padece das consequências
de uma exclusão social persistente” (DE ASSIS e FARIAS, 2013, p.34).

Portanto, a adoção pode ser vista como uma negligência do Estado, que não fomenta
as mínimas condições sociais para as famílias de origem, corroborando para
precarização do processo de desenvolvimento da criança e do adolescente, ao ponto
que este individuo seja inserido em uma instituição de acolhimento ou em uma nova
família, segundo Paiva (2008).
Em vista disso:
“O reconhecimento de que as crianças e os adolescentes que vivem nas
instituições de abrigo são vítimas da violência estrutural que atinge,
sobretudo, as famílias das classes mais baixas de renda leva a
questionamentos sobre os limites das instituições em seu papel de incentivar
o retorno da criança à convivência com sua família e em fazer cumprir o
princípio da brevidade da medida de abrigo. Isto porque, se o
empobrecimento das famílias está na raiz da medida de abrigo, é difícil supor
que intervenções pontuais junto à família ou ao violador de direitos possam
estancar os problemas que levaram a criança ou o adolescente ao abrigo. Na
verdade, a solução do problema requer políticas públicas abrangentes
voltadas para a família” (SILVA,2004, p.53).

Diante desta lógica, confirma-se a criminalização da pobreza, sendo que o Estado


intervêm na retirada desta criança e adolescente da família biológica, transferindo
todos os direitos e deveres da família natural para uma família substituta, ao invés de
fomentar políticas de enfrentamento da pobre e dando garantias de permanência da
criança em sua família de origem, conforme prevê o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), (BRASIL, 1990).
Por outro lado, é conveniente sublinhar que tal fato é contrário ao previsto no Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA), pois a possibilidade do afastamento e até mesmo
o rompimento dos laços com núcleo de origem, não deve ser originada por motivo de
pobreza, mas sim por situações de vulnerabilidade social e risco de vida para as
crianças e para os adolescentes, de acordo com (BRASIL, 1990).
Desta forma, quando é verificado que, de fato, que não há mais viabilidade de
permanência deste individuo na família de origem, deve-se realizar, em último caso,
o encaminhamento dessas crianças e adolescentes para um dos tipos de acolhimento:
familiar ou institucional, Ferreira (2013). Neste sentido, o acolhimento institucional se
compreende numa entidade responsável que acolhe crianças e adolescentes, e que
deve construir e executar uma proposta de acolhimento individualizado para estes
indivíduos, o Plano Individual de Atendimento (PIA), Simões (2014). Já o acolhimento
familiar, segundo a lei 13.257/16, se caracteriza por uma família treinada e
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selecionada pelo órgão competente para deter a guarda provisória deste individuo,
proporcionando a manutenção do convívio familiar para estes, (BRASIL, 2016).
Em suma, pode se concluir, primeiramente, que o Estado, a sociedade e a família devem
assegurar que os direitos fundamentais da criança ou do adolescente, sejam colocados em
prática. Por outro lado, entende-se que o abrigamento da criança ou do adolescente deve
ocorrer quando constatado pelo órgão competente que seus respectivos direitos são violados,
atuando para a permanência na família de origem, e em último caso, quando não há
probabilidade de reintegração familiar, fazendo se necessário o encaminhamento para
adoção. Todavia, é notória a demanda latente por políticas públicas assistenciais, que
viabilizem condições para que os filhos permaneçam com suas famílias naturais, e
que a pobreza, não continue sendo motivo para suspensão ou destituição do poder
familiar. Por este ângulo, o envolvimento e efetividade de aplicação das leis pelo
Estado compromete toda a rede envolvida no trabalho com crianças e adolescentes.
Desta maneira, entende-se que se por um lado à adoção possibilita uma nova chance
de convivência familiar para crianças e adolescentes, por outro, fortalece a negligência
estatal de garantir às mínimas condições sociais para que as famílias de origem
permanecem com seus filhos. A partir deste cenário de rompimentos de laços, abusos
e falhas de todas as partes, é onde se inserem as crianças e adolescentes
disponibilizados para adoção.

2.3. A contradição entre o perfil de crianças disponíveis à adoção e o perfil


de crianças pretendidas pelos candidatos à adoção

Perante o exposto sobre o contexto da institucionalização, verifica-se, por


conseguinte, o contraste entre o perfil das crianças e adolescentes que estão em
serviços de acolhimento institucional e disponíveis para adoção versus a visão geral
do perfil de crianças pretendidos por candidatos à adoção.
De acordo com De Assis e Farias (2014), cerca de 36.929 crianças e adolescentes
vivem em instituições de acolhimento, apesar disso, somente 4.821 destas, estão
disponibilizadas para adoção, Cadastro Nacional de Adoção (CNA), (BRASIL, 2018).
Logo, verifica-se que atualmente, existe um pequeno o número de crianças
disponíveis para adoção em todo Brasil (4.821 crianças), se comparado com a
quantidade de crianças que vivem em acolhimento institucional (36.929 crianças).
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Segue abaixo o quadro com o perfil das crianças disponibilizadas no Cadastro


Nacional de Adoção (CNA):

Quadro 1- Perfil das crianças e adolescentes disponibilizados para adoção. N(4.821)

Perfil Quantidade Porcentagem

Sexo Masculino 2146 44,51%


Raça Pardo 2.394 49,66%

Idade 7 a 17 anos 4201 87,11%


Possuem irmãos Sim 3157 65,48%
Fonte: elaboração própria, baseada em dados do site do Conselho Nacional de Justiça (2018)

Tal quadro leva em consideração as 4.821 crianças e adolescentes disponibilizados


no site do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), (BRASIL, 2018), a partir deste
pressuposto, entende-se como perfil majoritário das crianças e adolescentes
disponíveis para adoção: meninos pardos, que estão institucionalizados juntamente
com um ou mais irmãos, e tem uma faixa etária entre 7 a 17 anos incompletos.
Cabe ainda salientar outro dado expressivo encontrado no site do Cadastro Nacional
de Adoção (CNA), (BRASIL, 2018), que aponta 33,83% de crianças possuem algum
tipo de doença, sendo que 13,3% das crianças possuem algum tipo de deficiência
mental e 14% das crianças com problemas de saúde sem diagnósticos definidos.
A partir de tais perspectivas, pode se compreender que suma maioria das crianças
passam seus primeiros anos de vida, realizando tentativas consecutivas de
permanência na família de origem, que desta forma, contribui para uma destituição do
poder familiar e encaminhamento para adoção com idade superior ou igual a sete
anos de idade até os 17 anos.
Já em relação aos candidatos habilitados à adoção existe, atualmente, 40.452,
pretendentes no Cadastro Nacional de Adoção (CNA) no Brasil, dos quais buscam em
suma maioria, crianças e adolescentes com o seguinte perfil:

Quadro 2 - Perfil das crianças e adolescentes pretendidos pelos adotantes. N(40.452)

Perfil Quantidade Porcentagem

Preferência por sexo Indiferente 25.675 63,47%

Preferência por raça Indiferente 18.880 46,67%

Preferência por idade 0 a 6 anos 36.143 89,34%


14

Aceitam irmãos Não 26.595 65,74%

Aceitam doenças Não 25.992 64,25%


Fonte: elaboração própria, baseada em dados do site do Conselho Nacional de Justiça (BRASIL,
2018)

Em contrapartida, apesar de grande parcela dos adotantes serem indiferentes a raça


e sexo, dos 40.452 candidatos cerca de 7.201 dos candidatos (17,8%) que buscam,
apenas, crianças brancas; e 28,04% (11.344 pretendentes), adotam somente crianças
do sexo feminino, conforme dados do site do Cadastro Nacional de Adoção (CNA)
(BRASIL, 2018).
A partir de tais dados, verifica-se um paradoxo entre o perfil de grande parte das
crianças que se encontram na rede de acolhimento e o perfil almejado pelos
candidatos à adoção, que em suma maioria, buscam crianças mais novas (0 a 6 anos),
sem irmãos ou sem doenças. Assim, o número de 40.452 candidatos não abarca as
4.821 crianças disponibilizadas para adoção, acarretando mais empecilhos, e
possibilitando que muitas crianças completam a sua maioridade nos acolhimentos
institucionais ou familiares.

2.4. A atuação do assistente social no processo de adoção

Antigamente, a adoção consistia em dar um filho a quem não tinha herdeiros, já


atualmente, se compreende em garantir o melhor interesse da criança, logo, o
protagonismo passou a ser da criança e do adolescente conforme aponta Cunha
(2014). Mediante tal contexto, o Assistente Social passa a fazer parte da equipe
multidiciplinar que atua nos processos ligados à adoção, buscando em sua prática
profissional responder às necessidades destes usuários, garantindo o acesso aos
seus direitos, Freire, Marques e Silva (2013).
Partindo deste pressuposto, Santos (2011) afirma que contexto de violação de direitos
da criança e do adolescente dão subsidios para que o Assistente Social atue na
prevenção, detectando as situações de risco e vulnerabilidade social de crianças e
adolescentes.
Por outro lado, é visto que caso a criança ou adolescente seja levado a uma entidade
de acolhimento institucional, o assistente passa a ter um papel de acompanhamento,
15

tanto das famílias biológicas, quanto das crianças e do adolescentes, conforme é visto
por Santos (2011).
Neste sentido, é feito o registro dos dados de crianças e adolescentes que são
disponibilizados pelo judiciário para a adoção, e ao mesmo tempo, a coleta de
informações sobre os pretendentes à adoção, conforme é visto no artigo 50 do
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), (BRASIL, 1990). Cunha aborda como
prática profissional do Assistente Social:
“Nessa etapa da preparação para adoção, cabe ao Assistente Social, além
da realização do curso preparatório, a realização de sindicâncias e visitas
domiciliares, no intuito de ter uma proximidade e conhecimento a respeito do
ambiente doméstico e familiar dos postulantes à adoção. Após a realização
desses procedimentos, o Assistente Social juntamente com o psicólogo
elabora estudo psicossocial para apreciação do Ministério Público e
posteriormente para apreciação pelo juiz, sendo deferido se dá a inscrição do
pretendente no Cadastro Nacional de Adoção” (CUNHA,2014, p. 48).

Em outras palavras, o Serviço Social juntamente com a Psicológia, trabalha no


cadastramento dos pretendentes, verificando a aptdão destes, para que se elabore
um estudo de viabilidade que irá contribuir para tomada de decisão do juíz de habilitar
ou não os pretendentes para o processo de adoção,
Além disso, o Assistente Social também trabalha com a criança e o adolescente
inseridos nas Instituições de Acolhimento, constribuindo para o:
“preparo da criança e/ou adolescente a ser colocada em família substituta,
em linhas gerais, no sentidode avaliar o quanto têm dimensão da situação,
como compreendeu o rompimento com a sua família de origem, se querem
ou não ser adotadas, ou ainda, no sentidode prepará-las para tal [...]. Na
processualidade da adoção, ocorrem diferentes fases para o encontro
dospretendentes com a criança, a exemplo: das etapas de apresentação,
deaproximação, de estágio de convivência, até chegar à adoção
propriamente dita” (GOES, 2014, p. 93).

Por isso, o Assistente Social deve intervir e realizar o acompanhamento a partir de


escuta qualificada e de acolhimento, na qual “permite a identificação das demandas
imediatas apresentadas pela mesma e início da construção de vínculos referenciais e
de confiança da usuária para com o serviço e vice versa”, (SILVA e OLIVEIRA, 2014,
p.7), dando o direcionamento e suporte necessários, que visem o melhor interesse da
criança e do adolescente.
De um modo geral, Freire, Marques e Silva (2013), discorrem que o profissional do
Serviço Social opera um conjunto de instrumentos e técnicas (observações,
entrevistas, laudos, perícias e pareceres, etc) com a finalidade de compreender
determinada situação para “intervir na melhoria das condições de vida da criança e/ou
adolescente no processo de adoção” (FREIRE, MARQUES e SILVA, 2013, p.11).
16

Segundo Cunha (2011), o profissional responsável pela elaboração de um estudo


social é de grande importância para a decisão do juiz. Desta forma, cabe ao Assistente
Social, dar o aporte para o parecer do Ministério Público e a decisão final do judiciário
por meio de um estudo minuncioso:

“Neste estudo social, o Assistente Social visa compreender as questões mais


profundas, as quais lhe possibilitem descrever um perfil ideal de uma famiĺ ia
de acordo com as exigências judiciais e sociais que norteiam sua prática.
Devido à adoção ser uma das medidas de proteção mais importantes, visto
que concede à criança e ao adolescente o direito de filho legítimo e por ser
irrevogável, conforme Simões (2009), o Assistente Social deve preocupar-se
muito com os adotantes e adotados, para naturalmente formarem uma famiĺ ia
e assegurar à criança ou adolescente um dos principais direitos, que é o de
ter família” (CUNHA, 2011, p. 15).

Portanto, pode-se afirmar que o papel do profissional do Serviço Social no processo


legal de adoção tem como foco tanto a realização de um estudo da criança e dos
adotantes, para que seja possível assegurar, tanto quanto possível, o bem-estar da
criança na futura família, quanto acompanhar o processo de forma a amparar ambos
os lados. Sabe-se que a adoção é um procedimento moroso, complexo e que trata de
questões extremamente delicadas, e por isso é tão relevante a sua atuação.

3. METODOLOGIA

Este estudo tem como objetivo principal analisar o espaço ocupacional do assistente
social no processo de adoção brasileira, e como objetivos específicos: relatar o
histórico da adoção no Brasil; descrever o perfil das crianças pretendidas pelos
candidatos a pais adotivos e o perfil das crianças disponíveis para adoção; analisar
os desafios da adoção no país; investigar o papel do assistente social no processo de
adoção.
Desta forma, este estudo é uma pesquisa social, pois esta se compreende em uma
“análise sistemática das questões de pesquisa por meio de métodos empíricos”
(FLICK 2013, p.18), na qual se empregra ações como a observação, elaboração de
imagens e videos, utilização de entrevista para entender uma determinada realidade
social.
Levando em consideração tal afirmativa, aplicou-se como procedimentos técnicos
para coleta de dados, os quais foram utilizados na pesquisa: pesquisa bibliográfica, o
levantamento de informações por intermedio de entrevista, e elaboração e execução
do documentário.
17

Buscou, primeiramente, empregar o procedimento bibliográfico, este foi embasado em


fontes de autores nacionais e estrangeiros, teve como referência o histórico da adoção
no Brasil, o contexto de crianças institucionalizadas, os espaços ocupacionais do
Assistente Social no processo de adoção e os desafios da adoção brasileira.
Em seguida, foi feito o levantamento de informações com intuito de obter mais dados
sobre a temática, a partir da realização de entrevistas. Este procedimento foi realizado
de forma qualitativa, a partir de três entrevistas com três assistentes sociais envolvidos
no processo de adoção que atuam: Vara da Infância e da Juventude de Belo
Horizonte, no Grupo de Apoio à Adoção de Belo Horizontes (GAABH) e em uma
Instituição de Acolhimento para obtenção de informações, e produção do
documentário.
Deste modo, a entrevista foi realizada por meio de uma estrutura aberta com o intuito
de conseguir explorar amplamente a temática pelo entrevistado. Consequentemente,
é visto que:
“Nesse tipo de entrevista, o entrevistador geralmente não estabelece uma
lógica de perguntas-respostas; ao invés; introduz um tópico inicial
suficientemente amplo para estimular o entrevistado e encorajar a narrativa.
O entrevistador escuta a história, evidencia a atenção ao que está sendo dito
(movimento de cabeça, expressões como “sei”, “sim”), pede esclarecimentos,
se necessários. Sem emitir qualquer opinião, o entrevistador busca manter o
foco da entrevista, embora não corte falas do entrevistado e não discuta suas
possíveis contradições. O entrevistado/informante tem o direito de expor o
assunto livremente” (VERGARA, 1998, p.16).

A partir desta afirmativa, a pesquisa teve como roteiro da entrevista, os tópicos


embasados nas seguintes temáticas: área de atuação do profissional; o seu
entendimento sobre adoção; sua perspectiva sobre os principais desafios e melhorias
para o adoção; e o seu entendimento sobre a prática profissional do Assistente Social
na adoção.
Vale ressaltar o que o autor Flick (2013) aborda sobre a maleabidade das entrevistas
semi-estruturadas, pois estas permitem ao pesquisador a não obrigatoriedade de
perguntar sobre todos os tópicos elaborados incialmente, bem como a não imposição
de seguir uma sequência inicial dos tópicos. Desta forma, o objetivo de utilizar tal
método visa obter as visões individuais de cada Assistente Social que trabalha em
determinado setor relacionado ao processo de adoção.
Neste contexto, para a execução das entrevistas foi utilizado uma câmera e um
gravador para facilitar a transcrição e análise dos dados apresentados pelos
18

entrevistados, pois como é abordado por Vergara (2009), sem a utilização deste
equipamento pode-se perder informações relevantes para a pesquisa.
A partir da construção e aplicação das entrevistas com as Assistentes Sociais, foi
possível elaborar um documento visual com duração aproximada de 15 minutos, com
a finalidade de investigar o que as Assistentes Sociais, que atuam no ambito do
judiciário, do grupo de apoio à adoção, e da instituição de acolhimento, identificam
qual é o papel do profissional do Serviço Social no processo de adoção no Brasil.

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

A partir do formato metodológico utilizado por este estudo, que visa atender tanto os
objetivos gerais e específicos, como a elaboração de um documentário, delimitou-se
que as entrevistas fossem realizadas como uma amostragem não probabilística,
intencionalmente constituída por três sujeitos. Conforme pode ser constatado no
quadro abaixo, no qual ilustra a amostra dos sujeitos da pesquisa:

Quadro 3 - Amostra do sujeitos da pesquisa

Sujeitos Área de Atuação Profissão

Vara da Infância e
Entrevistada 1 Assistente Social
da Juventude

Grupo de Apoio à
Entrevistada 2 Assistente Social
Adoção

Instituição de
Entrevistada 3 Assistente Social
Acolhimento
Fonte: Investigação de campo realizada pelo grupo/2018

Por esta perspectiva, a definição dos sujeitos da pesquisa foi executada mediante
critérios determinados pelos pesquisadores, os quais foram descritos da seguinte
maneira: profissionais do Serviço Social que atuam em campos distintos, mas que ao
mesmo tempo, trabalham diretamentamente com a adoção. Cabe destacar que o perfil
dos sujeitos de pesquisa, embora a seleção direta tenha sido aleatória para o quesito
gênero, vale ressaltar que todas as pessoas entrevistadas são do sexo feminino.
Além disso, a entrevista foi elaborada a partir das temáticas abordadas ao longo do
referêncial teórico, em um modelo semi-estruturado que permitia ao entrevistado
abordar também sobre a sua área de atuação específica no processo de adoção.
19

Cabe salientar que cada entrevista teve em média duração quarenta minutos, dando
um total de uma hora e 20 minutos de entrevista. Em virtude disso, compilou-se no
documentário apenas a apresentação de cada sujeito da pesquisa e sua resposta
sobre a pergunta-problema para limitar o tempo de duração do documentário em 15
minutos.
De modo geral, a quadro ilustra o perfil dos sujeitos de pesquisa em relação: ao tempo
aproximado de atuação no referido campo profissional, a natureza da instituição, e a
localidade da instituição.

Quadro 4 - Perfil dos sujeitos da pesquisa

Tempo aproximado de
Sujeitos atuação no referido Natureza da instituição Cidade
campo profissional

Entrevistada 1 10 anos Pública (Primeiro Setor) Belo Horizonte-MG

Entrevistada 2 6 anos Privada (Terceiro Setor) Belo Horizonte-MG


Entrevistada 3 6 anos Privada (Terceiro Setor) Belo Horizonte-MG
Fonte: Investigação de campo realizada pelo grupo/2018

Inicialmente, foi verificado nas entrevistas, que os sujeitos da pesquisa, possuem um


tempo de experiência em seus respectivos campos profissionais aproximadamente
superior a cinco anos.
Ao que tange a prática profissional de cada sujeito da pesquisa, a Entrevistada 1, cuja
atuação é vinculada a Vara da Infância e da Juventude no setor de Estudos Familiares,
atua no processo de guarda, medidas de proteção, casos que envolvem negligência
ou maus tratos, além do processo de adoção, habilitação de pretendentes à adoção,
processo de encaminhamento das crianças para adoção, e o acompanhamento do
estágio de convivência entre pais adotivos e crianças adotadas. Sendo que a
Entrevistada 1 relatou as transformações da década de 90 até hoje em dia, sobre o
perfil escolhido de crianças pelos candidatos.
Em relação a Entrevistada 2, sua área de atuação está vinculada Grupo de Apoio à
Adoção de Belo Horizonte, exercendo o cargo de diretora da Assistência Social da
referida instituição. Ao longo de sua fala, foi verificado que ela possui uma extensa
experiência em todos os setores que envolvem à adoção desde o estágio na Vara da
Infância e da Juventude, estágio e vivência profissional no Grupo de Apoio à Adoção,
experiência nas redes de apoio às famílias com vulnerabilidade social, experiência
20

nas instituições de acolhimento; na qual proporcionou aos pesquisadores uma visão


geral e sistêmica do processo de adoção como um todo.
Enquanto a Entrevistada 3, trabalha há seis anos na Instituição de Acolhimento Casa
do Meninos que recebe crianças do sexo masculino com faixa etária de 7 a 12 anos
de idade. Atualmente, ela ocupa o cargo de chefia da referida instituição, na qual atua:
gerindo o local, realizando o acompanhamento dos funcionários; administrando a
rotina diária da instituição; bem como realizando o acompanhamento diário das
crianças acolhidas na instituição, na qual engloba assistência jurídica, apoio nas
rotinas diárias, acompanhamento nas questões de saúde e escolar. Ademais, a
Entrevistada 3 aborda a importância, em sua pratica profissional, da escuta do usuário,
de estimular o desejo nas crianças que se encontram desiludidas com a possibilidade
de serem adotadas, assim como fomentar o empoderamento e autonomia dessas
crianças.
Outro aspecto investigado durante os depoimentos de cada sujeito da pesquisa, diz
respeito a relação deles com os candidatos à adoção e também, com as crianças
disponíveis à adoção, conforme é visto na quadro a seguir:

Quadro 5 - Amostra contato dos sujeitos com os pretendentes e crianças disponíveis à adoção

Contato com as
Contato com os
Sujeitos Crianças disponíveis
Pretendentes
para adoção

Entrevistada 1 Sim Pouco


Entrevistada 2 Sim Pouco

Entrevistada 3 Pouco Sim


Fonte: Investigação de campo realizada pelo grupo/2018

A partir desta quadro, percebe-se que a Entrevistada 1 e a Entrevistada 2 possuem


mais convivência com os pretendentes à adoção do que com as crianças disponíveis
à adoção. Enquanto, a Entrevistada 3 possui um tempo maior de convivência com a
as crianças disponíveis à adoção.
Em relação a Entrevistada 1, foi verificado na entrevista, que seu contato maior
durante um processo de adoção, está diretamente ligado aos pais pretendentes,
contemplando a utilização dos instrumentais do Serviço Social para verificar a
viabilidade dos candidatos serem selecionados como futuros pais adotivos; bem como
21

elaboração e execução do curso obrigatório do processo de adoção; e a mediação de


conflitos relacionados ao processo de adoção.
Da mesma maneira, a Entrevistada 2 também possui uma vivência menor com as
crianças disponivéis para a adoção, pois o contato com estas ocorre geralmente
quando já existe algum tipo de conflito familiar entre adotantes e adotados ou quando
acontece indicação de sua atuação dentre as familias. Em suma, sua atuação está
vinculada ao trabalho de orientação e assessoria dos pretendentes que almejam
adotar ou que já concluiram o processo de adoção.
Já a Entrevistada 3, possui um contato maior com as crianças disponíveis para adoção
conforme já relatado anteriormente, pelo seu local de trabalho ser uma instituição de
acolhimento. Ao mesmo tempo que sua convivência com os pretendentes está
relacionada ao encaminhamento dos candidatos indicados pela Vara da Infância e da
Juventude, que já estão habilitados para à adoção, possibilitando conhecerem a
criança que se encaixa com o seu perfil escolhido, na qual pode posteriormente,
possibilitar que se tornem seus possíveis filhos adotivos.
Cabe salientar que a Entrevistada 2 e a Entrevistada 3 participam do projeto Adote
um Campeão, a primeira como funcionária da instituiçao organizadora do projeto e a
segunda como voluntaria. O Adote um Campeão foi elaborado pelo Grupo de Apoio a
Adoção de Belo Horizonte e pela Associação de Apoio à Adoção e a Convivência
Familiar e Comunitária em parceria com o Cruzeiro Esporte Clube, com apoio das
Varas da Infância e da Juventude das Comarcas de Belo Horizonte de Santa Luzia e
da 23ª Promotoria de Infância e Juventude de Belo Horizonte. Tal projeto busca
oferecer visibilidade e possibilidade de encontrar famílias adotivas para crianças e
adolescentes com idade igual ou superior a 7 anos (adoção tardia), incluídos no
Cadastro Nacional de Adoção.
Neste contexto, sobre a perspectiva da relação entre o perfil idealizado e o perfil de
crianças disponíveis para adoção, a Entrevistada 1 apresentou dados da Comarca de
Belo Horizonte, na qual abordava que o perfil de crianças pretendidos pelos
candidatos a adoção na comarca já houve uma transformação do ano de 1999 até os
dias de hoje, em primeiro momento, os candidatos buscavam apenas crianças do sexo
feminino de até um ano de idade e branca. Já atualmente, em sua grande maioria,
opta preferencialmente por meninas de até cinco anos de idade, branca ou parda,
sendo que está criança deve ser saudável ou ter apenas doenças possíveis de
22

tratamento, enquanto, o perfil das crianças que estão disponíveis para adoção, em
suma maioria, é da cor parda e com idade superior a cinco anos de idade.
Por outro viés, foi assinalado pela Entrevistada 2, que o perfil pretendido consiste em
crianças de zero a três anos, enquanto o cenário real de crianças institucionalizadas
tem idade superior a cinco anos, desta forma, tal problemática corrobora para
dificuldade do exercício da prática profissional do Assistente Social pois, atualmente,
há um grande número de crianças que permanece nas instituições de acolhimento até
completar a maioridade por não se encaixarem no perfil idealizado pelos pretendentes
à adoção.
Além disso, a Entrevistada 2, aponta que muitas famílias idealizam os filhos adotivos,
enquanto na realidade, as crianças disponíveis para adoção “são reais” com todas
questões e problemáticas intrínsecas aos seres humanos, e que também possuem
dilemas relacionados a violação de direitos. Logo, o aspecto da idealização, quando
não trabalhados pelos profissionais ligados à adoção, pode estimular futuras
devoluções de filhos adotivos.
Do mesmo modo, a Entrevistada 3 também aponta que o perfil de criança desejado
pelos pretendentes, consiste em crianças menores e que não apresentem nenhuma
demanda clínica de saúde, preferencialmente, do sexo feminino, de pele clara e
abaixo dos oito anos de idade. Neste sentido, como resultado, muitas crianças
permanecem até sua maioridade nas instituições de acolhimento, como deficientes,
meninos, crianças de pele negra ou de idade superior a oito anos.
Por conseguinte, foi investigado com os sujeitos da pesquisa sobre os principais
desafios no processo de adoção no Brasil, conforme visto abaixo:

Quadro 6 - Amostra perspectiva dos sujeitos sobre os principais desafios da adoção no Brasil

Principais Desafios da Adoção


Sujeitos

Desafio 4 Desafio 5
Desafio 1 Desafio 2 Desafio 3

Demanda
crescente dos
Entrevistada 1

processos de Compreender a Adoção de


Perfil de crianças Ineficiência do
adoção X importância do crianças a cima
disponíveis X Cadastro Nacional
número melhor interesse da de 10 anos de
Perfil Idealizado de Adoção
pequeno de criança idade
profissionais no
judiciário
23

Número elevado de
Entrevistada 2
crianças que Invisibilidade das
Perfil de crianças Devolução de permanece nas Morosidade da Crianças e
disponíveis X Crianças instituições de destituição do Adolescentes
Perfil Idealizado adotadas acolhimento até Poder Familiar destituídos do
completar a Poder Familiar
maioridade.
Entrevistada 3

Invisibilidade das
Perfil de crianças Devolução de Morosidade da Adoção de crianças Crianças e
disponíveis X crianças destituição do Poder a cima de 8 anos de Adolescentes
Perfil Idealizado adotadas Familiar idade destituídos do
Poder Familiar.

Fonte: Investigação de campo realizada pelo grupo/2018

Desta forma, foi observado ao longo do diálogo com a Entrevistada 1 como os


principais desafios relacionados à adoção: a necessidade das pessoas
compreenderem a importância da proteção das crianças que estão em vulnerabilidade
social, levando em consideração o melhor interesse destas; a relação entre o perfil
das crianças pretendidas pelos candidatos e o perfil das crianças existentes; além da
demanda crescente no setor judiciário e o pequeno número de funcionários
disponíveis para suprir as demandas; ineficiência do Cadastro Nacional de Adoção
para capitais, como Belo Horizonte.
Além dos desafios assinalados no Quadro 6, a Entrevistada 2 ressalta também como
dificuldade no processo de adoção, os diversos mitos e tabus que envolvem esta
temática como: adoção de forma caritativa, a criança vista como coitado, a criança
sonhada versus a criança real.
Já a Entrevistada 3, relata sua grande preocupação com as práticas recorrentes de
pais adotivos que devolvem crianças e adolescentes para instituições de acolhimento,
pois, além do fato de que tal prática infringe as leis vigentes, propicia que este tipo de
abandono acarrete danos psicossociais as crianças e adolescentes
Neste sentido, a quadro abaixo apresenta os apontamentos feitos pelas Entrevista 1,
Entrevistada 2, e Entrevistada 3, sobre os aspectos fundamentais a serem melhorados
ao longo do processo de adoção:
24

Quadro 7 - Amostra perspectiva dos sujeitos sobre os principais aspectos a serem melhorados
no processo de adoção no Brasil

Sujeitos Aspectos a serem melhorados no processo de adoção

Possbilitar que os prazos máximos dos processos de adoção e destituição do poder


Entrevistada 1 familiar sejam reduzidos, diminuindo o tempo de permanência de crianças e
adolescentes em instituições de acolhimento.

Proporcionar que crianças e adolescentes, permaneçam o mínimo tempo em


instituições de acolhimento. Maior visibilidade de crianças e adolescentes que
Entrevistada 2 estão destituídos do poder familiar. Estimular uma nova visão sobre a cultura de
adoção em que tabus, preconceitos e mitos relacionados à adoção sejam
ultrapassados.

Estimular a visibilidade de crianças e adolescentes que estão destituídos do poder


Entrevistada 3
familiar
Fonte: Investigação de campo realizada pelo grupo/2018

Deste modo, a Entrevistada 1, aponta necessidade de cumprimento dos prazos e a


possibilidade de redução dos mesmos, como uma forma de melhorar o processo de
adoção. Já para Entrevistada 2 e a Entrevistada 3, a leitura feita por um técnico da
Vara da Infância e da Juventude não consegue ilustrar a imagem de uma criança que
está destituída do Poder familiar e não apresenta as características idealizadas pelos
pretendentes, por isso, a necessidade impulsionar os meios de vibilização destas
crianças, conforme acontece no referido Projeto Adote um Campeão.
Por fim, foi investigado com os sujeitos da pesquisa sobre o papel dos assistentes
sociais no processo de adoção no Brasil.

Quadro 8 - Amostra perspectiva dos sujeitos sobre o papel do Assistente Social no processo
de adoção no Brasil

Sujeitos Papel do Assistente Social

O papel do Assistente Social no processo de adoção está vinculado a busca do


Entrevistada 1
melhor interesse da Criança e do Adolescente.

O Assistente Social é um profissional que tem uma visão sistêmica, todavia,


quando se trata de adoção, o foco sempre será o melhor interesse da criança e do
adolescent. Desta forma, ele operará em defesa deste direito como Assistente
Entrevistada 2 Social do campo jurídico,seja do grupo de apoio ou de uma instituição de
acolhimento. Visa atuar de forma humanizada, proporcionando uma escuta
qualifcada tanto dos pretendentes como da criança e do adolescente, uma
acolhida bem feita e emacipação dos individuos.

Proporcionar uma escuta qualifcada, acolhimento, encaminhamento, e assistência


de forma a efetivar os direitos da criança e do adolescente. Além de proporcionar
Entrevistada 3 que as crianças e adolescentes façam minimamente suas obrigações dentro da
instituição de acolhimento. E por fim, estimular a autonomia e o empoderamento
de crianças e adolescentes.
Fonte: Investigação de campo realizada pelo grupo/2018
25

A partir deste quadro, pode-se concluir que o Assistente Social, enquanto um operador
dos direitos sociais, usando de ferramentas como a escuta qualificada, acolhimento,
dentre outras, possa promover a autonomia das crianças e adolescentes, bem como
a priorizar os interesses destes ao longo do processo de adoção.
De modo geral, pode-se constatar a partir dos dados obtidos na entrevistas que a
prática profissional da Entrevistada 1, Entrevistada 2 e Entrevistada 3, está
intrisícamente ligada uma a outra, atuando em conjunto para proporcionar a
priorização absoluta do melhor interesse para a criança e adolescente, conforme é
assinalado na Constituição Federal, (BRASIL, 1990).
Ademais, foi visto a relação entre o perfil idealizado da criança e o perfil de crianças
disponíveis para adoção adotado pelo Cadastro Nacional de Adoção citado
anteriormente, se difere da perspectiva apresentada pelos sujeitos, no que tange a
cidade de Belo Horizonte, de acordo com os dados relatados
Em síntese, entende-se que a prática profissional do Assistente Social no processo
de adoção está intimamente ligada a utilização dos mais diversos instrumentos e
técnicas do Serviço Social, visando o melhor interesse da criança e do adolescente.

5. CONCLUSÃO

O desenvolvimento do presente estudo permitiu desvendar e analisar sobre dos


espaços ocupacionais do Assistente Social no processo de adoção. Desta maneira,
realizou-se uma pesquisa bibliográfica, entrevista com assistentes sociais do ambito
jurídico, do acolhimento e do grupo de apoio à adoção, e posteriormente, a construção
e execução de um documentário a fim de que atendesse ao objetivo geral e os
específicos do trabalho, como: relatar o histórico da adoção no Brasil; descrever o
perfil das crianças pretendidas pelos candidatos a pais adotivos e o perfil das crianças
disponíveis para adoção; analisar os desafios da adoção no país; e investigar o papel
do assistente social no processo de adoção.
De um modo geral, este estudo foi análisado sob cenário para o Serviço Social, tendo
em vista o trabalho de acompanhamento pelo profissional de crianças em situação de
acolhimento, com ênfase no processo de adoção. Além disso, o estudo buscou
26

analisar a adoção em contexto mais extenso, procurando investigar a conjuntura em


que as crianças são institucionalizadas até a inserção destas no processo de adoção.
Em um primeiro momento, verificou-se, que ao longo do processo histórico da adoção
brasileira ocorreram as mais diversas transformações de paradigmas no campo
jurídico e governamental, pois a priori, a adoção almejava atender aos interesses dos
individuos que pretendiam adotar criancas por falta de herdeiros, todavia, após a
promulgação da Constituição Federal de 1988, que colocou a criança e o adolescente
como sujeitos em formação, passíveis dos mesmos direitos que os adultos,
possibilitou que a política vigente passasse a priorizar o interesse deles.
A adoção no Brasil, apesar deter evoluído muito no processo de adoção, pode ser
visto com inúmeros desafios. Dentre estes, pode-se colocar como principais: a
diferença entre o perfil das crianças disponíveis para adoção e o perfil buscado pelas
famílias candidatas à adoção; e a demora no processo de adoção para as crianças,
tanto em virtude do próprio trâmite legal quanto carências de profissionais no setor
judiciário para proporcionar um andamento célere do processo de adoção.
Desta forma, é sugerimos como duas alternativas para susperação de tais
problemáticas: a necessidade de fomentação pelo poder público de programas e
projetos que contribuam para vizibilidade de crianças e adolescentes destituídos do
poder familiar, como foi relatado pelas entrevistadas sobre o Projeto Adote um
Campeão; e a necessidade de contratação de mais Assistentes Sociais para suprir a
carência de funcionários, principalmente da Vara da Infância e da Juventude.
Por esta perspectiva, entende-se que é de suma importância o papel do Estado de
dar suporte às famílias das crianças que estão em vulnerabilidade social, bem como
realizar uma fiscalização assertiva sobre as situações problemáticas envolvendo as
crianças, para que desta forma, o processo de destituição familiar seja utilizado em
último caso, após a realização de todas as tentativas de reinserção familiar.
De modo geral, observou-se que os graduados em Serviço Social atuam em conjunto
com demais profissionais ligados à adoção, e que emprega, em sua prática
profissional, os mais variados instrumentos e técnicas, visando conhecer e
transformar a realidade social dos sujeitos envolvidos na adoção (família biológica,
adotante e adotado), levando sempre em consideração o melhor interesse da criança
e do adolescente.
Em suma, constata-se que é de extrema relevância o papel do Assistente Social na
mediação dos conflitos relacionados às crianças em vulnerabilidade social,
27

possibilitando a transformação da realidade de crianças que estão inseridas em um


quadro de violação de direitos para um cenário de novas oportunidades, com um novo
ambiente familiar por intermedio da adoção. Desta forma, o Assistente Social,
também, proporciona um suporte às crianças que estão inseridads nas instituições de
acolhimento, além de estimular através dos grupos de apoio à adoção e do judiciário,
a preparação das famílias que pretendem se candidatar ao processo de adoção, para
que esta aconteça da forma mais assertiva possível. Conclui-se que o profissional do
Serviço Social tem como finalidade a busca do bem-estar e da qualidade de vida das
crianças, conforme prega o Estatuto da Criança e do Adolescente e as demais
legislações vigentes.

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<http://www.uel.br/pos/mestredu/images/stories/downloads/dissertacoes/2008/2008 -
ROSSI, Roberto de.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2018.

SANTOS, Ana Cláudia Ribeiro dos. O acolhimento institucional de crianças e


adolescentes: protege ou viola? Porto Alegre: 2011. Disponível em: <
http://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/5144/1/000436231-
Texto%2BCompleto-0.pdf>. Acesso em 02 de abril de 2018.

SILVA, Enid Rocha Andrade Da. O perfil da criança e do adolescente nos abrigos
pesquisados. In: INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA E APLICADA. O Direito
à Convivência Familiar e Comunitária: O Direito à Convivência Familiar e
Comunitária: os abrigos para crianças e adolescentes no Brasil. Brasília-DF, 2004.
P. 41-70. Disponível em:
<http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/capit2.pdf >. Acesso em:
27 mar. 2018.

SILVA, Raquel Antunes de Oliveira. A adoção de crianças no Brasil: Os entraves


jurídicos e institucionais. Proceedings Scielo, Osasco -sp, p.1-35, 2012. Disponível
em: <http://www.proceedings.scielo.br/pdf/cips/n4v2/21.pdf>. Acesso em: 27 mar.
2018.

SILVA, Nathalia Germiniani; OLIVEIRA, Juliene Aglio de. Acolhida inicial e a


escuta qualificada: Dimensão essencial em meio ao trabalho do CREAS. In:
SEMINÁRIO INTEGRADO, 2014, Presidente Prudente-SP: Toledo Prudente Centro
Universitário, 2014. v. 8, p. 1 - 15. Disponível em:
<http://intertemas.toledoprudente.edu.br/revista/index.php/SeminarioIntegrado/article
/viewFile/4633/4395>. Acesso em: 20 abr. 2018

SIMÕES, Carlos. Curso de Direito do Serviço Social. 7. ed. São Paulo-SP: Cortez,
2014. 591 p.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em


administração. 2. ed. São Paulo-SP: Atlas S.A, 1998. 90 p.
30

ANEXO A– ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO

Entrevista – Projeto Interdisciplinar

Nome: __________________________________________________________
Instituição: _______________________________________________________

o Parte 1:
 1º Bloco: Falar seu nome e sobre área/instituição que trabalha.
 2º Bloco: Falar sobre a sua função/atuação dentro do seu campo de
trabalho

o Parte 2:
 3º Bloco: Falar como é seu contato com pais pretendentes e crianças
disponíveis a adoção.
 4º Bloco: Falar sobre seu entendimento sobre do perfil das crianças
disponíveis e o perfil da criança que é idealizada pelos casais pretendentes
a adoção.

o Parte 3:
 5º Bloco: Apontar sobre sua perspectiva, quais os principais desafios para
adoção no Brasil.
 6º Bloco: Assinalar a partir da sua perspectiva, o que poderia melhorar ao
longo do processo de adoção.

o Parte 4:
 7º Bloco: Abordar o papel do assistente social na Adoção.

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