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Belo Horizonte
2018
Carolina Monteiro de Castro Sampaio
Daniel Martins da Cruz
Juliana Poni Monteiro de Castro
Maria Isabel da Silva
Nathália da Rocha Pereira
Belo Horizonte
2018
RESUMO
The present research study aims to present the role of the Social Worker in the
adoption process. For the elaboration of the content, we used in a first moment the
bibliographical research, mainly of books and scientific articles, having as theoretical
contribution, for the analysis, authors like Simões, Paiva, Ferreira and Góes.
Subsequently, semi-structured interviews were carried out with judicial assistants,
orphanage and adoption support group, with the purpose of preparing a documentary.
The main results obtained in this research were the perception of the importance of
this professional in all stages of adoption; fundamental role in post-adoption, once the
final opinion is issued by the Social Worker. As weaknesses, there is a slow pace in
some procedures, the lack of a large number of Social Work professionals, especially
in the judicial field, as well as the difficulty in disseminating late adoption in Brazil, since
the desired profile for many purposes does not match the vast majority of children who
are institutionally.
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................6
3 METODOLOGIA ................................................................................................. 16
5 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 25
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 27
1. INTRODUÇÃO
2. REFERENCIAL TEÓRICO
dividida em quatro partes triangulares, uma das quais se abria sempre para
o lado externo.”(SIMÕES, 2014, p.221)
A partir do uso das medidas protetivas, busca-se tentar a modificação das condutas
das famílias, por meio de um trabalho em conjunto de diversos setores da sociedade
tais como: as redes assistenciais, juntamente com a Vara da Infância e da Juventude,
instituições de acolhimento, hospitais, escolas, entre outras; com a finalidade de
reintegrar crianças e adolescentes às famílias de origem.
Em detrimento disso, observa-se os dados do Levantamento Nacional de Abrigos para
Crianças e Adolescentes, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)
em 2004, na qual aborda que grande parte das crianças e adolescentes acolhidos em
instituições tem como motivo a pobreza de suas famílias naturais, conforme é visto
que:
“os principais motivos para o abrigamento: pobreza das famílias (24,2%),
abandono (18,9%), violência doméstica (11,7%), dependência química dos
pais ou dos responsáveis, incluindo o alcoolismo (11,4%), vivência de rua
(7,0%) e orfandade (5,2%). Embora a carência de recursos materiais não
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constitua motivo para a perda ou suspensão do pátrio poder (ECA, art. 23)
uma grande parcela das crianças e adolescentes padece das consequências
de uma exclusão social persistente” (DE ASSIS e FARIAS, 2013, p.34).
Portanto, a adoção pode ser vista como uma negligência do Estado, que não fomenta
as mínimas condições sociais para as famílias de origem, corroborando para
precarização do processo de desenvolvimento da criança e do adolescente, ao ponto
que este individuo seja inserido em uma instituição de acolhimento ou em uma nova
família, segundo Paiva (2008).
Em vista disso:
“O reconhecimento de que as crianças e os adolescentes que vivem nas
instituições de abrigo são vítimas da violência estrutural que atinge,
sobretudo, as famílias das classes mais baixas de renda leva a
questionamentos sobre os limites das instituições em seu papel de incentivar
o retorno da criança à convivência com sua família e em fazer cumprir o
princípio da brevidade da medida de abrigo. Isto porque, se o
empobrecimento das famílias está na raiz da medida de abrigo, é difícil supor
que intervenções pontuais junto à família ou ao violador de direitos possam
estancar os problemas que levaram a criança ou o adolescente ao abrigo. Na
verdade, a solução do problema requer políticas públicas abrangentes
voltadas para a família” (SILVA,2004, p.53).
selecionada pelo órgão competente para deter a guarda provisória deste individuo,
proporcionando a manutenção do convívio familiar para estes, (BRASIL, 2016).
Em suma, pode se concluir, primeiramente, que o Estado, a sociedade e a família devem
assegurar que os direitos fundamentais da criança ou do adolescente, sejam colocados em
prática. Por outro lado, entende-se que o abrigamento da criança ou do adolescente deve
ocorrer quando constatado pelo órgão competente que seus respectivos direitos são violados,
atuando para a permanência na família de origem, e em último caso, quando não há
probabilidade de reintegração familiar, fazendo se necessário o encaminhamento para
adoção. Todavia, é notória a demanda latente por políticas públicas assistenciais, que
viabilizem condições para que os filhos permaneçam com suas famílias naturais, e
que a pobreza, não continue sendo motivo para suspensão ou destituição do poder
familiar. Por este ângulo, o envolvimento e efetividade de aplicação das leis pelo
Estado compromete toda a rede envolvida no trabalho com crianças e adolescentes.
Desta maneira, entende-se que se por um lado à adoção possibilita uma nova chance
de convivência familiar para crianças e adolescentes, por outro, fortalece a negligência
estatal de garantir às mínimas condições sociais para que as famílias de origem
permanecem com seus filhos. A partir deste cenário de rompimentos de laços, abusos
e falhas de todas as partes, é onde se inserem as crianças e adolescentes
disponibilizados para adoção.
tanto das famílias biológicas, quanto das crianças e do adolescentes, conforme é visto
por Santos (2011).
Neste sentido, é feito o registro dos dados de crianças e adolescentes que são
disponibilizados pelo judiciário para a adoção, e ao mesmo tempo, a coleta de
informações sobre os pretendentes à adoção, conforme é visto no artigo 50 do
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), (BRASIL, 1990). Cunha aborda como
prática profissional do Assistente Social:
“Nessa etapa da preparação para adoção, cabe ao Assistente Social, além
da realização do curso preparatório, a realização de sindicâncias e visitas
domiciliares, no intuito de ter uma proximidade e conhecimento a respeito do
ambiente doméstico e familiar dos postulantes à adoção. Após a realização
desses procedimentos, o Assistente Social juntamente com o psicólogo
elabora estudo psicossocial para apreciação do Ministério Público e
posteriormente para apreciação pelo juiz, sendo deferido se dá a inscrição do
pretendente no Cadastro Nacional de Adoção” (CUNHA,2014, p. 48).
3. METODOLOGIA
Este estudo tem como objetivo principal analisar o espaço ocupacional do assistente
social no processo de adoção brasileira, e como objetivos específicos: relatar o
histórico da adoção no Brasil; descrever o perfil das crianças pretendidas pelos
candidatos a pais adotivos e o perfil das crianças disponíveis para adoção; analisar
os desafios da adoção no país; investigar o papel do assistente social no processo de
adoção.
Desta forma, este estudo é uma pesquisa social, pois esta se compreende em uma
“análise sistemática das questões de pesquisa por meio de métodos empíricos”
(FLICK 2013, p.18), na qual se empregra ações como a observação, elaboração de
imagens e videos, utilização de entrevista para entender uma determinada realidade
social.
Levando em consideração tal afirmativa, aplicou-se como procedimentos técnicos
para coleta de dados, os quais foram utilizados na pesquisa: pesquisa bibliográfica, o
levantamento de informações por intermedio de entrevista, e elaboração e execução
do documentário.
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entrevistados, pois como é abordado por Vergara (2009), sem a utilização deste
equipamento pode-se perder informações relevantes para a pesquisa.
A partir da construção e aplicação das entrevistas com as Assistentes Sociais, foi
possível elaborar um documento visual com duração aproximada de 15 minutos, com
a finalidade de investigar o que as Assistentes Sociais, que atuam no ambito do
judiciário, do grupo de apoio à adoção, e da instituição de acolhimento, identificam
qual é o papel do profissional do Serviço Social no processo de adoção no Brasil.
A partir do formato metodológico utilizado por este estudo, que visa atender tanto os
objetivos gerais e específicos, como a elaboração de um documentário, delimitou-se
que as entrevistas fossem realizadas como uma amostragem não probabilística,
intencionalmente constituída por três sujeitos. Conforme pode ser constatado no
quadro abaixo, no qual ilustra a amostra dos sujeitos da pesquisa:
Vara da Infância e
Entrevistada 1 Assistente Social
da Juventude
Grupo de Apoio à
Entrevistada 2 Assistente Social
Adoção
Instituição de
Entrevistada 3 Assistente Social
Acolhimento
Fonte: Investigação de campo realizada pelo grupo/2018
Por esta perspectiva, a definição dos sujeitos da pesquisa foi executada mediante
critérios determinados pelos pesquisadores, os quais foram descritos da seguinte
maneira: profissionais do Serviço Social que atuam em campos distintos, mas que ao
mesmo tempo, trabalham diretamentamente com a adoção. Cabe destacar que o perfil
dos sujeitos de pesquisa, embora a seleção direta tenha sido aleatória para o quesito
gênero, vale ressaltar que todas as pessoas entrevistadas são do sexo feminino.
Além disso, a entrevista foi elaborada a partir das temáticas abordadas ao longo do
referêncial teórico, em um modelo semi-estruturado que permitia ao entrevistado
abordar também sobre a sua área de atuação específica no processo de adoção.
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Cabe salientar que cada entrevista teve em média duração quarenta minutos, dando
um total de uma hora e 20 minutos de entrevista. Em virtude disso, compilou-se no
documentário apenas a apresentação de cada sujeito da pesquisa e sua resposta
sobre a pergunta-problema para limitar o tempo de duração do documentário em 15
minutos.
De modo geral, a quadro ilustra o perfil dos sujeitos de pesquisa em relação: ao tempo
aproximado de atuação no referido campo profissional, a natureza da instituição, e a
localidade da instituição.
Tempo aproximado de
Sujeitos atuação no referido Natureza da instituição Cidade
campo profissional
Quadro 5 - Amostra contato dos sujeitos com os pretendentes e crianças disponíveis à adoção
Contato com as
Contato com os
Sujeitos Crianças disponíveis
Pretendentes
para adoção
tratamento, enquanto, o perfil das crianças que estão disponíveis para adoção, em
suma maioria, é da cor parda e com idade superior a cinco anos de idade.
Por outro viés, foi assinalado pela Entrevistada 2, que o perfil pretendido consiste em
crianças de zero a três anos, enquanto o cenário real de crianças institucionalizadas
tem idade superior a cinco anos, desta forma, tal problemática corrobora para
dificuldade do exercício da prática profissional do Assistente Social pois, atualmente,
há um grande número de crianças que permanece nas instituições de acolhimento até
completar a maioridade por não se encaixarem no perfil idealizado pelos pretendentes
à adoção.
Além disso, a Entrevistada 2, aponta que muitas famílias idealizam os filhos adotivos,
enquanto na realidade, as crianças disponíveis para adoção “são reais” com todas
questões e problemáticas intrínsecas aos seres humanos, e que também possuem
dilemas relacionados a violação de direitos. Logo, o aspecto da idealização, quando
não trabalhados pelos profissionais ligados à adoção, pode estimular futuras
devoluções de filhos adotivos.
Do mesmo modo, a Entrevistada 3 também aponta que o perfil de criança desejado
pelos pretendentes, consiste em crianças menores e que não apresentem nenhuma
demanda clínica de saúde, preferencialmente, do sexo feminino, de pele clara e
abaixo dos oito anos de idade. Neste sentido, como resultado, muitas crianças
permanecem até sua maioridade nas instituições de acolhimento, como deficientes,
meninos, crianças de pele negra ou de idade superior a oito anos.
Por conseguinte, foi investigado com os sujeitos da pesquisa sobre os principais
desafios no processo de adoção no Brasil, conforme visto abaixo:
Quadro 6 - Amostra perspectiva dos sujeitos sobre os principais desafios da adoção no Brasil
Desafio 4 Desafio 5
Desafio 1 Desafio 2 Desafio 3
Demanda
crescente dos
Entrevistada 1
Número elevado de
Entrevistada 2
crianças que Invisibilidade das
Perfil de crianças Devolução de permanece nas Morosidade da Crianças e
disponíveis X Crianças instituições de destituição do Adolescentes
Perfil Idealizado adotadas acolhimento até Poder Familiar destituídos do
completar a Poder Familiar
maioridade.
Entrevistada 3
Invisibilidade das
Perfil de crianças Devolução de Morosidade da Adoção de crianças Crianças e
disponíveis X crianças destituição do Poder a cima de 8 anos de Adolescentes
Perfil Idealizado adotadas Familiar idade destituídos do
Poder Familiar.
Quadro 7 - Amostra perspectiva dos sujeitos sobre os principais aspectos a serem melhorados
no processo de adoção no Brasil
Quadro 8 - Amostra perspectiva dos sujeitos sobre o papel do Assistente Social no processo
de adoção no Brasil
A partir deste quadro, pode-se concluir que o Assistente Social, enquanto um operador
dos direitos sociais, usando de ferramentas como a escuta qualificada, acolhimento,
dentre outras, possa promover a autonomia das crianças e adolescentes, bem como
a priorizar os interesses destes ao longo do processo de adoção.
De modo geral, pode-se constatar a partir dos dados obtidos na entrevistas que a
prática profissional da Entrevistada 1, Entrevistada 2 e Entrevistada 3, está
intrisícamente ligada uma a outra, atuando em conjunto para proporcionar a
priorização absoluta do melhor interesse para a criança e adolescente, conforme é
assinalado na Constituição Federal, (BRASIL, 1990).
Ademais, foi visto a relação entre o perfil idealizado da criança e o perfil de crianças
disponíveis para adoção adotado pelo Cadastro Nacional de Adoção citado
anteriormente, se difere da perspectiva apresentada pelos sujeitos, no que tange a
cidade de Belo Horizonte, de acordo com os dados relatados
Em síntese, entende-se que a prática profissional do Assistente Social no processo
de adoção está intimamente ligada a utilização dos mais diversos instrumentos e
técnicas do Serviço Social, visando o melhor interesse da criança e do adolescente.
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BATISTA, Andrea Moura. A Atuaçao ̃ da (o) Assistente Social nas Polit́ icas de
Proteçaõ a Infância e adolescência: Um estudo com Entidades de Acolhimento do
Distrito Federal. Brasília: 2011. Disponível em:
<http://bdm.unb.br/bitstream/10483/2566/1/2011_AndreaMouraBatista.pdf>. Acesso
em 02 de abril de 2018.
BRASIL. Constituição (2009). Lei nº 12010. Brasília-DF, 3 ago. 2009. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12010.htm>. Acesso
em: 20 abr. 2018.
DE ASSIS, Simone Gonçalves de; FARIAS, Luís Otávio Pires (org.). Levantamento
Nacional das Crianças e Adolescentes em Serviço de Acolhimento. São Paulo-
SP: HUCITEC, 2013. 367 p.
SILVA, Enid Rocha Andrade Da. O perfil da criança e do adolescente nos abrigos
pesquisados. In: INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA E APLICADA. O Direito
à Convivência Familiar e Comunitária: O Direito à Convivência Familiar e
Comunitária: os abrigos para crianças e adolescentes no Brasil. Brasília-DF, 2004.
P. 41-70. Disponível em:
<http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/capit2.pdf >. Acesso em:
27 mar. 2018.
SIMÕES, Carlos. Curso de Direito do Serviço Social. 7. ed. São Paulo-SP: Cortez,
2014. 591 p.
Nome: __________________________________________________________
Instituição: _______________________________________________________
o Parte 1:
1º Bloco: Falar seu nome e sobre área/instituição que trabalha.
2º Bloco: Falar sobre a sua função/atuação dentro do seu campo de
trabalho
o Parte 2:
3º Bloco: Falar como é seu contato com pais pretendentes e crianças
disponíveis a adoção.
4º Bloco: Falar sobre seu entendimento sobre do perfil das crianças
disponíveis e o perfil da criança que é idealizada pelos casais pretendentes
a adoção.
o Parte 3:
5º Bloco: Apontar sobre sua perspectiva, quais os principais desafios para
adoção no Brasil.
6º Bloco: Assinalar a partir da sua perspectiva, o que poderia melhorar ao
longo do processo de adoção.
o Parte 4:
7º Bloco: Abordar o papel do assistente social na Adoção.