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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIHORIZONTES

GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL

5° período - Noturno
Disciplina: Política Setorial – Criança e Adolescente e Pessoa Com Deficiência
Professor: Waldeir Eustáquio da Silva
Alunos: Isaque Matos Barbosa e Nathália da Rocha Pereira

Atividade do Moodle
1. Elabore um texto dissertando a relação teórico-prática entre os modelos
econômico-sociais do Fordismo e Toyotismo, estudados na introdução desse
curso, o trabalho enquanto categoria fundante do ser social e a família. Vocês
conseguem visualizar a relação desses elementos? Como o modelo
econômico-social interfere na dinâmica familiar?

Partindo do pressuposto descrito por Netto e Braz (2006) assinalam sob o trabalho
como uma perspectiva fundante dos homens, ou seja, central, e que nela se
distingue o Ser Social dos seres orgânicos e inorgânicos, transformando a natureza
e imprimindo ao material que ele opera um objetivo consciente para atender as
determinadas necessidades, nesta perspectiva, exercer o trabalho para a Família,
garante a sua sociabilidade, os torna mais humanizado.
Todavia, a partir das transformações nos modos de produção e na conjectura da
propriedade, concatenou-se nas novas relações de trabalho, por um viés de caráter
explorador do capital pelos detentores dos meios de produção face a classe
trabalhadora, (NETTO e BRAZ, 2006).
Nesse sentido, o Fordismo visava atender as demandas de consumo do mercado,
por intermédio da redução de desperdícios e com a padronização nas linhas de
produção automatizadas, na qual reduzia-se a uma atividade repetitiva e mecânica,
que especializava a classe trabalhadora em determinada função, contribuindo a
redução dos custos e maximização dos lucros em detrimento da precarização das
relações de trabalho para o proletariado, (ANTUNES e PINTO, 2017).
Já o modelo Japonês, surgi o Toyotismo como uma resposta ao colapso do modo de
produção fordista que não conseguia mais atender as demandas do mercado
financeiro com a emersão de uma nova crise cíclica do capital na década de setenta,
(ANTUNES, 2002). Dessa maneira, Antunes e Pinto (2017), abordam que com o
modelo de produção vinculada ao balanceamento das demandas do mercado e da
capacidade produtiva, Just In Time, ou mais conhecido como Estoque Zero,
contribuiu para que os elementos do toyotismo fossem difundidos pelas empresas
capitalistas mundo a fora, resultando “redução do número de trabalhadores/as
organizações onde é trabalhado” (ANTUNES e PINTO, 2017, p.74), em
consequência, estabelecendo um processo produtivo flexível e horizontalizado que
se estende a uma extensa rede de subcontratação e terceirizações.
De tal maneira que se reestrutura os meios de produção, inserindo-se no processo
de acumulação de capital em uma escala ampliada, onde essas novas formas de
gestão cumpririam papel de precarização e flexibilização das relações de trabalho,
no sentido de oferecer ao capital as melhores e mais eficientes formas de
exploração da força de trabalho, com a finalidade de obter resultados mais
satisfatórios no processo de produção de riqueza, (ANTUNES, 2002).
Diante de tal conjuntura oriunda do modo de produção capitalista é visto o
antagonismo nas relações sociais que abarcam as famílias, de um lado a burguesia
como sujeitos detentores dos meios de produção, “agraciados pelo lucro”, possuem
poder aquisitivo dentro da sociedade, acesso a bens, a direitos e ao poder de
consumo; de outro o proletariado; na qual passa pelos efeitos da exploração,
alienação e precarização das relações de trabalho pelo meio de produção
capitalista, sendo muita das vezes marginalizados.
Logo tal dinâmica se expressa pelas mais diversas formas de manifestação da
Questão Social no ambiente familiar, levando em consideração a conjuntura que
precariza as relações de trabalho e perda dos direitos sociais e trabalhistas pelo
Estado alinhado aos interesses do capital, pode coadunar, com a diminuição da
renda familiar que pode corroborar para o agravo da violência no seio familiar,
aumento da pauperização que influência consequentemente na forma como a
Segurança Pública ainda hoje criminaliza da pobreza, entre outros aspectos.

Referências

ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a


centralidade do mundo do trabalho. 8. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2002.

ANTUNES, Ricardo; PINTO, Geraldo Augusto. A fábrica da educação: da


especialização taylorista à flexibilização toyotista. Coleção Questões de nossa
época, Volume 58. São Paulo: Cortez Editora, 2017.

NETTO, José Paulo; BRAZ, Marcelo. Economia Política: uma introdução crítica. São
Paulo: Cortez Editora. 2006.

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