Os textos aqui propostos como base para análise – Sociedade do Cansaço, de
Byung-Chul Han; e Psicologia das Massas e Análise do Ego, de Freud – trazem pontos de extrema relevância tanto para fins acadêmicos quanto para reflexão pessoal. 1. No primeiro texto o autor busca analisar o comportamento do homem contemporâneo, de modo que define o que somos, por que fazemos o que fazemos e o mundo/sociedade em que vivemos. Para Han, todo o questionamento a respeito da sociedade do cansaço é reflexo da sociedade em que vivemos hoje – a sociedade do desempenho, que faz com que nos assemelhamos a uma máquina devido a constante necessidade de estarmos fazendo mil coisas ao mesmo tempo e sempre querendo mais, de um modo exagerado que nos torna pessoas totalmente exigentes com si mesmas. É delineada mudanças na sociedade – a sociedade disciplinar e repressora do século XX perde espaço para uma nova forma de organização coercitiva: a violência neuronal, que é a forma de doença, que substituiu as bacteriológicas. A depressão e os transtornos de atenção são exemplos dessa violência. A sociedade inteira age se punindo num excesso de positividade. 2. Já o segundo texto, de Freud, visa estudar o indivíduo como parte de um grupo, onde argumenta que este ganha imenso poder de associação com um grupo, se sentindo seguro. Ou seja, busca refletir sobre os fenômenos grupais. O autor inicia seu texto com uma retomada ao pensando de Le Bon que faz diversas considerações sobre a mente grupal e sua influência na vida psíquica dos indivíduos. Contudo, para ele, essa influência causa uma volta dos indivíduos no momento em que estão num grupo para estados primitivos. Sob o “efeito” da alma coletiva, o indivíduo age irracionalmente, de forma impulsiva, brutal e instintiva. Freud passa a citar McDougall como fonte de algumas soluções que ele trata como fator de organização. O grupo não organizado, o qual ele chama de multidão também é “emocional, impulsivo, violento, inconstante, contraditório e extremado em sua ação, apresentando apenas as emoções rudes e os sentimentos menos refinado”. Freud, então, se propõe a analisar a distinção entre grupos com líderes e grupos sem líderes, para isso ele escolhe como objeto grupos altamente organizados, permanentes e artificiais: o exército e a Igreja. Concluindo que “cada indivíduo está ligado por laços libidinais por um lado ao líder (Cristo, o comandante-chefe) e por outro, aos demais membros do grupo”. Essa questão da identificação segue como uma questão central nessa pesquisa de Freud. Assim, ele tenta entender a ligação dos indivíduos no grupo.
Quais outros exemplos de instituições que carregam essa tendência de
aprisionamento? Relacionando os dois textos, tenho que: Han de certa forma coloca o homem contemporâneo em uma balança com uma máquina, pois ambos nunca param e sempre estão realizando atividades incansavelmente. Com isso temos Freud, que fala que sob o “efeito” da alma coletiva, o indivíduo age irracionalmente, de forma impulsiva, brutal e instintiva. Então basicamente só agimos de tal maneira devido às condições que estão implícitas ao coletivo, pois existe algo que aparentemente nos favorece. De acordo com o que foi exposto, creio que as instituições políticas carregam muitos caracteres que levam ao aprisionamento. Muitas pessoas se sentem contempladas por determinados movimentos políticos devido as suas necessidades, com isso, ficam aprisionadas a tais instituições por crerem que aquelas podem vir a beneficia-las de certa forma. Podendo ser justificada pelas 5 condições de McDougall: é necessário que tenha certo grau de continuidade de existência no grupo; que se possa desenvolver uma relação emocional com o grupo como um todo a partir de uma ideia definida sobre ele; que o grupo deva ser colocado em interação com outros grupos semelhantes e que esses se diferenciam em alguns aspectos; que o grupo possua tradições, costumes e hábitos; e por fim, que ele tenha estrutura definida.
O Consumidor Universal e o Design Inclusivo: adaptação do Mercado às necessidades do Consumidor Universal, instrumento para a construção de uma sociedade inclusiva, justa e democrática