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1503075038PoderDoDesign Cap2-Final PDF
1503075038PoderDoDesign Cap2-Final PDF
O poder do
Design
Uma série com 5 capítulos sobre como
o Design pode criar novas realidades e
futuros desejáveis.
Juliana Proserpio
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O Poder do Design - Capítulo 2
Introdução
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O Poder do Design - Capítulo 2
Capítulo 2:
A Evolução do Design
Capítulo 3:
Design natural x Design artificial
Capítulo 4:
O Estado da Arte do Design
Capítulo 5:
Construindo Novas Realidades
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O Poder do Design - Capítulo 2
Capítulo 1
Os seres humanos
são inerentemente
designers
Este capítulo foi escrito por Juliana Proserpio e faz parte de uma
série da Echos - Laboratório de Inovação sobre O Poder do Design.
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O Poder do Design - Capítulo 2
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O Poder do Design - Capítulo 2
AS CARACTERÍSTICAS
QUE NOS TORNAM
LINGUAGEM
DESIGNERS Capacidade de engajar
os outros a partir da
linguagem.
UM POUCO DE LOUCURA
"O ponto de loucura de
qualquer pessoa, é a fonte do
seu charme." Gilles Deleuze =
Acreditar em si mesmo para
criar mudanças
OLHOS
CÉREBRO Reconhecer padrões (ser
Seguir aspirações capaz de compreender o
Ter desejos problema, causa, efeito e
Criar conexões = correlações).
Criar intenções
EMOÇÕES
Capacidade de sentir o
que os outros sentem; ter
empatia e também usar
a intuição quando não se
tem a resposta "certa".
MÃOS
Habilidade para construir,
fazer protótipos e aprender
com eles (“Mãos criadoras”).
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O Poder do Design - Capítulo 2
A nossa humanidade está muito ligada à nossa ou prever o futuro (uma tarefa fútil e provavelmente
capacidade de projetar e redesenhar nossas próprias decepcionante), mas influenciá-lo positivamente.”
criações. Como designers estamos constantemen- (Ratti, Claudel, 2016)
te redefinindo nosso relacionamento com o nosso Como designers, os seres humanos criaram
entorno e também com a nossa realidade. Tudo isso tudo o que não é natural e todas as outras coisas
não é tão diferente da dinâmica da natureza - que que são artificiais. Pense em todas as coisas ao seu
combina e recombina átomos. A única diferença é redor que foram projetadas por alguém. Mesmo as
que no nosso caso nós temos um poder. o poder de pequenas coisas como um clipe de papel ou a xí-
escolha livre e intencional se nós queremos ou não cara que você está usando para beber chá. Agora
interferir em nosso próprio ecossistema. vá um pouco mais longe: pense no computador em
Richard Buchanan, em sua tese sobre a evolução que você está lendo este artigo, o tipo de fonte, o
o design, mostra que, independemente, do estágio software para criar este artigo, o software para lê-
em que o design está, ele sempre nos forneceu e -lo, a interface entre o computador e ser o humano.
fornece a habilidade, quer seja como indivíduos ou Então vá mais longe: pense sobre sua linguagem.
como um grupo, de interferir e mudar a nós mes- Pense na sua cultura, os valores da sua empresa ou
mos, o nosso entorno e a nossa sociedade. organização, o sistema no qual trocamos bens, di-
Victor Margolin, em seu livro “A Política do Ar- nheiro; pense na inteligência e intencionalidade
tificial: Ensaios sobre Design e Estudos de Design”, usadas para criar a democracia, processos, regi-
explica que o design tem características que per- mes, relacionamentos e escolas. Essa lista pode
mitem o desenvolvimento humano. não ter fim.
Como seres humanos e inerentemente desig- Nos conscientizarmos sobre nós mesmos como
ners, somos então agentes de mutação. Com o DESIGNERS pode mudar a maneira como pensa-
avanço das tecnologias, como, por exemplo, tec- mos e abordamos os nossos problemas e ainda gera
nologias vestíveis e integradas ao corpo humano uma percepção de poder como designers para re-
estamos nos tornando mutantes nós mesmos, já que desenhar todo e qualuqer sistema em nossa volta.
conseguimos reprogramar genomas e criar corpos Possuímos a capacidade de criar uma percepção
avançados que possuem habilidades aprimoradas de poder e vontade dentro do sistema; e isso não é
(esses corpos avançados são também chamados de algo que ouvimos todos os dias. Os seres humanos
ciborgues, um corpo de intersecção do ser humano são inerentemente designers e isso é parte da nos-
com a tecnologia). sa evolução que nos ajudou a sobreviver e melhorar
Mutações no mundo natural são aleatórias, nos- ao longo do caminho. No entanto, ainda estamos
so conceito de design é dirigido pelo “futurecraft” explorando como nós seres humanos somos capa-
(a habilidade de criar futuros). Como definido por zes de projetar soluções individuais ou coletivas, a
Carlos Ratti e Matthew Claudel em seu livro The City partir de uma perspectiva mais holística. Ainda não
of Tomorrow – Sensors, Networks, Hackers, and the entendemos completamente como os seres huma-
Future of Urban Life. nos são capazes de projetar, mas temos algumas
“Mais importante ainda, o futurecraft não se tra- pistas sobre isso, como verá a seguir.
ta de “congelar”o presente (uma tarefa impossível)
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O Poder do Design - Capítulo 2
CULTURA
O design geralmente emerge reafirmando uma cultura
baseada em valores ou crenças ou reagindo a esta cultura
valores e crencas.
NECESSIDADES HUMANAS
A única maneira de se gerar valor é quando resolvemos
problemas humanos ou quando criamos novas realidades de
interação. O bom design vem da compreensão de padrões
psicológicos, comportamentos e ações por trás de pré-
conceitos.
OBJETIVO
A busca e definição de um propósito ou uma intenção
é essencial para criar uma visão do futuro. (*A intenção
não é apenas um desejo de mudança, mas também uma
provocação do que poderia acontecer.)
RECURSOS
O design está totalmente relacionado com o tipo de recurso
disponível ao criar uma mudança intencional ou não
intencional. Avaliamos os recursos que temos disponíveis
que podem ser desde materiais, habilidades e até a pessoas.
TECNOLOGIA
A tecnologia é ferramenta e facilitadora dos resultados
desejados. Pode ser decisiva na adoção da mudança dentro
de qualquer contexto que desejamos interferir (veja que a
grande mudança acontece quando criamos uma solução que
abrange todas as ordens do design com excelência).
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O Poder do Design - Capítulo 2
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O Poder do Design - Capítulo 2
Capítulo 2
A Evolução do Design
Este capítulo foi escrito por Juliana Proserpio e faz parte de uma
série da Echos - Laboratório de Inovação sobre O Poder do Design.
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O Poder do Design - Capítulo 2
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O Poder do Design - Capítulo 2
Especificamente, o Design começou a criar Quando o “Design” passou a entender que ele
produtos, espaços e todos os resultados tangíveis poderia trabalhar e criar soluções que não eram
possíveis. Quando o Design deu esse passo, tornou- tangíveis, decidiu se aventurar e começou a cri-
-se mais fácil entender o que ele era capaz de fazer. ar soluções e futuros desejáveis. Foi então que
Um dos exemplos dessa nova camada do design é o design cresceu exponencialmente e se tornou
a BAUHAUS, e sua máxima crença de que “a for- GRANDE.
ma segue a função”. Essas habilidades foram e são Embora ninguém entenda plenamente como o
importantes no desenvolvimento da sociedade. O “Design” cria futuros desejáveis, sistemas, cultur-
design do tangível ajudou a moldar nossa socieda- as e comportamentos, o fato é que ele se libertou
de desde a era industrial até agora. de objetos tangíveis e está agora experimentando
O “Design” já estava se tornando famoso, mas parâmetros mais complexos e dinâmicos.
ainda era tímido e orientado para a criação de coisas Quando o “Design” tenta se descrever, ele
materiais. Foi então que “ele” entendeu que sua vida só diz que ele é a consciência, o modelo mental
não poderia ser restrita à uma percepção material para criar uma solução. No entanto, ele é, simul-
do mundo. A partir dessa nova visão, o “Design” co- taneamente, o pensamento e a ação necessários
meçou a experimentar a criação e manipulação de para uma solução.
coisas que não eram materiais ou tangíveis. Aquilo Ele se define como uma ação que emerge a
que existe ENTRE as coisas materiais e as pessoas. partir do pensamento profundo, e da lógica para
Assim, surgiu o design de interação, criar futuros desejáveis e soluções.
que começou a abordar as amplas e ainda Sempre que você convidar seu amigo “De-
subestimadas ciências da criação do intangível. sign” para trabalhar com você, ele vai te ajudar
a pensar e a criar resultadoe soluções intencio-
nais e desejáveis.
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O Poder do Design - Capítulo 2
COMO O DESIGN
EVOLUIU
Richard Buchanan, em sua teoria
sobre As Quatro Camadas do Design,
aponta como o design evoluiu ao longo
do tempo quanto ao seu escopo; de um
contexto de criação de coisas tangíveis
para o acesso às mudanças intangíveis.
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O Poder do Design - Capítulo 2
4_DESIGN DE SISTEMAS
2_DESIGN INDUSTRIAL
A última camada do design é a mais
A intenção do designer nesta ca-
complexa, pois está relacionada a projetar
mada é projetar objetos físicos que são
ambientes e sistemas dinâmicos. Trata-se
úteis para as pessoas, como no Design
de projetar a transformação de sistemas
Industrial e na Arquitetura. Trata-se de
e suas estruturas. Envolve também a con-
selecionar e aplicar materiais diferentes,
cepção de suas funções e fluxos, bem
ferramentas de design e incorporar a tec-
como o uso de suas dimensões e restri-
nologia disponível, que dará apoio no uso
ções. A última camada enfoca os sistemas
e interação no mundo real. Esta ordem
humanos, a integração de informações,
está relacionada a artefatos físicos e tan-
objetos, interações e ambientes sociais,
gíveis, objetos e espaço (arquitetura).
de trabalho e de aprendizagem. Nessa
camada, o foco é o design de modelos
de negócios, de experiências de apren-
dizagem, cultura, design organizacional
e de cidades.
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O Poder do Design - Capítulo 2
As quatro camadas de design podem repre- O poder de UM BOM DESIGN é ser capaz de
sentar quatro contextos diferentes onde o design projetar uma solução bem pensada e bem executada
pode ser aplicado, quatro ordens de maturidade de em todas as camadas do design. Quando esses pro-
pensamento em design, ou apenas quatro manei- cessos são aderidos, a verdadeira mudança acontece.
ras diferentes de abordar um problema de design. Na Echos, focamos na terceira e quarta cama-
Independentemente de quais ou quantas das do design, uma área que poucas pessoas se
camadas do design são consideradas, em cada empreendem por causa de sua ambiguidade e com-
uma delas podemos projetar o invisível, o imper- plexidade. Nós chamamos essas duas camadas do
ceptível ou o seu aspecto intangível. O Design design de DESIGN DO INVISÍVEL.
transforma realidades. Nós acreditamos que as coisas que não po-
Se você pensar que uma simples uma simples dem ser tocadas são as que mais importam.
sinalização pode mudar o fluxo das pessoas um Consequentemente, é por isso que nós, como seres
objeto bem projetado pode tornar a vida mais fácil humanos, não podemos deixar o design das coisas
para elas pode tornar a vida de algumas pessoas mais importantes, tais como serviços, experiências,
mais fácil. Um serviço pensado do início até o fim sistemas, organizações e cultura para serem proje-
torna-se uma experiência memorável. Um negócio tadas de forma inconsciente.
como carro compartilhado, por exemplo, está trans- Nós, seres humanos, somos inerentemente de-
formando a maneira como nos locomovemos na signers. Como designers nós projetamos o mundo
cidade e enfrentamos a mobilidade urbana. Pense onde vivemos e onde vamos habitar no futuro. En-
em como você pode redesenhar seu contexto, seu tão, como designers, como nós podemos projetar
mundo, o sistema onde você mora. o mundo, as estruturas, a cultura e o sistema onde
Somos designers e aplicamos o design, bem como queremos viver?
as suas camadas, muito mais do que imaginamos.
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