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O Poder do Design - Capítulo 2

O poder do
Design
Uma série com 5 capítulos sobre como
o Design pode criar novas realidades e
futuros desejáveis.

Juliana Proserpio

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O Poder do Design - Capítulo 2

Introdução

O Design evoluiu e expandiu seus horizontes nos últimos


anos. Se, no passado, o design era visto como uma área do
conhecimento responsável em lidar com a estética das coisas,
atualmente está se tornando um caminho e uma abordagem
estratégica para resolver qualquer problema complexo.
Isso porque nós, como seres humanos, estamos nos dando
conta de que a forma como temos agido, pensado e resolvido
nossos problemas são cada vez mais incompatíveis com o es-
tado de evolução da sociedade.
Em um mundo em que os recursos mais valiosos não são
mais físicos, bem como negócios e problemas podem evoluir
exponencialmente, é importante fazer a reflexão: como pode-
mos navegar nessa nova realidade? E, mais importante, como
podemos criar um futuro a partir dela?
A partir da perspectiva evolucionária, a principal razão
que nos fez chegar até o estágio de Homo sapiens sapiens,
não está ligada ao fato de temos sido a espécie mais rápida
ou mais forte do planeta. Nossa sobrevivência está profunda-
mente relacionada à nossa habilidade de adaptação. Mais do
que isso: possuímos inteligência o suficiente para não apenas
conseguirmos nos adaptar constantemente como também
para transformar a realidade. Estamos constantemente nos
reinventando. Portanto, nossa maior vantagem é a capacida-
de de designing - projetar - a própria evolução. O que é muito
poderoso.
Por essa razão, consideramos o futurecraft - termo que
você verá com bastante frequência nesta série e que pode ser
definido como a habilidade de criar futuros desejáveis - uma
habilidade inerente à natureza humana. Podemos ativamente
criar mundo em que queremos viver.
É sobre isso que se trata a série O Poder do Design. Para
mostrar como os seres humanos são designers por natureza e
como podemos usar todo o nosso potencial para criar a socie-
dade na qual queremos viver, os sistemas dos quais queremos
fazer parte, as organizações para as quais queremos trabalhar,
os negócios que queremos liderar, os serviços que queremos
ter acesso, os produtos que queremos usar.

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O Poder do Design - Capítulo 2

O que você irá


encontrar nesta série:
Capítulo 1:
Os Seres Humanos são
Inerentemente Designers

Capítulo 2:
A Evolução do Design

Capítulo 3:
Design natural x Design artificial

Capítulo 4:
O Estado da Arte do Design

Capítulo 5:
Construindo Novas Realidades

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O Poder do Design - Capítulo 2

Capítulo 1

Os seres humanos
são inerentemente
designers
Este capítulo foi escrito por Juliana Proserpio e faz parte de uma
série da Echos - Laboratório de Inovação sobre O Poder do Design.

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O Poder do Design - Capítulo 2

Você provavelmente nunca pensou nisso, mas estamos aqui


porque somos todos muito bons designers. Os seres humanos
são fisicamente mais fracos e não muito rápidos em compara-
ção com outras espécies. Também não possuímos adaptações
corporais únicas que nos permitem voar ou nadar.
No entanto, temos como maior vantagem a capacidade de
criar ferramentas. Essas ferramentas são as que nos fizeram e
nos fazem evoluir.
Ao criar ferramentas não estamos apenas evoluindo cons-
tantemente nossas habilidades, como estamos desenvolvendo
novas, capazes de gerar resultados intencionais ou não inten-
cionais. Isso é o que nos faz DESIGNERS.

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O Poder do Design - Capítulo 2

AS CARACTERÍSTICAS
QUE NOS TORNAM
LINGUAGEM
DESIGNERS Capacidade de engajar
os outros a partir da
linguagem.

UM POUCO DE LOUCURA
"O ponto de loucura de
qualquer pessoa, é a fonte do
seu charme." Gilles Deleuze =
Acreditar em si mesmo para
criar mudanças
OLHOS
CÉREBRO Reconhecer padrões (ser
Seguir aspirações capaz de compreender o
Ter desejos problema, causa, efeito e
Criar conexões = correlações).
Criar intenções

EMOÇÕES
Capacidade de sentir o
que os outros sentem; ter
empatia e também usar
a intuição quando não se
tem a resposta "certa".
MÃOS
Habilidade para construir,
fazer protótipos e aprender
com eles (“Mãos criadoras”).

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O Poder do Design - Capítulo 2

A nossa humanidade está muito ligada à nossa ou prever o futuro (uma tarefa fútil e provavelmente
capacidade de projetar e redesenhar nossas próprias decepcionante), mas influenciá-lo positivamente.”
criações. Como designers estamos constantemen- (Ratti, Claudel, 2016)
te redefinindo nosso relacionamento com o nosso Como designers, os seres humanos criaram
entorno e também com a nossa realidade. Tudo isso tudo o que não é natural e todas as outras coisas
não é tão diferente da dinâmica da natureza - que que são artificiais. Pense em todas as coisas ao seu
combina e recombina átomos. A única diferença é redor que foram projetadas por alguém. Mesmo as
que no nosso caso nós temos um poder. o poder de pequenas coisas como um clipe de papel ou a xí-
escolha livre e intencional se nós queremos ou não cara que você está usando para beber chá. Agora
interferir em nosso próprio ecossistema. vá um pouco mais longe: pense no computador em
Richard Buchanan, em sua tese sobre a evolução que você está lendo este artigo, o tipo de fonte, o
o design, mostra que, independemente, do estágio software para criar este artigo, o software para lê-
em que o design está, ele sempre nos forneceu e -lo, a interface entre o computador e ser o humano.
fornece a habilidade, quer seja como indivíduos ou Então vá mais longe: pense sobre sua linguagem.
como um grupo, de interferir e mudar a nós mes- Pense na sua cultura, os valores da sua empresa ou
mos, o nosso entorno e a nossa sociedade. organização, o sistema no qual trocamos bens, di-
Victor Margolin, em seu livro “A Política do Ar- nheiro; pense na inteligência e intencionalidade
tificial: Ensaios sobre Design e Estudos de Design”, usadas para criar a democracia, processos, regi-
explica que o design tem características que per- mes, relacionamentos e escolas. Essa lista pode
mitem o desenvolvimento humano. não ter fim.
Como seres humanos e inerentemente desig- Nos conscientizarmos sobre nós mesmos como
ners, somos então agentes de mutação. Com o DESIGNERS pode mudar a maneira como pensa-
avanço das tecnologias, como, por exemplo, tec- mos e abordamos os nossos problemas e ainda gera
nologias vestíveis e integradas ao corpo humano uma percepção de poder como designers para re-
estamos nos tornando mutantes nós mesmos, já que desenhar todo e qualuqer sistema em nossa volta.
conseguimos reprogramar genomas e criar corpos Possuímos a capacidade de criar uma percepção
avançados que possuem habilidades aprimoradas de poder e vontade dentro do sistema; e isso não é
(esses corpos avançados são também chamados de algo que ouvimos todos os dias. Os seres humanos
ciborgues, um corpo de intersecção do ser humano são inerentemente designers e isso é parte da nos-
com a tecnologia). sa evolução que nos ajudou a sobreviver e melhorar
Mutações no mundo natural são aleatórias, nos- ao longo do caminho. No entanto, ainda estamos
so conceito de design é dirigido pelo “futurecraft” explorando como nós seres humanos somos capa-
(a habilidade de criar futuros). Como definido por zes de projetar soluções individuais ou coletivas, a
Carlos Ratti e Matthew Claudel em seu livro The City partir de uma perspectiva mais holística. Ainda não
of Tomorrow – Sensors, Networks, Hackers, and the entendemos completamente como os seres huma-
Future of Urban Life. nos são capazes de projetar, mas temos algumas
“Mais importante ainda, o futurecraft não se tra- pistas sobre isso, como verá a seguir.
ta de “congelar”o presente (uma tarefa impossível)

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O Poder do Design - Capítulo 2

Como seres humanos, normalmente consideramos, consciente


ou inconscientemente, 6 parâmetros para projetar qualquer
coisa:
CONTEXTO
Analisamos o contexto e as transformações do tempo que
ainda não estão totalmente consolidados ao longo dos anos
(zeitgeist).

CULTURA
O design geralmente emerge reafirmando uma cultura
baseada em valores ou crenças ou reagindo a esta cultura
valores e crencas.

NECESSIDADES HUMANAS
A única maneira de se gerar valor é quando resolvemos
problemas humanos ou quando criamos novas realidades de
interação. O bom design vem da compreensão de padrões
psicológicos, comportamentos e ações por trás de pré-
conceitos.

OBJETIVO
A busca e definição de um propósito ou uma intenção
é essencial para criar uma visão do futuro. (*A intenção
não é apenas um desejo de mudança, mas também uma
provocação do que poderia acontecer.)

RECURSOS
O design está totalmente relacionado com o tipo de recurso
disponível ao criar uma mudança intencional ou não
intencional. Avaliamos os recursos que temos disponíveis
que podem ser desde materiais, habilidades e até a pessoas.

TECNOLOGIA
A tecnologia é ferramenta e facilitadora dos resultados
desejados. Pode ser decisiva na adoção da mudança dentro
de qualquer contexto que desejamos interferir (veja que a
grande mudança acontece quando criamos uma solução que
abrange todas as ordens do design com excelência).

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O Poder do Design - Capítulo 2

Por fim, entender em profundidade como nós seres hu-


manos usamos o poder do design e como podemos de fato
projetar soluções é crucial para o próximo passo na nossa evo-
lução como sociedade e como humanidade.
Essa evolução é importante, pois estamos embarcando em
um mundo digital e exponencialmente complexo, o que signi-
fica que precisamos pensar e projetar sob uma perspectiva
sistêmica. E é por isso que, todos nós como designers, temos
que dar o próximo passo, sendo capazes de nos apropriar da
habilidade do design de projetar e transformar sistemas.
Ao entrar neste novo paradigma do design, amplificado
pelos meios digitais e onde a realidade virtual e a inteligência
artificial estão inseridas, sentimos como se houvesse uma au-
sência de regras, métodos e um completo senso de liberdade.
Essa liberdade como designers e como influenciadores
também pode ser muito assustadora, mas como designers da
própria humanidade, não podemos dizer que falhamos total-
memente pois já pudemos criar e desenvolver soluções para
diversos problemas do nosso passado. Mas, já que estamos
embarcando na próxima e quarta camada do design, talvez
precisemos começar a pensar em como criar o futuro em que
queremos viver. Nesse sentido e ecoando Cedric Price:

“Como a medicina, o design precisa passar do curativo ao


preventivo; como seres humanos, trata-se de sermos con-
scientes de que somos designers do passado, do presente
e do futuro.”
In: RATTI, Carlos e CLAUDEL, Mathew. The City of Tomorrow – Sensors, Net-
works, Hackers, and the Future of Urban Life

Para entender melhor as características de evolução do de-


sign e como isso influencia o poder estratégico do design no
mundo, acompanhe o lançamento do próximo capítulo desta
série, A Evolução do Design.

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O Poder do Design - Capítulo 2

Capítulo 2

A Evolução do Design

Este capítulo foi escrito por Juliana Proserpio e faz parte de uma
série da Echos - Laboratório de Inovação sobre O Poder do Design.

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O Poder do Design - Capítulo 2

O design evoluiu e expandiu seus horizontes nos últimos


anos. Uma das razões por trás dessa evolução é o aumento da
complexidade na maneira como as pessoas lidam com os de-
safios de design.

À primeira vista, o termo design nos faz pensar sobre a


estética e coisas tangíveis, nos remetendo a áreas do Design
como o design gráfico, o design de produto, o design de car-
ros e o design de calçados. No entanto, o escopo do Design
é mais amplo. O escopo do Design é, diante de um problema,
considerar quais as ações devem ser realizadas e qual o resul-
tado se quer atingir, projetando possíveis soluções centradas
no ser humano. Isso porque o Design é capaz de resolver tanto
problemas considerados tangíveis quanto intangíveis. Identi-
ficar qual área ou conhecimento de design será demandado,
dependerá da natureza do problema ou da solução desejada.

Ao lidar com problemas complexos, a MANEIRA como


você faz as coisas ou COMO você resolve os problemas im-
porta e cria resultados diferentes. A regra que afirma que
“a ordem dos fatores não altera o produto” não é aplicável
ao lidar com mudança sistêmica e com pessoas, e é por isso
que o Design Thinking, em seu sentido literal, isto é, pensar
a partir do design, tem sido tão importante hoje em dia.
O design se transformou e evoluiu nas últimas décadas e
hoje abrange diferentes e diversas áreas de atuação e objetivos.
Se o design fosse uma pessoa, eu diria que ela teria começado
a sua pratica a partir da estética e gradualmente progrediu para
conseguir praticar e traduzir resultados de problemas relacio-
nados a informação e comunicação., resolvendo-os por meio
do design gráfico e visual. Depois de fazer essa progressão, o
nosso amigo Design deu mais um passo adiante e começou a
lidar com coisas físicas.

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O Poder do Design - Capítulo 2

Especificamente, o Design começou a criar Quando o “Design” passou a entender que ele
produtos, espaços e todos os resultados tangíveis poderia trabalhar e criar soluções que não eram
possíveis. Quando o Design deu esse passo, tornou- tangíveis, decidiu se aventurar e começou a cri-
-se mais fácil entender o que ele era capaz de fazer. ar soluções e futuros desejáveis. Foi então que
Um dos exemplos dessa nova camada do design é o design cresceu exponencialmente e se tornou
a BAUHAUS, e sua máxima crença de que “a for- GRANDE.
ma segue a função”. Essas habilidades foram e são Embora ninguém entenda plenamente como o
importantes no desenvolvimento da sociedade. O “Design” cria futuros desejáveis, sistemas, cultur-
design do tangível ajudou a moldar nossa socieda- as e comportamentos, o fato é que ele se libertou
de desde a era industrial até agora. de objetos tangíveis e está agora experimentando
O “Design” já estava se tornando famoso, mas parâmetros mais complexos e dinâmicos.
ainda era tímido e orientado para a criação de coisas Quando o “Design” tenta se descrever, ele
materiais. Foi então que “ele” entendeu que sua vida só diz que ele é a consciência, o modelo mental
não poderia ser restrita à uma percepção material para criar uma solução. No entanto, ele é, simul-
do mundo. A partir dessa nova visão, o “Design” co- taneamente, o pensamento e a ação necessários
meçou a experimentar a criação e manipulação de para uma solução.
coisas que não eram materiais ou tangíveis. Aquilo Ele se define como uma ação que emerge a
que existe ENTRE as coisas materiais e as pessoas. partir do pensamento profundo, e da lógica para
Assim, surgiu o design de interação, criar futuros desejáveis e soluções.
que começou a abordar as amplas e ainda Sempre que você convidar seu amigo “De-
subestimadas ciências da criação do intangível. sign” para trabalhar com você, ele vai te ajudar
a pensar e a criar resultadoe soluções intencio-
nais e desejáveis.

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O Poder do Design - Capítulo 2

COMO O DESIGN
EVOLUIU
Richard Buchanan, em sua teoria
sobre As Quatro Camadas do Design,
aponta como o design evoluiu ao longo
do tempo quanto ao seu escopo; de um
contexto de criação de coisas tangíveis
para o acesso às mudanças intangíveis.

símbolos gráfico . informação . comunicação

industrial produtos . espaço (arquitetura)

interação serviços . experiências . comportamento . digital

sistemas cultura . organizações . negócio . aprendizado

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1_DESIGN DE SÍMBOLOS 3_DESIGN DE INTERAÇÕES


Na primeira camada, usando os prin- Essa camada está relacionada ao
cípios do Design Gráfico e de Informação, comportamento das pessoas, como ocor-
há uma ênfase no desenvolvimento dos re no Design de Interação e de Serviço.
símbolos necessários para o processo A terceira camada se refere a projetar os
de comunicação. De um ponto de vista processos envolvidos na forma como as
visual, trata-se de projetar a mensagem pessoas agem; criando transações e ati-
a ser transmitida, argumentos persuasi- vidades ao longo do tempo, assim como
vos, sintaxe e semântica, possibilitando definindo os pontos de contato e opções
a compreensão e facilitando o intercâm- de escolha. Na camada de interação, o
bio de informações. Esta é a camada do campo do design está em ação. O foco
design que envolve tipografia, ilustração, aqui é na criação de experiências e não
fotografias, gravuras e tudo relacionado de objetos. Nesta camada, o foco está
ao universo do design gráfico, design vi- no design de interação, de serviços e de
sual e design de comunicação. experiência.

4_DESIGN DE SISTEMAS
2_DESIGN INDUSTRIAL
A última camada do design é a mais
A intenção do designer nesta ca-
complexa, pois está relacionada a projetar
mada é projetar objetos físicos que são
ambientes e sistemas dinâmicos. Trata-se
úteis para as pessoas, como no Design
de projetar a transformação de sistemas
Industrial e na Arquitetura. Trata-se de
e suas estruturas. Envolve também a con-
selecionar e aplicar materiais diferentes,
cepção de suas funções e fluxos, bem
ferramentas de design e incorporar a tec-
como o uso de suas dimensões e restri-
nologia disponível, que dará apoio no uso
ções. A última camada enfoca os sistemas
e interação no mundo real. Esta ordem
humanos, a integração de informações,
está relacionada a artefatos físicos e tan-
objetos, interações e ambientes sociais,
gíveis, objetos e espaço (arquitetura).
de trabalho e de aprendizagem. Nessa
camada, o foco é o design de modelos
de negócios, de experiências de apren-
dizagem, cultura, design organizacional
e de cidades.

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As quatro camadas de design podem repre- O poder de UM BOM DESIGN é ser capaz de
sentar quatro contextos diferentes onde o design projetar uma solução bem pensada e bem executada
pode ser aplicado, quatro ordens de maturidade de em todas as camadas do design. Quando esses pro-
pensamento em design, ou apenas quatro manei- cessos são aderidos, a verdadeira mudança acontece.
ras diferentes de abordar um problema de design. Na Echos, focamos na terceira e quarta cama-
Independentemente de quais ou quantas das do design, uma área que poucas pessoas se
camadas do design são consideradas, em cada empreendem por causa de sua ambiguidade e com-
uma delas podemos projetar o invisível, o imper- plexidade. Nós chamamos essas duas camadas do
ceptível ou o seu aspecto intangível. O Design design de DESIGN DO INVISÍVEL.
transforma realidades. Nós acreditamos que as coisas que não po-
Se você pensar que uma simples uma simples dem ser tocadas são as que mais importam.
sinalização pode mudar o fluxo das pessoas um Consequentemente, é por isso que nós, como seres
objeto bem projetado pode tornar a vida mais fácil humanos, não podemos deixar o design das coisas
para elas pode tornar a vida de algumas pessoas mais importantes, tais como serviços, experiências,
mais fácil. Um serviço pensado do início até o fim sistemas, organizações e cultura para serem proje-
torna-se uma experiência memorável. Um negócio tadas de forma inconsciente.
como carro compartilhado, por exemplo, está trans- Nós, seres humanos, somos inerentemente de-
formando a maneira como nos locomovemos na signers. Como designers nós projetamos o mundo
cidade e enfrentamos a mobilidade urbana. Pense onde vivemos e onde vamos habitar no futuro. En-
em como você pode redesenhar seu contexto, seu tão, como designers, como nós podemos projetar
mundo, o sistema onde você mora. o mundo, as estruturas, a cultura e o sistema onde
Somos designers e aplicamos o design, bem como queremos viver?
as suas camadas, muito mais do que imaginamos.

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