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publicado em abril de 2020.

o lado
invisível
do design
ebook
por diana coe.
e-book - o lado invisível do design - @dianacoedesign

Oi, pessoas! Estou disponibilizando novamente


esse ebook pra vocês! Espero em breve poder
trazer uma nova edição atualizada! Com novas
ferramentas, metodologias, conceitos,
processos e estratégias!
( Até porque esse ebook foi escrito no primeiro semestre de 2020, desde lá
muita, mas muita coisa mudou por aqui! Socorro! )
in Hey, pessoas! Tudo bem com vocês? :)

Então, meu nome é Diana Coe, sou Designer de Marcas Humanas e tento

tro
sempre fazer do design uma área mais colaborativa. Tento mostrar pras
pessoas o enorme potencial e a enorme responsabilidade que os designers
têm hoje nas mãos e o quanto de impacto eles podem trazer pro mundo!

du
Por favor, não levem nada daqui que eu falar como verdade absoluta! Eu
estou apenas contando um pouco da minha forma de trabalhar, das minhas
experiências e do que aprendi no meio do caminho com muitas pessoas
incríveis! Quero que vocês tenham uma visão mais ampla do design
conheçam um pouquinho mais da profundidade e da intensidade que essa

ção
área tem na sua essência!
Eu espero que vocês curtam o conteúdo desse ebook e que ele possa te
ajudar de alguma forma, seja nos seus projetos, na sua relação com o design,
na sua trajetória, com seus clientes ou com vocês mesmos!
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o que
de fato
é design?
O que é design pra você? Mesmo?
O Design é tão simples e tão complexo ao mesmo tempo que uma
única descrição dele limitaria toda sua essência, profundidade e
toda sua capacidade de transformação.
Então eu vou falar pra vocês como foi a minha linha do tempo
enxergando o design, tá bem?
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estética
& beleza.
forma &
Primeiro eu pensava no design
como um adjetivo, apenas. Era
estética, beleza, tinha que
encher os olhos.
função.
Depois eu aprendi que o

solução de
design era projeto, se resumia
a forma e função. Ele deveria
ser simples, direto, funcionar
e devia ser belo.
problemas.
Mais tarde aprendi que o design era
mais que isso, era um verbo! Era
uma ação, ele era um solucionador
de problemas.
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o design como início.


E então, um grande designer que tem toda, mas toda minha
admiração, chamado Pieter Desmet falou que temos que parar de
ver o design como fim da linha, como o final da solução de um
problema. Temos que começar a enxergá-lo como um início de
tudo, que abre vários caminhos, pra inúmeras soluções e
possibilidades e que desbloqueia o potencial individual e coletivo
de cada um.
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o que é design
pra mim?
O Design é poder, como diz Gustavo Grecco. O Design é futuro. Ele é uma enorme ferramenta de
transformação socioambiental, ele carrega a responsabilidade de termos a capacidade de projetar
futuros melhores, mais humanos, mais inclusivos, mais sustentáveis, futuros diferentes.

O design é troca, é humano e é empático. Sem empatia não há design. O design coloca o ser
humano no centro do processo e melhora a vida das pessoas. Tudo que há de serviços e produtos
visa melhorar a vida de alguém, solucionar algum problema. É feito por pessoas e para pessoas.

O design certo deve vir do coração, tem a ver com personalidade, conexão, inspiração e emoção.
Um bom design é capaz de modificar e criar culturas, mover pessoas e abrir horizontes da forma
mais próxima, emocional e humana possível. O mundo está mudando, as pessoas e as
mentalidades também e com isso o design se transforma, sempre mutável, com esses novos
caminhos. Ele evolui conforme vamos evoluindo, ele acompanha todas as mudanças de mundo e
tecnologias, pensamentos, nos mostrando que podemos viver em harmonia com o meio
ambiente e com as diferenças.

Num conceito Cradle to Cradle, podemos dizer que não queremos acabar com os prazeres desse
mundo, mas podemos sim reprojetar esses prazeres para um mundo melhor.
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Não importa se você é designer de marcas, designer de eventos, UI designer, UX designer, designer de tudo, designer
editorial, etc. Não importa... Você é uma pessoa com sonhos, medos, dores e experiências e você projeta algo pra uma pessoa
com sonhos, medos, dores e experiências e isso não vai mudar, apenas a forma com que tudo é projetado. Por isso o design
é humano e pode ter grande impacto no mundo.
Por isso projete sempre tendo a certeza que o seu design vai ter alguma influência na vida de alguém e no mundo, não
importa se você é um estudante, um freelancer, um empreendedor ou um grande estúdio. Você vai estar de alguma forma
impactando as pessoas, então queira impactar as pessoas de forma positiva e transformadora, dando seu melhor e faça tudo
de coração.
E não esqueça, você tem um poder nas mãos, mesmo e com grandes poderes vem grandes responsabilidades (RISOS). Mas
é sério gente, é uma responsabilidade grande a nossa! Hahahaha
Vou dar um exemplo aqui do simples ao mais complexo:

1. exemplo:
Você é um designer que faz tudo! Você faz marca, mídias, sites, cardápios, folders,
cartão de visitas, etc. Você pode achar que seu design não significa nada no
mundo.
Mas você sabia todo processo químico que um papel passa para ser branco?
Quanta água se gasta? Quanta química há na tinta que será estampada no papel
que você escolheu? O cartão de visita que você faz para seu cliente pode tanto
ser descartado por alguém e poluir quanto ser visto por uma pessoas que
precisava tanto daquele serviço que a vida dela foi completamente transformada
por aquele cartão, que ela viu em cima de uma bancada qualquer que alguém
esqueceu. Aqui já temos tanto um impacto ambiental causado por sua escolha
de materiais quanto um impacto social da vida de uma pessoa que mudou pois
seu cartão chamou a atenção dela pra aquilo que ela tanto precisava.
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2. exemplo:
Você é um designer de marcas? Então sua responsabilidade
também é enorme. Somos bombardeados por marcas há
todo o momento, não importa aonde vamos. Praticamente
tudo que olhamos, pegamos e até ouvimos, está
relacionando a alguma marca. Olha que responsabilidade!
Você não precisa apenas chamar atenção das pessoas e
grudar na memória delas. Que marca é essa? Quem precisa
dela? Qual as dores que esse público tem? Quais as dores
desse meu cliente? Se essa marca não vingar o que pode
acontecer com esse meu cliente? E com os clientes dele que
ele poderia ajudar? E se ela crescesse e gerasse mais
empregos? E se tivesse um forte viés social e ajudasse
pessoas? Eu posso durante o processo mostrar pro meu Tudo que você faz
cliente as diferentes possibilidades pra ele impactar as
pessoas positivamente? Ele faz ideia do poder que uma impacta, seja de forma
marca tem de mudar a vida de alguém, inclusive a dele? Ele direta ou indireta,
pode ficar ciente do impacto ambiental que a divulgação
dele pode causar? São muitas coisas gente, muitas mesmo. tangível ou intangível,
Estou falando por cima, mas a coisa é muito mais profunda
que isso.
então projete sempre
tendo a consciência disso!
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empatia
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Temos a tendência de achar que a empatia se resume a A Tati Fukamati, criadora da Revolução da Empatia diz:
se colocar no lugar de outra pessoa, mas ela é muito “porque podemos imitar, podemos empatizar”. Isso diz
mais complexa que isso e pode ser entendida sob que nós, como espécimes, somos empatas naturais, já
diversos ângulos e áreas. nascemos com a capacidade de empatia.
Pesquisas de um neurofisiologista italiano, Fiacomo
Imagine você arranhando um quadro negro com as Rizzolatt, nos mostram que nosso cérebro possui o que
unhas, ou você cortando a pele entre seus dedos num chamamos de “sistema de neurônios espelho”, que
papel, ou alguém enfiando o dedo dentro do olho de serve para auxiliar a reprodução de movimentos, ações e
alguém... hehehe. Estranho imaginar isso né? Te deu sentimentos, é nossa capacidade de aprender, imitar até
nervoso? Se não deu pense em algo que dá! conseguir reproduzir. Por isso, se sentimos que não
temos empatia o suficiente, podemos fingir até que de
Nosso cérebro pode espelhar sensações, interpretando fato tenhamos, é um mecanismo natural do nosso
dentro dele a situação e reproduzindo nele mesmo o cérebro. Sempre que ouvimos uma história triste, vemos
que pensamos ou vimos no outro. Não precisa ser algo um filme, lemos um livro, quando nos emocionamos
ruim, pode ser algo bom também, qualquer emoção assim estamos tendo um espelhamento empático.
mais intensa. Isso se chama a Neurociência da empatia! Há muitos estudiosos e médicos pesquisadores que
estudam a empatia através da neurociência e
descobriram que as áreas que são ativadas quando
sentimos empatia são as mesmas de quando passamos
por experiências físicas.
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Para uma “boa empatia”, digamos assim, é preciso ter


sempre um equilíbrio e por isso podemos segmentar
a empatia em 3 pilares:

empatia empatia interesse


cognitiva afetiva empático
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empatia
cognitiva
A empatia cognitiva é a capacidade de compreender o que o outro
está sentindo e de fazer os outros compreenderem o que você está
sentindo. É uma questão mais de lógica, mental, racional. É o pensar
sentimentos ao invés de senti-los. Uma natureza questionadora
contribui para uma empatia cognitiva, entender por que as pessoas
se comportam de tal forma, ou se sentem de tal forma, ou falam de
tal forma, etc.

Um exemplo de um caso de desequilíbrio da empatia são os


psicopatas. Eles possuem uma enorme habilidade empática
cognitiva, pra eles é muito fácil entender o sentimento do outro
racionalmente, mas ele não é capaz de sentir aquilo.
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empatia
afetiva.
A empatia afetiva é a habilidade de sentir o que o outro sente em nível
emocional. Eu sinto sua dor, eu sinto sua tristeza, eu sinto sua
felicidade, eu sinto sua raiva. É o que acontece quando choramos em
algum filme, ou quando acontece uma injustiça numa série e
sentimos raiva. Nós estamos nos conectando com uma história, com
um personagem em nível emocional e somos capazes de sentir isso
como se fosse nosso, despertam reações psicológicas e físicas em nós.

De um ponto de visto científico essa habilidade vem das partes mais


antigas do nosso cérebro, a amigdala, o hipotálamo, o hipocampo e o
córtex orbitofrontal, que nos faz sentir rapidamente sem raciocinar. É
como se nossos padrões cerebrais se igualassem.

Estamos sempre em um grande malabarismo entre essas empatias, quando


a empatia precisa ser aprendida e quando ela precisa ser controlada. O
excesso da empatia é tão prejudicial quanto a falta dela, só que causando
impactos diferentes.
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interesse
empático.
O interesse empático é a habilidade de perceber o que as outras
pessoas querem e esperam de você. É o que desejamos encontrar nas
pessoas a nossa volta, em nossos clientes, nossos amigos, etc. Ele é
como uma faca de dois gumes, nós experimentamos de forma
intuitiva o sentimento dos outros, mas ao mesmo tempo, escolhemos
se vamos atender aquelas necessidades e desejos. Por isso devemos
ter muito cuidado com o excesso do sentir.
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Nós nascemos empáticos, faz parte da nossa


natureza humana, do nosso cérebro e do nosso
comportamento. Mas a empatia em si pode ser
aprendida e aprimorada! Essa é a grande beleza
de tudo. Podemos ser mais empáticos e ajudar
com que as pessoas também sejam. Com isso
estamos projetando um futuro melhor!
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a empatia como gestão.


Queria falar um pouco dela de alguns diferentes ângulos como: designer x cliente, designer x designer, empresa x
funcionários.

Quantos de vocês já trabalharam em empresas onde tiveram medo de errar e serem demitidos ou julgados ou repreendidos?
Como era esse sentimento? Fazia vocês trabalharem felizes? Imagino que muita gente tenha respondido não, né? (Sempre há
exceções, tá, gente? Hehe). E quantos de vocês já se sentiram frustrados pelo cliente responder o briefing de uma forma ou
falar uma coisa e depois no final falar que quer outra? E quantos de vocês já julgaram um designer por cobrar um valor abaixo
do mercado?

Tudo isso acontece pela falta de uma abordagem e uma gestão empáticas.
A vulnerabilidade é uma incrível ferramenta de empatia. Se deixar vulnerável requer uma enorme força, e isso causa um
espelhamento empático. Você se abrir faz com que a outra pessoa também se abra e entenda sua realidade, gerando uma
colaboração. Isso é essencial pras relações interpessoais, seja com clientes, empresas ou parceiros de profissão.
Quando algum erro ocorre, devemos parar, refletir e abordar da forma mais humana e empática possível, sem explodir, julgar,
ameaçar ou brigar. Parece óbvio né? Mas não é o que acontece.

A reação empática nos traz resultados melhores, aumentam a lealdade, confiança e a admiração da outra pessoa, seja em
qualquer situação. Isso faz com que não haja medo, portanto deixa as pessoas mais à vontade para experimentar, aprender,
inovar; e isso causa uma profunda transformação em diversas áreas. A empatia gera um desempenho muito melhor, uma
produtividade muito mais efetiva.

Eu super aconselho um entendimento mais profundo sobre essa área extensa e bonita! Ela é essencial pra alavancarmos na
nossa carreira e na nossa vida!
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cria
tivi
dade
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A criatividade é algo que nos acompanha desde o início dos tempos e mesmo assim
continua sendo uma habilidade do futuro. E sempre vai ser! Ela é uma ferramenta de
sobrevivência nossa e até dos animais.

E ainda mais quando trabalhamos na área criativa, né? É pressão atrás de pressão e por
isso é um assunto delicado e que precisa muito ser falado da forma correta. Porque pra
nós é uma ferramenta tanto de criação quanto de destruição.

A criatividade é um sentimento,
uma força, um segredo, uma
fonte, uma energia que flui
através de nós e também é capaz
de nos carregar.
Jonathan Tilley.

A criatividade é como o design, ela não só visa solucionar problemas, sejam eles dos
mais comuns aos mais complexos, ela abre caminhos, amplia nossas possibilidades e
desbloqueia nosso potencial.

Temos a criatividade sendo eficaz tanto nas nossas famosas gambiarras pra consertar
algo quanto pra desenvolver um projeto de marca, quanto pra fazermos um caminho
diferente que costumamos fazer pra chegar em casa.
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Q UE ST ION E!
Uma essência questionadora e uma visão mais profunda trabalham nossa
criatividade diariamente. Entender o porquê das coisas e abusar da nossa
natureza investigativa e experimentadora.

O ME D O.
Aprendi com o Henrique Szklo, criador da escola nômade para mentes criativas, que nós temos
medo da criatividade. E isso é muito verdade! Temos medo de inovar pois temos medo do
desconhecido, temos medo do erro, do julgamento, das outras pessoas e do nosso próprio.

O medo é normal, ele é nossa ferramenta de sobrevivência, nos vulnerabiliza. Mas essa
vulnerabilidade contribui para a inovação, para os desafios, para questionarmos. Nós esquecemos
que o erro faz parte do processo e que sem erro não há a experimentação e sem experimentação
não há erro e não podemos reduzir falhas e seguir por um caminho corajoso sem isso.
Temos medo de desbloquear nosso potencial criativo e andar por um caminho desconhecido,
podemos achar que não somos o suficiente praquilo. Isso é um padrão engessado em nossas
cabeças que devemos quebrar.
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como podemos
quebrar esses padrões?
O Henrique Szklo tem uma teoria chamada Neurocriatividade Subversiva, que é a Investigação divertida sobre o
funcionamento do nosso cérebro em relação à criatividade.

É entender por que existe essa criatividade, porque temos bloqueios criativos, aonde temos que mexer para
sermos mais criativos, como transformamos e trabalhamos melhor nosso pensamento, nossa mente. Por que
algumas pessoas tem mais facilidade em serem criativas e outras não? Como mudar esse cenário de bloqueio?

É a causa da criatividade, é entender o porquê de as coisas acontecerem como acontecem, é fazer um


entendimento do problema (como no design Thinking), uma desconstrução. É entender que não dá pra separar
as emoções, de comportamento e criatividade, pois elas fazem parte desse processo complexo e maravilhoso.
A partir desse estudo o Henrique encontrou formas de mexer nesse comportamento, nesse caminho. A
criatividade amplia os horizontes das pessoas, deixa elas mais felizes, mais visionárias, cheias de possibilidades.

A criatividade pode ser desconstruída em nós, podemos burlar esse nosso mecanismo automático e linear do
cérebro de forma que ele comece a despertar seu lado holístico e sistemático (onde tudo está conectado). Nós
já temos essa criatividade dentro de nós, só precisamos aprender a acessá-la. Precisamos improvisar.
Devemos lembrar que a criatividade não é caos. É estrutura, metodologia e experimentação.
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exemplo /
exercício: Agora vamos pro design.. Procure sobre um artigo de física,
um de química, um de história e um de biologia. Agora
quero que você faça uma ponte com o design! Como esse
Vamos começar com algo bem artigo poderia ser aplicado num conceito pra uma marca?
simples! Que marca poderia ser? Qual segmento? Qual público? Qual
Vocês vão dar 3 novas utilidades pra poderia ser a identidade dessa marca?
cada um desses objetos abaixo:
Treine seu cérebro para fazer associações ser disruptivo,
treine seu cérebro para sair do comum. Estamos num
1. Garfo.
momento de mundo que as pessoas estão buscando se
2. Celular.
conectar com o diferente, com algo a mais, com algo que
3. Site. nos fisgue emocionalmente e reflita nossos valores e
4. Notebook. personalidades, nossa cultura.
5. Pendrive.

Pode ser algo louco, impensável, vocês


só tem que dar um jeito de responder
a isso! hahahaha depois me contem? :)
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o sustento da
vida criativa.
Temos mania de ver o bloqueio criativo como um inimigo a ser
destruído. Mas o bloqueio pode ser um grande aliado nosso,
um amigo. Que mostra que nós somos pessoas e também
precisamos parar e descansar, que precisamos desapegar e
fazer coisas novas, que não somos máquinas de produção.
A criatividade, como muitas outras coisas, tem seus ciclos
também e nosso cérebro e nossa mente precisam sempre estar
renovadas e recicladas.

No livro Mulheres que Correm com os Lobos, de Clarissa Pinkola


Estés (que eu sou apaixonada), existe um capítulo chamado
"Águas Claras: O Sustento da Vida Criativa", e nele existe um
conto (na versão Romena) chamado "os três cabelos de ouro".

Ele fala sobre a recuperação do rumo perdido da nossa


criatividade, sobre os repositórios que devemos sempre
manter. Ela faz uma analogia do conto com nossa criatividade.
Queria compartilhar com vocês pra vocês entenderem a
associação com nossa vida criativa.
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“Em uma noite escuríssima e negra, um velho de cabelos longos e dourados,


muito, mas muito castigado pelo tempo, vinha cambaleando pela floresta densa,
carregando um pequeno lampião.
Ele respirava com dificuldade, cada osso seu ardia como fogo, já estava em suas
últimas. Ao longe, ele avistou uma luz, um chalé; e ele se esforçava naquela

os três
direção. No momento em que chegou a porta seu lampião se apagou e ele caiu
no chão desmaiado.

cabelos De dentro da casa saiu uma velha, que o segurou nos braços e o levou pra perto
da lareira. Ali, ela o embalou e o balançou em seu colo a noite inteira.

de ouro Quando a manhã começou a se aproximar o velho se tornou um rapaz forte de


cabelos dourados, mas ela continuou a embala-lo. Mais perto ainda da manhã, o
rapaz se tornou uma criança de cabelos de fogo. No exato momento de raiar o
dia, a velha arrancou três fios de cabelo da criança e os jogou no chão. Eles
fizeram um barulho, como um som de despertar. A criancinha desceu do colo da
velha e saiu correndo para a porta, virou-se, sorriu para a velha e saiu voando para
virar o sol da manhã.”
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mas que
diabos isso
significa?
Esse conto, junto com outros (inclusive eu acho a leitura desse livro quase obrigatória) nos fala sobre a
perda da nossa energia criativa. Quando a perdemos tentamos equivocadamente correr para
alcança-la. Mas não é o que devemos fazer. Devemos sentar e balançar. A paciência, a paz e voltar para
si renovam as ideias. Devemos entreter essa ideia, com paciência, sem peso, sem desgasta-la.

Podemos fazer uma analogia ao bloqueio criativo ser um aviso do nosso desgaste, precisamos nos
reconstruir. Perder a criatividade momentaneamente faz parte do nosso ciclo natural. Bloqueios vêm e
voltam como estações do ano. (com exceção de forte bloqueios psicológicos, podemos falar disso
depois). Essa história nos mostra todo o ciclo da criatividade. Ela nos mostra que também precisamos
nos preocupar com nós mesmos, porque nós cansamos e isso é natural. Devemos nos renovar dentro
desses ciclos, precisamos ser embalados. Não devemos entrar em pânico, devemos as vezes só soltar.
Os três fios de cabelos jogados no chão são como um alívio de peso. Precisamos jogar pensamentos
no chão para nos fortalecermos. Como um escritório removendo o mármore para revelar formas
ocultas.

Se você segurar essa ideia, embalá-la, manter uma parte dela e a outra jogar fora, ela se renovará.
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design
emocional
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projetando para
emoções:
O Design emocional só surgiu a partir de meados da década de 1990, quando surgiu uma necessidade do
mercado pela criação deste campo. Esta área não tem como objetivo despertar ou evitar determinadas
emoções nos consumidores através de um produto ou serviço, ela possui uma complexidade muito além.

De certa forma, os designers já tinham esse objetivo “emocional” antes desse campo receber um nome
apropriado, se baseando no desejo das pessoas e em seu comportamento. Fazer com que seus designs tragam
prazer e bem-estar aos usuários sempre foi a intenção de todas peças criadas, mas de forma superficial.

No passado, não houve tantos profissionais com propriedade no assunto pois as emoções desejadas possuem
um caráter extremamente subjetivo de cada pessoa. Cada pessoa possui uma expectativa diferente, uma
trajetória de vida diferente e isso faz com que suas emoções sejam muito individuais e quase únicas, e como os
designers normalmente não são os usuários finais de seus próprios produtos ficava difícil se colocar no lugar
do consumidor que realmente iria usufruir de suas criações.
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Um dos melhores exemplos da individualidade da forma de decodificar esse entendimento das


trajetória de vida de cada pessoa é o exemplo do emoções. Porém, possibilitou o desenvolvimento de
barulho de chuva. Enquanto esse barulho pode ser teorias e metodologias que facilitassem as ações na
relaxante para alguns, para outros pode ser de área do design emocional através de estudos e
extremo inconveniente e motivo de muita projetos por meio de profunda pesquisa e imersões
frustração. Pegamos do princípio que a pessoa que que puderam ser mais assertivas devido a
o considera relaxante mora em um lugar aproximação do designer com o usuário para a
privilegiado onde não há desabamentos, geração de uma experiencia emocional positiva.
enchentes ou outras catástrofes causadas pela
chuva, enquanto a pessoa que se sente mal com o Vale lembrar que a experiência emocional é apenas
barulho pode morar em um local de risco onde uma das ramificações quando se trata do ramo de
qualquer chuva pode ser de um grande transtorno experiências do usuário. Porém não podemos falar
para sua vida, podendo até mesmo correr o risco de design emocional de forma desvinculada da
de perder sua moradia já que mora em um local estética e do significado que encontramos nas
de constantes deslizamentos e não possui experiências que passamos.
oportunidades financeiras para se mudar.
O Design emocional é complexo e composto por
diversas áreas e conceitos como a Psicologia,
O entendimento da área emocional se tornou um antropologia, o design em si, a empatia, com base
pouco mais aprofundado após se juntar a na experimentação, nas teorias, em metodologias,
psicologia com o design, apesar de não ser a única testes, pesquisas, etc.
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as três principais teorias!


A seguir veremos os trabalhos dos três principais autores que mais tiveram resultados
e marcos em suas pesquisas quando o assunto é Design Emocional.

Donald Norman Patrick Jordan Pieter Desmet


Donald Norman (2004) foca seus Patrick Jordan (1999) focou em Pieter Desmet (2002) focou sua
estudos e trabalhos na forma com investigar as diferentes fontes de pesquisa na forma com que a
que as pessoas absorvem e lidam prazer proveniente dos objetos e aparência de um produto pode
com as informações que recebem propôs que essas fontes de prazer despertar emoções. Ele utilizou
e em como esse processo de podem ser fisiológicas, uma técnica de avaliação
absorção influencia nas emoções psicológicas, sociológicas e chamada Appraisal Theory, que
que sentem. Ele articulou em seu ideológicas. propõe que as emoções sentidas
trabalho os três níveis de são uma resposta automática do
processamento dessas Ele defende que as pessoas estão usuário provenientes do efeito que
informações: o visceral, o eternamente em busca pelo o produto ou serviço tem sobre
comportamental e o reflexivo. Por prazer, seja ele em qualquer forma, seu bem-estar. Sendo assim, ele
fim propôs que o design poderia por isso propões que projetemos também é precursor do conceito
seguir três diferentes estratégias: através desses 4 tipos de prazeres, de Design Positivo, que falaremos
o design para o conforto, design para que as pessoas se conectem adiante. Entre os três ele é o que
para aparência e o design para emocionalmente a produtos e mais me identifico.
significado. serviços.
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As pessoas estão cada vez mais buscando se conectar


emocionalmente com as marcas, com o mundo, com as
pessoas, com o todo. Elas buscam estímulos que signifiquem
algo pra elas, que as encantem, que as motivem e inspirem, e o
design é a base para se conectar emocionalmente com as
pessoas. O mundo corporativo precisa muito dessa parte
racional e lógica, mas o mundo dos consumidores é feito de
emoções, o design faz essa ponte entre esses mundos e
melhora a vida das pessoas de ambos os lados.
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modernismo x
pós-modernismo.
Estamos ainda em um momento de transição,
de ruptura e quebra de antigos padrões.
Não vemos no pós-modernismo um único estilo como víamos ao longo da
história do mundo e do design. Por quê? Porque ele não reflete a experiência e
a busca de cada indivíduo, de forma individual em si e coletiva, reflete a busca
por experiências, intensifica nossos sentidos e nossas inspirações e
personalidades. Ele rompe com antigos padrões engessados e reforça a
descoberta, a busca, os desafios, a intuição, a totalidade e a inclusão, não
importa o quão diferente você seja e o quão deslocado você já foi.

É o abraço caloroso de uma instabilidade positiva, refletindo nossas percepções


e aceitando nossas interpretações diversas sob nossa visão de mundo e nossas
experiências já vividas, mas ao mesmo tempo nos mostra que o poder da
empatia nos faz entender e enxergar outras realidades já vividas, nos
mantendo em constante movimento. E isso faz com que as pessoas, as marcas
e o mundo precisem do design em constante movimento também.
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E é isso que o design e o branding fazem! Eles impactam


as pessoas de forma emocional, cheias de experiências
positivas e duradoras! E se não prestarmos atenção a esses
estímulos iremos ficando pra trás numa profissão que é
uma das profissões do futuro e que tem grande potencial
de transformação!

O movimento modernista tem a ver com a razão, intelecto,


dogmas, certezas, inflexibilidade, industrialização, etc.
O movimento pós-modernista tem a ver com as emoções,
intuição, propósito, sentimento, humanização, coletivo e
individual, busca, destino, bem estar, liberdade,
De certa forma há
abundância. Com o inconsciente, é pessoal, próximo, te
abraça. um rebelde em
O atual design vem com a força do impressionismo. cada um de nós.
Antigamente os pintores pintavam apenas o que viam e
no impressionismo eles começaram a pintar o que
sentiam, a conexão que eles tinham com as coisas,
Como que isso
pintavam com a intuição e com o coração, com a audição,
com o olfato e não apenas com a visão.
poderia não ter a
ver com emoção?
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design
positivo
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o design para o
bem-estar subjetivo.
Assim como falar do Design Emocional, falar do Design Positivo resumidamente também é muito difícil, pois me
empolga tanto quanto e é um conceito maravilhoso!

O Design Positivo pensa na felicidade e bem-estar subjetivo das pessoas de forma individual e coletiva. Trazendo
sua carga do Design Emocional, ele também tem a ver com inspiração, personalidade, conexão, identificação,
significados, a imagem do pós modernismo que falamos, de forma estratégica, processual e organizada, baseada
numa teoria que une a psicologia, o design e as pessoas.

O design pode permitir, estimular e inspirar o engajamento em atividades significativas. É uma forma de fazer com
que o design de algum produto ou serviço aumente o bem-estar subjetivo das pessoas que os estão utilizando.
Sua intenção é aumentar a apreciação das pessoas pelos produtos/serviços a longo prazo e se possível fazer com
que os mesmos modifiquem sua forma de viver trazendo perspectivas positivas em suas vidas e em seu cotidiano.

O Design positivo possui três elementos essenciais que compõem seu núcleo e ele é representado pela figura de
um triângulo, onde em cada uma de suas pontas estão: o design para o prazer, o design para significado pessoal e o
design para a virtude, o Design Positivo começa onde esses três elementos fazem sua intercessão, e é nesse
momento que ocorre a prosperidade das pessoas.
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os pilares?

design para design para design para


o prazer significado pessoal a virtude
Esse design está diretamente Esse elemento do Design Positivo É o prazer através de ações
ligado à felicidade e ao bem-estar é referente ao prazer que vem de virtuosas, é o design a nível moral
que temos quando aproveitamos um senso de significado pessoal. e ético. Baseado na ideia de que
um ou vários momentos Seu foco principal é em relação às existe um jeito honrado de se viver,
prazerosos. Produtos que aspirações de cada pessoa, seja ela um ideal virtuoso. Produtos e
promovem sensações positivas de curto ou a longo prazo. serviços que estimulem um
nos usuários ou reduzem Portanto, produtos e serviços que comportamento virtuoso estão
sensações negativas estão auxiliem as pessoas a alcançarem ligados a este design. Um exemplo
diretamente ligados a esse suas realizações ou que façam os seria uma pessoa que compra
elemento e são essenciais para consumidores lembrarem de suas cosméticos sustentáveis pois quer
desenvolver experiências realizações passadas são estar em harmonia com o meio
holísticas. simbologias e estão diretamente ambiente e fazer com que suas
Podemos pegar, por exemplo, a ligados a este design. Cursos, livros, ações diminuam seu impacto na
teoria dos 4 prazeres de Patrick materiais, instrumentos musicais natureza. Através disso está
Jordan para projetar dentro do estão te levando a algum lugar. tentando viver de forma mais
conceito de design positivo. virtuosa com o planeta.
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misture os três:
Quando misturamos esses três pilares citados acima
estamos projetando para uma abordagem do design
para a prosperidade humana. Prosperidade no sentido
de um ótimo funcionamento humano em todas as DESIGN
PA R A A

áreas, desencadeando uma rede interdependente VIRTUDE


onde uma pessoa contribui para o bem-estar de outra,
todas vivendo em seu potencial completo, sendo sua
melhor versão.
DESIGN
Ela compreende um desenvolvimento pessoal focado
POSITIVO
no ser e também no próximo, através de um estilo de DESIGN
PA R A O
DESIGN
PA R A O

vida virtuoso que compreende o melhor interesse da PRAZER SIGNIFICADO


sociedade. O que precisamos ter em mente é o PESSOAL
equilíbrio perfeito entre cada pilar para que não haja
um excesso em um dos lados e nos afaste desse
potencial. De forma abrangente, o domínio do Design
Positivo inclui toda a vida das pessoas e comunidades,
e todas as facetas do bem estar subjetivo.
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design
thinking !
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O Design Thinking é o equilíbrio


entre negócio e arte, estrutura
e caos, intuição e lógica, conceito
e execução, ludicidade
e formalidade, controle e
empoderamento.
Design Thinking for Strategic
Innovation, Idris Mootee.
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EMPATIA.
VALORES
DO DESIGN COLABORAÇÃO.

THINKING EXPERIMENTAÇÃO.
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AMBIENTES ADAPTÁVEIS.
PILARES
DO DESIGN ABORDAGEM.

THINKING MULTIDISCIPLINARIDADE.
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duplo diamante.
Ele é de natureza iterativa e
flexível, onde o erro é visto
como parte do processo.

Mapeado pelo Design Council


UK em 2005, nos mostra a
importância do divergir,
convergir e do processo não
linear, trazendo um
pensamento sistêmico e
holístico. ENTENDIMENTO OBSERVAÇÃO PONTO DE VISTA IDEAÇÃO PROTOTIPAGEM TESTE ITERAÇÃO

O momento de encontrar
soluções só começa após um
mergulho profundo no
contexto, entendimento,
observação, pesquisas,
pessoas, em tudo... só ai
começa a parte de abertura
das possibilidades e soluções.

Inspirado no modelo da Escola de Design Thinking.


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human
centered
design. financeiramente
possível
o design centrado
no ser humano
No centro dos processos, metodologias e conceitos
HCD técnicamente
mais humanos, o HCD é uma metodologia
viável
projetada para ampliar o escopo de soluções
criativas que os problemas complexos nos trazem,
ele coloca as pessoas no centro do processo, desejável
fazendo com que tenhamos que entender em
todos os níveis os problemas, as dores, obstáculos,
sonhos, desejos, etc delas.

Dentro disso, temos em vista que devemos


projetar a partir das três principais lentes do HCD: e pra isso devemos
ter empatia!
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mapa de
empatia! modelo tradicional
PENSA E SENTE
Meus projetos todos se iniciam com o mapa de
VÊ ESCUTA
empatia. Ele é uma ferramenta linda e
maravilhosa que auxilia a gente a entender de
forma mais profunda nossos clientes, gerar
conexão com eles, descontrair a reunião de
forma que o cliente se sinta confortável em se
abrir e falar mais verdadeiramente e livre e nos
ajuda a interpretar o que ele realmente quer e FALA E FAZ

precisa. Ele é meu brienfing, meu início. Eu insiro


perguntas do briefing ao longo da conversa.
SONHOS / OBJETIVOS / GANHOS MEDOS / DORES / OBSTÁCULOS

Pra mim, o ideal de duração do mapa por 1 dia é


de 2h, no máximo. É tempo de descontrair,
conversar, entender, coletar informações e de Uma novidade é que estou projetando e desenvolvendo
não ficar muito pesado para os envolvidos, se um novo modelo de mapa de empatia que se aplica
não acaba cansando. Mas não é uma regra, as melhor ao deisgn de marcas!
vezes pode cansar antes, as vezes pode cansar
depois. Não é uma receita de bolo, como tudo, é
experimentação.
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como iniciar
o mapa?
Muita gente me pergunta como iniciar o mapa, a conversa.
Eu gosto de duas formas:

Ou eu começo contando uma história minha, ou eu peço pro


cliente contar uma história completamente aleatória pra mim.
Pode ser qualquer uma que faça ele viajar, pois viajando é como
ele vai se soltar, se conectar emocionalmente e falar o que pensa e
sente de forma mais verdadeira, não o que ele acha que pensa e
sente, nada superficial.

Pessoas precisam ser estimuladas da forma certa pra que


externizem o que está dentro delas.
Na parte das dores e dos medos temos que tomar um pouco de
cuidado pra não sermos invasivos demais. Nesta parte eu gosto de
de me vulnerabilizar para causar um espelhamento empático e
fazer a pessoa se sentir confortável e me contar algo.
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o desafio
de design!
Após o mapa, temos que encontrar o desafio de Por exemplo (um exemplo também da escola),
design. Ele nos orienta muito durante o projeto, entender o papel do cobrador de ônibus no
mas não nos engessa, é um bom guia! contexto das novas tecnologias.
Os desafios de design começam sempre com
“Como podemos”. Ele não pode ser nem muito Um desafio limitado seria: Como podemos acabar
amplo, nem muito limitado, ele nos faz criar cada com a função do cobrador de ônibus. Ele já dá uma
vez mais perguntas, é uma fase de divergência. solução, e normalmente as primeiras soluções
nunca são as melhores pois são superficiais.
A Escola de Design Thinking nos ajuda a elaborar
um bom desafio de acordo com 3 perguntas: Um desafio amplo seria: Como podemos reprojetar
o sistema de transporte público? Meldels!

1. O DESAFIO É CENTRADO NO SER HUMANO? Um bom desafio seria: Como podemos ressignificar
o papel do cobrador de ônibus?
2. O DESAFIO PERMITE UM ESCOPO DIVERSO DE
SOLUÇÕES? Um desafio que gostei muito de elaborar foi o da
Waya, marca de bolsas artesanais que projetei. O
3. POSSUI UM RAZOÁVEL GRAU DE INCERTEZA desafio era “Como podemos ressignificar o conceito
PARA ONDE SEGUIR? das bolsas na vida das pessoas”? E foi muito
divertido esse processo!
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vamos falar
um pouquinho
sobre cada etapa?
Vou falar um pouquinho de cada etapa pra vocês se
familiarizem e entenderem mais sobre!
Eu não utilizo o DT de forma linear, nem um pouco mesmo,
tanto que eu começo com o mapa de empatia. Mas essa é a
beleza! Ele é livre, holístico, um guia! Use-o de acordo com
sua personalidade e necessidade!
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(des)entendimento
Na minha opinião a parte mais divertida! É o mergulho inicial nesse novo
universo que esbarramos! É a hora de fazer um entendimento 360 (o que a
escola de design Thinking chama carinhosamente de (des)entendimento) e abrir
nossa mente e visão para o novo, para as pesquisas que virão. É colher o máximo
de dados que conseguirmos suportar! Hehehe. É onde construímos e
descontruímos o desafio. É quando fazemos perguntas que geram mais
perguntas e por isso é uma fase de divergência.

E como descontruímos? Se o desafio for como o da Waya: Como podemos


ressignificar o conceito de uma bolsa?
O que é uma bolsa? Pra que serve uma bolsa? Quem usa bolsa? Qual o intuito de
ter uma bolsa? Qual a necessidade da bolsa? Quais os formatos de bolsa? Quais
os materiais que compõe uma bolsa? Qual a história da bolsa? Qual foi a
primeira bolsa? O que significa a bolsa nos diversos contextos históricos? O que
é a bolsa em diferentes áreas? Quais as diferenças culturais de uma bolsa? O que
faz as pessoas desejarem bolsas? E por aí vai e muuuuito longe viu?

Essa natureza questionadora nos faz ter a profundidade necessária de poder


projetar algo único, especial, que atenda o nosso cliente, que se destaque, que
emocione e que encante as pessoas.

Na minha metodologia de criação de marcas, o entendimento abre os caminhos


pra projeção do conceito, que me abre diversas possibilidades para marcas mais
inovadoras.
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observação
É hora da empatia! De sair, conhecer,
entender, observar, conversar, sair da
zona de conforto. É hora de se
relacionar com pessoas, já que todo
serviço é feito pras pessoas. Devemos
pensar em todos os aspectos
humanos: comportamental, físico,
cultural, sociológico, psicológico,
emocional, etc.

ponto de vista
Depois de todas as pesquisas e
grandes quantidades de dados e
insights é hora de rever o desafio a
partir do entendimento e pesquisas. O
desafio mudou? Continua o mesmo?
É hora de organizar o caos e a
pesquisa. É hora de convergir e gerar
mais empatia. O mapa de empatia e a
criação de personas se encaixam aqui
como ótimas ferramentas.
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ideação
Agora é hora de por a mão na massa de forma
livre, sem julgamentos, pensando em tudo que
coletamos até agora, baseado nas pesquisas, mas
também com intuição e emoção. É tentar
tangibilizar o caos, as ideias, muitas delas, todas
elas! Brainstorms se encaixam lindamente aqui!

prototipação
Ainda é momento de geração de ideias, de entender
as tangibilizações, de expandir o entendimento.
É uma forma de entendermos de forma rápida, suja e
barata como esse projeto vai funcionar na vida real.
Tiramos a ideia do papel e damos vida a elas. Pensem
em testes de impressão, bonecas de livros e de
folders, esqueletos de sites, protótipo digital de
navegação, montar embalagens com papeis que
temos, maquetes, etc! Ele já nos mostra muita coisa
antes mesmo de a solução existir!
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teste
Prototipe achando que vai dar
certo, teste achando que sempre
está errado!

Se você gastou bastante tempo em cima de suas


criações, elas se revelarão para você. Mas se você
testar sua ideia e deixá-la crescer descontroladamente,
ela ganhará vida própria, virará realidade e se revelará
para os outros. Isso só acontece quando você começa a
construir algo tangível, quando prototipa e começa a
aprender como pensar sobre o desafio a partir de sua
ideia.
- Gever’s
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iteração
É a hora e a oportunidade de refinar e melhorar as
soluções que encontramos nessa trajetória.

Para isso, devemos estar completamente fora da zona


defensiva e devemos ouvir os feedbacks das pessoas
sem julgamento e com a mente muito aberta.
Devemos fazer perguntas, pedir exemplos, devemos
ser empáticos e acessíveis. Não precisamos mudar todo
nosso projeto por causa de 1 feedback negativo,
devemos ouvi-lo, entendê-lo, absorve-lo e ponderá-lo.

Feedbacks são portas para novos insights e para evitar


erros, falhas e compreender comportamentos, prever e
prevenir. É mais uma oportunidade pra gerar empatia
e treinar a mesma. Ele vai nos dizer se precisamos
voltar alguns passos ou se estamos no caminho certo.
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As etapas do Design Thinking também podem ser divididas


entre: Imersão, Ideação, Prototipação e Implementação.

Novamente, não achem que isso é uma receita de bolo. É um


laboratório completamente experimentativo e não linear,
entendam, testem, criem de acordo com suas próprias
necessidades.
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e a conclusão
disso tudo?
Vocês viram o mundo que o design nos abre? E que ele vai além do que
imaginamos? Que nosso impacto, nossos projetos e criações vão além mesmo,
têm capacidade de transformar e movimentar muita coisa.

O Design intangível é o design mais importante, aquele que a gente sente, mas
não consegue ver. É esse design que conecta as pessoas, o mundo, ambientes,
marcas, cria filosofias, muda culturas, transforma o mundo e guia nossos
projetos visuais e gráficos.

Espero que vocês tenham curtido esse ebook tanto quanto eu curti escrevê-lo!
Que tenham tirado alguns insights e que ele possa te ajudar nessa jornada tão
linda que é a nossa. Também transformar um pouquinho seus projetos e te levar
pra onde você mais deseja.

Obrigada de coração pela


atenção e carinho de vocês!!!
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quenhé essa
pessoa diana?
Eu sempre fui uma pessoa extremamente indecisa na vida, pois sempre gostei
de tudo! Hahaha

Sempre fui curiosa e estudar as coisas por diversão e não por obrigação
(quando virava obrigação eu não era tão curiosa assim! Hehehe), eu amava
biologia, história e mitologia, gostava de entender a química, a física e a
matemática. Sempre quis fazer algo que causasse um impacto positivo no
mundo e nas pessoas, queria trabalhar com algo que importasse, mas acabei
fazendo vestibular para biologia, história, direito e publicidade (pois é, né?).

Acabou que optei por fazer Publicidade. Eu tive o ENORME privilégio da minha
mãe poder com todo seu trabalho e esforço pagar minha faculdade na ESPM,
que é muito renomada nessa área. Sou extremamente grata por poder estar ali
dentro e completamente ciente desses privilégios. Sei que muitas pessoas não
têm isso, por isso eu tento sempre democratizar conteúdos do design de forma
gratuita pra disseminar essa visão no mundo e mostrar que o design é muito
além do que pensamos.
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Eu não me dei muito bem em publicidade, na com o estágio) me balançaram um pouco e o


verdade eu não me encaixei nem lá e nem com as pensamento de que eu iria fazer algo fútil e viver
pessoas de lá. Fiquei muito confusa, preocupada e presa dentro de um escritório recebendo ordens de
desesperada de estar jogando o dinheiro da minha pessoas que podavam minhas ideias e criatividade
mãe fora e de não saber o que queria pra minha vida.. não me agradava... Mas eu tinha que forçar pra me
A gente sofre muita pressão pra já decidir o que fazer encaixar nesse padrão né? Por que eu precisava,
desde muito novos, né? Coisas que podem ou não devia, era o “certo”.
definir nossa vida inteira e eu não estava feliz ali!
Cheguei em um ponto de que eu me vi sem saída e
Foi então que eu tive contato com algumas pessoas tranquei 1 semestre da faculdade, entrei em
do design. Até então eu achava que Design era moda, depressão e aquilo me corroía por dentro, pois eu
que as pessoas faziam roupas hahahaha. Eu conversei sabia que estava jogando todo aquele raro privilégio
com algumas pessoas e com a querida coordenadora que eu tinha no lixo, mas aquilo em mim era
do curso na época (que veio a ser minha orientadora incontrolável.
no meu tcc e me ensinou muita coisa), a Eliana
Formiga. Primeiro eu entrei achando que eu Depois de meses bem difíceis eu voltei pra faculdade,
desenharia pro resto da vida, aquela doce ilusão! Ao motivada a terminar aquela inferna nem que fosse a
longo do curso e oscilava entre amar as matérias e última coisa que eu tivesse que fazer. Eu tive 3
ainda me perguntar se era aquilo que eu queria amigas durante a faculdade toda, as conheci no
mesmo fazer pelo resto da vida.. Eu ainda não me quarto período, e ao voltar elas não estavam mais na
encaixava ali, me sentia deslocada e muito perdida. A minha turma, pois fiquei pra trás e a turma sempre
quantidade de matérias juntas e suas complexidades vai se desfazendo. Então me via sozinha ali, enfrentar
(cheguei a ter 12 matérias no mesmo período junto tudo aquilo sozinha de novo, mas eu não ia desistir.
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Mas eu tive uma ponta de esperança no quinto período. Através de uma querida professora
chamada Beatriz Russo eu finalmente conheci a verdadeira essência do design e ela com
certeza não era nada, absolutamente nada fútil...

Passei por alguns estágios: estúdio de fotografia, secretaria da cultura, uma ong e cheguei
ao meu primeiro emprego numa agência de publicidade; e aí, minha saúde mental
começou a se desintegrar e meu maior medo começou a se concretizar. O medo de que eu
passaria o resto da vida num escritório fechado, com minha criatividade podada, ganhando
mal, sendo tratada mal e super desvalorizada por uma empresa péssima que nem se
importa comigo. Foi aí que eu decidi arriscar tudo, largar tudo e empreender (não façam
isso se não tiverem uma boa reserva financeira de segurança). Meu início foi difícil, estava
morando sozinha pela primeira vez num apartamento alugado e eu não conseguia clientes,
estava fazendo meu tcc e tudo estava desandando. Foi um grande risco que corri, não pude
mais pagar o apartamento em que estava, comecei a comer totalmente a minúscula
reserva que tinha feito e não encontrava meu posicionamento. Foi um grande processo de
teste e erro, teste e erro, teste e erro, até começar a finalmente acertar.

Fui estruturando aos poucos meu posicionamento, experimentando colocar meu


aprendizado todo naquilo que eu mais acreditava e amava. Encontrei meu diferencial, eu
amava criar marcas que impactassem positivamente o mundo, que eram fortes e fizessem
a diferença. Busquei muito por designers de marcas humanas por aí, não encontrei
absolutamente ninguém na época, quase não se falava em marcas humanizadas. Era hora
de começar a me posicionar direito já, de fazer a diferença.
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Eu no meu (quase) habitat natural. No meio das plantas e dos livros! hahaha
Conheci o Will do Freela Criativo através de uma live e me
joguei pra fazer o curso dele. Pedi os dinheirinhos do curso
emprestados pra minha mãe, que mais uma vez me ajudou.
Foi aí que tudo, mas tudo mesmo começou a mudar. Conheci
minhas maiores referências que hoje em dia eu tenho a
enorme gratidão em poder chama-las de amigos. Will Baldan,
Marcelo Kimura, Walter Mattos, Pri Nunes, Beth Brands e
muitos outros. Eu os olhava como algo muito distante, hoje
me sinto muito abraçada por eles e por outros.

Comecei a produzir conteúdo, coisas que adquiri com a


trajetória, coisas que aprendi, coisas que experimentei, tudo
pra ajudar os designers, queria levar pra essa área tão
desconexa e com pouca perspectiva a real essência do
design, o poder que a empatia tem nos projetos e toda
responsabilidade que está em nossas mãos por um futuro
melhor.
Muito obrigada por
Eu poderia passar o dia inteiro escrevendo aqui, mas o ebook
não é sobre mim e meus projetos estão me agarrando pelos
todos vocês que me
cabelos aqui hahahaha. Então prazer! Essa sou eu! Me apoiam e que me
vulnerabilizando pra que vocês me conheçam! Espero de incentivam.
coração que esse ebook ajude em algo, estou escrevendo-o
com todo carinho que tenho! Com todo amô,
Diana Coe.
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agradecimentos
para pessoas xuxus.
Primeiro um agradecimento especialzão à equipe marlinda da Orbyka, que ajudou a por essa joça no ar hehehe
Aos professores que me jogaram com carinho nesse mundo: Bia Russo, Fernando Borges, Eliana Formiga, André
Beltrão, Belmonte, Luiz Claudio Franca e muitos outros.
Obrigada às minhas referências (hoje abigos!) que tiveram o saco de ler meu ebook ainda na unha (word) e me
dar opinião hahahaha Marcelo Kimura, Walter Mattos, Renata Caraih, Beth Brands.
Obrigada aos queridos que conheci durante essa trajetória linda e que hoje tenho o maior carinho! Juliana
(ajuquefez), Emanuel Pappis, Kesya Tavares, Renata Santos, Azteca Design, Priscylla Nunes, Nina Talks, Ericles
Batista, Camila Chisini da Okta, Itamara Ferreira, Rafael Maia, Victor Weiss, Pedro Renan, Paulo Nogarol, Gui
Vissotto, Victor Berriel, Richard Eidam, , Gustavo Estevão, Cilene Silveira, André Braga, e muitos, muitos outros
que não cabem aqui, mas que prometo fazer um agradecimento pra todos! hahaha
Ao meu maravilhoso incrível advogado que mata meus nomes, Moysés Remma.
Aos meus mentorados coisas lindas da minha vida, vocês são demais!
A todo mundo que tá sempre me mandando mensagem, comentando, compartilhando e tá pertinho de mim lá
no insta! Cara, eu tenho um carinho desgraçado por cada um de vocês real! hahaha!
Biografia.
Brandjam - O Design Emocional na Humanização das Marcas.

A Revolução da Empatia - Tatiana Fukamati.

Empatia - Harvard Business School.

Design Emocional - Donald Norman.

The Positive Design Guide - Pieter Desmet.

Os Quatro Prazeres - Patrick Jordan.

Escola Nômade para Mentes Criativas - Henrique Szklo.

Descola - A Escola Desconstruída.

Mulheres Que Correm Com Lobos - Clarissa Pinkola Estés.


Biografia.
Design Emocional: conceitos, abordagens
e perspectivas de pesquisa - Leandro Miletto Tonetto e Filipe Campelo
Xavier da Costa.

ECHOS - Escola de Design Thinking.

Design Positivo: Uma Introdução ao Design Para o Bem-Estar - Pieter


Desmet e Anna Pohlmeyer.

Isto É Design Thinking de Serviços - Marc Stickdorn, Jakob Schneide e


outros.

Design Thinking - Tim Brown.


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é uma lindeza! se curtiu me ajuda a fazer esse
e-book chegar em mais pessoas?
até porque isso deu um trabalho do cão! hahaha ah! se
possível, compartilhem o link para a pessoa baixar
e não o pdf! isso me ajuda!
Aproveita e me segue lá no insta! É @dianacoedesign :)
Eu tô sempre compartilhando conteúdo novo, falando coisas malucas, botando uns
projetos loucos e tentando ajudar vocês um pouquinho! E se gostou pode vir me
contar no direct! Vou amar! Aliás, meus projetinhos completos estão lá no meu
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Em breve um ebook mais atualizado e com mais conteúdo!
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